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Arquivo : Lucas Bebê

Lucas Bebê usa evento na Itália para melhorar sua cotação e fica mais perto da NBA
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Giancarlo Giampietro

Lucas Bebê no ataqueUm post de atualização do fim de semana: Lucas Bebê deixou uma excelente marca no adidas EuroCampo em Treviso e, segundo todos os relatos, melhorou consideravelmente seu status visando o Draft da NBA deste ano. Inicialmente cotado como um prospecto para a primeira rodada, estaria agora na briga para ser selecionado entre os 20 melhores, quem sabe até sonhando com um lugar entre os 15 primeiros.

O pivô participou apenas do primeiro dia de atividades na cidade italiana, o sábado, e de tão satisfeito com seu desempenho, abriu mão dos jogos de domingo e desta segunda-feira – na ciranda do Draft, quando você consegue dar uma bela cartada, melhor não arriscar mais: que fique a primeira impressão.

Bebê precisava ir para quadra ao menos um dia para confirmar diante dos gerentes gerais e outros dirigentes da liga norte-americana aquilo que provavelmente a maioria dos scouts europeus já vinha falando: que ele havia melhorado consideravelmente durante a temporada 2012-2013 na Espanha. Conseguiu, sendo dominante na tábua ofensiva e defensiva, enterrando com facilidade e distribuindo tocos como quem jogava vôlei.

O simples fato de também ter topado o desafio, de se exibir nesse contexto,  sujeito a elogios e, claro críticas, também pegou bem para os dirigentes, numa prova de coragem e maturidade. Por outro lado, o pivô ainda não se sente plenamente confortável com seu inglês, um detalhe que pode afastar um cartola mais exigente.

RaulzinhoPara causar sensação, o carioca também teve um pouco de sorte, convenhamos: pôde jogar no mesmo time de seu velho (ok, “velho”) companheiro das seleções de base, Raulzinho. Os dois combinaram com sucesso em diversas jogadas de pick-and-roll, numa ajuda providencial para o grandalhão, que pôde enterrar à vontade, atacar o aro como gosta, contando com os passes precisos do parceiro.

E, nesse evento, não importa muito o quanto você produz (as estatísticas, no caso), mas, sim, o modo como você conseguiu esses números. Para as dezenas de avaliadores da liga americana,  vale mais  o potencial vislumbrado nos atletas. E de potencial sabemos que Lucas está muito bem servido. Veja o vídeo:

Raul e Augusto? Os dois também foram bem, ganharam elogios, mas ainda seguem bem distantes de Bebê em termos de cotação. Para Augusto, não há muito o que fazer: por ter nascido em 1991, neste ano ele participa automaticamente do processo de recrutamento de calouros da NBA. Já Raulzinho tem a chance de retirar o seu nome da lista de inscritos, caso não goste do que tem ouvido, para tentar novamente no ano que vem.

Augusto Lima


Site espanhol levanta informações importantes sobre os planos de Lucas Bebê no Draft
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Giancarlo Giampietro

Bebê, Gui, Raulzinho e Mariano

Ao avaliar o que está em jogo para o Estudiantes na próxima temporada espanhola, não haveria como o site Encestando não passar pelo futuro do pivô Lucas Bebê, inscrito no Draft da NBA, ponderando se é a hora, ou não, de fazer essa transição. Em sua nota, o site traz duas informações importantes sobre, digamos, a candidatura do brasileiro, duas peças importantes para um quebra-cabeça que começa a se montar.

1) Lucas teria uma multa rescisória de US$ 2 milhões para sair do seu atual clube.

2) Talvez por isso só fique no Draft se for escolhido entre os 15 primeiros, tendo aí a garantia de que receberia um bom salário, podendo arcar com essa multa.

Por enquanto há uma boa vontade geral em torno do nome do pivô, bastante elogiado nos bastidores. Ele aparece hoje em terreno firme em todas as principais projeções dos sites especializados na primeira rodada do Draft. O problema é que, tirando o NBADraft.net, que o coloca como o 17º, ele aparece bem distante da área em que espera ser selecionado – o DraftExpress o tem como 27º, enquanto o ESPN.com, como 28º.

Lucas Bebê cá, Lucas Nogueira lá

Lucas Bebê em situação confortável rumo ao Draft da NBA: não há pressa

Conforme explicamos aqui, ainda é cedo, porém, para levar essas estimativas a ferro e fogo. E, a partir deste sábado, em Treviso, Lucas tem sua grande cartada para tentar melhorar sua cotação, na disputa do adidas Euro Camp, com duração de três dias, reunindo alguns dos principais prospectos espalhados pelo mundo, observados por técnicos, dirigentes e scouts. Raulzinho e Augusto também vão jogar lá, assim como o promissor Lucas Mariano, revelação do Franca, que não está inscrito no Draft, mas pode se inserir no radar da NBA com uma boa apresentação.

Em termos de competição direta, seu principal concorrente durante os treinos e jogos na simpática cidade italiana é o francês Rudy Gobert, que é ainda mais alto e comprido que Bebê, mas menos atlético (salta menos e é mais lento, por exemplo). Os dois são crus fundamentos e um tanto inexperientes em grandes partidas – na verdade, o brasileiro levaria vantagem aqui, por jogar em uma liga ACB muito, mas muito mais competitiva que a francesa.

Mas o mais importante pra o pivô carioca é mostrar serviço em geral, de provar a evolução em seu jogo e, principalmente, demonstrar que hoje encara o basquete de outra forma,  com ganho de maturidade – algo que ele vem reforçado sistematicamente a cada entrevista que dá – e que sua comissão técnica e diretoria em Madri garantem ser verdadeiro. Depois de algum estranhamento nos primeiros anos do adolescente na capita espanhola, hoje eles adoram o garoto e bancam seu futuro.

