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Categoria : Notas

Quais presentes os times da NBA mais querem? Lado Oeste
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Giancarlo Giampietro

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Pode espinafrar, tudo bem. O gancho não é nadica original: o que cada equipe da NBA quer de Natal? Mas, poxa, gente, vamos olhar por outro lado: ao menos ele oferece a chance para uma zapeada rápida por cada um dos 30 clubes, além do fato de dar um descanso para essa cuca aqui, que é mais que lerda. Alguns pedidos são praticamente impossíveis, outros mais viáveis. Vamos lá, então:

 DALLAS MAVERICKS

Rondo, agora de azul e branco. Que se acostumem todos

Rondo, agora de azul e branco. Que se acostumem todos

– Rápido entrosamento para Rajon Rondo.

– Que Monta Ellis possa emular 57,6% de um Ray Allen seria pedir muito? Ajudaria no encaixe com Rondo certamente.

– Um pivô reserva para Tyson Chandler. E, se for Jermaine ou Emeka, que eles aguentem o tranco. Greg Smith para defesa não rola.

– Mark Cuban jamais poderá vender a franquia.

DENVER NUGGETS
– Uma supertroca que ajude a equilibrar este elenco disfuncional cheio de jogadores nota 5, um derrubando o outro.

– Chega de lesões nos tornozelos de Ty Lawson.

– Trégua entre Brian Shaw e Kenneth Faried, uma rusga que dura já mais de um ano.

– Se o time não vai para os playoffs, mais minutos para os calouros Harris e Nurkic.

 GOLDEN STATE WARRIORS

O Golden State com Bogut é outra história

O Golden State com Bogut é outra história

 

– Andrew Bogut em boas condições para os playoffs. A defesa do Golden State depende de sua presença física e capacidade de liderança.

– O prêmio de técnico do ano para o sensacional Steve Kerr.

– Um novo endereço para David Lee (vai ser difícil segurar Draymond Green com tantos salários altos).

– A criação da linha de quatro pontos só para Stephen Curry.

HOUSTON ROCKETS
– Que a galera siga aloprando James Harden, para deixar o Sr. Barba incomodado. Seu comprometimento na marcação melhorou bastante, depois de uma temporada cheia de piadas na internet.

– Que o período afastado de Dwight Howard tenha sido mais por excesso de precaução.

– 40% nos arremessos de três pontos para Trevor Ariza.

– Alguma notícia positiva sobre Terrence Jones, afastado por conta de uma misteriosa neuralgia. Ele ainda não tem previsão de retorno.

Assim, Turkoglu já foi

Assim, Turkoglu já foi

LOS ANGELES CLIPPERS
– Melhora significativa para o banco de reservas. Tá explicado por que Jamal Crawford vai ser candidato a sexto homem do ano sempre…

– Doc Rivers mais concentrado no time em quadra, deixando as negociações para outros.

– Mais chances para os mais jovens (Reggie Bullock e CJ Wilcox).

– Menos chutes de média distância, mais cravadas para Blake Griffin, que tem fugido bastante do garrafão.

LOS ANGELES LAKERS
– Aproveitar Kobe Bryant o máximo que der. Mesmo que não seja mais aquele Kobe.

– Sorte no Draft e uma escolha top 5. Do contrário, o pick vai para Phoenix.

– Que Byron Scott perceba o potencial de Ed Davis (tchau, Boozer!).

– Um reality show, ou, no mínimo, um talk show para Nick Young. Ele e os angelinos merecem.

Todos querem Marc Gasol

Todos querem Marc Gasol

MEMPHIS GRIZZLIES
– Fica, Marc Gasol!

– Um ano sem alguma demissão ou mudança traumática na gestão do clube.

–  Vince Carter consistente nos arremessos.

– Um busto para Tony Allen.

MINNESOTA TIMBERWOLVES
– Andrew Wiggins cumprindo a promessa.

– Ricky Rubio retornando confiante.

– Uma solução para o mistério chamado Anthony Bennett.

– Uma boa troca para Nikola Pekovic.

NEW ORLEANS PELICANS
– Que o Monocelha quebre o recorde de Wilt Chamberlain em índice de eficiência (PER).

– Jrue Holiday mais agressivo em quadra.

– Se Eric Gordon não consegue mais ajudar, que ao menos não atrapalhe.

– Que o corte de cabelo de Luke Babbitt vire mania nacional.

OKLAHOMA CITY THUNDER

Kevin Durant quer jogar. Deixem ele jogar

Kevin Durant quer jogar. Deixem ele jogar

 

– Nenhum repórter jamais vai importunar Kevin Durant com uma pergunta sobre sua entrada no mercado de agentes livres em 2016.

– Russell Westbrook não precisa ser o MVP da temporada (afinal, isso significaria muito provavelmente menos Durant em quadra).

– Jeremy Lamb ou Perry Jones III. Pelo menos de um deles tem de sair alguma coisa.

– Um ataque menos previsível para Scott Brooks na hora dos mata-matas.

PHOENIX SUNS

Não dá para separar

Não dá para separar



– Goran Dragic sorrindo.

– Os gêmeos Morris unidos para sempre.

– Alex Len longe da enfermaria, aprendendo em quadra.

– Uma troca que capitalize tantos trunfos coletados por Ryan McDonough nos últimos anos.

PORTLAND TRAIL BLAZERS
– Nenhuma ingrata surpresa na hora de renovar com LaMarcus Aldridge ao final do campeonato.

– Que seja mantida a base (não é só LaMarcus a entrar no mercado de agentes livres).

– Ainda tem tempo para Thomas Robinson progredir tecnicamente?

– Um novo endereço para Victor Claver, o atleta mais deprimido da liga.

Boogie, Boogie, Boogie

Boogie, Boogie, Boogie

SACRAMENTO KINGS
– Caixas e caixas de chá de camomila para Vivek Ranadive.

– Um treinador que dure mais de duas temporadas.

– Qualquer sinal de progresso por parte de Nik Stauskas.

– Boogie All-Star, Boogie nos quintetos dos melhores do ano, Boogie para tudo.

SAN ANTONIO SPURS
– Uma despedida digna para Tim Duncan e Manu Ginóbili.

– Tony Parker saudável (afinal, ele nem jogou a Copa do Mundo…).

– Kawhi Leonard de contrato renovado, também sem sustos.

– Mais e mais entrevistas com o Coach Pop durante os jogos. O tempo todo!

UTAH JAZZ
– Trey Burke precisa melhorar. Do contrário, que se abram as portas para Dante Exum na segunda metade da temporada.

– Uma solução satisfatória para o impasse que deve ser a renovação com Enes Kanter.

– Que Rudy Gobert mantenha sua impressionante curva de aprendizado.

– Que Ante Tomic mude de ideia e tope jogar na NBA.

Aqui, os pedidos da Conferência Leste.

PS: Para quem não viu, uma abordagem bem mais detalhada sobre os clubes está aqui: 30 times, 30 fichas sobre a temporada


Quais presentes os times da NBA mais querem? Lado Leste
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Giancarlo Giampietro

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Pode espinafrar, tudo bem. O gancho não é nadica original: o que cada equipe da NBA quer de Natal? Mas, poxa, gente, vamos olhar por outro lado: ao menos ele oferece a chance para uma zapeada rápida por cada um dos 30 clubes, além do fato de dar um descanso para essa cuca aqui, que é mais que lerda. Alguns pedidos são praticamente impossíveis, outros mais viáveis. Vamos lá, então:

Dá para o armador alemão do Hawks melhorar, e muito, seu arremesso

Dá para o armador alemão do Hawks melhorar, e muito, seu arremesso

ATLANTA HAWKS
– Que Al Horford, por favor, não tenha mais nenhuma lesão muscular bizarra no peito?

– Um pouco mais de carinho por parte do público local? A equipe hoje ocupa apenas a 25ª posição no ranking de público. Uma evolução em relação ao campeonato passado (28º), é verdade, mas é muito pouco para um clube de campanha tão bacana.

– Dennis Schröder bem que poderia subir mais um degrau ainda neste campeonato. O time só vai ganhar com isso. E a gente, se divertir.

– Kyle Korver terminando um ano com um lindão 50%-40%-90%.

BOSTON CELTICS
– Danny Ainge quer muito, mas muito mesmo uma nova superestrela. Via Draft, ou troca.

– Um bom Draft em 2015, com muitos pivôs bem cotados.

– Se Rondo sair, o show será de Marcus Smart. Para tanto, o novato precisa se distanciar da enfermaria.

– Consistência por parte de Kelly Olynyk e Jared Sullinger.

BROOKLYN NETS
– Alguém que veja algum apelo nas caríssimas peças que Billy King juntou, sendo que seu elenco em nada se assemelha a um candidato a título.

– Adaptação mais acelerada para Bojan Bogdanovic, que tem um jogo muito vistoso para ficar escondido no banco de reservas. Uma hora o chute de três vai cair, assim como o de Teletovic.

Está acabando para KG

Está acabando para KG

– Um fim digno de carreira para Kevin Garnett, que vê Duncan e Nowitzki, mesmo no brutal Oeste, em situações muito melhores.

– Uma retratação por parte daqueles que alopraram a convocação de Mason Plumlee para a Copa do Mundo.

CHARLOTTE HORNETS
– Um novo endereço para Lance Stephenson, e para já. Ele e Kemba Walker simplesmente não combinam.

– 40% de aproveitamento nos chutes de longa distância para Michael Kidd-Gilchrist.

– Uma sequência de seis, sete vitórias que ponha o time na zona de classificação dos playoffs. Com o nome Hornets de volta no pedaço, esses uniformes sensacionais e a quadra mais bonita da liga, a cidade precisa disso.

