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Arquivo : Heat

Spoelstra dá o troco em Popovich, poupa astros e ainda vence em San Antonio
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram quando Gregg Popovich foi a Miami e poupou, de uma vez só, Tony Parker, Tim Duncan e Manu Ginóbili, né? Causou o maior reboliço na NBA, levantando a questão ética se um técnico pode, ou não, tirar seus jogadores da lista oficial sem nenhuma lesão para justificar tal iniciativa, considerando que muita gente pode ter pago o ingresso apenas para ver determinado atleta, sem contar os interesses das emissoras de TV. Pois bem, o Spurs acabou multado por David Stern, e foi uma facada de US$ 250 mil.

Tony Parker x Norris Cole e Shane Battier

Tony Parker dessa vez jogou. E o Spurs sofre uma derrota que é para deixar Popovich cabisbaixo

Na ocasião, os atuais campeões sofreram para ganhar do mistão do Pop, vencendo por 105 a 100, em jogo decidido apenas no último minuto, com direito a uma virada do time da casa no quarto período – eles perdiam por três pontos ao final da terceira parcial. Tiago Splitter, aliás, jogou muito, com 18 pontos e 9 rebotes, desfrutando da condição de ponto focal da ofensiva de seu time pelo menos por uma rodada.

Neste domingo, quatro meses depois, num movimento de aguçada audácia e ironia, Erik Spoelstra deu o troco em seu renomado companheiro de profissão, bastante admirado – ou famigerado – por esse tipo de truque. Spo foi para San Antonio e, tome!, deixou LeBron James, Dwyane Wade (e Mario Chalmers) fora da partida. E, melhor, venceu o jogo: 88 a 86.

Chris Bosh dessa vez, sim, jogou como um superastro, somando 23 pontos, 9 rebotes, 3 assistências e 2 tocos, matando 9 de eus 15 arremessos, três deles da linha de três pontos, o último deles a 1s9 do fim, para dar a seu time uma vitória que praticamente lhe garante a vantagem do mando de quadra em todos os playoffs.

Bosh contou ainda com a ajuda dos 12 pontos e 5 assistências de Mike Miller, titular no lugar de Wade, além dos 7 pontos, 3 rebotes, 3 assisstências e 4 (!!!) tocos de Rashard Lewis, que ficou com a vaga de LeBron no quinteto titular.

Esse é um resultado que mostra que o Miami já tem, sim, seu sistema, que funciona por conta própria. Que também valoriza os jogadores coadjuvantes e os enche de confiança para os playoffs – assim como o técnico do Spurs já fez com Danny Green, Kawhi Leonard, Gary Neal e outros tantas vezes. E, mais do que isso, responde a Popovich na mesma moeda.

Você vai esconder o jogo?

(Pop não só usou a oportunidade de sabotar uma partida de alta exposição para atacar Stern e a direção da liga, devido a uma sequência massacrante de tabela e viagens pela qual passava sua equipe, como também evitava mostrar suas cartas diante de um eventual adversário na luta pelo título.)

Spoelstra, jogando como cachorrão, respondeu a trucada que levou no final de novembro. Pediu seis e ainda levou o monte, deixando Pat Riley orgulhoso que só.


Bulls usa cartilha anti-Heat para encerrar sequência de vitórias dos astros de Miami
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Giancarlo Giampietro

Boozer x LeBron

LeBron tentou de tudo, fez mais um grande jogo, mas conheceu a 1ª após 27 jogos

Faltavam 2min41s para o fim, e Chris Bosh pegou um rebote ofensivo após arremesso errado de três pontos de LeBron James. O ala-pivô do Miami Heat havia feito a captura na zona morta, pela direita do ataque e mal teve tempo de reagir quando Kirk Hinrich deu o bote. Feito um leão, agarrou a bola com tudo e a arrancou das mãos de um jogador cerca de 20 centímetros mais alto e 20 quilos mais pesado.

No ataque seguinte, o armador do Bulls partiu com tudo para a cesta, pelo centro do garrafão sem se importar (aparentemente) que havia acabado de tomar dois tocos seguidos de LeBron e Bosh nas posses de bola anteriores. Subiu resoluto a tentar mais uma bandeja. Pelo menos foi o que os atléticos defensores dos atuais campeões pensaram – na última hora, já no alto, Hinrich flexionou o corpo para a frente e, por trás dos defensores, fez o passe para Taj Gibson, posicionado à sua esquerda. O ala-pivô subiu confiante para o arremesso, com boa elevação, e matou a bola. Nas palavras de Mike Breen, “Bang!”. Eram nove pontos de vantagem no placar.

Não há sequência em quadra que defina mais esta versão do Chicago Bulls, de operários, nada de egoísmo, com um esforço fantástico para encerrar a série histórica de vitórias de LeBron James, Dwyane Wade e sua badalada e formidável equipe com um placar de 101 a 97.

Quando Pat Riley, com a conivência de suas estrelas, manipulou todo o mercado de agentes livres em 2010, a diretoria de Chicago, que se considerava no páreo pelos serviços de James, Wade e/ou Bosh, teve se voltar a um plano B, com jogadores mais baratos, mas aguerridos, que formariam a defesa mais sufocante da liga sob a orientação minuciosa e beligerante de Tom Thibodeau. Os dois times estavam destinados a combater nos playoffs. O Heat, obviamente, teve mais sucesso até aqui, com duas aparições nas finais e um título.

Mas os homens de Thibs obviamente não entregariam os pontos nesta quarta-feira ou na temporada. Mesmo sem Derrick Rose durante todo o ano e sem Joakim Noah para o clássico. Mesmo com um banco severamente enfraquecido com as saídas de Asik, Korver e Watson, devido ao corte de despesas imposto pela chefia – os homens de terno e gravata, sim, nunca chegaram a acreditar que seus jogadores teriam alguma chance este ano sem a presença de Rose, optando, então por baratear o elenco, agradando ao proprietário Jerry Reinsdorf. Que o técnico se virasse, então, contando com um bem-vindo retorno de Hinrich, o incansável Luol Deng e o progresso de Jimmy Butler.

Brigaram do início ao fim, ciente da quantidade extra de holofotes que a partida pedia devido ao momento incrível vivido por Miami e se alimentaram de uma torcida enloquecida, preparada para a briga, de um modo bem raro de se ver nas arenas pomposas, predominada por yuppies, ao redor do país.

Espertamente, atacaram os adversários no ponto em que são mais frágeis, os rebotes, apanhando 12 na tábua ofensiva e 31 na defensiva, com 12 a mais no geral. Além disso, conseguiram conter os tiros de três pontos (35%, 7-20), baixando também o aproveitamento geral da equipe de Spoelstra (48,1%, índice relativamente baixo frente ao que eles vinham produzindo, ainda mais o elenco de apoio; se descontarmos o rendimento de LeBron, a conta despenca para 43,3%).

No ataque, mexeram a bola com astúcia, conseguindo 27 assistências em 40 cestas de quadra, num esforço coletivo tremendo: quatro jogadores deram mais de cinco passes para cesta: Hinrich, Deng, Butler (!) e Gibson (!!), e outros dois ainda contribuíram com três quadra (Boozer e Robinson). Demais. Individualmente, contaram com linhas excelentes de Boozer (que também teve 21 pontos e 17 rebotes) e Deng (28 pontos, 7 rebotes). Deu tudo certo no plano de Thibodeau, a não ser pelo excesso nos desperdícios de posse de bola (18, que poderiam ter custado uma nota contra um time de contragolpe tão devastador como o que enfrentaram).

O Chicago Bulls já reinou na NBA absoluto nos anos 90 com o melhor jogador de todos os tempos, respaldado por mais uma grande estrela e diversos exímios especialistas que os complementavam. Naqueles tempos, o Bulls, de uma cidade blue collar, tinha um elenco baseado na maior estrela da liga. Tal como o Miami Heat. Nada mais significativo, então, que, com essa fórmula subvertida, fossem os trabalhadores de hoje a parar em 27 a arrancada de vitórias do time da Flórida.