Neste ponto, Lucas fica, então, numa posição confortável. Ele não é obrigado a passar pelo Draft da NBA neste ano. Pode retirar seu nome, esperar por mais um ano, e aproveitar mais um ano de ACB pelo Estudiantes, clube com o qual tem contrato até 2014, mesmo. Com publica o Encestando: “Salvo que saia entre os 15 primeiros, algo improvável, deseja seguir um ano a mais no ‘Estu’ para completar sua formação e ter garantidos minutos importantes”.

Aliás, sobre a extensão de seu vínculo, esse é outro detalhe relevante: no ano que vem, o brasileiro poderia migrar para a NBA sem ter de desembolsar nada, algo que preocupa os espanhóis, que têm interesse em uma renovação contratual para não correr o risco de ficar de mãos abanando. “O clube primeiro quer que ele renova até 2015 para que não saia de graça em 2014”, diz o site. “O pivô brasileiro parece disposto (a renovar) se abaixarem sua cláusula de saída atual.”

Vejam só: seria um movimento bom para ambas as partes, não? Lucas seguiria progredindo na Espanha, com um contrato de mais dois anos, ganhando mais segurança também. E o clube poderia levar algum trocado na próxima temporada – isso, no caso, de o pivô realmente ser selecionado, né? Se está cedo para falar de 27 de junho de 2013, imagine, então, pensar em junho de 2014?

Antes de confabular sobre essas alternativas, contudo, esse Bebê tem é que entrar em quadra em Treviso e arrebentar. O basquete fica sempre mais divertido em quadra, mesmo.

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Você não está familiarizado com o jogo de Lucas Bebê? O DraftExpress resolve seu problema. A infalível dupla Jonathan Givony-Mike Schmitz disseca neste link aqui os pontos fortes e fracos do pivô. Um trabalho admirável e competentíssimo. Aliás, cada um dos principais prospectos deste ano passou pela mesma rigorosa avaliação. Veja a lista completa: para os draftmaníacos ou mesmo para aqueles interessados em como se prepara um scout, um material indispensável. Pena que Augusto e Raulzinho não estejam nessa ainda.

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Bebê, Raul, Augusto e Mariano, acompanhados também pelo ala Guilherme Deodato, o Gui, de Bauru, passaram alguns dias em Los Angeles, enfurnados no ginásio e academia da Proactive Sports Performance. Em seu site, a companhia mostra dezenas de atletas de futebol americano que trabalharam em suas instalações e nenhum de basquete. Imaginamos, então, que o quinteto tenha se matado por lá em trabalhos físicos. Em quadra, tiveram a companhia de Gilbert Arenas e Yi Jianlian, entre outras figuras desta lista aqui, o elenco da Relativity Sports, empresa que os agencia. Nesta aqui, eles parecem ter a companhia de JJ Barea, na cabeça do garrafão:

Batendo uma bolinha


Lucas Bebê, Raulzinho e Augusto encaram as incertezas do Draft da NBA. Saiba como funciona
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Giancarlo Giampietro

Lucas Bebê, o Nogueira

Nesta terça-feira, enquanto apenas um punhado de clubes ainda tem em mente o título da NBA, 14 estarão de olho em outra decisão: o sorteio da ordem das primeiras posições do Draft, com o Orlando Magic tendo a maior probabilidade para ganhar a primeira escolha, seguido por Charlotte Bobcats, Cleveland Cavaliers, Phoenix Suns e New Orleans Hornets.

É um primeiro passo para desanuviar algumas das diversas questões que rondam o recrutamento de novatos da liga. A partir do momento em que a sequência das equipes seja definida, as projeções se tornam mais interessantes, considerando as necessidades de cada elenco e os jogadores disponíveis. Mas é pouco: essa é uma novela que só vai durar até o dia 27 de junho, quando David Stern subirá a um palanque no ginásio do Nets para conduzir a cerimônia pela última vez, mas, até chegarmos lá, encara-se muitos rumores, informações plantadas, espionagem, negociações e trocas consumadas – e muitas outras que ficam no quase.

Envolvidos nessa confusão toda estão Raulzinho (ou “Raul Neto” lá fora) e Lucas Bebê (“Lucas Nogueira”), duas de nossas maiores revelações/promessas, além do talentoso, mas enigmático ala Alexandre Paranhos, do Flamengo, que mal pisou em quadra no NBB deste ano e, ainda assim, levantou sua candidatura. Além deles, qualquer jogador nascido em 1991 também pode ser selecionado, sem precisar se declarar para o Draft – caso do pivô Augusto Lima.

O processo todo é muito complexo. Então vamos por partes:

– A inscrição (para jogadores nascidos entre 1992 e 1994, de 19 a 21 anos): é um movimento natural para as carreiras de Bebê e Raulzinho. São dois garotos na mira dos scouts da liga americana há anos, especialmente depois da ótimas apresentações pela Copa América Sub-18 de 2010, na qual o Brasil não derrotou na final os Estados Unidos por pouco, mas por pouco mesmo. Ali eles competiram de igual para igual com Kyrie Irving, Austin Rivers e outros.

Depois de assinados os primeiros contratos na Espanha, é sempre necessário um período de adaptação a uma nova cultura de basquete, em nível mais alto. Lucas, após um ano praticamente perdido, resgatou toda a expectativa em torno de seu desenvolvimento com uma campanha 2012-2013 bastante promissora pelo Estudiantes, enquanto Raul já foi um dos principais atletas do Lagun Aro, o Gipuzkoa de San Sebastián, um clube rebaixado – fato que, no entanto, não diminui o feito do jovem armador.

