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Dupla Augusto-Raulzinho começa arrebentando na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Augusto e Raul, companheiros de Sul-Americano, reunidos. (Foto do Instagram do pivô)

Augusto e Raul, companheiros de Sul-Americano, reunidos. (Foto do Instagram do pivô)

Vamos aguardar ansiosamente as cenas dos próximos capítulos. Porque o primeiro já foi de arrebentar: neste domingo, na abertura da Liga ACB espanhola 2014-15, a dupla Augusto Lima e Raulzinho começou arrebentando a boca do balão – e também um dos times mais fortes da competição, o Valencia, causando a grande surpresa da jornada, numa vitória por 85 a 76.

Em tempo: salvo uma grande zebra, Real Madrid ou Barcelona serão campeões, com elencos estelares que estão entre os três, quatro melhores de toda a Europa na certa, e precisam ser acompanhados por qualquer basqueteiro que queira ver um produto extremamente qualificado além da NBA. Para o basqueteiro brasileiro, porém, o time a ser visto é o modesto, mas decente clube localizado ao sudeste do país, com duas das nossas maiores revelações reunidas por uma temporada toda. Augusto já estava lá, e a ele se juntou o armador, vindo do Gipuzkoa Basket, de San Sebastián.

Segundo diversos relatos – como o do site oficial da equipe –, o pivô e o armador, titulares, já apresentaram uma boa química em quadra neste domingo, e a coisa só vai melhorar com a sequência de treinos e partidas. São dois atletas de primeiro nível para os padrões europeus, explosivos e agressivos, que podem machucar, e muito, qualquer defesa no jogo de pick-and-roll.

Já um dos destaques da temporada passada na Espanha, misteriosamente ignorado por Rubén Magnano na seleção principal, além de subutilizado por José Neto no time do Sul-Americano, Augusto sinaliza estar empenhado para subir mais um degrau.  “Foi uma grande partida do Augusto. Ele demonstrou o compromisso que tem com o clube”, disse o técnico Diego Ocampo, que inicia seu trabalho pelo Murcia. Prestes a completar 38 anos, ele assume um clube adulto pela primeira vez desde 2007, tendo assistido Aito García, pelo Sevilla, nas últimas duas temporadas. Antes, havia sido auxiliar de Joan Plaza. Ótimos professores, registre-se.

“Grande partida” talvez seja até eufemismo, minha gente. Confiram a impressionante linha estatística do brasileiro: 22 pontos, 7 rebotes (3 ofensivos), 4 roubos de bola e 2 tocos em apenas 27 minutos. Mais que isso, acertou 10 de seus 11 arremessos, sem tomar conhecimento do croata Kresimir Loncar, ou do ucraniano Serhiy Lishchuk, dois pivôs experientes e com maior cartaz na Europa. Ainda foi seis vezes para a linha de lance livre, mas aí falhou, convertendo apenas três. No saldo de todos os seus números, atingiu a elevada marca de 31 pontos de valoração, a melhor da rodada até o fechamento deste texto (restavam mais três jogos).

Augusto, em uma de suas quatro enterradas numa estreia de arromba. Alô, Magnano...

Augusto, em uma de suas quatro enterradas numa estreia de arromba. Alô, Magnano…

Em sua estreia, Raulzinho marcou 13 pontos em 26 minutos, matando 5 em 9 tentativas de chute, convertendo seu único disparo de três pontos. Cometeu três turnovers, mas recuperou a bola em duas ocasiões e liderou o time em assistências (6). Com 16 pontos de valoração, teve o terceiro maior índice da sua equipe, atrás também do ala-pivô José Ángel Antelo (20).

Antelo, aliás, é o principal companheiro de Augusto no garrafão. Revelado pela base do Real Madrid, já foi uma grande aposta da Espanha, estreando na primeira divisão com 16 para 17 anos. Sua transição para o profissional, porém, não foi das mais fáceis. Constantemente cedido por empréstimo pelo Real, rodou o país até se firmar em Murcia, ao qual chegou em 2012. Na primeira rodada, o sérvio Nemanja Radovic foi quem complementou a rotação de “grandalhões” – que nem são tão grandes assim, numa combinação de pivôs bastante ágeis, leves. Com 23 anos, ele deixou o Mega Vizura, da Sérvia, em fevereiro e se juntou ao clube espanhol.

Quer dizer: o Murcia vai para a temporada tendo o pivô brasileiro como sua principal referência no jogo interior, mesmo. Uma situação promissora. Hora de ficar (mais) de olho em seu progresso como um protagonista em um clube de Liga ACB. Clube, é verdade, que não vai brigar pelo título, está longe dos maiores orçamentos do país, mas ao menos se mantém na elite do país desde 2011. O clube de futebol da cidade está na Segundona.