*  *  *

Kirk Hinrich chegou à em 2003, no mesmo Draft de LeBron, Bosh e Wade (e Carmelo). Tirando essa deliciosa coincidência, pensando nos acontecimentos desta quarta, ele, contudo, nunca esteve no mesmo grupo de fato da trinca. Eram os quatro, o pobre Darko e os outros. Não que Chicago se importasse com essa distinição. Até 2008, o armador prestou inestimáveis serviços ao clube, ajudando a recuperar sua imagem depois dos desastrosos anos pós-Jordan. A partir daí seu rendimento foi caindo aos poucos, com o acúmulo de problemas físicos e a ampulheta sendo virada e revirada sem parar. Foi despachado para o Washington Wizards no Draft de 2010, justamente para o Bulls economizar salários e investir no mercado. Acabou repassado ao Atlanta Hawks, até retornar este ano, sem muito alarde.

A recepção por parte de torcedores, treinadores e antigos companheiros, porém, não poderia ter sido melhor – diziam que voltava para casa. Tem médias de 7,1 pontos, 5,3 assistências e 37,2% nos tiros de quadra. Números que não contam de modo algum sua relevância para o time, como um autêntico líder em quadra, sacrificando o corpo já todo arrebentado, com um espírito dos mais combativos do campeonato.

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Não é uma questão de eleger o bem contra o mal, em termos de gestão. Ao tentar contratar LeBron, o Bulls idealizava o mesmo modelo de Miami, com o ala jogando ao lado de Derrick Rose e Noah. Com a mudança da regulamentação financeira da liga, ficou muito mais complicado agora de se reprisar os movimentos feitos por Riley há três anos. O presidente do Heat, porém, tem um trunfo a seu favor: tanto James como Wade não exigiram o salário máximo, permitindo que ele pudesse investir nas contratações pontuais e essenciais de Shane Battier e Ray Allen.


Um ano atrás, chefão do Heat duvidava que recorde histórico de vitórias do Lakers poderia ser quebrado
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Giancarlo Giampietro

 “Acho apenas que o jogo é muito diferente agora. Mentalmente, não acho que os jogadores de hoje têm a disciplina suficiente para manter aquele tipo de concentração e foco por tanto tempo. Há muito mais coisas para distrair você. Se algum time tiver entre 20 e 25 vitórias em sequência, os jogadores talvez digam: “Ah, que se dane, vamos acabar com isso’. Haveria um nível tão grande de escrutínio e tanta cobertura de mídia, que seria algo na linha de: ‘Vamos apenas encerrar isso e recuperar a normalidade. Não consigo ver isso acontecendo (sobre a possibilidade de o recorde de 33 triunfos consecutivos do Lakers em 1971-72).”

Quem disse isso?

Pat Riley versão contracultura

Riley, futuro garoto-propaganda de Armani, em ação nos anos 70 pelo Lakers

Pat Riley, ala-armador reserva daquela equipe histórica do Lakers e presidente/gerente geral do Miami Heat hoje, a mesma equipe que já passou da casa das “20 para 25 vitórias” seguidas, tendo chegado a 27 nesta segunda-feira. Estão agora a apenas seis de atingir a marca registrada por Jerry West e Wilt Chamberlain quarenta anos lá atrás.

A declaração foi dada durante a temporad passada da NBA, antes da conquista do título pelo Heat. Mas não importava: a partir do momento em que Riley conseguiu aplicar um senhor golpe de bastidores em toda a liga, reunindo LeBron James e Chris Bosh com Dwyane Wade, a expectativa foi sempre a de dominação por completo pela equipe da Flórida.

No primeiro ano, já fizeram a final contra o Dallas Mavericks e acabaram surpreendidos um pouco por questão de arrogância, mas muito mais porque a química entre LeBron James e Dwyane Wade, em quadra, ainda estava longe da ideal – também não ajudou toda a postura de “nós contra eles, somos os vilões mesmo” adotada pelo elenco, que ficou com o emocional bastante abalado, e, claro, Dirk Nowitzki estava acertando tudo, Rick Carlisle é um estrategista travesso etc. etc. etc. Mas, que o Heat ainda não havia encontrando seu melhor jogo, disso não havia dúvida.

Na tempora passada, com Wade recuando um pouco, LeBron fazendo algum tipo de terapia e a chegada de Shane Battier para solidificar uma proposta de jogo mais agressiva e transgressora, conseguiram calar a oposição e pintar seu banner de campeão.

(Um parêntese sobre Wade: é engraçado como o estafe do jogador tem se empenhado em vender a história de que ele “se sacrificou como um verdadeiro campeão” em prol do time, deixando que LeBron tomasse conta da bola e da situação… Epa, mas não foi o próprio Wade que lá no verão de 2010 trabalhou intensamente para trazer seu “melhor amigo” para a Flórida ao lado de Bosh? Então qual era exatamente o mal-entendido para ser resolvido? Se eles planejaram tudo isso desde 2008, com muita gente garante ter acontecido, o simples fato de o astro ter demorado um ano todo para pereceber que o novo companheiro era o melhor jogador ali, todo o discurso adotado com atraso na virada da temporada passada para esta, emplacando até uma pauta na capa daSlam, não passa de balela. Wade é um baita jogador? Sem dúvida. Mas não precisa também querer a santificação.)

Agora, livres de pressão, depois de se aquecerem na primeira metade da temporada, enfim chegou o momento hegemônico. Aniquilando adversários, ou precisando de viradas nos últimos minutos, construíram uma sequência impressionante de vitórias, concretizando a profecia (quer dizer, parte dela, afinal LeBron falava em não apenas um, como múltiplos títulos). Nesta quarta-feira, o time vai a Chicago enfrentar o pretenso arquirrival Bulls (sem Rose? sem Noah? sem Hinrich?). No domingo, talvez o maior desafio: o San Antonio Spurs. Depois, o Knicks em casa.

Há todo um suspense agora para ver se o recorde vai ser igualado ou batido. Mas o mais importante, para Riley, talvez seja ver que, depois de tantas distrações, LeBron James e seu Miami Heat agora só estão concentrados, mesmo, em vencer.

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LeBron

LeBron James contra o enfraquecido Orlando Magic

Jerry West, sujeito que era um maníaco em quadra, extremamente competitivo, hoje não liga se o seu recorde de vitórias seguidas será derrubado. Até Bill Russell deve ter ficado abismado de ver seu velho inimigo admirado pelo que vem acontecendo. “Acho que faz bem para a liga. Estou animado por meu amigo, Pat Riley, ser capaz de replicar isso agora como um executivo. Mas é mais especial como um jogador”, afirmou. O Logo, então, cogitou que o Miami pode não perder mais nenhum jogo até o final da temporada, o que seria um fenômeno completamente absurdo. “Pode não ter um fim. E isso que acho notável. Olho para a tabela deles e vejo um time ali que é excelente, obviamente o Spurs. Esse seria um jogo que me preocuparia, jogando em San Antonio, e eles vão ter Tony Parker de volta por lá.”

Por outro lado, só não peçam para West comparar diretamente o que o Lakers fez com o que vem acontecendo com o Heat. E faz sentido. Muita coisa mudou: antigamente, se viajava na classe econômica, como passageiros regulares em aviões menores. Hoje, os clubes têm seu próprio jato. Salário, regalias, preparação física, estrutura de scout e comissões técnicas, uma infinidade de coisas evoluíram.

Há também a questão sobre o produto apresentado em quadra. LeBron já apontou o fato de que, em 1972, a NBA ainda não reunia todos os melhores talentos dos Estados Unidos, já que enfrentava a concorrência da ABA, liga com a qual iria se fundir alguns anos mais tarde. Hoje os jogadores são muito mais atléticos também e todo o aparato de estudo do jogo pode facilitar ou dificultar a vida de qualquer craque. Por outro lado, talvez a mesma NBA hoje tenha jogadores até demais. “Li um comentário um dia desses dizendo que a liga hoje é muito melhor do que naqueles tempos. Pode ser o caso. Mas vejo alguns times bem pobres por aí”, afirmou West. Ele não citou ninguém, mas nenhum torcedor de Bobcats, Kings, Pistons e Suns vai se fazer de desentendido. “Vejo muitos jogadores na liga que não são nada bons. A expansão diluiu o talento. Então é difícil juntar muitos bons jogadores em um time hoje. E aí que você tem de dar muito crédito ao Pat e ao Heat. Eles juntaram três jogadores que a maioria dos times não tem. Dois deles são All-Pro. Não acontece muito”, completou. Gostou, Chris Bosh?


