Vinte Um

Arquivo : Jason Kidd

Doc Rivers conta como pretende usar Leandrinho em Boston
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Leandrinho vai sair do banco do Boston Celtics, provavelmente para substituir Rajon Rondo, mas isso não quer dizer que Doc Rivers vá forçar a barra e querer transformar o brasileiro num armador. Conforme escrito aqui há alguns dias, a gente sabe muito bem no que isso ia dar. Ufa.

Rajon Rondo e Doc Rivers

Doc escolhe um comitê para poupar Rondo

Na verdade, quando tiver de descansar Rondo por um tique e um taque, Rivers deve adotar a armação, condução da equipe por comitê. Vários jogadores em quadra que possam carregar a bola de modo decente e tocar o barco a partir daí. “Eu amo sua velocidade e sua habilidade para levar a bola, mas não temos um armador reserva, o que temos é mais um carregador de bola. Nossa teoria é que, se jogarmos três carregadores  de bola na quadra, alguém vai poder subir com ela – e este é o modo como vamos jogar com nossa segunda unidade”, explicou o técnico.

O bom é que Leandrinho já sabe o que o espera. Em entrevista ao Basketeria, já em Boston, ele afirma que foi informado sobre a escalação de Courtney Lee como titular e que ele jogaria ao lado de Jason Terry. “Vai ser difícil para um time que tiver marcando a gente porque vai ter que marcar um ou marcar outro, um vai ter que ficar livre”, afirmou, confiante.

Aqui é hora de colocar um bedelho: tanto Terry como Leandrinho estão acostumados a advogar em causa própria. Os dois reservas começaram suas carreiras com a esperança de se transformarem em armadores – Terry em Atlanta, Leandrinho em Phoenix –, mas esses experimentos foram abortados um ou dois anos depois pelos clubes. Passaram a ser aproveitados essencialmente como finalizadores, como os pontuadores saindo do banco de reserva para manter o pique de seus times no ataque. Como o próprio brasileiro afirma: “O Jason Terry tem mais ou menos o mesmo jogo que eu, eu gosto mais de ir lá dentro na cesta, ele gosta mais daquele chutinho de dois pontos. Mas eu tenho certeza que a gente vai se entender”.

Não vejo problemas de ego interferindo nesta situação. A dificuldade é assimilar apenas a química em quadra com o restante da equipe – Jeff Green e Jared Sullinger ou Brandon Bass, que não vão ficar muito contentes se alienados no ataque. Conduzir a bola é uma coisa. Fazer isso com a cabeça erguida, para criar para os outros é bem diferente.

Um ponto interessante na resposta do brasileiro sobre a dupla com Terry foi citar que o veterano jogava em Dallas ao lado de atletas semelhantes como Rodrigue Beaubois e Delonte West. “Então ele tá acostumado a jogar nesse situação de combo-guard”, disse. Isso mostra o quão preparados os atletas da NBA são. No sentido de que, antes de se reunir para valer com os técnicos e companheiros, Leandrinho já guardava essas informações na cabeça, num reflexo do trabalho de scout e repasse de dados, vídeos e obsevações que cada clube faz com seus jogadores.

Doc Rivers

What’s up, Doc?

Só um porém: Terry, na verdade, dividia a quadra por mais tempo com um certo Jason Kidd, simplesmente um dos armadores mais brilhantes que a NBA já teve. Um Kidd já envelhecido, cada vez mais limitado ao passe, que só conseguia uma ou duas bandejas por temporada – se feitas no contra-ataque, isolado na banheira. A pont de Terry ter muito volume de jogo com seus arremessos de média e longa distância para compensar a retidão do parceiro. Outro detalhe desse par que funcionava bem: mais alto e muito mais forte, Kidd cobria os alas na defesa, preservando Terry, que ficava na marcação dos armadores. (Para completar e constar: Delonte West também sempre foi mais passador do que o brasileiro. Beaubois, sim, é um atleta bem parecido em termos de ligeirinho).

