Vinte Um

Arquivo : José Calderón

Guia olímpico 21: a Espanha de Gasol quer mais medalhas
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Giancarlo Giampietro

A partir da definição dos 12 jogadores da seleção brasileira, iniciamos uma série sobre as equipes do torneio masculino das Olimpíadas do #Rio2016:

O MVP histórico do último EuroBasket

O MVP histórico do último EuroBasket

O grupo
Em termos de desfalques, podemos considerar apenas um, mesmo, para a Espanha. Mas é dos grandes: Marc Gasol, que não se recuperou inteiramente de uma fratura no pé sofrida em fevereiro. Pudera: é o tipo de lesão que deu um trabalho danado para Kevin Durant, por exemplo. No caso de Marc, estamos falando de um cara de 2,16m de altura, pesadão, e de 31 anos. Todo cuidado é pouco. Agora, se for para perder um Gasol, com todo respeito ao astro, melhor que seja o atleta do Memphis Grizzlies, mesmo, em vez de seu irmão mais velho, que é simplesmente um dos 10, 20 maiores jogadores da história das competições Fiba.

De resto, Serbe Ibaka é outro nome constantemente discutido, mas sua ausência na lista final de Sergio Scariolo não se deve a veto do Orlando Magic, contusão, nem nada obscuro assim. Foi simplesmente uma opção do treinador por Nikola Mirotic, já que qualquer seleção só pode recrutar um naturalizado por vez. A base espanhola segue produzindo uma infinidade de jogadores talentosos, mas a federação local ainda acha por bem apelar a esse expediente. Então Scariolo foi de Mirotic, uma opção bastante razoável, e não pelo fato de ‘Niko’ já ter defendido o país em competições de base.

O montenegrino tem algumas vantagens, como o maior entrosamento com Gasol, depois de tê-lo acompanhado em Chicago nas últimas duas temporadas e a melhor relação com seus companheiros. Não se esqueçam que Ibaka saiu de Londres 2012 reclamando de seus minutos e oportunidades com a equipe. Devia pensar: “Já não basta o KD e o Wess dominarem a bola em OKC, agora também sou ignorado pela seleção que nem era para ser minha!? Hmpf, que chato”. Então para que procurar esse problema novamente, quando você tem uma alternativa de alto nível?

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Restam dois cortes ainda para Scariolo fazer. Imagino que sairão dois entre José Calderón, Pau Ribas, Alejandro Abrines e Fernando San Emeterio. Calderón ainda é um grande arremessador, tem as mãos seguras no ataque, mas encara disputa duríssima com os Sergios Rodríguez e Llull, protagonistas do time, além de Ricky Rubio, que tem muito mais impacto na defesa. Ribas e Abrines são concorrentes diretos – o certo seria botar Juan Carlos Navarro também nesse grupo, mas fica difícil de mexer com alguém dessa estatura. Abrines levaria vantagem pelo fato de ser um pilar para a eventual reconstrução da seleção, além de chutar demais e ser mais alto e atlético do que um aguerrido Ribas. San Emeterio sempre correu por fora nessa geração, e sua presença depende muito do estado físico de Rudy Fernández. Talvez fosse prudente incluí-lo na lista, por precaução.

Os dez que estariam garantidos: Rodríguez, Llull, Rubio, Navarro, Fernández, Victor Claver, Mirotic, Reyes, Gasol e Willy Hernangómez.

O jovem ala-pivô Juancho Hernangómez, irmão mais novo de Willy, poderia muito bem estar nessa discussão, mas foi selecionado pelo Denver Nuggets no último Draft e está naquele momento de sua carreira fica num suspense que só. Talvez pudesse enfrentar Claver e garantir uma vaga olímpica, mas tudo tem seu tempo. A gente vai ouvir muito sobre ele nos próximos anos.

Rodagem
Já se passaram dez anos da conquista do Mundial pela Espanha. Em dez anos, muita coisa deveria mudar.  Comparar o elenco atual com aquele celebrado no Japão, porém, faz a gente repensar essa tese. Não só Pau Gasol segue como um dos melhores jogadores do mundo, o que por si só impressiona bastante. Além do pivô, Scariolo pode contar com outros cinco atletas que o acompanharam naquela conquista histórica: Rodríguez, Calderón, Navarro, Fernández e Reyes. Considerando que o desfalque de Marc Gasol é apenas uma questão de azar, os espanhóis poderiam ter até  mais de 50% de sua equipe repetida. Podemos falar em falta de renovação, ou que esses atletas simplesmente deram um jeito de se manterem relevantes por tanto tempo. No caso de Rodríguez e Fernández, eles eram ainda bastante jovens naquela ocasião. Agora estão no auge. Temos aqui, então, um grupo bastante experiente e entrosado também.

