Na terceira partida brasileira, todos os olhos voltados para Andrei Kirilenko
Giancarlo Giampietro
Na NBA, em meio a tanta gente talentosa, muitas lesões e campanhas medíocres do Utah Jazz, ele andava meio subestimado, esquecido. Na temporada passada, no entanto, de volta ao CSKA Moscou, onde é amigo do rei – dou o czar, que seja –, Andrei Kirilenko vem em uma fase esplendorosa.
Um adjetivo que soa sempre pouco exagerado, mas não consigo pensar em algo mais comedido para avaliar o basquete que o ala da seleção russa vem praticando nos últimos meses.
MVP inconteste da Euroliga, recém-contratado pelo Minnesota Timberwolves por US$ 20 milhões em dois anos, AK47, em seu apelido infame, mas que também diz muito sobre seu jogo, estufa as linhas estatísticas de um modo único. Suas médias na Euroliga: 14,1 pontos, 59,8% nos arremessos de dois pontos, 41,7% de três pontos, 7,5 rebotes, 2,4 assistência, 1,5 roubo de bola e 1,9 toco. Ataca de perto e de longe, defende pelo alto e embaixo… Falta o quê?
É esse russo que a seleção vai encarar nesta quinta-feira, pela terceira rodada olímpica. Para um time formatado nas posições tradicional “1 a 5”, Kirilenko seria um 3 e/ou 4. Para o Brasil, isso representa um páreo duro.
Quem Magnano vai escalar para ficar no astro? Marquinhos aguenta o tranco? Leandrinho e Alex marcaram muito bem Luol Deng. Mas o russo é um pouco maior que o britânico, não precisa tanto da bola em suas mãos como Deng, para desequilibrar uma partida. Ele corta bastante para a cesta vindo do lado contrário. Ataca os rebotes ofensivos e pode arremessar rapidamente uma vez que receba o passe. Ele é um jogador muito atlético, comprido e alto. Varejão? Hoje muito lento para esse duelo.
Não sei bem qual seria a solução, não. O homem segue inspirado: nas duas primeiras partidas, ele teve médias de 25,5 pontos, 3 roubos de bola e 2 tocos.
Mesmo que seja um oponente, do ponto de vista de se deleitar com o basquete pura e simplesmente, Kirilenko vale o ingresso.
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Com Kirilenko e Viktor Khryapa lado a lado, a Rússia talvez seja o time que mais se assemelhe ao que os Estados Unidos nos oferece nessas Olimpíadas, com jogadores intercambiáveis. A diferença é que o técnico David Blatt costuma revezar dos “cincões”: sempre que sai Timofey Mozgov, ex-companheiro de Nenê em Denver, entra Sasha Kaun, e vice-versa.
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O armador russo Alexey Shved, que também pode jogar como ala, é uma estrela em ascensão na Europa e acabou de ser contratado pelo Wolves também. Engraçado: para quem vem de Moscou, a neve de Minneapolis não devia assustar, mesmo. Muito habilidoso, alto, versátil da sua maneira – não é tão atlético ou agressivo como Kirilenko, mas se move pela quadra com muita facilidade –, também merece uma observação atenta.