A combinação entre Terry e Leandrinho é só mais uma peça que Rivers vai ter de encaixar em sua ajeitada máquina. No time titular, as coisas pouco mudam. De todo modo, o treinador tem um bom número de reforços para entrosar e envolver. Então sabe que precisa de um pouco de paciência para o time render de acordo com seu potencial – e a expectativa lá é brigar, sim, pelo título.

“Espero que tenhamos um ótimo início, mas também sou realista para saber que vamos estar bem longe de nosso melhor basquete na noite de abertura comparando com o que teremos no final da temporada, porque nós temos a habilidade de usar um monte de combinações diferentes”, afirmou. “Mesmo que possamos usá-las, elas têm de funcionar. Elas têm de se adequar. E leva tempo para a química e entrosamento. Apenas leva tempo. Considerando os diferentes grupos que podemos por em ação, acho que vai levar ainda mais tempo.”


O Fantástico Mundo de Ron Artest: “O show tem de continuar”
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

*  *  *

Nash, escoltado pela paz mundial

Nash, o mágico das quadras, tem de ir para Las Vegas, diz Artest

Ron Artest, o Metta World Peace, ainda com problemas na defesa, justamente aquilo de que ele se orgulha horrores, e é tudo culpa de Steve Nash. E não que o ala esteja se desdobrando nestes jogos de pré-temporada, na qual o Lakers sofreu já duas vitórias, para cobrir por seu novo armador, que não é exatamente um marcador renomado.

O que pega é que Ron-Ron afirma que fica tantas vezes boquiaberto com os passes de Nash no ataque que ele se esquece de se arrumar para defender. “Na metade das vezes, eu não volto para a defesa depois de termos feito uma cesta. Eu fico viajando pensando no que havia acabado de acontecer”, afirmou.

Por isso, nosso anti-herói não vai se conformar enquanto não ver o novo companheiro com seu próprio show de mágica. Mágica, mesmo. Em Las Vegas. “Eles deveriam colocar sua foto no hotel Flamingo, uma foto posada dele girando a bola no dedo, com a língua de fora”, elaborou. “Podia ter um monte de strippers em volta dele, nuas, cobertas com um chapéu.”

Em 2007, o blogueiro aqui fez suas andanças por Vegas, para cobrir o Pré-Olímpico masculino – e ganhar US$ 200 na roleta, perdidos devidamente na noite posterior, e não passou disso. What happens in Vegas… Ok?

Mas, bem, naquele ano,quem tinha sua foto impressa na fachada do hotel Flamingo era a cantora Toni Braxton, residente da casa, com um espetáculo interminável. Nash deveria desbancá-la, na opinião de Ron-Ron. (Toni Braxton, a propósito, que já foi alvo de briga entre Jamal Mashburn e Jim Jackson lá em meados dos anos 90, quando eles formavam os Três Js com Jason Kidd, num time promissor que ruiu devido ao amor dos dois pela diva. Maravilha!)

Da mesma forma que Artest ainda tenta se familiarizar com o talento de Nash, o canadense agora precisa se acostumar com esta mente efervescente ao seu lado. “Não sei de onde ele tira isso”, afirmou. “Ele precisa de um show próprio desesperadamente.”

The show must go on!

*  *  *

O risco é todo seu, mas segue um vídeo de Metta World Peace fazendo uma apresentação de stand up no clube Improv, em Orange County – The O.C., lembram?

*  *  *

E, para emendar, ou destroçar, o coração dos apaixonados neste feriadão, Toni Braxton! E o risco, novamente, é todo seu:


Começa a pré-temporada da NBA: veja quem tem mais trabalho pela frente
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Vamos tirar essa gracinha da frente logo de cara: Charlotte Bobcats, Washington Wizards, Sacramento Kings e Golden Sate Warriors, os tradicionais sacos de pancada das últimas temporadas, têm muito trabalho pela frente. Não fosse assim, seria muito estranho.

Mas não são apenas os times habituados a frequentar a imaginária zona de rebaixamento que têm muito o que fazer a partir desta semana, com o início dos valiosos, mas enxutos training camps da NBA.

