Vinte Um

Arquivo : Dwight Howard

O dilema Pau Gasol: deveria o Lakers tentar trocar o craque espanhol?
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Giancarlo Giampietro

Kobe gosta de Mike D; Gasol... Ainda incerto

Kobe já se encontrou no sistema de D’Antoni; Gasol está longe

Pau Gasol não gostou, Mike D’Antoni também, não.

Depois da derrota do Lakers para o Memphis Grizzlies na última sexta-feira, o quase sempre gentil e ponderado espanhol não se aguentou em seu canto, botou a boca no trombone e disse que se sentia um pouco jogado de canto pelo ataque californiano, que não estava recebendo a bola nos lugares em que preferia, próximo ao garrafão, de costas para o adversário, para colocar em prática sua baita envergadura e seu eficaz e belo jogo de pés.

“Todas as chances que venho ganhando são em arremessos. Gostaria de tentar algo mais perto da cesta, e não apenas em movimento no pick-and-roll, especialmente quando Dwight está lá embaixo. Mas vamos ver. Ainda estamos descobrindo o que fazer”, falou. “Eu costumo render quando entro no garrafão e crio a partir dali. Historicamente é deste jeito que tive sucesso, que fiquei renomado e garanti meus contratos. Mas tomara que eu possa encontrar um caminho ou que possamos encontrar um caminho para me abrir novas oportunidades, para que eu possa render e ser mais efetivo.”

É um baita de um comunicado endereçado ao técnico, não? Bem atípico, mas provavelmente Pau deve ter ficado irritado com alguma provocaçãozinha de seu caçula Marc em Memphis. Mas tambeem deve ter contribuído o fato de ele ter ficado no banco durante o quarto período inteiro. Acho. 😉

Pê da vida pela derrota, dois dias depois de já terem perdido para o Sacramento Kings em um jogo para se esquecer, D’Antoni deu na canela ao rebater: “Eu estava pensando em como eu gostaria de vencer esse jogo, é nisso que eu estava pensando Odeio quando os caras dizem que não receberam a bola. Isso não faz sentido nenhum. Todo mundo recebe a bola. A bola deve girar para todos”. Sok! Pow! Crash!

Depois: “(No garrafão) você já tem um cara como Dwight ali”.

Na noite seguinte, uma vitória arrasadora sobre o Dallas Mavericks por 115 a 89, os dois fizeram as pazes, ou pelo menos tentaram.

D’Antoni consentiu que precisa achar um jeito de descolar umas cestas mais fáceis para Gasol – mas do jeito que ele gosta? “Pau é um cara ótimo, não estava tentando desrespeitá-lo. Ele é e sempre vai ser um grande jogador, então vamos continuar mexendo e remexendo no ataque e trabalhando. Estamos tentando descobrir como envolvê-lo mais. Não apenas ele, mas Dwight tambeem. Não podemos ter nossos grandalhões arremessando quatro, cinco ou seis vezes”, disse o técnico. “Estamos nisso juntos (Tamo junto!). Leva tempo para entender as cosias. É um período de ajustes”, afirmou Gasol.

Nas últimas três partidas, ele teve 25 arremessos, média de 8,3 por jogo, abaixo dos 13,5 a que se habituou em sua carreira – e dos 12,4 da temporada toda, aliás. Em termos de produção geral, o espanhol vem com 13,4 pontos por jogo e apenas 43,4% nos arremessos, as menores médias desde que entrou na liga em 2001, e de longe.

*  *  *

Esse boato corre Los Angeles há mais de um ano, no mínimo, mas creio que agora a pergunta realmente parece pertinente: será que não chegou a hora de o Lakers trocar Pau Gasol?

Usá-lo como uma espécie de Troy Murphy ou Channing Frye, o ala-pivô aberto da linha de três no ataque não faz o menor sentido. O problema: Howard ocupa tanto espaço no garrafão como Bynum fez na última temporada, e ainda é menos talentoso em alguns quesitos que facilitariam a vida do espanhol, já que não passa tão bem como o ex-companheiro e não consegue acertar nada a mais de dois ou quatro passos da cesta quando arremessa.

Numa liga em que os times atléticos, velozes e de jogadores extremamente versáteis, o Lakers ainda aposta numa formação mais tradicional e grande, com seus dois superpivôs lá dentro e um armador puro (que ainda não jogou diga-se) em Steve Nash. Vale esperar o retorno do canadense e sua reunião com o chapa D’Antoni para ver como o jogo coletivo vai se desenvolver? Talvez. Mas Nash e D’Antoni realmente vão ter de quebrar a cabeça para colocar a coisa para funcionar – e de um modo que não fira o orgulho do espanhol e que, mais importante, explore suas diversas habilidades.

A ordem agora é ter paciência com essa nova equipe, deixando os astros se entenderem – sem se esquecer que o Miami Heat perdeu para o Dallas Mavericks em seu primeiro ano e por semanas e semanas tinha um aproveitamento de 50% em sua campanha. Mas a pressão em Los Angeles, como Mike Brown e Phil Jackson podem testemunhar, se faz um pouquinho mais presente, né? Se o Lakers se arrastar com uma campanha medíocre até meados de fevereiro, aguarde para ver o burburinho aumentar.

Antes de fazer planos de troca para o barbudo, saibam de dois detalhe muito importantes:

– Gasol ganha US$ 19 milhões por ano (sim, são RS$ 38 milhões) e ainda em uma cláusula em seu contrato de que seu salário seria elevado em 15% caso seja trocado. Isto é, quem quiser tirar o pivô deverá arcar com um salário de quase US$ 22 milhões  – só Kobe Bryant ganha mais que isso na liga – ou convencê-lo a descartar esse gatilho. Ele toparia abrir mão de algum centavo para jogar no Hawks?

– O Lakers provavelmente vai querer incluir na transação um de seus veteranos armadores reservas: Chris Duhon ou Steve Blake. O que elevaria o valor dos salários para US$ 22 ou 24 milhões. É muito difícil que um time como o Rockets, cheio de bons e jovens jogadores, consiga construir um pacote que chegue a esse valor sem dar um time inteiro. Além disso, o Lakers não pode exceder o limite de 15 atletas em seu elenco, tornando a dinâmica da negociação bem complicada.

De todo modo, se quiser levar o plano adiante, é de se imaginar que o clube californiano vá atrás de um ala-pivô sólido, de bom arremesso de média e longa distância e de múltiplos chutadores e jogadores atléticos para o banco de reservas, algo que combina mais com  sistema de D’Antoni.


