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Arquivo : Lituânia

Geração lituana ganha seu próprio documentário: “The Other Dream Team”
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Giancarlo Giampietro

 

A seleção lituana de 1992 - "O Outro Dream Team"

Olha o visual de gente livre que eram os lituanos em 1992

Vamos deixar as coisas bem claras, pela ordem:

– o blogueiro não é filiado ao PCdoB, nem ao PCB – até porque os personagens do post queriam distância do regime nos anos 90;

– blogueiro nunca participou de um comício comunista (nem liberalista, diga-se) – idem;

– o blogueiro não está envolvido com os produtores do documentário abaixo – apesar de ter escrito recentemente sobre o Sabonis pai e o Sabonis caçulinha por uma coincidência dessas que até irritam, sabe?

Feito o esclarecimento, nos sentimos livres, então, para falar mais um pouco sobre o basquete lituano. Sim, eles mais uma vez. Mas agora vamos muito além do clã Sabonis e lembrar um pouco sobre a segunda grande história das Olimpíadas de Barcelona-1992. Se fazem 20 anos da aparição daquele “Dream Team” de que todos ouvimos falar, também dá para comemorar as duas décadas da seleção báltica que conquistou o bronze naqueles Jogos, uma medalha histórica.

The Other Dream Team, poster

Cartaz do documentário

Sabonis era acompanhado pelo brilhante armador Sarunas Marciulionis e pelo ala Arturas Karnisovas, belo cestinha, entre outras grandes figuras que são tratadas feito deuses em solo lituano. Foi a primeira grande competição em que o país pôde disputar como uma nação autônoma, fora da alçada soviética. Era um torneio para celebração, especialmente para o basquete, seu esporte de maior tradição. E a festa terminou com um final digno de cinema mesmo: uma vitória por 82 a 78 contra a CEI (Comunidade dos Estados Independentes, que reuniu os cacos do império da URSS). Foi a chance para eles provarem que as glórias soviéticas no basquete passavam muito pelo talento daqueles lituanos forçados a defender outras cores. É célebre a ausência do superpivô no pódio devido a sua bebedeira nos vestiários depois do jogo.

Essa história toda está, claro, muito mais bem contada no documentário “The Other Dream Team”, veiculado no Festival de Sudance deste ano, de autoria de Marius A. Markevičius. David Stern, Yao Ming, Bill Walton, Donnie Nelson, Pau Gasol e outras grandes personalidades do basquete estão entre os entrevistados estrangeiros, além das estrelas do filme.

 Entre os causos detalhados está o apadrinhamento da seleção lituana pelo grupo cult-hiponga californiano Grateful Dead, que ajudou sua preparação financeiramente e providenciou as tresloucadas camisetas que os atletas usaram em Barcelona, com a caveira que enterra, desenhada pelo artista plástico Greg Speirs. Veja mais no trailer abaixo.

Para o basqueteiro de plantão, a Lituânia deve ser realmente o país dos sonhos, em que o bola ao cesto é tratado como religião. Um país que sempre dá um jeito de produzir craques atrás de craques, embora não tenha a economia mais poderosa e nem a maior população da Europa. O jovem pivô Jonas Valanciunas, do Toronto Raptors, é hoje quem tem a missão de conduzir essa tradição. Independentemente do sucesso que obter com as novas gerações, com o lançamento desse promissor documentário, ao menos os grandes talentos produzidos em sua terra já têm memória garantida por um bom tempo.

 


O mítico Arvydas Sabonis em vídeos antes e depois das lesões
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Giancarlo Giampietro

Não faz realmente muito tempo desde que publicamos sobre o início de jornada do Sabonis caçulinha no Málaga, né?

Ao procurar vídeos do moleque de 16 anos foi natural, depois, esbarrar em imagens preciosas do pai, o legendário, para não dizer mítico Arvydas.

Sabe aquele papo de “você não imagina como era esse cara antes das lesões”? Quem viu tem a audácia de apontá-lo como o maior pivô da história. Audácia não por ser absurda a afirmação, mas, sim, porque essa seria uma discussão interminável, considerando tantos pesos pesados concorrendo. Só para definir o maior pivô norte-americano de todos os tempos é uma senhora encrenca. Imagine colocar os europeus na jogada.

Então vamos fugir correndo desse vespeiro, enquanto o ferrão não pega, e nos contentar apenas em postar alguns vídeos históricos do gigante russo. Donnie Nelson, vice-presidente do Dallas Mavericks e ex-assistente da seleção lituana – esperto o sujeito, hein? –, afirma num deles que ele era como o Dirk Nowitzki, só que ainda mais alto (2,21 m).

