Vinte Um

Arquivo : David Jackson

20 votos para o Jogo das Estrelas do NBB 2015
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Giancarlo Giampietro

Cabem quantos do Bauru no Jogo das Estrelas?

Cabem quantos do Bauru no Jogo das Estrelas?

A assessoria de comunicação da Liga Nacional de Basquete cometeu a loucura de me estender um convite para participar da votação para o Jogo das Estrelas do NBB7, que vai ser disputado entre os dias 6 e 7 de março, com sede ainda para ser anunciada.

Ao menos essa responsabilidade foi divida entre diversos companheiros de imprensa, assim como os técnicos – e seus assistentes –, capitães e (!) árbitros envolvidos com a competição, além de outras “personalidades” da modalidade. Cada um dos eleitores teve a chance de escolher dez nomes para o time brasileiro e outros dez para a equipe estrangeira. Você precisa dividir cada grupo entre titulares e reservas, e os votos dedicados aos titulares ganham peso maior.  Essa é uma novidade no processo que, creio, ajuda a diminuir a chance de injustiças.

Mas, prepare-se, elas podem acontecer. Veja a repercussão, na NBA, para a exclusão de um enfezado Damian Lillard, que não conseguiu nem mesmo a 13ª vaga e foi ao Instagram protestar, lembrando que havia sido ignorado por torcedores, técnicos e até pelo comissário Adam Silver. Ele merecia a vaga de Kevin Durant? Para mim, sim, levando em conta o fato de que o ala de OKC perdeu metade da temporada norte-americana.

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Esse tipo de polêmica certamente vai aparecer aqui neste espaço, agora que abro minhas 20 escolhas. Inevitável. Mas boa parte das discussões depende de quais critérios cada um vai adotar para escolher sua seleção. Pesa mais o sucesso da equipe ou o rendimento individual de cada atleta? Na dúvida, preferi a solução mais fácil: dosar um pouco de cada caminho. Privilegiei os destaques das melhores campanhas, mas também tentei abrir espaço para caras que estejam numa ótima temporada, ainda que seus clubes decepcionem. Só procurei pensar apenas no que acontece neste ano, e, não, ignorando o conjunto da obra – se o cara é o cestinha histórico do NBB, se é medalhista olímpico, se já passou pela NBA etc.

Mais: você vai segmentar, estratificar os jogadores por posição? Na planilha encaminhada pela LNB, era preciso escolher um armador, dois alas e dois pivôs. Esses conceitos são todos meio relativos, não? Pegue um time como Limeira, uma das gratas notícias do campeonato. Nezinho, Ronald Ramon e Deryk estão revezando constantemente, dividindo a quadra, escoltados pelo gatilho de David Jackson, do jeito que o Paulo Murilo pregou sempre em seu Basquete Brasil – e quando dirigiu o Saldanha da Gama. Tentei ir um pouco além da nomenclatura clássica.

Vamos aos votos do VinteUm, então, seguidos por breves explicações. Os quintetos titulares vão ser escolhidos pelos torcedores:

NBB – Brasil
Titulares
Nezinho (Limeira)
Alex Garcia (Bauru)
Marquinhos (Flamengo)
Jefferson William (Bauru)
Rafael Hettsheimeir

Reservas
Coelho (Minas)
Leo Meindl (Franca)
Giovannoni (Brasília)
Gerson (Mogi das Cruzes)
Caio Torres (reservas)

Jefferson merece o posto de titular: influência tática e técnica

Jefferson merece o posto de titular: influência tática e técnica

O desafio aqui foi evitar de escalar todo o elenco do Bauru, né? Tendo apenas 10 vagas em cada seleção, achei o mais correta a distribuição entre mais clubes, impondo um limite de três atletas para cada agremiação. E aí Ricardo Fischer acabou sendo sacrificado, em detrimento de seus companheiros bauruenses escalados entre os titulares (Alex segue influenciando o jogo dos dois lados da quadra, resistindo ao tempo, Jefferson William é fundamental no sistema de Guerrinha por sua mobilidade e poder de execução, além de um bem-vindo nível de atividade na briga por rebotes e na defesa, e Rafael Hettsheimeir, ainda que deveras enamorado pelo chute de fora, vem sendo bastante produtivo em seu retorno ao país). Nezinho assume a vaga de Fischer, sendo um dos líderes do Limeira, pontuando com muito mais eficiência do que na temporada passada, ainda que frequente menos a linha de lance livre. Para completar, Marquinhos, que ainda não recuperou o ritmo de seu sensacional NBB5, mas tem números que igualam ou superam sua última campanha, em menos minutos, e ainda é um pesadelo para qualquer defesa nacional conter. O Flamengo também não tem sido o mesmo, mas, da mesma forma, continua sendo um time de respeito

