Vinte Um

Categoria : Notas

Cartola sinaliza que Scott Machado só será aproveitado a longo prazo pelo Rockets
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

Scott Machado na D-League

Scott Machado, por enquanto, vai com o unfirome do Vipers, mesmo

O aproveitamento de Scott Machado pelo Houston Rockets não deve acontecer tão cedo, a julgar por uma entrevista do vice-presidente de operações de basquete, Gersson Rosas, ao blog “Ridiculous Upside”, o armador ainda é encarado como um projeto de longo prazo.

O Rockets tem deixado o brasileiro nova-iorquino permanentemente com sua filial na D-League, o Rio Grande Valley Vipers, onde por vezes tem a companhia de mais dois calouros do, digamos, time de cima: os alas-pivôs Terrence Jones e Donatas Motiejunas. Esse par o cartola julga mais preparado para encarar uma concorrência de alto nível. Por outro lado….

“Machado é um caso diferente”, conta. Para, então, abrir o jogo sobre o que esperam do rapaz nos próximos meses, elencando uma espécie de (loooonga) lista de tarefas de casa que Scott tem de cumprir.

“Ele não foi draftado, e, sendo um armador, ele joga na posição mais difícil de se fazer a transição da universidade para a NBA. Estamos investindo muito tempo e nossos esforços ao permitir que ele conduza um time. Queremos que ele faça um bom trabalho coordenando o ataque, fazendo boas jogadas e colocando seus companheiros nos lugares certos para que tenham sucesso. Melhorar do outro lado da quadra como um defensor também é importante. Na D-League, Scott também está em posição de se tornar um marcador melhor. Tudo se resume a aprender como defender melhor os pick-and-rolls, ser um reboteiro consistente na defesa e apenas entender o jogo dos dois lados. O que estamos fazendo é desenvolver um cara que pode causar impacto como um armador reserva.”

Olha, em princípio, não são os comentários mais animadores, não? Nada como a boa e sumida franqueza. Na opinião de um dos três ou quatro principais tomadores de decisão do Rockets,  o brasileiro ainda tem muito arroz e feijão para comer antes de se tornar uma presença regular no elenco de Kevin McHale.

Na D-League, os números do armador ainda se mostram pouco eficientes, chamando a atenção especialmente o baixo aproveitamento nos arremessos de quadra e o elevado número de desperdício de posse de bola, e justificam o discurso exigente e, ao mesmo tempo, paciente de Rosas – que, a propósito, esteve no Brasil em 2007 para observar os jogos do Pan do Rio de Janeiro. Creiam.

Agora, um ponto a ser destacado nesse extenso comentário é o fato de a franquia texana estar realmente jogando suas fichas no progresso do rapaz. De modo que enxergam muito potencial para ser explorado. Lembrando: diversos jogadores veteranos foram dispensados no início do ano, já com seus salários garantidos, para que pudessem manter Scott sob sua alçada.

Assim como fizeram com o pivô Greg Smith no ano passado. O jogador, que também passou batido pelo Draft, foi aproveitado em pouquíssimas partidas na temporada passada, ficou um tempão na D-League – onde foi dominante, diga-se – e neste ano emergiu como um excelente reserva para Omer Asik. Sua trajetória é um evidente exemplo que deve servir para motivar qualquer atleta relegado ao campeonato de desenvolvimento. Grupo a que Scott, no momento, pertence.

*  *  *

As avaliações sobre o desempenho de qualquer jogador na D-League também merecem cuidado: o cotidiano de seus clubes pode ser caótico, por diversos motivos: a rotação constante dos elencos, as idas e vindas dos jogadores da NBA, muita gente querendo mostrar serviço de qualquer forma e a qualquer preço,  viagens mais complicadas, menores salários e mais. No caso do Vipers, ainda há a segurança de que seu departamento de basquete é inteiramente gerido pela direção do Rockets. Ainda assim, ser um armador puro, organizador, nesse contexto, não é fácil.

*  *  *

Um atleta interessante de se observar no elenco do Vipers nesta temporada é o alemão Tim Ohlbrecht, de 24 anos. Ele já foi considerado pelos olheiros europeus como uma grande aposta, mas teve um início de trajetória como profissional um pouco frustrante, com sua dedicação sendo questionada em diversas ocasiões. Pelas poucas partidas do sujeito assistidas no QG 21, seu talento como reboteiro e arremessador é realmente instigante. A opção por deixar a Europa e encarar a “Segundona” da NBA é bem incomum e quiçá sinalize que o alemão tenha caído na real e esquecido os comentários de “próximo-Dirk-Nowitzki”, buscando endireitar a carreira.


Em tom de vingança, Orlando vence Lakers de Howard com tática provocadora
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

Hack-a-Howard em Los Angeles

Hack-a-Howard, numa vingança daquelas para o Orlando Magic

Se a vingança é realmente um prato que se serve frio, os rapazes do Orlando Magic entregaram a Dwight Howard uma bandeja com pedregulhos pontiagudos de gelo neste domingo.

E deve ter doído.

No jogo que marcou o reencontro do superpivô com seus ex-companheiros, o time da Flórida impôs ao Lakers mais uma derrota completamente embaraçosa. Daquelas que vão repercutir em novos rumores (e clamores) de troca envolvendo Pau Gasol certamente. O espanhol barbudo que se prepare.

De todo modo, quem foi para a cama com a cabeça mais cheia e atordoada certamente foi seu parceiro de garrafão, Dwight Howard. Que pancada que ele tomou na cuca!

O Orlando venceu por 113 a 103! Em Los Angeles!! Marcando 40 pontos no quarto período!!! Quarenta!!! E ainda tem mais exclamação pela frente!!!!!

Sabe por quê?

PORQUE ELES USARAM A TATICA DE HACK-A-HOWARD!

Mais humilhante que isso não dá. Nem perder para o Wizards. 🙂

O pivô foi parado com a bola em diversas ocasiões, sendo obrigado a cobrar 14 lances livres no período final (dos quais converteu sete). No total, ele bateu 21 lances livres, matando 9. Aproveitamento pífio. No final, ele saiu de quadra sem cumprimentar os (ex-?)amigos, talvez ofendido pela tática adotada pelos agora adversários. Chuim, que triste.

