Vinte Um

Categoria : Notas

Após cinco anos, juiz preso por envolvimento com apostas vai voltar a um jogo de NBA
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Giancarlo Giampietro

No domingo passado, Tim Donaghy, 45 anos, pai de quatro filhos, ficou livre, enfim. Cinco anos depois de ser processado por envolvimento com a máfia de apostas, o ex-árbitro da NBA passou 13 meses detido e cumpriu o restante da pena em condicional. Ele agora planeja, após tanto tempo, retornar a um jogo da liga norte-americana. Será na sexta-feira, quando o New York Knicks receberá o Dallas Mavericks no Madison Square Garden.

Tim Donaghy

Donaghy agora é só um palpiteiro no mundo das apostas esportivas

E a visita não será apenas como mero apostador. Num irônico golpe de marketing, ele vai comparecer ao ginásio para iniciar seu novo trabalho: como scout de um site que fornece palpites em diversas modalidades, o Dannybwins.com. São palpites que, claro, servem como guia para apostadores.

“Não acho que exista motivo algum para eles me removerem do estádio. Vou para ver um pouco de ação ao vivo e tirar notas do jogo. Nem sei ao certo se todo mundo vai reparar em mim, para falar a verdade”, afirmou, pedindo, naturalmente, atenção.

Desde que assumiu a culpa em investigação concluída em agosto de 2007, tendo apostado em diversos jogos da NBA por anos, inclusive partidas em que ele apitou, Donaghy afirma ter dificuldade para arrumar emprego. A credibilidade manchada era o principal empecilho. Ele ainda tentou publicar um infame livro para detalhar a história, mas hoje está em litígio na Justiça contra sua antiga editora, tendo ganhado neste ano em primeira instância um processo de US$ 1,7 milhão contra a editora. Ainda não recebeu um dólar sequer dessa quantia, porém.

Em seu novo trabalho, ao menos sua experiência como árbitro será útil – ele diz enxergar com facilidade as tendências de seus ex-companheiros de classe – quem marca mais faltas, quem sente mais a pressão em determinado ginásio etc. “Não digo que alguém esteja apostando ou fazendo algo que não devia em um jogo. Mas eles apitam um jogo de seu modo”, afirma. Mas garante que não faz parte de sua antiga linha de defesa, na qual acusou a liga de incentivar a fabricação de resultados para bombar sua audiência. Estaria, no caso, apenas falando da máxima do “juiz ladrão” que não escolhe esporte, nem cidade, muito menos torcida para acusar.

Tags : Knicks NBA


São José é o primeiro clube brasileiro eliminado na Liga Sul-Americana
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Giancarlo Giampietro

O americano Kenneth Cooper ataca Murilo no jogo interior

A sequência de dobradinhas entre brasileiros e argentinos nos playoffs da Liga Sul-Americana foi quebrada nesta sexta-feira com a eliminação do São José, depois do revés por 88 a 82 diante do Tiburones de Vargas, clube venezuelano anfitrião do grupo D. Foi a segunda derrota em dois jogos para os vice-campeões do NBB, que haviam perdido na véspera para o Libertad Sunchales, também classificado.

O time de Régis Marrelli começou a partida na frente, abriu sete pontos na primeira metade do primeiro quarto. Mas os anfitriões zeraram esse prejuízo rapidamente e, uma vez assumida a dianteira no placar, nunca mais olharam para trás, chegando a ter uma vantagem de 16 pontos. No quarto final, finalmente com uma defesa minimamente combativa, os brasileiros conseguiram reduzir o déficit para seis pontos (78 a 72, restando 6min13s).

A partir daí, porém, São José passou praticamente quatro minutos zerado, combinando desperdícios de posse de bola e chutes de longe fora do alvo e permitindo uma nova folguinha no placar para os Tiburones. Duas bolas seguidas de três pontos, então, de Fúlvio e Álvaro, deixaram os visitantes a cinco pontos (80 a 85, restando 39 segundos).