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Muitos ainda estão por aí

Para acreditar
Recentemente contratado pelo Spurs, aos 36 anos, Pau Gasol ainda é um dos jogadores mais temidos do #Rio2016. Os franceses se recordam bem do que o pivô lhes aprontou pela semifinal do último EuroBasket, com uma exibição verdadeiramente seminal. Buscando vingança após a derrota em casa pela Copa do Mundo de 2014, o gigante fez um campeonato espetacular para ser eleito o MVP, sem que ninguém lhe conseguisse parar: teve médias de 25,6 pontos, 8,8 rebotes e 2,9 assistências, além de absurdos 56% nos arremessos de dois pontos, 67% de três e 81% nos lances livres. Recomendo ler em voz alta todos esses números pelo menos uma vez para ver se a cabeça os processa de maneira adequada.

Guia olímpico 21
>> A seleção brasileira jogador por jogador e suas questões
>> Estados Unidos estão desfalcados. E quem se importa?

O legendário espanhol manteve o ritmo durante a extensa temporada da NBA e disputou 72 partidas pelo Bulls, com média de 31,2 minutos. O importante aqui é constatar sua durabilidade, ao contrário de campanhas passadas em que se apresentou ao time nacional com mobilidade limitada. Quando está solto em quadra, vira um pesadelo no basquete Fiba, pelo fato de a linha de três pontos ser mais curta. Você em de marcá-lo muito longe da cesta, e ele ainda tem fundamento e passada larga para bater grandalhões com o drible. Sem contar o inúmero repertório de giros, fintas, ganchos e arremessos de média para curta distância.

A ausência de seu irmão, nesse sentido, pode até ser benéfica. Pelo menos no ataque. Por mais que saiba perfeitamente jogar em high-low, como faz há anos com Zach Randolph em Memphis, Marc deixaria a quadra com menos espaço para Pau entrar em ação. A mesma atenção que os adversários vão prestar para contestar Mirotic não seria a mesma com o grandalhão. Além do mais, vindo do banco, a dupla Reyes-Hernangómez ainda pode dar conta do recado.

Mirotic muda as coisas o ataque para a Espanha

Mirotic muda as coisas o ataque para a Espanha

Para servir aos pivôs, a seleção espanhola também conta com o melhor conjunto de armadores das Olimpíadas, independentemente da presença de Calderón, ou não. Os Sergios dominaram o basquete espanhol e europeu, de certa forma, nos últimos três, quatro anos, fazendo dupla pelo Real Madrid. Ao lado de Rubio, podem formar um trio invejável, que dão muito manejo de bola, visão de jogo, intensidade e põem pressão defensiva. Se por acaso tivermos uma terceira final seguida entre Estados Unidos e Espanha, para os europeus sonharem com um ouro, esses baixinhos terão de se impor não só contra Kyrie Irving e Kyle Kowry, mas principalmente enfrentar o abafa dos norte-americanos, reduzir turnovers e tentar fazer um jogo controlado para que eventualmente Gasol faça a diferença.

Contra defesas menos agressivas, os armadores podem fazer a Espanha jogar muito bem em velocidade, característica que ajudaria muito Fernández e Mirotic, emulando o Real Madrid de Pablo Laso.

Questões
Marc Gasol vai fazer muita falta do ponto de vista da marcação. Ele pode ser lento, indo na contramão do que temos cada vez mais visto pelo basquete mundo afora, mas é um desses gigantes extremamente inteligentes que se fazem notar quando posicionados ao centro de uma defesa, fechando muito bem espaços e também contestando qualquer jogador que se aventure em jogar de costas para cesta sob sua observação. Ainda assim, para a Espanha ir longe, sem sustos, o último EuroBasket mostrou que Pau Gasol precisa estar em quadra por cerca de 30 minutos. Em 2016, creio realmente ser difícil unir os irmãos em quadra. Não é o pior dos mundos, então.

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Um ponto a ser lamentado é justamente essa dependência do pivô. Em tese, a seleção espanhola tem elenco para se virar também sem o astro. Mas os dois Sergios precisam jogar como se estivessem com a camisa do Real Madrid, dominando o jogo com seu imenso pacote de habilidades, coisa que não aconteceu no último europeu – e que foi ainda pior durante o Mundial em casa. É só dar uma espiada no aproveitamento de longa distância de ambos. Chutam com muito mais eficiência por seu clube do que pela seleção. Neste caso, a familiaridade com sistemas e companheiros não deveria ser uma desculpa: afinal, há momentos em que podem montar um quinteto todo merengue em quadra, acompanhados por Fernández, Reyes e… Mirotic (sim, ele é do Chicago hoje, mas jogou muito mais tempo com esses caras do que com Taj Gibson e Jimmy Butler). Para não falar de Willy Hernangómez, que só ficou com esse núcleo uma temporada e agora está indo para Nova York. Aliás, que Scariolo não use desse expediente mais vezes é algo um tanto curioso.