Prévia Vinte Um para a temporada 2012-2013 da NBA
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Giancarlo Giampietro

Dá até vertigem de pensar. Começa nesta terça-feira a temporada 2012-2013 da NBA, e a gente sabe que, daqui até junho, vamos longe, bem longe, com os melhores jogadores do mundo, grandes confrontos, histórias engraçadas e escabrosas, novos heróis e vilões e sabe-se lá mais o quê. As surpresas são realmente o que mais divertem e atiçam colunas. Mas há alguns pontos que já valem a observação desde o tiro de largada:

Rei dos Anéis. Dãr

Rei dos Anéis. Dãr

LeBron James, enfim um rei
Por nove anos não houve jogador mais pressionado, perseguido e, ao mesmo tempo, cortejado e bajulado. Tudo pela mesma razão: seu incrível potencial para conquistar o anel e o que fazer com este potencial. Como LeBron vai agir agora que o peso de toda uma liga saiu de seus ombros? É possível fazer uma campanha ainda melhor do que a passada, com 27,1 pontos, 7,9 rebotes e 6,2 assistências, com 53,1% nos arremessos?

Celebridades
Precisa dizer mesmo? Se com Chris Mihm, Smush Parker, Sasha Vujacic e Kwame Brown já havia uma bagunça toda, imagine o circo quando o Lakers vai de Kobe, Howard, Nash, Gasol e o mais lunático de todos? Quem começa o campeonato com a maior cobrança é Mike Brown. Por mais bom moço e simpático que seja com os jornalistas, o técnico não inspira confiança alguma de que possa administrar um esquadrão desses. Instaurar o esquema ofensivo de Princeton em um elenco todo renovado já não parece o melhor primeiro passo. Outro ponto para ser monitorado: como vai ser o relacionamento de Kobe com os novos companheiros se as coisas não se acertarem conforme o esperado? E qual impacto eventuais tropeços podem causar na decisão de Dwight Howard. Lembrando: ele vai se tornar um agente livre ao final do campeonato.

Monopólio
Quando Danny Ainge encontrou um meio de juntar Kevin Garnett e Ray Allen com Paul Pierce, dificilmente esperava que as transações que salvaram seu emprego em Boston serviria como exemplo, como modelo de montagem no início da nova tendência para a construção dos supertimes da liga. Em quadra, a ironia continua: após seguidas derrotas para os velhinhos de Boston só motivou que LeBron procurasse abrigo com os amigos Dwyane Wade e Chris Bosh em Miami. E a preocupação dos proprietários dos clubes em evitar essa concentração de poder durante o último estúpido locaute parece não ter dado muito certo. Oras, o inimigo público número um, o Lakers, cansado de apanhar, ficou ainda mais forte! O Brooklyn Nets, com o investimento irrestrito de Mikhail Prokhorov, e o New York Knicks (coff! coff!) também foram atrás.

Lembra do Jeremy, Melo?

É bom não dar motivos para NYC se lembrar de uma Linsanidade, Carmelo

– Gangues de Nova York
Os clubes podem nem lutar pelo título, mas a mídia nova-iorquina vai dar um jeito de botar fogo nas relações entre Nets e Knicks. E olho nos ‘Bockers: depois de anos para tentar reformular seu elenco, a diretoria voltou a se aprisionar com contratos de médio prazo – algo muito perigoso numa liga cada vez mais restritiva no que se refere a movimentação dos jogadores. Então não importa se Amar’e já vai perder um bocado da temporada regular, ou se a maioria de seus reforços para este ano poderia estar muito bem aposentada a essa altura da vida. A base é esta, e pronto. Se, por ventura, os rivais de Brooklyn saírem na frente, como Spike Lee e outros fanáticos vão reagir? Vão tolerar mais um ano medíocre liderado por Carmelo Anthony?

Lugar de teatro é no palco
A NBA promete fiscalizar seus principais artistas. Quem for flagrado cavando, forjando faltas, no ataque ou na defesa, vai ser multado (veja os valores) e tomará pitos em público. Claro que essa medida desagradou aos jogadores, que dizem ser impossível julgar o que é uma reação desproporcional ao nível de contato físico filmado – e que não foi sentido por dirigentes da liga e árbitros.  Quem vai liderar o ranking?

*  *  *

Palavras-chave para os brasileiros:
O que está em jogo para o sexteto do Brasil na temporada e os desafios que eles encaram em suas equipes.

– Anderson Varejão e a saúde
– Fabrício Melo e Scott Machado e a D-League
– Leandrinho e a eficiência
– Nenê e a paciência
– Tiago Splitter e os minutos

*  *  *

Jogadores para marcar de perto:
Atletas que não são necessariamente as maiores estrelas da liga, mas cujo desempenho pode ser fundamental para levar seus clubes a uma boa campanha na temporada, enfrentando alguns elementos interessantes, seja de por conta de suas personalidades, ou pelos problemas e carências de seus elencos. Vamos continuar com a série até o final do ano.

Brook Lopez, Nets: pode um nerd fã de quadrinhos ser um xerife de garrafão?
DeMarcus Cousins, Kings: um colosso que tem tudo para ser dominante, menos a maturidade
Goran Dragic, Suns: os altos e baixos do sucessor de Steve Nash
Andrew Bougt, Warriors: a desesperada franquia espera que o australiano possa fortalecer sua defesa
Andrei Kirilenko, Wolves: dominante na Euroliga, o russo está de volta com seu jogo único

*  *  *

Palpites:
Chutes descabidos, mas que não podem faltar, ou podem? Mas podem falhar, então apelamos ao espírito covarde e nos resguardamos com outras duas possibilidades, mas que não têm nada a ver com as versões do mundo bizarro que valem como o inverso do que poderia acontecer.

Campeão: Miami Heat
Continuidade, superestrelas no auge, menos pressão, Ray Allen, difícil imaginar o que poderia atrapalhar a jornada rumo ao bicampeonato. (Quem mais? Thunder ou Lakers.)

Mundo bizarro: Charlotte Bobcats, Michael Jordan consegue novamente!

Final: Miami Heat x Los Angeles Lakers
David Stern daria piruetas de samba-canção no coração de Manhattan. Os proprietários radicais dos pequenos mercados quebrariam seus escritórios. Star power. (Quem mais? Heat x Thunder.)

