Vinte Um

Categoria : Fantástico Mundo de Ron Artest

O Fantástico Mundo de Ron Artest: Itália!!!
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers. E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo diário absurdo de informações, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

A saga de LeBron James na volta a Cleveland, os quilos de especulações em torno de Kevin Love e o racismo de Don Sterling foram certamente as líderes em manchetes nos últimos meses desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo. Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

* * *

Um sonho realizado na Itália

Um sonho realizado na Itália

Primeiro saiu no Twitter:

Depois, você acessa o site do clube italiano e dá de cara com a seguinte manchete:

UNA STELLA PER L’ACQUA VITASNELLA: METTA WORLD PEACE ARRIVA A CANTU’.
(Uma Estrela para o Patrocinador do Time: A Paz Mundial Metta chega a Cantu!)

Bomba!

Para quem estiver boiando, ou andando meio desligado, e, por algum acaso, perdeu a notícia da semana, é o seguinte: Ron Artest, vulgo #mettaworldpeace, vulgo #pandasfriend, vai agora jogar na Itália. Ele assinou, como vemos acima, com o Cantù, da primeira divisão do país, até o final da temporada. O acordo foi anunciado com tons messiânicos pelo clube .

É muita empolgação – e totalmente justificado, claro. A ponto de avisarem grupos midiáticos do porte CNN, BBC e ESPN. Senti falta da menção a um certo pontífice que vive somente a pouco mais de 600 km da cidade – se bem que ele já anda muito envolvido com o San Lorenzo na Libertadores. Ah, e me desculpem, mas não tem como disfarçar a mágoa aqui: copiar o @gianblog21 nem pensar?! Quem no mundo dedica toda uma seção de blog a Ronald Williams Artest Jr.? Talvez mais umas 375 pessoas, mas isso não vem ao caso.

De todo modo, acho que só esqueceram do VinteUm quando se deixaram levar pela emoção, pela adrenalina dos fatos. Só pode. Afinal, não é todo dia que você tem a oportunidade de trazer para o seu time alguém que já adotou três nomes diferentes durante sua carreira, protegeu pandas na China e encampou a luta pela paz mundial (anos depois de quase ter levado o Indiana Pacers para o buraco, ao escalar as arquibancadas do Palace of Auburn Hills, esmagando e esmurrando torcedores pelo caminho).  O mesmo cara que onseguiu se posicionar no meio do caminho entre Kobe e Howard em Los Angeles. Fora isso, bem menos importante, mas só para constar: também já foi campeão e o melhor defensor da NBA.

Se você assina com uma figura dessas, como poderia reagir de modo sereno e profissional? Quando você evoca a presença do antigo Ron Artest para o seu mundo, está assinando um compromisso de que, enquanto o vínculo durar, não há mais espaço para a Normalidade em seu cotidiano. Eles querem viver num mundo onírico e mágico. Que mal tem nisso? Em seu comunicado oficial, a agremiação anuncia que esta negociação foi o “golpe do século”.  : )

Agora, em meio a tanta euforia, a presidenta do clube Anna Cremascoli expõe metas mais concretas e imediatas, dizendo que a contratação de Ron Metta Panda’s Artest World Peace Friend pode ser o empurrão final para levar seu time aos playoffs da Lega Basket. O Cantù divide hoje a oitava colocação com Pistoia e Cremona, todos com 10 vitórias. A diferença é que seus dois concorrentes têm uma derrota a mais – a liga italiana não classifica os times por aproveitamento, mas, sim, por pontos conquistados a cada triunfo. A presidenta, porém, também não se aguenta. Para ela, o norte-americano vai proporcionar “|uma onda de entusiasmo no mundo do basquete italiano e não só no canturino”. A Itália não será mais a mesma.

Ron-Ron vai usar o número 37. Por quê? Para homenagear Michael Jackson, dãr. Afinal, este é o número de semanas consecutivas que Thriller, o maior clássico do popstar, ficou no topo das paradas. Na pequena cidade localizada na região da Lombardia, vai ter a companhia de quatro compatriotas: o pivô Eric Williams, que já está na Europa desde 2006, o ala DeQuan Jones, ex-Orlando Magic, o ala-armador James Feldeine (que joga no mundo Fiba pela República Dominicana) e o armador Darius Johnson-Odom, seu ex-companheiro de Lakers. “Estou contente, óbvio”, diz o ex-Laker. “Falei com ele no telefone, e o senti muito empolgado para esta nova aventura. Estou certo de que dará uma grande contribuição. Afinal, falamos de um campeão absoluto.”