A última preocupação é a disputa nas duas tábuas. Gasol, Reyes e Hernangómez são ótimos reboteiros, mas o restante do quinteto tem tamanho diminuto, especialmente nas alas. Já não há mais esperanças de que Victor Claver possa se tornar esse lateral de grande estatura que o país procura há anos – tipo o Brasil, enquanto Lucas Dias e Bruno Caboclo não chegam lá. Equipes como França, Sérvia e Lituânia podem dar trabalho nesse sentido, com um perímetro de maior estatura.

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Fazendo aula de geometria com o New York Knicks
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Giancarlo Giampietro

30 times, 30 notas sobre a NBA 2014-2015

Phil Jackson leva o triângulo a NYC

Phil Jackson leva o triângulo a NYC

“Assisti ao Knicks ontem de noite. Claramente eles ainda estão aprendendo o triângulo. Eu ainda não o entendo.”

A frase poderia ser de qualquer torcedor. Mas saiu da boca do comissário da NBA, Adam Silver, um advogado nova-iorquino fanático por basquete que certamente viu o Chicago Bulls e o Los Angeles Lakers de Phil Jackson jogarem e acumularem títulos. Ainda assim, a aura em torno do sistema ofensivo desenvolvido por Sam Barry, na Universidade Southern California nos anos 40, desenvolvido por Tex Winter nas décadas seguintes e adotado por Jackson com fervor.

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Com seu ex-técnico fazendo o papel de mentor, fora da quadra, agora é o estreante Derek Fischer que tenta empregá-lo em Manhattan, na esperança de reconduzir o New York Knicks ao patamar de potência na Conferência Leste. Do ponto de vista tático, esta é certamente a principal história desta temporada. amuita ênfase de modo geral.

sistema dos triângulos, basqueteA abordagem dos triângulos basicamente contraria tudo isso – a única semelhança seria a aversão a jogadas desenhadas, ensaiadas e previsíveis –, com sua dança de jogadores em situação de meia quadra e a bola passando de um lado para o outro, mas sempre usando o poste baixo ou alto como ponto de convergência. Há muitos mais detalhes, que não caberiam aqui e já foram explicados por gente que realmente entende do ramo. Então, se alguém tiver o interesse de ler a respeito desse conceito, recomendo os comentários do grande Marcel de Souza no DataBasket em sua sequência detalhada de editoriais sobre o sistema. Leva tempo para aprendê-lo e aplicá-lo com sucesso.

O ídolo da seleção brasileira e atual treinador do Pinheiros lista alguns tópicos importantes, de todo modo: a) evitar o drible; b) ao passar a bola, procurar sempre o jogador mais livre; c) ao receber a bola, olhar sempre para a cesta; d) usar a criatividade e a intuição; e) jogar sem a bola; f) ler a defesa. Lidos assim, isolados, parece algo muito básico. E é, mesmo – o sistema espera que seus atletas sejam bem fundamentados e conscientes em quadra. Só não dá para confundir “básico” e “fácil”. Vá perguntar para o JR Smith.

“Você tem de pensar mais sobre o jogo. É mais complexo o modo como jogamos, mais do que estamos acostumados a fazer. Estamos acostumados a receber a bola e partir com ela, coisas do tipo. Agora, tem de saber o momento de cortar para a cesta, assegurar que estamos indo para os lugares certos na quadra. É um esforço de consciência, acho”, afirmou o ala, provavelmente com a cuca fritando.

Fisher tenta explicar para JR

Fisher tenta explicar para JR

Existe essa aura, mesmo, de sofisticação e complicações em torno do sistema. Por um lado, a tática foi vencedora na grande liga, ganhando o respaldo de uma lenda viva como Jackson, que já disse para os atletas e técnicos do Knicks que eles ainda vão passar por períodos de dureza durante a temporada. Por outro, seus detratores vão dizer que Jackson tinha Jordan, Pippen, Shaq, Kobe e Gasol ao seu lado. Que, dessa forma, qualquer um se consagraria, independentemente do sistema. O que os críticos dizem, porém, a respeito do fato de nenhum desses astros ter vencido antes de seus caminhos cruzarem com o do Mestre Zen? Mistério.

O que eles vão apontar é que aqueles que tentaram empregá-lo acabaram fracassando de modo retumbante, como Jim Cleamons em Dallas e Kurt Rambis em Minnesota. Nenhum dos dois venceu mais que 30% de suas partidas. Por outro lado, se não tinham supercraques em mãos, também não precisava exagerar na ruindade. É só dar uma espiada nos elencos que dirigiam. Além do mais, existe a possibilidade de que eles simplesmente não estavam preparados para serem treinadores principais. De todo modo, ambos foram contratados por Jackson para serem hoje assistentes de Fisher em Nova York.