É o único período livre, limpo para valer que os treinadores têm para aprimorar suas equipes. Durante as férias, alguns jogadores e assistentes se reúnem informalmente para exercitar fundamentos, refinar habilidades.

Mas é só em outubro, mesmo, que eles conseguem se agrupar de modo organizado, oficialmente, para passar o plano de jogo para a temporada, integrando eventuais novos conceitos e reforços.

(Vamos nos concentrar aqui só nos times que aspiram a voos maiores, ok?)

Mike Brown tem trabalho pela frente

Um training camp crucial para Mike Brown, Kobe e Lakers

Pensando em novos jogadores, inevitável mirar o Lakers, mesmo que Dwight Howard ainda esteja se recuperando de uma cirurgia nas costas. Pois o que requer o maior ajuste para a equipe, na verdade, é a presença de Steve Nash. Os angelinos não tinham um armador desse calibre, com sua criatividade, habilidade e eficiência desde… Vocês sabem quem. E, não, não se trata de Nick Van Exel.

Se fosse para Nash assumir um papel de Derek Fisher e Steve Blake – leia-se “cruze o meio da quadra, passe para o Kobe e fique do outro lado esperando, se pá, a bola” –, até poderia dar certo. Afinal, ele é provavelmente o melhor chutador que a liga já teve. Mas não faria sentido, né? Seria um desperdício daqueles. Que Mike Brown e seus astros encontrem a melhor maneira de fazer a máquina andar até acrescentar seu novo superpivô.

Ainda em Los Angeles, com menos apelo (durou pouco o oba-oba, o Lakers não ia deixar mesmo), Vinny Del Negro também tem muito do que cuidar no Clippers com as chegadas de Lamar Odom, Grant Hill e Jamal Crawford e o retorno de Chauncey Billups. Eles não mudam drasticamente as características do clube, mas o fato é que o contestado treinador vai precisar de muita diplomacia para administrar minutos e arremessos entre seus atletas.

No Oeste, porém, quem deve mais testar sua paciência atende pelo nome de Rick Carlisle. O técnico do Mavericks tem de integrar Darren Collison, OJ Mayo, Elton Brand, Chris Kaman e mais três novatos a sua rotação. Do time campeão em 2011, só sobraram Nowitzki, Rodrigue Beaubois e Dominique Jones, sendo que esses últimos dois mal jogavam. Dureza.

Amar'e Stoudemire e Carmelo Anthony

Stoudemire e Melo vão se entender, enfim?

Do outro lado, no Leste, o trabalho começa em Nova York: a) tanto para o Knicks, pelo qual Mike Woodson, com uma ajudinha de Jason Kidd (e Prigioni??), faz seu primeiro training camp como chefe, com a missão de encontrar algum jeito de entrosar Carmelo Anthony e Amar’e Stoudemire, após os baixo e baixo entre os dois nas últimas temporadas; b) como pelo Nets, em que Avery Johnson recebe Joe Johnson, Mirza Teletovic e Brook Lopez de volta e tem como desafio a montagem de uma defesa forte com marcadores suspeitos.

Por fim, o 76ers, daqueles times que se destacou na temporada passada por seu empenho coletivo, sem uma referência, agora se reformula com a chegada de Andrew Bynum, que sonhava há anos em ser alimentado sem parar. A movimentação de bola, o espaçamento dos jogadores, a cobertura defensiva e muitos outros detalhes mudam radicalmente com um jogador desses.


Pânico em NY: Knicks contrata armador, e Linsanidade pode ir para Houston
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

A gente vem repetindo aqui no Vinte Um a pergunta: “Você se lembra do Jeremy Lin, né?”, em tom de brincadeira. Mas essa brincadeira, nesta tarde de domingo, parece ter ficado muito séria, com a especulação histérica em Nova York sobre a possível partida do jogador para o Houston Rockets, o mesmo clube que o havia dispensado em dezembro do ao passado.