– Agora que está liberado, uma caixa com os melhores charutos cubanos disponíveis para Michael Jordan.

CHICAGO BULLS
– Um Derrick Rose 100%. Ou 87%, vai.

– Que tenhamos a dupla Noah-Gasol saudável nos playoffs.

– Um jogo de 50 pontos para Aaron Brooks.

– Tá, este aqui é meu: mais Nikola Mirotic, muito mais, Thibs. A defesa se acerta.

CLEVELAND CAVALIERS

Anderson Varejão, Cavaliers, Cavs
– Um novo endereço para Dion Waiters, ou ao menos que o rapaz se dê conta de que, no momento, está muito mais para Jordan Crawford do que Dwyane Wade.

– Um contrato novinho e folha acertado informalmente por Kevin Love. Mas sem a liga saber, claro.

– Mais atenção de Kyrie Irving na defesa. A velocidade já está lá.

– 75 partidas + os playoffs para Anderson Varejão.

DETROIT PISTONS
– Dúzias e dúzias de comprimidos de calmante para Stan Van Gundy, o chefão.

– 65% de aproveitamento nos lances livres para Andre Drummond.

– A reconciliação com Greg Monroe.

– Qualquer poema altruísta que convença Brandon Jennings a soltar a bola.

Topa um Lance aí?

Topa um Lance aí?

INDIANA PACERS
– Mais nenhum susto, mais nada que dê mais trabalho para os médicos. A hora extra vai custar caro.

– Recuperação segura para Paul George.

– Vogel quer os playoffs, mas o melhor para Larry Bird e para o clube seja uma boa escolha de Draft.

– Lance Stephenson!?

MIAMI HEAT
– Dwyane Wade inteirão para os playoffs.

– Chris Bosh retornando da lesão muscular no mesmo nível de antes.

– Que Shawne Williams consiga sustentar seu ritmo nos chutes de longa distância.

– Mais minutos para Shabazz Napier, desde que a defesa não sofra ainda mais.

MILWAUKEE BUCKS
– Um contrato assinado para a nova arena. Para ontem.

– Sem Jabari, a manutenção desta campanha surpreendente que faz o passe de Jason Kidd inflacionar bastante.

Brandon Knight e o Bucks vão continuar em Milwaukee?

Brandon Knight e o Bucks vão continuar em Milwaukee?

– Média de ‘só’ 3 faltas por jogo para Larry Sanders.

– John Henson realizando seu potencial efetivamente.

NEW YORK KNICKS
– Marc. Gasol.

– Um novo endereço para JR Smith.

– Um arremesso para Iman Shumpert.

– Que Phil Jackson seja tão bom de Draft quanto Isiah Thomas.

ORLANDO MAGIC
– O retorno de Aaron Gordon o quanto antes.

– Um contrato razoável para Tobias Harris (a essa altura, depois de vários buzzer beaters, um pouco abaixo do máximo permitido para ele).

– 44% nos arremessos para o calouro Elfrid Payton, que já cuida do resto muito bem.

– Victor Oladipo deslocado mais para a finalização de jogadas.

PHILADELPHIA 76ERS
– 10 vitórias para evitar um vexame histórico e muita paz de espírito para Brett Brown.

– Menos turnovers para Michael Carter-Williams e Tony Wroten.

Robert Covington e o Sixers chutam para evitar pior campanha da história

Robert Covington e o Sixers chutam para evitar pior campanha da história

– Uma boa relação com o agente de KJ McDaniels, que vai virar agente livre.

– Uma palhinha de Joel Embiid nas últimas semanas da temporada?

TORONTO RAPTORS
– Mando de quadra nos playoffs, como cabeça-de-chave número 1.

– Muito mais Jonas Valanciunas no quarto período. É um pivô que bate bem lances livres.

– “Let’s Go, Bru-No!”, sabendo que todos precisam de paciência.

– De resto, não tem muito o que melhorar aqui, né? Que DeRozan volte bem.

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WASHINGTON WIZARDS
– O sumiço definitivo dessa coisa chata que é a fascite plantar de Nenê.

– Que não expire a poção mágica do incrível Rasual Butler.

– Sequência de jogo constante para Bradley Beal.

– 59 horas de entrevistas com Marcin Gortat.

E qual presente você quer para seu time? Amanhã, sai uma listinha do Oeste.

PS: Para quem não viu, uma abordagem bem mais detalhada sobre os clubes está aqui: 30 times, 30 fichas sobre a temporada


Euroligado: trote, susto e os 16 melhores
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Giancarlo Giampietro

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Foi um episódio assustador que, felizmente, não deu em nada e se transformou numa brincadeira sem nenhuma graça. O Panathinaikos recebeu o Barcelona em Atenas, na sexta-feira, para a saideira da primeira fase da Euroliga. Os dois times já estavam classificados. Era questão só de cumprir tabela, não era para chamar a atenção de ninguém.

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Mas aí algum desmiolado teve a seguinte ideia: ameaçar as autoridades de que uma bomba explodiria no ginásio olímpico da capital grega. Sim. Deu prazo até: ela estouraria em uma hora. O jogo estava no intervalo, com vitória tranquila do Barcelona, quando as autoridades evacuaram a arena. Ou quase evacuaram: integrantes da torcida organizada do time da casa não arredaram pé do ginásio… Depois de uma varredura completa no ginásio sem identificar nenhum explosivo, com cerca de uma hora de atraso, o jogo retornou. Era apenas um lamentável trote. Claro: melhor que seja assim, sem nenhum incidente, nenhum ferido. Mas não se faz uma coisa dessas.

Em quadra, as boas notícias se concentraram em Galatasaray, Nizhny Novgorod e Zalgiris Kaunas. Esses foram os times que conseguiram as últimas três vagas no Top 16 da Euroliga. O clube lituano, aliás, sofreu horrores para assegurar seu posto no…

Jogo da rodada: Zalgiris Kaunas 80 x 79 Dinamo Sassari

James Anderson comemora aquela que talvez tenha sido a cesta de sua vida

James Anderson comemora aquela que talvez tenha sido a cesta de sua vida

Na disputa pelas duas vagas restantes do Grupo A, o Zalgiris dependia apenas de seus esforços contra o lanterna Dinamo Sassari, uma das piores equipes da primeira fase. Antes de a bola subir, o clube fez uma bela festa para o legendário Arvydas Sabonis, seu presidente, que completava 50 anos. Estava tudo armado para uma grande celebração, né? Tanto que, ao final do primeiro tempo, o time da casa vencia por 49 a 37. Mas por pouco isso tudo não virou um desastre.

O Dinamo não entregou os pontos. Pelo contrário, resolveu brigar como não havia feito em sua primeira participação na Euroliga. Com uma defesa forte, permitiu apenas 13 pontos no terceiro período e descontou dez pontos do placar nessa. Manteve o ritmo no quarto final e virou o jogo, chegando a 75 a 66 com uma bandeja do armador dominicano Edgar Sosa, a três minutinhos do fim. Imagine o choque na belíssima Zalgiris Arena, uma das mais modernas da Europa? A essa altura, eles sabiam que o time precisava da vitória de qualquer maneira, uma vez que, no duelo de russos, o Nizhny Novgorod havia batido o Unics Kazan por 78 a 74. Se o Unics tivesse triunfado, os lituanos já estariam classificados. Não rolou, então teriam de resolver por conta própria.

Com sete pontos em sequência, quatro deles do cestinha americano James Anderson, o Zalgiris conseguiu reduzir a desvantagem para apenas uma posse de bola no minuto final. Cheikh Mbodj converteu um lance livre, após ter desperdiçado o primeiro, e levou o jogo a 78 a 75 para os visitantes. Robertas Javtokas converteu uma bandeja no ataque seguinte. Depois, os anfitriões mandaram Mbodj novamente para o lance livre e ele repetiu o expediente, errando o primeiro, convertendo o segundo (79 a 77). E aí veio o grande lance: com 7s1 no cronômetro, Anderson bateu para dentro, freou e subiu para o arremesso: não só fez a cesta, acertando a tabela, como sofreu falta de Giacomo Devecchi. Ele matou seu lance livre a 2s5 e garantiu a classificação.

A outra definição

Caiu o salário ou foi vitória mesmo? O Galatasaray comemora

Caiu o salário ou foi vitória mesmo? O Galatasaray comemora

O Grupo D tinha uma vaga em aberto, a do quarto colocado, entre Galatasaray e Neptunas Klaipeda, o estreante lituano, que jogava por dois resultados (ou uma vitória sua contra o Valencia, ou uma derrota do seu concorrente para o Olympiakos). O clube turco prevaleceu nessa, ao vencer seu jogo por 79 a 74, enquanto o Neptunas tomou um vareio na Espanha: 103 a 65.

Foi uma jornada memorável para o Galatasaray, que enfrenta sérios problemas financeiros. Antes mesmo da conclusão da primeira fase, o clube já perdeu três jogadores por conta de inadimplência (“atraso de salários”): Furkan Aldemir, hoje do Philadelphia 76ers, Pietro Aradori, que foi para o Estudiantes, e Nate Jawai, que foi para o Andorra – ambos da Liga ACB espanhola.

Por conta das baixas e de desfalques, o técnico Ergin Ataman só utilizou sete jogadores numa partida dramática dessas.  Grande líder da equipe, Carlos Arroyo chamou a responsabilidade e anotou 24 pontos em 36 minutos. O pivô americano Patric Young, ex-New Orleans Pelicans e corajoso toda a vida de topar uma oferta de quem não paga, somou 13 pontos e 13 rebotes. Embora classificado e com a primeira colocação assegurada, o Olympiakos jogou para ganhar, mas o coração e/ou o desespero do time de Istambul pesou mais. Agora só fica uma dúvida: que tipo de elenco o Galatasaray vai apresentar na próxima fase.