Mundo bizarro: Washington Wizards x Sacramento Kings. Aquele que antes era um clássico do desarranjo, de equipes que reuniram muitos talentos nos últimos anos na loteria do Draft e, ainda assim, não conseguiram montar um time decente. Hoje vira um duelo de duas potências emergentes da liga, atropelando aqueles que esperavam construir dinastias. Fácil.

Alonzo Gee crava pelo Cavs

M-V-Gee. Nem nos sonhos de Dan Gilbert

MVP: LeBron James
Explicado lá em cima, né?

Mundo bizarro: Alonzo Gee. Nada contra, nada pessoal, é um jogador que trabalhou firmemente nos últimos anos a partir da  D-League e conseguiu um contrato que provavelmente deixaria o agente Leandrinho satisfeito. A graça aqui que ele é o ala titular do Cleveland Cavaliers. Pegou?

Melhor técnico: Tom Thibodeau (Bulls)
Fazer mais com menos, tudo baseado em um sistema defensivo impressionante, dos mais fortes que a liga já viu. Se conseguir transformar uma unidade com Marco Belinelli, Vlad Radmanovic e Nate Robinson em uma sólida retaguarda, valeria até um Nobel. (Quem mais: Rick Adelman pelo Wolves e Avery Johnson pelo Nets.)

Mundo bizarro: Vinny Del Negro (Clippers), aquele que saiu de um Derrick Rose para um Chris Paul,  consegue finalmente juntar as peças sem atrapalhar com o que monta em quadra – parte de seu time quer correr e decolar para enterradas, enquanto outra parte quer jogar em meia-quadra, de um modo mais metódico –, fazendo  o Clippers a fungar no cangote

Melhor sexto homem: Ray Allen (Heat)
Aaaaaaaaargh! Mas aí é a hora de por o coração na mesa. Quantos chutes completamente livres o veterano vai ter nesta temporada? (Quem mais:  Kevin Martin pelo Thunder, Mike Dunleavy Jr. pelo Bucks,  Matt Barnes pelo Clippers, Carl Landry pelo Warriors e Chase Budinger pelo Wolves… Desculpe, mas impossível segurar em três.)

Mundo bizarro: Andray Blatche (Nets). Em um time com quinteto titular bastante vulnerável defensivamente, um dos jogadores mais problemáticos e imaturos da NBA consegue sair do banco para fazer o papel de durão, cobrindo espaços e protegendo o aro, sem dar nenhuma dor-de-cabeça ao pequeno general Avery Johnson durante todo o ano. Nem Gilbert Arenas poderia com isso. 

Anthony Davis, calouro número um do Draft

Toco para o Monocelha. Vá se acostumando

Melhor calouro: Anthony Davis, o Monocelha (Hornets)
Uma barbada, segundo todas as fontes possíveis. Um baita defensor, extremamente concentrado e inteligente, já aos 19 anos. O ataque chegará aos poucos, ainda mais nas mãos de um ótimo treinador. (Quem mais: Damian Lillard pelo Blazers e Jonas Valanciunas pelo Raptors)

Mundo bizarro: Fabrício Melo (Celtics). O pivô brasileiro  que pouco jogou na pré-temporada, evolui consideravelmente a cada mês e termina o ano como o cadeado da defesa de Doc Rivers e vira uma figura cult em Boston. Seu mentor Kevin Garnett enfim daria o braço a torcer e o chamaria de “Fab”.

Melhor defensor: Dwight Howard (Lakers)
Enquanto o ataque dos angelinos não se ajusta, o pivô vai ter de fazer a sua parte na cobertura, com uma ajudinha de nosso anti-herói Ron-Ron. (Quem mais: Joakim Noah pelo Bulls e Kevin Garnett pelo Celtics.)

Mundo bizarro: JaVale McGee (Nuggets). O cabeça-de-vento põe os pingos nos is e se transforma numa versão 2.0 de Dikembe Mutombo.


Cartolas apontam Miami como grande favorito ao título e LeBron como o melhor da NBA
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Giancarlo Giampietro

Não um, mas dois, mas três...

Não adiantou o Los Angeles Lakers contratar Dwight Howard e Steve Nash de uma vez, não. Em sua pesquisa anual com os 30 gerentes gerais de suas franquias, o site da NBA constatou que esses dirigentes ainda consideram o Miami Heat como o grande candidato ao título da próxima temporada.

A equipe da Flórida recebeu 70% dos votos na enquete. O Lakers ao menos tem o consolo de ser um dos outros dois clubes mencionados, com 23,3%, superando os 7,7% do Oklahoma City Thunder, atual campeão do Oeste, que o eliminou nos últimos playoffs.

A enquete também constata uma clara elevação no status do astro nos bastidores da liga.

Dãr.

Nada como um título.

Depois de sua atuação dominante no campeonato empastelado graças ao locaute, LeBron James foi votado por 66,7% dos cartolas como favorito ao prêmio de MVP de 2013 (mesma votação de Kevin Durant no ano passado, diga-se) – 20% foram com Kevin Durant, 16,7%, com Dwight Howard e 6,7%, com Chris Paul.

LeBron no auge

Agora, sim, LeBron é o rei da NBA para os gerentes

Quando questionados sobre qual atleta eles gostariam de ter para começar as operações de uma franquia, 80% responderam seu nome, contra 16,7% de Durant e 3,3% de Howard. Em 2011, a pesquisa teve um empate entre Durant e James, com 37%. LeBron também foi eleito como o jogador que mais força os técnicos fazerem ajustes em seus sistemas para tentar conter (50%) e o melhor ala da liga (73,3%) – algo relativo, considerando as tantas funções que o craque desempenha em uma partida.

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Na eleição posição por posição, Chris Paul bateu forte concorrência para ser apontado como o melhor armador, com 69%, seguido por Derrick Rose (20,7%), Rajon Rondo (6,9%) e Tony Parker (3,4). Rose havia vencido em 2011 com 59,3%.

Kobe Bryant ganhou como melhor shooting guard: 66,7%, diante de 23,3% de Dwyane Wade, que certamente não gostou nada, nada do resultado.  Durant e seu companheiro de Thunder, James Harden, e Manu Ginóbili foram outros lembrados.