Jeremy Lin negocia com o RocketsRecapitulando: or dois meses neste ano o armador sino-asiático formado em economia em Harvard e recolhido nas sobras da NBA peo Knicks foi o maior nome do esporte. Ele era o evento de um homem só no maior centro econômico do mundo, deixando Manhattan em polvorosa.

Vieram, então, quase que de uma só vez: a demissão do técnico Mike D’Antoni, cujo sistema alavanca a carreira de armadores com impressionante facilidade, a incompatibilidade com Carmelo Anthony  e uma lesão no joelho, e o conto de fadas foi congelado. O Knicks seguiu competitivo rumo aos playoffs, o clima de euforia em torno do armador deu uma boa esfriada e no ar ficou em algo como: “Em breve, nos melhores cinemas, Lin retornará. Por ora, segue a vida”.

Desde o sábado, porém, os tablóides e blogueiros não sabem o que pensar da vida, a partir do momento em que vazou a notícia de que o clube nova-iorquino estava negociando o retorno de Raymond Felton em (mais uma!) troca maluca com o Portland Trail Blazers. Não demorou nem um segundo para que eles, então, juntassem as peças: ué, se Jason Kidd e Pablo Prigioni já estão sob contrato, com a chegada de Felton, já são três armadores… E o que fazer com Jeremy?

Jeremy, aquele mesmo da Linsanidade, recebeu uma nova proposta venenosa do Houston Rockets: os texanos estão dispostos a pagar algo em torno de US$ 25 milhões por três anos. Os ‘Bockers poderiam cobrir facilmente esse valor pelo agente livre restrito, não fosse um detalhe caríssimo: o terceiro ano de contrato vale cerca de US$ 15 milhões – em vez da oferta anterior discutida, de quatro anos e duas parceias de US$ 8 a 9 milhões nos terceiro e quarto anos, que essa, sim, o Knicks considerava “tranquila” de resolver. De acordo com o contrato que Lin assinou, as contas nova-iorquinas explodiriam na temporada 2014-2015, por conta do que já pagariam a Carmelo, Stoudemire e Tyson Chandler e o clube teria de pagar uma multa muito alta. Até mesmo pros padrões elevados deles.

(Um causo engraçado dessa trama toda foi a direção do Knicks evitar os representantes do Rockets por dias. Não responderam telefonemas, e-mails por um tempão até serem encontrados e receberem a papelada. Piada. Quando veio o acerto por Felton, aí essa “fuga” fez mais sentido.)

Jeremy Lin, ex-Houston Rockets

Lin, que já foi um ex-Rocket, agora pode ser ex-Knick. E quem imaginaria uma coisa dessa?

São três dias, agora, para pensar a respeito e, ao mesmo tempo, sentir a repercussão pública. Ainda não há nenhuma palavra oficial a respeito. Eles podem cobrir a oferta, apostando no potencial de Lin – tanto em quadra como, principalmente, no mercado (vendeu muito merchandising, elevou o preço dos ingressos do clube, aumentou a cotação do grupo MSG na bolsa etc). Mas a contratação de Felton parece apontar a franquia para outros rumos, a não ser que decidam atuar com dupla armação e Jason Kidd marcando na posição 2, descongestionando, assim, sua rotação de perímetro. Se Terry e Barea atuaram juntos com  Kidd em Dallas, por que não tentar com o queridinho de Chinatown e demais vizinhanças? O Bala, agora há pouco, escreveu para estranhar esse desinteresse.

O ala-pivô Jared Jeffries, envolvido no negócio com o Portland, já fala como se Lin fosse passado: “Nunca imaginei que eles o deixariam ir”. O New York Post evoca “fontes” (anônimas) que garantem a saída do sino-americano.

Será que Lin vai, mesmo, para o Rockets?

Seria mais uma virada incrível em sua trajetória já cinematográfica.