Marquinhos: os números não são os do auge, mas a ameaça é a mesma

Marquinhos: os números não são os do auge, mas a ameaça é a mesma

No banco, o jovem Coelho merece reconhecimento: ganhou autonomia em Belo Horizonte e respondeu muito bem, obrigado. Em termos de produção, é o jogador mais eficiente de sua posição entre os brasileiros, com 14,59 por jogo, mais que o dobro de sua carreira – e o mais interessante pode melhorar muito ainda como um armador forte, veloz e agressivo. Confesso: foi uma dúvida brutal optar entre ele e Nezinho na vaga de titular, mas pesou a maior propensão ao passe e o recorde da equipe do veterano. Leo Meindl vem numa curva ascendente em sua carreira, ajudando o Franca a se manter entre os seis primeiros, a despeito dos problemas financeiros. Talvez não no ritmo esperado, mas está subindo enquanto se distancia de uma complicada lesão no joelho. Seu arremesso de três pontos o abandonou nesse campeonato, e talvez fosse mais interessante que ele usasse sua habilidade no drible e o jogo de média distância para buscar a cesta. Giovannoni faz uma temporada que o colocaria na discussão para MVP, mas o fato de o Brasília ser a grande decepção da temporada impede que isso aconteça.  Foi cruel deixar Lucas Cipolini fora, mas não havia como eleger dois atletas do time candango, a despeito de seu ótimo rendimento estatístico. No garrafão, temos então o jovem e hiperatlético Gérson, que faz Mogi crescer cada vez que vai para quadra com seu energia e dedicação extrema, e Caio Torres, em boa forma, vai fazendo a melhor temporada de sua carreira nos rebotes e como referência interior do time que menos arremessa de três no campeonato. Entre ele e Rafael, a dúvida também é grande. Seus números são superiores, mas o bauruense divide a bola com mais gente. A campanha abaixo de 50% do São José também não ajuda.

NBB – Mundo
Titulares
Jamaal Smith (Macaé)
David Jackson (Limeira)
Marcos Mata (Franca)
Tyrone Curnell (Mogi das Cruzes)
Jerome Meyinsse (Flamengo)

Reservas
Kenny Dawkins (Paulistano)
Ronald Ramón (Limeira)
Jimmy Baxter (São José)
Shamell (Mogi das Cruzes)
Steven Toyloy (Palmeiras)

Jamaal, decisivo nas poucas vitórias do Macaé

Jamaal, decisivo nas poucas vitórias do Macaé

A posição de armador estrangeiro, gente, é a mais concorrida de todo o campeonato. Não encontrei lugar aqui para Caleb Brown, limitado a apenas oito jogos em Uberlândia devido a dores lombares), para o jogo clássico do baixinho Maxi Stanic, do Palmeiras, e nem para Nícolas Laprovíttola, que anda muito inconstante. David Jackson, creio, é uma unanimidade como um arremessador letal de todos os cantos da quadra. Já Mata e Tyrone servem como influência mais que positiva para os jovens companheiros devido ao tino para cuidar de pequenas coisas e a conduta exemplar em quadra. Curiosamente, de tanto fundamento que tem, o argentino vira uma arma ofensiva em quadras brasileiras, assim como aconteceu com seu compatriota Frederico Kammerichs. Curnell pode não ser o jogaodor mais refinado, mas seu vigor físico e seu empenho contagiam. Quando faz dupla com Gérson, é melhor sair da frente – uma dupla que representa bem a identidade vibrante do Mogi. Meyinsse é hoje o pivô mais completo em atividade no país, dosando força física e agilidade acima da média.

Toyloy, uma fortaleza difícil de se combater no garrafão

Toyloy, uma fortaleza difícil de se combater no garrafão

Ramón ganha uma vaga pela consistência que dá ao trio de armadores de Limeira, clube cujo rendimento pede também três indicados. Seus números caíram em quantidade, mas subiram em qualidade, ocupando uma vaga que, em nome e números poderia ser do jovem Desmond Holloway. O Paulistano, porém, insere o explosivo Dawkins no quinteto reserva, mesmo que não repita a química obtida no campeonato passado. Baxter tem números inferiores aos de Robbie Collum (em menos minutos também), uma figura importante para o Minas, mas se sobressai pela postura defensiva. Shamell tem passado bem menos a bola, mas ainda se sustenta como um cestinha decisivo nas quadras brasileiras, enquanto Steven Toyloy voltou a ser uma rocha no garrafão depois de um ano em que foi subaproveitado pelo Pinheiros, levando um Palmeiras a uma honrosa sétima posição.
Estão aí. Se for para xingar, que seja com educação, tá?