Miami exorciza fantasma, vence em Boston e alcança 2ª maior série invicta da NBA. E o que isso quer dizer?
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Giancarlo Giampietro

Há números e números, feitos e feitos.

Que o Miami Heat 2012-2013 guardou seu lugar na história da NBA? Não há dúvida. A equipe da Flórida venceu nesta segunda-feira o Boston Celtics por 105 a 103 e estabeleceu a segunda maior sequência vencedora de t o d a a h i s t o r i a da liga, com 23 triunfos em sequência. No embalo, exorcizou ainda um demônio ou outro na Bean Town, onde, estranhamente, não vencia pela temporada regular desde 6 de abril de 2007. Veja bem. Seis. De Abril. De 2007. Muito antes, beeeeeem antes de LeBron afinar e mudar para a equipe de assinar seu atual contrato.

Então tudo bem. Não dá para exatamente colocar água no chope por aqui, e dizer que não significa nada.

Em termos de registros históricos, significa que eles estão a dez vitórias de igualar o recorde histórico do Los Angeles Lakers de Jerry West e – do já decadente – Wilt Chamberlain. Nos livros de história, então, claro, que significa muita coisa.

Mas a vitória desta segunda-feira diz, exatamente, o quê?

Não sei o quanto realmente conta para encher ainda mais balões para sua festa de comemoração do título 2013. Não quando todo mundo, ou quase, já apostava suas fichas neste elenco cada vez mais forte – qualquer gato pingado vítima de desemprego pela nova conjuntura econômica da liga vai querer completar o elenco de um candidato ato título, conforme fez o “Bird”, Chris Andersen. Assim como fizeram Ray Allen e Rashard Lewis nas férias passadas. Assim como fez Shane Battier um ano antes disso.

Além do mais, quem estava do outro lado?

Ou melhor, quem não estava?

Fora Rajon Rondo, que não ia jogar mesmo, se reabilitando de uma cirurgia delicada no joelho, a mesma pela qual passou Leandrinho, o time de Doc Rivers não contou com um certo Kevin Garnett, que pouco ou mal defende, né?

De qualquer forma, o torcedor do Heat pode logo apontar o sofrimento que foi para se somar mais este triunfo. Precisou de o tal de LeBron arrebentar com tudo novamente, convetendo a cesta da vitória a pouco mais de sete segundos do fim, com a mão do Jeff Green toda esparramada na frente de seu rosto, sendo de média para longa distância o chute.

Um desfecho desses serve um pouco de testemunho para a capacidade de Doc Rivers de armar seu time, mesmo sem contar com um jogador competente sequer em sua rotação acima dos 2,08 m de altura (e não vale falar de Chris Wilcox, que, nesta fase de sua carreira, mal consegue sair do chão). Também diz muito sobre o talento abundante na liga norte-americana, em que um Brandon Bass, um Jason Terry ou, principalmente, um Jeff Green estão ali prontos para serem acionados e liberarem seus talentos quando vem a oportunidade.

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Por curiosidade, o Boston Celtics foi justamente o último time a encerrar uma sequência quase tão longa como essa da turma de Spoelstra. Em 2007-2008, o Houston Rockets desembestou a ganhar jogos, mesmo sem contar com Tracy McGrady ou Yao Ming em forma ao mesmo tempo por um bom período, e engatou 22 vitórias em série, com um elenco muito bem conectado, em pura química. Entre aquele time e o atual Miami Heat, havia só um ponto em comum: Shane Battier.

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Para um time tão orgulhoso feito Boston, em uma derrota, a linha estatística de Jeff Green pode não servir de muito alento, mas deveria: 43 pontos, 7 rebotes, 4 tocos e 2 assistências e 2 roubos de bola em 40 minutos? Uau. E mais: cinco bolas de três convertidas em sete chutes e um aproveitamento espetacular de 14 em 21 arremessos no geral. Por mais que possa ficar uma sensação de desperdício – “não acreditamos que perdemos mesmo com o cara jogando isso tudo “ –, na real Pierce, Garnett e, principalmente, Rivers só podem se entusiasmar com a atuação do ala. Visto com muita desconfiança quando assinou seu contrato de US$ 9 milhões anuais em 2012, o produto da universidade de Georgetown deu um baita indicativo de que está pronto para batalhas maiores nos playoffs do Leste daqui a alguns meses.


Resumão de intertemporada da NBA: Conferência Leste
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Giancarlo Giampietro

Com a temporada 2012-2013 da NBA fazendo sua pausa tradicional para o fim de semana das estrelas em Houston, é hora de fazer um resumão do que rolou até aqui. Começamos pela Conferência Oeste e agora publicamos a do Leste:

LeBron, sobrando

LeBron: nem o Bulls incomoda mais?

Melhor jogador: LeBron James.
O jogo desta quinta-feira passou para todo mundo ver. LeBron atingiu um nível absurdo, que fica difícil de escrever qualquer coisa aqui que não pareça fraca ou estúpida. Com seu tamanho, força e capacidade atlética, o basquete sempre pareceu fácil. Mas vocês se lembram dos tempos em que ele não conseguia acertar nada de três pontos? Nesta temporada, já estamos falando de 42,4%, não importando que os melhores defensores da liga se dediquem diariamente a tentar, pelo menos tentar incomodá-lo de alguma forma. E, se ele não quiser chutar de fora, já que nem precisa mesmo, que ataque o interior da defesa adversária mesmo, causando estragos irreparáveis. Daqui a pouco os playoffs chegam, e será que alguém realmente vai conseguir pará-lo?
Não fosse a aberração chamada Durant, quem mais poderia entrar aqui? Carmelo Anthony, New York Knicks, e só.

Melhor técnico: Frank Vogel.
Se você não tem o elenco mais talentoso ofensivamente à disposição, você segue o manual de Tom Thibodeau, não? Que seu time se mate na defesa para tentar fazer a vida do adversário tão sofrida, miserável como a sua, vencendo 60% das partidas. Sem contar com um armador cerebral ou jogadores mais criativos no perímetros, o Pacers tem o sétimo pior ataque da liga. Mas, em termos de retaguarda, estamos falando do conjunto mais eficiente da temporada, e de longe, bem mais distante do segundo colocado, o Memphis, do que o próprio Grizzlies está do sexto, o Clippers. Mesmo que um gigantão como Roy Hibbert pareça hoje um monstro em extinção no esporte, se arrastando pela quadra – quando, na verdade, ele se torna um trunfo, congestionando o garrafão. E vocês já deram uma olhada para o que Vogel tem no banco para mudar um jogo?
Quem mais poderia estar no páreo? Mike Woodson, Knicks; Tom Thibodeau, Bulls.

Melhor reserva: Andray Blatche.
Hã… Sim, esse, mesmo. O cara que era vaiado a cada vez que recebia um passe na temporada passada pelo Wizards e hoje é o segundo jogador mais eficiente do Brooklyn Nets na temporada, um clube que conta com cinco atletas ganhando mais de US$ 10 milhões nesta temporada (Deron, Johnson, Wallace, Lopez e Humphries). Extremamente coordenado, ágil para um pivô, oferece ao técnico PJ Carlesimo uma opção ofensiva versátil e coesão defensiva, algo antes impensável para um jogador que era notório pela capacidade de caçar borboletas enquanto a bola quicava.
Quem mais? Amar’e Stoudemire e JR Smith, Knicks; Jimmy Butler, Bulls.