Aí você pode dizer que o time foi valente, que não desistiu nunca, que tiveram uma chance. Considerando a exaustiva  viagem, os três importantes desfalques e tal, essa narrativa não pode ser descartada de prontidão.

Por outro lado, até mesmo considerando todas essas dificuldades, faltou a São José maior cadência na partida, mais inteligência na hora de selecionar seus arremessos diante de um adversário muito mais forte fisicamente e também bem superior atleticamente.

Embora Fúlvio e Laws conseguissem quebrar a primeira linha de defesa venezuelana em diversas ocasiões, o time brasileiro falhou em (pouco) buscar os chutes mais próximos ao aro, ao garrafão, procurando quase sempre pelo “kick-out”, o passe para trás. Uma jogada muito previsível que contribuiu bastante nos 14 erros cometidos – contra apenas nove dos rivais. Entre as diversas comparações estatísticas entre os dois times, então, uma chama bem a atenção: os tubarões conseguiram 18 pontos e um saldo de +14 depois de desperdícios.

Pior: quando não estava repassando a bola de graça para o oponente, a equipe brasileira, claro, se apegava aos tiros de três pontos. Foram 28 disparos de longe contra apenas 40 de dois pontos. De novo: faz muito, mas muito tempo que algum conjunto venceu um jogo internacional baseando seu ataque nesse tipo de (des)equilíbrio. O aproveitamento de 39% dessas bola não justifica essa insistência, especialmente diante dos 42% do Tiburones. No fim, mesmo apostando alto nos chutes de longe, São José conseguiu apenas nove pontos a mais neste fundamento do que seu opositor. Uma diferença que não serviu para cobrir o saldo de +11 que os venezuelanos conseguiram nos lances livres.

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O espanhol Álvaro arriscou o mesmo número de bolas de três pontos que Murilo teve de dois: 12. No geral, o ala foi acionado 20 vezes para arremessos contra 14 do pivô, um jogador muito mais eficiente ofensivamente.

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Os mata-matas do torneio continental serão compostos por quatro times da Argentinas (Libertad, Peñarol, Obras Sanitarias e Águas Corrientes), três do Brasil (Brasília, Flamengo e Pinheiros) e pelo time venezuelano.

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Confesso que ainda não havia visto o jovem Chandler, 20 anos, em ação por Araraquara. Quem acompanha o ala treinar todos os dias tem muito mais informação para julgar como e quando ele deve ser usado. De todo modo, chamou a atenção sua atuação nesta sexta, de certo modo numa fogueira. Foram nove pontos com 66% de acerto nos arremessos, sem aparentar nada de nervosismo. Sua presença, porém, fazia ainda mais sentido em quadra para propósitos defensivos em um time carente de defensores altos e atléticos (um quinteto de Ícaro, Fúlvio, Luiz Felipe, Álvaro e Deivisson é muito vulnerável, por exemplo).


Pivô do Spurs flerta com o perigo ao reclamar de Popovich em público no Twitter
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Giancarlo Giampietro

Rebote de Blair

Sai que o rebote é do ursão Blair

Dedicação nunca foi um problema para DeJuan Blair. O modo como ele ataca os rebotes, especialmente na tábua ofensiva, chega a assustar. Colocando de uma outra forma: não é agradável para jogador algum se colocar entre o brutamontes e a bola na disputa pela rebarba de qualquer ataque. Pode doer a costela.

O problema de Gregg Popovich com o jogador, depois de passado o encantamento por sua temporada de novato, foi sua lenta evolução em outros aspectos do jogo, especialmente no que se refere a pequenos, e não menos importantes, tópicos, como ssua concentração na defesa fora da bola, o espaçamento correto no ataque etc.

Neste ano, uma das boas histórias que o treinador tinha para contar durante a pré-temporada do Spurs, porém, era o suposto amadurecimento de Blair, que teria chegado fininho mais fino, na medida do possível, e se mostrado um jogador muito mais concentrado nos treinos e nos coletivos, especialmente na defesa.