“Que Dwight seja Dwight. Se ele quer sair da quadra, tudo bem. Ele perdeu. Eu me sentiria mal também. Não gostaria de dar a mão para ninguém”, afirmou o pivô Glen Davis, cuja contratação pelo Magic havia sido expressamente recomendada por Howard no ano passado.

Davis, depois, exagerou na dose: “Não estávamos nem pensando nele. Apenas queríamos esta vitória”.

A-hã.

Depois de todo o dramalhão que tomou conta da franquia na temporada anterior? Reencontro em Los Angeles? Certamente eles nem estavam pensando nele.

Jameer Nelson, por exemplo? Aquele que admitiu publicamente a mágoa com o pivô, que pedia nos bastidores um armador melhor ao seu lado? Decidiu ignorar uma incômoda tendinite, que o afastou de diversos jogos no mês passado e marcou 19 pontos e deu 13 assistências. Mas é claro que ele estava pensando na morte da bezerra.

*  *  *

Algo bastante irônico também para os donos do Orlando Magic deve ter sido assistir a uma partidaça do montenegrino Nikola Vuceic, com 17 pontos, 12 rebotes e quatro tocos em 40 minutos. Praticamente se equivalendo aos 21 pontos e 15 rebotes de Howard por conta própria. Assim como os 30 pontos de Arron Afflalo, principal peça que a equipe recebeu na megatroca por Howard, beirando os 34 de Kobe Bryant.

*  *  *

O Lakers volta a ficar com mais derrotas do que vitória, no mês de dezembro. Ai.

Ainda assim, num ano de muito equilíbrio na liga, eles ao menos estariam nos playoffs se a temporada tivesse acabado neste dia 2 de dezembro, classificando-se em oitavo. Mas todo mundo sabe que, em LA, isso não é o bastante.


Blog recebe um reforço especial para o mês de dezembro
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

Breaking news!

O Vinte Um vai receber um reforço de nível internacional para defender suas cores no mês de dezembro. Trata-se do companheiro Rafael Uehara, um paulistano que é o editor do “The Basketball Post” e vai dar as caras neste espaço pelas próximas semanas.

Por quê?

Macedônia em ação pela segunda divisão do campeonto europeu sub-16? Pode ser que o Rafael escreva sobre isso, sim

Bem, primeiro porque vale sempre ler o que o Rafael escreve, e, se você ainda não teve a oportunidade de conhecer o Post, corra lá, por favor.

O segundo motivo é de ordem pessoal: por motivos profissionais de caráter estritamente confidencial – não perguntem, por favor, para sua própria segurança 😉 –, este blogueiro aqui tem ficar um pouco distante.  O que não quer dizer que não vá aparecer de quando em quando para gastar o seu tempo com artigos fúteis e intrigas.

Algo bem diferente do que o Sr. Uehara vai nos oferecer com seus artigos, como você vai poder sacar ao final deste depoimento de apresentação enviado em envelope lacrado direto da sede do Post:

“Lembro-me da Band transmitindo os Lakers de Kobe e Shaq conquistando o tricampeonato da NBA no início do século. Também me lembro de quando, por um ano ou dois, a Rede TV! transmitia duplas jornadas aos sábados. Basquete sempre me fascinou desde uma idade pequena, mas não possuía TV a cabo, então tinha pouco acesso ao jogo.

Quando no colegial, tinha um amigo americano com o qual discutia sobre futebol americano (o histórico milagre de Eli Manning no Super Bowl 42), peguei interesse pelos esportes americanos, reencontrei a NBA e não larguei mais depois de assistir ao jogo pela medalha de ouro em Pequim-2008 de madrugada, quando a seleção espanhola quase derruba a seleção americana. Ai se aquele tiro de três do canto pelo Jiménez cai…

Algum tempo depois encontrei o twitter e toda essa comunidade que tem o mesmo interesse intenso pelo jogo que eu. Um tempo depois comecei a blogar e, há dois anos estou com um projeto chamado The Basketball Post. Assisto desde NBA até ã campeonatos europeus de juvenis. Sei que não é saudável, mas o que posso fazer? Virou vício.”

Está vendo? Basquete coloca as pessoas nessas situações dramáticas. Porém, se o Rafael já parece perdido na vida, por outro lado você pode ter certeza de que ele vai achar informações bem interessantes para dividir com a gente nas próximas semanas.

De modo que, quando um certo barbudo voltar para valer ao QG 21, vai correr um risco sério de me deparar com uma revolta popular e os cartazes e gritos pedindo: “Fica, Rafael! Fora, Gian!”.

Mas tudo bem: aproveitem!

Você pode encontrar o Rafael Uehara no Twitter aqui: @rafael_uehara.

Tags : mundo Fiba


Equipes nova-iorquinas ganham ajuda inesperada de ex-aposentados Wallace e Stackhouse
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

Ok, oficialmente Jerry Stackhouse não estava aposentado.

Jogou ano passado pelo Atlanta Hawks e tal. Mas, no imaginário coletivo, ganhamos essa licença poética considerando que pouca gente poderia imaginar o ala não só jogando para valer a temporada 2012-2013, sua 19ª, como teria um papel de destaque por um time que, na real, deveria estar arrasando com Joe Johnson e Gerald Wallace no perímetro. Ele mesmo acreditava que estava destinado a virar um assistente técnico.

Nem JJ, nem Crash estão exatamente fazendo jus a uma grande expectativa depo$itada pelo bilionário russo Mikhail Prokhorov, contudo. Então entra em cena Stackhouse, que, com seu salário  (nem tão) mínimo, vem dando uma contribuição significativa na largada do renovado Nets em Brooklyn, anotando cestas importantes em vitórias sobre times de elite como o Boston Celtics e o New York Knicks na última semana.

Era só o que faltava, pensa a juventude da NBA. Se já não fosse o suficiente a reaparição de Rasheed Wallace pelo próprio Knicks, agora vem outro velhinho de bengala tomar o bastão de volta e romper a ordem natural das coisas.

*  *  *

Stackhouse no ataque

Vejam! Stackhouse no ataque!