Dois quintetos:

Brooklin Lopez

Brooklyn: mais assertivo pelo Nets

1) Dwyane Wade, Paul George, LeBron James, Carmelo Anthony, Joakim Noah.
Wade e LeBron hoje não têm mais nenhum problema em repartir a bola, nenhuma síndrome sobre quem deve, ou não, controlar o jogo. O que não faz de Dwyane um jogador menos brilhante. Carmelo curte sua melhor temporada, justamente quando efetivado como um ala-pivô móvel, sem ter de se prender ao perímetro massageando a bola sem objetividade alguma. Noah é tão bom defensor quanto Chandler, com posicionamento impecável, presença física e garra, e ainda contribui mais no ataque com seus passes astutos. Sobre George, mais adiante.

2) Kyrie Irving, Jrue Holiday, Paul Pierce, Brook Lopez, Tyson Chandler.
Se há alguma coisa parecida com uma defesa aceitável em Nova York (o Knicks ocupa o meio da tabela nesse quesito, em 15º), é porque existe lá um Tyson Chandler, dando cobertura a seus armadores e Melo. Pierce segurou as pontas enquanto os reforços estavam perdidos, teve um péssimo mês de janeiro, e agora vem compensando essa queda em fevereiro, com média de 7,3 assistências no mês, ajudando a aliviar a perda de Rajon Rondo. Brook Lopez é o segundo jogador mais consistente do Leste no momento. Ele se livrou das lesões no pé e se tornou uma figura mais afirmativa no garrafão, dos dois lados, compensando o ano decepcionante de Deron Williams, Gerald Wallace e Joe Johnson. Kyrie Irving vai caminhando rapidamente para o grupo dos dez melhores da NBA, ao passo que sua dedicação na defesa também se intensifica, enquanto Jrue Holiday faz o que pode para o time não choramingar seu pivô lesionado.
Quem mais poderia estar no páreo? Chris Bosh, Heat; Al Horford, Hawks; Kevin Garnett, Celtics; David West, Pacers; Josh Smith, Hawks.

Três surpresas agradáveis:

1) Knicks brigando no topo: O time de Mike Woodson conseguiu bloquear aquela que era a maior ameaça ao sucesso em quadra: o choque de egos. A presença de Jason Kidd não poderia ter sido mais positiva. Carmelo, enfim, consegue se empenhar noite após noite. Amar’e aceitou as críticas e o banco. Raymond Felton esqueceu seu ano perdido em Porland. As peças complementares funcionaram. Os Bockers enfim voltam a ser respeitáveis.

John, Pau George e Paul

Paul George: subindo

2) Paul George, chegou a hora: Ele saiu pouco badalado da universidade de California State, mas alguns scouts o consideravam um dos melhores da fornada de 2010. Olhando a lista agora, dá para imaginar que pelo menos Sixers (Evan Turner), Wolves (Wes Johnson!!!), Warriors (Ekpe Udoh), Clippers (Al-Farouq Aminu) e Jazz (Gordon Hayward) talvez se arrependam de sua escolha, diante do que vem se transformando o décimo da lista. Sem Danny Granger, George assumiu maior responsabilidade no ataque, ganhando mais confiança e aprendendo aos poucos. Na defesa, coloca muita pressão nos adversários devido a sua envergadura e capacidade atlética no perímetro, ajudando a compor o paredão de Vogel. O trabalho do técnico e de sua comissão liderada por Brian Shaw no desenvolvimento do jovem ala se mostra exemplar.

3) Andre Drummond, impacto imediato: Ah, que ele talvez nem goste tanto de basquete assim que não trabalhe duro, que não sei mais o quê. As previsões dos mais pessimistas vão sendo refutadas energicamente pelo pivô adolescente do Pistons, uma força já temida debaixo da tabela, com média provavelmente de 79 enterradas por jogo. Também já é um reboteiro de respeito, com atributos físicos que lhe permitem capturar rebotes em zonas bem distantes de onde está posicionado. E, sim, ele realmente só tem 19 anos. Uma pena que tenha sofrido a lesão nas costas para desacelerar seu desenvolvimento.

– Três fatos desagradáveis:

1) Deron Williams, saudades de Jerry Sloan: A lista era para ser de surpresas desagradáveis. Mas, se você for levar em conta o histórico de Deron pelo Nets, não há novidade alguma em sua decepcionante campanha. Cada vez mais insistindo nos disparos de longa distância, que não o seu forte, abrindo mão das infiltrações e de agredir a defesa, hoje o (pretenso) astro sofre para acertar  apenas 41,3% de seus arremesos de quadra. Pior: em termos de assistências, tem sua pior média (7,5, por 36 minutos) desde o ano de novato (5,6), e sem maneirar nos desperdícios de bola, ainda elevados para alguém que ataca menos o garrafão. Agora amparado por um time competitivo, o armador simplesmente não tem conseguido justificar toda a atenção que recebeu durante as férias, muito menos seu salário de US$ 20 milhões anuais.

2) Andrew Bynum x O Grande Lebowski: Mais um caso daqueles… Não dá para dizer que ninguém esperava por isso. O pivô ainda não conseguiu entrar em quadra devido a problemas crônicos no joelho e ainda atrasou sua recuperação durante uma partida disputadíssima de boliche. Sem mais.

3) Anderson Varejão e a enfermaria: O capixaba era para estar na trinca acima, com a melhor temporada de sua já longínqua carreira nos Estados Unidos. Mas infelizmente a lesão na região do joelho e, depois, a descoberta de um coágulo no pulmão acabaram por afastá-lo novamente de modo muito precoce das quadras.

– O que resta para os brasileiros:
Com a baixa de Leandrinho e Anderson e as longas passagens de Fabrício Melo pela D-League, Nenê é quem fica de porta-bandeira solitário na conferência. Depois de se arrastar por boa parte da primeira metade do campeonato, lidando com uma para lá de incômoda fascite plantar, em fevereiro o paulista de São Carlos conseguiu se recuperar, com médias mais similares ao que produziu em Denver. Que ele fique saudável e consiga jogar basquete para valer até maio.


Série constante de graves lesões ameaça ‘Eldorado’ de armadores na NBA
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Giancarlo Giampietro

Derrick Rose abatido

Como Rose vai retornar depois da ruptura do CLA? Torcida do Bulls apreensiva

Se o cara é um armador sensacional, um craque de bola ganhando milhões na NBA, alguma coisa pode estar errada ou algo de errado está prestes a acontecer?

Eu, hein?!

Que toda a galera bata na mesa da escrivaninha agora ou, se estiver com o computador no colo, que se corra até a madeira mais próxima: toc, toc, toc.

(Vocês vão me desculpar o começo de texto absurdo, mas é que, quando se dá conta de um apanhado como este que vem por aqui, é de se ficar meio atônito, mesmo, escrevendo qualquer coisa. Explicando…)

Porque Rajon Rondo é a vítima mais recente de uma profissão mágica, fundamental para deixar nosso passatempo predileto mais divertido: a de bom armador. Uma profissão que, por exemplo, vai deixando cada vez mais conhecida a a famigerada sigla LCA. Significado: ligamento cruzado anterior e sua ruptura. A mesma lesão que tirou Ricky Rubio e Derrick Rose de quadra ao final da temporada passada, sendo que o astro do Bulls ainda nem voltou a jogar e Rubio ainda tem dificuldades para recuperar o basquete que encantou a NBA em sua primeira campanha.

Os problemas físicos de uma talentosa fornada de armadores não param por aí, porém. John Wall perdeu quase meia temporada por conta de uma lesão por estresse na rótula – aliás, não me perguntem nada além disso, por favor, porque taí algo bem estranho de se escrever. Stephen Curry já tem o tornozelo direito castigado por tantas torções. Kyrie Irving, o prodígio do Cavs, mal conseguiu jogar por Duke na NCAA, devido a uma lesão no pé, fazendo apenas 11 partidas. Em seu ano de novato, sofreu com concussões e uma lesão no ombro. Mais velho que essa turma toda, Chris Paul também já teve de lidar com a ruptura de um menisco no joelho em 2010.