Raulzinho, filho do Raul

Raulzinho teve papel de protagonista

Projeções, cuidado: os sites especializados na cobertura do Draft elaboram listas que são atualizadas regularmente com base tanto no que eles ouvem de scouts, dirigentes e técnicos da liga, como também em avaliações pessoais. Não são, então, ciência exata. Mas há quem se esforce muito para tentar fazer as previsões mais corretas possíveis. No momento, porém, vamos descartar os palpites precoces – de que time X escolheria o jogador Y –, uma vez que nem mesmo a ordem das equipes está estabelecida, para nos concentrarmos nas chamadas “big boards”, um ranking geral das revelações.

Pensando em longo prazo, em suas características físicas – envergadura, mobilidade e agilidade impressionantes para alguém de sua altura –, o pivô Lucas se aproxima do Draft muito mais bem cotado.  O DraftExpress, do chapa e ultracompetente Jonathan Givony, o lista como o 28º melhor jogador entre os atuais participantes. O NBADraft.net o tem como o 16º em sua lista. No ESPN.com ele seria apenas o 39º, mas apontado pelo especialista da casa, Chad Ford, também como um possível candidato ao primeiro round. Raulzinho tem cotações bem mais modestas: só aparece entre os 100 melhores prospectos para o DraftExpress, como o número 99. Já Augusto está um pouco acima: 75º para o ‘DX’, 54º para o NBADraft.net e 80º para a ESPN americana.

Lucas Bebê

Lucas, bem cotado pelos sites especializados. Mas ainda é muito cedo no processo

Essas são apenas estimativas de gente que cobre o assunto há anos e que podem ser alteradas drasticamente nas próximas semanas. E outra: basta um gerente geral se encantar com algum dos três, que tudo isso pode vai pelo ralo. Outro fator que pode influenciar: por terem carreira na Europa, os clubes não se sentiriam obrigados a levá-los para os Estados Unidos imediatamente. Poderiam deixá-los em seus atuais times por mais algum tempo de desenvolvimento. O Denver Nuggets, por exemplo, tem um plantel abarrotado e a escolha número 27 a seu dispor. Será que eles terão espaço para adicionar um calouro? Eles poderiam, então, trocar sua escolha ou seguir justamente essa rota de despachar um gringo na Europa, esperando aproveitá-lo no futuro – como o Spurs já fez com Manu Ginóbili lá atrás e o Chicago Bulls faz hoje com Nikola Mirotic.

Os treinos privados: com suas campanhas encerradas na Espanha ao final da temporada regular, tanto Lucas como Raul têm condição de viajar para os Estados Unidos para participar de seções individuais ou com alguns poucos atletas nos ginásios das franquias da NBA – Augusto também pode embarcar nessa, já que o Unicaja Málaga acaba de ser eliminado. É uma chance para se fazer testes físicos que avaliem a capacidade atlética, participar de entrevistas e enfrentar alguns concorrentes diretos. Os times tiram daí informações importantes, especialmente as que saem no bate-papo, mas por vezes os dirigentes podem se enamorar com um atleta que salte por cima de cadeiras com a maior facilidade do mundo, mesmo que ele não tenha ideia de como lidar com uma marcação dupla em quadra.

NBA Draft Combine: de 15 a 19 de maio, um grupo de cerca de 60 atletas – eleitos pelos clubes – se reuniu em Chicago para serem examinados, medidos e realizarem alguns exercícios com bola. Lucas e Raul não compareceram, mas devem tomar parte do…

Augusto Lima, em grupo de promessas

Augusto tem a chance de mostrar serviço no Eurocamp depois de jogar pouco pelo Málaga

Adidas Eurocamp: de 8 a 10 de junho, em Treviso, a multinacional promoverá aquela que seria a versão europeia do Draft Combine, voltada para os talentos mais promissores em atividade na Europa e em outras regiões do mundo. Os clubes da NBA se deslocam para a Itália, mas os times do Velho Continente também marcam presen≥ça para avaliar os dezenas de revelações. Augusto já participou deste camp algumas vezes, assim como Bebê, que não foi nada bem em 2011, aliás. A lista de inscritos ainda não está definida, mas é grande a chance de que o trio esteja por lá. Muitos europeus já conseguiram usar este camp para emplacar suas candidaturas ao Draft. O francês Evan Fournier, do Nuggets, foi o caso mais recente.

17 de junho, prazo final: isso, Bebê e Raul têm até essa data para decidirem se vão ficar, ou não, no Draft, podendo retirar seu nome caso não se sintam confortáveis com o que estejam ouvindo. Seus agentes podem reunir informações por cerca de um mês antes de tomarem a decisão. Caso desistam, eles participarão do processo em 2014 como candidatos automáticos, mesma situação por que Augusto passa hoje.

27 de junho, o Draft: no Brooklyn. São 60 escolhas divididas entre as equipes, sendo que algumas possuem mais picks do que outras, dependendo de negociações passadas. Para Augusto, a noite interessa de qualquer jeito, uma vez é o seu último ano como candidato ao recrutamento. Caso ele não seja selecionado, não é o fim do mundo. Pode continuar com sua carreira tranquilamente na Europa e, se quiser, tentar a NBA no futuro como um agente livre (rota seguida por Andrés Nocioni, Walter Herrman, Pablo Prigioni e que Rafael Hettsheimeir teve a chance de tentar no ano passado, por exemplo). Se ouvir seu nome na segunda rodada do Draft, entre os picks 31 e 60, posição na qual os contratos não são garantidos, sua transição para os EUA dependeria de seus interesses e, principalmente, de sua franquia (como no caso de Paulão, cujos direitos pertencem ao Minnesota Timberwolves, clube que não chegou a fazer uma proposta para o pivô, mesmo depois de ele ter sido avaliado de perto na liga de verão de Las Vegas em 2012).