Mercado da NBA: panorama da Divisão Atlântico
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. A partir desta quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quarta, resumimos o Leste. Confira o rolo em que cada franquia da Divisão do Atlântico se meteu, ou não, abaixo:

Boston Celtics: a casa do quinto brasileiro da liga, o pivô Fabrício Melo, draftado como um projeto de longo prazo de um time que joga para vencer agora. O chefão Danny Ainge cuidou bem para que tivesse bastante espaço em sua folha salarial neste mercado. Muitos esperavam uma drástica reformulação no elenco. No fim, ele manteve sua base, renovando contrato com Kevin Garnett e Brandon Bass e acertando o retorno de Jeff Green, que ficou afastado do último campeonato devido a uma cirurgia no coração. Ainda assim, o técnico Doc Rivers lamentou muito a traumática saída de Ray Allen, que decidiu se transferir simplesmente para os arquirrivais do Miami Heat. Os boatos dão conta de que o veterano ala já não se bicava com Rajon Rondo de modo algum e ainda estaria com o orgulho bastante ferido por ter sido envolvido em diversas negociações (fracassadas) de Ainge nos últimos meses.  Como compensação, chega o tresloucado e ainda eficiente Jason Terry, de Dallas.

Deron ficou no BrooklynBrooklyn Nets: O  gerente geral Billy King conseguiu segurar o armador Deron Williams, renovou com Gerald Wallac e trouxe o ala Joe Johnson em uma troca –o salário absurdo do ala pouco importa para o bilionário Mikhail Prokhorov e, mais importante, Williams admitiu durante os treinamentos com a seleção norte-americana que sua contratação pesou muito na decisão de ficar no Nets. O bósnio Mirza Teletovic, destaque no basquete espanhol nas últimas temporadas, também é reforço. Já é o bastante? Nada, King ainda está pendurado no telefone tentando encontrar algum meio de resolver a saga que virou a tentativa de contratar Dwight Howard.

New York Knicks: o time de Manhattan agora tem um vizinho barulhento nas fronteiras nova-iorquinas e  teve de se virar para se manter em evidência no mercado. Se a negociação por Steve Nash naufragou, o clube ao menos vai poder contar com os veteranos Jason Kidd e Marcus Camby em atividade no Madison Square Garden na próxima temporada, na tentativa de trazer estabilidade ao seu elenco. Os alas JR Smith e Steve Novak renovaram. Ah, e você se lembra do Jeremy Lin? O armador aceitou uma proposta do Houston Rockets, mas o Knicks tem o direito de renová-la, não importando que tenham de pagar zilhões de dólares em multas a partir de 2015. Afinal, ele já rendeu mais que zilhões de dólares para a franquia em menos de seis meses. Já o ala Landry Fields pode ser o queridinho de Spike Lee, mas nem James Dolan parece disposto a cobrir a oferta feita pelo…

Camby em sua primeira passagem pelo Knicks

Camby, há 10 anos, pelo Knicks

Toronto Raptors: Steve Nash frustrou muitos nova-iorquinos, mas partiu o coração dos radicais torcedores do Raptors, que sonhavam com sua contratação para que ele, enfim, vestisse o uniforme de Capitão Canadá.  Pior: na tentativa de detonar os planos do Knicks, Bryan Colangelo encaminhou proposta para Fields que deixou muita gente perplexa. Seu plano era sabotar as negociações dos concorrentes com o Phoenix Suns. Mal sabia ele que havia mais gente poderosa no páreo. Como consolação, o dirigente fechou a contratação de Kyle Lowry em sequência. Ele pode não ter o apelo de Nash, mas é mais jovem, marca muito mais e vem em evolução contínua na sua carreira. Ainda falta assinar com o jovem pivô lituano Jonas Valanciunas.

Philadelphia 76ers: era o último ano de contrato, valendo US$ 18 milhões, mas o Sixers decidiu que não valia esperar: resolveram anistiar o ala-pivô Elton Brand pra já, mesmo, limpando sua folha salarial ­– embora tenha ainda a obrigação de arcar com o pagamento do veterano – para investir em outros atletas, como o ala Nick Young e o pivô Spencer Hawes, que vai ganhar um aumento em sua renovação contratual. Por enquanto é isso, mas há uma tímida expectativa de que o time possa se movimentar mais nas próximas semanas.  O ala novato Moe Harkless é mais um atleta de primeiro nível para o elenco.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Central e Sudeste.