Nessa lista estão sete dos talvez dez mais da posição. Vamos evitar a brincadeira de elencar um top 10, mas dá para fazer de outro modo. Veja abaixo.

*  *  *

Russell Westbrook, aquele dínamo do Oklahoma City Thunder, nunca perdeu um jogo em sua carreira devido a contusão ou lesão.

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Rubio, CP3, Irving

Três armadores brilhantes em diferentes níveis

Em termos de armador (sem pensar exclusivamente em jogadores puramente passadores como Andre Miller), a NBA vive hoje uma espécie de eldorado.

Checando o titular da posição em cada equipe, e a grande maioria vai apresentar um jogador de destaque. Nem todos são incontestáveis, mas tem muita gente no auge e outros de muito potencial, além de Steve Nash e Jason Kidd, no ocaso de suas carreiras históricas. Alguns podem ser considerados apenas regulares, mas é difícil de encontrar alguém que ruim de chorar.

Vamos lá.

Na Divisão do Pacífico, temos Stephen Curry, Steve Nash, Chris Paul (para não falar de Eric Bledsoe), Isiah Thomas e Goran Dragic.

Na região do Noroeste: Russell Westbrook, Damian Lillard, Ricky Rubio, Ty Lawson e Mo Williams.

No Sudoeste: Tony Parker, Mike Conley Jr., Darren Collison, Jeremy Lin e Greivis Vasquez.

Na Divisão Central: Derrick Rose, George Hill, Brandon Jennings, Brandon Knight e Kyrie Irving.

No Sudeste: Mario Chalmers, Jameer Nelson, Jeff Teague, Kemba Walker e John Wall.

Por fim, nos lados do Atlântico: Raymond Felton/Jason Kidd, Deron Williams, Jrue Holiday, Rajon Rondo e José Calderón.

Levando a brincadeira adiante, talvez dê para dividi-los assim:

A elite: Paul, Westbrook, Parker, Rose, Deron Williams, Rondo.
Wess pode não ter o maior fã-clube lá fora, mas é uma força da natureza como Rose, que atacam de uma outra forma na posição, mas com sucesso inegável. Williams ainda se segura por aqui pelo conjunto da obra, mas ainda tem muito o que jogar pelo Nets para justificar seu salário. Os demais? Nem precisa discutir, né?

Chegando lá: Irving, Curry, Holiday, Wall, Lawson.
Irving só não está um degrau acima ainda pela brevidade de sua carreira e por sua defesa pífia. Curry é o melhor arremessador da turma, herdeiro de Nash nesse sentido, Holiday combina bem doses de Wess/Rose com ótima defesa, Lawson perdeu rendimento nesta temporada, mas, quando está em plena forma, com confiança, ninguém segura. Wall: quando os chutes de média distância, ao menos, vão começar a cair?

No meio do caminho: Felton, Conley Jr, Calderón, Hill.
Com Felton, o Knicks é uma coisa. Sem ele, outra. O que não quer dizer também que ele esteja entre os melhores de sua posição: isso apenas reflete o modo como o elenco do Knicks foi construído, e a dupla armação em sintonia com Kidd se tornou vital. Conley começou o ano barbarizando, mas deu uma boa desacelerada depois. Ótimo defensor, veloz, mas ainda longe de ser decisivo. Calderón é um dos poucos puros passadores nesse amontoado todo, um ótimo organizador, mas que sofre muito na hora de parar os adversários. George Hill é o contrário: marcador implacável, bom finalizador próximo da cesta, mas que não está na mesma categoria de Rose e Westbrook e não faz o jogo ficar mais fácil para seus companheiros.

Em franca evolução: Lillard, Walker, Dragic, Teague, Jennings, Bledsoe.
Grupo de potencial, mas que ainda não sabemos exatamente onde vão parar. Ninguém poderia imaginar o impacto que Lillard vem causando em Portland. Mais um ano desse jeito e já vai para o andar superior. Walker enfim parece aquele terror da NCAA. Dragic é vítima das circunstâncias em Phoenix. Teague e Jennings ainda alternam bastante, mas contribuem de modo mais positivo com suas equipes no momento do que complicam seus treinadores. Bledsoe jajá vai ganhar uma bolada de alguém.

Enigmas: Rubio, Lin, Knight, Vasquez.
Ainda está cedo para avaliar o físico do espanhol depois da lesão – a defesa e o arranque para a cesta especialmente –, mas seu arremesso está ainda pior. Lin: ainda não acho que dê para dizer que a Linsanidade foi uma mentira, vide suas principais atuações neste campeonato quando Harden está de molho. Knight é dos mais jovens da lista, com apenas 20 anos, mas, comparando, está beeeeem abaixo de Irving em termos de produção estatística e personalidade em quadra, sendo que o rapaz do Cavs é de sua mesma geração. Mas todos em Detroit dizem que é um cara sério, que trabalha duro e que tem muito a crescer. A ver. Já os números do venezuelano são ótimos neste ano, mas fica a dúvida ainda se ele consegue manter esse rendimento com consistência e se consegue fazer valer seu tamanho na defesa, se tornando mais combativo.

Já deu o que tinha de dar: Nelson, Mo Williams, Darren Collison.
Nelson é o líder emocional do Orlando Magic, corajoso, habilidoso mas… seu tamanho hoje impede que ele compita de um modo justo contra aberrações atléticas que vêm dominando a posição. Williams sempre foi mais moldado como um ótimo sexto homem do que como alguém que vá fazer a diferença para um bom time de titular. Collison ainda é bastante jovem, mas rende mais quando é a estrela da companhia – vide seu ano surpreendente como substituto de Paul no Hornets. E quem vai querer dar a Collison um time para liderar, levando em conta o nível dos outros jogadores aqui listados?

Sobram Mario Chalmers e Isiah Thomas, dois casos bem particulares. Jogando ao lado de Wade e LeBron, Chalmers tem um papel bem reduzido em Miami: abrir a quadra com chutes de três pontos e colocar muita pressão na linha de passe do oponente, duas coisas que faz muito bem. É um jogador que se encaixa perfeitamente num esquema e ainda não foi testado para valer de outra forma. Isaiah Thomas, com 1,75 m, é o jogador mais baixo desta página, enfrentando todas as dúvidas de sempre. Pelo Kings, se mostra um jogador, de qualquer forma, bastante útil, com números sólidos, boa velocidade, mas não chega a ter a eficiência de um Lawson que o torne irresistível no ataque para compensar sua fragilidade na retaguarda.

*  *  *

'Rio já não ouve mais tantos gritos assim de Wade ou LeBron

É justo comparar Mario Chalmers com os demais armadores quando sua função é tão diferente?

Como o Knicks vem mostrando com Felton e Kidd, finalizadores e facilitadores, o Heat com a obrigação de condução do time dissipada entre seus principais nomes, a ascensão de cestinhas impossíveis como Irving, Rose e Westbrook, é cada vez mais raro pensar no armador da NBA como um Bob Cousy ou John Stockton, e isso não quer dizer que estejamos diante do fim do mundo. O jogo vai mudando, seguindo diversos caminhos, e os técnicos e jogadores mais antenados vão se adaptando junto.

Só esperamos que as lesões gravem não acabem com essa evolução natural da modalidade. Não quer dizer que os astros estejam ou tendam a ficar baleados. Muitas vezes uma cirurgia pode acontecer apenas em decorrência de um lance de azar. Que essas ocorrências fiquem mais raras. Um armador com velocidade e mobilidade avariadas se complica em uma liga que valoriza cada vez mais o jogo atlético espalhado por toda a quadra.

E outra: enfermaria não tem graça nenhuma.


Técnico do Grizzlies faz apelo para clube segurar Rudy Gay e pede calma com estatísticas
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Giancarlo Giampietro

Rudy Gay decola

Nemm todos podem saltar como Rudy Gay, alerta Hollins

O Memphis Grizzlies está entre os melhores times da Conferência Oeste e de toda a liga, mas isso não impede que os rumores de possíveis trocas não rondem a franquia. Para desespero do técnico Lionel Hollins.