Equipes de Augusto e Rafael Luz lutam por últimas vagas dos playoffs na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Rafa Luz, na briga ainda

Rafael Luz ainda tenta se meter nos playoffs da Liga ACB com o Obradoiro

O Estudiantes de Lucas Bebê está eliminado, assim como Lagun Aro de Raulzinho – este há muito tempo já e, pior, rebaixado. Mas ainda há muita ação para o restante da legião brasileira nos momentos finais da temporada regular da Liga ACB, o campeonato espanhol, com dois deles lutando pela sobrevivência.

Restam apenas uma rodada e duas vagas em aberto para os playoffs, e o Unicaja Málaga de Augusto Lima e o Obradoiro (“Blusens Monbús”) de Rafael Luz estão no páreo. Os dois clubes disputam com o Herbalife Gran Canaria as sétima e oitava colocações. No momento, o Málaga e o time das Ilhas Canárias estão em melhor situação, empatados com 18 vitórias e 15 derrotas – justamente depois de um confronto direto entre os dois na última rodada, com vitória para a equipe de Augusto por 67 a 65. Já a equipe da Galícia aparece em nono, com 17 vitórias e 16 derrotas.

Sarunas Jasikevicius x Marcus Williams

O Unicaja de Marcus Williams tem de se virar contra o Barcelona na última rodada

Neste fim de semana, para a jornada derradeira, o clube malaguenho tem uma pedreira pela frente, o Barcelona, que está todo arrebentado física e emocionalmente depois do Final Four da Euroliga, mas ainda é um gigante a ser respeitado na Espanha. O Gran Canaria pega o Valladolid, do surpreendente Nacho Martín. O Obradoiro encara o Bilbao,  o sexto colocado.

A matemática diz o seguinte: o Gran Canaria avança caso vença ou se o Unicaja perder, ou o Obradoiro não conseguir tirar uma desvantagem de 16 pontos no saldo de cestas. Para o Unicaja,  é necessário um triunfo contra o Barça ou um revés do Obradoiro, que só se classifica se bater o Bilbao e o Málaga perder, ou se conseguir tirar sua desvantagem de 16 pontos para o Gran Canaria.

Do ponto de vista individual para os brasileiros, o caçulinha da família Luz, ex-Málaga, seria aquele que tem mais a lucrar com uma sobrevida na temporada, considerando que tem um papel firme e importante para sua equipe. Já Augusto vem sendo utilizado com regularidade, mas com atribuições mínimas. Se por um lado ele ficou fora de apenas três partidas em toda a campanha, por outro lado é pouco envolvido no ataque e não tem conseguido controlar os rebotes. Talvez tenha chegado o momento de o pivô, que participa automaticamente do Draft da NBA devido ao limite de idade, procurar outro clube para jogar de verdade, para valer.

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Três brasileiros já estão garantidos nos mata-matas: Rafael Hettsheimeir com o Real Madrid, Marcelinho Huertas com o Barcelona e Vitor Faverani com o Valencia. Desses três, Hettsheimeir é o único que não tem tempo de quadra certo para os jogos decisivos. Aos poucos, o pivô acabou limado da rotação de Pablo Laso. Huertas e Faverani não têm com o que se preocupar, embora o pivô tenha lidado com muitos problemas físicos durante o ano e vem sendo menos utilizado do que o esperado. Muitos de seus minutos acabaram direcionados para o montenegrino Bojan Dubljevic, outro candidato automático ao Draft da NBA este ano e figura em ascensão na Europa, subindo com 2,05 m de altura e talento para pontuar na linha de três pontos.

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Na ponta da tabela, o Real Madrid, melhor ataque, já está garantido como o cabeça-de-chave 1, seguido por Saski Baskonia (que começou o ano como “Caja Laboral” e agora atende por “Laboral Kutxa”…), Barcelona, melhor defesa de longe, e Valencia. Zaragoza e Bilbao estão nessa também.

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Sobre Nacho Martín: com 17,7, o veterano pivô lidera o ranking de eficiência da Liga ACB, ocupando um posto que já foi de Marc Gasol, Tiago Splitter, Luis Scola, Joel Freeland e gente dessa linha. É um tanto bizarra essa constatação. O ala-pivô, que acabou de completar 30 anos em abril, tem média de 15,4 pontos e 6,9 rebotes, em 31,1 minutos, as melhores marcas de sua carreira, de longe. No ano passado, por exemplo, ele teve médias de 8,2 pontos e 5,6 rebotes, em 25 minutos. Na carreira, que começou em 2002 pelo Barcelona, são 6,9 pontos e 3,8 rebotes.

Matrín mudou por completo seu padrão de atuação, cobrando praticamente o triplo de lances livres quando comparado com a última temporada (94 x 32). Nas assistências, mais que o dobro (55 x 18). Também tem sua melhor média de aproveitamento nos tiros de dois pontos, com 59%. Sinal de que nunca é tarde para evoluir em quadra.

 


As visitas que valem: Magnano encontra Faverani e outros na Espanha
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Giancarlo Giampietro

 Rubén Magnano

Rubén Magnano viajou nesta sexta-feira para fazer um giro pela Espanha. Mas não você pensar que o nosso argentino está a passeio, arrastando o chinelo – aliás, cá entre nós, mas é impossível imaginar o professor de bermuda, óculos escuro, bebericando um drink, né? O treinador faz, na verdade, mais uma de suas visitas oficiais para se reunir com a legião de jovens jogadores brasileiros no país Ibérico, tentando sentir o pulso da moçada antes de elaborar sua convocação para a Copa América, que será disputada na Venezuela este ano.