A empolgação parece não ter durado muito. O pivô não saiu do banco na vitória contra o New Orleans Hornets na estreia. Foi a clássica “DNP – CD” (Não jogou por decisão do treinador). Extremamente frustrado, o barbudão usou toda a coragem que pode caber em corpanzil e foi para o Twitter reclamar um pouco, cheio de ironias.

“Era isso o que essperava! Risos. Eu só não sou o que o “dude” quer ver na quadra, só me dei conta agora!! Apenas saibam que estou fazendo minha parte!”, foi um de seus posts.

“Estou apenas brincando. Vou ficar bem. Alguém aí fora gosta do que faço!!! ACREDITE isso!”, veio depois.

“Alguém aí tem algumas polegadas para vender? Posso comprar! Risos. Estou apenas tentando entender essa m.!!”, completou o jogador oficialmente listado com 2,01 m de altura.

Parece que Blair não tem noção do perigo, né? Foi chamar o técnico de dude assim na cara larga? E como traduzir dude? O Google Translate capricha e nos oferece janota. No Michaelis, tem almofadinha também. 🙂 Mais fácil, prazeroso – a ponto de ser obrigatório – assistir ao “Grande Lebowski” mesmo e aprender logo com o Jeff Bridges, John Goodman e Steve Buscemi.

Dude

Isto é Dude

Na gestão de Popovich e RC Buford, o Spurs preza, muito, pelo bom comportamento de seus jogadores. Não tolera muitos arroubos desses, reclamações – quanto menos em público.

De todo modo, ou não deu tempo de a choradeira chegar aos ouvidos do Pop, ou o técnico não se incomoda, não, com essa coisa de dude. Porque, no dia seguinte, seu pivô reserva ao menos ganhou 11 minutinhos contra o Thunder – uma boa quantia, quando comparado aos 28 minutos que recebeu durante todo o confronto pela final do Oeste do campeonato passado. Mas, não fossem as três faltas que Tiago Splitter cometeu em quatro minutos, será que ele teria sido utilizado?

Blair havia iniciado a temporada 2011-2012 como o titular ao lado de Duncan, revezando em quadra com o catarinense. Desde a chegada de Boris Diaw, porém, a rotação ficou congestionada e ele acabou relegado ao banco. Incluindo o confronto desta quinta, ele só foi aproveitado em quatro jogos dos últimos dez do clube, incluindo os playoffs. Como era a reta final, qualquer tipo de distração ou descontentamento acabou represado.

Agora, contudo, estamos apenas no início da jornada. Assim como Tiago, Blair também está em seu último ano de contrato. Diferente do brasileiro, ele tem maior predisposição ao desabafo. O pior é que, se um estiver feliz, muito provavelmente será às custas do outro. Pode ser um campeonato looooongo para os dois.

Melhor então esfriar a cabeça, dude.

Blair & Splitter

Difícil segurar o sorriso por tanto tempo, né, gente?


Kyrie Irving está de volta como o Uncle Drew, com uma ajudinha de Kevin Love
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Giancarlo Giampietro

O primeiro comercial deu tão certo que virou série. A Pepsi divulgou o segundo capítulo da saga do… Hã… Legendário Uncle Drew em quadras de streetball pelos Estados Unidos. A essa altura todo mundo já sabe da brincadeira, que põe o jovem Kyrie Irving, do Cleveland Cavaliers, caracterizado como um veteranaço em quadra, mas barbarizando com todo mundo.

No vídeo abaixo, depois de ouvir algumas palavras de Bill Russell, o tio Drew vai atrás dos ex-companheiros das antigas. A primeira parada é em Los Angeles, em busca de Wes. Na verdade, um Kevin Love também repaginado. O engraçado é que o jogo do ala-pivô do Minnesota Timberwolves realmente lembra muito mais os “bons e velhos” tempos do que este “jogo de hoje cheio de firulas” – a discussão evocada pelos dois num dos diálogos:


Harden ignora “turbilhão” com uma atuação inesquecível pelo Rockets
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Giancarlo Giampietro

Conta aí, James Harden, então era isso que você tinha para nos mostrar?