Os grupos do Top 16
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O Grupo F vai ser uma pauleira que só. O CSKA é o favorito, mas o Fenerbahçe vem dando sinais de que talvez nesta temporada esteja realmente pronto para desafiar os times mais tradicionais. De qualquer forma, é impossível cravar aqui quatro favoritos para as quartas de final. Do outro lado, a chave ficou mais esvaziada, tendo como grande atrativo a dupla Real-Barça – garantia de dois clássicos espanhóis! O Maccabi, por sua tradição, também estaria em boas condições, não fosse seu desempenho bastante irregular até aqui.

Os brasileiros
Marcelinho Huertas foi o destaque da vitória do Barça sobre o Panathinaikos por 80 a 67. O armador está desfrutando de maior autonomia no ataque catalão para atacar. Em Atenas, foram 17 pontos, 9 assistências e 7/12 nos arremessos, em 30 minutos. Já JP Batista se despede da Euroliga com 7,8 pontos, 2,1 rebotes e 45,5% nos arremessos e 81,8% nos lances livres  em dez partidas. Na saideira do Limoges, contra o CSKA Moscou, ele jogou apenas 7 minutos. Agora o time se concentra na Eurocup, na qual divide grupo com Cantu (ITA), PAOK (GRE) e o Kimkhi (RUS).

Lembra dele? Linas Kleiza (Olimpia Milano)
Depois de um looongo inverno, o ala-pivô lituano saiu da hibernação ao anotar 29 pontos em 31 minutos pelo time italiano em vitória por 101 a 96 sobre o Turow Zgorzelec, da Polônia. Foi sua maior contagem pessoal na Euroliga, a partir de oito bolas de longa distância em estonteantes 13 tentativas. Detalhe: ele havia perdido as primeiras quatro bolas de longa distância. Depois matou suas oito em sequência. Até então, o jogador ex-Denver Nuggets e Toronto Raptors, contratado a peso de ouro, havia anotado 13 pontos na oitava rodada, contra o Bayern de Munique. Ao final da primeira fase, em sua terceira Euroliga, suas médias são de 8,6 pontos, 2,7 rebotes e 37,5% nos arremessos de três.

Tuitando

O jogo contra o Panathinaikos também teve esse detalhe: Pascual completou 500 partidas como técnico do Barcelona, pelo qual ganhou uma Euroliga (foi o primeiro treinador europeu a conseguir esse feito), quatro Ligas ACB e três Copas do Rei, desde 2008. Ele acabou de renovar seu contrato até 2017.


O Laboral Kutxa enfrentou o Estrela Vermelha, em Belgrado, com ginásio vasio. O clube sérvio, no entanto, encontrou um modo, digamos, pitoresco para colocar a torcida na arquibancada, distribuindo fotos da rapaziada pelos assentos. Fernando San Emeterio achou o maior barato.


As jogadas da semana!


Troca de Rondo resulta na dispensa de Faverani. Na NBA, nada é garantido
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Giancarlo Giampietro

Carreira de Faverani pelo Boston durou 488 minutos em 37 jogos; marcou 164 pontos

Carreira de Faverani pelo Boston, por enquanto, durou 488 minutos em 37 jogos; marcou 164 pontos

Como jogadores, dirigentes e treinadores sempre falam: são negócios afinal, não?

O universo da NBA é muito complicado, cheio de armadilhas, que são intrínsecas ao jogo. O jogo como um todo, mesmo, muito mais os dados lançados fora de quadra, como Scotty Hopson pode muito bem assinalar. Assinar um contrato com um time da liga norte-americana pode ser o auge para a carreira de um atleta, mas não é certeza de nada. Quer dizer: dependendo do acordado, até rende uma boa grana. No que se refere a basquete, uma vez lá, você tem de se preparar para encarar uma competitividade extrema. Além disso, num cenário sempre volátil, também vai precisar de sorte.

O que faltou a Vitor Faverani. Nesta quinta-feira, sua passagem pelo Boston Celtics se encerrou, ao ser dispensado depois da fulminante troca de Rajon Rondo para o Dallas Mavericks. Como Danny Ainge recebeu mais jogadores (Brandan Wright, Jameer Nelson e Jae Crowder) do que mandou (Rondo e Dwight Powell), acabou ultrapassando novamente o limite de contratos permitidos pela liga (15). Sobrou para o pivô brasileiro, que ainda se recupera de uma segunda lesão no joelho.

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>> 30 times, 30 fichas sobre a NBA 2014-2015

A transição de jogador relevante na Europa para peça complementar nos Estados Unidos geralmente é bem complicada. Splitter, Teletovic e, agora, Bojan Bogdanovic são alguns dos casos de gente badalada no Velho Continente que enfrentou sérios percalços ao migrar para a NBA. Para Faverani, que nunca chegou a ter o sucesso desse trio no princípio de sua carreira, não seria diferente. Já coloquei aqui os altos e baixos de seu primeiro ano na liga, que acabou encerrado por conta de uma lesão no joelho. Lesão que pediu duas cirurgias e olhe pôs numa posição muito difícil.

Uma pena. Seu talento e suas habilidades se encaixam com o sistema tático em voga na liga americana, já que não só pode proteger bem o aro como tem potencial para ser uma ameaça no perímetro. O próprio Danny Ainge já disse isso. Mas chegou uma hora em que os bastidores o atropelaram. O cartola precisava encontrar um novo destino para Rondo. Não é que ele duvide da capacidade do armador. O que pega é que ele vai virar agente livre ao final da temporada e, segundo a mídia de Boston, iria pedir um contrato máximo para renovar. Coisa de US$ 20 milhões, aproximadamente, e o clube não estava disposto a desembolsar tal quantia. Aí que o Dallas apareceu com tudo e venceu Houston Rockets e Los Angeles Lakers num breve leilão e levou o armador. Faverani acabou pagando o pato, mesmo que tivesse um salário garantido de mais de US$ 2 milhões.

Brandan Wright e Jae Crowder acabam forçando a dispensa de Faverani

Brandan Wright e Jae Crowder acabam forçando a dispensa de Faverani

O que vai ser do pivô de 26 anos? Caso não seja recolhido por nenhuma franquia em seu período de waiver, até sábado, imagino que um retorno para a Europa seja o mais fácil de concretizar – tem muito apelo mercado na Espanha, e aí seria uma questão de apenas averiguar se está tudo certo mesmo com o joelho e seguir em frente.

Por outro lado, ao que  parece, a ideia inicial é tentar mais alguma porta nos Estados Unidos, o que dá para entender. Inevitável que fique um pouco de frustração. Segundo um de seus agentes, Luis Martin, ele poderia até mesmo ser reaproveitado pelo Boston no futuro. É o que disse ao repórter Gustavo Faldon, do ESPN.com.br.

Sua dispensa aconteceu por circunstâncias bem diferentes, se compararmos com o que aconteceu com outro gigantão brasileiro descartado pelo Celtics, Fabrício Melo. Mais jovem, Fab foi draftado por Ainge, ainda muito cru, como uma aposta de longo prazo num elenco que ainda contava com Garnett e Pierce. O que ele mostrou em um ano de trabalho, dentro e fora da quadra, foi o suficiente para o dirigente abortar esse projeto bruscamente. O pivô foi trocado para o Memphis, chegou a acertar, ironicamente, com o mesmo Mavs, mas se viu fora da liga rapidamente. Nem no Paulistano conseguiu se manter, independentemente de seu potencial (se nos Estados Unidos já é difícil encontrar um cara de 2,13 m e ágil, imagine por aqui…). Pelo que entendo, aprontou fora da quadra.

Ainda que bem diferentes, as histórias de Faverani e Melo têm outro ponto em comum além do fato de terem sido relevados pelo Boston Celtics: como é difícil se manter na NBA. São casos que servem de alerta para qualquer garoto que espera chegar a esse eldorado, ainda mais depois do que ocorreu com Bruno Caboclo. A saída do garoto do Pinheiros direto para o Raptors acende uma fagulha, mesmo, nas revelações brasileiras. Não tem como. Se alguém, por ventura, conseguir replicar esse salto, é para se comemorar, mesmo, com orgulho. Só não dá para achar que a vida está feita, que a carreira está ganha.

Como disse Luis Martin a Gustavo Faldon: “Ele (Vitor) não entendeu nada. Estava falando com o técnico sobre voltar e de repente vem a troca. Todo mundo falando da volta dele, o Danny Ainge, mas daí venho a troca e muda tudo”.

Num campo em que a concorrência em quadra e os negócios são cruéis, a luta é contínua. Não sobra muito tempo para comemorar.

*   *   *

Num veículo brasileiro, a gente acaba se concentrando no impacto da negociação para um compatriota. Mas toda as partes envolvidas em qualquer negociação são afetadas.  Sabe o que Jameer Nelson estava fazendo quando soube que seria trocado para Boston? Comprando presentes de Natal para crianças de Dallas no shopping North Park, segundo Brad Towsend, repórter do Dallas Morning News.

* * *

Já Mark Cuban, o irrequieto dono do Dallas Mavericks, deu seu aval para a troca enquanto se preparava para participar da gravação do último programa de Stephen Colbert no canal Comedy Central. Colbert vai substituir o genial Dave Letterman na CBS.