Bem, eu diria que isso ainda é pouco.

Dirk é um dos jogadores mais incríveis que já vimos, sua coordenação, sua habilidade para atacar a cesta, sua consistência. Um dos maiores da história.

Mas Sabonis – aí, sim, dá para cravar – ainda está num degrau acima. E não apenas pela altura ou pelas bebedeiras. O cara tinha o chute de três pontos, podia bater para dentro, mas também era um passador dos mais criativos e eficientes. Um tremendo reboteador. Um tanque de guerra fisicamente.

Tudo isso é um ótimo pretexto para gastar aqui o YouTube sem misericórdia.

Primeiro um sensacional compacto da final do Mundial Sub-19 em Mallorca, na Espanha, editado especialmente para mostrar a atuação dominante do pivô então com 18 anos… Apesar disso, os EUA seriam campeões num final de jogo apertadíssimo, liderados pela armação do jovem e futuro briguento Scott Skiles:

Agora, já no auge físico, reparem o quão explosivo ele era. Mobilidade incomum para alguém de seu tamanho. Seus defensores alegam que a desgastante agenda esportiva soviética contribuiria para algumas  de suas lesões e minar, aos poucos, seu corpo:

Nas Olimpíadas de Barcelona-1992, Sabonis, aliás, era só sorrisos ao defender sua Lituânia, depois da queda do regime soviético. Não obstante, em 1988 ele teve uma participação decisiva e empolgante. Veja ele em ação na semifinal de Seul num embate com um David Robinson, então com 23 anos. Mitch Richmond, Danny Manning, Dan Majerle, Hersey Hawkins e Stacey Augmon também estavam na derrota por 82 a 76 e teriam todos carreiras bastante produtivas na NBA.

Vejam ele ainda em tempos soviéticos, combinando lances de diversas partidas. Em um flash, podemos vê-lo dominando o garrafão brasileiro:

Para fechar, o material produzido pelo Hall da Fama (o americano), para o qual entrou em abril de 2011. Aqui temos personagens que cruzaram com o grandalhão falando em um resumo de sua carreira:


Sabonis caçulinha estreia pelo Málaga na vaga de Augusto e empolga lituanos
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Giancarlo Giampietro

Nestes tempos de vacas magras, começa quase sempre desta forma: o blogueiro sai clicando em tudo o que vê pela frente, gasta o scroll, abre uma nova janela, detona o mouse, rói a quina da mesa, coça a barbicha, está prestes a desistir até se safar com uma crônica de amistoso de pré-temporada europeia. Boa!

Domantas Sabonis, caçula de Arvydas

Domantas começa bem sua carreira com um sobrenome legendário

Fazia tempo que uma vitória como a do Unicaja Málaga sobre o Cibona Zagreb, por 89 a 57, não era tão comemorada abaixo da linha do Equador. Que massacre!

Bem, troquemos um termo antes de tudo: sai comemorar, entra “saltar aos olhos”. Pois o pivô Augusto Lima não participou do jogo devido a uma tendinite no ombro direito. Mais um problema físico para o jovem brasileiro, que vem tendo muita dificuldade para conseguir uma boa sequência em quadra.

Agora, se o Augusto não jogou, o que tem de bom aí nessa peleja para se destacar, ué?

Anotem aí, então: Domantas Sabonis.

Sabonis.

Nuff said!, exclamaria o Stan Lee, aquele senhorzinho simpático que fez ponta em tudo que é blockbuster da Marvel e é um dos padrinhos da cultura pop moderna – como se houvesse cultura pop medieval, claro.

É o filho do homem, de um dos maiores jogadores da história, gente. De apenas 16 anos, 2,05m de altura segundo a Fiba, magrelinho que nem o nosso Lucas Dias, e um dos destaques do Europeu sub-16 desta temporada, dividido entre Lituânia e Letônia. Teve 14,1 pontos e 14,4 rebotes de média e foi top 20 numa sacolada de estatísticas. Contra a Polônia, pela primeira fase, apanhou assustadores 27 rebotes – recorde nos torneios de seleções de base europeias, igualando o britânico Daniel Clark, que jogou contra o Brasil agora em Londres-2012. Mas o esforço do pivô não evitou a derrota por 77 a 69 e uma campanha horrível do país, que terminou em penúltimo.