Na semana passada, começou uma forte especulação de que o ala Rudy Gay estaria disponível no mercado. Aí vocês sabem o que acontecem, né? Não demorou muito para que uns dez clubes demonstrassem algum tipo de interesse, desenhando então aquele ciclo vicioso: supostas propostas, supostas negações, comentários de jogadores sobre a boataria, um dirigente que fala anonimamente para colocar fogo na brasa, e lá vamos nós.

Hollins só quer que deixem seu time em paz. Pediu publicamente a sua nova diretoria que deixem o Grizzlies jogar até o final do campeonato e que tenham a chance de lutar pelo título com o que têm hoje em mãos – uma base muito sólida e entrosada, com um dos melhores quintetos titulares da liga.

O que pega é o seguinte: a franquia trocou de dono no ano passado e, aos poucos, a nova gestão vai arregaçando as mangas. O ex-agente Jason Levien assumiu o controle das operações de basquete e surpreendeu quando contratou o ex-analista da ESPN e supernerd John Hollinger como seu vice-presidente. Era de se esperar que tanto o gerente geral Chris Wallace como o treinador ficassem em uma situação desconfortável a partir daí.

Lionel Hollins

Não tirem o coach Hollins do sério

Se o time liderado por Levien está realmente empenhado em trocar Gay é uma informação que oficialmente ainda não está confirmada. A motivação por uma eventual troca se justificaria na redução de folha salarial futura – algo que, preparem-se, vai ser um tema recorrente para muitos times nos próximos dois anos, quando as punições para aqueles que extrapolam o teto salariam ficarão bem mais severas. Segundo os jornalistas locais, eles só topariam fazer uma transação caso recebessem jogadores jovens, bons e baratos em troca, com a intenção de manter o time competitivo e, ao mesmo tempo, sanar suas finanças.

O ala teria mais de US$ 50 milhões para receber nos próximos três anos e sua produção não justificaria esse salário colossal.

Só não digam isso a Hollins. Para ele, a importância de seu jogador vai muito além dos números.

Rudy Gay sempre chamou a atenção da, digamos, comunidade da NBA por seus atributos atléticos. É um ala de 2,05 m de altura, esguio e extremamente ágil, com uma impulsão de deixar muitos concorrentes com inveja. Bem dirigido, orientado, pode fazer desses atributos um pesadelo na defesa. “Não há muitos caras lá fora desse jeito. Ele pode atacar de costas para a cesta, arremessar do perímetro e pode bater de frente. Ele marca o LeBron James, ele marca o Kevin Durant e todos esses caras que são altos, fortes, rápidos e atléticos. Não temos outro jogador em nosso elenco com sua versatilidade. A maioria dos times não tem. Ponto final”, afirma Hollins.

Depois de avaliar o que o ala oferece a sua equipe, o treinador, então, desviou sua artilharia para criticar a fixação por estatísticas que vem tomando conta, no seu entender, da liga. Ele não se coloca exatamente contrário ao uso de dados complexos como suporte ao time, mas acredita que eles não são tão importantes assim para se construir um conjunto vencedor.

“Nós nos apoiamos muito em estatísticas, e acho que isso é uma tendência ruim”, diz. “Os números têm seu lugar. Só não podem ser um fim em si mesmo. Ainda estou tentando descobrir quando o Oakland Athletics venceu um campeonato com toda a análise estatística que eles têm. É preciso de talento.  Não importa o que fulano diga, há jogadores que fazem seu trabalho nos últimos seis minutos e há jogadores que fazem isso no primeiro quarto. Quando estamos falando de grandes arremessos, há apenas alguns caras que vão arriscar, que vão querer arriscar e têm a bravura e a coragem para isso. Porque você enfrenta muitas críticas quando erra o chute. Você tem de ser forte mentalmente e corajoso para arriscar esse chute.”

Opa. Certamente John Hollinger não ficou tão animado dom as declarações do treinador.

Como o dirigente novato reage a isso e o que sua trupe vai fazer com Rudy Gay pode ter um impacto decisivo na briga pelo título, em meio a uma disputa acirradíssima no Oeste.

*  *  *

Nesta temporada, para o deleite de Hollins, o Grizzlies demoliu um resumo estatístico (mas de outra natureza, ok). Foi em um confronto contra o Miami Heat, vitória por 104 a 86, em casa.

Ray Allen x Wayne Ellington

Wayne Ellington teve seus 27 minutos de fama contra o Miami Heat

O Heat havia preparado seu plano de jogo com o que apontava o scout: teoricamente, os rapazes de Memphis não matariam muitas bolas de três pontos, então que se concentrasse a defesa no jogo interior. Resultado? O time da casa encaçapou 14 chutes de fora em 24 tentativas (58,3%). Foi a maior quantia que o time teve em 345 partidas. “Eles são praticamente os últimos em cestas de três pontos ou em tentativas de três”, disse LeBron na ocasião. “Pagamos por isso hoje. Eles arremessaram muito bem.”

O ala Wayne Ellington, em especial, foi a grande surpresa daquela noite, marcando 25 pontos em apenas 27 minutos, matando sete de 11 chutes de fora. Ouch. “Acho que Ellington não vai conseguir mais entrar sem ser notado pela porta de trás”, disse Chris Bosh. “Não sabia que ele poderia chutar desta maneira. Agora sabemos.”

Tem vezes que realmente os números e o scout não vão servir para nada. 🙂

*  *  *

Agora uma estatística curiosa que Hollins certamente não vai se incomodar em ver: o Grizzlies desfruta de um sucesso incomum diante do Miami Heat, tendo batido o time da Flórida em três de quatro confrontos desde que LeBron e Bosh foram contratados em 2010. Taí um rival que os atuais campeões não querem ver nem de longe em uma eventual final.


Prévia Vinte Um para a temporada 2012-2013 da NBA
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Giancarlo Giampietro

Dá até vertigem de pensar. Começa nesta terça-feira a temporada 2012-2013 da NBA, e a gente sabe que, daqui até junho, vamos longe, bem longe, com os melhores jogadores do mundo, grandes confrontos, histórias engraçadas e escabrosas, novos heróis e vilões e sabe-se lá mais o quê. As surpresas são realmente o que mais divertem e atiçam colunas. Mas há alguns pontos que já valem a observação desde o tiro de largada:

Rei dos Anéis. Dãr

Rei dos Anéis. Dãr

LeBron James, enfim um rei
Por nove anos não houve jogador mais pressionado, perseguido e, ao mesmo tempo, cortejado e bajulado. Tudo pela mesma razão: seu incrível potencial para conquistar o anel e o que fazer com este potencial. Como LeBron vai agir agora que o peso de toda uma liga saiu de seus ombros? É possível fazer uma campanha ainda melhor do que a passada, com 27,1 pontos, 7,9 rebotes e 6,2 assistências, com 53,1% nos arremessos?

Celebridades
Precisa dizer mesmo? Se com Chris Mihm, Smush Parker, Sasha Vujacic e Kwame Brown já havia uma bagunça toda, imagine o circo quando o Lakers vai de Kobe, Howard, Nash, Gasol e o mais lunático de todos? Quem começa o campeonato com a maior cobrança é Mike Brown. Por mais bom moço e simpático que seja com os jornalistas, o técnico não inspira confiança alguma de que possa administrar um esquadrão desses. Instaurar o esquema ofensivo de Princeton em um elenco todo renovado já não parece o melhor primeiro passo. Outro ponto para ser monitorado: como vai ser o relacionamento de Kobe com os novos companheiros se as coisas não se acertarem conforme o esperado? E qual impacto eventuais tropeços podem causar na decisão de Dwight Howard. Lembrando: ele vai se tornar um agente livre ao final do campeonato.