O grande astro messiânico vai se apresentar nesta quinta-feira. O que ele disse a Johnson-Odom fica entre eles. Ao público, Artest já se mostra animado com todas as possibilidades de trocadilhos com o nome de sua nova equipe:

Sabemos que Ron-Ron manda ver no Rap. Que é uma estrela com carisma para carregar um filme nas costas, só Hollywood não enxergou ainda. Que ele sabe fazer as coisas melhor, dãr. Agora… Fora todas essas habilidades que não têm preço, talvez o torcedor canturino esteja interessado se o cara dá conta de jogar bola, depois de uma breve passagem pela China, onde ganhou mais de US$ 1,4 milhão na China para defender o Sichuan Blue Wales.

Ele entregou 19,0 pontos, 6,0 rebotes, 1,1 assistência e 2,2 roubadas, em 28,5 minutos. Não dá para se empolgar muito com esses números, não, ok? Saibam que Errick McCollum, irmão de CJ, do Blazers, foi o cestinha da temporada com média de… 39,6 pontos. Andray Blatche, o filipino, foi o principal reboteiro, com 14,6 por partida. Dominique Jones liderou em assistências, com 8,4, tendo também anotado 36,8 pontos. Michael Beasley se despediu do país com 28,6 pontos, 10,4 rebotes e 5,2 assistências. Deu para entender, né? São todas estatísticas de videogame. O dado mais interessante era saber exatamente quantos pandinhas o Ron-Ron ajudou a salvar por lá. Isso, sim, é legado.

Até porque há um problema aqui: mesmo na frágil liga chinesa, Artest não conseguiu pontuar com eficiência, terminando sua temporada com 41,5% nos arremessos e 32% nos chutes de três. O ala simplesmente não tem mais velocidade e estabilidade para partir com a bola do perímetro para a cesta, com problemas já crônicos no joelho esquerdo. Sua aventura com as Baleias Azuis durou apenas 15 partidas, até ser afastado para fazer tratamento. Um desfecho bem diferente para quem imaginava que iria refinar seu jogo, usando muitas posses de bola, com a expectativa de descolar um novo emprego na NBA, antes dos playoffs. Sua vaga acabou ocupada pelo pivô Daniel Orton, aquele ex-Orlando e OKC, que não consegue parar em nenhum lugar. O time terminou na antepenúltima posição da temporada regular, com 8 triunfos e 30 reveses.

A Itália pode não ter mais o campeonato forte dos tempos de Oscar e Marcel, mas seu nível de competitividade nem se compara ao da CBA. De modo que, com toda a empolgação de seu departamento de marketing e diretoria, talvez para o Cantú seja melhor utilizá-lo como um ala-pivô. Artest tem força, boas mãos e experiência para aguentar o tranco num garrafão europeu consistentemente. Mas, ora, isso não é hora para avisos, conselhos, advertências. O Cantú está vivendo um sonho. Que seus torcedores curtam de montão o contato com nosso anti-herói favorito. Ele está chegando:


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Pandinha amigo no pé
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers. E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo diário absurdo de informações, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

A saga de LeBron James na volta a Cleveland, os quilos de especulações em torno de Kevin Love e o racismo de Don Sterling foram certamente as líderes em manchetes nos últimos meses desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo. Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

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artest-panda-friend

Poxa vida, gente, já se passou mais de um ano desde a última atualização desta série. Período no qual centenas de ursos panda hibernaram e já saíram de seus esconderijos, irradiantes que só, importunando o Pequeno Pônei do Galhardo até não poder mais… Isso, claro, se os pandas hibernassem. Afinal, nem urso eles são. Ou são? A polêmica é grande na comunidade científica, e a classificação desses bichinhos mimosos já foi mais reescrita do que plano de governo em época de patrulha online 60/60/24/7. Melhor a gente nem mexer nesse vespeiro. Informalmente, devido ao apego dos anos, aqui eles serão tratados como urso-sim-pronto-acabou-e-para-sempre.

Vocês sabem, a essa altura não é novidade nenhuma que nosso anti-herói estava afim de mudar seu nome outra vez, assumindo o codinome de Amigo dos Pandas, uma vez que iria jogar na China – terra de Yao Ming, Zizão, Stephon Marbury e – agora também de – Andray Blatche. E de pandas, claro. Muitos pandas, que ganharão a proteção especial de um ala que já foi muito encrenqueiro, mas que ultimamente é todo paz e amor. Notem que ele passou um ano inteiro em Nova York, sua terra natal, sem cair em polêmica alguma.

Ainda assim, sua produção em quadra aparentemente já não sustentaria um contrato de NBA, nem mesmo com o Mestre Zen de volta ao Knicks. Toca, então, faturar um dindim na China, assinando contrato com o Sichuan Blue Whales valendo US$ 1,4 milhão. As baleias azuis e os ursos pandas: aparentemente Ron-Ron não está nem aí para essa coisa de conflitos de interesses.