Mesmo que não tenha topado assumir o Knicks como técnico, Jackson sempre considerou os triângulos como um quesito obrigatório para a reformulação da equipe. Por isso, limitou sua busca por treinadores que já tivessem familiaridade com o sistema. Steve Kerr era a prioridade, fato, mas escapou para o Warriors. Fisher foi, então, o segundo alvo natural. Pentacampeão pelo Lakers, ex-presidente do sindicato dos jogadores, um veterano respeitadíssimo nos vestiários, tem o tipo de aura que pede o respeito de jogadores, jornalistas e torcedores.

O novato Shane Larkin vai jogando enquanto Calderón não volta

O novato Shane Larkin vai jogando enquanto Calderón não volta

Para ambos, a coisa é séria. “Não achei muita graça ao ver o comissário tripudiando em cima disso também. Ele não precisa se envolver nisso. Já há foco o suficiente no triângulo, e não é nada demais. É um sistema. É o basquete simples. Apenas joguem. Já chega de falar do triângulo: agora é a hora dos negócios e de jogar da forma certa”, rebateu Jackson.

O time: não tem Jordan, não tem Kobe, mas tem Melo. Carmelo Anthony ganha o foco ofensivo do Knicks, independentemente do sistema utilizado. O ala agora vai ser testado de uma forma diferente, como o próprio presidente do clube adiantou em conversa com o seu chapa Charley Rosen, publicada no ESPN.com: “Passar nunca foi uma grande força de seu jogo, mas no triângulo ele vai poder ter leituras rápidas como um quarterback procurando por seu primeiro recebedor, e depois o segundo e o terceiro. Vai haver muitas oportunidades de isolamento para Melo, e no triângulo vai ficar muito difícil de as defesas fazerem dobras para cima dele. Não vai ser que nem na temporada passada, em que ele teve de partir para o arremesso decisivo com uma gangue de marcadores ao seu redor. Também vamos ter Melo receber diversas oportunidades no post-up”.

Sem explosão, Amar'e vai jogando bem no ataque. Difícil é ser relevante na defesa

Sem explosão, Amar’e vai jogando bem no ataque. Difícil é ser relevante na defesa

Nesse tipo de situação, é especialmente de frente para a cesta que Carmelo produz como uma verdadeira estrela, usando seu primeiro passo explosivo e excelente arremesso. Se confiar no sistema e nos companheiros, o jogo tende a ficar mais fácil para ele. “Quero que Phil e Derek saibam que estou dentro. Estou abraçando este desafio”, diz o ala, que precisa avisar estar totalmente comprometido com o projeto do clube que vai lhe pagar mais de US$ 124 milhões pelos próximos cinco anos. Que bom.

Aliás, para os que encaram o inglês basqueteiro, vale a pena acessar este link de Rosen para ver os comentários de Jackson sobre cada atleta de seu elenco. Ele não se mostra o mais entusiasmado possível, mas, no geral, no contato com a mídia americana, vem mantendo um tom positivo, bem distante do sarcasmo que dominava seus últimos meses em Los Angeles. “Vejo crescimento neste time, e estou otimista. Nem sempre o que importa é o placar final, mas, sim, como você joga por vezes. Acho que estamos jogando muito melhor, com o nível de dedicação que gostamos de ver.”

Quando José Calderón voltar, o ataque vai ganhar um arremessador e um passador dos mais brilhantes da liga, evoluindo naturalmente. O problema sério que Fisher tem para resolver está do outro lado, na defesa. Trocar Tyson Chandler por Samuel Dalembert tem suas consequências, Amar’e Stoudemire não conseguia segurar a onda nem mesmo quando era um dos atletas mais temidos da liga, Bargnani faz Stoudemire parecer Tim Duncan, Calderón é muito mais lento que 95% dos atletas de sua posição, Carmelo gosta de dar uma viajada – ou espreguiçada… Enfim, a coisa é feia. Fisher vai ter muito trabalho para bolar um esquema que cubra por tantas deficiências individuais.

A pedida: aprender o sistema, conferir aqueles que realmente valem algo ao time e dar um passo decisivo apenas na temporada que vem. No Leste, tudo é possível, mas ir aos playoffs neste ano ainda vai ser bem difícil.

Ninguém ligou para o Shump nas férias

Ninguém ligou para o Shump nas férias

Olho nele: Iman Shumpert. No início de temporada, o ala-armador de 24 anos é aquele que vem mais produzindo com o novo sistema, elevando bastante suas médias tanto em quantidade como qualidade. Destaque para o elevado aproveitamento nos arremessos de três pontos, que não deve ser sustentável, por mais que Carmelo pense o contrário: “Ele está jogando de acordo com o esquema, aproveitando aquilo que lhe é oferecido”. De qualquer forma, com explosão física e agilidade, é também o melhor defensor da equipe. A subida de produção pode ser um problema. Ao final da temporada, Shumpert vai virar agente livre, depois de seus agentes e os dirigentes mal terem conversado neste ano.