Entre os alas-pivôs, outro posto com diversos candidatos, Kevin Love brilhou com 30%, de modo até surpreendente, dado o conservadorismo que costuma predomuniar nas diregções dos clubes. O segundo foi Dirk Nowitzki, com 23,3%, enquanto LeBron  teve 16,7%, LaMarcus Aldridge, 10%, e Kevin Garnett e Blake Griffin, 6,7% – Tim Duncan e Pau Gasol também figuraram na liga.

Por fim, Dwight Howard liderou com folga (93.3%), mas houve dois dirigentes que apontaram aquele que ele substituiu em Los Angeles, Andrew Bynum, reforço do Philadelphia 76ers.

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Entre os brasileiros, Tiago Splitter foi citado em uma de suas perguntas, recebendo um voto quando os gerentes gerais foram questionados sobre qual jogador estrangeiro da NBA teria o desempenho, digamos, mais surpreendente na próxima temporada. Neste quesito, quem levou recebeu mais votos foi o jovem pivô Jonas Valanciunas, do Toronto Raptors (17,2% ou seis).

Kobe, decisivo?

Kobe é outro que não vai gostar muito da pesquisa

Já Anderson Varejão aparece em duas questões, com um voto em cada: “Quem faz mais considerando habilidades naturais limitadas?” e “Quem é o jogador mais durão da liga?”. Engraçado que o capixaba é um jogador extremamente atlético ao seu modo. Pode não ter a força física ou estar longe da impulsão de um Howard ou Blake Griffin, mas é muito veloz, ágil e coordenado. Essa discrepância mostra um pouco como alguns diretores enxergam o jogo.

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Para fechar, claro, os tiros no estouro do cronômetro. Pela primeira vez em muitos anos, Kobe Bryant não foi o mais votado quando perguntados sobre qual atleta gostariam de ver com a bola nas mãos para fazer o arremesso decisivo de um jogo. Dessa vez deu Kevin Durant, com 46,7%, contra 40% do veterano. Carmelo Anthony teve 6,7%. Chauncey Billups e LeBron tiveram um voto cada.

Clique aqui para conferir todas as perguntas da gigantesca enquete que o NBA.com elabora. Sempre muito divertido de conferir.


Dwight Howard estreia bem pelo Lakers, mas não evita 6ª derrota na pré-temporada
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Giancarlo Giampietro

Manchete no Lakers.com

Falta em Howard: como nos tempos de Shaq, é bom que o Lakers se habitue com isso

Acabou a espera, mas não cessaram as derrotas.

Dwight Howard chorou e fez sua primeira partida pelo Lakers na noite deste domingo em derrota para o Sacramento Kings por 99 a 92 em amistoso disputado no Staples Center. Essa foi a sexta derrota em seis compromissos da equipe angelina pela pré-temporada.

“Eu, na verdade, chorei um pouco. Durante o anúncio dos times titulares, um de meus companheiros me flagrou, então tentei esconder, mas estava empolgado. É realmente algo que emociona, porque não ia para a quadra há um tempo. Não sabia o que esperar, mas é uma experiência que põe as coisas em ordem”, disse.

Por mais que se diga que a pré-temporada pouco importa em termos de resultados, isso não impede que a rapaziada em Los Angeles já comece a querer entrar em pânico – afinal, até o Charlotte Saco de Pancadas já venceu a sua. Porque é deste modo que as coisas acontecem entre os torcedores do clube.

Mesmo que Howard não tivesse participado dos cinco reveses anteriores. Que os titulares tenham jogado pouco mais de 20 minutos na maioria deste compromissos. Que o time esteja instaurando um novo sistema ofensivo, e com uma série de novos atletas, entre eles um cara como Steve Nash, que, comparado com Derek Fisher, Steve Blake e, opa!, Smush Parker, muda consideravelmente a dinâmica do que acontece em quadra. Leva um tempo para tudo isso se acomodar.

O quinteto reserva pode ser extremamente frágil, sim – ontem jogaram Chris Duhon, Meeks (aquele que pegou a suposta vaga de Leandrinho), Devin Ebanks, Antawn Jamison e Robert Sacre (que vai dar lugar a Jordan Hill, uma boa melhora, mas não exatamente decisiva). Mas durante a temporada regular seus minutos serão regulados, e alguns dos integrantes da estelar formação titular serão mesclados aqui. Fique tranquilo, que o Lakers não vai entrar com um time desses num quarto período de partida oficial contra o Oklahoma City Thunder. (Ainda que, ontem, nos minutos finais estivessem jogando os titulares de LA e os reservas da capital californiana. Oooops.)

Com Howard, o clube tem a certeza de que conta novamente com um superpivô em suas fileiras. Depois de meses e meses parado por conta de uma cirurgia nas costas, ele voltou com tudo contra o Kings, com 19 pontos, 12 rebotes, 4 tocos e 2 assistências em 33 minutos, tendo de lidar com o colosso que é DeMarcus Cousins (16 pontos, 6 rebotes e 4 bolas recuperadas).

A defesa de Mike Brown ganha uma nova dimensão ao se rodear em torno de Howard, um atleta de primeiro, mas primeiro mesmo, time, capaz de cobrir seus companheiros num relance, protegendo o aro e intimidando os adversários com suas decolagens e trancos. Com ele em quadra no domingo, a equipe teve saldo positivo de cinco pontos, na verdade, enquanto Nash, Kobe e Ron Artest e seu fantástico mundo tiveram +7.

“Perdemos o jogo, mas há muitos pontos positivos para tirar, e vamos seguir melhorando. Vamos nos entrosar e começar a ler o jogo de cada um de uma forma melhor, mas neste momento ainda estamos cedo no processo”, disse Howard.

Para tentar, de todo modo, vencer uminha que seja, a estelar equipe tem mais dois amistosos pela frente: quarta-feira contra o Clippers e quinta novamente contra o Kings. Howard deve participar de apenas um desses jogos, por precaução da comissão técnica.

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A principal missão defensiva de Howard deverá ser fazer a cobertura de Steve Nash. O genial armador pode contribuir muito no ataque para organizar tantas armas, mas na defesa ele pode significar até mesmo uma piora em relação ao que Fisher, Blake e Ramon Sessions ofereciam. Contra o Kings, os baixinhos de lá fizeram a festa: foram 31 pontos somados entre Isiah Thomas, Aaron Brooks e Jimmer Fredette. Aliás, o técnico Keith Smart tem uma decisão intrigante pela frente – se é que algo pode ser intrigante quando estamos falando de Sacramento: como encontrar tempo de quadra para os três jogadores ou quem escolher como carregador de toalha e gatorade durante a temporada.


Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: Andrew Bogut
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Giancarlo Giampietro

Andrew Bogut

Bogut fica bem de terno, mas o time quer é vê-lo em quadra

Enquanto Andrew Bynum dava ainda um trabalhão para Phil Jackson, exigindo o máximo das técnicas motivacionais (e provocativas) do Mestre Zen, seu xará australiano, Bogut, trabalhou pela classificação como “o segundo melhor pivô” da NBA, atrás apenas dele, o líder absoluto, disparado, campeão com mais de dez rodadas de antecedência, Dwight Howard.

Mas podemos dizer também que Bogut nem trabalhou tanto assim e ganhou o vice-campeonato dos “cincões” por inércia, mesmo. De tão deslocada que parece a posição hoje em tempos do superatlético Miami Heat.

Só não tente dizer isso a Jerry West, ele mesmo, o Logo, e agora consultor manda-chuva do Warriors. Muito menos a Joe Lacob, o dono do clube, que faz de tudo – até o que não deve – para que a equipe volte a ser competitiva na Conferência Oeste e que para que seja amado por uma das torcidas mais peculiares da liga. Mesmo que, para isso, ele precise arruinar uma homenagem a Chris Mullin e ser vaiado por todo o ginásio:

Esses caras apostaram alto em Bogut como o jogador que revolucionararia a franquia dentro de quadra, como o primeiro pivô a fazer a diferença pelo time desde os tempos de… Felton Spencer? Rony Seikaly? Ou quem sabe… Clifford Rozier? Todd Fuller? Manute Bol? Hm… melhor ficar com Nate Thurmond, aquele monstro defensivo lá nos anos 70.

Nate Thurmond

Nate Thurmond em foto que já diz tudo

(Parêntese: pensar nos grandes pivôs que a NBA já teve no passado funciona na minha cabeça como os grandes pesos pesados que o boxe já teve. Thurmond, Alcindor, Malone, Wilt, Russell… Até os nomes se encaixam. Agora voltando…)

Monta Ellis era um cestinha pouco eficiente, e foi o que custou ao Warriors para ter Bogut. Não seria de fazer ninguém chorar. Mas o ala-armador era adorado por essa gente torturada que aprecia e nunca abandona um clube por mais que suas participações nos playoffs sejam muito mais raras do que anos bissextos.

Aí entra o australiano, que sofreu duas lesões bizarras nas últimas temporadas e disputou apenas 77 jogos de 144 possíveis. A metade, na mosca. Jornalista não sabe fazer conta. Há quem diga que foi só azar – e, realmente, a queda que ele teve depois de uma enterrada que resultou numa fratura absurda em seu braço foi muita falta de sorte (vídeo forte, escondido lá no pé do post). Porém, como explicar o fato de que até hoje o pivô disputou apenas uma temporada completa em sua carreira, justamente a sua de novato? Fora essa, apenas em uma outra campanha ele bateu a casa de 70 jogos: 2007-08. De resto, no mínimo 14 jogos perdidos por ano. É muita coisa.

O Warriors vai abrir a temporada 2012-13 com muitas esperanças, e não dá para dizer que dependa exclusivamente de Bogut para vencer. O armador Stephen Curry é um dos jogadores mais talentosos da nova geração, mas também não consegue parar em pé. Olho no ala Klay Thompson, que pode ser uma das surpresas do ano. O novato Harrison Barnes é outro badalado. David Lee te dá um double-double por jogo no Fantasy. Com Jarret Jack, Richard Jefferson, Andris Biedrins e Carl Landry, o banco nem é tão ruim assim.

Mas não tenha dúvidas: se a equipe está pensando, mesmo, em chegar aos playoffs, com chances de avançar nos mata-matas, tudo gira em torno da saúde, sim, do australiano.

A começar por sua presença defensiva. Não só por seus mais de dois tocos por partida nas últimas três temporadas ou pelo ótimo aproveitamento nos rebotes. Mas muito por sua inteligência no posicionamento, fechando espaços, podendo ser dominante mesmo com pouca impulsão ou velocidade. No ataque, se tudo der certo, a presença de Curry (ótimo passador e um arremessador melhor ainda) e Thompson (gatilhaço), abrindo a quadra, devem contribuir muito também para ele encaixar seus movimentos lentos, mas técnicos.

Assim sonham Lacob, West e hipongas.

Que desencanem disso aqui, então:


Bagunça no elenco do Rockets ainda é empecilho para o sonho de Scott Machado
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Giancarlo Giampietro

Estamos assim, então: é provável que Scott Machado assine seu contrato com o Houston Rockets no decorrer desta quinta-feira, numa pequena grande vitória em sua batalha para se firmar na NBA.

Explicando o contraponto entre pequena e grande: o brasileiro nova-iorquino dá mais um passo para esquecer a frustração de ser ignorado no Draft, cria um vínculo oficial com um clube e vai ter sua chance. O porém é que, por mais que tenha três anos o acordo, ele poderá ser desfeito no momento em que a franquia texana achar melhor. É o famigerado contrato sem garantias, um asterisco importante.

Scott Machado em ação em Las Vegas

Scott, de preto, em ação em Las Vegas

Scott vai para o training camp com Kevin McHale, poderá participar eventualmente da pré-temporada, mas não está necessariamente assegurado no elenco para o início do campeonato.

Aliás, em termos de plantel, o supernerd Daryl Morey tem uma tremenda bagunça para resolver nas próximas semanas. Com Scott, o Rockets terá 20 atletas sob sua alçada – quatro quintetos, um número elevadíssimo. O máximo que um clube pode carregar para a temporada são 15. Fazendo essa complicadíssima conta,  decorre que cinco terão de ser cortados.

E aqui a questão não é nem confiar, ou não, no jogo do armador. O problema é que, dos 20 atletas, 16 já têm contratos garantidos para a próxima campanha. Estes aqui: Jeremy Lin, Toney Douglas, Shaun Livingston (armadores); Kevin Martin, Chandler Parsons, Carlos Delfino, Jeremy Lamb, Marcus Morris, Royce White, Terrence Jones, JaJuan Johnson, Gary Forbes (alas); Patrick Patterson, Omer Asik, Donatas Motiejunas, John Brockman (pivôs).