Realmente não estava nos planos que Stackhouse fosse jogar. Até que o caminho para entrar em quadra foi aberto por lesão no tornozelo do jovem cestinha MarShon Brooks, dono de um dos nomes mais curiosos da paróquia e um dos grandes imitadores (jogando) de Kobe Bryant que o basquete já viu. Brooks torceu o tornozelo no dia 9 de novembro, no aquecimento para o jogo contra o Orlando Magic. O veterano, então, ganhou sua chance. Desde então, o Nets venceu oito de seus próximo nove jogos.

“Sabia que estava chegando num papel meio que de técnico, porque era isso que queria, pensando na transição para minha próxima carreira. Infelizmente, quando você passa dos 35, os times querem apenas que você cumpra um determinado papel e não permite que os caras compitam. Mas sabia que o Avery (Johnson) tem a cabeça aberta. Sabia que ainda tinha algo para oferecer em quadra e sabia que aqui teria essa oportunidade”, conta o ala, que só é vetado na hora de jogar na segunda noite de uma sequência de dois jogos.

Em uma dobradinha de jogos contra Blazers e Knicks, o técnico de apelido “Pequeno General” tomou a decisão certa ao poupar Stackhouse contra o Blazers, pensando justamente no dérbi nova-iorquino contra o Knicks. (Nada melhor do que se apropriar do jargão futebolísitco, hein?)

Aí, em 22 minutos, ele matou quatro bolas de três pontos, jogando a prorrogação inclusive, com cestas em momentos cruciais. “Que mais posso dizer? Ele estava com um bom ritmo, escolhendo bem o lugar de arremessar. Ele entrou com muita energia. Foi por isso que o descansamos. Mas não sabia que ele estaria pronto desse jeito, não dá para levar o crédito nessa. Todo o crédito vai para Stackhouse”, disse Avery Johnson.

* * *

Sheed ensina defesa

Vejam! É o Rasheed ensinando os mais jovens

“Fiquei dois anos fora da NBA, mas não foram dois anos de férias”, diz Rasheed Wallace, também aos 38 anos.  Na boa campanha que faz o Knicks, a maior surpresa talvez seja mesmo aquele que havia parado de jogar em 2010, época em que já aparentava ter se retirado das quadras dois anos antes e não sabia.

Sua última temporada pelo Boston Celtics foi deprimente, com uma pálida imagem daquele jogador que colocou fogo num time já competitivo do Detroit Pistons, mas que, ao mesmo tempo, nunca chegou a honrar seus talentos ao máximo.

Porque ele podia fazer um pouco de tudo. Jogar de costas para a cesta. Chutar de todos os cantos da quadra até a linha de três pontos. Podia se dedicar apenas a um bom corta-luz, ou poderia atacar seu defensor no mano-a-mano. Se dobrassem, a cobertura precisava ficar atenta com passes simples e precisos. Além do tamanho, Sheed tinha mãos dos sonhos para qualquer jogador de basquete. O que faltava era concentração, determinação e maturidade para aguentar os diversos momentos de pressão e estresse em quadra.

Não é este ala-pivô completo que o Knicks está recebendo agora, obviamente. Em todos os sentidos: se ele já não é mais o supertalentoso dos tempos de Portland, também não é o cabeça-de-vento que servia de capitão dos Jailblazers. “Ele tem feito tudo o que pedimos. Não dá para ele jogar muitos minutos, mas os minutos que ele nos dá são muito positivos”, afirma o técnico Mike Woodson.

De acordo com os jornalistas que seguem o time de perto, a maior repercussão da presença de Sheed acontece nos bastidores, nos vestiários. Ainda um falastrão, o jogador “passa boa parte de seu tempo dividindo pensamentos com os companheiros sobre como agir na defesa, dando dicas”, segundo o New York Times.

“Apenas tento manter todo mundo concentrado no nosso plano de jogo. Você pode receber falta, o árbitro pode não dar nada, mas ainda assim é preciso reagir e continuar jogando. Apenas domine seu adversário do outro lado, e é isso que se mostra no placar. O que digo aos caras mais novos é que minha velocidade e minha agilidade não são mais as mesmas, mas que ainda posso falar. E com isso temos mais um defensor em ação”, avalia.

*  *  *

Além de suas inesperadas contribuições para dois times que devem disputar os playoffs do Leste nesta temporada, outro tópico pode reunir Wallace e Stackhouse numa mesma sentença: os dois fizeram parte da mesma equipe na universidade de Carolina do Norte, uma famigerada formação que ajudou a acelerar a aposentadoria do catedrátido Dean Smith na instituição.

Stack & Sheed

Stack & Sheed universitários

O ginásio da UNC hoje se chama “Dean Dome”. Em sua apresentação no Hall da Fama, Michael Jordan, seu aluno, soltou esta daqui: “Vocês não poderiam ter visto Michael Jordan jogar não fosse por Dean Smith”.

Sentiu o respeito? Antes de Phil Jackson, Smith foi o treinador que conseguiu se conectar com MJ  (dentro e fora de quadra) de um modo que pudesse amplificar as qualidades de um dos maiores atletas de todos os tempos.

Seu legado no basquete norte-americano é imenso: entre técnicos e jogadores, passaram por suas mãos gente como Larry Brown, George Karl, Bob McAdoo, Billy Cunningham, James Worthy, Sam Perkins, Kenny Smith, Antawn Jamison, Vince Carter, Doug Moe, Roy Williams e John Kuester. É a chamada “Família Carolina”, cujos tentáculos são bem mais abrangentes do que a lista acima.

Dean Smith venceu 879 partidas em sua carreira, atrás apenas de Bob Knight, Coach K e Jim Boeheim na primeira divisão da NCAA. Por 35 anos consecutivos ele mais venceu do que perdeu em uma temporada. Ganhou dois títulos e jogou 11 Final Fours.

No âmbito acadêmico, viu 96.6% de seus jogadores saírem da UNC formados – não só como atletas, mas como profissionais de diversas áreas também.