James Harden, do Rockets

Harden agora arremessa por conta própria

Pode ter sido contra o Detroit Pistons. Pode ter sido apenas um jogo. Mas que estreia, gente: 37 pontos, 12 assistências, 6 rebotes e 4 roubos de bola na vitória do seu Houston Rockets por 105 a 96, nesta quarta-feira. Nada como um cheque de US$ 80 milhões, hein?

O dono da barba mais marcante de todo o esporte – já fazendo parte seguramente  do “Alexis Lalas All-Stars” – havia acabado de assinar sua extensão contratual com o clube texano pelas próximas cinco temporadas e, nem que fosse por 44 minutos, provou para quem duvidava o tipo de talento que tem e como ele se sairia sem ter Durant e Westbrook ao seu lado, dando cobertura.

Atente para os 44 minutos, um detalhe bem importante. Sua média na temporada passada, na qual foi eleito o melhor sexto jogador do campeonato, foi de 31,4 minutos por partida. Essa quantia deve subir um tanto, carregando junto seus outros números. Mas calma lá: não podemos esperar uma consistência nesse nível, né? Porque seriam números dignos do maior jogador da história – e, não, o Michael Jordan. Mas o James Harden hipotético da estreia, mesmo. 🙂

 “Pensei que foi um desafio para James para meio que descobrir o que estávamos fazendo em quadra. Colocamos algumas jogadas com as quais ele estava confortável, comparando com o que eles usavam em Oklahoma City”, disse o técnico Kevin McHale.

De todo modo, os magos estatísticos já vinham avisando desde que a troca foi consumada: que a produção do barbudo decolava no Thunder quando Durant estava no banco. Em termos de projeções, seus números saíam de 14,9 pontos para 31,2 por 36 minutos quando seu amigão se sentava. O mesmo acontecia quando Westbrook descansava, com as médias indo de 13,7 para 29 pontos. O que prova que o ala sacrificou, sim, parte de seu jogo em prol do Thunder.

Agora o time é dele. “Só queria ir para a quadra e jogar. Depois de todo o falatório e a loucura que vem acontecendo nesta semana, só queria jogar basquete”, afirmou o ala. “Foi um turbilhão.”


Anderson Varejão tem estreia de gala e recorde pessoal de rebotes
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Giancarlo Giampietro

Saúde, Anderson, saúde.

Anderson Varejão quebra recorde de rebotes na NBA

Varejão apanha um de seus 23 rebotes contra o Wizards de Jan Vesely, talentoso tcheco

Essa, na opinião do blog, é a palavra-chave para o pivô brasileiro em sua campanha 2012-2013 da NBA pelo Cleveland Cavaliers.

Pois a estreia do capixaba na temporada não poderia ter sido mais saudável, nos mais diversos sentidos. Nesta terça-feira, em vitória sobre o Washington Wizards por 94 a 84 Varejão somou 23 rebotes (três acima de seu antigo recorde pessoal, contra Boston, em janeiro deste ano), 9 assistências e 9 pontos. Quer dizer, ele subverteu aquela ordem básica do relato jornalístico da liga norte-americana,  de pontos em primeiro, rebotes em segundo e assistências em sequência.

O que os torcedores de Cleveland puderam ver em quadra foram as virtudes do pivô brasileiro na sua melhor forma. Um jogador muito mais preocupado com as pequenas coisas do jogo, em dar a liga a uma equipe recheada por jogadores inexperientes, exercendo o tipo de liderança que é praticamente impossível de se dimensionar. E muito difícil de se replicar.

Foram 23 rebotes em 37 minutos de atuação, algo especial, realmente único para a liga, padrão Dennis Rodman de se rebotear – só em coletas ofensivas foram 12. Comparando, o restante do time do Cavs teve mais 31 rebotes. Os atletas do Wizards apanharam 39 rebotes no total.