Não está claro se ele dessa vez decidiu literalmente mudar seu nome, com tapetão e tudo – como nos tempos de #mettaworldpeace, ou se ele simplesmente adotou “A Pandas Friend” espiritualmente. Ou comercialmente, que ninguém é de ferro. Já devidamente posicionado em Sichuan, província ao Sul do vasto território chinês, Ron Metta Pandas Artest World Peace Friend apresentou os modelos ursonalizados de tênis que vai usar durante a temporada:

Pandas Friend, Artest, Metta, tênis, China

Pandas Friend, China, shoes, tênis, China, Artest

Uma graça, né?

Agora, antes de vocês aí, desprovidos de coração, se perguntarem como diabos ele pretende jogar com um calçado desse, saiba que ele vai só vai entrar em quadra com o pisante dessa maneira. Antes do tapinha inicial, as coisas mudam. “Antes de cada jogo, vou estar calçando o tênis branco ou o preto. A parte de cima tem uma cabeça de panda, que é removível. Vou tirá-lo e jogá-lo para um amigo na torcida. A pessoa que o pegar será o Amigo dos Pandas do dia”, explica o jogador ao Courtside Access.

Sinceramente, nada a acrescentar além disto: se este foi o último capítulo da série, não poderia ter encerrado da melhor forma.


EUA definem time com a Espanha na mira
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Giancarlo Giampietro

A ascensão de Mason Plumlee também empurrou Coach K para decisão surpreendente

A ascensão de Mason Plumlee também empurrou Coach K para decisão surpreendente

LaMarcus Aldridge, Blake Griffin e Kevin Love disseram não, obrigado. LeBron e Carmelo, que também quebram um galho por lá, assim como Kevin Durant, também pularam fora. Mas quem disse que o Coach K não conseguiria montar um Team USA grande – ou gigante – para a Copa do Mundo de basquete na Espanha?

Na calada da noite, madrugada de sexta para sábado já no horário de Brasília (sacanagem!!!), o gerentão Jerry Colangelo e o técnico Mike Krzyzewski anunciaram os cortes finais – Damian Lillard, Kyle Korver, Gordon Hayward e Chandler Parsons – para definir seu elenco de 12 atletas. Com muitas surpresas, sendo o estoque de grandalhões a maior delas.

Da turma meio que exclusiva de garrafão, eles terão: Anthony Davis, Kenneth Faried (titulares), Mason Plumlee, DeMarcus Cousins e Andre Drummond. São cinco pivôs, mais o Rudy Gay que pode fazer o papel de strecht 4 pontualmente, dependendo do time que estiver do outro lado. Uma linha de frente abarrotada, , principalmente quando comparamos esta escalação com a de outras temporada. Vejam só:

– 2010: Tyson Chandler, Odom, Love (+ Gay, Granger e Durant)

-2012: Tyson Chandler, Davis, Love (+ LeBron, Carmelo e Durant)

Temos aí a mesma composição: três pivôs mais três “híbridos”, que seguravam as pontas de quando em quando para marcar lá embaixo – ainda que, no sistema promovido pelo Coach K, esse conceito de posições fosse bastante dissipado. Além do mais, caras como Odom, Love e Davis fazem muito mais em quadra do que simplesmente proteger o aro e rebotear. Você pega esses duas listas e vê um esbanjo de versatilidade. No sexteto de 2014, não é bem assim.

Claro que DeMarcus Cousins tem uma habilidade fora do comum para alguém do seu porte. Kenneth Faried é consideravelmente dinâmico e vem expandindo seu raio de ação. Mason Plumlee, que ganhou sua vaga feito um autêntico azarão nos coletivos dos “aspirantes” contra o time principal, também é um excelente passador. Mas não dá para comparar.

Então o que acontece?

Isso se chama respeito. Pela Espanha, basicamente.

Ninguém da USA Basketball vai admitir em público, até para não soar prepotente e não encher de confiança os donos da casa. Mas os americanos entram na competição com um único objetivo: alcançar a final e levar mais ouro para casa. Creem piamente que os irmãos Gasol e o contratado Serge Ibaka estarão do outro lado. Um trio de arromba, que, num jogo travado, físico (e, quiçá, com arbitragem caseira?), pode te carregar de faltas. Daí a mudança de curso.

Hermanos Gasol, estão de olho em vocês

Hermanos Gasol, estão de olho em vocês

“Não consigo reforçar o quanto foi impressionante a dedicação e o comprometimento de cada um dos finalistas”, disse Colangelo. “Desde que assumi a gerência do programa em 2005, esse foi sem dúvida o processo de seleção mais difícil pelo qual passamos. Gostaria de deixar claro que isso não tem a ver apenas com talento. Cada um desses jogadores é incrivelmente talentoso e cada um oferece habilidades únicas. No fim, o que pesou foi a formação da melhor equipe possível, selecionando os caras que sentimos que se encaixariam da melhor forma com o estilo que temos em mente para esta equipe.”