Abre o jogo: “Não havia reconhecido o número que me ligou. Então telefonei de volta, e era o Phil. Daí minha bateria acabou e eu tive de correr para recarregá-la. Ele só queria dizer que acreditavam em mim e que uma coisa que eu precisava fazer era também ter essa fé em mim mesmo”, de Thanais Antetokounmpo, ala-pivô grego selecionado pelo Knicks no último Draft, mas que vai defender sua filial da D-League nesta temporada. O episódio serve para ilustrar o tipo de impacto que Jackson já causa pelo Knicks. Não é todo dia que você tem a chance de trocar mensagens com o técnico mais vitorioso da história da NBA, uma personalidade deste tamanho. Um cara que fortalece a marca do clube e vai colocá-lo em toda conversa por um agente livre.

Você não perguntou, mas… Spike Lee, torcedor mais ilustre do Knicks e excepcional cineasta, produziu um filme de cerca de uma hora para tentar ajudar o torcedor da franquia a entender o sistema de triângulos. Foi ao ar no dia 24 de outubro, no canal MSG, da mesma rede que controla a franquia e o próprio (veja um trecho). “Nunca fiz nada parecido com isso antes. A ideia era explicar para o torcedor comum o sistema e a misteriosa mitologia e o aspecto zen que o Phil Jackson usou para vencer seis títulos em Chicago e mais cinco em LA”, disse Lee. O diretor assistiu a alguns jogos dessas equipes, filmou um breve ensaio com os atletas do Knicks e acredita que (talvez) tenha passado a sacar um pouco do que acontece. “Todo mundo diz que moleque do colegial pode guiá-la. Os proponentes do ataque por triângulos dizem que é simples. Mas, se você não for um proponente, não vai saber o que está acontecendo.”

Tim Hardaway Jr. treina, Spike Lee observa e registra

Tim Hardaway Jr. treina, Spike Lee observa e registra

Patrick Ewing, Knicks, center, BullsUm card do passado: Patrick Ewing. Um cara que sofreu na mão de Jackson e seu Bulls nos anos 90 e que, por isso, provavelmente poderia advogar a favor do novo sistema empregado pelo clube, não fosse por seu rancor cada vez maior por não receber uma chance de virar um técnico principal da equipe – ou de qualquer equipe. Ewing vem sendo assistente há um bom tempo já e sempre falou em público sobre o desejo de promoção. Seus clamores, contudo, não despertaram muito interesse ou entrevistas, nem mesmo da franquia na qual se consagrou e que não se cansa de trocar de treinadores. Hoje, o ex-superpivô trabalha no Hornets. Para constar: há quem duvide seriamente de sua capacidade como treinador. Por outro lado, o clã Van Gundy e Steve Clifford o defendem  como um candidato.


Há 15 anos, a Espanha descobria Gasol, Navarro e sua geração de ouro no basquete
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Giancarlo Giampietro

Enquanto as últimas peças ainda caem no dominó do mercado da NBA, temos um tempinho para aqui para dar uma pausa nessa maratona.

A foto aí cima já varia um post por conta própria. Só ela, sem preciar dizer mais nada.

Vocês reconhecem alguns dos indivíduos? No centro da foto, quem é aquele garotão ali debaixo do sovaco direito do sujeito (Aparecido! Metido! Só dá ele de agasalho!)? E esse exibidão aí está agarrando seu braço esquerdo no cangote de quem? Do lado desse cangote, olha o pirulão!

Vamos identificando, então, da esquerda para a direita: Drame, López Valera, Berni, Bueno, Herráis, Calderón, Raúl, Germán, Felipe, Pau, Cabezas e Navarro. Esse é o modo como são conhecidos por quem tem afinidade.

Já sacou, né?

Estamos hablando da jovem seleção espanhola sub-20 campeã europeia em 1998, lá numa terra chamada Varna, que fica na Bulgária. Há 15 anos, esse apanhado de molecotes conquistaria um título que abriria uma era dourada para o basquete deles.

O cotovelo esquerdo de Felipe Reyes cobre aquele que viria a ser La Bomba, sem nenhum pelo nenhum na cara. Assim como está limpa a face do pirula Gasol, numa época em que o irmão Marc deveria beirar apenas o 1,95 m de altura, gordotinho que só no quintal da família – tinha 13 anos. Será que já enterrava? O de agasalho é o Raúl López, na época O Futuro Armador da Espanha – esse, sim, escolhido para suceder John Stockton em Utah, mas que teve uma carreira muito acidentada por lesões. Ao seu lado direito, o José Calderón, aquele que viria a liderar seus companheiros no futuro, de fato. Enquanto o Cabezas, penúltimo, seria seu escudeiro. Muita história.