Ele só não conseguiu controlar Wallace. A personalidade do ala-pivô, já com aquela manchinha no cabelo, foi um desafio e tanto para o treinador que, por um lado, foi o primeiro de uma universidade sulista a escalar um jogador negro em sua equipe, mas, por outro, era avesso a escalar calouros (freshmen) em seus times. Acontece que Sheed, Stack e o por-onde-anda Jeff McInnis, em 1993, estavam destroçando os mais experientes nos treinamentos. A partir daí o séquito de torcedores ao redor dos Tar Heels se dividiu entre os que apoiavam que a tradição fosse mantida, que os mais velhos tivessem prioridade em quadra, mesmo que não fossem tão bons assim (George Lynch e o inesquecível Eric Montross entre eles), e os que sonhavam em ver uma versão pirata do Fab Five de Michigan na Carolina do Norte. “Rasheed Wallace, é claro, se tornou a figura central na guerra civil de Chapel Hill”, escreve o autor Jay Caspia Kang, do magnífico site Grantland, em perfil sobre o ala-pivô – enquanto McInnis e Stackhouse eram recrutas mais tradicionais da universidade.

Sheed já tinha sua bagagem pesada quando chegou ao campus. Durante os treinos, enterrava na cabeça de Montross para depois gritar em quadra que a posição era dele. Foi daí para baixo, supostamente, mas há quem diga também que há exagero nos relatos.

Segundo Kang, o papo de “potencial desperdiçado” por Sheed já fazia parte das rodas de bar na cidade. Segundo ficou para a história, o desgosto de Smith com os problemas  criados pelo jogador serviu como alerta para o treinador pegar o boné e sair de cena. Os tempos eram outros.

PS: Durante dezembro, por motivos de ordem profissional (embora a gente goste mesmo é de férias, o Vinte Um vai ser atualizado num ritmo um pouco mais devagar. Mas também temos uma surpresa que vem por aí. De qualquer forma, voltamos no final do mês com tudo.


Garoto americano marca 138 pontos em jogo universitário. Como isso pode acontecer? Assista
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

Jack Taylor admitiu que suas pernas e braços estavam cansados. Ele havia acabado de marcar 138 pontos em uma partida da terceira divisão do basquete universitário norte-americano.  Foi na vitória de sua Grinnell sobre a Faith Baptist Bible por 179 a 104. Pode rir o quanto quiser, porque não deixa de ser uma piada mesmo: 138 pontos é sacanagem e dá inveja até em astro da NBA.

O recorde anterior do garoto havia sido 48 pontos em uma partida de High School. Na temporada, ele tinha média de 24 pontos por jogo – agora a contagem subiu para mais de 60.

“Nós havíamos disputado um torneio na semana passada, e eu não tinha arremessado muito bem. Então esse era definitivamente um foco de nossa equipe nesta noite para tentar me dar ritmo, antes de chegarmos aos jogos de conferência, e comecei a acertar meus arremessos. Aí fomos em frente”, afirmou. “No intervalo, achei que tinha uns 30 pontos, mas o técnico veio me dizer que tinha 58. Aí o time se empolgou com isso e quiseram seguir me dando a bola. Eles não foram nada egoístas, estava muito felizes, e não poderia ficar mais agradecido a eles.”

Simples assim.

Veja alguns dos poucos pontos que o rapaz marcou:

E aqui a entrevista dele para o SportsCenter americano:

*  *  *

Alguns números desse jogo bizarro: 138 pontos para Taylor, que foi responsável por 77% do que seu time produziu, com um arremesso a cada 20 segundos. Ele acertou 52 chutes em 108 tentativas, sendo 27 de 71 na linha de três pontos. David Larson, da equipe adversária, anotou 70 pontos, convertendo 34 de seus 44 chutes..

*  *  *

Como acontece uma loucura dessas?

Jack Taylor tentou explicar: seu time aposta sempre na marcação pressão e em arremessos rápidos, tentando cansar o adversário, incomodar, mesmo. Quer dizer, é uma equipe que joga para fazer muitos pontos mesmo. E tem longa tradição: o treinador David Arseneault (o nome tem tudo a ver, né?) pratica isso há um bom tempo.

“Nas últimas duas décadas, o técnico vem colocando em prática seu sistema (“O Sistema”), baseado em sua fórmula (“A Fórmula”), que pede explicitamente  que sua equipe arremesse pelo menos 94 vezes num jogo, 47 das quais deveriam ser em três pontos”, relata o repórter Eamon Brennan, do ESPN.com americano.

“Arseneault recruta quase que exclusivamente armadores de bom arremesso, para que seus jogadores sejam intercambiáveis quando ele substitui todos os cinco de uma vez e faz uma alteração a cada minuto. É um jeito totalmente insano, emocionante de se jogar basquete, e também é um elefante, um tigre e um corvo assustador em um circo de bizarrices”, completou.

Circo de bizarrices, ficamos com isso mesmo.

Tags : NCAA


Ala do Knicks vive melhor fase e confessa que baladas de NY atrapalhavam
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

JR Smith pelo Knicks

JR| Smith agora só se dedica ao New York Knicks

São apenas sete jogos, mas não deixa de ser impressionante o aproveitamento de JR Smith, ala do New York Knicks, nos chutes de três pontos nesta temporada: 60%. Imaginem. Tem gente que daria uma medalha para ter esse número apenas em seus lances livres. Pensem que o cara está encaçapando com essa frequência a mais de seis metros da cesta.

Sua médiana carreira é de 37,1%, marca que não chega a derrubar ninguém da cadeira, mas que já precisava ser respeitada. Agora… Acima de 60%? É para fazer do inferno a vida de qualquer defesa. Ainda mais quando os marcadores têm se preocupar com um Carmelo Anthony e quando armadores do nível de Jason Kidd e Pablo Prigioni estão disponíveis para rodar a bola.

Fica difícil.

Em termos de pontos por minuto, o ala ainda está abaixo do que costuma fazer: na projeção de pontos por minuto, ele vem anotando 17,6 por 36 minutos (geralmente o tempo de quadra que um titular ganha), abaixo dos 18,6 que tem em nove anos na liga – pelo Denver Nuggets, já chegou a 23,0 por confronto.