Boa parte dos números foram obtidos nos três primeiros quartos de partida. Por exemplo, em seus primeiros 26 minutos de quadra, ele havia coletado 20 rebotes de cara. Absurdo.  Não houvesse o técnico Randy Wittman tomado alguma providência para bloquear o brasileiro, imagine o que sairia daí.

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Nenê realmente não estreou pelo Wizards, ainda afastado por causa de sua insistente fascite plantar. Ainda assim, a equipe visistante conseguiu ser competitiva, mesmo desfalcada também de John Wall. De todo modo, este foi um confronto que realmente não deve definir uma vaga nos playoffs do Leste.

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Kyrie Irving abriu sua temporada com tudo, anotando 29 pontos em 35 minutos. Mas a melhor notícia, na parte jovem do elenco, para os torcedores do Cavs foi o rendimento do ala-armador Dion Waiters em sua estreia como um profissional, com 17 pontos em 28 minutos. Ainda mais depois de uma pré-temporada péssima para o novato que jogou com Fabrício Melo em Syracuse e chegou a ser comparado com Dwyane Wade por alguns especialistas no Draft. Já o ala-pivô Tristan Thompson contribuiu com 12 pontos, 10 reboets e 5 assistências.

Byron Scott não poderia estar mais orgulhoso, assim como a diretoria não poderia se animar tanto: quanto maior a produção de suas jovens apostas e de Varejão, mais chances, ferramentas a franquia de Ohio tem para dar um salto e retornar ao pelotão de frente do Leste. Ou eles mantêm essa base com perspectiva de competir agora, ou podem levar a cabo o plano sigiloso de trocar o capixaba por mais peças voltadas para o futuro do clube.


Para segurar Scott Machado, Rockets torram quase US$ 6 mi em salário de dispensados
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Giancarlo Giampietro

Scott em ação na pré-temporada da NBA

Scott: visão de jogo e mais chances de ficar em Houston

Para um time que o ignorou num Draft em que teve quatro oportunidades para selecioná-lo, o Houston Rockets deu uma senhora prova de respeito por Scott Machado nesta segunda-feira ao dispensar cinco jogadores de contrato garantido para poder segurar o armador em seu elenco para a temporada 2012-2013.

Isso quer dizer que o gerente geral Daryl Morey convenceu o proprietário da franquia, Les Alexander, a desembolsar cerca de US$ 6 milhões para pagar cinco atletas que não vão vestir a camisa do clube sequer por um minuto no próximo campeonato. Foram cortados  o pivô John Brockman, o ala-armador Shaun Livingston e os alas Gary Forbes, JaJuan Johnson e Lazar Hayward, que veio no pacote com James Harden e nem posar para foto no Texas vai.

A não ser que algum deles seja, digamos, recolhido por algum concorrente nos próximos dois dias, o pagamento de seus salários na íntegra fica por conta do Rockets. Confira os cheques que cada um vai receber sem nem mesmo se preocupar em entrar em quadra: US$ 1,5 milhão para o panamenho Forbes, US$ 1,1 milhão para Johnson (antiga aposta do Celtics) e Hayward e US$ 1 milhão para Brockman e cerca de US$ 1 milhão para Livingston (que tinha um contrato de US$ 3,5 parcialmente garantido – ainda não está claro qual foi o desconto que o clube conseguiu ao liberá-lo agora).

Lembrando que os clubes da NBA podem contar no máximo com 15 atletas sob contrato durante toda a temporada regular. Depois da surpreendente troca pelo barbudão, o clube texano ficou com 20 nomes em seu plantel, tendo que desligar cinco deles até esta segunda. É preciso respeitar o processo de “waiver”, que dura dois dias, nos quais os dispensados ainda têm um vínculo com a franquia de origem.

Agora pode cravar: o Brasil vai com seis jogadores para o campeonato, um recorde.