Desse grupo, alguns poucos ficaram pelo caminho.

Souley Drame, ou Souleymane Drame Kamara, foi um deles. Para se ter uma ideia, no site da ACB seu nome estava identificado como “Dramec”, com o “c” sobrando. Foi difícil  encontrá-lo na rede (quer dizer, “difícil”, levou uns cinco hits no Google – aposto que o vizinho da frente do QG 21, de sete anos, faria mais rápido). Ele nasceu na Nigéria e foi desenvolvido nas tradicionais categorias de base do Badalona, de Rubio e Rudy Fernández. Subiu ao profissional pelo clube, mas nunca vingou e vagou pelas divisões abaixo da elite. Aposentou-se em 2011 pelo time B do Barcelona. 🙁

Félix Herráiz nem página na Wikipedia tem. Um texto de 2009 no site da FEB, a CBB deles, que nos ajuda a falar sobre seu paradeiro. A manchete: “O júnior de ouro no esquecimento”. Já viu, né? Nascido nos arredores de Valência, era o camisa 12 e viu sua carreira ser sabotada por uma grave lesão no joelho. Abandonou as quadras em 2002 e virou técnico.

José López Valera se formou na base do Real Madrid, mas também não foi muito longe no profissional, tendo nessa conquista juvenil o maior feito de seu currículo (un junior de oro toda a vida). O pivô Antonio Bueno teve uma carreira sólida na ACB até 2010 (quando sofreu um feio acidente de carro), assim como Berni Rodríguez, que jogou por um tempão na seleção principal. O pivô Germán Gabriel, companheiro de Lucas Bebê no Estudiantes, talvez viva hoje sua melhor fase. O restante dispensa comentários.

Para o basquete espanhol, essa imagem deve ser a mais rica de toda a sua história, aquela mais cheia de significados.

Das dez medalhas que o país conquistou em Eurobaskets, metade foi conquistada de 2001 para cá. As outras cinco saíram entre 1935 e 1999. Mundial? Apenas o ouro de 2006. Olimpíadas? Ok, uma prata em 1984, mas duas em 2008 e 2012.  Dá para ter uma ideia do que foi a Roja antes e depois dessa geração, né?

Quer ver mais fotos deles adolescentes? Aqui no site da Liga ACB.

*  *  *

Pau Gasol, creiam, terminou aquele europeu sub-20 com médias de 6,4 pontos e 3,7 rebotes (veja todas as estatísticas), jogando pouco mais de 12 minutos por partida – jogu menos que Drame, ala atlético, que tinha mais de 20 minutos por embate. Dois anos mais tarde, Pau seria a escolha número três do Draft da NBA, logo atrás de Kwame Brown e Tyson Chandler.

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Juan Carlos Navarro foi o cestinha do time espanhol na campanha, com 14,6 pontos por jogo. Durante a campanha, ele atirou em média 4,0 bolas de três pontos por duelo, acertando 43,8% delas. La Biribinha!

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Raúl López acumulou 203 minutos em oito jogos, com 26 assistências. Calderón? Apenas 79 minutos em sete, com apenas dois passes para a cesta.

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No Brasil? Luiz Gomes resgatou no Draft Brasil ainda este ano um artigo antigo de Guilherme Tadeu para falar sobre o fiasco que é o nosso basquete na hora de aproveitar seus talentos da base, mesmo aqueles que conseguem algum sucesso pelas seleçãozinhas. Se tiver estômago, clique nos links acima. Enquanto Guilherme falava de uma turma de 1999, Luiz nem precisou ir muito longe, resgatando a trupe semifinalista do Mundial de 2007 para detectar o quão enferrujada e é a nossa máquina de desperdiçar talentos.


A NBA em números: Scott Machado, Kobe, Calderón e um pouco mais para entender a liga
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Giancarlo Giampietro

Abrimos o ano do Vinte Um com um apanhado de números que repassa algumas histórias que vão correndo pela NBA:

Daequan Cook, na fila do desemprego

Daequan Cook foi mais um jogador chutado para fora de Houston enquanto Scott fica por lá

– US$ 8,8 milhões foi a quantia que o Houston Rockets já gastou em salários de jogadores que nada ou mal aproveitou neste campeonato e foram chutados para fora, enquanto o armador Scott Machado segue no elenco, apesar de seu contrato não-garantido. Isto é, apesar da longa estadia na D-League ou no banco de reservas de Kevin McHale, os U$ 3 milhões consumidos pelo último dispensado, o ala Daequan Cook – que deu lugar ao ex-Spur James Anderson, com apenas dois meses de temporada –, são mais três milhões de razões que sinalizariam a confiança do clube no brasileiro nova-iorquino. Atualização: a imprensa em Houston dá como certo o interesse do time no ala-armador Patrick Beverley, um jogador muito atlético que deixou cedo o basquete universitário sem emplacar na NBA e, desde então, se fixou como uma promessa na Europa. Ainda não está claro quem seria cortado para que ele ser contratado…