A julgar pela situação de nossos representantes na NBA, a visita aos ‘espanhóis’ é fundamental para a composição do elenco que deve brigar pelo título continental e, no mínimo, uma vaga na (agora chamada) Copa do Mundo. Confira aqui uma breve análise sobre os grupos do torneio e de como será difícil contar com a turma da maior liga do mundo.

No release divulgado pela CBB, a informação mais importante é que, em seu giro espanhol, Magnano vai sentar para conversar com Vitor Faverani, pivô do Valencia, neste domingo. Quer dizer, pelo menos a gente espera que isso vá acontecer. Da última vez em que marcaram um encontro, o jogador deixou o técnico esperando, esperando, esperando até ficar possesso e fulo da vida. Daí o cara ter sido ignorado nas listas mais recentes.

A julgar para uma entrevista de Vitor para o site da confederação há algumas semanas, dessa vez parece que a reuniãozinha vai rolar. O pivô afirmou que está mais que disposto a servir à pátria jogar pela equipe nacional. Caso acertem os ponteiros, o rapaz, extremamente versátil e habituado a competir em alto nível, para valer, – já deixou para trás o rótulo de “promessa” há tempos –, tem tudo para ser uma referência da equipe a partir de agosto.

Huertas, Hettsheimeir, Raulzinho, Rafael Luz, Lucas Bebê e Augusto também estão na agenda de Magnano. Tudo em três dias de estadia.

 


Um jogo para Magnano ver: Bebê e Faverani duelam na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Toco para Lucas Bebê

Lucas Bebê sobe para fazer o toco em bela atuação contra o Valencia

Taí um DVD que Rubén Magnano precisa obter: o da vitória do Valencia sobre o Estudiantes por 81 a 71 pela Liga ACB deste sábado. E, dãr, não por ter sido um confronto direto de duas equipes que caminham rumo aos playoffs de uma das poucas ligas europeias que (ainda) não se deixou abater pela crise e segue fortíssima. A razão é bem mais simples: Vitor Faverani de um lado, Lucas Bebê do outro, num duelo de dois candidatos a convocação, podendo ser avaliados de uma só vez.

E a grande surpresa para se anotar? Embora a equipe madrilenha tenha perdido, Lucas Bebê foi quem levou a melhor individualmente, com um de seus melhores jogos no campeonato espanhol, isso se não a de maior destaque. Ele jogou por 26min26s e somou 14 pontos, 8 rebotes e 1 toco. Melhor ainda: acertou seus seis arremessos de quadra, dos quais, na real, quatro foram cravadas – sozinho, ele somou a mesma quantidade de enterradas dos adversários.

Do lado do clube mediterrâneo, Faverani viu sua atuação sabotada por um elevado número de faltas. Foram quatro anotadas pelo brasileiro, ficando em quadra apenas por 13min42s, justo ele que é muito mais polido, desenvolvido do que o jovem compatriota do Estudiantes. Fora de ritmo, Vitor conseguiu quatro pontos e seis rebotes, mas desperdiçou a posse de bala de sua equipe em quatro ocasiões.

No caso de Magnano ter acesso a esse jogo, naturalmente o treinador não vai poder ser tão duro assim em sua avaliação sobre Faverani, nem se empolgar muito com o que fez Lucas. Quer dizer… Neste último caso, pode um pouquinho, sim. Tudo bem.

Em termos de consistência e pacote técnico, Faverani é hoje o jogador superior, sem discussão.Se a sua temporada não foi de arromba, conforme o esperado, é bastante sólida, com médias de 9,1 pontos e 4,8 rebotes em 17 minutos (confira análise completa produzida por Rafael Uehara). Lucas joga apenas 12 minutos em média, mas produtivos também: 4,9 pontos, 3,2 rebotes e 1,0 toco. Os scouts da NBA certamente vêm tomando nota de seu progresso, assim como nosso marcador implacável, Rafael,  também já fez por aqui aqui.


Marcado por Raulzinho, Lucas Bebê faz a cesta da vitória para o Estudiantes
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Giancarlo Giampietro

Lucas Bebê vence a partida

O chapa Rafael Uehara já detalhou um pouco do desenvolvimento de Lucas Bebê no basquete espanhol. Neste fim de semana, o jovem pivô, ainda aos 20 anos, foi protagonista de um dos lances da rodada para nos sublinhar essa evolução. Foram deles os últimos dois pontos da vitória por 79 a 77 do Estudiantes sobre o Lagun Aro, pela 19ª rodada da Liga ACB.

O placar estava empatado em 77 a 77, quando o uruguaio Jayson Granger recebeu passe do ultramarcado Carl English (mais abaixo) e bateu para a cesta. Enfrentou dois adversários no alto na hora de subir para a bandeja e errou a finalização. Na sobra apareceu o pirulão brasileiro para converter o rebote ofensivo com simplicidade, sem cravada nenhuma, mas valendo os mesmos dois pontos.

A defesa do Lagun Aro estava tão quebrada pela atenção inicialmente despertada por English que acabou sobrando para o pobre Raulzinho fazer o bloqueio de rebote em Bebê, seu companheiro de seleção de base. Sem chance, né? O que não impediu também que o pivô ainda desse um leve empurrão no compatriota para subir livrinho. Veja aqui o lance.

(Não foi, aliás, uma partida para Raul guardar na cabeça: 2 pontos e 2 assistências em 16 minutos).