Na rotação exterior, Raulzinho teve a companhia no quinteto titular do veteranaço Carlos Cabezas, compondo uma dupla armação. Cabezas deu cinco assistências. Juntos, então, deram 11 passes para cesta, superando toda a equipe adversária, que somou 10. Aqui vale o reforço: do outro lado da quadra estava um Valencia que foi semifinalista no ano passado e vai disputar a Euroliga deste ano.

O Murcia perdeu o primeiro quarto por nove pontos de diferença, permitindo que seu adversário marcasse 27 em 10 minutos. Muito. Reagiu, contudo, nas duas parciais seguintes, levando apenas 31 em 20 minutos, para abrir 11 pontos no placar. “Passamos por um mal momento, mas conseguimos solucionar isso com uma boa defesa. Jogamos como guerreiros. Nos momentos ruins, a torcida continuou com a equipe. Espero que sigamos transmitindo energia”, afirmou o técnico Ocampo.Energia, a gente sabe, é o que não falta no basquete de Augusto e Raulzinho. Agora é ver que tipo de estrago os dois podem aprontar, juntos, em uma longa e instigante temporada pela frente.

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Huertas contra sua ex-equipe

Huertas contra sua ex-equipe

O Barcelona de Marcelinho Huertas, atual campeão, já conseguiu um belo resultado na primeira rodada ao vencer o Baskonia (“Laboral Kutxa”) por 87 a 65, em casa. Foi um confronto de dois clubes de Euroliga. A diferença entre os elencos, porém, é bastante grande, ainda com o agravante de a equipe basca, que já teve o próprio Huertas e Tiago Splitter em seu plantel, ter um novo técnico e diversos jogadores para adaptar.  O Barça fez algumas trocas importantes, mas ainda mantém um núcleo consolidado, do qual faz parte o armador brasileiro, que jogou por quase 30 minutos e contribuiu com 13 pontos, 4 assistências, 3 roubos de bola (mais seis turnovers, registre-se).

Depois de anos de parceria e concorrência com Victor Sada, Huertas agora vai dividir a armação do time catalão com o tcheco Tomas Satoranksy, de 23 anos e anormais 2,01 m de altura para a posição. Satoransky está na Espanha há cinco temporadas já, sendo desenvolvido como prospecto pelo Sevilla. Os bravos torcedores do Washington Wizards já o conhecem, uma vez que o jovem atleta foi draftado pela franquia em 2012. No jogo de abertura, porém, ele não foi para a quadra. Ao contrário de Justin Doellman e Tibor Pleiss, principais reforços de Xavier Pascual.

Grande figura do Valencia na última campanha, sendo eleito inclusive o MVP do campeonato, Doellman subtitui Erazem Lorbek no quinteto inicial do Barcelona, ao lado de Ante Tomic. Desses americanos que passa despercebido pela NBA e se torna uma estrela na Europa, o ala-pivô somou 9 pontos, 7 rebotes e 3 assistências em 25 minutos. Já Pleiss, que veio do Baskonia, anotou 12 pontos e pegou 7 rebotes em apenas 12 minutos de jogo – uma apelação do clube catalão, tendo um pivô talentosos desse como um mero reserva para Tomic.

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O Real Madrid também venceu bem: 70 a 57 contra o Gran Canaria. Depois de uma campanha exuberante, mas de final frustrante na temporada passada, a equipe da capital ao menos já aliviou a barra do técnico Pablo Laso ao conquistar a Supercopa, derrotando o Barça no final de semana passado. Sem a versatilidade e habilidade de Nikola Mirotic, mas com a consistência e eficiência de Gustavo Ayón (10 pontos e 13 rebotes em 27 minutos), o Real vem com um plantel talvez ainda mais poderoso. Andrés Nocioni e Facundo Campazzo, por exemplo, são reservas e tiveram, respectivamente, 13 e 15 minutos, de tempo de quadra. Estreante no basquete europeu neste ano, porém, o enjoado Campazzo já começa a deixar sua marca.


Equipes de Augusto e Rafael Luz lutam por últimas vagas dos playoffs na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Rafa Luz, na briga ainda

Rafael Luz ainda tenta se meter nos playoffs da Liga ACB com o Obradoiro

O Estudiantes de Lucas Bebê está eliminado, assim como Lagun Aro de Raulzinho – este há muito tempo já e, pior, rebaixado. Mas ainda há muita ação para o restante da legião brasileira nos momentos finais da temporada regular da Liga ACB, o campeonato espanhol, com dois deles lutando pela sobrevivência.