Chega ao fim a carreira de Kammerichs, o operário argentino e xodó do Flamengo por um ano
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Giancarlo Giampietro

Pesquisando sobre a seleção alternativa da Argentina que Júlio Lamas vai trabalhar para a Copa América, me deparei com esta manchete aqui o site do diário Olé, nosso bom e velho companheiro de tiração de sarro:

La extinción del Yacaré

 

Não é possível!

O jacaré?!

Sim, o jacaré Federico Kammerichs. O bigodudo que conquistou a torcida do Flamengo por uma temporada de NBB decidiu se aposentar neste ano, precocemente aos 33 anos. Convocado por Lamas, até pensou em fazer sua saideira em Caracas, mas optou por parar já, deixando o grupo dos atuais quarto colocados das Olimpíadas – e precisava lembrar!? – ainda mais inexperiente na busca pelo título continental e por uma vaga na Copa do Mundo.

Kammerichs, barba completa

O gesto característico de um Yacaré

Sem muita velocidade ou impulsão, mas com inteligência e coração, o ala-pivô teve uma carreira formidável, ainda que não à altura de seus companheiros de geração muito mais laureados. Ficando à sombra de Nocioni, Delfino e Herrmann, não teve lá muitos momentos brilhantes pela seleção, com exceção daquele fatídico Pré-Olímpico de Las Vegas 2007 – e precisava lembrar de novo, cazzo!? –, em que fez todo o serviço sujo necessário, limpando a quadra para Scola brilhar.

De qualquer forma, quando ele ficou aqui pertinho de nós, respirando os ares cariocas, Kammerichs mostrou o quanto podia ser especial em quadra.

Segue abaixo  um texto de nossa encarnação passada, tentando compreender o sucesso que ele desfrutava pelo Flamengo – pontuando bastante, somando double-doubles–, de certa forma surpreendente, para quem o conhecia apenas como um mero operário pela seleção argentina. Para não correr o risco de autoplágio, reproduzo na íntegra, já que não haveria muita coisa para acrescentar a respeito do cara, que fez sua última temporada pelo Regatas, em casa.

Foi publicado em 10 de janeiro de 2012, o que obviamente o inviabiliza desde já a concorrer à categoria de clássico da literatura esportiva nacional, logo depois de uma derrota rubro-negra para o Uberlândia, em dia inspirado do americano Robert Day.

Vamos lá:

“Robert Day acabou roubando a cena. A pauta prévia do VinteUm era assistir ao duelo entre Flamengo e Uberlândia no sábado com olhos fixos (bem, na medida que o enquadramento da TV permitir) em Federico Kammerichs, que vem arrebentando no campeonato nacional. Desviamos um pouco a atenção, mas cá estamos com ele.

Para os que acompanham o bigodudo por anos e anos de confronto com a Argentina, não surpreende que o medalhista olímpico contribua positivamente para o clube carioca e que seja um sucesso no NBB. Só não dava para esperar tamanho êxito, che: Kammerichs vai sustentando médias de 13,9 pontos por jogo, algo que jamais contentaria um Oscar Schmidt, mas é de se destacar num clube que já reuniu na mesma quadra gatilhos como Machado, Leandrinho e David Jackson, em um contexto de salve-se-quem-puder. Nos rebotes, está ainda melhor, com 10 por partida, liderando toda a liga. Além disso, seu aproveitamento nos arremessos de dois pontos é de 69,47%, convertendo basicamente seis por jogo a cada oito ou nove tentativas. Seus números defensivos não são de outro mundo, num reflexo de seu posicionamento correto, em detrimento de  precipitações em busca de roubos de bola ou tocos. Na somatória, noves fora, temos o segundo jogador mais eficiente (estatisticamente) do campeonato.

Aquela noite inesquecível de Las Vegas 2007

Kammerichs, naquela dolorida vitória argentina em Vegas

Um quadro que não condiz, que não bate com o que aprendemos a admirar – ou lamentar, dependendo do grau de envolvimento emocional – em suas partidas pela seleção argentina, na qual é valorizado por sua atenção aos pequenos detalhes do esporte, e, não, como um carro-chefe da equipe, daqueles com volume de jogo (mucho gusto, Scola, Delfino, Nocioni, Ginóbili, Quinteros, Prigioni etc).

Em toda a sua carreira em torneios FIBA com a albiceleste, só teve duplo digíto em pontuação no Sul-Americano de 2003, lá em Campos dos Goytacazes, com 11,2 por partida – época em que sua massa capilar ia muito além do bigodón, compondo um visual setentista daqueles –, e na Copa América de Santo Domingo-2005. Fora esses dois torneios, em competições de alto nível (ou não), ele teve médias de: 3,8, 3,7, 4,4, 0,5, 2, 7,3 e 4,4 pontos. Em quatro ocasiões, teve mais rebotes do que pontos, na verdade.

