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Categoria : Notas

Nenê diz ter contemplado aposentadoria e descarta jogar pela seleção na Copa América
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Giancarlo Giampietro

Nenê, na seleção

Bom, imagina-se que, durante sua visita recente a Washington, Rubén Magnano já tenha ouvido de antemão que não poderia contar com Nenê para a disputa da próxima Copa América, a partir de 30 de agosto, em Caracas. Na dúvida, republicamos aqui o que o brasileiro afirmou em entrevista ao Washington Post: “Foi uma honra representar meu pais nas Olimpíadas. Fiz o sacrifício, sabe. Foi minha decisão, mas agora vou ter o verão inteiro para me recuperar e ter meu corpo direito, com força”.

Sem parar durante as últimas ‘férias’, o pivô jogou a temporada toda de 2012-2013, sua 11ª na liga, com uma fascite plantar no pé  esquerdo que se recusou a ir embora, sem contar as dores no joelho direito que se agravaram com o acúmulo de jogos. A situação estava tão crítica, que ele revelou que chegou a contemplar a aposentadoria precoce das quadras.

“O quão duro foi? Duro o bastante para pensar a encerrar minha carreira? Sim, foi duro desse jeito. Foi tão difícil jogar deste jeito. Pensei em encerrar minha carreir porque é muito doloroso, meu corpo não consegue suportar. Estou feliz de ter finalizado a temporada, mas do modo como sofri, espero, nunca mais passar por isso”, disse.

Na hora em que li essa declaração, pensei automaticamente na raiva que Kobe Bryant sentiu ao ver seu campeonato encurtado devido a uma ruptura no tendão de Aquiles. Segundo a grande maioria dos especialistas, a lesão do ala do Lakers foi mero acidente, enquanto Nenê lidou com problemas crônicos durante meses e meses. Realmente não dá para imaginar que tenha sido o ano mais feliz da carreira do paulista de São Carlos, ter de jogar enfrentando uma dor daquelas.

O reflexo desse desgaste físico se viu claramente em seu rendimento: pela primeira vez ele chutou abaixo dos 50% de aproveitamento (sem contar 2007-2008, quando teve de superar o câncer). Para comparar, nas últimas três temporadas, ele teve mira de 53,7%, 50,9% e 60,7%. Suas médias em rebotes e bloqueios também sofreram, assim como na de pontos por partida – apenas 12, a menor desde 2006.

Esses números não serão alterados, já que Nenê decidiu que não vai participar das últimas duas partidas do Wizards, nesta semana. Chega. “Não me importo com o que as pessoas pensam, por que elas não estnao comigo todo os dias. Não sabem o quanto eu sofro, o quanto eu choro, o quanto eu fiz de fisioterapia para poder jogar. Não me importo. Sei pelo que passei. Vou voltar forte e eles vão ver.”

Só não será pela seleção, mesmo.

 *  *  *

Resta saber apenas se o pivô vai estar em forma para disputar o amistoso entre Wizards e Chicago Bulls, pela pré-temporada da NBA, pela primeira vez no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro.


Warriors assina com Scott Machado até o fim da temporada, diz site
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado, a luta continua

Scott Machado, do Santa Cruz (e Golden State) Warriors

Resta saber precisamente quais os detalhes do acordo, mas o Golden State Warriors estendeu seu contrato com o armador Scott Machado até o fim da temporada. A informação é do fura-bolo Adrian Wojnarowski, do Yahoo Sports americano. Muito provavelmente, o brasileiro de Nova York fechou um negócio semelhante ao que tinha com o Houston Rockets: a franquia tem o direito de mantê-lo em seu elenco para a próxima campanha, mas sem vínculo garantido. Isto é, podem dispensá-lo quando bem entenderem.

Então não quer dizer que a guerra do rapaz, para se dizer um jogador de NBA para valer, esteja vencida. De qualquer forma, é mais uma grande batalha definida a favor do jogador, que tem pouco tempo de filiação ao clube californiano, mas já causou boa impressão a ponto de ser “promovido” para o time de cima. Passou, assim, na frente de um monte de gente que estava lá desde o início da D-League – como o ala-armador Travis Leslie, e os alas Darington Hobson, ex-Bucks, e Taylor Griffin, irmão de Blae e ex-Suns.

O Golden State havia assinado com Scott um contrato de dez dias em 7 de abril. No dia 8, o devolveu para o Santa Cruz, e ninguém entendeu muito bem o que estava acontecendo. Agora está tudo mais claro: queriam apenas blindar o armador, impedindo que algum concorrente o tirasse de sua equipe de apoio.

Aliás, Scott deve continuar como jogador do Warriors “B” nas próximas semanas, uma vez que eles estão também nos mata-matas da liga de desenvolvimento, acabando de eliminar na primeira rodada o Fort Wayne Mad Ants – 🙂 – por 2 a 0 na série melhor-de-três.  Na segunda e decisiva partida, com vitória por 110 a 92, brasileiro jogou por 23 minutos e somou nove pontos, duas assistências e um rebote.


