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Arquivo : Lionel Hollins

Prepare-se para uma noite insana de NBA. A temporada chega ao fim
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Giancarlo Giampietro

Não vai rolar de ter o Monocelha e o Wess nos playoffs

Não vai rolar de ter o Monocelha e o Wess nos playoffs

É raro, mas a NBA chega a sua última rodada nesta quarta-feira com uma boa carga de emoção para ser despejada na sua televisão – ou computador. Temos duas vagas de playoffs em aberto, uma em cada conferência, e também todo um estratégico posicionamento dos oito primeiros colocados para ser definido. Segue aqui, então, um guia básico do que esperar na saideira e mais algumas notinhas sobre esse desfecho de temporada. Se der tempo, e tem de dar, atualizo isso aqui mais tarde.

Critérios, critérios
Com tantas disputas equilibradas e a possibilidade de empate na classificação geral, o mais importante talvez seja ter em mente quais são os fatores que ordenam a tabela em caso de campanhas iguais. Preparado para copiar e colar?

1) Um campeão da divisão fica acima de outro time que não esteja no topo da sua divisão.
2) Confronto direto entre os envolvidos no empate.
3) Melhor campanha contra times de sua própria divisão (desde que os times sejam da mesma divisão).
4) Melhor campanha contra times da própria conferência.
5) Melhor campanha contra times dos playoffs da própria conferência.
6) Melhor campanha contra times dos playoffs da outra conferência.
7) Melhor saldo de pontos em toda a temporada

PS: no caso de empate tríplice ou quádruplo – e, glup, até isso foi possível um dia! –, os critérios são os mesmos, excluindo apenas o sexto.

O que tem de mais dramático?
A disputa pelo oitavo lugar tanto do Oeste quanto do Leste, claro.

Paul George tenta retornar aos playoffs, de última hora. Revanche contra Atlanta?

Paul George tenta retornar aos playoffs, de última hora. Revanche contra Atlanta?

Do lado do Atlântico, o Boston Celtics já tinha sua vaga certa desde segunda-feira. Nesta terça, ao vencer o Toronto Raptors com uma cesta no fim de Jae Crowder, assegurou que vai ficar em sétimo, agendando encontro com os LeBrons de Cleveland. Na terça, também tivemos o emocionante (ou quase) duelo entre Indiana Pacers e Washington Wizards, com triunfo do Pacers. Um triunfo que eliminou de vez o Miami Heat, atual tetracampeão da conferência. É apenas a segunda vez que Dwyane Wade não participa dos mata-matas em toda a sua carreira. Desde 2003.

O valente Pacers, então, está no páreo contra o Brooklyn Nets, tendo uma vitória a mais. Ambos vão para a quadra nesta quarta. Os rapazes eleitos por Larry Bird vão enfrentar o combalido Memphis Grizzlies, que ainda tentam uma boa posição para os mata-matas. Já o Brooklyn Basketball tem pela frente a garotada do Orlando Magic. Supostamente, a vida dos Nyets é mais fácil, né? Lembrem-se apenas que estamos falando de um time com 37 vitórias e 44 derrotas. Nada é fácil para esses caras.

Quer saber da ironia aqui? Lionel Hollins depende de uma vitória de sua ex-equipe, o Grizzlies, e de seu ex-assistente, Dave Joerger, com quem hoje não mantém das melhores relações. Caso o Indiana vença, está dentro. Se perder, precisa torcer para Elfrid Payton, Nik Vucevic etc., uma vez que o time nova-iorquino conta com a vantagem no desempate por confronto direto.

(Sobre a vitória do Pacers em dupla prorrogação contra o Wizards? Nas palavras de Charles Barkley, foi “o jogo mais entediante sob essas condições na história da NBA”. O placar? Um singelo 99 a 97. Segundo Ben Golliver, da Sports Illustrated, o mínimo que uma equipe havia marcado até esta terça-feira em 58 minutos de basquete eram 107 pontos. Afe. Então tem isso: a briga de Indy está sendo bonita, considerando tudo o que  os caras enfrentaram na temporada, mas ainda estamos falando de um time bastante limitado, que, numa conferência minimamente mais competitiva, estaria fora há tempos.)

Do outro lado do país, temos a briga de foice entre New Orleans Pelicas (hoje em vantagem também devido ao retrospecto no duelo) e Oklahoma City Thunder. Quer dizer: a NBA vai ficar sem Anthony Davis ou Russell Westbrook nos mata-matas para classificar um time capenga do Leste. Detalhe: estivessem na conferência concorrente, tanto Monocelha como Wess veriam seus times posicionados no sexto lugar. Mesmo um Phoenix Suns em plena decadência e o emergente Utah Jazz levariam a melhor. É demais.

O Pelicans é aquele que tem a missão mais difícil da noite, precisando se virar contra o San Antonio Spurs. Ao que tudo indica, Gregg Popovich não vai poupar ninguém, querendo garantir a segunda posição do Oeste – o que não só rende mando de quadra nas duas primeiras rodadas como serve para evitar o Golden State Warriors até uma eventual final de conferência. Já OKC enfrenta a versão fraldinha e D-Leaguer do Minnesota Timberwolves, com Andrew Wiggins e Zach LaVine dominando a bola, escoltados por Justin Hamilton, Lorenzo Brown e afins.

Westbrook depende de uma vitória própria e um triunfo do Spurs. Só não perguntem a ele se ele vai torcer por San Antonio:

E o que mais?
Falta definir o emparelhamento dos playoffs. De garantido, no Oeste, temos: Golden State Warriors primeiro, Portland Trail Blazers quarto e Dallas Mavericks sétimo. E só.

(Dando um tempo para você rir, enquanto assimila a informação…)

Pronto, deu, né?

Faça chuva ou faça sol, o Blazers de LaMarcus entrará nos playoffs em quarto – mas sem mando de quadra

Faça chuva ou faça sol, o Blazers de LaMarcus entrará nos playoffs em quarto – mas sem mando de quadra

O Los Angeles Clippers ocupa hoje a segunda posição da conferência, tendo concluído sua campanha já com 56 vitórias e 26 derrotas, mas precisa esperar o desfecho da rodada. O certo é que, no mínimo, o novo primo rico angelino fica em terceiro. Caso o San Antonio Spurs vença, assume a vice-liderança. Se ambos os texanos vencerem, o Rockets fica em quarto, com o Memphis Grizzlies em quinto. O Rockets pode, porém, passar seu rival texano, dependendo de um tropeço deles contra o Pelicans, subindo para segundo – superando o Clippers por ser campeão de Divisão. Já o Grizzlies torce contra a dupla texana, mesmo, por levar a melhor no desempate contra ambos, podendo subir para terceiro, abaixo de LAC.

Isso, claro, desde que todos esses times pretendam realmente ficar o mais alto possível na tabela. Com tantas lesões que abalam a rotação de Stotts em Portland, de McHale em Houston e de Joerger em Memphis, não duvido que um time ou outro “escolha” o adversário. Enfim. É tudo muito complicado e talvez nem dê para optar por nada. Peguem o Spurs por exemplo: o time cai para terceiro se perder e o Rockets também. Fica em quinto se perder, Rockets vencer e Grizzlies perder. E termina em sexto se perder e os outros dois triunfarem. Vai arriscar o quê?