(Agora uma pausa nem tão breve para rodar o relógio para trás: era 2003 em Campos de Goytacazes, e naqueles dias a cidade fluminense tinha seu próprio clube na elite do basquete brasileiro, dirigido por Guerrinha, usando um modesto ginásio, onde este palpiteiro aqui ficou enfurnado para as finais do Sul-Americano, sentado nas tímidas arquibancadas ao lado de alguns scouts perdidos da NBA – o argentino Lisandro Miranda, do Dallas Mavericks, e dois (vai entender…) do Houston Rockets, BJ alguma coisa, um gigante figuraça, e Melvin Hunt, mais calado e hoje assistente técnico preferido de George Karl no Denver Nuggets, em ascensão notável, depois de ter trabalhado no banco do Cleveland Cavaliers. O principal alvo da trupe era o então jovem Carlos Delfino, que, na decisão, saltou para uma enterrada frontal, no meio do garrafão, diante do imponente Estevam: por alguns segundos, a respiração coletiva do ginásio parou e os olheiros da liga norte-americana levaram as mãos para a cabeça; o tempo se descongelou quando o pivô brasileiro, corajoso e ainda vigoroso, acabou fazendo a falta no ala, que seria selecionado no Draft um ano mais tarde pelo Detroit Pistons. Neste mesmo jogo, num domingo bem quente, Walter Herrmann, um cracaço que fazia a bola parecer de tênis em suas mãos, só não fez chover dentro de quadra. No time brasileiro, lembro que André Bambu havia rendido algumas notas para esses deslocados visitantes da NBA).

Kammerichs e Leandrinho tipo NBB

Leandrinho disparou, e Kammerichs vem atrás de qualquer sobra

Agora voltando: estávamos falando de como Kammerichs construiu sua carreira internacional muito mais como um operário do que como chefe da companhia. E o que acontece, então, para este veterano argentino se sobressair no NBB?

O ala-pivô nunca foi um jogador conhecido por sua capacidade atlética. Mas descolou seu nicho pela capacidade de leitura de jogo. Quase sempre aparece no lugar certo na hora certa para recuperar uma bola perdida, para fazer uma cobertura defensiva, se sacrificar em corta-luzes, capturar um rebote ofensivo, bloquear um pivô por trás. Ele sabe se aproveitar de quebras no sistema, de alguma interrupção no fluxo da partida para dar o bote. E, nos jogos frenéticos e desorganizados que temos visto durante o campeonato nacional, esse tipo de lapso ocorre aos montes, e há poucos concorrentes interessados nesse tipo de ação.

Kammerichs também é daqueles que joga duro o tempo todo. Pode ser lento e não sair do chão, mas  seus rivais não se podem deixar levar pela falsa impressão de estarem diante de um molenga. Especialmente quando confrontado com jogadores pouco móveis ou atléticos, que não consigam se aproveitar de suas deficiências – como Lucas Cipolini e Luis Felipe Gruber fizeram no sábado, aliás –, seu tino pela bola e dedicação podem colocá-lo em vantagem com facilidade. Ele vai correr o contra-ataque e receber a assistência do armador velocista que disparou primeiro. Vai atacar o rebote ofensivo. Vai se posicionar em um buraco defensivo e ter toda a liberdade do mundo para matar seu arremesso de média distância, embora não seja nenhum Léo Gutiérrez em termos de precisão.

Daí o volume maior ofensivo, ainda que nenhuma jogada seja propriamente desenhada para sua prestação de serviços. A cada cesta que faz, ele tem o hábito de cerrar o punho, com o braço flexionado, vibrando consigo de um modo um tanto desengonçado. Nunca em sua vida foi tão fácil atacar assim, então é hora de comemorar e aproveitar mesmo.

Só fica registrada aqui, no fim, a expectativa de que esse esforçado operário possa exercer qualquer tipo de influência em seus concorrentes brasileiros que não pelos seus supostos dotes ofensivos.”

*  *  *

Sabia? Kammerichs também foi draftado na NBA, o Portland Trail Blazers, lá nos idos de 2002, o mesmo ano de Nenê. Ele saiu na posição 51, cinco postos acima de… Luis Scola!. O bigodudo foi testado algumas vezes pela franquia do Oregon, mas nunca assinou contrato.

Na época, ele havia acabado de sair do modesto clube Ourense, hoje na LEB Oro, para o Valencia, ex-clube de Faverani e Splitter (por umas semanas de lo(u)caute). Jogou na Espanha sem muito destaque até 2008, quando retornou para casa, pelo Regatas. Aqui, sua ficha técnica de quando jogou a Eurocup, como se fosse a Liga Europa do futebol, em 2004-2005.


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