No programa que restaurou a hegemonia ianque no basquete mundial,  a explosão, a velocidade, a capacidade atlética como um todo foram elementos fundamentais em suas seleções Claro, desde que esses atletas também fossem multifundamentados. Ajuda poder contar com Westbrooks, LeBrons, Georges e tudo o mais, né? Aberrações do ponto de vista físico, mas igualmente fenomenais com a bola.

Sem esses caras do primeiro escalão, o Coach K tinha ao seu dispor a ala, digamos, branca que sobrou – Chandler Parsons e Gordon Hayward, que supostamente poderiam quebrar o galho como jogadores híbridos (simplesmente “forwards”). Após Durant pedir dispensa, não demorou, no entanto, para que a federação recorresse a Rudy Gay, um campeão mundial em 2010, mas que nem havia sido convocado para o novo ciclo olímpico que se inicia. Já era uma pista a respeito dos alas de Dallas Mavericks e Utah Jazz.

Já Kyle Korver era visto como o sniper do elenco. Aquele que seria utilizado para derrubar as defesas por zona mais coordenadas, com seu arremesso perfeito – sim, ele também tem um QI acima da média, se mexe como poucos fora da bola, ajuda na coesão defensiva e tem bom passe, mas seu chamariz, em meio a tamanha concorrência, é o chute de três. Num time que já conta com Stephen Curry, Kyrie Irving, James Harden e Klay Thompson, porém, sua especialidade pôde ser sacrificada.  Os recursos atléticos e técnicos de DeMar DeRozan se tornaram mais atraentes.

Derrick Rose: voto de confiança (em seu físico)

Derrick Rose: voto de confiança (em seu físico)

O corte inesperado, mesmo, pensando na primeira lista divulgada, foi o de Damian Lillard. Não só por ser um senhor (e destemido) arremessador, mas principalmente por todas as dúvidas que ainda vão rondar Derrick Rose por um bom tempo. O armador jogou contra o Brasil no domingo e, segundo consta, sentiu dores no corpo inteiro, e, não, apenas nos joelhos operados. Tantas dores que, na quarta-feira, não foi para a quadra para enfrentar a República Dominicana, pulando também os treinos no meio do caminho. Num Mundial com uma sequência desgastante de jogos, como fica essa equação? Não seria prudente levar Lillard? Talvez o simples fato de que Colangelo e Krzyzewski tenham pensado que não seja a melhor notícia que o torcedor do Bulls poderia receber.

Agora, numa Conferência Oeste que já é brutal, os adversários do Portland Trail Blazers que se cuidem, porque Lillard vai ter ainda mais um bom motivo para incendiar cada ginásio que visitar na próxima temporada. John Wall ganhou companhia.

Mas ainda tem chão para os Irmãos Gasol e Ibaka pensarem no quão enfezado Lillard vai estar em quadra. Antes, eles vão acompanhar com curiosidade como os Estados Unidos vão trabalhar com tantos pivôs.


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Give Peace a Chance
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

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Ron x Meta

Sim, aconteceu. Para poupar alguns tostões, umas caixas de cerveja e uma dúzia de Mojitos para Jim Buss, o Lakers decidiu mandar a paz mundial para o beleléu. Quer dizer: anistiaram Ron Artest na noite desta quinta-feira, uma noite triste e fria em Los Angeles.

Antes de prosseguirmos, o que significa “anistiar”? É a medida que o novo acordo trabalhista permitiu aos clubes, podendo dispensar um jogador, retirando seu salário automaticamente de sua folha salarial, ainda que precisem pagá-lo normalmente. O incentivo da franquia nessa decisão foi economizar a grana que pagariam de taxas – algo em torno de US$ 15 milhões.

Desde que o impertinente repórter Kevin Ding, do Orange County Register,  ter soltado no Twitter a notícia de que o #mettaworldpeace estava prestes a ser anistiado, o mistério estava no ar. Kobe Bryant se pronunciou também na rede social para lembrar alguns dos melhores momentos do ex-companheiro pela equipe e disse que gostaria que ele seguisse no elenco, ainda que não tenha sido extremamente crítico.

Agora, quanto aos torcedores?

Aí foi dureza.