Lucas saiu do banco e jogou por 16 minutos. Terminou com apenas três pontos e uma cesta de quadra em cinco tentativas. Mas sua única cesta foi justamente a mais importante da partida. Além disso, somou cinco rebotes – três deles na tábua ofensiva, incluindo esse derradeiro – e deu quatro tocos.

Reparem no vídeo também: de tão pouco acostumado que está a participar de lances decisivos como esse pelo Estudiantes, que Lucas mal sabe direito como celebrar a cesta mais importante de sua carreira como profissional até aqui. Vê-lo em quadra nos segundos finais de um jogo pauleira da liga espanhola é um ótimo sinal.

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Por falar em jovem pivô brasileiro na Espanha… Temos o Augusto Lima, titular do Unicaja Málaga contra o CSKA Moscou na sexta passada, pela Euroliga, o carioca teve uma bela participação num surpreendente triunfo por 94 a 81 na capital russa – equipe da casa vinha de nove partidas invicta no torneio, enquanto o Málaga não vencia há sete partidas, incluindo o torneio continental e o nacional.

Aproveitando-se da ausência do veterano americano Andy Panko, Augusto ficou em quadra por cerca de 26 minutos e teve provavelmente sua melhor atuação na competição, com 9 pontos e 5 rebotes, além de dois roubos de bola e um toco. Ele mostrou seus principais atributos, como um pivô extremamente atlético, que corre a quadra com muita facilidade e determinação.

Na defesa, teve problemas em muitos confrontos no mano a mano com o sérvio Nenad Krstic (muito mais forte e experiente), especialmente quando o adversário era acionado contra uma esburacada defesa por zona orientada pelo técnico Jasmin Repesa. Seja no 2-1-2 ou 2-3, seus pivôs ficaram cetralizados muito recuados e permitiram bom posicionamento do talentoso do oponente. A partir do momento em que Krstic conseguia selar o brasileiro atrás de suas costas, os dois pontos ficaram praticamente garantidos. Não havia dobra, e sua envergadura e técnica fizeram a diferença. Por outro lado, quando não era incumbido de fechar o garrafão, centralizado, teve um rendimento bem melhor, cortando passes e fazendo sólidos bloqueios para o rebote.

Ganhar uma chance em Moscou, em uma partida de ag0ra-ou-nunca para o Málaga e ter correspondido: essas são as boas novas para Augusto e Magnano.

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Quem vem em grande fase na Liga ACB, ao lado de Bebê no Estudiantes, é o canadense Carl English. Contra o Lagun Aro ele anotou 31 pontos, e apenas 9 deles saíram da linha de três pontos. Agressivo, criativo em seus movimentos, conseguiu bater 12 lances livres na partida e converteu 11. O resultado foi a marca de 41 pontos de eficiência, sendo eleito o melhor jogador da rodada pela quarta vez na temporada. Aos 31 anos, está jogando o melhor basquete de sua carreira, com médias de 19,2 pontos em apenas 29 minutos. Para a Copa América 2013, caminha para ser o líder de uma seleção canadense que se esboça como grande ameaça para Brasil e Argentina.


Aos poucos, Lucas Bebê segue com seu desenvolvimento na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Lucas Bebê para a enterrada

Por Rafael Uehara*

A segunda temporada como profissional já tem sido bem melhor que a primeira para o jovem Lucas Nogueira. Mesmo com metade da campanha ainda por vir, o brasileiro já disputou mais jogos neste ano (nove) do que em todo o ano passado (quatro). Já é uma coisa e nos ajuda a entender o programa que o clube madrilenho Asefa Estudiantes tem para o garoto de 20 anos.

Lucas passou todo o seu primeiro ano treinando com o time principal do clube, pelo menos até ser mandando pra casa no último mês, mas em nenhum momento teve qualquer chance de ganhar sua vaga na rotação. Estava lá apenas para se desenvolver fisicamente, competindo contra marmanjos nos coletivos.

Neste ano ano, um passo adiante. Lucas tem sido o pivô reserva do time, com participação garantida em todos os jogos, sempre como o primeiro substituto do titular Lamont Barnes, jogando 11 minutos por partida em média. Pode parecer pouca coisa, mas, em comparação com os 31 minutos que ele somou em toda a temporada passada, os 107 que já têm neste campeonato mostram que o clube tem se sentido seguro em usar o garoto mesmo enquanto tenta se estabelcer como um concorrente por uma vaga nos playoffs. É um dado que traz uma refrescante confiança de que Lucas continua em um processo de desenvolvimento sadio num dia-a-dia ao qual não temos acesso ou muita informação sobre.

Seus números maximizados (9,5 pontos em 62,5% de aproveitamento de quadra, 8,7 rebotes e 3,6 tocos a cada 40 minutes jogados, segundo o site voltado a revelações DraftExpress) são impressionantes para um pivô d, mas não necessariamente significam evolução tão expressiva no jogo do jovem. Os que têm visto Lucas jogar esse ano notam rapidamente que ele ainda não tem porte físico para segurar o garrafão todo o domingo, às vezes indo contra veteranos duas vezes mais largos que ele.

Para cada posse em que ele ataca a cesta com agressividade deslizando no pick-and-roll vem uma em que ele mostra muita dificuldade em dominar um passe em movimento. Para cada posse em que ele demonstra visão de jogo com um bom passe no perímetro vem uma em que ele nem recebe a bola porque não consegue segurar posição contra alguém superior fisicamente como Vitor Faverani, por exemplo. E o pivô continua a fazer faltas a uma taxa exorbitante (6,3 a cada 40 minutos… Istoé, nem terminaria um jogo) – o que é um problema sério, ainda mais para alguém que joga tão pouco, e que eventualmente poderá afetar seu tempo de quadra quando chegar ao ponto em que for bom o suficiente para ficar em quadra.