Arrancada de Raulzinho é destaque entre os brasileiros da Liga ACB
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Giancarlo Giampietro

Raulzinho de roupa nova no País Basco

Raulzinho para o ataque: armador brasileiro vai mostrando evolução na liga

Para um esportista, a maioridade pode tardar um bocado pra chegar.

Veja o caso de Raulzinho, por exemplo, em que ela parece ter dado as caras aos 20 anos. O jovem armador vem sendo uma grata surpresa no início na temporada 2012-2013 da Liga ACB, ainda que seu Lagun Aro GBC venha com uma campanha decepcionante, depois de ter feito os playoffs na edição passada.

Em cinco rodadas até aqui, o armador vem com médias de 13,4 pontos, 4,2 assistências, 3,8 rebotes e 1,8 roubada de bola. No aproveitamento de arremessos, 50% de três pontos, 46% de dois e 75% nos lances livres. Para quem estiver mais habituado a ler os números produzidos na NBA, pode não parecer muita coisa. Mas é preciso ponderar aqui alguns fatores importantes, como: a) o ritmo mais cadenciado da liga espanhola; b) a menor duração das partidas (40, contra 48); c) a idade do jogador, que também tem pouca experiência  no basquete espanhol.

Raulzinho aponta

Cadenciar o jogo é algo que Raulzinho ainda vai aperfeiçoar em seu jogo na Espanha

No elenco da equipe basca, o brasileiro é o líder em minutos jogados, pontos (de longe, com 2,4 de média a mais que o experiente Qyntel Woods, ex-Jailblazer), assistências, bolas recuperadas, mira de três pontos e, por fim, no índice de eficiência. Além de ser o terceiro em (!) rebotes.

Um desempenho que serve como testemunho de seu trabalho com Rubén Magnano durante os meses de junho e julho, quando se preparou com o argentino e a seleção olímpica. Se não recebeu os minutos mais consistentes no torneio, ao menos os treinamento lhe ajudaram a ficar na ponta dos cascos

Por enquanto,  porém, o sucesso individual de Raulzinho não vem sendo traduzido para o coletivo e para a classificação do campeonato. O que não quer dizer que o garoto venha afundando o time, que demorou para reunir todas suas peças, mas ainda tem tempo para se arrumar.

Neste domingo, em derrota do Lagun Aro para o Fuenlabrada por 86 a 75, o brasileiro somou 13 pontos, 4 assistências, 5 rebotes e três roubos de bola em 26 minutos. Ele só não conseguiu um bom aproveitamento nos arremessos de dois pontos, errando sete de suas dez tentativas. Nos tiros de fora, foram duas cestas em quatro.

Um detalhe interessante: o brasileiro saiu do banco nesta jornada e foi responsável pelos dois primeiros pontos de sua equipe no confronto. Sabe com quanto tempo de jogo? Cinco minutos. Até então, os visitantes haviam marcado dez pontos sem resposta. O que dá praticamente a vantagem final no placar.

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Na temporada passada, numa prova de seu jogo explosivo, Raulzinho anotou 13 pontos em menos de oito minutos de jogo em vitória sobre o Obradoria, vendo seu tempo de ação reduzido apenas devido ao acúmulo de faltas. Foram, mais precisamente, 8min54s de jogo para o rapaz, que se inseriu num ranking bem maluco que o site da liga espanhola tratou de mantar: o de maior número de pontos no menor período de tempo de jogo. Por curiosidade, o brasileiro ficou em quarto. O ex-armador José Luis Ferreira conseguiu 5min18s  na temporada 1992-93 16 pontos pelo OAR Ferrol e é o líder, seguido pelos 13 pontos em 6min35s do pivô Germán Gabriel pelo Estudiantes em 2001-02 e pelos 13 pontos em 6min49s de Xavi Crespo pelo Barcelona em 1993-94.