A parceria NBB e NBA: otimismo, mas com os pés no chão
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Giancarlo Giampietro

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Em momentos de anúncio de grandes eventos, grandes notícias, o jornalista nunca se pode esquecer que não está ali como torcedor. Ele é uma testemunha, sim, como todos, mas tem de obrigatoriamente dar um passo para trás sempre, se permitindo a chance de avaliar o que está acontecendo e fazer questionamentos.

O anúncio da parceria entre a LNB e a NBA é um desses acontecimentos que pede um pouco de parcimônia. Neste caso, porém, para qualquer um daqueles que estiveram presentes ao clube Pinheiros para a coletiva que ratificou o acordo, o mais interessante foi reparar que não houve nenhum arroubo ufanista, nenhum acesso a hipérboles, nem nada. O que configura um cenário extremamente positivo.

Não se enganem: não é que os dirigentes que ajudaram a viabilizar o NBB estivessem cabisbaixos ou com uma atitude blasé. Pelo contrário: o presidente Cássio Roque, o vice-presidente João Fernando Rossi e Kouros Monadjemi estavam todos empolgados, sorridentes, relembrando histórias da construção do novo campeonato nacional.  Mas sem se empolgar demais, sem prometer mundos e fundos. Os representantes da NBA tinham a mesma postura. Em comum, de metas anuncias, tivemos apenas a ideia de que o basquete volte a ser o esporte número dois no país.

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>> 30 times, 30 fichas sobre a NBA 2014-2015

(Parêntese: isso foi na véspera de o Banco do Brasil anunciar a interrupção no repasse de verbas para a CBV; independentemente da lamentável crise vivida pelo vôlei nestes dias, é de se perguntar se o basquete já não é o segundo… afinal, segundo dados do ministério do Esporte, ela já é a segunda modalidade mais praticada no país; a questão é traduzir esse interesse em números e negócios concretos.)

Do meu cantinho aqui na Vila Guarani, acho tudo isso muito apropriado. O otimismo se faz até obrigatório, mas sem prenunciar milagres. O projeto é inédito, pode ser revolucionário/histórico para o basquete brasileiro, mas tem longo prazo – não deve e nem tem como ser avaliado agora. Além do mais, a LNB já fez bastante do seu lado para dizer que este seria um “recomeço”. Isso já aconteceu há seis anos, quando a liga nacional foi criada finalmente, depois de “momentos bélicos”, como disse o presidente Cássio Roque. A liga já representa uma bonança após um biênio 2006-2007 para lá de tempestuoso, com campeonato oficial que não terminava e competições paralelas que não decolaram.

Os novos parceiros ainda estão em fase de conversação. As reuniões, admitem, já vinham acontecendo há semanas, antes mesmo da assinatura do contrato. As partes estão se conhecendo. Para a NBA, é preciso um tempo de adaptação, para se conhecer uma nova realidade. Por mais que a marca já tenha estabelecido um escritório no Rio de Janeiro e feito avanços significativos por estas bandas, a gestão de uma competição nacional é um tipo de desafio completamente diferente.

Na hora de avaliar os pontos a serem atacados, a prioridade é o setor comercial. O diretor executivo da liga americana no Brasil, Arnon de Mello, abriu a coletiva tocando precisamente neste ponto. Para depois falar em como sua organização pode colaborar com expertise também em outras áreas. As coisas vão avançando paralelamente, com esses diversos departamentos envolvidos, mas o pontapé inicial, mesmo, é a captação de recursos. De grana, mesmo, seja por conquista de patrocinadores, licenciamento de produtos e ações de marketing. Algo em que são campeões.

A NBA conta hoje com mais duas dezenas de parceiros comerciais em suas operações globais. Algumas dessas corporações já teriam feito sondagens sobre possíveis negócios no Brasil. Pode não sair nada daí, mas a liga americana vai à caça de patrocinadores para o campeonato que já está em andamento. A ideia, todavia, é encontrar marcas dispostas a se envolver com o NBB a longo prazo, para gerar a cobiçadíssima sustentabilidade. Lembrando que o campeonato hoje não conta com nenhum patrocínio master.

Faz sentido. Primeiro é importante estabelecer essa base, os alicerces para o campeonato prosperar. Estabilidade financeira para que os dirigentes nacionais, com ajuda do know-how norte-americano, então, se concentrem em melhorias nas outras áreas administrativas, especialmente em infraestrutura. Uma coisa não exclui a outra também: não é porque o foco é comercial, que um intercâmbio na área técnica não possa acontecer, claro. Mas ainda não há planos declarados. (PS: Para o lado de gestão operacional e de infra, é possível que já haja novidades no fim de semana do Jogo das Estrelas ou mesmo na decisão, que nesta temporada será disputada em série melhor-de-três.)

O que a NBA ganha com isso tudo? Como disse Jason Cahilly, responsável pelo departamento estratégico e financeiro da liga, a ideia é desenvolver um “ecossistema favorável” ao basquete no Brasil, no qual, obviamente, 0 NBB não seria o único a encontrar mais dinheiro e possibilidades. A liga americana, nas palavras de Arnon de Mello, detecta um mercado “maduro” para esse crescimento.

Mas o ideal, mesmo, é expandir esse mercado, e, não, contar apenas com os atuais simpatizantes do bola-ao-cesto. Para tanto, é preciso mais promoção para o jogo e incentivo à prática. Se a CBB colabora pouco, ou quase nada faz para a massificação da modalidade no país, a parceria LNB/NBA assume parte essa empreitada. Cahily, mesmo, citou o termo grassroots em seu discurso de apresentação (todo em português, aliás).

Do ponto de vista mais prático, se as duas siglas conseguirem avançar comercialmente, gerando recursos, é de se esperar que os clubes nacionais tenham mais autonomia para agir. Que refinem suas próprias estrutura de gestão, podendo coordenar as categorias de base com mais zelo, contratarem melhor etc. Este é um cenário ainda muito distante, porém. Antes de tudo, eles precisam cumprir com suas obrigações financeiras. Coisa que até mesmo o supercampeão Flamengo não vem fazendo, enquanto um clube como Franca faz vaquinha virtual, correndo o risco de fechar as portas. “Há muito o que ser feito”: foi uma das frases mais ouvidas no anúncio do acordo na semana passada.

De qualquer forma, a aproximação da NBA já vale como um baita reconhecimento ao trabalho da liga nacional. Serve como um gesto de aprovação ao trabalho feito até aqui, que pegou um esporte no buraco e o transformou num produto que atraiu o interesse estrangeiro, contando antes com aporte do ministério do Esporte e de uma patrocinadora estatal. No que vai resultar esse envolvimento, ninguém sabe ainda. “Ficam me perguntando o que esperar disso? Digo que não sei”, afirma Cássio Roque, o presidente da LNB. “Só sei que estamos ao lado da companhia certa.”

Tags : CBB NBA NBB


Euroligado: sobraram 3 vagas e apenas um invicto
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Giancarlo Giampietro

CSKA de Sonny Weems está sobrando por enquanto

CSKA de Sonny Weems está sobrando por enquanto

Foi a nona e penúltima rodada da primeira fase da Euroliga, e está praticamente tudo definido para o Top 16: restam somente três vagas para se definir a elite do continente nesta temporada. O que está no jogo para a 10ª semana da competição? As terceira e quarta posições do Grupo A, disputadas entre Zalgiris Kaunas e os russos do Unics Kazan e do Nizhny Novgorod, e a quarta colocação do Grupo D, que está agora entre o estreante Neptunas Klaipeda e um Galatasaray em desconstrução (mais abaixo).

Dentre as conclusões que se pode tirar após nove partidas, temos a confirmação do CSKA Moscou como a equipe a ser batida. O time do técnico Dimitris Itoudis é o único invicto entre todos os 32 competidores, ainda que sua invencibilidade tenha sido sustentada com muito custo na sexta-feira, numa vitória na prorrogação sobre o Unicaja Málaga, na Espanha, por 76 a 75. A equipe russa forçou o tempo extra com uma grande virada no segundo tempo, fazendo uso de uma defesa opressora. Os visitantes tomaram 43 pontos nos primeiros 20 minutos e, depois do intervalo, levaram só 23, sendo 10 no quarto final, para reverter uma desvantagem de 16 pontos. Impressionante. A despeito de todo o drama na partidaça transmitida pelo Sports+,  com a autoridade de sempre de Rafael Spinelli e Ricardo Bulgarelli, temos outra opção para…

O jogo da rodada: Barcelona 89 x 91 Fenerbahçe
Para quem não se lembra, este choque de potências esportivas europeias já havia sido o grande destaque da oitava semana. Um mês depois, cá estamos novamente, e com um contexto muito interessante: o Fener devolveu na Catalunha a derrota sofrida em Istambul. E pela mesma vantagem de dois pontos, com um placar um pouco mais volumoso que o do jogo de ida (80 a 78). Explica-se: foi necessária uma prorrogação, após um empate por 79 a 79 em 40 minutos. O clube turco chegou a ter uma vantagem de 42 a 35. A maior do Barça foi de cinco pontos: 56 a 51. Equilibrado, ou não? Caiu, dessa forma, outro invicto.

Com um melhor aproveitamento nos lances livres (13-21, 61,9%), o Fenerbahçe talvez pudesse ter evitado tanto sofrimento. Por outro lado, o Barcelona não cuidou bem da bola (19 turnovers), numa atuação atípica de seu perímetro, mas que se explica pelo excesso de desfalques: Juan Carlos Navarro, Brad Oleson e Alejandro Abrines não jogaram.

Até por isso, Marcelinho Huertas foi exigido ao máximo. E o armador correspondeu, fazendo sua melhor partida na temporada. Muitos vão falar do toco que ele sofreu de Jan Vesely no último ataque do tempo regulamentar, mas a verdade é que o brasileiro fez tudo o que pôde para manter sua equipe no jogo. Antes de ser bloqueado por Vesely, ele já havia anotado quatro pontos no mesmo minuto. Na prorrogação, foram  seis pontos, tendo forçado inclusive um empate por 89 a 89 a menos de um minuto do fim.