Um grupo chegou a organizar uma petição online pró-Artest endereçada a Buss e ao gerente geral Mitch Kupchak. Antes do texto da petição em si, eles redigiram um texto profundamente tocante para contextualizar o que estaria em jogo para toda uma nação Laker:

Nesta semana, recebemos a triste notícia de quem de nossos maiores heróis, Metta World Peace, seria anistiado em um movimento para corte de custos. Entendemos que o basquete, no final do dia, é um negócio. Mas Metta é um homem para o qual as regras ordinárias não deveriam ser aplicadas. A diretoria do Lakers não pode oficialmente  anistiar Metta até o dia 10 de julho, uma quarta-feira. Temos que esperar apenas que eles mudem de ideia. Então aqui vão algumas palavras sobre o homem, o mito, o Metta:

– É um cara que é um dos defensores mais duros e sovinas de todos os tempos.

– É um cara que sempre nos fez rir  quando tudo o mais nos fazia chorar.

– É um cara que nunca desistiu de uma jogada.

– É um cara muito mais sexy do que o normal.

– É um cara que brinca com seus fãs no Twitter.

– É um cara que passou da maior suspensão da história da NBA para ganhar o Prêmio de Cidadania da liga.

– É um cara que colocou seu time nas costas e fez a cesta decisiva do Jogo 7 das finais da NBA e, então, prontamente agradeceu seu terapeuta em seu discurso ao final da partida.

– É um cara que deu seu anel de campeão  aos torcedores.

Agora é hora de retribuir a ele de alguma forma. Por favor, assine a petição abaixo para manter Metta aonde ele pertence. De roxo e dourado.

Sniff, sniff!

Que belas palavras, né? ; )

Resumindo, então, o texto que clamava pela continuação de Artest: que todo mundo podia imaginar o Lakers sofrendo na temporada que vem, mas que não seria bem assim, que dava para lutar, e para isso o ala deveria ficar no elenco. Que ele teria dado um duro danado no campeonato passado, ajudando a equipe a enfrentar a crise, que voltou de uma operação no menisco em 12 dias e que suas contribuições não teriam preço.

Não adiantou de nada. Deram um chute no jogador, mesmo.

E como fica ele, a parte mais afetada, em toda essa história?

Ron-Ron procurou agir com ironia e piadas a partir de sua dispensa. Um comportamento natural para tentar driblar a frustração, a humilhação e o orgulho ferido. Pobre coitado. Disse que ia se aposentar e jogar hóquei pelo LA Kings. Disse que jogaria pelo Shangai Sharks, de Yao Ming, na China. Também afirmou, antes, que havia anistiado seu iPhone 3 e uma calça jeans, que não servia mais. Mas que não era para todo mundo acreditar no que ele sempre dizia. Bidu. Até que anunciou que não iria mais postar nada em sua conta por 48 horas, sem saber ao certo até quando o jejum duraria, já que “havia perdido seu relógio”.

Até a noite de sábado, Artest estará, digamos, na lixeira da liga. Um lugar do qual poderá ser retirado por qualquer equipe abaixo do teto salarial que lhe faça uma proposta salarial. Mas podemos apostar que ninguém será maluco de se meter nessa. Aí, ao final de 48 horas, ele estará livre para assinar com quem bem entender. As primeiras especulações apontam o New York Knicks, de sua cidade natal. O interesse seria mútuo. Mas dá para imaginar o Clippers também tentando alguma coisa. Vai saber.

O fato é que são dias extremamente tristes estes, em que o lunatismo já não é mais respeitado.

Silêncio.

(…)

Pronto. Agora é de cantar:

Deem uma chance para a Paz!


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Quem quer ser estrangulado?
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Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

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Ron-Ron não faz mais isso

O fantasma de Ron Artest Jr. ainda assombra o Metta World Peace nas ruas

Ron Artest já é a revelação da pós-temporada da NBA. Fora das quadras.

De tanto que tuitou sobre tudo e todos, evoluiu em sua retórica de 140 palavras a tal ponto que, chegaram as finais da NBA, e o cara já estava fazendo analogias sobre como se prepara um cheeseburger verdadeiramente decente e o que isso tem a ver com um time estar preparado, ou não, para ganhar um jogo rumo ao título.

Coisa de gênio, você sabe.

E esse é o tipo de coisa que não passa despercebida no mercado americano. A caça aos talentos nunca para. Por isso, acreditem, o #mettaworldpeace participou até mesmo de alguns programas ao vivo da ESPN, rede controlada pelo grupo Disney, veja só.

No final, o ala do Lakers faz um esforço legítimo e comovente para mudar sua imagem de pancada da cabeça, pinel. Mas parece que não vem dando muito certo. : (

Dia desses ele estava se lamuriando no Twitter, claro, sobre como a percepção sobre sua personalidade ainda é associada com atos de demência: “Estou tão puto porque as pessoas estão sempre pedindo para tirar fotos, mas, quando elas pedem, querem que que eu coloque meu cotovelo na cara deles. Ou pedem para que eu as estrangulem”.

(Risos.)