O dia em que o Vasco da Gama e Mingão encararam o Spurs e as Torres Gêmeas
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Giancarlo Giampietro

Uma coisa vai levando a outra, e a outra, e a outra, navegando, e de repente pinta algo inesperado. Estava assistindo ao “Pontapé Inicial” da ESPN Brasil, passaram os gols de um duelo antigo entre Vasco e Internacional pelo Brasileirão, me deu vontade de acessar uma lista de jogadores históricos vascaínos, caí no verbete do clube na Wikipedia em inglês e lá, em meio a muitos e outros tópicos, havia o de “outros esportes” (que não o futebol). E, neste tópico, uma recordação bem legal que, admito, estava esquecida aqui na caixola: que no basquete o Vasco foi o primeiro time brasileiro a encarar um rival de NBA.

Foi em 1999, em Milão, pelo extinto McDonald’s Championship, que funcionava como uma espécie de campeonato mundial, de dois em dois anos. Naquele ano, o clube carioca entrou em uma fase preliminar, na qual bateu o Adelaide 36ers por 90 a 79. Nas semifinais, conseguiram uma bela vitória sobre o Zalgiris Kaunas, tradicionalíssima fábrica de craques lituanos, por 92 a 86, na prorrogação. Então na decisão se depararam com o San Antonio Spurs e suas “Torres Gêmeas” – o jovem Tim Duncan e o veterano David Robinson. Não deu muito jogo para o time dirigido pelo porto-riquenho Flor Meléndez: 103 a 68.

É claro que o YouTube teria um compacto da partida nos esperando. No vídeo abaixo, em transmissão também da ESPN (narração de Milton Leite e comentários do Zé Boquinha), vocês podem ver Demétrius, Charles Byrd, Rogério Klafke, Janjão, Vargas, Sandro Varejão, Aylton Tesch e o… Mingão! Baita saudade do Mingão, daqueles clássicos malucos entre os cariocas nos anos 90. Pelo Spurs, tem Avery Johnson, Terry Porter, Mario Elie, Steve Kerr, Antonio Daniels e mais. Confiram:

 

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Outro vínculo óbvio do Vasco com a NBA é o pivô Nenê. O paulista de São Carlos estava jogando pela equipe cruzmaltina quando decidiu largar tudo e partir para uma aventura até então inédita por aqui: ir para os Estados Unidos e passar alguns meses em preparação específica para o Draft da NBA. Guiado por seu ex-agente Michael Coyne, ele ficou em um ginásio no estado de Ohio, trabalhando seu físico já respeitável e a técnica. Acabou selecionado na sétima posição, pelo New York Knicks, mas a mando do Denver Nuggets, envolvido em uma troca por Antonio McDyess. Para liberar o pivô, no entanto, o Vasco exigiu o pagamento de multa rescisória, mesmo que estivesse devendo meses de salário para o jogador. A CBB, na época gerida por um presente de grego, intercedeu a favor do clube. Essa foi a origem das divergências entre Maybyner Hilário e Gerasime Bozikis, aquele que tenta retomar o poder em 2013. Afe.


Arenas deve ser próxima estrela renegada da NBA a jogar na China
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Giancarlo Giampietro

Stephon Marbury abriu o caminho. Tracy McGrady partiu ano. E já, já os dois jogadores devem ter a companhia de mais uma estrela renegada da NBA na China: Gilbert Arenas, que, segundo consta, recebeu… Hã… Zero propostas para estender sua carreira na liga norte-americana.

Marbury eterno

Marbury eterno: ex-armador de Knicks, Suns, Nets e Wolves é ídolo em Pequim

Ao que tudo indica, levando em conta  a cultivação intensa de novos talentos nos Estados Unidos, a crise europeia, o dinheiro das corporações chinesas e a carência de ídolos no campeonato do país, não seria de se estranhar que outros antigos All-Stars também sigam esta rota.

Tal como T-Mac, Arenas sofreu com muitas lesões nos últimos anos, mas sua ficha corrida de problemas fora de quadra pesa ainda mais para forçar seu exílio.