Monopólio
Quando Danny Ainge encontrou um meio de juntar Kevin Garnett e Ray Allen com Paul Pierce, dificilmente esperava que as transações que salvaram seu emprego em Boston serviria como exemplo, como modelo de montagem no início da nova tendência para a construção dos supertimes da liga. Em quadra, a ironia continua: após seguidas derrotas para os velhinhos de Boston só motivou que LeBron procurasse abrigo com os amigos Dwyane Wade e Chris Bosh em Miami. E a preocupação dos proprietários dos clubes em evitar essa concentração de poder durante o último estúpido locaute parece não ter dado muito certo. Oras, o inimigo público número um, o Lakers, cansado de apanhar, ficou ainda mais forte! O Brooklyn Nets, com o investimento irrestrito de Mikhail Prokhorov, e o New York Knicks (coff! coff!) também foram atrás.

Lembra do Jeremy, Melo?

É bom não dar motivos para NYC se lembrar de uma Linsanidade, Carmelo

– Gangues de Nova York
Os clubes podem nem lutar pelo título, mas a mídia nova-iorquina vai dar um jeito de botar fogo nas relações entre Nets e Knicks. E olho nos ‘Bockers: depois de anos para tentar reformular seu elenco, a diretoria voltou a se aprisionar com contratos de médio prazo – algo muito perigoso numa liga cada vez mais restritiva no que se refere a movimentação dos jogadores. Então não importa se Amar’e já vai perder um bocado da temporada regular, ou se a maioria de seus reforços para este ano poderia estar muito bem aposentada a essa altura da vida. A base é esta, e pronto. Se, por ventura, os rivais de Brooklyn saírem na frente, como Spike Lee e outros fanáticos vão reagir? Vão tolerar mais um ano medíocre liderado por Carmelo Anthony?

Lugar de teatro é no palco
A NBA promete fiscalizar seus principais artistas. Quem for flagrado cavando, forjando faltas, no ataque ou na defesa, vai ser multado (veja os valores) e tomará pitos em público. Claro que essa medida desagradou aos jogadores, que dizem ser impossível julgar o que é uma reação desproporcional ao nível de contato físico filmado – e que não foi sentido por dirigentes da liga e árbitros.  Quem vai liderar o ranking?

*  *  *

Palavras-chave para os brasileiros:
O que está em jogo para o sexteto do Brasil na temporada e os desafios que eles encaram em suas equipes.

– Anderson Varejão e a saúde
– Fabrício Melo e Scott Machado e a D-League
– Leandrinho e a eficiência
– Nenê e a paciência
– Tiago Splitter e os minutos

*  *  *

Jogadores para marcar de perto:
Atletas que não são necessariamente as maiores estrelas da liga, mas cujo desempenho pode ser fundamental para levar seus clubes a uma boa campanha na temporada, enfrentando alguns elementos interessantes, seja de por conta de suas personalidades, ou pelos problemas e carências de seus elencos. Vamos continuar com a série até o final do ano.

Brook Lopez, Nets: pode um nerd fã de quadrinhos ser um xerife de garrafão?
DeMarcus Cousins, Kings: um colosso que tem tudo para ser dominante, menos a maturidade
Goran Dragic, Suns: os altos e baixos do sucessor de Steve Nash
Andrew Bougt, Warriors: a desesperada franquia espera que o australiano possa fortalecer sua defesa
Andrei Kirilenko, Wolves: dominante na Euroliga, o russo está de volta com seu jogo único

*  *  *

Palpites:
Chutes descabidos, mas que não podem faltar, ou podem? Mas podem falhar, então apelamos ao espírito covarde e nos resguardamos com outras duas possibilidades, mas que não têm nada a ver com as versões do mundo bizarro que valem como o inverso do que poderia acontecer.

Campeão: Miami Heat
Continuidade, superestrelas no auge, menos pressão, Ray Allen, difícil imaginar o que poderia atrapalhar a jornada rumo ao bicampeonato. (Quem mais? Thunder ou Lakers.)

Mundo bizarro: Charlotte Bobcats, Michael Jordan consegue novamente!

Final: Miami Heat x Los Angeles Lakers
David Stern daria piruetas de samba-canção no coração de Manhattan. Os proprietários radicais dos pequenos mercados quebrariam seus escritórios. Star power. (Quem mais? Heat x Thunder.)

Mundo bizarro: Washington Wizards x Sacramento Kings. Aquele que antes era um clássico do desarranjo, de equipes que reuniram muitos talentos nos últimos anos na loteria do Draft e, ainda assim, não conseguiram montar um time decente. Hoje vira um duelo de duas potências emergentes da liga, atropelando aqueles que esperavam construir dinastias. Fácil.

Alonzo Gee crava pelo Cavs

M-V-Gee. Nem nos sonhos de Dan Gilbert

MVP: LeBron James
Explicado lá em cima, né?

Mundo bizarro: Alonzo Gee. Nada contra, nada pessoal, é um jogador que trabalhou firmemente nos últimos anos a partir da  D-League e conseguiu um contrato que provavelmente deixaria o agente Leandrinho satisfeito. A graça aqui que ele é o ala titular do Cleveland Cavaliers. Pegou?

Melhor técnico: Tom Thibodeau (Bulls)
Fazer mais com menos, tudo baseado em um sistema defensivo impressionante, dos mais fortes que a liga já viu. Se conseguir transformar uma unidade com Marco Belinelli, Vlad Radmanovic e Nate Robinson em uma sólida retaguarda, valeria até um Nobel. (Quem mais: Rick Adelman pelo Wolves e Avery Johnson pelo Nets.)

Mundo bizarro: Vinny Del Negro (Clippers), aquele que saiu de um Derrick Rose para um Chris Paul,  consegue finalmente juntar as peças sem atrapalhar com o que monta em quadra – parte de seu time quer correr e decolar para enterradas, enquanto outra parte quer jogar em meia-quadra, de um modo mais metódico –, fazendo  o Clippers a fungar no cangote

Melhor sexto homem: Ray Allen (Heat)
Aaaaaaaaargh! Mas aí é a hora de por o coração na mesa. Quantos chutes completamente livres o veterano vai ter nesta temporada? (Quem mais:  Kevin Martin pelo Thunder, Mike Dunleavy Jr. pelo Bucks,  Matt Barnes pelo Clippers, Carl Landry pelo Warriors e Chase Budinger pelo Wolves… Desculpe, mas impossível segurar em três.)

Mundo bizarro: Andray Blatche (Nets). Em um time com quinteto titular bastante vulnerável defensivamente, um dos jogadores mais problemáticos e imaturos da NBA consegue sair do banco para fazer o papel de durão, cobrindo espaços e protegendo o aro, sem dar nenhuma dor-de-cabeça ao pequeno general Avery Johnson durante todo o ano. Nem Gilbert Arenas poderia com isso. 

Anthony Davis, calouro número um do Draft

Toco para o Monocelha. Vá se acostumando

Melhor calouro: Anthony Davis, o Monocelha (Hornets)
Uma barbada, segundo todas as fontes possíveis. Um baita defensor, extremamente concentrado e inteligente, já aos 19 anos. O ataque chegará aos poucos, ainda mais nas mãos de um ótimo treinador. (Quem mais: Damian Lillard pelo Blazers e Jonas Valanciunas pelo Raptors)

Mundo bizarro: Fabrício Melo (Celtics). O pivô brasileiro  que pouco jogou na pré-temporada, evolui consideravelmente a cada mês e termina o ano como o cadeado da defesa de Doc Rivers e vira uma figura cult em Boston. Seu mentor Kevin Garnett enfim daria o braço a torcer e o chamaria de “Fab”.

Melhor defensor: Dwight Howard (Lakers)
Enquanto o ataque dos angelinos não se ajusta, o pivô vai ter de fazer a sua parte na cobertura, com uma ajudinha de nosso anti-herói Ron-Ron. (Quem mais: Joakim Noah pelo Bulls e Kevin Garnett pelo Celtics.)

Mundo bizarro: JaVale McGee (Nuggets). O cabeça-de-vento põe os pingos nos is e se transforma numa versão 2.0 de Dikembe Mutombo.


Cartolas apontam Miami como grande favorito ao título e LeBron como o melhor da NBA
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Giancarlo Giampietro

Não um, mas dois, mas três...