Mas não importa. É praticamente o mesmo número, mas com uma baita diferença em sua eficiência (47,9% de acerto nos chutes de quadra contra péssimos 40,7% do ano passado e 42,8% no geral). Além disso, ele também vem com as melhores marcas de índice defensivo, aprendendo uma coisa ou outra com Mike Woodson e se beneficiando também do surpreendente espírito coletivo que toma conta do Knicks neste início de campanha.

Com toda a franqueza da Big Appple, Smith afirmou que um dos motivos para essa súbita elevação de seu padrão tem a ver com a mudança de seus hábitos noturnos. “Não vou mentir. A vida noturna de Nova York basicamente tomou conta de mim. Estava saindo basicamente toda noite, sem me concentrar no desafio que tenho pela frente”, afirmou.

JR Smith, sexto homem do Knicks

JR Smith tem uma temporada profissional para seguir em Nova York

O ala acertou com o Knicks durante a temporada passada, aquela afetada pelo locaute, assinando com uns meses de atraso depois de ter topado uma aventura na China, onde, por pouco, não causou uma crise internacional, de tanto que aprontou. (Para constar, ele era conhecido como JR Shimisi no país :)).Talvez com saudades de ‘casa’, se esbaldou com as diversas opções de entretenimento nova-iorquino. Quem acompanhou o Twitter do sujeito, com polêmicas ao amanhecer, fotos despudoradas e devaneios sem sentido, já havia percebido que algo estava acontecendo.

Não que as baladas fossem o único problema em torno do jogador JR Smith. Pelo Hornets, Byron Scott ficou ainda mais careca ao tentar domar o ala em seus dois primeiros campeonatos, vindo direto do High School como um adolescente. Foi mandado para o Bulls em troca por Tyson Chandler e, depois, repassado diretamente para Denver em negociação envolvendo o inesquecível Howard Eisley. Para ver como estava sua cotação no mercado. No Colorado, tirou George Karl do sério em diversas ocasiões, pelo mau comportamento nos treinos e atuações enlouquecedoras – era um dos que roubavam os arremessos de Nenê na cara larga.

Agora, em seu nono ano como profissional, tal como Carmelo Anthony jura ter acontecido, ele teve sua epifania. Percebeu  que, poxa vida, se é para ganhar um salário milionário, precisava ser um… Profissional em quadra!

(Palmas e mais palmas, por favor!)

“Estou vindo para o ginásio todo dia para trabalhar o máximo que eu puder. Muitas vezes, antes, na minha carreira, eu tinha uma energia negativa ao chegar ao ginásio, não querendo estar lá e fazendo umas palhaçadas. Neste ano está mais sério. Entendo que cada viagem nossa é uma viagem a trabalho, não uma viagem de diversão”, disse o ala, aos 27 anos. Você chega e trabalha duro. Se eu trabalhar duro, o cara próximo de mim vai me ver trabalhando duro.”

Parte do blogueiro acha bacana, e tal, mas a outra parte acha fica pensando aqui… Leva nove anos pra entender isso?

Genial.

“Ele está tão concentrado e focado neste ano. É como se fosse um jogador diferente. Ele realmente amadureceu, e está comprando o que o treinador vem falando, e isso tem ajudado muito”, avaliou o pivô Tyson Chandler.

Aí é a hora de voltar a falar que são apenas sete jogos. Uma hora a pontaria de três pontos do profissional JR Smith vai cair um pouco na real. Não tem jeito. O técnico Mike Woodson e os carentes fãs do Knicks só esperam que a outra metade da história seja mantida até o fim do campeonato.


Rajon Rondo dá 20 assistências em um jogo e ainda sai desgostoso de quadra
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

Rajon Rondo não pode ser o Peyton Manning em Boston

No esporte há vários atletas que são engraçados mesmo que não queiram, não?

Pelo menos o Rajon Rondo é visto aqui no QG 21 desta maneira. Então me desculpem a insistência com o Boston Celtics, mas quando um armador dá 20 assistências num jogo e diz que a contagem poderia ter sido maior, acaba se enquadrando nessa categoria e evoca mais um post.

(Mas não é só por isso que ele diverte o blogueiro: contem aí as brincadeiras fáceis que faz com a bola dadas as suas mãos enormes, suas expressões quase sempre mal-humoradas, o comportamento arredio, a competitividade absurda, tudo isso empacotado em um nome como  “Rajon Rondo”, e fica meio óbvio o apelo por cá).

Depois de sentar por uma partida par acurar uma torção no tornozelo, Rondo voltou neste sábado para tranquilizar a exigente torcida de Boston, em vitória sobre o Toronto Raptors, por 107 a 89 – que início frustrante para os canadenses, aliás. Com seu armador principal em ação, o ataque funcionou que foi uma beleza: 56,6% de aproveitamento nos arremessos.

Não foi o bastante para Rondo arrefecer e soltar um sorriso. “Ele na verdade estava bravo por causa das 20 assistências. Ele achava que poderia ter conseguido 30 hoje”, disse o ala Courtney Lee. Vai saber até que ponto isso é uma brincadeira.

Para se ter uma ideia da influência que ele pode exercer sobre o Celtics, o time conseguiu 37 passes para cesta no jogo em 43 chutes de quadra convertidos. Quer dizer: apenas seis cestas não foram resultado direto de um passe de um companheiro. Incrível: destroçaram a defesa por zona de Dwane Casey. Mas também é um reflexo direto do tipo de elenco que Doc Rivers tem em mãos, com poucos jogadores que estejam habituados a criar individualmente, como Paul Pierce e seus inúmeros truques com a bola. Courtney Lee, Jason Terry e seus pivôs tendem hoje a produzir mais de acordo com o ritmo do ataque e a troca de gentilezas do que isolados num canto.

“Fica muito mais fácil porque ele é o Peyton Manning jogando. Ele desmonta a defesa e dá a bola para os caras na posição certa para pontuar”, disse Lee, sem se dar conta que talvez fosse melhor usar um Tom Brady, o Sr. Bündchen, como referência na Nova Inglaterra, em vez do maior rival de sua vitoriosa carreira na NFL.

Mas tudo bem: enquanto Rondo seguir distribuindo presentes dessa maneira, em Boston só vai ter espaço para um cara se irritar. Ele mesmo.