Que tipo de problema? Bem, tirando o episódio de ter sacado uma pistola e ameaçado um bangue-bangue com Javaris Crittenton no vestiário do Washington Wizards, ele acabava incomodando mais suas franquias, no aspecto corporativo, devido ao seu comportamento errático. Em um primeiro momento, seu senso de humor atraía fãs e rendia um bom lucro para a franquia. Desde o episódio das armas, porém, qualquer piada do veterano, descambava para o mau gosto para a opinião pública.

Orlando Magic e Memphis Grizzlies ainda estenderam a mão para o escolta, mas seu basquete já não lembrava em nada o daquele astro da década passada – em 2005-2006, foram 29,3 pontos de média –, nos tempos em que perturbava as defesas com um primeiro passo explosivo, muita criatividade no drible e um arremesso que funcionava de muitos ângulos diferentes. Aos 30, ele deixa a NBA com 20,7 pontos por jogo.

Na China, pode ser que o Agente Zero, caso acerte mesmo com o Guangdong Southern Tigers, chegue a esse tipo de número. No ano passado, devido ao locaute, alguns americanos se precipitaram e fecharam contrato com times chineses. Entre eles estavam JR Smith e Wilson Chandler. Suas estatísticas foram de videogame. Smith chegou a marcar 60 pontos numa partida, com direito a 14 chutes certos em 18 tentativas da linha de três pontos. Sim, pode ler a frase anterior den ovo que é tudo verdade. Em seu jogo de estreia, Wilson Chandler somou 43 pontos e 22 rebotes. Tipo Wilt Chamberlain.

JR Smith, na maior folga

JR Smith sofreu para se adaptar fora de quadra; quando jogava, reinava na China

Tratado como um pária em Nova York, Stephon Marbury, aliás, já virou estátua na capital chinesa depois de ter ajudado o Beijing Ducks os Patos de Pequim a conquistar o título na última  campanha ao marcar 41 pontos no Jogo 5 das finais do campeonato. Ele está no país há três temporadas.

Por isso, na hora de receber uma oferta com um ano de contrato garantido, de poder explorar um mercado gigantesco e ainda mandar em quadra, fica difícil para um veterano dizer não. “Os jogadores que podem ganhar um salário mínimo na NBA podem muito bem decidir ir para a China, em vez de esperar por um contrato da NBA”, afirmou o agente Mark Bartelstein, que trabalha com mais de 30 atletas na liga americana.

A não ser que esse veterano se chame Allen Iverson. Sempre do contra, o genial e genioso baixinho do Sixers já disse não aos chineses.

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Um artigo recente do HoopsHype expõe o quanto a crise europeia está mudando o mapa do mercado de transferências do basquete. Neste ano, um número muito reduzido de jogadores com selo NBA se transferiu para países que antes eram contumazes importadores como Espanha, Itália e Grécia.

“A Liga ACB espanhola costumava ser a melhor liga, mas a base do que eles podem bancar mudaram bastante. Os times de nível médio para baixo sofreram um grande golpe. Atletas que talvez estivessem ganhando US$ 250 mil por ano estão fazendo agora entre US$ 80 e 100 mil”, disse Bartelstein.

Isso quando o dinheiro cai de verdade no banco, claro. “Não há mais lugares seguros na Europa. A Fiba pode até ajudar, mas em muitos, se não na maioria dos lugares na Europa, você agora gasta mais tempo lutando pelo dinheiro de seu jogador do que administrando sua carreira”, afirmou o empresário Bill Neff.

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A temporada 2012-2013 da NBA começa pela primeira vez sem um chinês desde 2001, ano em que o pivô Wang Zhizhi assinou com o Dallas Mavericks para ser o primeiro atleta do país a jogar na grande liga. Depois de tanto vagar pelos EUA, sem confirmar seu talento, Yi Jianlian voltou para casa. Ele agora aguarda a chegada de Arenas ao Guangdong Southern Tigers.