O posicionamento do Blazers em quarto volta a levantar a discussão em torno da importância dos títulos de Divisão. A organização ainda procura dar valor para isso – jogadores, técnicos, dirigentes e a comunidade em geral parecem que não. E aí temos o único representante do Noroeste garantido nos playoffs em uma situação confortável. Se fosse ranqueado apenas por seus resultados, o time estaria em sexto. Ainda com uma bela campanha de 51 ou 52 vitórias, mas abaixo dos demais concorrentes. Por ter faturado sua Divisão, se posiciona obrigatoriamente entre os quatro cabeças-de-chave – mesmo que não tenha mando de quadra na primeira rodada, já que tem aproveitamento pior que o de Spurs, Rockets e Grizzlies, independentemente do desfecho nesta quarta. Dá para entender? Claro que não. Sua única vantagem é escapar de um confronto logo de cara com os dois primeiros da conferência. Que puxa.

No Leste, as coisas são mais simples: Atlanta em primeiro, Cleveland em segundo, Washington em quinto, Milwaukee em sexto, Boston em sétimo. A terceira posição fica entre Chicago ou Toronto, com o Bulls dependendo apenas de seus esforços – ou de uma derrota do clube canadense. Se perderem, o Raptors garante o terceiro lugar no desempate por ter vencido a Divisão Atlântico desde o início de dezembro. Mas também fica a dúvida: para o Bulls, que se julga candidato ao título, qual caminho é o menos desagradável: ficar na chave de Hawks ou Cavs? Para o Raptors, a impressão é que eles adorariam enfrentar o Wizards, um time que conseguiu domar durante a temporada.

Intocáveis, ou quase
Sim, foi uma conferência novamente brutal. No geral, os times do Oeste tiveram aproveitamento de 58,4% contra os do Leste, com 262 vitórias e 187 derrotas. Por outro lado, muitos de seus supertimes perderam um pouco de fôlego nessa reta final de temporada devido ao excesso de lesões.

Wesley Matthews, Patrick Beverley e Donatas Motiejunas estão definitivamente fora da temporada. Arron Afflalo pode perder uma semana de playoff, ou até mais, dependendo da recuperação. LaMarcus Aldridge já deveria ter feito uma cirurgia por conta de uma ruptura de tendão na mão direita. Se OKC passar, não terá Kevin Durant, enquanto um eventual retorno de Serge Ibaka ainda é um mistério. Fosse início de temporada, com dores no tornozelo e no pulso, Mike Conley Jr. não estaria jogando. Marc Gasol torceu o tornozelo há duas partidas. Tiago Splitter voltou a sentir a panturrilha, ainda que, segundo o Spurs, não é nada grave. Chandler Parsos está novamente fora de ação, com problemas no joelho – também há gente que assegura que o vestiário do Mavs está, hã, fraturado. Do Clippers a gente nem fala, pois é como se Doc Rivers tivesse um banco inteiro de gente lesionada – “só que não”. Apenas o Golden State Warriors parece intactos (ao menos oficialmente intactos).

(Sud)Oeste selvagem
Agora, se a gente for usar uma lupa para observar o desfecho da temporada e o desequilíbrio interconferências, é para notar na hora que a grande responsável pelo desnível na balança é a pesadíssima Divisão Sudoeste. Se os Monocelhas vencerem nesta quarta, os cinco times dessa divisão estarão nos playoffs. Algo que não acontece desde 2006 (Divisão Central), restando duas vaguinhas para a do Pacífico (Warriors, Clippers) e uma para a do Noroeste. Coisa de louco.  No geral, contra o Leste, os times quinteto sustentou um aproveitamento de 68,5% – e 60,5% contra os irmãos do Oeste.


Por que você pode (quase) gostar da briga pelos playoffs no Leste?
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Giancarlo Giampietro

Enquanto a NBA mantém divisão Leste-Oeste, Pacers e Celtics têm chances

Enquanto a NBA mantém divisão Leste-Oeste, Pacers e Celtics têm chances

Não, esta não é uma tentativa de autoplágio, tá?

É que, desde o momento em que este polêeeemico (coff! coff!) artigo foi publicado, as coisas mudaram bastante. E a não-corrida pelas últimas vagas dos playoffs da Conferência Leste se tornou quase uma corrida de verdade, com a ascensão de alguns times que já estariam mortinhos da Silva no Oeste, mas que, no lado oriental dos EUA, sempre tiveram chances.

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Um termo recorrente aqui vai ser o “quase”. Sim, quase dá para gostar do que está acontecendo por lá. Só não dá para curtir de verdade quando você se toca que, enquanto equipes que mais perdem do que ganham sonham com os mata-matas, no Oeste vamos ter pelo menos dois desses caras assistindo tudo de fora: Anthony Davis, Russell Westbrook, Kevin Durant, Serge Ibaka, Dirk Nowitzki, Rajon Rondo, Monta Ellis, ou Tyson Chandler. Isso para não falar de Mitch McGary, Perry Jones, o Terceiro, Luke Babbitt, Alex Ajinça, JJ Barea e do sargento Bernard James.

Muita sacanagem, gente.

Especialmente no caso do Monocelha, que ainda sustenta o maior índice de eficiência da história da liga.

De qualquer forma, aqui estamos. Com o Indiana Pacers, agora em sétimo, tendo uma das melhores campanhas do Leste desde o All-Star Game. Com o Boston Celtics curtindo a segunda maior sequência de vitórias em voga – cinco, atrás apenas das seis do Utah Jazz de Rudy Gobert. Esses dois times (quase) emergentes estão empatados com o Miami Heat, restando 16 partidas para ambos. O atual tetracampeão do Leste vive um sufoco danado para manter a oitava posição. Um pouquinho abaixo, em décimo, com apenas um triunfo a menos, o Charlotte Hornets também vai dizer que tem boas chances nessa. Jesus, até mesmo o Brooklyn Nets ainda acredita.

Assumindo desde já um risco aqui de considerar que o Milwaukee Bucks, mesmo sentindo falta dos chutes de fora de Brandon Knight, ‘está’ classificado. Restariam, então, duas vagas, mesmo. Vamos examinar, então, novamente os candidatos? Por que dá para (quase) gostar deles?

INDIANA PACERS (30-36)

Hill e Vogel: reflexos de uma cultura vencedora

Hill e Vogel: reflexos de uma cultura vencedora


– O que deu errado:
o quinteto vice-campeão do Leste do ano passado jamais poderia ser repetido, uma vez que Lance Stephenson se mandou para Charlotte. E aí o Paul George ainda fraturou a perna. Já era motivo para muita tristeza. Mas Frank Vogel mal podia imaginar que, por conta de mais e mais lesões, nem mesmo o trio George Hill-David West-Roy Hibbert ele poderia escalar por 20 jogos. Muita crueldade.