Pois, assim como acontece com o prodígio do Pinheiros, o caçulinha Sabonis já começa a ser testado entre os marmanjos, e a imprensa lituana não se aguenta. Experimente dar um Google por “Sabonis Unicaja” para sentir a euforia. É “Šešiolikmetis D.Sabonis debiutavo „Unicaja“ gretose” para cá e  “D.Sabonis išbėgo į aikštę draugiškose “Unicaja” rungtynėse” para lá.

O garoto entrou em quadra justamente na vaga de Augusto.

*  *  *

Domantas não é o único filho de Sabonis a tentar uma carreira no basquete, e nem é o primeiro a defender o Málaga. Seu irmão mais velho, Tautvydas, de 20 anos está no elenco de juniores do clube. Ele é um ala-pivô de 2,02m de estatura e coadjuvante de Jonas Valanciunas, aposta do Raptors, em sua categoria.

*  *  *

Navegando pela pré-temporada dos clubes espanhóis, descobrimos também o ala Igor Ibaka no elenco do Cáceres, que disputa a fortíssima LEB Oro (segunda divisão) do país. Aos 20 anos, o irmão mais novo de Serge, porém, é apenas um convidado do time – não custa fazer gentilezas com o astro – e dificilmente será contratado. Segundo relatos da imprensa local, duvidam que ele consiga ir muito longe no esporte. “O Cáceres descarta por completo que o jovem Ibaka pode ficar e disputar a liga. Ele não está pronto para jogar na LEB Oro, e ainda falta ver se ele tem faculdades suficientes para ser um profissional de basquete”, publica o site Hoy.es. Mais cândido impossível. Aparentemente, neste caso as autoridades espanholas não precisam se preocupar em acelerar sua naturalização.


Um Kirilenko exuberante para encerrar a série de semifinais da Lituânia
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Giancarlo Giampietro

Kirilenko arrasa a Lituânia

Foram 19 pontos, 13 rebotes, 3 assistências, 3 tocos e 3 roubos de bola de Andrei Kirilenko. Tá bom para você?

O ala russo teve mais um jogo daqueles em que levou o dinamismo ao extremo em uma quadra de basquete e foi a figura estabilizadora, ao lado do comparsa Viktor Khryapa, na vitória da Rússia sobre a Lituânia, por 83 a 74, nesta quarta-feira, na primeira partida pelas quartas de final do torneio olímpico.

Foi umembate bastante estressante no quarto período, com uma avalanche de erros por parte das duas seleções, especialmente nos dois minutos finais. De modo sintomático, o técnico norte-americano David Blatt, da Rússia, terminou o jogo com o nariz sangrando. Haja pressão!

Alexey Shved, a revelação russa, fez um monte de bobagem na partida, somando quatro desperdícios de posse de bola e apenas duas cestas de quadra em 12 tentativas. Um horror.

Para livrar a barra do jovem armador, foi necessária a atuação magistral de AK47. Na fase em que ele está, deve ser difícil encontrar um jogador que faça seu treinador tão feliz em quadra: sem precisar da bola em suas mãos, o ala desequilibrou o jogo, aparecendo sempre bem colocado para finalizar próximo ao aro, apanhar rebotes ofensivos e desarmar o ataque adversário. Seu tempo de bola é impecável.

Já Khryapa não pratica tantas acrobacias assim. Pelo contrário: está quase sempre com os pés no chão. O que veio bem a calhar no confronto com os lituanos: se Shved não conseguia dar ritmo nenhum a sua equipe, o ala assumiu o controle e distribuiu oito assistências por conta, que se somaram aos seus seis rebotes e 12 pontos.

Juntos, os dois alas também ajudaram a limitar o cestinha lituano, Linas Kleiza, a míseros quatro pontos, 11 abaixo de sua média no torneio.

Depois de se classificar para as semifinais nas últimas cinco Olimpíadas, a Lituânia agora está fora. Com república solitária, a Rússia alcança esta fase pela primeira vez em sua história.

 


Rússia e Lituânia se garantem em Londres-2012
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Giancarlo Giampietro

Um tempo atrás elas, juntas, compunham uma força dominante mundial. Hoje, com duas repúblicas independentes, Rússia e Lituânia ainda impõem muito respeito, e certamente Rubén Magnano não gostaria de ver nenhum desses países da Europa oriental perfilados no Grupo C. Pois eles conseguiram mais uma classificação olímpica neste sábado.

A Rússia controlou a Nigéria por três quartos e, assim como os gregos fizeram na véspera, teve problemas na parcial final. No fim, porém, conseguiu resistir a forte pressão dos africanos para vencer por 85 a 77 e garantir seu lugar na final do Pré-Olímpico mundial em Caracas e a consequente vaga em Londres-2012.