Do outro lado, o elegante ala-pivô Nemanja Bjelica acabou lhe roubando a cena para ser o grande nome em quadra, mesmo que tenha marcado apenas 13 pontos e cometido 5 desperdícios de posse de bola. Foram do sérvio as duas cestas decisivas do confronto: um tapinha a 14s6 do fim do quarto período e uma bandeja com apenas 2 segundos no cronômetro da prorrogação. Seu compatriota Bogdan Bogdanovic, uma estrela em ascensão na Europa, marcou 23 pontos, matando 50% de seus arremessos em 38 minutos.

Todos amam Nemanja Bjelica, ainda mais depois de um jogo desses

Todos amam Nemanja Bjelica, ainda mais depois de um jogo desses

Os brasileiros
Marcelinho Huertas
marcou 25 pontos em 41 minutos. Além disso, deu cinco assistências e pegou quatro rebotes pelo Barça, convertendo 8 de 17 chutes. Foi agressivo também e cobrou oito lances livres, acertando sete (ambas as maiores marcas do confronto). Obviamente ele trocaria tudo isso por uma vitória.

Huertas, solto como nos tempos de Bilbao, fazendo o que sabe

Huertas, solto como nos tempos de Bilbao, fazendo o que sabe

JP Batista começou jogando o duelo do Limoges com o ALBA Berlin, mas foi limitado a 14 minutos. Nesse tempo, marcou oito pontos, com 4/8 nos arremessos. Os campeões franceses acabaram perdendo em casa por 71 a 65 e foram eliminados da competição, endereçados agora para a Eurocup. O time alemão garantiu a classificação, como quarto colocado do Grupo B (atrás de CSKA, Maccabi e Unicaja), acabando também com as pretensões do Cedevita Zagreb.

Jan Vesely, bem longe de Washington

Jan Vesely, bem longe de Washington

Lembra dele? Jan Vesely (Fenerbahçe)
Já falamos aqui do toco do ala-pivô tcheco para cima de Huertas, assegurando a prorrogação em Barcelona. Só foi mais um indício da recuperação de confiança de um talentoso jogador que simplesmente não se encontrou na NBA, pelos mais diversos motivos (entre os quais pesou demais a bagunça que era o Washington Wizards). Com mais tempo de quadra em seu retorno ao basquete europeu, mesmo num clube cheio de opções para Zeljko Obradovic usar, Vesely vem relembrando os olheiros por que já foi uma sexta escolha de Draft nos Estados Unidos. Ainda estamos falando de um jogador de 24 anos e capacidade atlética e envergadura acima da média para o Velho Continente, que causa muito impacto na defesa – foram três bloqueios, dois roubos de bola e dez rebotes (quatro ofensivos) contra o Barça. Marcou também 16 pontos e alcançou seu maior índice de eficiência até aqui (28), tendo Ante Tomic e Tibor Pleiss do outro lado.

Um causo: os calotes do Galatasaray
O técnico Ergin Ataman vive uma temporada para se esquecer. Já teve uma toalha atirada em sua direção pelo armador Nolan Smith, ex-Blazers. Em Istambul, numa coletiva, acusou os torcedores do Estrela Vermelha de terroristas, baderneiros, sem saber que, fora do ginásio, um sérvio seria esfaqueado por um turco. Além disso, a cada entrevista coletiva ele precisa enfrentar as incessantes perguntas sobre o atraso de salários para os atletas. O ala-pivô Furkan Aldemir, por exemplo, já rescindiu seu contrato e deve fechar com o Philadelphia 76ers, clube que tem seus direitos na NBA. Com a equipe em vias de ser eliminada na primeira fase, mais três atletas já parecem de saída também: o ala italiano Pietro Aradori, o pivô grego Ian Vougioukas e o pivô australiano Nathan Jawai. Obviamente é uma situação que tem impacto direto no que acontece em quadra. Nesta rodada, o Gala perdeu para o Neptunas Klaipeda, fora, por 82 a 72, se complicando. Para se manter vivo no campeonato, o time de Ataman precisa vencer o líder Olympiakos na última rodada, em casa, e que o Neptunas perca para o já eliminado Valencia, fora.

Galatasaray de Arroyo e Ataman se complica; Neptunas de Deividas Gailius tem grande chance

Galatasaray de Arroyo e Ataman se complica; Neptunas de Deividas Gailius tem grande chance

Em números
53% –
Um dos grandes personagens da oitava semana, Daniel Hackett prolongou sua boa fase em vitória do Olimpia Milano sobre o Panathinaikos, em casa, por 66 a 64. O mais interessante foi que o armador ítalo-americano tentou 53% dos arremessos de quadra de sua equipe: uma concentração muito incomum para o basquete europeu (17 de 32). Hackett somou 21 pontos, 4 assistências e 4 rebotes. O segundo maior pontuador do time foi o fogoso Alessandro Gentile, com 9 pontos.

James White, o helicóptero humano, na vitória do Unics sobre o Zalgiris

James White, o helicóptero humano, na vitória do Unics sobre o Zalgiris

50% – Duas das quatro vagas do Grupo A ainda estão abertas, na chave mais equilibrada da primeira fase. Com apenas uma vitória em nove rodadas, o Dínamo Sassari não foi páreo para ninguém. De resto, a batalha segue em aberto. Hoje, Unics, com cinco vitórias e quatro derrotas, e Zalgiris, com quatro e cinco, estariam garantidos. Acontece que o Nizhny tem a mesma campanha do quarto colocado, cheio de moral depois de ter batido o Anadolu Efes em Istambul, por 65 a 61. O Unics venceu o confronto direto com o Zalgiris por 73 a 60 e, na última rodada, vai visitar o Nizhny (quem vencer, avança), enquanto o clube lituano recebe o lanterinha Sassari, em situação favorável (pode se classificar mesmo se perder, desde que o Unics vença).

37 – Já despachado, o Bayern de Munique venceu o Turow Zgorzelec por 95 a 89, em casa, com 37 pontos de eficiência do veterano ala-pivô sérvio Dusko Savanovic, o MVP da jornada. Savanovic anotou 31 pontos e pegou 6 rebotes, convertendo 11 de 16 arremessos  (4-6 de três pontos), em apenas 25 minutos.

Tuitando

Em entrevista, Spanoulis diz que já ficou perto de assinar com o Barcelona. Imagine ele ao lado de Navarro? Afe. Para completar, disse que jamais defenderia o Real Madrid. Galáctico não é com ele. 

Com tantos desfalques no Barcelona, o croata Mario Hezonja…

Spike Lee foi a Milão e não perdeu a chance de ver um jogo da Euroliga de perto: Olimpia Milano x Panathinaikos. Na fase que vive o Knicks, não demora para o cineasta virar a casaca. Brincando, ele disse que a partida foi disparada a melhor que ele viu na temporada.


Tensão racial nos EUA e a dificuldade de se respirar
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Giancarlo Giampietro

Derrick Rose, contundência para se aplaudir

Derrick Rose, contundência para se aplaudir

A semana começou novamente com tensão social, racial elevada em muitas esquinas e comunidades dos Estados Unidos, e os astros da NBA levaram essa revolta para a quadra.

Depois de toda a revolta que colocou a cidade de Ferguson no mapa, agora é a vez de o triste caso da morte de Eric Garner retomar os noticiários depois que um júri nova-iorquino inocentar o policial envolvido no incidente, nesta segunda-feira. De noite, incentivados por um ato solitário de Derrick Rose durante o fim de semana, os atletas de Brooklyn Nets e Cleveland Cavaliers fizeram uma manifestação simples, mas contundente a respeito.

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Na hora de se aquecer para a partida contra o Golden State Warriors, Rose entrou em quadra com uma camiseta preta, com texto em branco exclamando: “I can’t breathe” (“Não consigo respirar”). Essa é foi a sôfrega frase que se pôde escutar num vídeo chocante divulgado por um nova-iorquino em julho, testemunhando uma ação policial violenta que resultou na morte de Eric Garner, de 43 anos.

Para os que não acompanharam o caso: Garner foi morto em 17 de julho ao ser estrangulado pelo oficial Daniel Pantaleo, com a ajuda de outros agentes, em uma rua da região de Staten Island, em pleno dia, para qualquer pedestre testemunhar. Ele foi acusado pelos policiais de estar vendendo cigarros contrabandeados. A ação foi registrada por Ramsey Orta, amigo da vítima. Orta, obviamente, vem sofrendo ameaças desde então.

A Grand Central station em Nova York foi tomada por manifestantes

A Grand Central station em Nova York foi tomada por manifestantes

A indignação só aumentou na quarta-feira passada, depois que um júri decidiu não indiciar Pantaleo, que está livre e só será submetido a uma sindicância interna de sua corporação, mesmo depois de atacar um ‘suspeito’ desarmado, com uma técnica de estrangulamento proibida pela polícia nova-iorquina. Nove dias antes, um júri na cidade de Ferguson havia seguido a mesma trilha em relação a um policial que matou o adolescente Michael Brown, de 18 anos, a tiros. É para se refletir a respeito do sistema judiciário. Ao mesmo tempo, se torna inevitável e imprescindível a participação de figuras públicas para incentivar o debate.