Time de Rafael Luz completa sequência especial como “mata-gigantes” na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Olho nele, Magnano: Rafael Luz

“Rafa Luz, ex-Freire” ataca o Real Madrid em mais uma sólida atuação na Espanha

Falamos há pouco sobre o crescimento do talentoso Rafael Luz na Espanha. Agora dá para destacar sua equipe numa abordagem mais abrangente, geral, depois de o Obradoiro vencer o Real Madrid por 64 a 61 e completou uma sequência especial na Liga ACB, o Campeonato Espanhol de basquete: venceu todos os quatro participantes do país na Euroliga fora de casa. Antes do triunfo em Madri, o Obradoiro havia vencido Barcelona, Caja Laboral e Unicaja Málaga como visitantes.

A abertura do relato do site oficial da liga espanhola para destacar essa “quadra” completa é demais: “Cuando la sorpresa se viste de rutina, deja de ser sorpresa, mas cuando la excelencia se convierte en frecuente, no deja de ser excelencia. Es el caso del Blusens Monbus. Etiqueta de revelación, de sensación, de matagigantes. Etiqueta ganada en pista, ganada con el juego, ganada con el tiempo”, escreveram.

A excelência, no caso, reside no sucesso longe de casa. O último clube que bateu Real, Barça e Baskonia (o atual Caja Laboral, ex-TAU Cerámica) em seus domínios acabou avançando até a final. Difícil imaginar que isso possa acontecer com o aguerrido, mas modesto time de Rafael. De todo modo, é uma façanha, e o brasileiro tem participação direta nisso.

Contra o Real, para celebração de seus 120 torcedores que visitaram a capital espanhola, ele jogou por pouco mais de 26 minutos, vindo do banco, e converteu apenas um arremesso em quatro tentativas. Porém, encontrou outras formas de contribuir, somando cinco pontos, seis assistências e três rebotes. Novamente, o Obradoiro rendeu muito mais com o mais novo representante da “Dinastia Luz”: enquanto ele esteve em quadra, a equipe teve um saldo de cestas de + 12, sua melhor marca no jogo. O quer dizer ainda que, com Rafael no banco, o time perdeu (ou “teria perdido”) por seis pontos de diferença.

*  *  *

Cabe ressaltar que o Real, que enfrenta o Maccabi Tel Aviv pelas quartas de final da Euroliga, maneirou em sua escalação, controlando os minutos dos dois Sergios armadors, Llull e Rodríquez, e de mais dois titulares regulares, o ala Carlos Suárez e o pivô Mirza Begic. O que não quer dizer, claro, que, diante de um elenco fortíssimo, seja fácil batê-los em Madri. Quem se beneficiou dessa opção do técnico Pablo Laso foi Rafael Hettsheimeir, xará de seu compatriota. Se muito tempo para mostrar serviço na Euroliga, ele pôde começar a partida como titular, terminando com seis pontos e cinco rebotes em 28min54s. Essa é uma situação que precisa ser monitorada, pensando em convocação: um dos heróis da classificação olímpica da seleção masculina, o pivô revelado em Ribeirão Preto está um pouco fora de ritmo de jogo. Sua presença seria inquestionável, mas Magnano teria de trabalhar bem com ele nos treinos para a Copa América.

*  *  *

Se Rafael Luz foi revelado pelo Málaga, Hettsheimeir jogou pelo Obradoiro de novembro de 2009 a fevereiro de 2010, numa breve, mas muito importante passagem de sua carreira. Foi no clube de Santiago de Compostela que ele conseguiu mostrar serviço, de verdade, na elite do basquete espanhol, até regressar ao Zaragoza e virar um pivô cobiçado em todo o mercado europeu – chamando a atenção da NBA, ao mesmo tempo.

*  *  *

Com o triunfo, o Obradoiro (ou “Blusens Monbus”) se mantém na oitava colocação da temporada regular da Liga ACB, posto que vale a classificação para os playoffs. O clube tem uma vitória a mais que o Unicaja Málaga, justamente o responsável pela formação de Rafa Luz em seus últimos anos de juvenil na Espanha e que tem um orçamento muito maior e conta com o pivô Augusto Lima em seu elenco.


Kobe Bryant desabafa no Facebook: “Talvez o tempo tenha me derrotado. Mas talvez não”
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Giancarlo Giampietro

 

O desabafo de Kobe

As redes sociais supostamente estão aí para isso, afinal.

Para aproximar as pessoas, dar a chance para qualquer um se pronunciar, sem filtro.

E aqui está Kobe Bryant, falando, escrevendo diretamente para você e, ao mesmo tempo, por ele, mesmo. Como o próprio craque destaca, é um desabafo, é uma tentativa de assimilar a desastrosa lesão que ele sofreu na noite desta sexta-feira, uma aparente ruptura no tendão de Aquiles – ainda não fez ressonância magnética, mas todos no Lakers acreditam que é isso, e ponto. Se o diagnóstico for confirmado, ele não joga mais nesta temporada, que, aliás, pode durar apenas mais três partidas. E poderia perder praticamente todo o campeonato 2013-2014 também, já que esse tipo de lesão exige algo em torno de nove a 12 meses de recuperação.

Claro que, falando de quem estamos falando, o processo pode ser muito mais rápido. No momento, porém, até mesmo Kobe se dá ao direito de questionar se isso é possível. “Por que diabos isso aconteceu?!? Agora tenho de voltar de uma lesão dessas e ser o mesmo jogador ou até melhor aos 35 anos?!? Como eu poderia fazer algo assim?”, duvida. Como?

Segue aqui, então, uma tradução livre de um discurso raro – e inspirador – de um atleta no Facebook, tão incomum como a capacidade de o ala se manter em um altíssimo nível aos 34 anos, desafiando qualquer lógica da NBA. No momento em que publicamos este post, sua mensagem havia sido compartilhada 45.729 vezes:

“Isso é uma bobagem, uma m…! Todo o treinamento e o sacrifício aacabaram de voar pela janela, com um passo, um movimento que eu já fiz milhões de vezes! A frustração é insuportável. A raiva é fúria. Por que diabos isso aconteceu?!? Não faz sentido nenhum. Agora tenho de voltar de uma lesão dessas e ser o mesmo jogador ou até melhor aos 35 anos?!? Como eu poderia fazer algo assim?

Eu NAO TENHO IDEIA. Será que eu tenho a vontade, a perseverança consistente para superar isso? Talvez eu devesse simplesmente pegar a cadeira de balanço e falar sobre a carreira que passou. Talvez seja assim que meu livro se encerre. Talvez O Tempo tenha me derrotado. Mas, vai saber, talvez não! São 3h30 da madrugada, meu pé parece um peso morto, e minha cabeça está girando por causa dos analgésicos, e estou completamente acordado. Perdoem meu desabafo, mas qual o propósito das Mídias Sociais se a gente não vem aqui falar o que é real? Faz bem desabafar, colocar para fora. Sentir como se ISTO fosse a PIOR coisa que já aconteceu!

Porque depois de TODO esse desabafo, você chega a uma perspectiva real. Há questões/desafios muito maiores no mundo do que um Aquiles rompido. Pare de se lamentar, encontre um raio de esperança e vá para o trabalho com a mesma crença, com a mesma determinaçã, com a mesma convicção de sempre.

Um dia o início de uma nova, diferente jornada terá início. Mas hoje ainda não eesse dia.

“Se você me ver em uma luta com um urso, reze pelo urso”… Eu sempre amei essa citação. Isso é a mentalidade “mamba”: nós não desistimos, não nos acovardamos, não fugimos. Nós resistimos e conquistamos.

Sei que já é um longo post, mas é um Desabafo de Facebook (risos). Talvez agora eu possa realmente dormir um pouco e ficar animado para a cirurgia amanhã. É o primeiro passo de um novo desafio.

Acho que agora vou ser o treinador Vino o resto da temporada. Eu tenho fé em meus companheiros. Eles vão passar por isso. Obrigado por todas as suas orações e apoio. Muito Amor Sempre.

O Mamba vai nessa.”

 


Drama em LA: Lakers vence, mas perde Kobe; mídia americana já teme por fim de carreira do astro
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Giancarlo Giampietro

Kobe Bryant x Tendão de Aquiles

Kobe Bryant x Tendão de Aquiles

Pode parecer que falta assunto, né?

(Mas não falta, e tenho de arrumar um tempo para comentar de modo apropriado o triunfo do Pinheiros na Liga das Américas.)

Rapidinho, então, comentando a possível despedida de Kobe Bryant da temporada – e, de repente, glup!, de sua carreira.

Sim, pode parecer que falta assunto e também pode parecer sensacionalismo. Mas os primeiros relatos que vêm de Los Angeles informam que o superastro teria rompido seu tendão de Aquiles no pé esquerdo em mais uma vitória dramática do Lakers na tentativa de se apegar ao oitavo lugar dos playoffs no Oeste.

Ninguém tem ainda o diagnóstico correto ainda, não antes de se realizar uma ressonância magnética neste sábado, mas o setorista Dave McMenamin, do ESPN.com LA, diz que “você pode ver a lesão de Kobe no rosto de todas as pessoas no vestiário do Lakers: jogadores, técnicos, assessores, bicões e até mesmo na mídia”.

Tipo velório, mesmo.

O Lakers venceu por 118 a 116 – aiaiai, Stephen Curry, e se me cai aquele chute???? – e ainda mantém uma vantagem de uma vitória para cima do Utah Jazz,.

(O Jazz, aliás, bateu o Minnesota Timberwolves em casa, restando apenas duas partidas para ambos na temporada. A equipe de Salt Lake City precisa vencer apenas uma partida a mais para assegurar sua própria dramática vaga nos mata-matas – lembrem que, independentemente de uma eliminação já nas primeiras rodadas, a mera participação nos playoffs rende uma baita grana para os clubes, uma soma que, para Utah, seria ainda mais preciosa).

Ok, voltando: o Lakers venceu, se mantém em oitavo, e tal, mas pode ser que tudo tenha chegado ao fim, de todo modo, nesta sexta. Vai sempre ter esse temor de que, a essa altura, uma lesão dessas, que pediria cirurgia, possa encerrar uma das carreiras mais gloriosas do esporte, e esse foi o tom predominante na repercussão imediata na mídia norte-americana.

Por sua conta, Kobe sendo Kobe, ele fugiu de qualquer pegada apocalíptica, mas não conseguiu esconder a decepção pelo acontecido. Chorando – sim, Kobe Bryant chora! –, afirmou que “só esperava que a lesão não fosse o que ele já sabia que era”. Uma bela frase que podia se encaixar em qualquer canção de rock, né?

Em uma entrevista tocante, disse ainda que já consegue se irritar com quem pense que sua carreira terminou por aqui, que não conseguia andar, que se sentia simplesmente como alguém que não tinha mais um tendão de Aquiles e que, agora, só resta fazer o exame, passar por uma cirurgia e se recuperar.

E o Lakers?

Consegue seguir em frente depois de algo tão chocante assim? O time agora pode botar em prática a movimentação de bola com a qual Pau Gasol (triple-double contra o Warriors, com 26 pontos, 11 rebotes, 10 assistências, genial) sempre sonhou?

Nesse ponto, francamente, pouco importa.

Você pode odiar o Lakers. Odiar Kobe Bryant. Torcer para o Celtics. Ou para o Spurs. Você pode detestar tudo o que é notícia da NBA em geral. Mas você só não pode esperar que essa realmente tenha sido a última apresentação do craque.

*  *  *

Antes de se retirar de quadra, depois da lesão, dando lugar a Ron Artest com 3min05s de jogo, Kobe converteu seus dois lances livres, empatando o jogo em 109 a 109. Não havia conseguido, desta vez, colocar seu time na frente. O Lakers bateu o aguerrido, mas ainda inexperiente Warriors, lembrando, por dois pontos.

*  *  *

É meio que absurdo, mas era o preço que Kobe concordara em pagar. O sujeito teve média de 45,2 minutos por jogo neste mês de abril, o maior tempo de quadra de TODA a sua carreira em um mês, aos 34 anos, 17 de NBA.

 


Brasília apanha pela Liga das Américas naquilo que teoricamente faz de melhor
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Giancarlo Giampietro

Giovannoni reclama

O Brasília se habituou a dominar o NBB com seus jogadores mais talentosos que a média, explosivos, descendo em contra-ataques aparentemente poderosos, ainda mais com todo o entrosamento de anos entre Nezinho, Alex e Arthur, mais a adição de Giovannoni quando essa base de reencontrou no Distrito Federal.

Além disso, não dá para esquecer que os supercampeões nacionais também são famigeradamente conhecidos por sua catimba, o apreço pelo contato físico, a reclamação com a arbitragem, uma ou outra falta mais dura, para mostrar “quem manda”. O território é deles, afinal.

Mas e quando o adversário não está nem aí para nada disso – e, se quiser encarar, sobra um senhor cotovelo do pivô Fernando Martina? Quando não enxergam do outro lado nenhum cachorrão? E quando a arbitragem se mostra extremamente fria a cada contestação, petrificada, mas não por medo?

Aí o jogo tem que ser só na bola, e na bola o Lanús deu uma sova nesta quinta-feira, vencendo por grigantes 77 a 49 pela abertura do quadrangular final da Liga das Américas, em Porto Rico.

A vantagem chegou a ser de 69 a 34 ao final do terceiro período. Na última parcial, com a partida já decidida, a equipe brasileira venceu por 15 a 8. O que houve?

Os argentinos – e seus dois excelentes americanos, o pivô Robert Battle e o ala-pivô William McFarlan – simplesmente fecharam a porta na cara do Brasília, que se viu obrigado a investir em lances de um contra um, sem nenhuma inventividade em suas movimentações ofensivas, virando presa fácil.

Para entrar no garrafão foi extremamente complicado, resultando numa pontaria horrível de 35% nos arremessos de dois pontos para seus oponentes. Você soma isso com o fato de as sagradas bolinhas não terem caído dessa vez – foram 11,1%, 2/18, azar, né? – e tem uma ideia do que a defesa dos caras aprontou na partida. Para não ficar nenhuma dúvida, ainda se pode contrastar as sete assistências (sete do time todo, em 40 minutos de jogo, reparem) contra 16 desperdícios de bola para os campeões nacionais. Um estrago.

Contestando cada arremesso, cada posse de bola – quando o jogo ainda valia –, o Lanús conseguiu então atropelar os candangos justamente nos contragolpes, com 23 pontos contra apenas sete. Foi com um contra-ataque atrás do outro nos segundo e terceiro períodos, vencido por 26 a 12 e 24 a 9, que o time abriu sua expressiva liderança.

E isso chama bastante atenção: os brasileiros gostam de jogar desta forma, mas só de um lado da quadra? Porque a defesa em transição nesta primeira rodada do quadrangular decisivo foi um desastre. Completamente lenta, desnorteada, permitindo que os armadores, alas ou pivôs pudessem se aproximar de sua cesta com muita facilidade, trocando passes em high-low, em triangulações, ou batendo direto em infiltrações, mesmo, como no caso de Nicolás Laprovitolla, armador de seleção, que anotou 18 pontos e 5 assistências, matando seis chutes em oito tentativas de dois pontos.

Não dá para dizer que o Lanús é tão superior assim em comparação com o Brasília.

Dá para argumentar que foi uma daquelas noites em que “nada deu certo” – Alex acertou apenas um arremesso em oito, pontuando basicamente em lances livres; Arthur terminou com dois pontos; Guilherme foi com 4/12; Nezinho sozinho foi responsável por sete turnovers.

Mas não deixou de ser uma tremenda de uma lição de basquete .