Alexey Shved, Rússia

Alexey Shved, da Rússia, joga barbaridade

O talentoso ala-armador Alexey Shved jogou barbaridade e encantou Wlamir Marques com 22 pontos, seis assistências e quatro rebotes e um estilo que faz o basquete parecer muito fácil. Deve ir para a NBA após os Jogos, campeonato ao qual pertence. Muito talentoso. O time europeu teve um ótimo aproveitamento na linha de três pontos, com 14 cestas em 27 arremessos (51,9%) e movimentou a bola muito bem no perímetro tambeem, computando 26 assistências. Em meio a tudo isso, Andrei Kirilenko estufou a tabela de estatísticas novamente, com 19 pontos, 8 rebotes, quatro roubos de bola e três assistências.

Pela Nigéria, o ala-armador Ade Dagunduro teve mais um brilhante quarto período, comandando uma nova reação, com 16 pontos e 5 assistências. Ike Diogu foi mais uma vez uma arma poderosa no garrafão, com 16 pontos e 14 rebotes.

Já a Lituânia teve uma noite muito mais fácil na capital venezuelana ao atropelar a República Dominicana por 109 a 83, tendo vencido o primeiro tempo já por 16 pontos para se tranquilizar, com uma exibição impecável do armador Mantas Kalnietis (nove assistências). Ele comandou simples jogadas de pick-and-roll muito bem tramadas, fazendo o nome do jovem Jonas Valanciunas, que terminou com 17 pontos e 7 rebotes em apenas 25 minutos, lidando novamente com problemas de falta. Do lado caribenho, Al Horford teve uma jornada para esquecer, somando apenas 12 pontos e 4 rebotes, errando dez de seus 14 arremessos.

Neste domingo, dominicanos e nigerianos  lutam pela terceira e derradeira vaga olímpica.


Vásquez, Kleiza e o selo NBA no mundo Fiba
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Giancarlo Giampietro

Há diversas percepções por aí fora de como se encarar os jogadores – e o jogo em si – da NBA. Tem gente que considera todos superatletas, capazes de tudo a qualquer hora, outros que vão falar que não muitos deles passam de fraudes, mãos-de-pau, produtos de marketing. Durante o Pré-Olímpico mundial, temos a possibilidade de fazer algumas observações e arriscar algumas considerações. Dá para navegar entre os  dois grupos com facilidade. E não precisa de extremismo, precisa?

Greivis Vasquez, superastro na Venezuela

Greivis Vasquez, superastro na Venezuela

Peguemos, então, a vitória da Lituânia sobre a Venezuela, transmitido direto de Caracas nesta terça-feira, como exemplo.

(E pensar que houve um tempo que esse tipo de jogo só chegava por cá em informações mastigadas via despachos de agências internacionais ou microprogramas produzidos pela federação internacional, e olhe lá. Mas avancemos.)

O garotão Jonas Valanciunas, grande aposta do Toronto Raptors para a próxima temporada – embora ainda sem contrato assinado –, teve dificuldades em se enturmar com a arbitragem e enfrentar a pressão e os anfitriões. Acontece: ficou carregado de faltas.

Os outros dois mais veteranos de NBA, Linas Kleiza e Greivis Vasquez, não tiveram problema com isso e se sobressaíram. Cada um ao seu modo.

O ala lituano, do Raptors, estava num dia de máquina mortífera. No sentido de que matava tudo e o que aparecia em sua frente com facilidade, rapidez e eficiência. Caixa, caixa e caixa, jogando fora da bola, se movimentando subitamente para aparecer livre, receber o passe e convertê-lo em assistência. Também brigou nos rebotes e deu um ou outro chega-pra-lá em quadra para devolver a agressividade com a qual jogavam os donos da casa. Terminou com 28 pontos, cinco rebotes e 11 chutes convertidos em 16 tentados (68,8%, uau).

O ala-armador venzuelano, do Hornets, também teve uma linha estatística chamativa: 24 pontos, sete assistências, cinco bolas de três convertidas em nove que chutou. A diferença foi o modo como chegou a esse montante. Dominando a bola, batendo para os dois lados, procurando espaço muitas vezes onde não tinha – e ainda assim os encontrando, numa prova de seu talento, mas também forçando uma porção de arremessos bicados.