Não adiantou o Los Angeles Lakers contratar Dwight Howard e Steve Nash de uma vez, não. Em sua pesquisa anual com os 30 gerentes gerais de suas franquias, o site da NBA constatou que esses dirigentes ainda consideram o Miami Heat como o grande candidato ao título da próxima temporada.

A equipe da Flórida recebeu 70% dos votos na enquete. O Lakers ao menos tem o consolo de ser um dos outros dois clubes mencionados, com 23,3%, superando os 7,7% do Oklahoma City Thunder, atual campeão do Oeste, que o eliminou nos últimos playoffs.

A enquete também constata uma clara elevação no status do astro nos bastidores da liga.

Dãr.

Nada como um título.

Depois de sua atuação dominante no campeonato empastelado graças ao locaute, LeBron James foi votado por 66,7% dos cartolas como favorito ao prêmio de MVP de 2013 (mesma votação de Kevin Durant no ano passado, diga-se) – 20% foram com Kevin Durant, 16,7%, com Dwight Howard e 6,7%, com Chris Paul.

LeBron no auge

Agora, sim, LeBron é o rei da NBA para os gerentes

Quando questionados sobre qual atleta eles gostariam de ter para começar as operações de uma franquia, 80% responderam seu nome, contra 16,7% de Durant e 3,3% de Howard. Em 2011, a pesquisa teve um empate entre Durant e James, com 37%. LeBron também foi eleito como o jogador que mais força os técnicos fazerem ajustes em seus sistemas para tentar conter (50%) e o melhor ala da liga (73,3%) – algo relativo, considerando as tantas funções que o craque desempenha em uma partida.

*  *  *

Na eleição posição por posição, Chris Paul bateu forte concorrência para ser apontado como o melhor armador, com 69%, seguido por Derrick Rose (20,7%), Rajon Rondo (6,9%) e Tony Parker (3,4). Rose havia vencido em 2011 com 59,3%.

Kobe Bryant ganhou como melhor shooting guard: 66,7%, diante de 23,3% de Dwyane Wade, que certamente não gostou nada, nada do resultado.  Durant e seu companheiro de Thunder, James Harden, e Manu Ginóbili foram outros lembrados.

Entre os alas-pivôs, outro posto com diversos candidatos, Kevin Love brilhou com 30%, de modo até surpreendente, dado o conservadorismo que costuma predomuniar nas diregções dos clubes. O segundo foi Dirk Nowitzki, com 23,3%, enquanto LeBron  teve 16,7%, LaMarcus Aldridge, 10%, e Kevin Garnett e Blake Griffin, 6,7% – Tim Duncan e Pau Gasol também figuraram na liga.

Por fim, Dwight Howard liderou com folga (93.3%), mas houve dois dirigentes que apontaram aquele que ele substituiu em Los Angeles, Andrew Bynum, reforço do Philadelphia 76ers.

*  *  *

Entre os brasileiros, Tiago Splitter foi citado em uma de suas perguntas, recebendo um voto quando os gerentes gerais foram questionados sobre qual jogador estrangeiro da NBA teria o desempenho, digamos, mais surpreendente na próxima temporada. Neste quesito, quem levou recebeu mais votos foi o jovem pivô Jonas Valanciunas, do Toronto Raptors (17,2% ou seis).

Kobe, decisivo?

Kobe é outro que não vai gostar muito da pesquisa

Já Anderson Varejão aparece em duas questões, com um voto em cada: “Quem faz mais considerando habilidades naturais limitadas?” e “Quem é o jogador mais durão da liga?”. Engraçado que o capixaba é um jogador extremamente atlético ao seu modo. Pode não ter a força física ou estar longe da impulsão de um Howard ou Blake Griffin, mas é muito veloz, ágil e coordenado. Essa discrepância mostra um pouco como alguns diretores enxergam o jogo.

*  *  *

Para fechar, claro, os tiros no estouro do cronômetro. Pela primeira vez em muitos anos, Kobe Bryant não foi o mais votado quando perguntados sobre qual atleta gostariam de ver com a bola nas mãos para fazer o arremesso decisivo de um jogo. Dessa vez deu Kevin Durant, com 46,7%, contra 40% do veterano. Carmelo Anthony teve 6,7%. Chauncey Billups e LeBron tiveram um voto cada.

Clique aqui para conferir todas as perguntas da gigantesca enquete que o NBA.com elabora. Sempre muito divertido de conferir.


Amistoso contra Clippers serve de prenúncio ao perigo que será Ray Allen em Miami
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Giancarlo Giampietro

Ray Allen livre de três pontos, Miami Heat

Ray Ray livre de três: mas agora do outro lado

LeBron James dribla tranquilamente no centro de quadra, espera a movimentação dos dois lados da quadra e… zip! Um passe muito simples, mas preciso nas mãos de Ray Allen, que não precisa de nem dois segundos para subir com ela dominada e… pumba! Caixa, mais três pontos para o Miami Heat.

Foi só uma pelada de pré-temporada em Xangai, contra um time do Clippers completamente perdido em quadra – deve ser o fuso –, mas já serve, sim, como prenúncio do que os adversários terão pela frente com a adição do veterano arremessador ao elenco que defende o título da NBA.

Allen marcou 15 pontos em 26 minutos na tranquila vitória por 94 a 80, sendo 12 deles na linha de três pontos (os outros três vieram numa bola de dois e um lance livre). Duas das cestas de longe feitas por Allen vieram em passes de James. E é isso aí: vai ser um pesadelo para os coordenadores defensivos essa combinação, ainda mais quando os dois estiverem acompanhados por Battier, Bosh e Wade em quadra.

Já sabemos que são poucos, mas bem poucos, mesmo, aqueles que conseguiriam minimamente conter, ou atrapalhar a vida de LeBron James no mano-a-mano. Quando ele parte para a cesta frontalmente, é preciso de ajuda pelos lados, de cobertura pelo fundo, ou de uma defesa bem compacta (ou tudo isso junto, claro). Agora… Qualquer relatório de scout vai informar que o marcador de Allen não pode deixá-lo a sós na zona morta, muito menos no cotovelo da linha de três. Bosh e Battier também têm arremessos que precisam ser respeitados. Wade não para de se movimentar. Como faz?

Naturalmente, o Clippers não estava nada preparado para executar sua defesa nesta quinta na China, por uma série de fatores. Entre eles: viagem longa, pernas pesadas ainda devido ao trabalho físico intenso de pré-temporada, um monte de jogadores novos integrados ao time, Chris Paul poupado, Vinny Del Negro no comando.

Mas não achemos que Tom Thibodeau, Doc Rivers, Mike Brown, Rick Carlisle, Gregg Popovich tenham achado divertido o dia em que Allen foi apresentado. Vem bombardeio por aí.

*  *  *

Junto com Ray Allen, foi apresentado Rashard Lewis. Como um bônus de preocupação para o restante da liga. Bem, pelo que o experiente ala mostrou hoje, não sei o quanto de tensão sua presençå em quadra vale, não. Se ele não sente mais dores nos joelhos, que se arraastaram durante os últimos dois anos, sua mobilidade ainda é bem limitada. Em vez de fincar raízes no perímetro, ao menos Lewis tentou levar seus defensores para o garrafão e tentar explorar seu tamanho, com mentalidade agressiva. Mas seus movimentos eram previsíveis e lentos, facilmente marcáveis. Ele terminou com cinco pontos em 12 minutos. Seus problemas físicos também podem atrapalhá-lo na defesa.

*  *  *

Alerta de Fantasy League! Dwyane Wade e Blake Griffin ainda estão bem enferrujados depois das cirurgias feitas durantes as férias. Wade chegou a errar uma enterrada sozinho em contra-ataque. Griffin castigou o aro, mas ainda está longe da melhor forma – tem uma gordurinha aqui e ali para secar e o joelho ainda precisa de mais firmeza. Claro que, a 80%, ele já pula mais do que um canguru. Ainda assim, não era o mesmo Griffin do ano passado. Mas tem tempo.