*  *  *

O Lanús já enfrentou clubes brasileiros em quatro ocasiões neste torneio e venceu todas elas por mais de dez pontos de vantagem. Além da surra que aplicaram nos candangos nesta quinta, bateram o Flamengo por 83 a 69 na fase de semifinal e o Pinheiros em duas ocasiões: 86 a 74 na primeira fase e 87 a 72 nas semis. Afe. Ainda bem que não disputam o NBB, hein?

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Nesta sexta, o Pinheiros enfrenta os argentinos pela terceira vez, então, neste torneio. Na primeira rodada, a equipe paulistana conseguiu uma boa vitória por 88 a 76 sobre os anfitriões do Capitanes de Arecibo – que tem três jogadores ex-NBA, os gêmeos Graham e o gigante PJ Ramos. Belo resultado, mas não vi o jogo. Seguem as estatísticas. Quem vencer entre Lanús e Pinheiros, então, vai ficar muito perto do título.


Mais um jogo incrível de Kobe para o Lakers, que vai se segurando em oitavo
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Giancarlo Giampietro

Kobe Bryant no limite

Aguenta aí, Kobe

Imagine todo este esforço em vão?

Kobe Bryant, sinceramente, não pode nem pensar numa coisa dessas.

Não quando, aos 34 anos, no jogo de número 1.238 de sua carreira em temporadas regulares, a 77ª partida no atual campeonato, com média absurda de 38,4 minutos por embate, vindo de uma desgastante apresentação na véspera, ele ainda tira forças sabe-se lá de onde para somar 47 pontos, 8 rebotes, 5 assistências, 3 roubos de bola e 4 (!!!) tocos, convertendo todos seus 18 lances livres e matando 14 em 27 arremessos, para liderar o Lakers em (mais uma) dura vitória, dessa vez contra o Portland Trail Blazers, por 113 a 106.

A essa altura, nem importa mais contra quem e como, o que o superastro só quer saber é de uma vitória atrás da outra, restando muito pouco para o final da campanha, e seu time brigando do jeito que dá por uma suada-ao-mesmo-tempo-obrigatória-ao-mesmo-tempo-humilhante oitava colocação e classificação no Oeste.

Kobe, recorde no Rose Garden

Mais 47 pontos e contando para Kobe Bean

Está certo que não há mais nenhum resquício de rivalidade entre Lakers e Blazers, mas vencer no Rose Garden ainda é um páreo duro, e Bryant precisou de uma apresentação histórica para guiar seu time nessa, registrando mais um recorde na sua carreira: ninguém havia feito 47 pontos no ginásio de Portland até esta quarta. Muito menos alguém de 34 anos com a rodagem que os joelhos de Kobe têm.

Ao contrário do que fez contra o Hornets na terça, com uma atuação exuberante no quarto período, no qual 23 pontos, o ala dessa vez participou de mais uma virada angelina como distribuidor, na última parcial, dando três assistências para o velho companheiro Pau Gasol (também decisivo) nos primeiros cinco minutos, coloacando enfim seu time na frente. Ainda anotou oito pontos, claro.

Por mais controvérsias que a estrela do Lakers (ainda) possa despertar, esse tipo de jogo não tem como ser contestado. Dentro de alguma das grandes apresentações que vimos neste campeonato, a dele nesta quarta-feira seguramente está entre as cinco ou três melhores. Levando em conta o contexto do jogo, da temporada e de que ponto está na carreira, é simplesmente inacreditável, mesmo Kobe sendo Kobe.

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Com duas vitórias seguidas, o Lakers volta a abrir um jogo de vantagem para o Utah Jazz na disputa pela última vaga dos playoffs do Oeste: são 42 vitórias e 37 derrotas, contra 41 e 38, respectivamente, de seu concorrente. Lembrando que, caso dê empate entre as campanhas, o time de Salt Lake City ganha o oitavo lugar devido ao retrospecto no confronto direto.

Em sua tabela, restam só mais três jogos, todos contra times já classificados para os mata-matas: Golden State Warriors, San Antonio Spurs e Houston Rockets. Os três em casa. Warriors e Rockets duelam no momento para ver quem fica em sexto – algo que pode ser bastante valioso, considerando que, hipoteticamente, seria melhor enfrentar o Denver Nuggets na primeira rodada do que San Antonio ou Oklahoma City. Spurs e Thunder, aliás, ainda se veem numa luta ferrenha pelo primeiro lugar da conferência. Isto é, pode ser que os três clubes ainda entrem empenhados pela vitória, sem poupar ninguém. Ainda mais o Spurs, que certamente preferiria evitar se deparar com o rival em uma série melhor-de-sete.

O Utah ainda precisa enfrentar duas vezes o Minnesota Timberwolves (uma em casa, a outra fora) e o Memphis Grizzlies na última rodada. O Wolves está eliminado de qualquer disputa, não vai ter Kevin Love de volta e vem com desempenho irregular. Ao mesmo tempo que bateram o Thunder no dia 29 de março, apanharam nesta quarta por 111 a 95 do Clippers e perderam para o Raptors entre um jogo e o outro. Já o Grizzlies ainda pode tirar do Nuggets o terceiro posto.

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Após 12 anos consecutivos, o Dallas Mavericks está eliminado dos playoffs. Dirk Nowitzki entrou em forma tarde demais, o elenco também não correspondeu conforme o esperado, e as esperanças matemáticas da franquia texana se encerraram com uma derrota para o Phoenix Suns, outra potência da década passada da Conferência que agora encara um duro período decadente.


