Vinte Um

Especialistas do Draft projetam Fabrício Melo sob tutela de Anderson Varejão

Giancarlo Giampietro

Os dois principais especialistas na cobertura do Draft da NBA concordavam em um ponto importante para o basquete brasileiro: a projeção de qual clube deve selecionar o pivô Fabrício Melo na noite desta quinta-feira.

Fabrício Melo distribuiu tocos por Syracuse

Fabrício Melo distribuiu tocos por Syracuse

O veterano Chad Ford, do ESPN.com (@chadfordinsider), e Jonathan Givony (@DraftExpress), chapinha que é o dono do DraftExpress, travam ano a ano uma batalha naval velada entre eles, para saber quem acerta mais escolhas a cada processo de recrutamento de calouros.

Na noite desta quinta-feira, os dois jornalistas apontavam o jogador como o 24º do Draft. Pelo Cleveland Cavaliers, isto é. Em seus comentários, Ford até menciona o compatriota Anderson Varejão como um incentivo: “O fato de eles terem um companheiro brasileiro para servir como mentor é um bônus”.

Boston Celtics, com duas escolhas e uma carência de pivôs, e o Miami Heat – sim, o Heat – também seriam dois clubes interessados. Especialmente o time da Flórida, que foi campeão com Joel Anthony, Ronny Turiaf, Eddy Curry e Dexter Pittman como seus grandalhões. Dureza, né? Dizem – diiiiiiiizeeem – que de Miami ele não passa, devido a sua capacidade defensiva, para proteger o aro e fechar espaços no garrafão.

E o Scott Machado?
A situação do armador nascido nos EUA e filho de gaúchos é um pouco mais nebulosa. No momento, Ford tem uma perspectiva bastante otimista sobre o armador: ele seria o 32º no Draft, via Washington Wizards. Apenas os 30 primeiros, do primeiro giro, têm contratos garantidos por um mínimo de dois anos. Os da segunda precisam se virar por conta. Por outro lado, caso fosse escolhido tão cedo, seria um sinal de prestígio. Os jogadores nesta faixa costumeiramente obtêm bom salário.

Scott Machado, armador puro em busca de vaga

Por outro lado, Givony tem Scott apenas em 53º em sua lista, via Los Angeles Clippers, com apenas sete atletas relacionados depois dele até o fim da segunda rodada. Não se trata de uma posição confortável, portanto, para esse armador puro, que trabalha muito mais para os companheiros do que em causa própria.

Telefone sem fio
Agora, não estamos diante de ciência exata aqui. Ford e Givony passam o ano todo seguindo os scouts em viagens e conversando, adulando e por vezes ajudando os gerentes gerais da NBA. Nesta semana, seria a hora de colher os favores.

Nem todos são tão amigões assim. Há muita notícia plantada, pelas mais diversas razões. Clubes inflam ou torpedeiam a cotação de um punhado de jogadores com a esperança de que seus alvos sigam disponíveis. Escondem seus preferidos até a última hora e só vazam a poucos minutos de fazerem a escolha, já certos de que o atleta vai ser contratado. Sem contar as incontáveis ligações e o telefone sem fio decorrente de tantas negociações entre agentes e dirigentes ou entre cartolas e cartolas, mesmo.

O próprio Cavs está envolvido na boataria. Além da 24ª escolha, a franquia de Cleveland tem a quarta neste ano. Sua ideia, pelo que se especula, é juntar as duas em troca da segunda, hoje do Charlotte Bobcats. Se esse negócio se confirmar, aí adeus para a idealizada parceria entre Varejão e Melo.

Na terça-feira, Fabrício, que jogou dois anos por Syracuse, treinou pelo Miami, ainda batalhando, de última hora. Já Scott, formado pela universidade católica de Iona, localizada em New Rochelle, no estado de New York, saiu para compras, tentando achar seu traje social adequado para a noite que espera ser de gala. Vai ser o dia mais longo de suas vidas.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Fabrício Melo e Scott Machado em sua encarnação passada