7.964 pontos separam Kobe Bryant de Kareem Abdul-Jabbar pelo topo da tabela de cestinhas históricos da temporada regular da NBA. Sua média de pontos hoje é de 30,3. Caso ele não perca nenhum jogo até o fim da temporada regular e sustente este ritmo, terá diminuído essa contagem para 6.419. Para bater, então, a marca do ator de Lew Alcindor, digamos, nos próximos quatro anos, o ala do Lakers teria de sustentar uma média de 19,6 pontos, contando que jogasse as 82 partidas sempre. Neste campeonato ele já superaria, de todo modo, o mítico Wilt Chamberlain como o quarto maior pontuador da liga.

34% é o quanto o Golden State Warriors, no momento, vem melhorando seu aproveitamento em comparação ao ano passado, sendo a equipe que mais subiu de produção. A franquia californiana realmente é a grande surpresa do campeonato, e a surra que eles deram no Los Angeles Clippers veio para comprovar isso. Num milagre do basquete, o técnico Mark Jackson, assistido por Brendan Malone, conseguiu colocar o Warriors entre as dez defesas mais eficientes da liga, em nono, acima do Oklahoma City Thunder.

David Lee: uma enterrada para Blake Griffin assistir

David Lee e o Warriors são a grande surpresa da temporada e um dos times acima dos 50% de aproveitamento numa liga equilibradíssima. Já vamos falar mais dos caras

20 clubes têm mais vitórias do que derrotas ou flertam com um aproveitamento de 50%, num dos campeonatos mais equilibrados em muito tempo. Apenas Wizards, Cavs, Hornets, Hornets, Pistons, Suns, Magic, Raptors, Kings e Mavs por enquanto estão distantes de um retrospecto respeitável, situados na casa dos 30% de aproveitamento. O Leste agora contribui mais para essa maior competitividade, com sete clubes vencendo mais do que perdendo e seis com saldo positivo de cestas – pode parecer pouco, mas, levando em conta o que vimos da conferência nos últimos anos, é um baita avanço.

– Se o Oklahoma City Thunder tem a melhor campanha, com 77,4% de aproveitamento, 9,0 é o saldo de pontos do Spurs, o melhor da temporada, seguido de perto pelos 8,4 de Clippers e do próprio Thunder. Quanto maior esse número, maiores as chances da equipe no campeonato, segundo as estatísticas indicam. Para constar, o Bobcats é quem mais tomou sacoladas até aqui, com saldo negativo de 8,4, pior mesmo que o do lanterninha Wizards (-7,9). Ainda assim, a temporada da franquia de Michael Jordan só pode ser considerada um sucesso até agora, com oito vitórias. Oito! Boa!

0. Zero mesmo: o Toronto Raptors aniquilou o Portland Trail Blazers nesta quarta-feira sem contar com nenhum ponto de seus dois excelentes principais armadores, o Zé Calderón e o Kyle “Pittbull” Lowry. Eles jogaram por 45 minutos e tentaram apenas três arremessos de quadra, sendo dois para Lowry em 22 minutos e um para o espanhol em 23. Incrível. E quer saber mais? Juntos, eles somaram 22 assistências das 34 da equipe. Foram também 34 assistências para 41 cestas de quadra. Para comparar: o terceiro armador dos canadenses, John Lucas, completou os 48 minutos da rotação  e não perdeu tempo: meteu logo três pontos em seus três minutinhos de quadra.Sensacional. O técnico Dwane Casey deve ser um homem feliz nesta quinta. Depois de um início de campanha claudicante, o Raptors vem crescendo e pode entrar na briga por uma vaga nos playoffs daqui a pouco.

José Calderón x Kyle Lowry

Calderón e Lowry, nossos heróis altruístas da noite


Jogo de pôquer entre os favoritos ao pódio em Londres chega ao fim
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Giancarlo Giampietro

Durante as últimas duas semanas, com uma série de amistosos no basquete, a frase mais repetida em diversos idiomas foi esta daqui: “Mes ne rodyti viską*”.

É uma combinação de palavras lituanas que quer dizer  algo simples como “Nous n’allons pas montrer tout” em francês, que quer dizer “We will not show everything” em inglês, que quer dizer, por fim, “Não vamos mostrar tudo” em português.

LeBron e sua poker face

LeBron e sua poker face

Grandes favoritos, EUA e Espanha se enfrentaram nesta segunda-feira. Brasil e Austrália, que se encaram na estreia, jogaram domingo. A Argentina, que ainda sonha alto com sua geração dourada, não se esquivou dos norte-americanos, espanhóis e de dois clássicos contra os brasileiros.