Restam apenas uma rodada e duas vagas em aberto para os playoffs, e o Unicaja Málaga de Augusto Lima e o Obradoiro (“Blusens Monbús”) de Rafael Luz estão no páreo. Os dois clubes disputam com o Herbalife Gran Canaria as sétima e oitava colocações. No momento, o Málaga e o time das Ilhas Canárias estão em melhor situação, empatados com 18 vitórias e 15 derrotas – justamente depois de um confronto direto entre os dois na última rodada, com vitória para a equipe de Augusto por 67 a 65. Já a equipe da Galícia aparece em nono, com 17 vitórias e 16 derrotas.

Sarunas Jasikevicius x Marcus Williams

O Unicaja de Marcus Williams tem de se virar contra o Barcelona na última rodada

Neste fim de semana, para a jornada derradeira, o clube malaguenho tem uma pedreira pela frente, o Barcelona, que está todo arrebentado física e emocionalmente depois do Final Four da Euroliga, mas ainda é um gigante a ser respeitado na Espanha. O Gran Canaria pega o Valladolid, do surpreendente Nacho Martín. O Obradoiro encara o Bilbao,  o sexto colocado.

A matemática diz o seguinte: o Gran Canaria avança caso vença ou se o Unicaja perder, ou o Obradoiro não conseguir tirar uma desvantagem de 16 pontos no saldo de cestas. Para o Unicaja,  é necessário um triunfo contra o Barça ou um revés do Obradoiro, que só se classifica se bater o Bilbao e o Málaga perder, ou se conseguir tirar sua desvantagem de 16 pontos para o Gran Canaria.

Do ponto de vista individual para os brasileiros, o caçulinha da família Luz, ex-Málaga, seria aquele que tem mais a lucrar com uma sobrevida na temporada, considerando que tem um papel firme e importante para sua equipe. Já Augusto vem sendo utilizado com regularidade, mas com atribuições mínimas. Se por um lado ele ficou fora de apenas três partidas em toda a campanha, por outro lado é pouco envolvido no ataque e não tem conseguido controlar os rebotes. Talvez tenha chegado o momento de o pivô, que participa automaticamente do Draft da NBA devido ao limite de idade, procurar outro clube para jogar de verdade, para valer.

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Três brasileiros já estão garantidos nos mata-matas: Rafael Hettsheimeir com o Real Madrid, Marcelinho Huertas com o Barcelona e Vitor Faverani com o Valencia. Desses três, Hettsheimeir é o único que não tem tempo de quadra certo para os jogos decisivos. Aos poucos, o pivô acabou limado da rotação de Pablo Laso. Huertas e Faverani não têm com o que se preocupar, embora o pivô tenha lidado com muitos problemas físicos durante o ano e vem sendo menos utilizado do que o esperado. Muitos de seus minutos acabaram direcionados para o montenegrino Bojan Dubljevic, outro candidato automático ao Draft da NBA este ano e figura em ascensão na Europa, subindo com 2,05 m de altura e talento para pontuar na linha de três pontos.

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Na ponta da tabela, o Real Madrid, melhor ataque, já está garantido como o cabeça-de-chave 1, seguido por Saski Baskonia (que começou o ano como “Caja Laboral” e agora atende por “Laboral Kutxa”…), Barcelona, melhor defesa de longe, e Valencia. Zaragoza e Bilbao estão nessa também.

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Sobre Nacho Martín: com 17,7, o veterano pivô lidera o ranking de eficiência da Liga ACB, ocupando um posto que já foi de Marc Gasol, Tiago Splitter, Luis Scola, Joel Freeland e gente dessa linha. É um tanto bizarra essa constatação. O ala-pivô, que acabou de completar 30 anos em abril, tem média de 15,4 pontos e 6,9 rebotes, em 31,1 minutos, as melhores marcas de sua carreira, de longe. No ano passado, por exemplo, ele teve médias de 8,2 pontos e 5,6 rebotes, em 25 minutos. Na carreira, que começou em 2002 pelo Barcelona, são 6,9 pontos e 3,8 rebotes.

Matrín mudou por completo seu padrão de atuação, cobrando praticamente o triplo de lances livres quando comparado com a última temporada (94 x 32). Nas assistências, mais que o dobro (55 x 18). Também tem sua melhor média de aproveitamento nos tiros de dois pontos, com 59%. Sinal de que nunca é tarde para evoluir em quadra.