“Veio essa modelo uma vez e disse: ‘Metta, vamos tirar uma foto, mas você poderia me estrangular como Ron Artest Jr. faria?’ – eu, tipo: ‘É sério’?”, exemplificou.

Pode uma coisa dessas, gente? Há todo um ser humano ali, tentando ser amado, e as pessoas – sempre elas – com pedidos tão politicamente incorretos como esses?


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Histórias para ninar
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E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

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Sir Ron Artest

Este é mais um daqueles casos que não adianta se fazer piada em cima, que não vai melhorar nada. O simples e puro fato já vale mais que tudo. Que seria: “O mercurial Ron Artest, também conhecido como #mettaworldpeace, usou o tempo livre após a eliminação de seu Los Angeles Lakers nos playoffs da Conferência Oeste e acabou de publicar nos Estados Unidos um livro de histórias infantis”.

Sim, existe uma editora lá fora que acredite que a melhor forma de se colocar uma criança para ninar seria lendo histórias elaboradas em conjunto por Artest e Kendrick McBride. Se você estiver disposto a fazer o seu neném viajar pelo subconsciente de um dos atletas mais… Mais… Mais marcantes da história da NBA, a obra-prima custa apenas US$ 12,95 na Amazon. Sai mais barato que o último lançamento de Phil Jackson, vejam só.

Bem, ao menos a gente sabe que a cuca de nosso anti-herói pode ir lá loooonge de vez em sempre, né? Então que ele possa defenestrar 34 pagininhas, ilustradinhas não deveria surpreender ninguém. Façam cara de sério, por favor, e enfrentem a seguinte pergunta: não é totalmente plausível?

; )

A descrição do livro diz o seguinte: “Essas histórias foram escritas para ajudar as crianças a pensar sobre as coisas que acontecem com elas no dia a dia. As crianças vão ficar com a mente aberta e aprender uma nova lição a cada página. Elas vão aprender a aceitar os bons e maus dias. Este livro vai mostrar aos leitores como se ter um bom futuro com um coração esperançoso e pensamentos positivos”. Bonito, né?

Vejamos, então, os títulos de cada uma das cinco histórias: “Tenho medo do Escuro”, “Barro na Minha Cama”, “Um Desejo”, “Alcançar o Céu” e “Amanhã”.

Ok, freudianos do meu Brasil, agora é com vocês…

*  *  *

É algo totalmente idiossincrático, levando em conta o histórico do Metta em quadra. Parte do dinheiro arrecadado nas vendas será direcionado para uma instituição de caridade que dedicada ao tratamento de doenças mentais, assim com a Fundação Artest, que promove campanhas contra a violência em atividades com jovens. Os diversos trabalhos fora de quadra nessas questões já deu ao ala um prêmio de cidadania da NBA, em 2011. Acreditem. Lembrem-se que o cara também já levantou mais de US$ 500 mil com o leilão de um de seus anéis de campeão pelo Lakers.


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Vida de Comentarista
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Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

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Chuckster x Metta World Peace

Primeiro foi Kobe a tirar onda. Agora o Ron Artest segue seu exemplo, virando comentarista de basquete no Twitter.

Aliás, duas coisas antes: 1) só Kobe para domar Artest, mesmo, tudo o que ele fala vira lei para o parceiro; 2) quando se aventurou como analista, o superastro de Los Angeles falou de tática, com um post atrás do outro durante a primeira das quatro derrotas do Lakers para o Spurs, enquanto Ron-Ron já preferiu se ater logo aos palpites sobre como será o desfecho dos playoffs. Quem é que dá duro nessa joça!?

Mas, bem, tem isso, então: os comentários do #mettaworldpeace para os mata-matas 2013 da NBA. E, se você esperava uma linha de raciocínio desbocada, intempestiva, se enganou. E muito, viu?

Para começo de conversa, Artest se concentrou nos palpites. Sem muita ousadia, “acredita que o Heat vai repetir”. Maaaas… “o Knicks (da minha casa New York City) vai empurrá-los para um jogo 7”.

E aí ele, num passe de mágica, encontra a conexão entre uma vitória num eventual sétimo jogo contra o Knicks para o Miami com… Shane Battier! Seria o homem a justificar sua aposta no time da Flórida. “Acredito que Shane é o decisivo na decisão (tradução mais que livre para “Clutch in the clutch”). Ele é o Sr. Decisão (“Mr. Clutch”), e, enquanto o Bron Bron cortar para a cesta e chamar atenção, Shane vai se beneficiar e produzir”, explicou.

Tem lógica, sim. Battier já matou partidas dessa maneira. Deixe estar.

Aí que, no Oeste, sim, Artest arriscou um palpite que foge um pouco do padrão. Foi de Clippers para cima deles! “Mas vai ser difícil. Creio que eles podem dar um jeito”, disse.