Na quinta, passamos a limpo aqui a Conferência Oeste.


Mark Cuban contra… o Mark Cuban Mutante Russo!
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Mikhail Prokhorov em Londres

Se Prokhorov quiser comprar uma ponte só para ele em Londres, vai fazer. Não tem jeito

Quando o Dallas Mavericks passou a limpar terreno, praticamente se declarando publicamente pelo Deron Williams, sabíamos que algum magnata iria sofrer de um modo ao qual não estava acostumado.

Ou Mark Cuban, o emblemático dono do Mavs, ou Mikhail Prokhorov, o Mark Cuban Mutante Russo dono do Brooklyn Nets, então empregador do armador. Vantagem, então, para aquele que luta kickboxing.

Para cortejar Deron – inicialmente Dwight Howard e Chris Paul eram para estar livres, mas ambos optaram por adiar suas entradas no mercado –, o clube texano decidiu implodir seu time que mal havia conquistado um campeonato tão sofrido. Jogaram uma campanha toda pelo ralo na esperança de reconstruir seu elenco e ser competitivo num mundo, teoricamente, bem diferente, de acordo com as novas regras trabalhistas da liga. “Se eles (Nets e outros times) gastarem em contratos ruins, particularmente contratos assinados de acordo com as regras anteriores (alô, Joe Johnson), então não importa o quanto você vai gastar, não vai dar certo.”

Cuban se defende desta forma: “É  melhor perder o jogador certo do que assinar o jogador errado”, vem repetindo como mantra, desde que permitiu que Tyson Chandler, JJ Barea e outros fossem embora. Só não contava perder o Jason Kidd também. Ou não importa?

Mark Cuban, dono do Dallas MavericksO problema para Cuban é que para o russão bilionário, um dos homens mais ricos do mundo (meeeesmo), não há acordo administrativo que o impeça de investir e conquistar. Se ele tiver de pagar US$ 100 milhões em taxas e achar isso divertido, vai fazer. Principalmente agora com as eleições em seu país bem distantes, seu clubinho de NBA parece ter atraído sua atenção novamente. Aí segura.

Estamos falando de um sujeito que, só na quinta-feira passada, lucrou US$ 26,37 milhões com seus investimentos. Compreende? São US$ 26,37 milhões só de um dia, que é o bastante para pagar o salário de uma temporada de Deron, sobrando dinheiro ainda para Mirza Teletovic. Muita grana, e não há previsão que esse panorama mude tão cedo.

Não deixa de ser irônico. No final dos anos 90, início dos 00, Cuban era visto como o vilão gastão da história. Agora não consegue lidar com sua versão mutante russa.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Prokhorov em sua encarnação passada.


Rumo ao Knicks, Kidd e Camby são mais 2 vovôs a cacifar na NBA
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Aos 39 anos, um dia depois do acerto de Steve Nash com o Los Angeles Lakers, Jason Kidd foi mais um veterano a surpreender no mercado da NBA e mudar de clube. Na semana passada, ele chegou a um acordo verbal com o New York Knicks, se desligando do Dallas Mavericks pela segunda vez na carreira.

Os termos do contrato de Kidd ainda não foram divulgados, mas as informações preliminares indicam que seria algo em torno de US$ 9 milhões por três temporadas. Fazendo as contas, ele jogaria até os 42. Camby iria até os 41, já que seu contrato também é de três anos, sendo o terceiro apenas parcialmente garantido.

Jason Kidd

Jason Kidd diz adeus a Dallas

Rapidamente: Kidd vem de sua temporada mais fraca na liga, com as menores médias de minutos, pontos, rebotes e assistências em seu jogo não mais tão dinâmico. Ainda assim, para o Knicks, é uma contratação perspicaz: o armador é extremamente respeitado pela nova geração e leva para a Big Apple uma influência apaziguadora, tentando fazer a ponte entre Amar’e e Carmelo – distância que em alguns momentos do campeonato passado parecia mais larga que o próprio Rio Hudson.