 


Um jogo para Magnano ver: Bebê e Faverani duelam na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Toco para Lucas Bebê

Lucas Bebê sobe para fazer o toco em bela atuação contra o Valencia

Taí um DVD que Rubén Magnano precisa obter: o da vitória do Valencia sobre o Estudiantes por 81 a 71 pela Liga ACB deste sábado. E, dãr, não por ter sido um confronto direto de duas equipes que caminham rumo aos playoffs de uma das poucas ligas europeias que (ainda) não se deixou abater pela crise e segue fortíssima. A razão é bem mais simples: Vitor Faverani de um lado, Lucas Bebê do outro, num duelo de dois candidatos a convocação, podendo ser avaliados de uma só vez.

E a grande surpresa para se anotar? Embora a equipe madrilenha tenha perdido, Lucas Bebê foi quem levou a melhor individualmente, com um de seus melhores jogos no campeonato espanhol, isso se não a de maior destaque. Ele jogou por 26min26s e somou 14 pontos, 8 rebotes e 1 toco. Melhor ainda: acertou seus seis arremessos de quadra, dos quais, na real, quatro foram cravadas – sozinho, ele somou a mesma quantidade de enterradas dos adversários.

Do lado do clube mediterrâneo, Faverani viu sua atuação sabotada por um elevado número de faltas. Foram quatro anotadas pelo brasileiro, ficando em quadra apenas por 13min42s, justo ele que é muito mais polido, desenvolvido do que o jovem compatriota do Estudiantes. Fora de ritmo, Vitor conseguiu quatro pontos e seis rebotes, mas desperdiçou a posse de bala de sua equipe em quatro ocasiões.

No caso de Magnano ter acesso a esse jogo, naturalmente o treinador não vai poder ser tão duro assim em sua avaliação sobre Faverani, nem se empolgar muito com o que fez Lucas. Quer dizer… Neste último caso, pode um pouquinho, sim. Tudo bem.

Em termos de consistência e pacote técnico, Faverani é hoje o jogador superior, sem discussão.Se a sua temporada não foi de arromba, conforme o esperado, é bastante sólida, com médias de 9,1 pontos e 4,8 rebotes em 17 minutos (confira análise completa produzida por Rafael Uehara). Lucas joga apenas 12 minutos em média, mas produtivos também: 4,9 pontos, 3,2 rebotes e 1,0 toco. Os scouts da NBA certamente vêm tomando nota de seu progresso, assim como nosso marcador implacável, Rafael,  também já fez por aqui aqui.


Agora vai? Faverani se coloca à disposição de Magnano para defender a seleção
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Giancarlo Giampietro

Faverani agora está na luta

A cada convocação da seleção brasileira nos últimos anos a pauta ficava quase sempre voltada para a turma da NBA. Será que vão se apresentar? Os times liberam? Como estão fisicamente? E os contratos? Blablabla.

Mas há outro mistério que perdura e desafia as diversas listas que já foram anunciadas por Magnano, Moncho e a turma anterior. E o Vitor Faverani? O que acontece?

Sempre visto como um jogador de muito potencial, seu nome entrou para o rol de selecionáveis a partir do momento em que fez a transição da base para o profissional no Unicaja Málaga. Mas nunca deu as caras por aqui. Equipe de base, equipe de Sul-Americano, equipe principal, nada. A ponto de, no fim, ser esquecido, ou algo perto disso.

Na tentativa de reunir os melhores nomes possíveis, o empossado Rubén Magnano viajou por aí até chegar à Espanha para bater um papo com os jovens brasileiros espalhados por lá. Ao que parece, a conversa não foi muito boa, tendo deixado o argentino irado com seu comportamento. Se há algo que realmente vai tirar nosso treinador do sério, é isso. O pivô conseguiu.

Bem, o site da CBB agora resolveu fazer as pazes. Em mais que bem-vinda entrevista à equipe de comunicação da entidade, Faverani afirmou que, “se for interessante para a comissão técnica do Brasil me chamar, vou aceitar porque estou pronto para defender o Brasil”. Depois ele tenta afagar o argentino: “Tenho uma enorme admiração pelo técnico Rubén Magnano e com certeza ele virá à Espanha para conversar com os jogadores que pretende convocar”.

Pois é. Magnano já foi para a Espanha, Vitor bem sabe.

O pivô estava defendendo o Murcia na época. Embora não tenha sido convocado para o grupo pré-olímpico, o rapaz tenta explicar porque se manteve à distância ao menos na última temporada. “No ano passado eu tinha que fazer um tratamento muito delicado para curar um problema no calcanhar do pé direito. Conversei com o pessoal do Valencia, e ficou decidido que tinha que fazer o tratamento nas férias porque a lesão já estava sobrecarregando o joelho. Fiz uma opção de fazer o tratamento nas férias e hoje estou totalmente curado”, disse.