Vocação de Scott Machado para o passe atrai técnico do Warriors e garante nova chance
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Giancarlo Giampietro

O azar de Mark Jackson foi, de certa forma, ter concorrido a carreira inteira com um certo John Stockton, o líder de toda a história da NBA em assistências e um dos caras que poderia ser chamado de “robótico” no bom sentido. O homem era uma maquininha de jogar basquete, mesmo, com regularidade impressionante.

Claro que Jackson não chegava aos pés de Stockton em muitos sentidos. Mas, como passador, armador puro, um entendido do jogo, tornando a vida dos companheiros muito mais fácil em quadra, ele podia rivalizar, sim – ainda que tivesse ficado quase sempre à sombra do mítico armador reserva do Dream Team.

Mark Jackson, naqueles tempos

Mark Jackson, conexão NY com Scott?

Tenham em vista que sua carreira como profissional começou em 1987 e durou até 2004 e ele nunca chutou acima dos 50% nos arremessos de quadra. Na verdade, só passou dos 45% em seis temporadas das 17 que disputou. De três pontos, então? Matou mais de 40% em três ocasiões, todas elas já depois dos 30 anos. No final, sua média foi de 33,2%, algo medíocre.

Era um problema sério para se contornar. Pois o armador também nunca foi muito explosivo em quadra, com raras investidas para dentro do garrafão. Enão, na hora de marcá-lo, a coisa ficava fácil, né? O sujeito não vai me machucar no tiro de fora e nem vai me deixar comendo poeira?  E toca o defensor responsável por Jackson se dedicando mais à ajuda, fazendo dobras, do que qualquer outra coisa. Seria uma estratégia sensata, não fosse o detalhe de que um passe bem feito, preciso e criativo pode ser bastante nocivo. Se não fosse um excepcional criador de jogadas (para os outros), seria difícil imaginar que fosse tão longe. E Reggie Miller, Danny Manning e Patrick Ewing, entre outros craques abastecidos pelo cerebral nova-iorquino, só podem agradecer, assim como operários como Antonio e Dale Davis, que puderam dar muitas enterradas em Indiana e ganhar alguns bons dólares depois de atuarem ao seu lado.

Tudo isso de introdução para comentar a contratação de Scott Machado pelo Golden State Warriors, time justamente hoje dirigido por Mark Jackson.

Está certo que o vínculo inicialmente vale por apenas dez dias, mas só o fato de a franquia convocá-lo para ser avaliado mais de perto já tem um significado especial. Ainda mais que o brasileiro do Queens mal completou um mês dentro da “família Warriors” – foi adquirido pelo Santa Cruz, filial do Golden State, precisamente no dia 8 de março –, tendo causado boa impressão em tão pouco tempo.

Scott Machado x Coby Karl

Scott Machado ainda luta por seu lugar na NBA, agora vinculado a nova franquia: Golden State

Seus números são, inicialmente, “modestos”, “tímidos”, “fracos”, avaliando apenas pela calculadora:  6,5 pontos, 3,4 assistências e 1,8 rebote em dez jogos por seu novo clube, depois de uma campanha frustrada pelo Rio Grande Valley Vipers. Acontece que, na liga menor, é preciso muito cuidado na hora de avaliar estatísticas, por diversos fatores. Especialmente dois:

1) Muitos jogadores podem parecer dominantes em um cenário, mas com um tipo de atitude ou jogo que não se encaixaria um nível mais acima – isto é, o cestinha de um time X da D-League talvez só possa ser a 11ª ou 14ª opção na NBA. E como ele aceitaria isso? Será que ele tem outras habilidades que possam se encaixar melhor de acordo com as necessidades de um elenco já abarrotado de talento?

2) Os jogos desta competição muitas vezes também descambam em peladas, sem preocupação defensiva alguma, uma correria desenfreada que infla os números de muitos atletas, mas pode apresentar pouca substância.

Scott Machado, ao menos, já conseguiu exibir ao Warriors que tem, sim, um fundamento que pode ser traduzido para a liga principal.  “Ele é um passador muito bom, um quarterback (no sentido de líder e organizador/estrategista) muito bom e um armador tradicional”, resumiu Mark Jackson, para quem, aliás, imagino não deve ser lá uma grande novidade – o técnico também é de Nova York, assim como Scott, e o burburinho dos jogos locais passa de um para outro com facilidade.

Um dos pontos fracos no basquete do brasileiro hoje é, justamente, seu arremesso, o que não deixa de ser uma ironia em sua associação com Jackson. Por outro lado, o ex-armador sempre foi um grande defensor, usando seu físico e estatura para pressionar os adversários. Neste ponto, ainda tem chão para seu novo atleta.

O treinador lembrou, porém, que o Golden State tem vários jogadores extremamente dedicados em seu elenco hoje – quem diria, né? – e que essa seria uma influência positiva para que Scott desenvolva seu  jogo. “Espero que esse ambiente o ajude a melhorar e impulsione uma longa carreira”, afirmou. É só o que o garoto quer.