*  *  *

Os adversários podem detestar Jason Terry, mas seus parceiros o adoram. Nas entrevista após a surra contra o Raptors, ele mostrou por quê. “Disse isso já no primeiro dia, que ele é o melhor armador nesta liga. Neste ano ele definitivamente vai fazer parte das conversas sobre MVP, se continuarmos vencendo. O modo como ele controla o jogo, sua liderança, sua habilidade para dominar a partida no ataque e na defesa: tudo isso faz dele especial”, discursou o veterano em tom de campanha precoce para Rondo.

*  *  *

Somando a boa e saudável atuação de Rondo, Terry com a pontaria certeira (20 pontos em 29 minutos) e Lee fazendo de tudo um pouco, Leandrinho acabou limitado a 16 minutos. O brasileiro marcou oito pontos, com 50% de quadra. Foi o único jogador do Boston a sair de quadra com um saldo negativo de pontos (-1). A maior marca foi de Rondo, claro (+19).

*  *  *

Rondo deu sete assistências apenas no primeiro quarto. Se tivesse mantido a média nas parciais posteriores, teria igualado a melhor marca de um Celtic: as 28 do legendário Bob Cousy, multicampeão nos anos 60 com o garçom de Red Auerbach.

*  *  *

O recorde de assistências em uma única partida da NBA pertence a Scott Skiles, hoje técnico do Milwaukee Bucks. Com a camisa do Orlando Magic, ele distribuiu 30 (sim, 10 + 10 + 10) em vitória do Orlando Magic sobre o Denver Nuggets na temporada 1990-1991. Contando com pivôs como Greg Kite e Terry Catledge, bem antes de Shaquille O’Neal dar as caras na Flórida, o armador precisou de uma forcinha dos alas Nick Anderson e Dennis Scott para chegar a esse incrível número. Para constar, o Nuggets tinha uma peneira de uma defesa e sofria com um elenco abaixo da mediocridade (Chris Jackson, que ficaria conhecido anos depois como Mahmoud Abdul-Rauf,  e o baixotinho Michael Adams eram os destaques). Confira, de todo modo, a noite mágica do general Skiles:


A crise do Lakers segundo Kobe Bryant: relembre as frases de impacto do astro
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

Kobe Bryant

Para segurar Kobe Bryant, agora só com uma mordaça

Kobe Bryant está on fire.

E não só por seu ótimo início de campanha em quadra, a despeito de toda a turbulência por que passa o supertime (na teoria) do Lakers.

Ele está impossível também diante de microfones e gravadores, fazendo dos setoristas da equipe uns tremendos de uns sortudos. Como se eles já não tivessem o que dar de manchete com tantas contratações bombásticas, demissões, intrigas e difamações públicas nas últimas semanas. Fato é que, cada vez mais próximo do final de uma fantástica carreira, o ala se sente completamente seguro e livre para dizer o que bem entende, não importando as consequências.

Quem vai mexer com ele?

Tem o maior salário da liga, com US$ 27 milhões programados para este campeonato e mais US$ 30 milhões para o próximo. Dos poucos que possuem uma cláusula contratual que vetam uma eventual troca com a qual não concorde. Senhor de Los Angeles, o ídolo das celebridades. Intocável.

Então vai falar o que bem entender mesmo. Veja uma compilação com algumas de suas declarações recentes. Mais precisamente, desde o início de outubro. Tudo isso, então, em menos de dois meses:

“Acho que todos nós todos meio que estávamos esperando que fosse o Phil. Provavemente pegaram o Mike com a guarda baixa também. Mas estou animado. Para ser honesto, Mike era minha primeira escolha, porque nem sabia que Phil seria uma opção. Quando me disseram, respondi que adoraria, e foi isso. Então eles sabiam os dois de quem eu gostava. Já que obviamente não deu certo com Phil, então eles sabiam que tinham minha aprovação para fechar com o outro”, sobe a contratação de Mike D’Antoni, deixando claro que, dessa vez, foi consultado sobre o processo, depois de ficar irado com a contratação de Mike Brown, da qual ouviu pela primeira vez como eu e você: pela imprensa.

Kobe é o cara

Eu sou o cara, mas não sou fominha

“Ele é um gênio ofensivo. O ataque que ele instaurou na seleção dos EUA é a que nos levou para um caminho de duas medalhas de ouro. Sabemos todos qual o tipo de talento que tínhamos naquela equipe, então era importante que nós tivéssemos um ataque que fosse flexível, que fosse aberta e mantivesse todos envolvidos”, sobre a criatividade de D’Antoni no ataque.

“Vocês sabem o que sinto por Phil. Uma coisa que meio que me incomodou sempre foi o modo como em seu último ano eu não consegui dar para ele o que tinha de melhor, meu jogo normal. Entende? Porque eu estava jogando com uma perna só. E isso sempre me consumiu. No último ano de sua carreira não fui capaz de dar tudo o que tinha. Ele é um técnico muito grande para sair daquele jeito. É o que sinto pessoalmente. Para mim, levei isso no coração”, sobre a temporada 2010-2011 na qual o Lakers foi varrido pelo Dallas Mavericks na semifinal da Conferência Oeste, marcando a despedida de Phil Jackson.

“Conhecendo-o do jeito que conheço, é só uma questão de saúde. Se ele se sente fisicamente pronto. Ele é um perfeccionista, todos sabemos disso. Se ele sente que pode vir aqui e dar aquilo que ele cobra de si próprio, então acho que estaria interessado”, empolgado com a possível volta do Mestre Zen.

“Ele ensina os caras a serem pensadores. Ele nos ensina as pequenas nuanças, os detalhes, os pontos intrínsecos do jogo que apenas alguns conhecem. Não é culpa dos outros, mas é que, quando estamos falando de basquete, ele está no nível dos gênios. É difícil para alguém assumir uma responsabilidade dessa com jogadores que cresceram sob esse tipo de tutelagem”, novamente falando o mundo sobre seu treinador predileto e, ao mesmo tempo, contando algo sobre os problemas de Mike Brown e algo que também vai ser um enorme desafio para D’Antoni.