Além disso, com o mesmo status de Scott estão o armador Courtney Fortson (seu rival por tempo de quadra durante a Summer League de Las Vegas), o ala Diamon Simpson (veterano de D-League e com boa participação na última liga australiana) e o pivô Greg Smith (destaque em seu primeiro ano de D-League e promissor).

É muita gente, e a conta não fecha. Para entender como o Rockets chegou a esse ponto: a ideia era acumular muitos jogadores jovens e contratos pequenos e não-garantidos para tentar emplacar uma troca por Dwight Howard – ou Andrew Bynum como plano B. Ele estava atrás de uma superestrela para liderar o clube desde a aposentadoria de Yao Ming, o gigante gentil. Não conseguiu, e deve ter enchido a cara ao tomar nota da negociação que mandou Howard para o Lakers e Bynum para o Sixers.

Dwight Howard agora posa de Laker

Dwight Howard agora posa de Laker. Cobiça pelo pivô deixou Morey em uma enrascada para montar seu elenco

Morey agora claramente precisa orquestrar alguma troca. Qualquer troca em que pelo menos dois jogadores saiam e um chegue. Para Scott Machado, seria mais interessante ainda que fossem embora quatro ou cinco dos texanos.

Mas como e com quem seria fechada a transação? Boa parte dos times já apresenta elencos fechados, definidos. Além disso, os dirigentes sabem que seu concorrente está em uma enrascada, numa posição desfavorável para barganhar. Na pior das hipóteses, ele vai ter de simplesmente dispensar um jogador de contrato garantido e pagar seu salário na íntegra. Dinheiro jogado fora, isto é.

Desculpem a água no chope, mas, para ver seu sonho de NBA se realizar, o armador brasileiro vai precisar jogar muito nos treinos do Rockets e, ainda assim, esperar, depender que Morey, considerado um dos cartolas mais inventivos da liga, bote a caixola para funcionar.


Howard tem a missão de suceder pivôs do Lakers em Hollywood. Relembre os clássicos
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Giancarlo Giampietro

Ao vestir a camisa do Lakers, sendo um pivô, Dwight Howard sabe que tem uma grande responsabilidade pela frente… Virar um astro de Hollywood!

Mais do que dominar meros mortais como rivais, o jogador precisa honrar a brilhante participação de seus antecessores com o uniforme amarelo e roxo que causaram no cinema: Kareem Abdul-Jabbar, Wilt Chamberlain, Shaquille O’Neal. São performances marcantes, ignorados injustamente pela Academia.

Preparem-se. É muita emoção:

ABDUL-JABBAR, “ROGER” e BRUCE LEE (Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu, 1980, Jogo da Morte, 1974)

Uma das estrelas mais sisudas que a NBA já teve estrelando um clássico pastelão da Sessão da Tarde com Leslie Nielsen! Vai ver que o ex-Lew Alcindor era apenas um incompreendido. Nesta sequência, ele trava um diálogo com o pentelho do garoto Joey, que insiste em falar que o co-piloto seria Abdul-Jabbar, embora este garanta se chamar Roger Murdock. Até que ouve um bom “trash talk” do menino, não se aguenta e se revela. Detalhe para as intervenções do piloto, sensacionais. “Você já viu um homem adulto nu?”, pergunta. Qual a chance de essa frase ser aprovada no mundo-censura de hoje?

O maior cestinha da história da NBA tem uma vasta filmografia. Mas sua estreia nas telonas aconteceu de modo trágico: Jogo da Morte, o último título rodado por Bruce Lee, o astro do Kung Fu que morreu durante as filmagens, em 1974. Abdul-Jabbar e Hai Tien, personagem de Lee, se enfrentam em uma luta épica no quarto andar de um prédio-cativeiro que o protagonista tinha de subir para libertar seus familiares.

Primeiro vamos com o bom-humor de Airplane! e, depois, a pancadaria com Bruce Lee. Neste, reparem na diferença de altura entre os dois combatentes e as cores do uniforme do lutador, que seriam homenageadas no Kill Bill de Tarantino 30 anos mais tarde:

WILT CHAMBERLAIN X GRACE JONES (Conan: O Destruidor, 1984)

O homem dos 100 pontos em um jogo e das proclamadas cerca de 20.000 ‘namoradas’ enfrenta a batalha de sua vida: a cantora disco, musa cult, ícone fashionista Grace Jones. É vida ou morte para seguir a jornada com o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger. Bravo!

SHAQUILLE O’NEAL, GENIO, VIGILANTE E JOGADOR (Kazaam, 1996 e Steel – O Homem de Aço, 1997, e Blue Chips, 1994)

Perto do que estrelaram Kareem e Wilt, o Shaq que nos desculpe, mas seus filmes de humor não têm muita graça, não. Como diria qualquer cinéfilo que se preze: “Não se fazia mais filmes de bobageira com pivôs do Lakers como antigamente”. Abaixo, Shaquille O’Neal tem a infeliz ideia de aceitar o papel de um gênio hip-hop da lâmpada, o Kazaam. Depois, faz as vezes de super-herói (antes de Dwight Howard, ele foi o primeiro Superman, oras!), interpretando um dos poucos vigilantes negros dos quadrinhos, o Steel, personagem criado pela DC Comics na sequência da saga da “Morte do Super-Homem”. Na real, era para ser um filme de ação, né? Mas, de tão trash, ficaria na prateleira cômica da locadora virtual 21.

Por fim, o inesquecível Blue Chips, com Nick Nolte, que faz sua denúncia contra a sujeirada do esporte universitário norte-americano em contraponto a uma educação do bom jogo e bons valores, blablabla, com direito a participação de Rick Pitino no começo e Bobby Knight no fim, além de Kevin Garnett, Allan Houston, Larry Bird e muito mais. Vejam a cena com o técnico Nolte abordando sua ex-mulher, professora, que concorda em dar uma força para Shaq/Neon elevar suas notas:

– Veja também: na encarnação passada do blogueiro, Shaquille O’Neal rapper e Michael Jackson interagindo com Magic Johnson e Michael Jordan.


Em meio ao caos olímpico, Orlando Magic manda Howard para o Lakers
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Giancarlo Giampietro

Dwight Howard agora posa de Laker

Dwight Howard agora posa de Laker

Para ajudar o blogueiro que nem estava atolado assim na vida e forçar que todos os setoristas de NBA cobrindo as Olmpíadas madrugassem em Londres, o Orlando Magic, enfim, aceitou uma proposta e fechou nesta sexta-feira a negociação que e o Mickey Mouse mais esperava. Chega de novela e pesadelos com Dwight Howard para o clube da Flrórida.