Mas tudo isso não é motivo para aflição quando estamos falando de um jovem de 20 anos que vive basicamente seu primeiro ano de tempo habitual, consistente contra profissionais. Seus principais talentos (estatura e mobilidade) estão sempre evidentes em todo o jogo de que ele entra e sempre fornecem a chance para Lucas deixar um impacto em cada partida. Seu desenvolvimento em habilidade ainda caminha, talvez a um passo muito moderado, mas todo aquele potencial visto naquela Copa América Sub-18 de dois anos atrás, indo contra dois alas-pivôs que certamente jogarão na NBA (Patrick Young e Tony Mitchell) ainda vale.

Aliás, resgatar aquele torneio de base se faz sempre necessário na hora de avaliar os jogadores mais jovens do Brasil. A seleção liderada por Bebê e Raulzinho ficou um triplo perdido de desbancar um time americano liderado por Kyrie Irving, Austin Rivers e Quincy Miller. Porque, se jogadores como Kryie Irving e Nikola Mirotic já  têm mostrado a capacidade de impactar jogos entre profissionais no mais alto nível, ás vezes nos esquecemos de que esses são fenômenos e não a norma. O progresso das demais revelações que em um ponto ou outro  mostraram o mesmo potencial nas categorias de base não pode ou deve ser comparado em relação a dois atletas diferenciados como esses, por exemplo.

Por isso não devemos ler muito no fato de Lucas não ter impressionado muito os scouts americanos no EuroCamp da Adidas em Treviso do ano passado, por exemplo. Qualquer opinião que tentar se provar definitiva sobre um jogador de sua idade neste momento corre o risco de não apenas ser precipitada, mas como extremanente datada em questão de meses. É totalmente OK aceitar que ele não estava pronto pra aquele processo naquele ponto, dentro e fora de quadra.

Não sei dizer se aquela experiência e um ano mais devagar em sua evolução o ajudou de alguma forma. Mas é claro que Lucas, independentemente de percepções ou expectativas, tem seguido em frente com seu desenvolvimento. E, considerando sua envergadura e impulsão, o céu realmente continua o seu limite.

*Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um para este mês. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.


Lucas Bebê começa jogando a temporada regular da Liga ACB
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Giancarlo Giampietro

Pela primeira rodada da Liga ACB, o campeonato espanhol de basquete, o pivô Lucas Bebê ficou em quadra por 9 minutos e 46 segundos, somando cinco pontos, dois rebotes e um toco. Pode parecer pouco, mas não quando consideramos que o jovem brasileiro havia disputado apenas quatro partidas em toda a campanha passada pelo Estudiantes. Isto é, na jornada de abertura, ele já cumpriu 25% do que havia tido numa temporada inteira.

Lucas Bebê na Liga ACB

Lucas sobe para marcar dois de seus pontos

Aos 20 anos, nada pode ser mais importante para este carioca do que se fardar e ir para a quadra. Que sejam dez, cinco, 12 ou 20 minutos. Claro que quanto mais, melhor. Mas é imperativo que ele fique o máximo de tempo que puder em ação, refinando seu jogo – e contra muitos dos melhores jogadores da Europa.

Bebê – ou Nogueira, para eles – é mais um dos inúmeros casos de revelação brasileira que chama a atenção por seu potencial físico antes de tudo, fazendo olheiros, dirigentes e técnicos surtarem pensando na jóia que têm pela frente. Mas nem sempre é fácil aplicar esse talento inato, os atributos físicos em um jogador de sucesso.

Alguns dos exemplos mais bem acabado de um projeto desses bem aplicado são Nenê, que virou um pivô excepcional em Denver, e Splitter, formado aos poucos pelo Baskonia (então TAU Cerámica, hoje Caja Laboral). Ou Serge Ibaka, trabalhado por Manresa e L’Hospitalet na Espanha e pelo Thunder agora na NBA.

Mas houve muitos jogadores, projetos abortados no meio do caminho, ou que simplesmente não renderam o que seus clubes vingaram, pelas mais diversas razões – que podem passar tanto pela falta de dedicação, disciplina do jogador como pela incompetência de um treinador em trabalhar fundamentos ou pela ingerência administrativa de um cartola. Alguns casos: Mouhamed Saer Sene (um dos 200 pivôs que o Seattle/Oklahoma City tentou desenvolver na última década), Robert Swift (mais um dos 200 pivôs que o Seattle/Oklahoma City tentou desenvolver na última década), Alexis Ajinca (mais uma paixão de Larry Brown que não durou mais de dois meses), Carlos Rogers (que sofreu muitas lesões no início de carreira nos anos 90 e depois se aposentou para doar um de seus rins a sua irmã), Ha-Seung Jin (um dos últimos herdeiros da tradição Jail Blazer de Portland), entre outros.

Se você assistir ao vídeo abaixo, poderá entender um pouco do potencial que Lucas Bebê oferece: a impulsão, agilidade e envergadura absurdas para alguém de sua altura. É realmente algo incomum. Mas são habilidades que precisam de tempo, técnica e empenho para valerem entre os marmanjos. Em sua primeira partida oficial da temporada, ele cometeu quatro faltas, por exemplo.

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Vale destacar apenas que o Estudiantes fez uma ótima estreia na Liga ACB, derrotando o Gran Canaria por 101 a 86. Em determinando momento, a vantagem da equipe madrilenha chegou a superar a casa de 20 pontos. Um jogo decidido assim, claro, facilita a escalação do jovem pivô brasileiro.