E, já que temos um novo comentarista no pedaço, Charles Barkley que se cuide, hein? Ouvindo a transmissão da TNT de noite, Ron-Ron ficou invocado com uma crítica do integrante do Dream Team sobre como o Lakers é hoje um time velho e que por isso não teria mais chance alguma de competir por títulos do modo como está construído.

Para expressar sua frustração, o ala, então, elaborou diversos posts sobre o assunto. Vamos colocar tudo junto aqui: “Esse comentário de Charles Barkley é falso, sobre jogadores velhos não conseguirem dar conta do recado. Se você olhar para Iman Shumpert e Derrick Rose, eles são jovens e talentosos jogadores que já se lesionaram. O San Antonio Spurs é mais velho e ainda dá conta. Tudo tem a ver com a química do time. Michael Jordan tinha 36 na última campanha de título deles”, discorreu.

Olha, difícil discordar do Ron-Ron aqui, gente. Com a maior imparcialidade do mundo. 🙂

(Lembrem-se, por exemplo, do Mavs campeão em 2011: Kidd, Dirk, Marion, Terry, Cardinal, Stevenson, Chandler, Barea… Um time de veteranos que se conectou durante o campeonato e partiu para uma inesperada conquista.)

Então, vejam, estava tudo indo muito bem, com argumentação séria, e tal. Até que ele perdeu a elegância e deu uma bofetada gratuita no Chuckster: “Charles Barkley nunca venceu então é duro  para entender o que é preciso para vencer”.

Viiiiiixeee. Um cruzado de direita no baço do basqueteiro que sonha ser pugilista em uma futura carreira.

Depois do ataque, Artest se retirou, se privou dos comentários por cerca de 20 a 25 minutos. Talvez para saborear sua dose de ácido lançada? Ou para sentir qual seria a reação de seus seguidores? Ou por que tinha cookies no fogão a ponto de ficarem prontos?

A gente nunca vai saber.

Mas, depois, desse silêncio profundo, ele retornou de modo triunfante, surpreendendo a todos com sua perspicácia. “Na verdade, eu gosto de Charles Barkley”, disse. “Mas eu tinha de responder sua declaração porque ele chamou minha equipe de velhacos ou algo assim. Meio engraçado.”

Sacaram o que estava por trás do ataque, então? Ele usou de uma polêmica envolvendo Barkley só para chamar a atenção para a defesa de seus companheiros de Lakers. Em pouco tempo de casa, o cara aprendeu a artimanha que fez a carreira de dezenas de comentaristas de TV – com a diferença de que, por aqui, hoje em dia, a polêmica pela polêmica já valeria.

Agora, como o assunto é Artest, as coisas não poderiam terminar sem algum pingo de estranheza, gerando mais um mistério. O que seria “meio engraçado” em seu post? O ataque/provocação dele? Alguma expressão de Barkley para zoar os velhinhos de LA? Ou de repente era algum episódio de “Family Guy” que estava passando em sua casa e não havia mais espaço para ele explicar?

De novo: a gente nunca vai saber – o que se passa na cabeça do anti-herói da NBA.


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Um mutante
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

*  *  *

Apenas 12 dias depois de passar por uma cirurgia devido a uma ruptura de menisco, Ron Artest, o #mettaworldpeace, afirmou que volta a jogar pelo Lakers já nesta terça-feira, contra o Hornets. Inicialmente, o clube californiano previa que o ala fosse ficar afastado de quadra por até seis semanas. Fazendo as contas, então, quer dizer que ele volaria a jogar praticamente um mês antes do previsto.

Incrível! Alucinante! Como definiu Pau Gasol:

#mettaworldartQuer dizer, além de lunático, ótimo defensor e, ao que tudo indica, um parceirão, Ron-Ron já pode ser conhecido também como um mutante. “Eu o chamo de Logan agora, ele é o Wolverine. Extremamente impressionante”, afirmou Kobe Bryant, revelando uma inesperada predileção nerd, ao citar a grande estrela dos X-Men em uma conversa de basquete. Brook e Robin Lopez já têm companhia!

Artest está com a bola toda, agora, se sentindo. “Meus companheiros ficaram surpresos ao me verem trabalhando duro e correndo. Foram 14 anos sem problema algum, isso ajuda. Adivinhem só!”, tuitou no domingo, após ter revelado que seu médico, responsável pela operação, estava surpreso pela boa condição de seus joelhos a essa altura da carreira.

O único senão disso tudo é que, em forma, nosso anti-herói vai ficar mais tempo em quadra do que no sofá, abastecendo a Internet com suas preciosidades de pensamento, alegrando a moçada. Em entrevista recente, até o comissário David Stern afirmou que checa o Twitter duas vezes por dia e que a conta do ala do Lakers é uma ótima fonte de entretenimento.