Muita gente vai odiar, outros vão se assustar, e é por aí mesmo: o superpivô vai reforçar o Los Angeles Lakersna próxima temporada. Como foi a megatroca, da qual participaram Denver Nuggets e Philadelphia 76ers também? Vamos com o desfecho abaixo e os comentário:

O Lakers recebe Howard, o armador Chris Duhon e Earl Clark.
O quinteto dos caras vai ser este aqui só: Steve Nash, Kobe Bryant, Ron Artest, Pau Gasol e Howard. Não sei, não, mas desconfio que nosso amigo Mike Brown vai ter alguma pressão para fazer o time atacar nesta temporada… Pensando no seu sistema ofensivo, porque a retaguarda acaba de ganhar o atleta eleito o melhor defensor da liga por três anos. Essa é a preocupação – e por acaso algum torcedor angelino vai ficar tenso depois de uma bargaha dessa??? – de curto prazo. A segunda, para daqui a um ano, é seguinte: Howard está na última temporada de contrato, e pode deixar a franquia de mãos abanando. Porém, sabendo que o pivô é carente ao extremo em termos de visibilidade, que está num tremendo mercado e numa cidade de clima agradável, que pode receber US$ 30 milhões a mais do Lakers do que de qualquer outra franquia e que vai jogar em um timaço, quais as chances de isso realmente acontecer? Muita coisa precisa dar errado.

No mais, Duhon é o peso morto do qual o Orlando se livro e vai competir com Steve Blake para ver quem brincará mais com o jovem Darius Morris. Clark é um jogador  que já foi comparado a Lamar Odom, mas nunca teve – ou mereceu? – muitas chances. Seja pelo Phoenix Suns, que o draftou na loteria, e pelo Orlando, onde era elogiado pelo potencial defensivo, mas ficava no banco de Ryan Anderson, Brandon Bass e Big Baby.

O Sixers recebe o pivô Andrew Bynum e o ala Jason Richardson.
Com o salário anistiado de Elton Brand, o time de Philadelphia deu sinais de vida, entrou no negócio e pegou o segundo jogador mais talentoso de todo o pacote, surpreendentemente. Bynum está na mesma situação de Howard: tem apenas mais um ano de vínculo e vai precisar ser convencido de que vale a pena renovar com o clube. A regra dos US$ 30 milhões vale para ele da mesam forma. Com o grandão, a equipe tem seu primeiro pivô decente desde Dikembe Mutombo e vai alterar drasticamente sua forma de atuar, saindo do perímetro para o garrafão.

J-Rich tem mais US$ 18 milhões em três anos de salário, mas pode ser útil ainda, desde que perca uns quilinhos e não se acanhe de revezar com Evan Turner e Nick Young durante a campanha. Se for minimamente produtivo, foi um tremendo negócio.

O Nuggets recebe o ala Andre Iguodala.
O terceiro melhor jogador da complicada transação vai para as Montanhas Rochosas. Uma baita sacada: num sistema que abusa da velocidade, preparo físico e capacidade atlética de seus jogadores, Iggy cai como uma luva. Vai ter muito mais gente com quem correr em quadra e mais liberdade para poder criar ofensivamente (desde que não não seja nos moldes de um JR Smith, claro). Ao lado de McGee, o Manimal Faried, Corey Brewer e Wilson Chandler, Iguodala também aumenta a pegada defensiva da equipe. Vai ser um inferno para os Kobes e Hardens no Oeste. O gerente geral Masai Ujiri vai muito bem no cargo.

O Magic recebe… Arron Afflalo, Al Harrington, Maurice Harkless, Nikola Vucevic, Josh McRoberts, Christian Eyenga e mais três escolhas de primeira rodada (Nuggets, Sixers e Lakers) e duas de segunda rodada do Draft (Nuggets, Lakers).
Se três clubes já haviam se dado bem na troca, alguém teria de ficar com o prejuízo, não? E… Fica até difícil colocar em palavras o quão aturdido essa negociação deixa. Incompreensível a motivação por trás desse pacote.

Vamos lá: Afflalo é um bom soldado, um jogador muito esforçado, prova viva de que, com dedicação e seriedade, um atleta pode evoluir muito, e será um titular por muito tempo. Alguns scouts afirmaram durante todo o processo do Draft que Harkless pode ser um prodígio, mas demorando alguns anos – anos que Eyenga já tem de liga, ainda sem espaço algum. Vucevic tem potencial, mas não de um cara que faça diferença. Harrington tem mais três anos de contrato, então não é que Orlando tenha limpado sua folha salarial.

E o que mais? McRoberts é um ala-pivô: posição que já contava com os calouros Andrew Nicholson e Kyle O’quinn, o segundanista Justin Harper, o gigante Big Baby e o mexicano Gustavo Ayón. Somando Vucevic e Harrington, são sete atletas brigando na mesma. Uma bagunça. O estreante Jacque Vaughn que se vire com uma combinação de Jameer Nelson, Afflalo, Turkoglu/Harkless, Nicholson/Ayón/Vucevic/Glen Davis. De novo: inacreditável. Os donos da franquia demoraram muito para tomar a decisão de se livrar de Howard. Receberam algo muito, mas muito abaixo de seu valor mercado. Vão reconstruir, mas vai demorar um bocado.


Nova NBA não impede concentração de forças
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Giancarlo Giampietro

Eles brigaram por mais de seis meses. Teve advogado que se passou por racista em discurso inflamado, Dwyane Wade apontando o dedo para David Stern e deixando a sala de reuniões furioso, Michael Jordan eleito vilão pelos jogadores que o veneravam, donos de clube quase se estapeando com objetivos completamente diferentes. Foram perdidos 16 jogos de cada time e umas seis semanas de temporada graças ao lo(u)caute da NBA no ano passado.

Mas sabe o que é o pior?

A julgar pelas negociações do mercado deste ano, de pouco adiantou tanta brigaiada, choradeira e revisão minuciosa no acordo trabalhista da liga, pelo menos que se refere e a um dos motivos da confusão toda: a composição dos “supertimes” – esse, o termo usado pelos proprietários de oposição ao sistema em voga. Das principais contratações realizadas até agora, grande parte delas envolve os famigerados e temíveis grandes mercados, clubes como a dupla de Nova York e os mais odiados de todos: Los Angeles Lakers e Miami Heat (embora Miami seja mais atraente pelo clima, vida noturna e pelos baixos impostos do que por ser uma metrópole do tamanho das demais).