Já Camby se apresenta como um ótimo defensor na reserva de Tyson Chandler, fortalecendo a rotação de garrafão do Knicks com Amar’e Stoudemire. Ele retorna ao clube pelo qual viveu grandes dias na temporada 1999, alcançando a final para surpresa geral, no lugar de Patrick Ewing.

Agora, em termos de um grande cenário, é curioso ver como os vovôs estão lucrando nestas férias. Nash, 38, vai assinar por algo em torno de US$ 27 milhões por três anos. Mesma duração do novo contrato que será firmado entre o Boston Celtics e Kevin Garnett, 36, em vínculo de cerca de US$ 34 milhões. Teve também a ‘traição’ (nas palavras de Jarret Jack, veja bem) de Ray Allen, que trocou o Boston Celtics pelo Miami Heat.

Bela “aposentadoria” para a turma, não? Falta apenas Tim Duncan decidir se segue ou não jogando. Pelo Spurs, óbvio.

Não chega a surpreender. A preparação física, os cuidados alimentares, tratamentos médicos, todo esse conjunto em torno do desenvolvimento atlético dos jogadores só evoluiu nos últimos anos. Quem quiser vai se cuidar. É recomendável que não sejam exigidos por mais de 40 minutos de jogo? Claro. Pode ser que eles quebrem a qualquer jogo? Pode.  Mas, por enquanto, se não há sinal claro que indique isso, os cheques vão sendo cruzados sem controle.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Jason Kidd em sua encarnacão passada.


O período mais insano da NBA
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Acha que já era suficiente a loucura que vimos nos últimos meses pela temporada compensada pelo locaute? Que foi maluquice que o Draft tenha quase emendado com as finais, dando pouco tempo para muitos clubes se prepararem?

Deron Williams, cobiçado no mercado

Uma bolada Deron vai ganhar, certeza. E o restante?

Segure-se, que o período mais insano da NBA só está começando. Desde a meia-noite de domingo, os clubes foram autorizados a entrar em contato com agentes, pais, amigos, puxa-sacos e com os próprios jogadores em si, na tentativa de compor seus elencos para o próximo campeonato.

Os nomes mais badalados vocês já sabem: Deron Williams, que se reúne com Nets e Mavs nesta segunda, Jason Kidd, que definiu um raro “tamo-junto” com Deron, Steve Nash, que já andou conversando com o Raptors, Roy Hibbert, já apalavrado para assinar proposta gigantesca com o Blazers, tendo o Pacers o direito a cobrir, Ray Allen, Eric Gordon, Jeremy Lin etc.

Mas pensem o seguinte: esses são os destaques, aqueles que estavam para receber bem de qualquer jeito. Quando eles definirem seus destinos, ainda haverá muitas vagas abertas e, principalmente, muito dinheiro a ser gasto.

Nick Young, Randy Foye, Jamal Crawford, Jeff Green, Greg Stiemsma, Jordan Hill, Kirk Hinrich, Brandon Rush, Alonzo Gee, Nazr Mohammed, Delonte West, Ian Mahinmi, Brian Cook, Jared Jeffries, Anthony Randolph e outras dezenas de jogadores estão aguardando o encaixe das primeiras peças para saberem qual a fatia do bolo que vai lhes restar.

E tenha certeza de que sempre sobra, e muito, para se esbaldar. Novos cartolas querem impressionar sua base de torcedores. Outros precisam se livrar de erros antigos e acabam só piorando a coisa, e por aí vamos, com dinheiro chovendo.

Embora esse seja o primeiro verão (Hemisfério Norte) em que os times negociarão contratos com o locaute mais distante e teoricamente mais conscientes sobre as limitações do novo acordo trabalhista da liga, as primeiras horas de negociações já indicam o frenesi de sempre. A ponto de um contrato de US$ 40 milhões parecer insignifcante – valor especulado para o acordo verbal entre o mesmo Nets e Gerald Wallace, um ala que está prestes a completar 30 anos e depende muito do seu físico para desequilibrar.