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“Minhas emoções estão loucas agora, realmente como em uma montanha-russa”, disse Scott ao jornal San Francisco Chronicle, periódico tradicional da Costa Oeste dos EUA. Ao mesmo tempo em que está empolgado por receber já uma segunda chance na NBA, o jovem armador ainda tenta assimilar a morte de seu pai, o gaúcho Luiz Machado, aos 61, devido a um ataque cardíaco depois de ser detido por autoridades no aeroporto JFK, no dia 28 de março. O motorista de táxi teria ficado à espera de um atendimento médico por 11 minutos. As investigações ainda estão em curso. “Ele era um grande fã de basquete. Então sei que ele vai estar assistindo”, afirmou Scott.

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Curry & Jack

Scott vai poder treinar ou ver de perto a duplinha aqui

Os contratos de 10 dias podem ser assinados por times da NBA a partir do dia 5 de janeiro de cada campeonato. Eles, porém, não podem ser estendidos durante os playoffs – os vínculos deste tipo se encerram no dia da última partida da temporada regular. Caso o Warriors queira manter Scott em seu elenco para 2013-2014, sem encarar o risco de perdê-lo durante as férias, a diretoria teria de fazer um contrato para o restante da temporada, ainda que ele não tenha nenhuma garantia de que vá ser realmente aproveitado pela franquia. Caso Machado fique, dificilmente teria tempo de quadra nos playoffs. Sua posição está ocupada pelo fantástico Stephen Curry e pelo veterano Jarrett Jack, um dos candidatos a melhor reserva da liga.

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O Golden State Warriors tem um ótimo histórico no aproveitamento de jogadores com passagem e/ou revelados pela D-League. O ala Reggie Williams – esse, sim, um cestinha que se deu bem na NBA, como um pontuador vindo do banco de reservas – foi um deles. Descoberto pelo Warriors, fechou um contrato de US$ 5 milhões por dois anos de serviço com o Charlotte Bobcats. Outros destaques: os armadores CJ Watson, hoje no Brooklyn Nets, e Will Bynum, Detroit Pistons, os alas-pivôs Anthony Tolliver, do Atlanta Hawks, e Jeff Adrien, também do Bobcats, e o ala Kelenna Azubuike.


Lesões voltam a assombrar o Spurs com os playoffs se aproximando
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Giancarlo Giampietro

 

Tony Parker, ai

Tony Parker vai ficar sentado por mais tempo? Pop está preocupadíssimo

Esse filme está virando uma constante na vida de Gregg Popovich. Que tortura!

O técnico encontra e treina operários no mundo todo. Num dos menores mercados da NBA, consegue manter um time extremamente competitivo em quadra desde 1999. Ou melhor: “extremamente competitivo” tem a ver mais com equipes menores lutadoras, valentes, né? O que o Spurs virou nas mãos do Coach Pop foi um rolo compressor, sempre lutando pelo título.

Mesmo nesta temporada, ou na passada, com o relógio avançando rapidamente para Duncan e Ginóbili, o time texano sustentou por um bom tempo a melhor campanha da liga, sendo ultrapassado no mês passado pelo impossível Miami Heat. Agora, com a derrota de ontem para o Thunder, corre o risco também de perder a liderança do Oeste – e, numa eventual revanche contra Durant e Westbrook e os ensandecidos torcedores de Oklahoma City, perder o mando de quadra pode ser fatal.

Agora, mais preocupante que se manter na ponta da tabela, é a repetição dos problemas físicos para seus principais jogadores justamente quando eles se aproximam dos playoffs, por mais que seu treinador controle drasticamente o tempo de quadra deles durante a campanha.

Primeiro foi Manu Ginóbili, que sofreu uma distensão muscular e deve ficar afastado por até quatro semanas, o que o tiraria da primeira rodada dos mata-matas. Agora é Tony Parker quem corre risco. Ele saiu mancando de quadra na derrota para o Thunder, e o Spurs ainda não tem ideia do que está acontecendo.

“Eu o vi voltando para a quadra mancando uma vez, e foi aí que o tirei de quadra. Disse que ele precisava parar, para entendermos o que é. Ele não podia continuar mais”, disse Popovich, que já se assumiu “muito preocupado”. “Acho que é tendinite, alguma coisa em sua canela, ou sei lá onde, pelo que vi no jogo. Pensamos que ele estava meio que se recuperando da torção em seu tornozelo, então esse é um novo problema  em sua perna.”

Aiaiai. Se Popovich estiver certo em seu palpite sobre um eventual problema na canela, o repórter Chris Broussard, da ESPN, traz uma informação que realmente é para deixar qualquer um tenso. Ele consultou um preparador físico que afirmou que é praticamente impossível de se ter tendinite na canela. E, se for lá mesmo, seria bem mais provável uma fratura por estresse.

Sem Ginóbili, com tempo de quadra e influência cada vez mais reduzidos, o Spurs ainda se vira hoje, e muito bem. Neste ano, por exemplo, venceram 71,4% das partidas em que o craque estava afastado, melhorando a marca de 68,8% da temporada anterior, números bem superiores aos 64,2% no geral, desde que o argentino entrou para seu elenco.

Tim Duncan descobriu a fonte da juventude este ano, vem sendo um paredão na defesa, mas as chances do Spurs hoje se baseiam em Parker, que faz o time andar, colocando pressão na defesa sem parar, com um arremesso já confiável, além de ser um contra-ataque de uma pessoa só. Sem ele, por melhores que sejam os jovens Nando de Colo, Patty Mills e Cory Joseph, o Spurs cai de patamar e teria de se virar para passar por Nuggets, Clippers ou Grizzlies.