Como se viraram: Palmas para Frank Vogel, por favor. Mais palmas. Pode até levantar da cadeira. Que o que o técnico fez este ano é de fato admirável. O Pacers ainda marca muito. Desde 1º de fevereiro, tem a segunda defesa mais eficiente, atrás apenas de Utah. A coesão defensiva é e também um testamento da cultura estabelecida pelo treinador nos últimos anos, sempre com a orientação dos senadores Larry Bird e Donnie Walsh. Nunca, jamais subestimem a química, que amplifica o talento em quadra. A ironia é que, devido aos desfalques, Vogel se viu obrigado a buscar diversas soluções, ampliando sua rotação e preservando seus atletas (ninguém passa da casa dos 30 minutos em média). No ataque, Hill vem jogando o melhor basquete de sua carreira, enquanto Rodney Stuckey redescobriu o caminho da cesta, para compensar as diversas noites de aro amassado durante a campanha. Luis Scola também ressuscitou e segue aplicando seus truques para cima dos adversários, mantendo o alto nível no garrafão quando West sai. Viver de Solomon Hill e CJ Miles para pontuar seria impossível.

– Campanha na conferência: 22-18.

Últimos 10 jogos: 7-3.

O que vem por aí: 7 jogos em casa, 9 fora, e adversários com aproveitamento de 51,2% e 4 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

MIAMI HEAT (30-36)

erderam um tal LeBron James. De modo que a equipe voltaria a ser de Dwyane Wade. Mas as constantes lesões de Wade, mesmo quando ele era apenas o braço direito de LBJ seriam um problema. Foi o que aconteceu. O entra-e-sai do astro, que já perdeu 18 partidas, atrapalha demais, quebrando o ritmo da equipe. Ainda mais depois de Chris Bosh ter sido afastado por conta de uma embolia pulmonar e de Josh McRoberts mal ter feito sua estreia. Contar com jogadores desgastados como Luol Deng, Chris Andersen e Udonis Haslem na rotação também pesa numa reta final de temporada.

Como se viraram: encontraram Hassan Whiteside perdido por aí. E, claro, fecharam uma troca por Goran Dragic. Vai precisar de mais tempo para o esloveno sacar quais as características peculiares de seus companheiros, mas sua visão de jogo, agressividade e categoria compensam demais. Era isso, ou Norris Cole: escolham. Pat Riley deve ganhar todos os elogios devidos por essa negociação, mas também precisa ser louvado pela atenção que tem com sua filial da D-League, recrutando jogadores mais que úteis – e baratos – como Tyler Johnson e Henry (ex-Bill) Walker para encorpar o banco de Erik Spoelstra.

Últimos 10 jogos: 5-5.

– O que vem por aí: 8 jogos em casa, 8 fora, adversários com aproveitamento de 49,6% e só 2 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

BOSTON CELTICS (30-36)

Brad Stevens obviamente saberia como usar os talentos de Thomas

Brad Stevens obviamente saberia como usar os talentos de Thomas


– O que deu errado:
se Indiana e Miami sofreram com lesões, em Boston os desfalques foram “forçados” – pelas constantes trocas de Danny Ainge. Rajon Rondo e Jeff Green, enfim, foram negociados. Brandan Wright, Tayshaun Prince e Jameer Nelson mal chegaram e já foram repassados. Dos que estão fora hoje, só Jared Sullinger foi encaminhado para o departamento médico. Ao todo, Brad Stevens teve 22 jogadores em quadra (mais que quatro quintetos) e 11 titulares diferentes.

– Como se viraram: tal como Vogel, Stevens merece a ovação popular, por ter conseguido manter um senso de unidade e competitividade num elenco itinerante, no qual nenhum jogador parecida estar 100% garantido. Não só isso: soube desenvolver ou aproveitar melhor as diversas peças que recebeu, com um quê de Rick Carlisle nessa. Poderia até ser candidato a técnico do ano em um campeonato mais frágil, mas só vai ganhar, mesmo, menções honrosas em listas lideradas por Steve Kerr e Mike Budenholzer – para não falar de Terry Stotts, sempre subestimado. Está certo que as mudanças não foram sempre para o mal. Isaiah Thomas perdeu os últimos jogos, mas se encaixou perfeitamente num time carente por cestinhas, enquanto Tyler Zeller, contratado em julho, vai surpreendendo como referência na tábua ofensiva. Para não falar de Luigi Datome, o Gigi, já um herói popular em Boston e que mal via a quadra em Detroit.

Campanha na conferência: 18-21.

Últimos 10 jogos: 7-3

– O que vem por aí: 7 jogos em casa, 9 fora, adversários com aproveitamento de 49,8% e 4 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

CHARLOTTE HORNETS (29-36)

MKG: um dos maiores malas na defesa, né, Wess?

MKG: um dos maiores malas na defesa, né, Wess?

– Os problemas: para um time cheio de carências no ataque, a contratação de Lance Stephenson foi uma tremenda decepção. O ala-armador só contribuiu para uma coisa: deixar o vestiário conturbado. E aí que, para piorar, Al Jefferson perdeu dez partidas e em algumas de suas incursões estava claramente debilitado. Para completar, Kemba Walker passou por uma cirurgia no joelho. Ficava difícil pensar em fazer pontos. Do outro lado, Michael Kidd-Gilchrist fez muita falta por cerca de 20 jogos.

As soluções: Steve Clifford respirou fundo em um início de campanha horroroso e conseguiu colocar as coisas no trilho, contando com uma senhora ajuda da fragilidade de seus adversários. Quando a defesa encaixou – coincidentemente, com o retorno de MKG, um Tony Allen supersize –, Charlotte já não se preocupava mais com a frequência que a bola estava caindo. Até porque essa fase coincidiu com as melhores semanas de Kemba como profissional, até sua lesão acontecer. De qualquer forma, uma troca totalmente subestimada por Maurice Williams acabou se revelando salvadora. O armador veio do Minnesota para cumprir aquilo que faz melhor: esquentar a munheca aqui e ali oupor um curto período de tempo. Tudo de que o Hornets precisava.

Campanha na conferência: 22-17.

– Últimos 10 jogos: 6-4.

O que vem por aí: 7 jogos em casa, 10 fora, adversários com aproveitamento de 50% e 5 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

BROOKLYN NETS (27-38)

Um Thaddeus Young não é o bastane para Brooklyn

Um Thaddeus Young não é o bastane para Brooklyn

– O que deu errado: Um russo bilionário que já teve a ousadia de desafiar Vladmir Putin em uma eleição presidencial ordenou que o time vencesse, e vencesse o título logo de cara? Sim. Seu gerente geral, que já havia se atrapalhado todo com movimentos imediatistas em seu emprego anterior, abraçou a causa? Claro que sim. Para isso, ele torrou escolhas de Draft para contratar estrelas que obviamente já haviam passado de seu auge há um bom tempo? Hmm… SIM! O que será que deu errado, então? Nem sei. Sem contar as constantes trocas de técnico, um ginásio lindo, mas que não pode ser chamado de casa, mais lesões de Brook Lopez etc.

– As soluções: fora Thaddeus Young, a primeira vez na história em que o jogador que eles receberam ser a peça mais jovem numa troca (por Kevin Garnett)? Difícil de achar outra. Ok, talvez o fato de não terem se precipitado ao demitir Lionel Hollins. Nem mesmo o fato de estarem no Leste é tão relevante aqui…

– Campanha na conferência: 11-19.

– Últimos 10 jogos: 4-6.

– O que vem por aí: 11 jogos em casa, 6 fora, adversários com aproveitamento de 52,3%, 4 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

Se for pensar, Indiana vive o melhor momento, mas pode ser algo frugal, com uma tabela difícil pela frente. Miami simplesmente não pode pensar em perder Wade (e o cabeça-de-vento Whiteside) por dois ou três jogos, enquanto tem o calendário mais fácil entre esses. Boston está no meio do caminho entre eles e é o time que menos depende de um só atleta. Charlotte precisa resolver o que fazer com a dinâmica Kemba/Mo Williams agora, ao passo que vai jogar muito mais como visitante e tem seis jogos back-to-back, no final do campeonato. Já o Brooklyn nem tem um fator casa verdadeiro para se empolgar com as 11 partidas em seu ginásio. Tudo isso para dizer que não tenho ideia do que vai sair dessa disputa.

A única certeza é a de que o Detroit Pistons já está eliminado, podendo Stan Van Gundy se concentrar no que Reggie Jackson não consegue fazer em quadra. De resto, um palpite mais conservador poderia pender para os finalistas da conferência dos últimos dois anos, não? Se os playoffs já começaram para os cinco clubes acima, a experiência do que sobrou de seus núcleos poderia fazer a diferença. Mas eles obviamente estão numa posição tão frágil como a dos demais. De novo: são times que mais perderam do que venceram durante a campanha. Boa sorte apostando em qualquer um deles. Talvez o melhor fosse realmente virar os olhos para o Oeste e aproveitar os últimos jogos do ano para Wess ou Monocelha. Um deles infelizmente vai ficar no quase.


Memphis Grizzlies: moendo carne, batendo bife
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Giancarlo Giampietro

A torcida também vai tentar moer o adversário

A torcida também vai tentar moer o adversário

Lá pelos idos de maio de 2013, o que na era da Internet já é mais que um século atrás, havia o temor de que a cultura de “Grit & Grind” – praticamente impossível de se traduzir ao pé da letra, mas que tem a ver com a bravura do estilo de jogo do Grizzlies – estivesse seriamente ameaçada em Memphis. O técnico Lionel Hollins estava de saída, Tony Allen era agente livre, Zach Randolph também tinha futuro incerto. Mas o assistente Dave Joerger segurou muito bem as pontas desde que foi promovido,  o pitbull preferido da cidade tinha ganhado um novo contrato, e tudo caminhou bem. Mesmo com a lesão  de Marc Gasol, o time chegou aos playoffs e incomodou bastante. Ponto.

Aí que, ao final do campeonato, as coisas novamente ficaram tensas, de modo chocante. Subitamente, o CEO Jason Levien, que mal havia acabado de assumir a posição, foi derrubado pelo proprietário Robert Pera. Ao mesmo tempo, Joerger foi liberado para conversar com o Minnesota Timberwolves, de sua terra natal. No fim, o magnata tirou o antigo gerente geral Chris Wallace do ostracismo, para lhe reempossar, e decidiu segurar Joerger. Z-Bo ganhou sua extensão contratual. A estrutura, então, foi mantida.

Fora da cidade, pode ter certeza que caras como Blake Griffin, Kevin Durant, Tim Duncan e Dirk Nowitzki acompanhavam tudo com muita atenção. Qualquer passo em falso, qualquer sinal de derrocada do time poderia ser um alívio danado para eles. Afinal, estamos falando do time mais casca grossa da Conferência Oeste. Ou melhor: com a iminente derrocada do Indiana Pacers, já dá para falar no time mais pesado, aquele que a liga toda vai querer evitar. Ainda mais numa série de mata-mata.

Vai encarar? Ninguém quer

Vai encarar? Ninguém quer

Já escrevemos aqui qual a dificuldade de escolher os termos apropriados para explicar do que se trata o lema oficial desta geração do Grizzlies, elaborado num estalo de genialidade por Allen.  No final das contas, o melhor a ser feito é apelar ao populacho: trata-se do famoso moedor de carne. Esses caras fazem isso, como se o FedExForum representasse um grande açougue humano. Não é nem um pouco bacana bater de frente, de lado, ou de costas com gente com Randolph e, especialmente, Marc Gasol, por mais magro que o espanhol esteja esses dias. E aí você põe mais um corpanzil de Kosta Koufos na jogada e alguns alas que aporrinham a vida de qualquer um, e o que temos daí é uma das defesas mais sólidas e nocivas que se pode encontrar.

Tom Thibodeau tem o esquema e excepcionais marcadores em Chicago. Roy Hibbert e David West ainda vão tentar proteger uma fortaleza em Indianápolis. Mas o desgaste físico causado por essa galera encrespada de Memphis deve ser o maior tormento no longo e cansativo calendário de cada equipe.

De estrela a operário, Vince Carter segue relevante

De estrela a operário, Vince Carter segue relevante

O time: Z-Bo já não é mais o mesmo de sua primeira temporada de All-Star, justamente a primeira em Memphis. Mas seu jogo nunca dependeu de impulsão, explosão física ou elasticidade. Enquanto chega aos 33 anos, sua técnica e força física ainda causam estrago perto da cesta o mantêm produtivo. Suas características combinam perfeitamente com as de Gasol, que tem uma visão de quadra privilegiada encarando a cesta como um maestro na cabeça do garrafão, também matando bolas dali. Além do mais, o posicionamento dos dois pode ser facilmente intercambiável. Não sabemos muito bem o quão consciente Wallace foi ao montar essa dupla em 2010, mas deu muito certo. Para assessorar esse núcleo, quietinho da silva, Mike Conley se tornou um dos principais armadores da liga, vindo também sua melhor temporada.

O que sempre falta em torno dessa trinca foram arremessadores que metessem medo. Já não é um problema tão grave assim. Mike Miller fez o serviço em 2013-2014, mas preferiu seguir os passos de LeBron em Cleveland. Para seu lugar, todavia, chegou Vince Carter, que se reinventou em Dallas como atirador de três pontos e marcador e, aos 37,  chega com moral a Memphis. E o veterano não está solitário nessa.

De volta de lesão, Pondexter está preparado para enfrentar os alas mais fortes da liga

De volta de lesão, Pondexter está preparado para enfrentar os alas mais fortes da liga

Courtney Lee foi fruto de outra bela negociação incentivada pelo supernerd John Hollinger que deu certo. Ele liderou a NBA no aproveitamento de arremessos movimento na temporada passada e também consegue incomodar bastante os alas mais baixos, fazendo ótima dupla com Allen, um atacante arrojado, mas, no mínimo, inconstante. Por fim, em seu último sopro, Tayshaun Prince ainda tem envergadura para deixar as linhas defensivas mais rígidas esporadicamente. Em resumo: por mais que não sejam tão discutidos assim na grandes plataformas, este pode ser o elenco mais forte que o Grizzlies já teve.

Olho nele: Quincy Pondexter. O ala, que retorna de uma fratura na perna que o tirou por mais de 60 partidas da última temporada, foi esquecido deixado de fora do parágrafo acima propositalmente. Quando comparado a Allen, Lee, Carter e Prince, tem ainda menos fama, mas pode ser tão ou mais relevante que eles durante a jornada, desde que consiga sustentar um aproveitamento de três pontos próximo aos 39,5% que teve na temporada retrasada. Pondexter é mais alto e forte que Lee e Allen e mais forte e ágil que Prince, oferecendo um meio termo interessante.

Abre o jogo: “Tem tanto chão para isso, que não passa pela minha cabeça. Apenas quero fazer a porcaria do meu trabalho diariamente. Você nunca sabe o que pode acontecer em sete ou oito meses. A franquia pode decidir seguir em outra direção. Vamos ver como todos nos sentimos em julho. Toda essa conversa de agora não vai mudar isso”, Marc Gasol, sobre sua entrada no mercado de agentes livres ao final da temporada, sem firula alguma. Os bastidores da liga já dão como certa a investida de Phil Jackson e o Knicks pelo pivô em 2015.

Você não perguntou, mas… ao lado de San Antonio Spurs, Miami Heat, Oklahoma City Thunder e Los Angeles Clippers, apenas um clube venceu mais de 50 jogos nas últimas duas temporadas, não importando que desfalque tinha. Justamente a franquia que tem a ver com ursos-pardos, mesmo que eles não sejam encontrados tão facilmente assim em Memphis.

kevin-pritchard-grizzlies-cardUm card do passado. Kevin Prichard. Ele, mesmo, o ex-dirigente do Portland Trail Blazers e gerente geral de Larry Bird no Pacers, hoje. Se formos pensar em gente do passado da franquia, ainda em sua encarnação na Costa Oeste do Canadá, dá para lembrar da figura pastosa de Bryant Reeves, além de Anthony Peeler, Blue Edwards, Shareef Abdur-Rahim, Felipe López, entre outros. Mas está nos livros históricos – uns três, pelo menos – que foi Pritchard foi o primeiro jogador a assinar contrato com o clube. Assinou, mas não brilhou. Cortado antes de a temporada 1995-96 começar, não disputou uma partida sequer pela franquia. Naquele ano, faria dois joguinhos pelo Washington Bullets. Depois, adeus, NBA. Formado em Kansas, Pritchard chegou a ser, antes, reserva de Tim Hardaway e Sarunas Marciulionis no Golden State Warriors de Don Nelson. Jogou na Itália, na Espanha e na Alemanha. Mas foi como cartola, mesmo, que ele deixou sua marca. Foi o grande arquiteto da reconstrução do Blazers na década passada, depois dos anos de Jail Blazers, nos quais ganharam mais manchetes policiais do que esportivas. Seu relacionamento com o bilionário Paul Allen e sua trupe, porém, desandou a ponto de ele ser demitido do cargo de gerente geral cerca de uma hora antes do draft de 2010. Cruel. Ele ainda fez uma troca e selecionou Luke Babbitt e Elliot Williams. Vingança em prato frio de carne moída.

 


Brooklyn Nets: grandiosidade tem limite
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Giancarlo Giampietro

30 times, 30 fichas para a temporada 2014-2015 da NBA

Três caras talentosos. Mas e a saúde? E a grana gasta?

Três caras talentosos. Mas e a saúde? E a grana gasta?

Quando comprou o então New Jersey Nets, o russão Mikhail Prokhorov afirmou que sua meta era a conquista de um caneco da NBA até o quinto ano. Simples assim. Cá estamos entrando nesta quinta temporada, e a sensação é a de que o time já esteve muito mais preparado para isso. E, não, isso não tem nada a ver com a saída de Jay-Z do grupo de proprietários.

O clube concluiu sua mudança para o Brooklyn com sucesso. Tem um ginásio maravilhoso, acompanhado por belos uniformes e logotipo. Em quadra, até conseguiu se recuperar de alguns anos de miséria, mas… Nunca esteve tão perto do título como a versão do time no início dos anos 2000, liderada por Jason Kidd a dois vice-campeonatos. Eles só não tinham ninguém para marcar Shaquille O’Neal e Tim Duncan. E quem tinha?

Jason Kidd agora é realmente passado para o New Jersey Nets

Kidd agora é realmente passado para o Nets

Por falar em Kidd, o ex-armador promovido a técnico imediatamente estrelou um dos causos mais interessantes das férias. Não está muito claro a gênese da tentativa de golpe, mas o cara tentou derrubar o gerente geral Billy King para assumir pleno controle das operações de basquete do clube, algo que poucos têm no momento: Popovich em San Antonio (em parceria com RC Buford, é verdade), Stan Van Gundy em Detroit e Doc Rivers com o Clippers. Muito cedo para pensar nesse tipo de coisa, né? Se bem que, em se tratando de destronar King, talvez toda iniciativa seja válida.

O cartola montou um time competente, mas sacrificou o futuro para isso. Tudo teria mudado caso tivesse fechado com Dwight Howard? Pode ser. Mas ele perdeu essa, e o que restou foi um time de veteranos que, somados, não apresentaram o suficiente nem mesmo para ganhar incomodar no Leste. A contratação de Deron Williams, pelo preço pago, se mostra uma bomba: de supetão assim, já não dá para colocá-lo nem mesmo na lista dos dez melhores armadores da liga. Joe Johnson viveu suas noites de herói na última campanha, mas é outro que não justifica o salário – e cuja negociação custou uma penca de escolhas de draft. O mesmo procedimento foi adotado na hora de fechar com Garnett e Pierce – sendo que metade da dupla de veteranos nem está mais por lá.

Brook Lopez voltou a sentir o pé já na pré-temporada – foi só uma torça, ufa! Mas ainda assim… A enfermaria já está personalizada. Kirilenko teve problemas nas costas. Então ficaram nesse ponto: se as lesões, ou a velhice permitirem, o Nets até vai chegar aos mata-matas com tranquilidade. Uma vez lá, está destinado a cair na primeira ou na segunda rodada.

A boa notícia? Em 2016, quando vencem os contratos de Johnson e Lopez, o time terá mais uma vez espaço na folha salarial para recrutar estrelas para Brooklyn. A má? É só ver no que deu a última vez que isso aconteceu.

Sem palavras

Sem palavras

O time: é uma incógnita. A equipe que deu mais certo no ano passado com Jason Kidd era única. Os quintetos empregados pelo treinador noviço tinham composições híbridas: você não poderia apontar exatamente que fulano era isso, ou sicrano aquilo, se aproveitando da versatilidade de caras como Shaun Livingston, Paul Pierce, Andrei Kirilenko e Andray Blatche, por exemplo. Com Hollins, a abordagem deve ser mais tradicional. Supostamente, ele teria pivôs ao seu dispor para emular o sistema de Memphis, embora nenhum deles seja tão grande ou inteligente como Marc Gasol. Só precisa ver quem ele terá para jogar de fato: quantos jogos Deron, Lopez e Garnett aguentam? Com quem ele pode contar, na certa: Mason Plumlee. O pivô campeão mundial foi criticado injustamente por sua escolha para o Team USA. Falaram que só estava lá por ter sido atleta do Coach K em Duke, que ele jogar na vaga de Andre Drummond era insano. Bobagem: para construir um time, nem sempre os melhores talentos são necessários, mas, sim, aqueles que combinam mais. E o Plumlee II se encaixa em qualquer sistema e time, devido a sua capacidade atlética (salta muito, se move com a agilidade de um ponta de vôlei e, ao mesmo tempo, é muito forte), além da leitura de jogo avançada pelos quatro anos de universidade.

A pedida: menos lesões, por favor. E playoffs. Título? Pfff. Só em caso de uma hecatombe em Cleveland e Chicago.

Bojan Bogdanovic: mecânica

Bojan Bogdanovic: mecânica

Olho nele: Bogdan Bogdanovic. O croata é visto pelo basquete europeu como um astro em potencial desde a adolescência. Muito antes de entrar no radar da NBA, o ala já havia assinado um contrato de cinco anos de duração com o Real Madrid, sabiam? O gigante europeu, no entanto, nunca o aproveitou para valer. Entre passagens curtas pelos times juvenis e empréstimos, Bogdanovic não desenvolveu laços na capital espanhola e rompeu o vínculo na reta final para voltar para casa. Mandou seu recado pelo Cibona Zagreb e aí fechou seu primeiro polpudo acordo com o Fenerbahçe, que defendeu por três temporadas.

Assisti a muitos jogos do ala nas últimas Euroligas, e o que posso passar é o seguinte: é, de fato, um grande cestinha. Grande arremessador e bandejeiro oportunista.  Quem o viu na Copa do Mundo já sabe: o cara tem um estilo classudo. Parece que seu jogo foi moldado pelos programadores de videogame mais atenciosos, com base no Manual do Jogador de Basquete.  Não é dos caras mais explosivos – ainda mais para os termos da NBA, na qual vai sofrer um pouco até saber o que pode e o que não pode fazer. A ideia é que ele vá compensar isso com seus diversos fundamentos, a boa estatura e tino para a coisa. O que falta: mais vontade de passar e servir aos companheiros. Na temporada passada, teve sua maior média de assistências no torneio europeu, e isso quis dizer 1,8 por partida. Para alguém que tinha a bola por tanto tempo em mãos e que evidentemente é inteligente com a bola, esse número chama a atenção, ainda mais quando levamos em conta que seu time estava tomado por atletas de seleção nacional. Não era uma questão de Bojan-contra-o-mundo.

Abre o jogo: “Claro. É o quarto treinador em três anos, então, tomara, que ele seja a voz certa para nós”, Deron Williams, sobre Lionel Hollins, já um tanto desiludido com mais uma franquia? Desde que chegou ao Nets, o armador foi dirigido por Avery Johnson, PJ Carlesimo e Jason Kidd.

Você não perguntou, mas… quando chegar 2016, talvez Prokhorov não seja nem mais o dono do Nets. Durante as férias já começou a especulação de que o bilionário russo teria cansado da brincadeira. Ou melhor: estaria disposto a lucrar horrores com uma eventual venda – se o Clippers vale US$ 2 bilhões, quanto custaria o time nova-iorquino? Multiplicar as verdinhas é o que esses caras mais sabem fazer, lembrando que ele pagou pela franquia US$ 223 milhões em 2010. Por ora, os aliados de Prokhorov afirmam que ele só estaria interessado em vender uma fração de suas ações – com o grupo Guggenheim já oficialmente envolvido em tratativas. Além disso, a oposição ao líder supremo russo Vladimir Putin espera que o magnata retome a linha de frente do partido Plataforma Civil, para tentar mais uma investida pelo poder no país.

Drazen Petrovic, Nets, card, New JerseyUm card do passado: Drazen Petrovic completaria nesta quarta-feira, 22 de outubro, 50 anos, não tivesse morrido num acidente de carro na Alemanha em 1993, numa das mortes mais trágicas da modalidade. Depois de brilhar muito jovem na Europa, a estrela croata chegou aos Estados Unidos em 1989, para jogar pelo Blazers. Era uma equipe muito forte, brigando pelo topo no Oeste, e que não lhe deu muito espaço. Para um craque já consagrado, a situação era inadmissível. Em 1991, então, conseguiu mudar de clube, trocado para o New Jersey Nets. Na vizinhança de Nova York, o ala mostrou do que era capaz. Em sua última campanha, ele anotou 22,3 pontos por jogo, chegando aos playoffs como protagonista. Acabaram perdendo do Cleveland Cavaliers por 3 a 2 na primeira rodada. Mas era um time se desenhava promissor, contando com jovens emergentes como Kenny Anderson e Derrick Coleman, embora Petrovic, de seu canto, não se estivesse se sentindo tão confortável assim. Seu relacionamento não era dos melhores com o restante do elenco, acreditando ser alvo de inveja/preconceito, pelo fato de ser o europeu brilhando fora de casa. O futuro do croata, de 28 anos, estava novamente no ar. Ele poderia até mesmo deixar a liga americana. Nunca saberemos: no dia 7 de junho de 1993, o craque morreu num acidente de carro, na Alemanha, depois de encontrar seus companheiros de seleção na Polônia. A batida aconteceu na Autobahn 9, quando seu carro bateu em um caminhão atravessado na pista. Petrovic estava dormindo no banco de passageiro, sem cinto de segurança. Sua namorada, modelo e jogadora, Klara Szalantzy, também morreu. PS: o Nets, nos anos 80, também tentou contar com outra estrela internacional: Oscar Schmidt. A gente sabe no que deu essa história.


Cultura “batalhadora” do Memphis Grizzlies fica sob ameaça após derrota no Oeste
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Giancarlo Giampietro

Tony Allen, the grit

“Grit & grind”.

Estou pensando até agora em qual seria a melhor tradução para a expressão eternizada por Tony Allen em Memphis. Virou sinônimo do basquete apresentado pelo Grizzlies nos últimos anos. Seria algo como “na raça” em português, essa coisa de “dar o sangue”, mas não sei bem se tem uma combinação desses termos que dê conta do que Allen quis dizer numa entrevista célebre em 8 fevereiro de 2011, após uma vitória na prorrogação sobre o Oklahoma City Thunder, por 105 a 101.

Nessa partida, o ala contribuiu com 27 pontos, cinco roubos de bola e três tocos, jogando por 40 minutos. Uma explosão estatística, porque era como estivesse tudo represado, mesmo. O veterano campeão pelo Boston Celtics não tinha um papel tão certo na rotação de Lionel Hollins, mas ganhou tempo de quadra considerável devido a uma lesão de Rudy Gay e uma suspensão para OJ Mayo.

“Só coração, afirmou naquelas entrevistas na saída de quadra. “Grit. Grind.”

E aqui estamos de novo. Ao pé da letra, isso poderia ser: “Grão. Moagem.” : )

Mas é claro que ele não estava falando sobre fazer café, né? Coloquialmente, tem algo a ver como “coragem, bravura” para um, “triturar, desgastar, encher o saco” para o outro. Aí as coisas começam a fazer mais sentido.

No fim, porém, a tradução exata nem importa. Basta assistir a Allen e seus companheiros em quadra, que você entende rapidinho. O ala é um dos defensores mais insuportáveis – para os atacantes, diga-se – de toda a NBA. Isso se não for o mais impertinente, mesmo. Com mãos e pés extremamente ágeis, adora colar nos componentes, fungando no cangote a toda hora, em busca da bola ou de um desequilíbrio. Um pitbull babando para todos os lados. Jogando com o coração.

Aos poucos, esse comportamento foi conquistando Memphis, uma cidade conhecida por seu espírito operário, brigador, raçudo. Saca?

Quando Allen usou essas palavras, consciente ou involuntariamente, deu o passo definitivo para se tornar uma figura cult para os torcedores do Grizzlies – sim, eles existem –, que vestem camisetas personalizadas com a face do jogador, gritam seu nome sem parar durante as partidas e se matam de rir com entrevistas malucas e tweets crípticos na conta aa000g9 –, de “Anthony Allen”  e o número 9, enquanto o excesso de zeros significariam para… Vai saber. A atitude do atleta também influenciou seus companheiros de time e se enquadrou perfeitamente com o modo como Hollins imaginava sua equipe. As coisas se encaixaram: plano tático, dedicação do elenco, apoio do público.

Uma sinergia que muitas vezes corremos o risco de ignorar, seja pelo distanciamento, de não viver exatamente o que se passa em uma determinada cidade, seja pela realidade ainda bastante incipiente do NBB, ou pela concentração apenas no que se passa em quadra. Mas não se pode ignorar de modo algum que, na liga norte-americana, há duas facetas para se avaliar, tanto o clube (esportivo), como a franquia (negócios). São raros os caros que combinam ambos com sucesso. O Memphis Grizzlies conseguiu: seu produto tem uma identidade competitiva e mercadológica.

Grit & Grind, Mephis, Grit & Grind

“Nós não blefamos”, também virou campanha durante os playoffs para o Grizzlies

Conseguiu e agora encara um período de férias que pode ser crucial para sua prosperidade.

O proprietário anterior, Michael Heisley, fazia de tudo para fingir que não era muquirana, mas cortava gastos sempre quando podia, na estrutura da franquia. O novo dono, Robert Pera, não esconde de ninguém que pretende instituir um modelo de administração rentável. Seu estafe não vai cometer nenhuma loucura financeira, confiando que, com a visão analítica de John Hollinger a alguns bons caçadores de talentos, poderá formar um time barato e, ao mesmo tempo, na ponta, sem jogar todo esse trabalho fora.

Essa visão será duramente testada agora: o xodó Tony Allen e o técnico Hollins são agentes livres; ao mesmo tempo, a diretoria do clube não tem intenção alguma de levar sua folha salarial para além do aceitável – leia-se, a folha salaria pode até exceder o teto estabelecido pela NBA, mas não pode subir tanto assim a ponto de ultrapassar a linha da chamada “luxury tax”. Se fizerem isso, não só teriam de pagar impostos, taxas para a liga, como deixariam de receber o dinheiro recolhido de outros gastões como Lakers, Nets e Knicks. Para não ter perigo, hoje bancam apenas a 25ª folha da liga – ou a sexta mais barata.

Depois da campanha que a equipe cumpriu no Oeste, com uma defesa fortíssima e um elenco que acabou enfraquecido devido a trocas para se livrar de salários, Hollins está em alta, no topo da lista de Clippers e Nets, dois times que sonham com o título e que podem inflacionar seu preço. Sabe-se que o treinador não desfruta da melhor relação com a nova administração, questionando publicamente sua fixação por estatísticas. Há quem diga também que seu estilo confrontador, contestador pode ser difícil de ser controlado internamente, criando problemas de relacionamento com seus jogadores – Zach Randolph, outro que não tem sua permanência garantida devido ao volumoso salário, já não teria tanta paciência assim. Mas a torcida (“a comunidade”) o adora. É uma situação delicada.

Keep calm como?

Vão ficar calmos como agora, com tantas incertezas?

E há o caso de Allen. O ala ganhou em média US$ 3,15 milhões nas últimas três temporadas. Uma bolada para qualquer profissional, mas bem abaixo de seu valor de mercado. Pensem que seu companheiro Tayshaun Prince levou US$ 6,7 milhões neste ano (e vai levar mais US$ 15 milhões nos próximos dois anos). Em Boston, seu ex-time, Courtney Lee foi pago com US$ 5 milhões. Caron Butler ganhou US$ 8 milhões. Rip Hamilton embolsou US$ 6 milhões. Dá para ter uma ideia. Imagina-se que ele e seus agentes estejam prontos para pedir um aumento para ele ficar no clube, que tem cerca de US$ 57 milhões comprometidos já para 2013-2014 – é o que está aqui, descontando a grana de Jerryd Bayless, que também deve se tornar agente livre, com a luxury tax prevista para algo em torno de US$ 70 milhões. Assinar com Allen e reforçar o ataque exterior com arremessadores, uma carência evidente nos mata-matas, cuidando para que os gastos no futuro também não saiam do controle.

“Eu nem entendo o lado dos negócios”, disse o ala em meio ao confronto com o Spurs. “Quando chegar julho, alguém vai ter de se sentar comigo e explicar. Tudo o que sei é que sou um Grizzly e acredito que vou ser um Grizzly no final. Eu sangro azul. Acho que eles vão me manter aqui. Se não fizerem, entendo. Mas eu nem penso sobre isso. Eu apenas jogo. Eu amo estar em Memphis. Amo a cidade. Espero ficar.”

Será que correriam o risco de desagradar aos seus torcedores permitindo a saída de Allen e Hollins? Será que o Grizzlies seria o mesmo time sem eles ou um deles? Essa seria apenas uma decisão romântica ou de negócios? Em Memphis, já temos prova de que os dois aspectos estão interligados. “

Eu já vi nosso time de dois modos. Nós éramos terríveis, e o apoio dos torcedores era bem ruim. E agora está no auge, nunca foi assim. Não quero voltar ao que era antes”, disse Mike Conley Jr., um dos preferidos e intocáveis da nova gestão – quando assumiu, Pera e alguns de seus principais dirigentes convidaram o armador, Marc Gasol e só para um jantar. “Acho que seria fantástico se pudermos estabilizar o que temos e apenas seguir em frente. Obviamente com Lionel e o que ele já fez, todos os rumores envolvendo Zach… Zach é uma parte desta cidade, Tony é uma parte da cidade. Não seria a mesma coisa sem eles aqui.”

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Leitura imperdível para compreender em detalhes a mudança por que passou a franquia nos últimos anos: o glossário do Grizzlies (em inglês),  para aqueles que estavam chegando a Memphis de última hora nestes playoffs, assinado por Chris Herrington. É bem engraçado. O jornalista conta que ainda hoje é possível ver os torcedores usando uniformes de Allen Iverson, cara que disputou apenas (!) três partidas por lá até ser dispensado, embora ainda pudesse fazer isto:

 Tarantino e RodríguezOutros destaques são o iraniano Hamed Haddadi, que foi despachado para Toronto este ano e depois repassado para Phoenix (“I drop-step. I go around Shaq. I dunk that shit”) e o apelido que o ginásio do Memphis ganhou: The Grindhouse, apelido sugerido por um torcedor a Tony Allen no Twitter.