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A liga espanhola teve sua primeira rodada mais produtiva em pontos em cinco anos, com média de 78,7 por equipe. Acredite: num campeonato de tanta rigidez tática, a ponto de muitas vezes serem irritantes, esse é um número elevado, batendo os 70,89 da temporada passada. O principal cestinha da jornada foi o gigante bósnio Nedzad Sinanovic, que acabou com o Barcelona, marcando 28 pontos e 10 rebotes pelo Valladolid.

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Depois de anunciarmos no Vinte Um o Barcelona como grande favorito, o time de Marcelinho Huertas, claro, perdeu a Supercopa para o arquirrival Real Madrid e sofreu esse bizarro e inesperado revés na primeira rodada da liga: 78 a 71, em casa, diante de 3.800 catalães atônitos. Sabichão.


Málaga reforça com pivôs seu elenco, e Augusto fica em situação nebulosa na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Um dos clubes mais fortes da Espanha e tradicionais da Europa, o Unicaja Málaga estava ficando para trás, bem para trás. Barcelona e Real Madrid mantiveram um núcleo fortíssimo e ainda fizeram contratações mais que pontuais para a próxima temporada.

Os catalães agora contam com o talento do pivô croata Ante Tomic, que veio do arquirrival, aliás, além de um certo armador legendário Sarunas Jasikevicius, de volta após nove anos, nos quais passou por praticamente todos os clubes de elite do continente. Já o Real acertou o retorno do Rudy Fernández, eleito vilão olímpico no Vinte Um, e com o pivô Marcus Slaughter, que nunca teve uma chance real na NBA e construiu sua carreira na Europa, jogando por agremiações menores até chegar ao primeiro escalão.

Augusto enterra na Espanha

Augusto: pivô muito atlético, veloz, saltador, mas que pode ficar preso no banco

E nada de o Málaga se mexer? Mesmo depois de terminar a Liga ACB passada com um decepcionante nono lugar, fora dos playoffs, e de uma campanha nada empolgante na Euroliga, com 17 vitórias e 17 derrotas?

Bem, na semana passada seu elenco enfim começou a tomar uma forma mais séria, e aí vem a má notícia na parte que refere ao basquete brasileiro: as contratações são pouco promissoras para o progresso de Augusto Lima. Três dos principais reforços para o técnico Jasmin Repeša são homens de garrafão: o norte-americano James Gist, o sérvio Kosta Perovic e o espanhol Fran Vázquez, que deixou o Orlando Magic falando sozinho mais uma vez. Eles se juntam ao croata Luka Žorić, e, de repente, a rotação de pivôs da equipe já parece deixar o brasileiro afundado no banco.

Claro que depende de Augusto também, de tentar se impor nos treinamentos e deixar um dos medalhões para fora. Mas é muito difícil: Gist, Perovic e Vázquez chegam com salários altos e status de soluções. Žorić seria o homem a ser batido, mas é muito mais experiente e foi dos poucos, do elenco passado, que agradou e seguiu no clube.

Augusto, hoje com 21 anos, vem sendo preparado em Málaga há tempos, em mais um caso de brasileiro que foi cedo para a Espanha para ser cultivado por um grande clube – trilha aberta por Tiago Splitter em 2000. Dezenas de jogadores daqui repetiram essa rota, e foram poucos os que vingaram. Dois deles apenas quando se desvincularam do Unicaja:

– Vitor Faverani, que hoje está por cima, precisou de uma reviravolta na carreira na temporada passada, na qual jogou pelo Valencia. Hoje é visto como um dos melhores pivôs da liga, mas, diga-se, vai ter de dar sequência ao trabalho e confirmar essa confiança toda no próximo campeonato.

– O armador Rafael Luz conseguiu sair do Málaga para o bem e, até onde se sabe, sem traumas com a diretoria. Na temporada passada, fez um bom campeonato pelo falido Alicante e agora está no Obradorio, com vida própria no mercado espanhol.

Tem também o Paulão, que acabou de assinar com o Cajasol, mas ainda busca estabilidade na carreira após uma jornada igualmente turbulenta pelo clube da Andaluzia. Se Faverani teve problemas de comportamento, o pivô revelado em Ribeirão Preto penava para se manter em forma devido a uma série de lesões que deixou muita gente frustada.

Augusto Lima, do Málaga

Augusto vai tirar o uniforme de treino?

É um problema: o Málaga investe em projetos de base, mas não consegue incorporar os talentos desenvolvidos ao seu time principal. Há muita pressão por resultados em uma liga bastante competitiva, e a saída de Aito Garcia no ano passado, um treinador mais afeito ao trabalho com jovens, não ajudou em nada.

Fica, então, esse impasse para Augusto, que também rendeu bem mais quando foi emprestado para o Granada em 2010-2011 e ganhou minutos preciosos. Tudo para,  campanha seguinte, de volta ao seu clube, ser atrapalhado por uma cirurgia nas costas. Não pôde mostrar serviço e agora enfrenta uma dura concorrência para pisar em quadra.

Lembrando que, até para o seu futuro longe da Espanha, a próxima temporada é muito importante para o brasileiro. Como vai completar 22 anos em 2013, ele participará do draft da NBA automaticamente. Seu jogo – de capacidade atlética, vigor e energia incomuns para alguém de seu tamanho – é bem conhecido pelos olheiros europeus, mas uma boa produção nos meses que antecedem o recrutamento de calouros da liga poderia alçá-lo até mesmo ao primeiro round.

Para produzir, no entanto, ele precisa, antes, jogar.