Em desfecho eletrizante, Euroliga define seus confrontos de quartas de final
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Giancarlo Giampietro

Olympiakos, de Papanikolau?

Foi suado, mas os campeões do Olympiakos seguem na briga para defender o título

Tá acabando, gente. Ou quase.

Nesta quinta-feira a Euroliga meio que concluiu sua segunda fase, o Top 16, de maneira eletrizante.

Por que “meio”?

Porque nesta sexta-feira os pangarés da Turquia, Fenerbahçe e Besiktas, ainda se enfrentam em um clássico de Istambul. Mas, como eles só apanharam durante toda essa etapa, o desfecho deste jogo não serve para nada, não exerce nenhuma influência sobre a continuação do campeonato.

Então, ok, dá para dizer que o Top 16 está encerrado, sim, e que foi uma última rodada de tirar o fôlego, e que agora temos de nos preparar para a fase de mata-matas, que tem tudo para pegar emprestada a imprevisibilidade dos Grupos E e F e apresentar confrontos para mexer com algumas das bases de torcedores mais apaixonadas da Europa.

Vamos, então, tentar contar em partes o que aconteceu no segundo maior torneio de basquete do mundo entre clubes.

A começar da notícia, em si: os duelos das quartas de final. Que são…

Barcelona x Panathinaikos
Real Madrid x Maccabi Tel Aviv
CSKA Moscou x Caja Laboral
Olympiakos x Anadolu Efes

Barça, Real, CSKA e Olympiakos têm mando de quadra num formato melhor-de-cinco (2-2-1), e a disputa começa já na próxima semana, com embates de terça a sexta-feira. Segura!

Difícil escolher um confronto mais equilibrado entre os quatro. Vamos analisá-los no decorrer dos próximos dias, a começar pelo supostamente favorito Barcelona (melhor campanha disparada da fase regular, mas com alguns desfalques importantes) contra o Panathinaikos neste sábado.

*  *  *

Esquadrão Barça

Barça, a melhor campanha da fase regular: 22 vitórias e só 2 derrotas

Como chegamos até aqui?

O Grupo E classificou , pela ordem, CSKA, Real, Anadolu e Panathinaikos – pelo caminho ficou o Unicaja Málaga, de Augusto Lima, que teve alguns bons momentos, mas, em geral, foi pouco utilizado em sua temporada pré-Draft da NBA.

Na última rodada, os quatro já estavam classificados, mas o drama era a luta pela segunda posição, valiosíssima, pela vantagem de definir em casa.O Real liderou a chave por diversas rodadas, mas acabou cedendo a ponta com uma derrocada no final, sendo derrotado nas 21ª, 22ª e 23ª jornadas, se recuperando apenas na última jornada, batendo o Anadolu por 20 pontos em Madri. O time terminou com 10 vitórias e 4 derrotas, contra 9 e 5 dos gregos e turcos. Os moscovitas tiveram 11 e 3, respectivamente.

Pelo Grupo F, teve muito mais drama.O Barça, absoluto, já estava classificado, e como líder. De resto, eram cinco times batalhando por três vagas. Maccabi e Olympiakos estavam empatados com 8 vitórias e 5 derrotas. Abaixo vinham Kimkhi Moscou, Caja Laboral e Montepaschi Siena com 7 triunfos e 6 reveses. E que saber do que mais? Havia dois confrontos diretos marcados para esta semana: Caja x Siena e Kimkhi x Olympikaos. Haaaaaja coração, amigo.

Acabou que o Caja, ex-time de Tiago Splitter e Marcelinho Huertas, bateu o Siena em casa por 76 a 64 em Vitória. O polonês Maciej Lampe barbarizou, com 27 pontos e 9 rebotes, acertando 12 de seus 19 arremessos. Vale mencionar também os 13 pontos e 13 rebotes (!) de Andrés Nocioni, sempre um leão. É aquilo: se você vai para a guerra – ou um jogo decisivo, digamos, de vida ou morte –, quem não vai querer um Nocioni ao seu lado? O clube basco, cujo nome original seria Baskonia, liderou de ponta a ponta, apesar dos esforços do armador/escolta americano Bobby Brown, um dos destaques individuais da Euroliga. Seria muito surpreendente se Brown não aparecer no elenco de algum clube da NBA no ano que vem, ou até mesmo neste ano.

O outro duelo imperdível aconteceu entre Olympiakos, atual campeão, e o Kimkhi, em Atenas, com vitória dos vermelhos por 79 a 70, um jogo mais duro, com os atletas do time russo tentando uma recuperação no segundo tempo, em vão. E, não, não foi Vassilis Spanoulis a carregar o time grego desta vez. Mas, sim, o ala Kostas Papanikolau, com 21 pontos e 12 rebotes e seis disparos certeiros em seis tentativas de longa distância. Afe. Para os torcedores do Blazers, olho nele: seus direitos na NBA pertencem ao clube de Portland. Uma derrota poderia ter eliminado o Olympiakos. Com a vitória, conseguiram o segundo lugar, ultrapassando o Maccabi.