Tudo muito indiscreto, não?

Agora, independentemente dos resultados desses embates, a frase antes e depois das partidas girava em torno desse mote: teriam escondido o jogo até agora.

Como disse José Calderón antes da derrota para os EUA: “Você não vai mostrar muitas coisas”. Seu compatriota Pau Gasol postou no Twitter: “Não conseguimos hoje, mas espero que tenhamos aprendido algumas coisas para um eventual próximo jogo”.

Do outro lado, o vitorioso, LeBron James falou o seguinte: “Não mostramos todas as nossas cartas ainda. Temos muitas opções, mesmo, e tantas coisa que podemos fazer com nosso time. A melhor coisa sobre a vitória foi que melhoramos, mas ainda temos espaço para evoluir e mais cartas para mostrar.”

Em ótima fase para tudo, LeBron usou realmente o termo mais apropriado. Teoricamente, o que vimos nas últimas semanas um foi baita jogo de pôquer entre mentes mirabolantes de treinadores e gigantes atléticos na quadra.

O quanto cada um revelou e blefou? Impossível dizer. A partir de sábado, as respostas, enfim, começam a aparecer, e mal podemos esperar.

*Confiando no tradutor do Google, ok? Se tinha dúvida, em chinês fica desta maneira: “将不会示一切”; em russo, sai assim: “Мы не будем показывать все”., 


Prévia olímpica: Espanha se apresenta como a grande resistência à revolução dos EUA
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Giancarlo Giampietro

No título postado acima, a palavra-chave é “grande”.

Se os Estados Unidos estão, digamos, desencanando de jogar com pivôs tradicionais nas Olimpíadas, seja por opção tática ou porque não tinham outra solução, a Espanha ainda aposta em uma versão mais tradicional, com duas torres no garrafão. Os irmãos Gasol estão aí para isso.

Poupado (estrategicamente?) do amistoso desta terça contra os próprios EUA, Marc Gasol está listado oficialmente pela NBA como um jogador de 2,16 m de altura. Já seu irmão mais velho, Pau,  tem 2,13 m. São bem grandes. Sem falar no Serge Ibaka, de 2,08 m, que impressiona mais pela capacidde atlética e envergadura.

Pau e Marc Gasol dividem um toco

Do lado norte-americano, o discurso é de que eles não se importam muito com isso. “Há muitos grandões que não conseguem jogar. Há jogadores mais baixos que são melhores que eles. Já vimos Griffin encarar o Marc Gasol. E esses duelos valem dos dois lados: eles precisam marcar nossa rapidez e velocidade”, afirmou Jerry Colangelo, o chefão da equipe norte-americana, grande responsável sobre a revitalização das seleções do país.

O problema nesse raciocínio é que, além de gigantes, os dois barbudos sabem jogar, e muito. Chutam de média distância. São ótimos passadores. Jogam bem de frente e costas para a cesta. O que deixa os espanhóis bastante confortáveis a respeito.

Em enquete promovida pelo site HoopsHype com seis jogadores da atual campeã europeia, Marc Gasol e José Calderón tentaram esconder o jogo quando questionados sobre qual seria a fraqueza dos grande rivais pelo ouro, mas o restante não se aguentou. “Jogando com Pau, Marc e Serge IBaka, temos uma vantagem importante”, disse Rudy Fernández. “Algumas vezes eles não vão ter pivôs no garrafão, então com Serge e os irmãos Gasol acho que podemos machucá-los um pouco”, disse Juan Carlos Navarro. Sergio Rodríguez e Victor Claver assentiram.

Pau e Marc GasolAgora… A parte em que Colangelo fala sobre o jogo ser disputado dos dois lados não deixa de ser verdadeira também. Mesmo que o Griffin por ele citado tenha se lesionado depois, o conceito pregado pelo cartola e aplicado praticamente pelo Coach K vale da mesma forma. O próprio Rudy Fernández  concordou: “Quando eles atacarem, vamos ter dificuldades, porque eles são menores e se mexem muito bem pela quadra”.

Com Splitter, Varejão e Nenê, o Brasil seria também uma equipe capaz de criar esse tipo de problema para os norte-americanos com seu tamanho. Por outro lado, sabemos que nenhum dos três tem a categoria de um Pau Gasol.

De resto, em termos de garrafão e formações mais tradicionais, não há muito o que temer, não, como analisamos neste post aqui.

Outro ponto importante: não é que os Estados Unidos tenham apenas seus homens de garrafão mais velozes do que a média. Apostar corrida com Russell Westbrook, Andre Iguodala e Chris Paul também não é fácil.

Ficamos, então, diante daquele jogo de gato-e-rato que torna o basquete um esporte taticamente especial.

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No torneio masculino, pelo menos nós “voltamos a falar de basquete”

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