\o/


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Energias positivas
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

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Ron Artest smiley

Ron Artest pode estar fora do resto da campanha do Lakers, devido a uma ruptura de menisco no joelho esquerdo, que pediu cirurgia, mas isso não quer dizer que ele não possa fazer sua parte na desesperada briga da equipe por uma vaga nos playoffs da Conferência Oeste. Se ele não pode defender Shawn Marion, trombar com Paul Millsap ou fazer a segurança pessoal de Kobe em quadra, ele encontrou no Twitter sua nova missão na vida: atrair energias positivas para sua equipe.

Ele passou o sábado todo pregando na rede para que os torcedores não se desanimassem e que se unissem em torno de um elenco que mais criou intrigas durante todo o campeonato do que executou boas coberturas defensivas. Mas, olhaí, o negativismo. Certamente seria reprovado pelo Ron-Ron da paz mundial.

“Juntos!!!
Isso que é o novo cool.
Precisamos que todos os nossos fãs entrem para esse movimento.

O que você pode fazer para divulgar a palavra?”

Esse foi o primeiro tweet do ala, que depois explicou seu plano. “Queremos que todos os torcedores do Lakers promovam ‘juntos’ a cada dia. Não importa o quê, mas a primeira coisa que vier a sua mente deve ser equipe”, publicou. “Se você fizer isso, a energia positiva vai alimentar a equipe toda. Só conta a energia de um Laker. Se você não pensar em equipe, a energia cai”, continuou. “Vamos saber que a energia chegou quando todos os fãs nos alimentarem com os gritos, tweets e sonhos de ‘JUNTOS’. Você tem de pensar em cada membro da equipe.”

Depois de se perder na expectativa pela luta de boxe entre “Bam Bam e Mike” na HBO local, ele voltou a falar sobre seu time, dizendo que começava uma nova temporada e ali iriam eles: “#juntosnossomosLAKERS”.

Ok. Aí neste domingo o assunto virou. Estamos falando de Páscoa, claro. Com a seguinte surpresa:

Metta Easter Bunny

Que trazes pra mim, Metta?

🙂

(Rindo pacas.)

Ok, passou. Ele disse o seguinte: “Foi divertido ser o coelhinho da Páscoa hoje. Espero que todas as suas crianças tenham gostado”.

Mas é claro que gostaram, ué!

Ainda mais depois disto aqui: “A propósito, bom trabalho com a energia positiva, torcedores! Está funcionando!”, se despediu.

Com isso, encerramos nossa programação relembrando o clássico dos Beach Boys:


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Quem? Quando? Onde? Por quê?
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

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Ron-Ron: whosdat?!

O #mettaworldpeace que nem sabe fazer cara de conteúdo

Se a gente gosta de se referir a Ron Artest como praticante do lunatismo, é porque ele anda sempre com a cabeça na Lua, né?

Mas claro.

Depois da sapatada que o Lakers tomou do arquirrival Boston Celtics nesta quinta-feira, nosso anti-herói revelou-se tão aturdido, que não sabia nada do que estava acontecendo ao redor do universo. Digo: de todo o o universo.

Seria natural que ele não soubesse a quantas anda o clamor popular contra aquele tal de Renan Calheiros. Sem problema. Agora… Que o Pau Gasol está seriamente lesionado e não vai poder jogar por no mínimo seis semanas, colocando novamente a temporada do Lakers na berlinda?! Não, ele também não tava sabendo. Disse aos repórteres ontem em Boston que precisou de o Steve Blake avisá-lo, no vestiário, sobre o que se passava com seu pivô espanhol preferido. 🙂

E mais: o #mettaworldpeace também teve de recapitular com Blake o desfecho da partida anterior contra o Brooklyn Nets, do qual Gasol havia ficado fora, sofrendo a lesão no segundo tempo, lembram?  “Ele não terminou o jogo?”, questionou o ala que venera Kobe Bryant e pouco antenado.

Para finalizar, quando questionado sobre o que ele achava deste revigorado Boston Celtics, em franca ascensão desde as perdas de Rajon Rondo e do calouro Jared Sullinger até o fim da temporada, ele também se mostrou surpreso. Mas, calma!, não sobre Rondo. “Quem é Sullinger? Quem é e esse?”, devolveu, todo interessado.

Por isso que não é de se estranhar, então, que ele tenha dito na véspera que considerava Dwight Howard um “soldado” e que não duvidava de sua saúde. Muito provavelmente Ron-Ron não estava ciente da forte pressão que Bryant e Nash estavam fazendo para o pivô retornar ao time. Porque dificilmente o nosso lunático contraria Kobe para qualquer coisa.

Agora, sim. Tá explicado!

(…)

Mas, peralá: tá explicado o que mesmo!?