“Estou muito velho para lidar com esse tipo de coisa. Tenho sido seu principal defensor. Estou realmente muito velho para esse tipo de coisa infantil. É ridículo. Todos aqui estão frustrados por ter perdido um jogo. Você fica nervoso. Mas não tem a ver com uma pessoa em particular. Deus, as pessoas estão entediadas (para criar algo disso)”, sobre a encarada que deu em Brown durante uma derrota para o Utah Jazz, flagrada pela TV local de Salt Lake City, discutida por jornalistas e torcedores em tempo real e reprisada de modo exaustivo na TV e na rede a ponto de virar um GIF animado etc.

“Jogar até os 40 anos não é algo que está fora de possibilidade. Sempre vai haver jogos no YMCA, peladas nos parques. Provavelmente vou jogar enquanto estiver vivo”, sobre… Hã… Jogar até os 40 anos.

“Tudo o que visto é novo”, ao ser questionado por um repórter sobre um agasalho marrom que estava usando.

“Vou dizer isso por ele: ‘Que todo mundo cale a boca’. Deixem a gente trabalhar e, no fim do dia, vocês ficarão felizes com os resultados. Apenas não entendo. Sem tentar morder minha língua e chamá-los de idiotas, mas é o que acabei de dizer na verdade, mas nesta cidade as pessoas já viram nós vencermos um monte de campeonatos com um ataque que era muito difícil de aprender. Eles sabem como as coisas funcionam. Então para eles serem estúpidos agora e pedirem para que Steve apenas fique driblando, para que só passemos para Dwight no garrafão ou que eu fique isolado com a bola, não vou dizer que isso é idiotice, mas está perto disso”, ainda tentando proteger Mike Brown em meio a uma saraivada de críticas no começo da temporada.

“Acho que é mais provável que os críticos ataquem Brown do que Phil. É justo porque Phil obviamente venceu, e Mike ainda não. Mas você tem de olhar para nossas filosofias ofensivas. É o mesmo tipo de filosofia”, sem perder o fôlego.

Phil Jackson e o afro de Kobe

O jovem Kobe Bryant orientado pelo já Mestre Zen

“As coisas vão ficar um pouco tensas porque não sou um soldado muito feliz agora”, depois da segunda derrota em dois jogos do Lakers no início da temporada.

“Não somos os caras mais rápidos do mundo, então temos de apoiar mais um ao outro”, sobre as dificuldades defensivas da equipe, que sofre principalmente para defender o pick-and-roll executado por armadores mais baixos e velozes.

“Torções de tornozelo nem me incomodam mais. Já virei o pé tantas vezes que não tenho mais nada ali embaixo” e “Eu nunca preciso de liberação. Ou eu estou pronto, ou não estou. Eles fizeram um ótimo trabalho me tratando e me deixando pronto. Já estamos juntos há muito tempo, então eles confiam no meu julgamento”, sobre os problemas físicos e quem decide se ele deve jogar ou não. Dica: não é o departamento médico.

“Prefiro ser compreendido como um vencedor do que como um bom companheiro de equipe. Queria que ambos andassem de mãos dadas toda hora, mas isso simplesmente não é real. Não tenho nada em comum com gente preguiçosa, que culpa os outros pela falta de sucesso  que tiveram. As coisas grandes vêm de trabalho duro e perseverança. Não tem desculpa. Esse é o meu jeito. Pode não ser certo para você, mas tudo o que posso fazer é dizer o que penso. Cabe a você entender que tipo de liderança se adequa melhor ao seu estilo”, mandando um recado no Facebook a vai saber quem (leia abaixo).

Kobe Bryant x Smush Parker

Escuta aqui, Smush, deixa de… Encher a paciência

“Dei para ele seus 30 minutos de fama. Tudo bem. Ele está jogando na China, né? Desejo boa sorte. Talvez algum dia ele volte para a NBA e veja como as coisas são de perto”, em contra-ataque verbal contra Smush Parker, depois de ouvir sobre as críticas que o ex-companheiro fez sobre sua suposta arrogância fora de quadra.

“Quase venci um prêmio de MVP com Smush Parker e Kwame Brown em meu time. Estava arremessando 45 vezes por jogo. O que deveria fazer? Passar para Chris Mihm e Kwame Brown…”, relembrando alguns ex-parceiros de quem provavelmente não sente muita saudade, ao ser questionado sobre a fama de fominha que o persegue.

“O que acontece é o seguinte: algumas pessoas são muito, mas muito burras. Continuo ouvindo que sou um jogador egoísta, que só quero saber de fazer cesta. Mas ninguém conquistou mais títulos do que eu na minha geração. Tenho cinco desses. Você não pode ser egoísta e ganhar um título, o que dizer de cinco? Esas discusão já deveria estar no caixão agora”, e segue o jogo.

“Não é justo. Jodie tem de me marcar a cada dia de treino, então fica ruim para ele”, sobre as chances reduzidas de o ala Jodie Meeks ganhar tempo de quadra na equipe.

“O time é meu. Eu tenho cinco anéis de campeão. O que vocês querem que eu diga?”, sobre quem seria o dono da nova formação estelar do Lakers.

Na verdade, Kobe, a gente quer que você diga mais. Muito mais mesmo.


Troca de alas reservas revela como funciona um pouco dos bastidores da NBA
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

Free Hakim Warrick!

Free Warrick! O ala em ação na sua única partida pelo Hornets

Na terça-feira, uma das trocas mais insignificantes da história da NBA foi fechada: o Charlotte Bobcats mandou o esquenta-banco oficial Matt Carroll para o New Orleans Hornets, em troca do ala Hakim Warrick, que até hoje é mais conhecido, mesmo, como o parceiro de Carmelo Anthony na conquista do título universtiário de 2003 por Syracuse do que por qualquer coisa que tenha feito entre os profissionais.

Não era definitivamente algo digno de um post.

Então o que este texto está fazendo aqui?

(E, sim, essa pergunta é o cúmulo da metalinguagem. Mas agora vocês vão entender aonde queremos chegar:)

O texto nasceu quando somos brindados com uma declaração interessante do técnico Monty Williams, do Hornets, indicando qual a motivação de seu time fechar um negócio tão pouco impactante como esses. Uma resposta que diz muito sobre como funciona os bastidores das franquias, da relação de técnicos e dirigentes com seus atletas na liga.