Linas Kleiza, Lituânia

Linas Kleiza, máquina mortífera lituana

O quanto disso ocorre porque assim é Vásquez ou porque é desse jeito que a Venezuela precisa vê-lo jogando, teríamos de perguntar para o agitado Eric Musselman para saber. Do outro lado, Kleiza tem uma função bem definida e dois ótimos armadores para lhe servir (olho em Mantas Kalnietis, que a cada torneio aparece em evolução pelo time báltico), e fica de bom tamanho assim mesmo, já que não possui muitos recursos no drible e também não tem a vocação mais atirada para o passe.

Na NBA, estamos falando de dois meros coadjuvantes, com um ou outro lampejo – Kleiza consegue matar seus chutes aqui e ali, Vásquez se concentra mais na distribuição de jogo e vai bem nas assistências. Mas pouco do que eles produzem pode realmente mudar a cotação do dólar.

Mãos-de-pau? Bem, se a gente realmente for adotar tudo da “cultura de futebol” de que Magnano fala e reclama, com razão, essa acepção faria sentido.

Mas não somos sempre assim, né? O que não nos empurra a dizer que são dois gênios. Não vão ser dominantes assim a toda rodada.

Podemos ver, no entanto, que suas habilidades estão em acima da média naquele microcosmo de 24 jogadores convocados entre lituanos e venezuelanos. E isso diz muito sobre o tipo de jogador que a NBA mantém e, sim, desenvolve em seus clubes.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Lituânia e Venezuela em sua encarnação passada


Com mais 2 cortes, Magnano agora vai com qual pivô?
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Giancarlo Giampietro

Bom, aparentemente, quando Magnano convocou Nezinho e Vitor Benite ao final do Sul-Americano, era apenas para compensar os desfalques que teria em seus primeiros três amistosos preparatórios rumo a Londres e, ao mesmo tempo, recompensar os dois jogadores pelos serviços prestados – isto é, obrigado por nos ajudar com a classificação, mas agora optei por seguir outros rumos.

Caio Torres, seleção brasileira

Caio Torres, opção para Magnano

Com Huertas merecendo um descanso, Leandrinho ainda emperrado com nossa burocracia, eles ajudaram o argentino a preencher a rotação nas partidas em São Carlos e, por certo, ganharam uma última chance para tentar impressionar o chefe. Agora, em uma semana o que o treinador poderia realmente ver de diferente além do que já sabia sobre os dois atletas?

De todo modo, segue a vida e o curso da seleção, agora com 13 jogadores, definidos os cortes dos dois atletas de perímetro. Fica agora a dúvida sobre quem será o último atleta a ser dispensado para que conheçamos os 12 olímpicos.

Tudo leva a crer que os pivôs Augusto Lima e Caio Torres concorrem diretamente pela vaga. Discutir se Raulzinho ou Larry Taylor poderiam dançar seria uma temeridade – levar só dois armadores e improvisar Leandrinho? Não, obrigado.

Entre Augusto e Caio temos uma senhora dúvida. Tentemos explicar o quão complicada pode ser essa decisão: são dois tipos de pivô completamente diferentes. Augusto corre a quadra toda. Caio, que está bem mais fino, em sua melhor forma física, é mais lento. Augusto, por sua mobilidade, finaliza melhor no pick-and-roll e ataca os rebotes ofensivos com voracidade, enquanto Caio funciona melhor de costas para a cesta ou posicionado para chutes de média ou longa distância, podendo ficar assim mais distante da tabela.

Nenê e Magnano

Augusto ou Caio: quem combina mais com Nenê/

Que tipo de jogo Magnano espera encarar nos Jogos britânicos? Batalhas mais lentas e pesadas? Ou um jogo mais atlético, veloz, dinâmico? Cada proposta dessa combina melhor com um dos pivôs. Vendo a formação de elencos por aí afora – a Lituânia tem apenas duas ‘torres’ no Pré-Olímpico, mesmo caso da Grécia e da Rússia, por exemplo –, a aposta é que veremos algo mais parecido com a segunda  alternativa.

No fim, porém, esses podem ser apenas devaneios despropositados, e o técnico nem estaria interessado nesse tipo de discussão, podendo simplesmente optar por levar aquele que considera o melhor jogador entre os dois, sem se importar também se um combina mais com o outro, em termos das combinações que pensa deixar em quadra.

Hoje, Caio é um jogador mais refinado (em termos de habilidades), experiente (já passou um bom tempo na Espanha) e está em melhor fase (Augusto lidou com muitos problemas físicos durante o ano). Também foi incluído diretamente na lista primária, o que faz diferença, por mais que o treinador negue.

Nenhum dos dois vai mudar o rumo da seleção agora em Londres. Mas o debate é divertido e sempre vale.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada.