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Notas sobre o EuroBasket: a era espanhola e outras seleções
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Giancarlo Giampietro

Três dos últimos quatro EuroBaskets terminaram assim

Três dos últimos quatro EuroBaskets terminaram assim

Depois de duas grandes semifinais, a disputa pelo título teve um pouco de anticlímax, né? A Lituânia perdeu o jogo já nos primeiros minutos.Mas claro que os espanhóis não estão nem aí para isso. Em seu período (quase) hegemônico no continente, a seleção talvez nunca tenha sido tão contestada como aconteceu neste torneio. Os caras penaram na primeira fase e poderiam muito bem ter sido eliminados pela Alemanha. Mas passaram e foram ganhando corpo. A defesa cresceu, os Sergios se soltaram e Pau Gasol foi enorme.

O título deste ano teve o prazer da reação em questão de dias e da revanche contra os franceses, na casa do adversário, com público enorme presente. Em termos de relevância de símbolo, contudo, nada supera o torneio que fez o seu MVP, com um dos melhores torneios individuais de que se tem nota no mundo Fiba: 23,0 pontos, 8,8 rebotes, 2,9 assistências, 2,3 tocos e aproveitamento inspiradíssimo nos arremessos (57,5% no geral, 66,7% de três e 80,5% dos lances livres), em 30 minutos, com apenas 1,2 turnover. Como bem constatou a conta da Synergy no Twitter, ele teve volume de jogo de LaMarcus Aldridge com a eficiência de um Kyle Korver. Só acrescentaria que, além disso, teve ainda de proteger o garrafão e a cesta de seu time como se fosse um Roy Hibbert.

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Da frustração por sua primeira derrota numa final de EuroBasket em 2003, contra os próprios lituanos, à dominância 12 anos depois, Gasol encaminha com naturalidade sua segura candidatura ao Hall da Fama. Dentro desse seleto grupo, também há filtros. Não vou aqui me meter a besta e comparar quem foi o maior jogador europeu de todos os tempos, uma discussão que ganhou força nos últimos dias, muito por conta da exibição histórica do pivô espanhol, aos 35 anos. É uma discussão divertida para muitos, irritante para outros e que tende a ser interminável. Há quem se apegue demais ao passado, há quem desconheça o que foi feito até mesmo antes de Pequim 2008. Prefiro me abster dessa,  mas uma coisa dá para cravar: o craque está no pacote. Levantamento feito pelo HoopsHype nos mostra que ele tem mais prêmios de MVP (3) e foi mais vezes eleito a uma seleção de um torneio Fiba (8) do qualquer atleta.

O MVP histórico

O MVP histórico

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Em termos de equipe, a seleção espanhola também já tem seu lugar assegurado na história, obviamente. De 2009 para cá, ganharam três de quatro EuroBaskets. Só falharam, mesmo, em 2013, na Eslovênia, quando foram superados pela França. Do título na Polônia, o primeiro do país, cinco chegaram ao tri em Lille: Gasol, Rudy Fernández, Sergio Llull, Felipe Reyes, Victor Claver, além do técnico Sergio Scariolo. É um núcleo que tem consistentemente chegado ao pódio em cada competição que disputa, também contando com Sergio Rodríguez e alguns desfalques deste ano como Calderón, Navarro, Marc Gasol e Ricky Rubio. Se formos mais generosos, podemos falar que, desde 1999, a Espanha só não esteve no pódio em 2005, quando Grécia, Alemanha e França foram premiadas. Em um intervalo de 16 anos, só mesmo superpotências como a União Soviética e a Iugoslávia podem superar isso, mas essa não seria uma comparação justa, devido à união de diversos países sob uma bandeira.

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Que ano o dos madridistas Llull, Rodríguez, Reyes e Fernández, hein? Campeões da Supercopa, da Copa do Rei, da Liga ACB, da Euroliga e, agora, o do EuroBasket. Se suas residências já não tinham um espaço só para troféus, chegou a hora de rever a planta de casa. Agora, depois de um torneio desgastante, resta saber qual será o envolvimento do quarteto na Copa Intercontinental de logo mais contra o Bauru.

Selfie de campeão oficial? Sempre com Sergio Llull

Selfie de campeão oficial? Sempre com Sergio Llull

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A França conseguiu um prêmio de consolação com o bronze em Lille. Para quem jogava em casa e com um timaço, pode parecer pouco. Do ponto de vista histórico, porém, é muito valioso. É o que Tony Parker disse: o país não ganhou tantas medalhas assim em grandes eventos. Em 37 aparições no EuroBasket, a seleção tem agora seis bronzes. Quatro deles, porém, foram conquistados antes dos anos 60. Então tem isso. O maior consolo, porém, é saber que Gasol não vai mais tão longe assim em sua carreira. A Espanha seguirá competitiva, mas não será a mesma sem ele. Do seu lado, ainda que Parker e Diaw não tenham jogado nada, os franceses contam hoje com a produção mais profícua de talentos na Europa. De Colo tem 28 anos. Batum, 26. Lauvergne, 24. Gobert e Fournier, 23. Todos com longa estrada pela frente. A eles vão se juntar muitos garotos que estão fazendo a transição do juvenil para o profissional e são considerados prospectos de NBA. O DrafExpress, por exemplo, já lista mais quatro atletas que podem se candidatar com sucesso no ano que vem.

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O que dizer da Lituânia? Bem… Não dá para criticar um time que conseguiu uma dificílima vaga olímpica na Europa. É algo com o que Alemanha, Croácia, França, Grécia, Itália e Sérvia sonhavam para valer. Mas também não dá para deixar de registrar que, se pelo segundo torneio seguido eles deram um jeito de chegar à decisão, pela segunda vez tomaram uma surra na disputa pelo ouro. Há um relaxamento, claro, depois de assegurar o primeiro objetivo que era a vaga direta para o Rio 2016. Agora, contra os espanhóis, creio que o que pesou, mesmo, foi o desnível técnico de um time para o outro. A equipe lituana possui uma série de sólidos jogadores e um talento acima da média em Jonas Valanciunas, mas tende a avançar nas competições com a força de seu conjunto, com caras que jogam juntos há muito tempo. Jonas Kazlauskas, um cara de certa forma subestimado, também merece muitos elogios, ajudando a fazer desse todo algo maior que a soma de suas partes.

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A Sérvia chegou com expectativa de título. Acabou saindo sem medalhas. Talvez tenham sido derrotas importantes para o amadurecimento do time vice-campeão mundial. Aleksandar Djordjevic tem falado todas as coisas certas e exerce forte influência sobre seus atletas para usar a decepção deste ano para o bem. É muito mais time que a Lituânia, apesar da derrota na semi e creio que teria feito uma grande final contra Espanha ou França. Mas acontece. Eles foram os primeiros a admitir que sentiram o peso do favoritismo, contra um adversário muito bem preparado, pouco badalado e de ombros leves. Kazlauskas dobrou sempre que pôde para cima de Teodosic depois de corta-luzes e tirou a bola das mãos do genial armador. Além disso, com Valanciunas, Javtokas e Kavaliauskas, não precisou fazer dobras em cima de Raduljica, podendo manter a turma do perímetro grudada nos chutadores sérvios. Outra boa sacada foi colocar Mindaugas Kuzminskas para marcar Nemanja Bjelica, eliminando o mismatch tático que o ala-pivô geralmente representa.

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Como bem escreveu Austin Green, do blog Los Crossovers, a Itália que vimos no EuroBasket é afeita ao anarquismo — ideologia, aliás, que teve fôlego mais longo do que o habitual no país. Era, desde sempre, o grande desafio de Simone Pianigiani. Pegar um monte de cestinhas e conseguir alguma coesão entre eles. Não aconteceu. Ainda assim, o time conquistou a vaga, terminando com a sexta posição, de tanto talento ofensivo que tinha. Gallinari fez uma grande competição e é aquele que tem o senso coletivo mais apurado. A bola, porém, ficava a maior parte do tempo nas mãos de Marco Belinelli, alguém que foi promovido a principal play-maker, mas que, embora mate bolas de fora, não é tão criativo assim. Andrea Bargnani, para variar, jogou estourado, foi um fiasco nos rebotes. Chega a ser até cômico o quão fominha é o ex-número um do Draft. O dia em que Bargs receber um passe na cabeça do garrafão e não arremessar já estará  em sua aposentadoria. Alessandro Gentile é mais jovem que todos eles, mas talvez seja o de personalidade mais forte, de modo que foi aquele com a maior média de arremessos por partida, batendo Belinelli por pouco. Em suma: um bando de free-lancers que ainda precisam crescer muito como equipe para lutar por medalhas na Europa.

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Devido à dupla Vesely-Satoransky e à vitória sobre a Croácia, a República Tcheca foi o azarão que fez mais barulho no torneio. Em sétimo, a seleção se garantiu ao menos no Pré-Olímpico mundial. Para o futuro, porém, quem merece mais atenção é a Letônia, que terminou em oitavo com seus veteranos e tem uma fornada bem quente vindo por aí, liderada por Kristaps Porzingis e Davis Bertans, mas que também aposta em Timma, os irmãos Kurucs, Pasecniks, Kohs, Smits, Gromovs e Silins.


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Giancarlo Giampietro

A França venceu as últimas duas contra a Espanha. Na Copa, doeu para Gasol

A França venceu as últimas duas contra a Espanha. Na Copa, doeu para Gasol

Existem pré-olímpicos e existe o EuroBasket.

Realizado a cada dois anos, o torneio europeu, para muitos de seus integrantes, vale talvez até mais que um Mundial, por questões de orgulho nacional e rivalidades regionais. É só ver a festa que a França fez na última edição, na Eslovênia, ao enfim derrotar a poderosa Espanha pela semifinal, num jogo daqueles mais dramáticos que se vai encontrar por aí. Para eles, foi a glória maior, ratificada, então, numa decisão bem mais tranquila contra a Lituânia.

Tem de comemorar, mesmo. Pois não é fácil chegar lá. Essa é disparada a competição continental mais dura no circuito Fiba, em que pese as loucuras que temos visto na Copa América. Ainda assim, ao avaliar o que tem acontecido nos últimos anos, é possível detectar algum padrão.

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A Espanha impressiona por sua consistência, graças a uma geração fenomenal liderada por Pau Gasol. Os ibéricos fizeram parte dos últimos quatro pódios. Ficaram entre os três primeiros em cinco de seis torneios desde 2001. Só em 2005 dançaram. Nomes importantes como Jorge Garbajosa, Carlos Jiménez, Raul López e Fran Vázquez já ficaram pelo meio do caminho. Juan Carlos Navarro e José Calderón estão no fim da linha também. Mas segue uma potência a ser temida.

Desempenho os amistosos

Desempenho os amistosos

Ainda assim, a França é a seleção do momento, o time a ser batido, com um elenco vasto, experiente, atlético, e tendo ainda a vantagem de ser a anfitriã dos mata-matas, para o qual deve passar como a primeira colocada do Grupo A. Confira aqui todas as chaves, com uma ressalva: respire fundo antes de espiar o que acontece no Grupo B.

Como disse em texto dedicado à Itália (que mais parece o Brasil), é o anúncio de uma carnificina. Pense em Walking Dead, Jogos Mortais, Game of Thrones, Kill Bill Vol 1. Um sorteio que põe Espanha, Sérvia, Itália, Turquia e Alemanha no mesmo grupo é qualquer coisa de sádico. (Só foi possível graças aos deslizes de italianos, turcos e alemães em tempos recentes – o ranking Fiba não reconhece que a Azzurra tenha hoje Gallinari & Cia, ou que a Alemanha conta com Dirk e Schröder dessa vez). Coitada da valente Islândia, que não tem nada a ver com essa história, enfrentando cinco times que chegam a Berlim com pretensões reais de vaga olímpica. E o que vai sair disso? Bem, um deles já será eliminado de cara. Outro vai passar em quarto e terá de se virar com a França logo de cara. Quem cair nas oitavas também não terá mais como vir ao Rio de Janeiro.

É assim: os dois finalistas asseguram classificação automática, enquanto as equipes que ficarem entre terceiro e sétimo ganham uma segunda chance no Pré-Olímpico mundial. Então você tem de dar um jeito de chegar às quartas, entre os oito primeiros. Mesmo os derrotados nessa fase ainda terão de encarar um torneio de consolação mais valioso que o habitual, tendo inclusive uma “final” pelo sétimo lugar.

Ignorando qualquer noção de prudência, devido ao desequilíbrio entre grupos, segue, então, meus palpites de vagas – tanto as para valer, como as alternativas:

Tony Parker quer o bicampeonato europeu. Tá na cara

Tony Parker quer o bicampeonato europeu. Tá na cara

1 – França
Os atuais campeões, e com um time que chega muito perto de sua força máxima, com o retorno de Tony Parker para fazer um trio estelar com Boris Diaw e Nicolas Batum, os dois que lideraram o time rumo ao Bronze na Copa do Mundo. Se há uma seleção que pode compensar ausências como as de um Joakim Noah e um Alexis Ajinça, é a francesa, contando com o emergente Rudy Gobert para afugentar os atacantes adversários do garrafão. Noah, a essa altura, já não parece uma peça com a qual se possa contar. Ajinça seria um reserva de luxo para Gobert.

É um elenco vasto, de capacidade atlética incrível e muita versatilidade, que pode ser medido por sua nota de corte: dois jogadores da NBA vão assistir de fora (Kevin Seraphin e Ian Mahinmi), assim como jogadores cobiçados no mercado europeu como o ala Edwin Jackson, ex-Barça, hoje no Unicaja, e o ala-pivô Adrien Moerman, do Banvit, e o armador Thomas Heurtel, tirado do Baskonia a peso de ouro pelo Anadolu Efes. Nem mesmo depois de Antoine Diot se lesionar na reta final de preparação, Heurtel conseguiu a vaga. O reserva de Tony Parker será o espichado Leo Westermann, cujos direitos pertencem ao Barcelona, que ainda não o aproveitou. Joga pelo Limoges, em casa.

Selo NBA: Tony Parker, Boris Diaw, Nicolas Batum, Rudy Gobert, Evan Fournier e Joffrey Lauvergne.
Desfalques: Joakim Noah, Alexis Ajinça, Antoine Diot e Fabien Causeur (que teria dificuldade para entrar no grupo final, de qualquer forma). 
Reforço estrangeiro? Para quê!? 

2 – Sérvia
Talento não falta aqui, obviamente. Nunca faltou. Ainda assim, nas últimas cinco edições, o país conseguiu apenas uma medalha: a prata em 2009, levando uma surra da Espanha na final. O problema é a inconstância de seus jogadores, que muitas vezes se permitem levar por intrigas extraquadra e uma ciumeira que só. O vice-campeonato na última Copa do Mundo, porém, sinalizou uma geração mais unida, guiada com firmeza e carisma pelo ex-armador Aleksandar Djordjevic.

Se essa organização for mantida, a aposta é que a combinação da categoria e jogo cerebral de Milos Teodosic, o arrojo de Bogdan-Bogdan e Nikola Kalinic e o pacote completo de Bjelica possa fazer a diferença, ainda mais escoltados por pivôs muito físicos. Não é fácil trombar com Raduljica e Nikola Milutinov, o jovem recém-contratado pelo Olympiakos e draftado pelo Spurs. Não bastassem os pesadões, Djordjevic ainda tem um Zoran Erceg com grande confiança nos disparos de longa distância e Ognjen Kuzmic, ex-Warriors, já mais atlético.

Selo NBA: Nemanja Bjelica (bem-vindo!).
Desfalques: Nenad Krstic e Boban Marjanovic.
Reforço estrangeiro: coff! coff! Foi até engraçado que, antes do Final Four da Euroliga, Milos Teodosic e Bogdan Bogdanovic foram questionados sobre a possibilidade de o país, vice-campeão mundial, naturalizar algum norte-americano para brigar pelo ouro olímpico. Responderam que, se acontecesse, não jogariam mais pela seleção. 

3 – Espanha

A dupla do Bulls - e da Espanha

A dupla do Bulls – e da Espanha

O palpite mais conservador colocaria os espanhóis entre os dois primeiros, fato. Estivesse Marc Gasol no páreo, seria difícil seguir outro rumo. Mas o pivô quis férias, para descansar a cabeça e cuidar tranquilamente da renovação com o Memphis. Desta forma, aumenta a carga sobre Pau Gasol. O já legendário pivô fez grande temporada pelo Chicago Bulls, mas vai correr um risco ao encarar a pressão do EuroBasket sendo tanto a principal referência ofensiva da seleção como sua maior esperança para se ter uma defesa consistente. Faz como? Serge Ibaka faz falta nesse sentido, mas as desavenças do passado afastaram o congolês. Suas habilidades, em tese, seriam mais relevantes que as de Nikola Mirotic nessa equipe em específico.

No papel, ainda estamos falando de um timaço. Os torcedores do Bauru vão ficar ligadaços no núcleo madridista de Sergio Rodríguez, Sergio Llull, Rudy Fernández e Felipe Reyes. Estão entrosados e revigorados pelo título da Euroliga. Mas, mesmo dentro da Espanha, a sensação é de que a transição da geração Gasol para a próxima ainda se pauta pela incerteza, a despeito do retorno de Sergio Scariolo. São muitas peças valiosas, mas que talvez não se encaixem perfeitamente.

Selo NBA: Pau Gasol, Nikola Mirotic. 
Desfalques: Marc Gasol, Juan Carlos Navarro, José Calderón, Ricky Rubio e Alejandro Abrines. 
Reforço estrangeiro? Nikola Mirotic, que assumiu a vaga de Serge Ibaka.

4 – Lituânia
Em termos de continuidade, o trabalho de Jonas Kazlauskas está à frente do que os gregos têm para oferecer, e isso pode fazer a diferença. Caras como Jankunas, Javtokas, Kalnietis, Maciulis e Seibutis estão na estrada há um tempo e sabem o que precisa ser feito. É curioso até: em termos de grife ou badalação, ninguém dá muita bola para eles. Mas estão sempre chegando. Mesmo que não tenham a armação mais segura ou elucidativa.

Se a troca de guarda ainda está demorando para acontecer, a boa notícia para esse país devoto ao basquete é que seu principal jogador hoje é justamente um dos mais jovens: Jonas Valanciunas. Pela seleção, o companheiro de Caboclo e Bebê é uma figura muito mais influente e difícil de ser barrada. Em termos de sangue novo, também vale ficar de olho em Domantas Sabonis, que tem sangue real, vem numa curva de desenvolvimento acelerada desde que se inscreveu na universidade de Gonzaga e foi o último a se estranhar com Matthew Dellavedova:

Selo NBA: Jonas Valanciunas.
Desfalques: Donas Motiejunas. (Se alguém estiver se perguntando sobre Linas Kleiza, é que o veterano foi muito mal na última temporada pelo Olimpia Milano e, depois de inúmeras lesões no joelho, não é sombra daquele jogador que já aterrorizou o mundo Fiba).
Reforço estrangeiro? Ainda não cometeram esse sacrilégio — embora as primeiras seleções lituanas da história fossem compostas quase na íntegra por norte-americanos descendentes. 

5 – Grécia
Assim como Parker retorna à França, a seleção helênica acolhe calorosamente Vassilis Spanoulis entre os 12 do EuroBasket. Em torno do craque grego também geram as mesmas questões, no entanto: qual a sua forma física? Ele terá estabilidade e pique para poder ficar em quadra nos momentos decisivos (que não o amedrontam de modo algum)? Se a resposta for positiva, a Grécia ganha um trunfo enorme para tentar retornar ao pódio pela primeira vez desde 2009.

O conjunto de Calathes, Zisis, Sloukas e Mantzaris ao menos está lá para preservar o camisa 7. Em termos de quantidade, ninguém tem uma relação de armadores que se equipare a essa, aliás. O desafio do técnico Fotis Katsikaris, que vai dirigir Augusto e Benite no Murcia, será distribuir minutos entre tantos atletas de ponta. Ou afagar aquele que eventualmente fique fora da rotação. Embora o garotão Giannis Antetokounmpo seja um Vine ambulante, este não é o time mais atlético. A expectativa aqui é de que os fundamentos, a experiência e o espírito vencedor de muitos de seus jogadores compensem isso. Para chegar à disputa por medalhas, porém, terão de derrubar muito provavelmente ou a Espanha ou a Sérvia nas quartas. Ai.

Selo NBA: Giannis Antetokounmpo, Kosta Koufos, Kostas Papanikolau (por ora).
Desfalques: Dimitris Diamantidis (ele já se aposentou da seleção, mas está em forma, caminhando para a última temporada como profissional). Sofoklis Schortsanitis não foi convocado e, creio, não deve mais jogar pela equipe. 
Reforço estrangeiro? Bem… Nick Calathes e Kosta Koufus nasceram, respectivamente, na Flórida e em Ohio. Os sobrenomes entregam a ascendência, de todo modo. 

6 – Croácia
Sim, sim… Talvez eles estejam numa posição muito baixa. Podem muito bem ser os campeões. Mas a mera possibilidade de pensar essa fornada croata como a sexta força continental só mostra o quão difícil pode ser um EuroBasket. O que sabemos é que os caras chegam muito otimistas à competição, por conta de dois fatores mais relevantes que o fato de terem vencido todos os seus amistosos preparatórios.

Saric e Hezonja, só o começo

Saric e Hezonja, só o começo

O primeiro é o progresso dos garotos, rodeados por jogadores muito rodados. Dario Saric e Mario Hezonja têm mais três ciclos olímpicos pela frente e já estão prontos para render em alto nível, sem precisar assumir obrigatoriamente o protagonismo. A prioridade em quadra ainda merece ficar com dois veteranos que estão no auge e encantam pela perfeição de seus movimentos, sem distinção entre eles: o gigante Ante Tomic, que não deve jogar na NBA, mesmo, e o classudo Bojan Bogdanovic, que se soltou um pouco ao final de sua primeira temporada pelo Brooklyn Nets e que, no mundo Fiba, é um cestinha letal. O segundo fator que os empolga é a presença de Velimir Perasovic no banco. O croata de 50 anos vem de grandes campanhas pelo Valencia e chega à seleção com estofo e moral para comandar um elenco ardiloso.

Selo NBA: Bojan Bogdanovic, Mario Hezonja e Damjan Rudez. 
Desfalque: Oliver Lafayette.
Reforço estrangeiro? Na falta de um armador norte-americano, apela-se a outro: Dontaye Draper. A Croácia cometeu a heresia que a Sérvia até o momento evita.

7 – Itália
Simone Pianigiani tem ao seu dispor a seleção que talvez tenha o maior poderio ofensivo, ao menos em termos de arremesso. Gallinari, Bargnani, Gentile, Datome, Belinelli… É artilharia pesada, que pode torturar qualquer defesa. Ainda assim, isso não é garantia de nada. Até porque são belos atacantes, mas que, do outro lado da quadra, não inspiram tanta confiança assim. Além do mais, já estamos cansados de ver seleções com muitos nomes naufragarem devido à tormenta de egos. Vamos ver se eles terão coesão e consciência para encarar um grande desafio, precisando render em alto nível logo de cara, nesse grupo dificílimo.

Selo NBA: Danilo Gallinari, Andrea Bargnani, Marco Belinelli. 
Desfalques: Luca Vitali. 
Reforço estrangeiro? Daniel Hackett nasceu na Itália, filho de ex-jogador norte-americano, e se formou como jogador na Califórnia. Mas é italiano e joga por clubes do país desde 2009. Não conta. 

Batendo à porta
Pode parecer um tremendo desrespeito a Dirk Nowitzki… Mas, aos 37 anos, o legendário cestinha precisaria fazer um de seus melhores torneios para levar a Alemanha adiante, mesmo estando acompanhado pelo sensacional Dennis Schröder e por mais uma opção ofensiva de elevada qualidade como Tibor Pleiss. Acontece que o excelente treinador Chris Flemming, americano que fez carreira no basquete alemão e agora será assistente no Denver, perdeu muitos jogadores em seu elenco de apoio, especialmente na linha de frente. Entre Maik Zirbes, Maximilian Kleber, Elias Harris e Tim Ohlbrecht, teria opções de sobra (e muito vigor físico) para dosar os minutos de Dirk.

A saideira de Nowitzki?

A saideira de Nowitzki?

É ainda mais difícil deixar a Turquia fora do grupo acima. Mas algum país terá de ser a vítima no Grupo B. É a minha escolha. Na Copa do Mundo, a seleção chegou às quartas de final. Jogando em Berlim, ao menos vai ter a vantagem de praticamente jogar em casa. É certo que o ginásio vai bombar devida à imensa colônia que está na capital alemã. Ainda assim, Omer Asik faz muita falta na proteção defensiva, com todo o respeito a Semih Erden e Oguz Savas. Olho, de todo modo, nos jovens Cedi Osman e Furkan Korkmaz. Para Tóquio 2020, devem ser dois atletas temidos em cenário internacional.

Sem chances?
A Eslovênia está sem Goran Dragic, o que equivale a 80% de sua força criativa. O país parece encarar o torneio como a chance de dar bagagem à garotada, listando  cinco atletas nascidos na década de 90. Zoran Dragic terá a oportunidade de tirar a ferrugem, de tanta piscina e praia que tenha pegado em Phoenix e Miami. Jaka Blazic, do Estrela Vermelha, é um atleta que sempre dá gosto de ver. Canhoto agressivo, inventivo rumo à cesta que me passa a impressão de ainda ter potencial ainda a ser explorado.

A Bósnia-Herzegovina poderia apresentar uma linha de frente para lá de enjoada, caso contasse com Mirza Teletovic, e Jusuf Nurkic. Teletovic costuma ser uma figura constante em torneios europeus, mas pediu folga, para cuidar de sua preparação para a NBA, entrando num ano importante pelo Phoenix Suns em busca de um contrato longo e polpudo na próxima temporada. Para o promissor pivô do Nuggets, o motivo é a recuperação de lesão e cirurgia no joelho. O tresloucado Dusko Ivanovic, todavia, vai fazer com que o time se mate em quadra a cada rodada.

A Geórgia tem um elenco interessante: Zaza Pachulia, um bom reserva para ele em Giorgi Shermadini e dois matadores de bola em Jacob Pullen e Manuchar Markoishvili, além do energético Tornike Shengelia, orientados por Igor Kokoskov. É um time com bom potencial ofensivo e que, jogando num grupo mais fraco, deve ir aos mata-matas. Mas dificilmente passarão das oitavas.

Potencial de zebra
A Finlândia não deve ser a Finlândia da vez, se é que vocês me entendem. Entre os scouts europeus, a Bélgica é apontada como uma seleção que pode surpreender, com três jogadores de ponta no continente (o armador Sam van Rossom, o ala Matt Lojeski e o ala-pivô Alex Hervelle) e um grupo que dosa juventude e experiência ao redor deles.

Velhos conhecidos da NBA
Só para constar, vai: a Polônia terá Marcin Gortat, Israel vai de Omri Casspi e Gal Mekel, a República Tcheca aposta muito em Jan Vesely (Vine sempre atentos também, por favor!).

Mais caras que fazem falta
Alexey Shved, Timofey Mozgov e Sasha Kaun (Rússia), Eugene Jeter, Serhiy Gladyr, Alex Len e Sviatoslav Mykhailiuk (Ucrânia), Maciej Lampe (Polônia), Pero Antic (Macedônia), Kristaps Porzingis e Davis Bertans (Letônia).


Entrevista: Gallinari e o sonho italiano (e os paralelos com Brasil)
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Giancarlo Giampietro

Gallinari, Bellinelli e Bargnani, de volta à Itália após quatro anos

Gallinari, Bellinelli e Bargnani, de volta à Itália após quatro anos. Foto de 2011

“Acho que temos um time muito bom, especialmente se conseguimos finalmente reunir todo mundo, jogar todos juntos, algo que nunca fizemos, com os caras da NBA e nossos melhores da Europa. Temos uma grande oportunidade neste ano. Todos nós sabemos disso, ainda mais no ponto da carreira em que estamos.”

Pode me interromper se você, por um acaso, já ouviu discurso similar antes?

Esse é o Danilo Gallinari, falando ao VinteUm. Na mesma conversa, ele soltou esta: “No momento o basquete italiano não está num grande momento, podemos dizer. Não há muitas equipes que conseguem competir em alto nível pela Euroliga. O único é o Olimpia Milano, que, infelizmente, não foram capazes de fazer um bom campeonato neste ano. Tomara que nós, com a seleção nacional, possamos trazer alguma felicidade para nossos torcedores de um modo geral e causar um impacto positivo para o futuro”.

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Sim ele está falando sobre a outra Squadra Azzurra e sobre os problemas que uma antiga potência do basquete, de vasta tradição, vem enfrentado. Mas, se a gente trocasse o nome do país e, vá lá, um certo ex-atleta do Denver Nuggets, de quem Gallo foi companheiro, dá para dizer que há um paralelo muito curioso entre o momento atual vivido pela Itália e seus principais jogadores com aquela situação de há pouco que afligia tanto a CBB como a legião brasileira da NBA.

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Gallinari deverá ter Preldzic e a Turquia pela frente no EuroBasket em grupo duríssimo

Na temporada passada da liga norte-americana, houve um recorde de quatro atletas italianos inscritos: Gallinari, pelo Nuggets, Marco Bellinelli, então do Spurs, hoje no Kings, Andrea Bargnani, ex-Knicks, hoje Nets, e Luigi Datome, trocado do Pistons para o Celtics e agora no Fenerbahçce, da Turquia. O mesmo barulho que se faz com os nossos representantes por aqui é reproduzido lá, na Bota, com suas estrelas. São os caras que em geral dominam as (poucas) manchetes para além do futebol.

Como aconteceu no dia 14 de fevereiro deste ano, quando a federação do país informou que Gallinari, Bargnani e Datome haviam jantado em Nova York com o presidente Gianni Petrucci e o treinador Simone Pianigiani. Bellinelli tinha outros compromissos pelo All-Star Weekend da NBA e não pôde ir, mas já havia passado seu recado. Tanto ele como os três demais estavam comprometidos em representar o time nacional no próximo EuroBasket, a partir de 5 de setembro.

Bellinelli deve ter perdido um bom vinho e uma excelente massa, suponho. (Nada que ele não possa compensar com o salário de US$ 19 milhões, por três anos, que acabou de acertar com Vlade Divac em Sacramento). No jantar, por parte dos atletas e comitiva era de puro otimismo. O encontro havia acontecido na véspera, no qual os três se comprometeram que estariam juntos com o time nacional na disputa do EuroBasket, a partir de 5 de setembro. Coincidentemente, foi no mesmo dia em que Gallinari atendeu alguns poucos jornalistas na edição global do Basketball without Borders, o camp organizado pela liga americana em parceria com a Fiba. Entre eles, vocês já sabem.

Nos tempos de Milão, como grande aposta europeia

Nos tempos de Milão, como grande aposta europeia

Quando questionado por esta besta antiética e amoral do VinteUm se essa seleção italiana prometia ser a mais forte desde a equipe que ganhou a prata nas Olimpíadas de Atenas 2004 (derrotada na final pela Argentina de Magnano, vejam só), o ala afirmou prontamente que “sim”. Mas não sem complementar: “Quer dizer, espero que sim, que possamos ser. No papel, não há dúvida. a minha cabeça, consigo visualizar isso, acredito nisso, e posso dizer que é o que está na cabeça de todos nós. Mas sabemos que temos de mostrar isso em quadra, que temos de nos provar jogando. Não adianta falar e não fazer. Será um momento especial, e mal podemos esperar para que comece”.

A expectativa para juntar tantas peças, depois de tantos desencontros, desfalques e tropeços é mais que compreensível. Bem sabemos. Desde aquele time com Basile, Bulleri, Pozzecco, Marconato, a Itália exportou atletas para a NBA como nunca, mas ficou fora dos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012 e dos Mundiais de 2010 e 2014. Consequência direta das dificuldades enfrentadas no EuroBasket, no qual terminou em oitavo na última edição em 2013, depois de dois vexames: sequer participou da competição em 2009 e terminou em vigésimo em 2011 (com Bargnani, Gallinari e Bellinelli, aliás, mas sem um elenco de apoio tão bom como o de agora). Em termos de clubes, as coisas pioram. “Hoje só o Olimpia Milano consegue competir em alto nível, e ele infelizmente não foi muito bem nesta temporada”, lembra Gallo, citando o ex-time que até chegou às quartas de final da Euroliga em 2014, mas foi uma grande decepção na campanha passada. Sem contar a quebradeira financeira geral que derrubou até mesmo o Mens Sana Basket, ex-Montepaschi Siena, que foi nada menos que heptacampeão entre 2007 e 2013. O clube, no entanto, faliu e caiu para a quarta divisão. Uma draga que só. “O que aconteceu com eles foi algo ruim para todos, e, não, só para Siena.”

A campanha da seleção de 2013, na Eslovênia, porém, já apresentou sinais positivos. Sem a turma dos Estados Unidos, o time de Pianigiani foi muito bem a primeira fase, vencendo todos seus cinco jogos, contra Grécia, Turquia, Rússia, Finlândia e Suécia. Na segunda, os rapazes ainda bateram a Espanha na prorrogação, mas perderam para Croácia e Eslovênia. Depois de eliminados pela Lituânia nas oitavas de final, as coisas desandaram com um revés contra a Ucrânia pelo chamado torneio de consolação, que ao menos valia vagas diretas para a Copa do Mundo. A última chance de classificação foi na disputa pelo sétimo lugar. Para azar, bateram de frente com a Sérvia, que, um ano depois, seria a vice-campeã mundial, vencendo o Brasil pelo caminho.

Hackett e Gentile dão mais corpo ao time italiano

Hackett e Gentile dão mais corpo ao time italiano

Lembrando essa campanha, Gallinari e seus companheiros de NBA fazem questão de dizer que a seleção italiana vai muito além deles, e é verdade. “Temos o Alessandro Gentile (ala de apenas 22 anos, selecionado em 2014 pelo houston Rockets), por exemplo, que poderia jogar na NBA na próxima temporada tranquilamente , mas vai continuar no Olimpia Milano. É muito talentoso. Acima dessa transição para o Houston, o que mais importa para mim é que ele esteja bem ao final da temporada, pois vamos precisar dele. Ele é uma peça fundamental, e, curiosamente, seria a primeira chance para jogarmos juntos”, afirmou.

Gentile é um cestinha de muito fundamento e coragem. Petro Aradori já é mais arrojado com a bola e oferece mais uma arma no arremesso de longa distância. Daniel Hackett é um armador de 1,98m, forte toda a vida, bom defensor e com capacidade para ganhar o garrafão. Andrea Cinciarini vai revezar com o ítalo-americano na condução, com um jogo mais seguro. Todos eles dão um bom corpo ao time. “Precisamos de todos eles. Em geral, em qualquer esporte coletivo, você não vai conseguir ter sucesso sem o apoio de seus companheiros. É o ponto básico aqui”, afirma Gallo.

A questão em quadra para essa fornada italiana fica voltada, por enquanto, à defesa e à capacidade de sacrifício de seus jogadores. O time tem um arsenal ofensivo impressionante. Um conjunto de chutadores talvez inigualável nesse torneio, em todas as posição. Mas há só uma bola para ser compartilhada, não é verdade? Como o ala do Nuggets registra, para ele será a primeira temporada ao lado de muitos dos selecionáveis. Pianigiani vai ter de fazer uma bela preparação para colocá-los na mesma página, entrosados. A seu favor pesa essa mentalidade de que “chegou a hora” por parte dos astros. Algo parecido com o que Magnano encontrou por aqui. Resta saber se isso vai pesar mais que a pressão e que, juntos, poderão compensar eventuais carências individuais na marcação.

Ah, e claro: além desse desafio de dar coesão a um time, que jamais pode ser menosprezado, há um outro probleminha: os adversários. Devido aos recentes deslizes em competições internacionais, na hora do sorteio do EuroBasket, a Itália foi colocada apenas no quinto pote, ao lado de Bélgica, Macedônia e Polônia — enquanto, no terceiro, estavam Finlândia e Ucrânia. No final, caíram num grupo insano, com Espanha, Sérvia, Turquia e a anfitriã Alemanha, que terá Dirk e Schröder. Além da Islândia, coitada. Dá para dizer desde já que essa chave é a Divisão Sudoeste do Eurobasket, com sangue escorrendo por todos os cantos, enquanto as outras são todas Divisões do Atlântico, numa moleza que só. Protejam-se, islandeses, vocês não têm nada com isso.

Os quatro primeiros de cada grupo passam aos mata-matas, mas avançar em quarto nessa chave italiana representaria muito provavelmente um confronto com os franceses, atuais campeões europeus e medalhista de bronze no Mundial, nas oitavas de final. Aí cumprica. Quem cair nesta fase não só estará fora da briga pelo título (dãr!), como também não terá chance de disputar uma vaga no Rio 2016. Via EuroBasket, apenas os dois finalistas terão classificação direta. Os times posicionados entre terceiro e sétimo serão redirecionados, então, para o novo formato de Pré-Olímpico mundial estabelecido pela Fiba, com 18 países divididos em três torneios.

“Não tivemos sorte no sorteio, e não vai haver margem de erro”, diz Gallinari. “Sabemos que não há favoritismo nenhum da nossa parte. Vamos ter de fazer por merecer e ganhar o respeito em quadra e ganhar o respeito em quadra”, completa. É aqui que se encerram os paralelos entre Itália e Brasil. Não é nada fácil a vida de uma equipe europeia nesses tempos… Mas ao menos o time estará completo, podendo, enfim, dar ao basqueteiro italiano ao menos o gostinho de vê-los juntos, para verificar seu verdadeiro potencial.


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Itália!!!
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers. E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo diário absurdo de informações, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

A saga de LeBron James na volta a Cleveland, os quilos de especulações em torno de Kevin Love e o racismo de Don Sterling foram certamente as líderes em manchetes nos últimos meses desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo. Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

* * *

Um sonho realizado na Itália

Um sonho realizado na Itália

Primeiro saiu no Twitter:

Depois, você acessa o site do clube italiano e dá de cara com a seguinte manchete:

UNA STELLA PER L’ACQUA VITASNELLA: METTA WORLD PEACE ARRIVA A CANTU’.
(Uma Estrela para o Patrocinador do Time: A Paz Mundial Metta chega a Cantu!)

Bomba!

Para quem estiver boiando, ou andando meio desligado, e, por algum acaso, perdeu a notícia da semana, é o seguinte: Ron Artest, vulgo #mettaworldpeace, vulgo #pandasfriend, vai agora jogar na Itália. Ele assinou, como vemos acima, com o Cantù, da primeira divisão do país, até o final da temporada. O acordo foi anunciado com tons messiânicos pelo clube .

É muita empolgação – e totalmente justificado, claro. A ponto de avisarem grupos midiáticos do porte CNN, BBC e ESPN. Senti falta da menção a um certo pontífice que vive somente a pouco mais de 600 km da cidade – se bem que ele já anda muito envolvido com o San Lorenzo na Libertadores. Ah, e me desculpem, mas não tem como disfarçar a mágoa aqui: copiar o @gianblog21 nem pensar?! Quem no mundo dedica toda uma seção de blog a Ronald Williams Artest Jr.? Talvez mais umas 375 pessoas, mas isso não vem ao caso.

De todo modo, acho que só esqueceram do VinteUm quando se deixaram levar pela emoção, pela adrenalina dos fatos. Só pode. Afinal, não é todo dia que você tem a oportunidade de trazer para o seu time alguém que já adotou três nomes diferentes durante sua carreira, protegeu pandas na China e encampou a luta pela paz mundial (anos depois de quase ter levado o Indiana Pacers para o buraco, ao escalar as arquibancadas do Palace of Auburn Hills, esmagando e esmurrando torcedores pelo caminho).  O mesmo cara que onseguiu se posicionar no meio do caminho entre Kobe e Howard em Los Angeles. Fora isso, bem menos importante, mas só para constar: também já foi campeão e o melhor defensor da NBA.

Se você assina com uma figura dessas, como poderia reagir de modo sereno e profissional? Quando você evoca a presença do antigo Ron Artest para o seu mundo, está assinando um compromisso de que, enquanto o vínculo durar, não há mais espaço para a Normalidade em seu cotidiano. Eles querem viver num mundo onírico e mágico. Que mal tem nisso? Em seu comunicado oficial, a agremiação anuncia que esta negociação foi o “golpe do século”.  : )

Agora, em meio a tanta euforia, a presidenta do clube Anna Cremascoli expõe metas mais concretas e imediatas, dizendo que a contratação de Ron Metta Panda’s Artest World Peace Friend pode ser o empurrão final para levar seu time aos playoffs da Lega Basket. O Cantù divide hoje a oitava colocação com Pistoia e Cremona, todos com 10 vitórias. A diferença é que seus dois concorrentes têm uma derrota a mais – a liga italiana não classifica os times por aproveitamento, mas, sim, por pontos conquistados a cada triunfo. A presidenta, porém, também não se aguenta. Para ela, o norte-americano vai proporcionar “|uma onda de entusiasmo no mundo do basquete italiano e não só no canturino”. A Itália não será mais a mesma.

Ron-Ron vai usar o número 37. Por quê? Para homenagear Michael Jackson, dãr. Afinal, este é o número de semanas consecutivas que Thriller, o maior clássico do popstar, ficou no topo das paradas. Na pequena cidade localizada na região da Lombardia, vai ter a companhia de quatro compatriotas: o pivô Eric Williams, que já está na Europa desde 2006, o ala DeQuan Jones, ex-Orlando Magic, o ala-armador James Feldeine (que joga no mundo Fiba pela República Dominicana) e o armador Darius Johnson-Odom, seu ex-companheiro de Lakers. “Estou contente, óbvio”, diz o ex-Laker. “Falei com ele no telefone, e o senti muito empolgado para esta nova aventura. Estou certo de que dará uma grande contribuição. Afinal, falamos de um campeão absoluto.”

O grande astro messiânico vai se apresentar nesta quinta-feira. O que ele disse a Johnson-Odom fica entre eles. Ao público, Artest já se mostra animado com todas as possibilidades de trocadilhos com o nome de sua nova equipe:

Sabemos que Ron-Ron manda ver no Rap. Que é uma estrela com carisma para carregar um filme nas costas, só Hollywood não enxergou ainda. Que ele sabe fazer as coisas melhor, dãr. Agora… Fora todas essas habilidades que não têm preço, talvez o torcedor canturino esteja interessado se o cara dá conta de jogar bola, depois de uma breve passagem pela China, onde ganhou mais de US$ 1,4 milhão na China para defender o Sichuan Blue Wales.

Ele entregou 19,0 pontos, 6,0 rebotes, 1,1 assistência e 2,2 roubadas, em 28,5 minutos. Não dá para se empolgar muito com esses números, não, ok? Saibam que Errick McCollum, irmão de CJ, do Blazers, foi o cestinha da temporada com média de… 39,6 pontos. Andray Blatche, o filipino, foi o principal reboteiro, com 14,6 por partida. Dominique Jones liderou em assistências, com 8,4, tendo também anotado 36,8 pontos. Michael Beasley se despediu do país com 28,6 pontos, 10,4 rebotes e 5,2 assistências. Deu para entender, né? São todas estatísticas de videogame. O dado mais interessante era saber exatamente quantos pandinhas o Ron-Ron ajudou a salvar por lá. Isso, sim, é legado.

Até porque há um problema aqui: mesmo na frágil liga chinesa, Artest não conseguiu pontuar com eficiência, terminando sua temporada com 41,5% nos arremessos e 32% nos chutes de três. O ala simplesmente não tem mais velocidade e estabilidade para partir com a bola do perímetro para a cesta, com problemas já crônicos no joelho esquerdo. Sua aventura com as Baleias Azuis durou apenas 15 partidas, até ser afastado para fazer tratamento. Um desfecho bem diferente para quem imaginava que iria refinar seu jogo, usando muitas posses de bola, com a expectativa de descolar um novo emprego na NBA, antes dos playoffs. Sua vaga acabou ocupada pelo pivô Daniel Orton, aquele ex-Orlando e OKC, que não consegue parar em nenhum lugar. O time terminou na antepenúltima posição da temporada regular, com 8 triunfos e 30 reveses.

A Itália pode não ter mais o campeonato forte dos tempos de Oscar e Marcel, mas seu nível de competitividade nem se compara ao da CBA. De modo que, com toda a empolgação de seu departamento de marketing e diretoria, talvez para o Cantú seja melhor utilizá-lo como um ala-pivô. Artest tem força, boas mãos e experiência para aguentar o tranco num garrafão europeu consistentemente. Mas, ora, isso não é hora para avisos, conselhos, advertências. O Cantú está vivendo um sonho. Que seus torcedores curtam de montão o contato com nosso anti-herói favorito. Ele está chegando:


Convites para o Mundial: quais os prós e contras dos principais candidatos?
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Giancarlo Giampietro

Times do Mundial 2014

A Fiba abriu o jogo, ou pelo menos um pouco dele, ao divulgar nesta semana quais os critérios que seus dirigentes vão considerar para escolher os últimos quatro times classificados convidados para completar a Copa do Mundo de basquete Espanha 2014. Para que não viu, aqui está no site oficial (ou traduzido aqui pelo Basketeria). É uma forma esdrúxula de se definir os times participantes de um campeonato, claro, mas são estas regras, e não há muito o que fazer.

O que conta mais? Tamanho de mercado ou resultados esportivos? Conexões políticas ou popularidade de suas ligas? É muito complicado encontrar um senso comum aqui, numa lista realmente extensa para se avaliar num esboço do que estará na mesa para as próximas reuniões de cúpula da entidade – nos dias 23 e 24 de novembro em Buenos Aires e nos dias 1º e 2 de fevereiro de 2014 em Barcelona. O encontro na capital argentina pode fazer uma primeira peneirada entre todos os candidatos, mas a escolha final ficará mesmo para o encontro na Catalunha.

Claro que tudo pode se resumir a meramente quem pagar mais. Será que o cheque com mais dígitos vai levar? Pode ser que sim, embora não digam isso abertamente. Veja o que diz a federação em seu comunicado: “As confederações nacionais que decidirem colocar suas seleções como candidatas ao convite podem fazer doações. A quantia arrecadada será usada para a promoção mundial do basquete por meio da Fundação Internacional de Basquete da Fiba (IBF, na siga em inglês)”.

Mas, aqui, neste exercício, vamos supor que essa “doação” não será o fator mais decisivo – até porque um país talvez possa não oferecer muito dinheiro, mas sua mera presença no torneio já elevaria suas economias (oi, China). Então é hora de discutir a realidade dos principais candidatos de acordo com os critérios expostos pela federação e ver quais são as chances do Brasil nessa. Imagino que não teremos nenhum convidado fora do seguinte grupo:

Rubén abatido

Será que vai, Magnano?

Brasil
Prós:
sede das Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016 – seria interessante para a Fiba fazer uma Copa do Mundo sem contar com o anfitrião olímpico? Participou em todas as edições do Mundial. Muitos jogadores de NBA. Quinto lugar nos Jogos de Londres 2012. Sede do Mundial feminino de 2006 (com muitos problemas). Engajamento do governo na fomentação da modalidade. Uma das sete maiores economias do mundo. Décimo no ranking mundial.

– Contras: péssima campanha continental, com nenhuma vitória em cinco jogos. Constantes desfalques em suas seleções, embora em Londres tenha reunido força máxima. Liga nacional se consolidando, mas ainda muito aquém de seu potencial. Ginásios vazios.

Canadá
Prós: um vasto grupo de jogadores na NBA – e, melhor, jogadores engajados no programa. Seria um modo de vender uma nova geração de estrelas em escala global. De modo que seria de bom tom colocá-los no Mundial já para dar exposição, incentivar e acelerar o progresso de um projeto bastante promissor. Fora de quadra, registre-se que esta é uma das 15 maiores economias do mundo.

Contras: resultados muito fracos desde a aposentadoria de Steve Nash (ficaram, por exemplo, na 22ª posição no último Mundial, um horror, e nem disputaram o de 2006). Mesmo historicamente seu retrospecto não chega a comover: na Copa América, para constar, conseguiram duas pratas e três bronzes – estão na 15ª posição do ranking mundial. Em termos de popularidade, o Toronto Raptors tem uma das torcidas mais fiéis e/ou raivosas da NBA. Vancouver estaria interessada em acolher um novo clube. Mas a modalidade ainda está bem distante do hóquei, claro.

China
Prós: precisa mesmo? Então vamos lá: não queira ser você o contador que vá fechar uma planilha de Excel de um torneio sem os chineses. Vai ficar tudo no vermelho, se comparada com a edição de 2010. Especialmente contando a audiência. Porque não só estamos falando de bilhões de chineses no total, mas de que, nesse mundaréu de gente, estão muitos, mas muitos, mesmo, aficionados pelo esporte, ainda que ele não tenha o prestígio de um pujante badminton. Se não bastasse, um dos patrocinadores da Copa é chinês.

Contras: olha… Difícil, hein? Só mesmo o fiasco que foi a campanha da seleção no Campeonato Asiático, no qual ficaram com uma péssima quinta posição, atrás de Taiwan. Maior humilhação que isso não tem. Mas foi apenas um acidente de percurso: de 1975 a 2007, os caras ganharam 14 de 16 competições continentais, tendo só perdido a hegemonia em tempos recentes para o Irã. Estão em 12º no ranking.

Grécia
Prós: uma potência na modalidade durante as últimas décadas. Vice-campeões mundiais em 2006. Campeões europeus em 2005. Bronze continental em 2009. Liga nacional caloteira, mas com clubes de muito prestígio, com o Olympiakos sendo o atual bicampeão da Euroliga. Uma nação doente pelo basquete – ainda que podemos dizer que eles, na verdade, são doentes por tudo e qualquer coisa. Acolheram o Pré-Olímpico mundial de 2008, o Mundial de 1998 e o Mundial Sub-19 de 2003. Quinto melhor no ranking da Fiba.

Contras: resultados recentes que ficam aquém do que vinham produzindo. Ficaram fora dos Jogos de Londres 2012, ficaram em décimo no último Mundial, sexto no EuroBasket de 2009. Neste ano, terminaram o campeonato regional apenas com a 11ª posição, ficando atrás até mesmo da Finlândia e da Bélgica (!?) e empatados com a Letônia na lista de times fora da zona de classificação para a Copa do Mundo. Jogadores gabaritados, mas de pouca expressão internacional além de Vassilis Spanoulis. Economia numa crise profunda que se arrasta há anos. Forte concorrência europeia pelos convites.

Clássico é clássico

Grécia e Turquia estão na briga por uma vaga. Mais rivalidade

Itália
Prós: tem uma liga que é historicamente uma das melhores do mundo. Os azzurrinos fizeram um excelente início de EuroBasket, mostrando enorme potencial, mas acabaram desandando da segunda fase em diante, sofrendo três dolorosas derrotas nos mata-matas. Apesar do desfecho decepcionante, apresentaram uma geração empolgante – que poderia muito bem receber uma forcinha da Fiba, para ver se engrenam de vez. Estrelas da NBA disponíveis que se juntam a jovens talentos para as ligas europeias. Uma das dez maiores economias do mundo e um mercado importante para patrocinadores da Copa do Mundo. Sediaram o EuroBasket feminino em 2007.

Contras: esse própria derrocada na reta final do EuroBasket, mas, antes disso, o significativo fiasco de suas campanhas desde a prata olímpica obtida em Atenas 2004: ficaram fora do último Mundial e das últimas duas Olimpíadas, amargando o 21º lugar na lista da Fiba. Forte concorrência europeia pelos convites.

Nigéria
Prós: poderia ser um convidado estratégico para a Fiba se houver algum interesse de intensificar a popularidade do esporte no continente africano. Muitos jogadores talentosos, alguns de NBA, que se comprometeram com a federação local nos últimos anos, premiados com uma surpreendente classificação para os Jogos de Londres 2012.

Contras: pouca rodagem em torneios de grande porte (jogaram apenas dois Mundiais, em 1998 e 2006) e uma economia pouco atrativa para investidores e patrocinadores. Instabilidade da confederação põe em dúvida a continuidade do projeto desenvolvido. Obviamente o azarão aqui, assim como seria a Tunísia, campeã continental em 2011 que também acabou eliminada neste ano.

Kiriklenko x Yi Jianlian

AK e Yi estarão na Copa do Mundo? Muito provável que sim

Rússia
– Prós: uma seleção de enorme tradição no basquete (se considerado o retrospecto soviético, ainda que os lituanos possam dizer uma coisa ou outra a respeito). Campeões europeus em 2007, bronze em 2011. Assim como levaram o terceiro lugar nas Olimpíadas de Londres 2012, mas oscilando muito. Andrei Kirilenko é uma superestrela europeia e presença obrigatória em qualquer clipe durante as transmissões de TV elaboradas pela Fiba. Uma das dez maiores economias do mundo.

– Contras: a despeito do tamanho do país, de suas pretensões no âmbito de política de esporte, sendo a sede da próxima Copa do Mundo de futebol, nunca sediaram um torneio de ponta da Fiba, nem no feminino. Extremamente dependentes de Andrei Kirilenko. Pífia campanha no EuroBasket (21º lugar).

Turquia
– Prós: alto investimento recente em competições da Fiba, sendo a sede do Mundial de 2010 e a futura sede do Mundial feminino, em 2014. Uma liga com forte poder econômico e grandes clubes. Uma companhia do país é a principal patrocinadora da Euroliga. Grande popularidade local, com clubes gigantes. Atual vice-campeão mundial (em casa, diga-se) e sexto colocado no ranking mundial. Jogadores com selo de NBA. Uma das 20 maiores economias do mundo. Posição  geográfica estratégica com território dividido entre Europa e Ásia. Estão em sexto no ranking mundial.

Contras: um tenebroso 17º lugar no EuroBasket, com um time desconjuntado – algo recorrente nas últimas campanhas, com uma disputa de egos notória, problemas que resultam em campanhas igualmente fracas nas últimas edições, não passando do oitavo lugar desde o vice-campeonato continental de 2001. Força da modalidade no país independe dessas participações nos grandes eventos.

Venezuela
Prós: ambição já elogiada pela Fiba para receber torneios da entidade, como a Copa América deste ano e o Pré-Olímpico mundial do ano passado. Liga nacional é uma das mais fortes do continente.

Contras: poucas estrelas, ou nenhuma estrela além de Greivis Vasquez. Só participou de uma edição das Olimpíadas (1992) e de três Mundiais (1990, 2002 e 2006), sem nunca ter ficado entre os dez primeiros colocados nestes torneios. Só tem duas medalhas em Copas Américas (prata em 1992 e bronze em 2005). Falhou em obter a vaga mesmo jogando em casa. Tem o pior ranking desta lista, em 28º.


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