Grindhouse foi como se tornaram conhecidos os cinemas norte-americanos que rodavam os exploitation films em suas sessões, aqueles filmes apelativos, que nem toda família pode se reunir para ver – até por isso também foi o título do projeto nerd conduzido por Quentin Tarantino e Robert Rodríguez, que lançaram em 2007 dois-filmes-em-um, embora ao Brasil eles tenham chegado separados.

Neste caso, pensando no ginásio, a despeito da fisionomia de Haddadi ou das entrevistas bizarras de Allen, não há nada muito bizarro desta maneira, como a mulher com uma metralhadora no lugar de uma perna. Dá para voltar até mesmo ao sentido literal, de que seria a casa em que os oponentes são triturados. Certamente nenhuma equipe olhou sua tabela deste ano e acreditou que uma visita a Memphis seria tranquila e acolhedora.

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Este aqui seria o hino preferido de Tony Allen para os jogos do Grizzlies:


Técnico do Grizzlies faz apelo para clube segurar Rudy Gay e pede calma com estatísticas
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Giancarlo Giampietro

Rudy Gay decola

Nemm todos podem saltar como Rudy Gay, alerta Hollins

O Memphis Grizzlies está entre os melhores times da Conferência Oeste e de toda a liga, mas isso não impede que os rumores de possíveis trocas não rondem a franquia. Para desespero do técnico Lionel Hollins.

Na semana passada, começou uma forte especulação de que o ala Rudy Gay estaria disponível no mercado. Aí vocês sabem o que acontecem, né? Não demorou muito para que uns dez clubes demonstrassem algum tipo de interesse, desenhando então aquele ciclo vicioso: supostas propostas, supostas negações, comentários de jogadores sobre a boataria, um dirigente que fala anonimamente para colocar fogo na brasa, e lá vamos nós.

Hollins só quer que deixem seu time em paz. Pediu publicamente a sua nova diretoria que deixem o Grizzlies jogar até o final do campeonato e que tenham a chance de lutar pelo título com o que têm hoje em mãos – uma base muito sólida e entrosada, com um dos melhores quintetos titulares da liga.

O que pega é o seguinte: a franquia trocou de dono no ano passado e, aos poucos, a nova gestão vai arregaçando as mangas. O ex-agente Jason Levien assumiu o controle das operações de basquete e surpreendeu quando contratou o ex-analista da ESPN e supernerd John Hollinger como seu vice-presidente. Era de se esperar que tanto o gerente geral Chris Wallace como o treinador ficassem em uma situação desconfortável a partir daí.

Lionel Hollins

Não tirem o coach Hollins do sério

Se o time liderado por Levien está realmente empenhado em trocar Gay é uma informação que oficialmente ainda não está confirmada. A motivação por uma eventual troca se justificaria na redução de folha salarial futura – algo que, preparem-se, vai ser um tema recorrente para muitos times nos próximos dois anos, quando as punições para aqueles que extrapolam o teto salariam ficarão bem mais severas. Segundo os jornalistas locais, eles só topariam fazer uma transação caso recebessem jogadores jovens, bons e baratos em troca, com a intenção de manter o time competitivo e, ao mesmo tempo, sanar suas finanças.

O ala teria mais de US$ 50 milhões para receber nos próximos três anos e sua produção não justificaria esse salário colossal.

Só não digam isso a Hollins. Para ele, a importância de seu jogador vai muito além dos números.

Rudy Gay sempre chamou a atenção da, digamos, comunidade da NBA por seus atributos atléticos. É um ala de 2,05 m de altura, esguio e extremamente ágil, com uma impulsão de deixar muitos concorrentes com inveja. Bem dirigido, orientado, pode fazer desses atributos um pesadelo na defesa. “Não há muitos caras lá fora desse jeito. Ele pode atacar de costas para a cesta, arremessar do perímetro e pode bater de frente. Ele marca o LeBron James, ele marca o Kevin Durant e todos esses caras que são altos, fortes, rápidos e atléticos. Não temos outro jogador em nosso elenco com sua versatilidade. A maioria dos times não tem. Ponto final”, afirma Hollins.

Depois de avaliar o que o ala oferece a sua equipe, o treinador, então, desviou sua artilharia para criticar a fixação por estatísticas que vem tomando conta, no seu entender, da liga. Ele não se coloca exatamente contrário ao uso de dados complexos como suporte ao time, mas acredita que eles não são tão importantes assim para se construir um conjunto vencedor.

“Nós nos apoiamos muito em estatísticas, e acho que isso é uma tendência ruim”, diz. “Os números têm seu lugar. Só não podem ser um fim em si mesmo. Ainda estou tentando descobrir quando o Oakland Athletics venceu um campeonato com toda a análise estatística que eles têm. É preciso de talento.  Não importa o que fulano diga, há jogadores que fazem seu trabalho nos últimos seis minutos e há jogadores que fazem isso no primeiro quarto. Quando estamos falando de grandes arremessos, há apenas alguns caras que vão arriscar, que vão querer arriscar e têm a bravura e a coragem para isso. Porque você enfrenta muitas críticas quando erra o chute. Você tem de ser forte mentalmente e corajoso para arriscar esse chute.”

Opa. Certamente John Hollinger não ficou tão animado dom as declarações do treinador.

Como o dirigente novato reage a isso e o que sua trupe vai fazer com Rudy Gay pode ter um impacto decisivo na briga pelo título, em meio a uma disputa acirradíssima no Oeste.

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Nesta temporada, para o deleite de Hollins, o Grizzlies demoliu um resumo estatístico (mas de outra natureza, ok). Foi em um confronto contra o Miami Heat, vitória por 104 a 86, em casa.

Ray Allen x Wayne Ellington

Wayne Ellington teve seus 27 minutos de fama contra o Miami Heat

O Heat havia preparado seu plano de jogo com o que apontava o scout: teoricamente, os rapazes de Memphis não matariam muitas bolas de três pontos, então que se concentrasse a defesa no jogo interior. Resultado? O time da casa encaçapou 14 chutes de fora em 24 tentativas (58,3%). Foi a maior quantia que o time teve em 345 partidas. “Eles são praticamente os últimos em cestas de três pontos ou em tentativas de três”, disse LeBron na ocasião. “Pagamos por isso hoje. Eles arremessaram muito bem.”

O ala Wayne Ellington, em especial, foi a grande surpresa daquela noite, marcando 25 pontos em apenas 27 minutos, matando sete de 11 chutes de fora. Ouch. “Acho que Ellington não vai conseguir mais entrar sem ser notado pela porta de trás”, disse Chris Bosh. “Não sabia que ele poderia chutar desta maneira. Agora sabemos.”

Tem vezes que realmente os números e o scout não vão servir para nada. 🙂

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Agora uma estatística curiosa que Hollins certamente não vai se incomodar em ver: o Grizzlies desfruta de um sucesso incomum diante do Miami Heat, tendo batido o time da Flórida em três de quatro confrontos desde que LeBron e Bosh foram contratados em 2010. Taí um rival que os atuais campeões não querem ver nem de longe em uma eventual final.


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