“Não me senti bem de ter Hakim sentado no banco daquele jeito”, disse o treinador, sobre o ala que havia entrado em quadra em apenas uma partida nesta temporada, jogando por apenas sete minutos na derrota para o Sixers.”Não sentimos que era certo fazer isso quando o cara faz tudo aquilo que supostamente tem de fazer e não ganha a chance de jogar.”

Warrick chegou ao clube este ano, como peça complementar no negócio que levou para o Hornets o pivô Robin Lopez,  escudeiro do ultrapromissor Anthony Monocelha Davis. Embora não tenha uma carreira marcante na NBA, o ala ao menos teve campanhas muito mais produtivas que Carroll, com média de 9,3 pontos por jogo e um índice de eficiência acima da média. Em Nova Orleans, porém, não ia ter muitas oportunidades, por estar atrás de Davis, Ryan Anderson, Al-Farouq Aminu e Darius Miller na rotação. “Avaliando bem, fizemos essa troca em nosso detrimento, perdendo um cara como Hakim, que sabe jogar. Sentimos que devíamos a ele abrir uma oportunidade para que ele joge, especialmente sendo este seu último ano de contrato”, completou Monty.

E aí está uma frase reveladora. Se ele não vai para quadra, começam as aflições: o que será de seu futuro na liga? Passou o seu tempo? Se ninguém vai me ver em ação, como pode ser contratado? Ainda mais com as restrições salariais que ficarão ainda mais duras nas próximas temporadas. Se o jogador estiver aflito, infeliz por não entrar em quadra, seria uma influência positiva no vestiário? Quantos desses casos, como o de Warrick, não estão espalhados pelos 30 clubes participantes?

Num mundo de atletas milionários extremamente paparicados, essas são questões para os cartolas e técnicos administrarem e que vão muito além de pranchetas, enterradas e reclamações com árbitros e têm impacto direto no produto oferecido em quadra, já que afetam a química de um elenco.

Nesse sentido, Carroll seria uma dor-de-cabeça muito menor para Williams remediar. Um jogador muito mais acostumado a ficar no banco, a ser uma peça complementar de elenco, mantido hoje na liga muito mais por seu profissionalismo do que por suas habilidades atléticas. “Sempre podemos usar caras que sabem arremesssar”, diz o técnico. “Matt tem uma boa rodagem, mas não jogou muito nos últimos anos. Então não sabemos. Vamos ver o que acontece. Mas nós certamente queríamos ajudar Hakim a se envolver em uma situação na qual poderia jogar mais.”


Contusão de Rondo abre espaço para Leandrinho mostrar serviço e ser elogiado
Comentários COMENTE

Giancarlo Giampietro

Ninguém vai torcer pela contusão de ninguém, mas você precisa estar pronto para jogar se algo de ruim acontecer. Leandrinho estava pronto nesta quarta-feira. Com uma contusão de Rajon Rondo, com cerca de quatro minutos restando no terceiro período, o ala-armador saiu do banco para o resgate com a duríssima missão de substituir o brilhante armador na vitória do Boston Celtics sobre o Utah Jazz por 98 a 93.

Leandrinho, orgulho de Celtic

Leandrinho é acolhido por KG e Green em voto que postou no Twitter para falar de união, ubuntu do Celtics

“Barbosa foi incrível”, afirmou o técnico Doc Rivers. “Digo, ele nos livrou. Não apenas  por ter entrado no lugar de Rondo. Achei que no primeiro tempo nossos titulares estavam muito parados e nossa segunda unidade nos deu um empurrão. E, obviamente quando Rondo saiu no segundo tempo, colocamos LB lá e chamamos poucas jogadas porque ele ainda não as conhece muito. Mas fizemos basicamente tudo com pick-and-rolls. Dissemos para que ele apenas seguisse atacando a cesta e que, a partir dali, descobriríamos o que fazer.”

É isso. Por mais que algumas jogadas se repliquem de um time para o outro, o Celtics tem seus próprios sistemas, conceitos, que o ligeirinho não teve oportunidade de assimilar ao ficar fora de todo o training camp e pré-temporada. Desta forma, vai ter de se achar por tentativa e erro em Boston. A lesão de Rondo abriu espaço, e ele soube aproveitar, aproveitando uma boa atuação que teve na rodada anterior contra uma defesa fortíssima como a do Chicago Bulls.

Se ainda não sabe direito as jogadas, Leandrinho tem de se concentrar em fazer o simples, como Rivers afirmou, e executar com agressividade, mas sem perder a cabeça. Contra o Jazz, ele conseguiu cumprir o script perfeitamente. Depois de converter sete de seus 16 pontos no primeiro tempo, sua melhor sequência veio quando entrou no lugar do armador titular e anotou seis dos próximos oito pontos da equipe. Melhor: jogando em ritmo acelerado e atacando sempre a cesta, procurando o garrafão, em vez de se contentar com tiros desequilibrados de três pontos.

“Apenas tentei jogar o que sei e tentei ajudar meu time com minha energia”, disse o brasileiro, que ficou em quadra por todos os 12 minutos do quarto final. “Foi muito importante acelerar. Acho que é o jeito que queremos jogar na maior parte do tempo. Quando estou no banco, vejo Rondo jogar, e é o que ele gosta de fazer: correr. E funciona muito bem. Para mim, fica muito mais fácil, me sinto muito mais confortável jogando desse jeito. Mas estou me acostumando já com as jogadas. Os técnicos vêm trabalhando comigo à parte. Estou chegando.”

Com ou sem Rondo, é importante que o brasileiro mantenha essa disposição e atitude. Agora uma presença inveterada no Twitter, escrevendo sem parar sobre o orgulho de ser um Celtic, talvez não seja tão difícil. “Em alguns dias, alguns jogos não vou ter muitos minutos, sei disso. Quando o clube entrou em contato, já sabia”, afirmou.  “Então só o fato de estar aqui e tentar ajudar… É o que importa para mim.”