LeBron amplifica os protestos

LeBron amplifica os protestos

Entra Derrick Rose em cena. O enigmático armador do Chicago Bulls foi o primeiro astro da NBA a se manifestar a respeito ao quebrar o código de vestimenta (e conduta, digamos) da liga com sua camiseta. Nesta segunda-feira, em Brooklyn, jogadores do anfitrião Nets e do visitante Cavs usaram réplicas também durante o aquecimento, num jogo que contou com a presença do príncipe britânico William e sua esposa, além do comissário Adam Silver.

Entre os protestantes estavam LeBron James, Kyrie Irving, Deron Williams e Kevin Garnett. As camisetas foram distribuídas antes do jogo pelo armador Jarret Jack. “Esta á cidade em que a morte aconteceu, então fiz esse convite, caso eles quisessem participar da causa ou se manifestarem, sem ter de necessariamente fazer discursos”, disse o reserva do Nets.

Ao final da partida, LeBron se pronunciou, todavia: “É apenas para que nós possamos nos manifestar sobre o momento pelo qual passamos como sociedade. Obviamente, como sociedade precisamos melhorar. Ser melhores uns com os outros, e não importa qual a sua raça. Mas as camisetas foram acima de tudo um aceno aos familiares. São eles que devem receber mais energia e entrega”.

É o tipo de atitude que se tem de aplaudir. O envolvimento de atletas em questões político-sociais nunca vai ser demais, sendo eles figuras de extrema repercussão, alcance. Quando o tópico é a desgraçada questão racial, um dilema que definitivamente não se restringe aos Estados Unidos, a participação dos atletas da NBA se torna praticamente obrigatória, por motivos óbvios. A resposta da classe contra Donald Sterling, ex-proprietário do Clippers, já havia sido exemplar nesse sentido.

Em Washington, o presidente Barack Obama afirmou que os protestos crescentes são “necessários”, com palavras comedidas, mas importantíssimas em meio a uma polêmica dessas. “Desde que sejam pacíficos, acho que são necessários”, afirmou. “O poder não vai conceder nada sem uma boa luta, é verdade. Mas também é verdade que a consciência de um país precisa ser ativada por alguma inconveniência. O valor de protestos pacíficos e ativismo… É que isso relembra a sociedade que isso não acabou ainda.”

A NBA não se pronunciou oficialmente sobre a manifestação de suas estrelas, mas, ao jornalista Jeremy Schaap, da ESPN, uma fonte anônima afirmou que eles não serão multados. É que ao entrar com a camiseta de protesto em quadra eles feriram o código de vestimenta da liga, que obriga o uso de uniformes oficiais.

O comissário Adam Silver foi ao Barclays Center assistir a Nets x Cavs, assim como o príncipe britânico William e sua esposa. “Respeito Derrick Rose e todos nossos jogadores por dar voz aos seus pontos de vista pessoais em questões importantes, mas minha preferência era para que os jogadores seguissem nossas regras de vestimenta”, afirmou.

Em quadra, o Cleveland deu sequência a sua boa fase, vencendo um desfalcado Brooklyn por 110 a 88. Dion Waiters despertou e fez sua melhor partida na temporada com 26 pontos.


O Fantástico Mundo de… Nick Young! Edição especial
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Giancarlo Giampietro

Nick Young, o Swaggy P

Nick Young, o Swaggy P

No desastre anunciado que é a temporada da NBA do Los Angeles Lakers, há pouco para se salvar. Ainda mais em quadra. Os recordes de Kobe Bryant são obviamente o ponto mais interessante. Fora isso, alguém ainda jovem como Ed Davis poderia receber mais minutos, assim como o calouro Jordan Clarkson possa produzir. Até onde Byron Scott vai levar seu affair com Ronnie Price? De resto, o que mais? Estamos abertos a sugestões.

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No dia-a-dia de uma looooooooonga campanha, porém, Kobe conseguiu uma companhia valiosa para que o show continue em Los Angeles: Nick Young. Nas entrevistas, o ala despontou como o porta-voz mais alucinante da liga norte-americana, fazendo a alegria dos jornalistas que cobrem a franquia. Eles, que estavam carentes desde que Ron Artest se mudou primeiro para Nova York e, depois, para a Terra dos Pandas, agora vão gastando o bloquinho de notas. Quando não estão rindo ou , obviamente.

Não é qualquer um que assume o nome de “Swaggy P” gratuitamente. E que raios isso lá quer dizer?

Vamos apelar ao pai de todos nós, mais uma vez, sabendo que swaggy vem de swagger. Segundo o Michaelis, isso pode significar: “1 gabolice, bazófia. 2 andar afetado. vt+vi 1 andar de modo afetado, andar com ares de superior. 2 vangloriar-se, gabar-se. 3 bancar o valentão. adj coll elegante”.

Este é um Swaggy P ilustrado

Este é um Swaggy P ilustrado

Pela forma que Young adotou o verbete e  vem se comportando diante dos microfones, dá para dizer que o significado de seu apelido envolve um pouco de tudo isso. Ele não pára de brincar com os repórteres. Além disso, tem uma atitude toda peculiar ao chegar ao ginásio, extremamente confiante em suas habilidades. “Bazofinho P” também seria legal, né?

Mas é melhor ele mesmo explicar o que se passava em sua cabeça quando decidiu adotar o codinome. São diversas versões.

“Deus, em um sonho, falou comigo e me deu este nome. E eu falei para ele que aquele era realmente um nome engraçado e que talvez fosse adotá-lo mesmo. Desde então, venho me chamando de Swaggy P. É um nome de parar o trânsito”, afirmou em sua conta de Instagram. “Acho que se você se veste bem, você joga bem. Sabe, o ‘swaggy’ começa pelo modo como chego à arena, o modo como me visto, o sapato que eu calço”, disse certa vez ao site da NBA. Para a revista Slam, ele disse que seus antigos companheiros sempre se impressionaram com sua atitude, e que aí ficou fácil falar em “swaggy”. Um sopro divino ou simplesmente a zoeira de amigos. Estamos entre as duas opções.

Agora, será que ele poderia explicar, por favor, o que o P, assim isolado, quer dizer? “Esse é um mistério, não posso falar. Talvez eu escreva um livro algum dia. Não dá para revelar esse segredo ainda. Foi um dos meus primeiros apelidos, então ninguém realmente sabia a respeito, e mantive assim. As pessoas continuam perguntando, mas vai seguir um mistério. Em alguns anos, talvez eu dê umas dicas”, afirmou.

Young, no mesmo patamar de Kobe

Young, no mesmo patamar de Kobe

É uma figura. E isso é muito pouco. Há muitas  manifestações brilhantes para serem compartilhadas. O mais interessante é que seu jeito desbocado também pode fazer bem ao próprio vestiário, uma vez que Young, mesmo que se assuma um dos maiores fãs de Kobe no mundo, não vai se omitir na hora de pedir para o astro maneirar:

 “Tenho essa presença. Sou como Michael Jackson, Prince e todos esses caras. É como se minha atitude tivesse mexido com todos. Foi incrível”, empolgado com sua influência no time quando retornou de uma fratura na mão.

“O Melhor Defensor do Ano está aqui hoje e vai jogar na terça-feira”, pouco antes de estrear na temporada pelo Lakers, um time que sofria (e continua) sofrendo em sua retaguarda. A defesa da equipe segue como a pior da temporada, claro.

Nick Young, o melhor arremessador de três pontos da história da NBA

Nick Young, o melhor arremessador de três pontos da história da NBA

“Estou entre os cinco melhores arremessadores de três pontos da história. A lista? 1 – Eu mesmo. 2 – Ray Allen. 3 – Reggie Miller. 4 – Stephen Curry ou Klay Thompson. 5 – Larry Bird”, e só. Young tem média de 37,9% em sua carreira. Nesta temporada, está matando 42,4% de seus tiros de longa distância. ; )

“Acho que o Kobe tem algum potencial. No meu 20º ano, eu provavelmente terei uns 46 mil pontos, ou algo perto disso”, sobre a iminência de Kobe destronar Michael Jordan como o terceiro maior cestinha da história da NBA. Contando apenas a temporada regular, Kareem Abdul-Jabbar é o maior pontuador, com 38.387.

“Disse a eles que eles estavam chegando para a minha unidade. Não venham aqui e mexam com a minha casa. Está tudo sob meu controle”, sobre a decisão de Byron Scott de colocar Jeremy Lin e Carlos Boozer no banco.

“Kobe vai ser o Kobe, mas de alguma forma nós temos de encontrar um jeito de colocar a bola na cesta com todo mundo, e às vezes acho que nos acomodamos muito com o número 24. Temos de acreditar em nós mesmos”, dessa vez sem bazófia.

“Não dá para dizer que existam jogos vencíveis para nós”, quando questionado se um duelo com o Minnesota Timberwolves representaria uma chance para o Lakers conquistar uma preciosa vitória. O mesmo Wolves que, cheio de desfalques, havia perdido para o Philadelphia 76ersNa atual fase do time, não tem humor que aguente.


Euroligado: Barça de Huertas atropela, Limoges de JP batalha
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Giancarlo Giampietro

Bongou-Colo (d): pura energia para o Limoges de JP

Bongou-Colo (d): pura energia para o Limoges de JP

Enquanto o Barcelona de Marcelinho Huertas segue invicto e arrasador, o Limoges de JP Batista faz de tudo para ainda se manter no páreo. Na oitava semana da Euroliga, os dois representantes brasileiros saíram de quadra satisfeitos com os resultados de suas equipes. Mesmo que eles tenham sido bastante diferentes. Acompanhem.

O jogo da rodada: Limoges 67 x 64 Unicaja Málaga
Não foi o duelo mais bonito, como o placar baixo não deixa mentir. Mas a maneira como chegamos a esse resultado foi para fazer levantar da cadeira até mesmo o torcedor francês mais contido. O Málaga chegou a abrir 20 pontos de vantagem ainda no primeiro tempo, fora de casa, e levou a virada.

Para ser mais preciso: o placar apontava 32 a 12 a favor do time espanhol com 16 minutos de jogo, depois de uma bandeja do ala Will Thomas. Mas os atuais campeões franceses batalharam pelo placar e conseguiram uma grande vitória que os mantém com chances de classificação para o Top 16, mesmo que numa situação ainda desfavorável.

João Paulo Batista já estava em quadra quando os espanhóis tinham essa larga diferença. O pivô, todavia, foi importantíssimo na reação dos donos da casa. Com quatro pontos e uma assistência, ajudou os donos da casa a reduzir a desvantagem para 13 pontos antes do intervalo.

No terceiro período, então, ele brilhou. O pernambucano foi mantido no quinteto inicial e marcou dez pontos na parcial, sendo sua quinta cesta de quadra justamente aquela que valeu pelo 41 a 41, o primeiro empate desde que os espanhóis abriram larga vantagem, com 28 minutos rodados no cronômetro.

A despeito da pressão, o Unicaja de Joan Plaza não ruiu. Controlou os nervos e fez um jogo parelho no quarto final, defendendo bem, ainda que seu ataque funcionasse aos tropeços. Aí foi a vez de o ala-armador Jamar Smith despontar. O americano, que chegou a assinar contrato com o Boston Celtics nos tempos de Fabrício Melo, converteu três bolas de longa distância e, junto com as cravadas de um sempre agressivo Nobel Boungou-Colo, foi instrumental na vitória.

Smith somou 18 pontos, cinco assistências e quatro rebotes. Bongou-Colo também contribuiu de modo versátil, com 12 pontos, sete rebotes e quatro assistências. O arremessador Ryan Toolson, sobrinho de Danny Ainge, anotou 15 pontos em 29 minutos pelos espanhóis.

O Málaga pode ter perdido, mas assegurou sua vaga na segunda fase, ao lado de CSKA Moscou e Maccabi Tel Aviv. Resta, então, só o quarto lugar em jogo, e o Limoges ainda sonha. Os franceses estão na lanterna do grupo, com dois triunfos e seis reveses, mesma campanha do Cedevita Zagreb. A equipe croata, por ora, leva a melhor tanto no saldo de pontos (-41 a -66) como no confronto direto (por ter vencido o segundo duelo por mais pontos). O ALBA Berlin é quem está mais bem posicionado, com três vitórias e cinco derrotas. Um detalhe, no entanto: o clube alemão encara o Limoges na próxima rodada e o Cedevita na última. A disputa promete.

Os brasileiros
Bem, já falamos do papel decisivo de JP Batista na virada. Então aqui ficam os números finais dele na partida: 14 pontos em 23 minutos, com uma jornada perfeita nos arremessos (6/6 nos chutes de quadra e 2/2 nos lances livres). Ele ainda pegou dois rebotes ofensivos, deu uma assistência e conseguiu uma roubada de bola.

Huertas contra Tony Taylor, jovem armador americano do Turow

Huertas contra Tony Taylor, jovem armador americano do Turow

Marcelinho Huertas pouco jogou na vitória do Barcelona sobre o Turow Zgorzelec, na Polônia. Isso tem pouco a ver com o basquete do armador, que somou cinco pontos e três assistências em apenas 15 minutos. É que essa foi a partida mais fácil do Barça na competição, mesmo, com placar de 104 a 65, dando a chance para o técnico Xavi Pascual preservar seus principais atletas. Até mesmo o adolescente Ludde Hakanson, sueco de apenas 17 anos, foi para quadra, jogando os últimos 8 minutos, com três pontos e duas assistências. O jovem croata Mario Hezonja marcou 15 pontos em 17 minutos.

Somente o CSKA Moscou se equipara ao clube catalão em termos de sequência de vitórias no campeonato. São os únicos invictos. O time moscovita, no entanto, tem melhor saldo de pontos: 129 a 112, depois de ter batido o Cedevita Zagreb em casa, por 97 a 79.

Um causo
O armador Daniel Hackett se meteu em uma enrascada durante a temporada de seleções deste ano. Insatisfeito com seu papel na Squadra Azzurra do basquete, o ítalo-americano simplesmente abandonou a concentração da equipe, sem avisar ou pedir permissão para ninguém. A atitude, claro, não pegou nada bem. A ponto de a confederação italiana suspender o atleta por seis meses de qualquer atividade basqueteira no país. Arrivederci!

Daniel Hackett, numa das atuações mais impressionantes da temporada. Perdoado

Daniel Hackett, numa das atuações mais impressionantes da temporada. Perdoado

O Olimpia Milano, seu clube, estudou rescindir seu contrato, sem pagamento. Afinal, com um gancho desses, ele perderia 26 jogos da liga local. O jogador, porém, pediu desculpas aos diretores e encontrou um meio termo: seu salário para a atual temporada foi reduzido, enquanto o contrato de 2015-2016 segue validado, integralmente. Mas por que bancar um cara que nem vai jogar?

O que pega é que, em jogos da Euroliga, em outra esfera, Hackett está liberado para atuar. Além disso, o Olimpia sabe que estava lidando com um atleta que pode fazer a diferença. Com 1,99 m, é alto e bastante ágil em sua posição para os padrões do Velho Continente. Pressiona os adversários demais em cima do drible e, no ataque, tem facilidade para concluir suas jogadas, embora seu arremesso ainda seja suspeito, especialmente quando em movimento.

Contra o Bayern de Munique, na quarta-feira, porém, caiu praticamente tudo, e na principal hora. O esquentadinho jogador anotou 19 de seus 25 pontos no quarto período e liderou o clube italiano a uma vitória no sufoco sobre o Bayern de Munique, em casa, por 83 a 81. Foi dele a cesta decisiva a 1s5 do fim. E agora? Estão todos satisfeitos com o acordo? O Olimpia Milano ficou muito perto da classificação no Grupo da Morte.

Em números
2.535
– Vassilis Spanoulis chegou a essa quantia de pontos para superar Jaka Lakovic e se tornar o terceiro maior cestinha da história da Euroliga, atrás apenas de Juan Carlos Navarro, o líder disparado, e de Marcus Brown, ala americano que defendeu sete clubes diferentes na Europa, com destaque para CSKA e Maccabi. Navarro tem 3.496 e ainda está em atividade. É praticamente impossível que qualquer atleta o supere. Já Brown tem 2.739 pontos, algo mais plausível para o craque grego. Spanoulis, por outro lado, já tem um recorde memorável a seu favor: é o único a integrar tanto o top 5 de pontos como de assistências da competição. Ele já deu 710 passes para cesta. Acima dele aparecem Sarunas Jasikevicius (4º), Pablo Prigioni (3º), Theo Papaloukas (2º) e Dimitris Diamantidis (1º). Só. Ah, e o Olympiakos, líder do Grupo D, bateu o Neptunas Klaipeda, da Lituânia, por 89 a 79 em casa.

98 – O Real Madrid se recuperou da derrota sofrida para o UNICS Kazan na semana passada. Ou quase isso. Contra outro rival russo, o Nizhny Novgorod, o time blanco venceu e marcou 101 pontos. Perfeito, certo? Não fossem os 98 pontos que sua defesa sofreu contra um time que não havia feito mais que 89 pontos até aqui – e contra o lanterninha Dínamo Sassari. O Real lidera o Grupo A, com seis vitórias e duas derrotas, mas seu desempenho jogo a jogo certamente já inspira preocupação para a torcida merengue. Nos últimos quatro confrontos, foram dois reveses e dois triunfos que combinaram para um saldo de apenas cinco pontos.

43 – Foi o índice de eficiência obtido pelo pivô D’Or Fischer, do UNICS, na vitória sobre o Sassari, com 23 pontos, 15 rebotes e 3 assistências, tendo errado apenas um arremesso em 11 tentativas. O americano de 33 anos vive fase excepcional. Contra o Real, sua linha estatística já havia sido de 25 pontos, 8 rebotes e 11-17 nos arremessos. Até aqui, o pivô errou apenas 11 de 55 chutes em oito partidas, para um aproveitamento absurdo de 80% de quadra. É o mesmo que ele mata nos lances livres.

2 – O Zalgiris Kaunas foi limitado a apenas dois pontos no primeiro quarto de uma derrota por 66 a 57 para o Anadolu Efes, um recorde negativo do torneio, que o próprio clube lituano compartilhava com outros três times. Na reta final do terceiro quarto, o Zalgiris, jogando em casa, havia convertido apenas sete cestas de quadra, uma dureza, com a defesa da equipe de Dusan Ivkovic sufocando. No final, os anfitriões terminaram com 15/53 nos chutes.

1 – Depois de quatro tentativas, Laboral Kutxa conseguiu a primeira vitória fora de casa, derrotando justamente um adversário que estava invicto como mandante: o Galatasaray, em Istambul, por 89 a 82. O veterano ala Fernando San Emeterio conseguiu sua maior contagem individual pelo torneio, com 25 pontos, mas foi o armador americano Doron Perkins quem decidiu o jogo no fim, com inesperados 9 pontos nos últimos minutos (mais do que ele havia feito nos últimos seis… jogos!). O clube basco, que já demitiu o técnico Marco Crespi durante a campanha, chega agora a dois triunfos seguidos e se posiciona bem na briga por vaga, assumindo a terceira posição do Grupo D, com 4-4. O Galatasaray está em quarto, com 3-5, superando o Neptunas nos critérios de desempate.