Steve Nash, do Lakers

O novo camisa 10 do Lakers

Vamos lá:

– O Heat vai adicionar mais dois veteranos experimentados a sua dupla de estrelas e Chris Bosh – 😉 : Ray Allen e Rashard Lewis, que, seguindo os passos de Shane Battier, decidiram receber menos do que poderiam obter no mercado pelo privilégio de lutar (que luta, hein?) pelo anel de campeão. No caso de Allen, é ainda mais inexplicável, considerando que ele já ganhou o dele e tinha o dobro na mesa para ficar em Boston.

– Já o Lakers adiciona Steve Nash a seu ataque, para tentar facilitar a vida de Bryant e servir melhor seus grandalhões. De nada adiantou para o Raptors fazer uma proposta superior em até US$ 9 milhões. O armador alegou que, na Califórnia, estaria mais próximo das filhas em Phoenix, mas isso não quer dizer que teria assinado com Warriors ou Kings, né?

– Kidd saiu do Mavs para ganhar menos pelo Knicks também, e Camby também havia limitado suas opções apenas a os times nova-iorquinos e o Miami Heat – para ser justo, sua prioridade era ficar em Houston, sua casa, mas os texanos não tinham mais interesse em seus serviços.

– Deron Williams só aceitou ouvir propostas cdo Nets ou do Dallas, já que fez sua carreira colegial no Texas.

Aí, ok, você pode interpelar e dizer que: “Poxa, mas vão reclamar dessa cambada de velhinhos? Larga mão”.

Tem isso, sim. Ninguém sabe até quando vai durar a saúde desses reforços, todos já bem desgastados por longas carreiras. Só tenham em mente que, nesses supertimes, a carga deles diminui bastante, tanto em minutos como em responsabilidade.

Mas não são apenas os veteranos que mexem com a balança de competitividade. A saga de terror protagonizada por Dwight Howard em Orlando tem o maior cartaz nessa discussão. O pivô sorridente e imaturo do Orlando Magic esperneia e exige que seja trocado para o Nets. Simples assim. Ele quer, e pronto: não falem em outro nome além de Brooklyn, onde se juntaria a Deron Williams, Joe Johnson e Gerald Wallace para formar um novo esquadrão. A diferença é que, dessa vez, o David Stern não poderia vetar.

A demora nas negociações, porém, levou o Nets a seguir, temporariamente, outra direção e optar por continuar com Brook Lopez e tentar renovar também com Kris Humprhies. Por conta de implicâncias do telto salarial, a ida de Howard para o ponto mais hipster do mundo ficou dificultada. Mas a insistência em querer um só time em eventual troca deixou muita gente irritada e frustrada na liga. Até mesmo alguns jogadores, como o ala Jared Dudley, questionaram publicamente o comportamento do superpivô.

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Ray Allen, do Miami Heat

Ray Allen assina por menos com o Heat

Não há como comparar a formação do elenco do Miami Heat de hoje com a do Boston Celtics de quatro anos atrás ou as franquias históricas dos anos 80. Naquela era de ouro, Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar e James Worthy não tramaram para se unir no Lakers, assim como Bird, McHale e Parish no Celtics. Diversas trocas no decorrer dos anos deram a essas duas franquias a possibilidade de construir tais elencos. Ninguém decidiu por conta que seria assim. Bem diferente da costura entre Wade, LeBron e Bosh, que praticamente acertaram que jogariam juntos de tal modo que Pat Riley não titubeou em limpar toda a sua folha salarial ao extremo numa grande engenharia, para fazer a festa em 2010.

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De algo seviu a reformulação do pacto trabalhista da NBA: como muitos agentes temiam, boa parte da classe média e da baixa dos jogadores vem sentindo os efeitos das novas restrições orçamentárias. Os Derons e Kobes ainda vão ser bem pagos, mas a vida dos Nick Youngs e Shannon Browns vai ficar mais difícil: ou eles se viram com contratos razoáveis de apenas um ano, ou se contentam com um valor (bem) mais baixo do que imaginavam, mas com maior segurança em termos de tempo.


Acredite: Luis Scola está desempregado
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Giancarlo Giampietro

Luis Scola x Tiago Splitter

Sabe o Luis Scola, né? Aquele argentino que já se esbaldou tantas vezes contra a seleção brasileira muitas vezes? Pois bem: vocês não vão acreditar, mas, neste momento, ele está desempregado. E não tem nada a ver com crise financeira.

Nesta quinta-feira, poucas horas antes de enfrentar Anderson Varejão, Tiago Splitter & cia., o ala-pivô foi informado de que o Houston Rockets simplesmente decidiu cortá-lo de sua folha de pagamento. Num movimento aparentemente em busca de Dwight Howard, o clube texano decidiu usar a chamada “cláusula de anistia”, dispensando o talentos e aguerrido jogador.

Funciona assim: os US$ 21 milhões que Scola tinha em seu contrato, para serem distribuiídos por três temporadas, ainda vão ser pagos pelo Rockets, mas os valores não vão aparecer mais na folha salarial da franquia. Isso singifica, basicamente, que eles agora têm uma margem maior para adicionar mais contratos. Isto é, numa eventual troca com o Orlando Magic, poderia abosrver alguns jogadores indesejáveis, que o time queira despachar ao lado de Howard.

O objetivo de Daryl Morey, o padrinho surpremo dos nerds, é ambicioso, mas não deixa de ser chocante a dispensa de um jogador do quilate de Scola.

Em cinco temporadas pelo Rockets, o argentino perdeu apenas oito de 394 jogos possíveis, tendo feito quatro campanhas completinhas. Suas médias foram de 14,5 pontos e 7,7 rebotes, com um aproveitamento de 51% nos arremessos de quadra. No campeonato passado, seu rendimento foi de 15,5 pontos e 6,4 rebotes em 31,3 minutos por jogo.

Agora Scola vai ficar por 48 horas em “waiver”, período no qual os demais clubes da liga que estiverem abaixo do teto salarial geral podem se candidatar a contratá-lo. Caso passe batido, ele terá o direito de negociar com qualquer franquia como um agente livre.