Tuitando

A mídia turca e a galera na Espanha estão dando como certa a transferência de Thomas Heurtel para o Anadolu Efes antes do Top 16 da Euroliga. O armador francês vai se tornar agente livre ao final da temporada, com a cotação em alta. É mais um jogador de que o clube basco vai ter de se desfazer para faturar uma graninha, depois de ajudar a desenvolvê-lo.

É, ao que parece o Olimpia Milano já concedeu perdão a Daniel Hackett.


As 10 melhores jogadas da rodada!


O técnico que prefere revelar jovens a usar um americano meia boca
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Giancarlo Giampietro

Dusan "Duda" Ivkovic e um projeto para ser acompanhado de perto

Dusan “Duda” Ivkovic e um projeto para ser acompanhado de perto

Não é falta de ideia, juro. É que vale a pena ser lido e pode ter ficado perdido no site oficial da Euroliga se você não tem o hábito de dar uma passada por lá. Então tomo mais uma liberdade de tentar traduzir abaixo, deixando uma ou outra frase de fora, um depoimento do técnico sérvio Dusan Ivkovic, atual comandante do Anadolu Efes, de Istambul.

Esse é um clube turco que decidiu investir pesado para esta temporada, pensando também no futuro. Um clube com grana, mas tambeem com um projeto interessante que conta com algumas estrelas do basquete europeu, como Nenad Krstic, Stratos Perperoglou e Stephane Lasme, sem deixar de abrir espaço para jovens apostas.

O croata Dario Saric, selecionado pelo Sixers no último Draft da NBA, é uma das revelações contratadas. Não se trata de uma promessa: já uma realidade, tendo sido eleito o MVP da competição em novembro. Entre os demais garotos, vale destacar Cedi Osman, ala-armador turco de apenas 19 anos, eleito o melhor jogador do último Europeu Sub-19 e já convocado para a última Copa do Mundo, assim como Saric. Ele só estará fora de ação nas próximas semanas devido a uma torção de tornozelo.

Dario Saric, jovem estrela sob a tutela de Ivkovic

Dario Saric, jovem estrela sob a tutela de Ivkovic

Em seu texto, Ivkovic fala sobre como a chance de trabalhar novamente com atletas mais jovens foi um dos fatores que o convenceu a aceitar o cargo. Muitos já davam o veterano treinador como aposentado. Abaixo, ele diz que não era bem assim.

Esse é um dos pontos que motiva a tradução. Na busca pelo novo, não se pode esquecer as mentes colaboradoras do passado. No caso de Ivkovic, não havia esse risco, claro. Ainda é uma figura muito respeitada na Europa – conquistou sua segunda Euroliga, inclusive, não faz muito tempo, em 2012.

Todavia, o mais importante, mesmo, que acho que tem relevância e ressonância para o mercado brasileiro é o modo como ele fala a respeito de suas motivações no trato com atletas mais jovens, para desenvolvê-los. E sobre como nem sempre a válvula de escape norte-americana é a mais viável. Aquela coisa de: “Seu time está com problemas? Então tasca um gringo aí, mermão”. Com esse treinador em específico, não cola. No Brasil, quais são os clubes que estão efetivamente abraçando os jogadores mais jovens, dando a eles a chance de aprender em quadra, com seus próprios erros? Erros que podem ser corrigidos com um trabalho atencioso, dedicado, durante a semana? Quantos americanos são contratados por DVD, sem nem mesmo que se considere a possibilidade de trabalhar com os jovens da base?

Derrick Carater teria vez com Ivkovic?

Derrick Carater teria vez com Ivkovic?

Recentemente, vimos o Flamengo cair nessa, num exemplo célebre que atende pelo nome de Derrick Caracter. Um veterano cheio de problemas que quase tirou de quadra um talento como o de Cristiano Felício, na excursão rubro-negra pelas quadras da NBA. Este é um caso recente e que teve repercussão. Mas obviamente não foi um fato isolado.

Cada um interpreta e assimila o depoimento da forma que quiser. Não se trata de uma Verdade Absoluta, de um 11º Mandamento irrevogável. É apenas uma visão interessante, de uma das personalidades mais influentes e vencedoras do esporte, que ajudou na formação de diversos talentos nas últimas décadas.

Com a Iugoslávia/Sérvia e Montenegro/Sérvia, ele foi tricampeão europeu, campeão mundial, vice olímpico. Pelo Olympiakos, ganhou duas Euroligas, com 15 anos separando uma conquista da outra. O currículo completo está aqui para apreciação.  Tendo isso em mente, vamos ao texto, com o seguinte título: “Não existem atalhos”. Confira:

“Primeiro de tudo, gostaria de expressar minha satisfação com meu retorno à Euroliga, a melhor competição na Europa. Já participei dela por muitos anos com algumas equipes. Desde o AEK Atenas ao CSKA Moscou, Dínamo Moscou, Olympiakos e agora o Anadolu Efes. Por que retornei? Simplesmente porque sinto que ainda sou capaz de trabalhar bem. Minha filosofia é que, se alguém ainda sente que pode trabalhar, tem de fazer isso, desde que possa garantir qualidade ao seu esforço. Tive algumas ofertas quando estava dirigindo a seleção sérvia, mas não queria dividir funções, porque uma das partes sempre vai sofrer, seja o clube ou a equipe nacional.

Cedi Osman, uma das grandes promessas do basquete turco. Olho nele

Cedi Osman, uma das grandes promessas do basquete turco. Olho nele

Não é uma questão de cansaço físico – houve anos em que trabalhei por 12 meses –, mas, sim, de todo o processo que envolve o trabalho. Há coisas para se fazer nos clubes que acontecem durante o período de férias, coisas da qual você não pode tomar parte se estiver com uma seleção nacional. Havia diversas opções para eu me manter conectado ao basquete, que é a minha vida, sem retornar ao banco, para treinar. Mas, com o apoio da minha família, decidi voltar à lateral da quadra com um novo projeto em um país que tem um grande futuro em todos os sentidos. Um grande trabalho vem sendo realizado com os jogadores jovens aqui na Turquia, e o progresso fica evidente a toda hora. A Turquia começou a vencer medalhas nas categorias menores, e isso é a melhor garantia para o sucesso do basquete turco no futuro.

O maior desafio para qualquer treinador no início de temporada é montar um time e dar química, um alto grau de entendimento entre os jogadores. É um processo longo que requer tempo, trabalho e a paciência de todos. No basquete, não existem atalhos. Alguns jogos podem ser vencidos por inspiração ou um pouco de sorte, mas chegar ao ponto em que os jogadores se entendam com um simples olhar é um processo que leva, no mínimo, cerca de dois anos de trabalho coletivo. Você precisa formar um conjunto entre ataque e defesa de uma forma de colaboração praticamente automática.

Comparado com a campanha passada, o Anadolu Efes manteve apenas alguns jogadores. Além disso, tenho alguns garotos que nem mesmo pensavam que estariam com o time principal nesta temporada, mas minha ideia é usar estes jovens talentos turcos o máximo que puder, algo que já fiz no Olympiakos com jogadores gregos. Para compensar essa juventude e falta de experiência, assinamos com algumas estrela que já lutaram em diversas batalhas nessa competição. Vamos levar as coisas adiante passo a passo, com paciência e trabalho duro. Uma mudança de geração é algo difícil nos esportes coletivos. No meu ponto de vista, o Anadolu Efes precisa ter um papel relevante na Euroliga de 2015-2016. A única fórmula possível para isso é dar confiança aos garotos e fazer um bom trabalho individual com cada um dos jogadores.

Acho que todos os treinadores conhecem essa fórmula, mas eles não a aplicam em uma atmosfera de pressão, seja de diretores do clube, da imprensa, da torcida. Felizmente, este não é meu caso. Psso lidar com qualquer tipo de pressão e dar essa oportunidade aos jogadores jovens: quero que eles assumam a responsabilidade. Outro tipo de pressão que muitos técnicos enfrentam é a enxurrada de jogadores medianos da América, que muitas vezes tiram o lugar de jovens europeus, cortando seu desenvolvimento. Por um lado, a qualidade duvidosa de alguns desses jogadores não é o bastante para se vencer jogos, e, por outro, perde-se muito ao manter os talentos mais jovens no banco ou até mesmo fora do elenco. Há vezes em que os danos aos jogadores mais jovens são irreparáveis. Isso caminha junto com problema geral do basquete europeu de ver seu talento migrar cedo para a NBA.  Já dirigi muitos jogadores que tiveram sucesso na NBA porque saíram no momento certo, com maturidade e experiência. Porém, muitos deles saem bem jovens e despreparados, e aí retornam piores. Perderam tempo por terem sido impacientes.

Ivkovic e Divac em algum ponto dos anos 90. História para contar

Ivkovic e Divac em algum ponto dos anos 90. História para contar

Vale gastar umas palavras para falar sobre o que chamo de “preparação mental”. Isso também é um processo de trabalho diário. Eu pessoalmente prefiro trabalhar sozinho, sem um psicólogo, porque acredito que uma terceira pessoa entre o jogador e o técnico jogador não seja necessária. O técnico também precisa ser um psicólogo e entender a alma dos jogadores e entrar na cabeça e no coração deles para saber o que têm por dentro. Você tem de conversar bastante com eles, sozinho ou com todos reunidos no vestiário, mas tem sempre de pedir mais dos melhores jogadores. Já foi acusado de não ser capaz de lidar com estrelas, mas acho que é o contrário: sempre fui mais crítico com os melhores jogadores porque sabia que eles poderiam lidar com isso, e é por isso que chegamos juntos ao topo muitas vezes. Não posso cobrar tanto assim dos mais jovens. Com eles, você tem de ensinar e ser paciente.”

(Fim.)