E, sim, esse é um problema recorrente. Não são apenas os clbues da NBA que vão colocar seus interesses acima de qualquer outro na hora de cuidar do desenvolvimento ou de simplesmente preservar, mesmo, seus jogadores. As confederações que se virem politicamente para dobrá-los – e, claro, a vontade do atleta também pode influenciar qualquer decisão.

De todo modo, está feita a ponte. Na hora de definir seus pivôs, cabe a Magnano definir se Faverani é um nome interessante, ou não, para a seleção.

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Até porque, hoje, a seleção brasileira também não fica necessariamente refém do pivô. Num cenário hipotético – e, provavelmente, utópico –, se Magnano tivesse todos os pivôs à disposição para fazer uma convocação, muita gente boa teria de ser cortada. Veja a lista: Varejão, Splitter, Nenê, Augusto, Faverani, Hettsheimeir, Murilo, Giovannoni, Paulão… Além dos projetos Lucas Mariano, David, Lucas Bebê e Fabrício Melo…

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Ao falar sobre NBA, Faverani não se mostra o mais entusiasmado, não.  “Sonho não é. Tenho três anos de contrato com o Valencia, onde estou muito bem. Quero fazer o melhor aqui, ajudar a equipe a ganhar títulos, com grandes campanhas. Depois disso, se aparecer a NBA, não custa conversar, mas tem que ser naturalmente, sem forçar nada. Estou num dos grandes clubes do basquete da Europa. E é aqui que quero ficar.”


Olho nele: Faverani caminha para se estabelecer como um dos melhores pivôs da Espanha
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Giancarlo Giampietro

Vitor Faverani ao ataque

Vitor Faverani deixa lesões de lado e segue progredindo na Liga ACB

Por Rafael Uehara*

Enquanto quebrávamos a cabeça tentando adivinhar se Rafael Hettsheimeir ia pra NBA ou para outro grande clube da Europa depois de grande temporada com o CAI Zaragoza e quais os motivos para que Lucas Nogueira fosse tão pouco aproveitado pelo Asefa Estudiantes, Vitor Faverani surgiu como a melhor esperança brasileira jogando no continente europeu ano passado.

Com a saída de Robertas Javtokas, o Valência assinou com o australiano AJ Ogilvy para substituí-lo, mas logo percebeu que a melhor solução estava em casa mesmo. Ogilvy se contundiu cedo na temporada, Faverani tomou seu lugar na rotação e não largou mais a posição de reserva do titular ucraniano Serhiy Lishchuk.

Em 36 jogos entre a liga espanhola e a Eurocopa de clubes, Faverani postou médias de 16,1 minutos, sete pontos e 3,2 rebotes, além de 54,2% de aproveitamento em tiros de quadra. Os números não são de levar à loucura, mas Faverani foi muito mais impressionante que suas médias expõem, e o resultado foi uma extensão de três anos que o time o ofereceu ao fim da temporada. A expectativa era que Faverani virasse titular do time em 2012-2013 e talvez foco do ataque. Mas várias lesões o permitiram jogar apenas 14 jogos essa temporada, e em pouco tempo de quadra, Faverani tem postado médias de 16 minutos, 7,2 pontos e 4,5 rebotes, além de 43,2% de aproveitamento em tiros de quadra.

Mas, se suas duas últimas performances – 12 pontos e cinco rebotes em 24 minutos contra o Bilbao no meio de semana pela Eurocopa e 16 pontos e cinco rebotes em 23 minutos contra o Murcia domingo pelo campeonato espanhol – podem ser aceitas como sinal de que ele está de volta à forma física ideal depois de quase dois meses parado, Faverani pode ainda estar a um passo de se estabelecer como um dos melhores pivôs jogando na Espanha até o fim da temporada. Que ele tem talento pra isso é inquestionável. Basta seguir nessa curva de desenvolvimento.

Com 2,10m de altura e porte físico avantajado, Faverani se destaca pela sua habilidade e mobilidade acima da média para posição. Não só tem força para cavar espaço no garrafão, mas sabe o que fazer com a bola quando a recebe de costas para cesta. Desenvolveu um gancho de esquerda efetivo e muito difícil para os adversários bloquearem. Demonstra também a capacidade de achar companheiros de equipe cortando para a cesta ou acampando no perímetro com belos passes. Além disso, no pick-and-roll, é explosivo deslizando para a cesta e joga acima dela ao finalizar.

É claro que há ainda o que melhorar. Faverani é apenas mediano pegando rebotes, muitas vezes apenas tirando proveito de sua estatura. Dificilmente busca bolas fora de posição, mas esse é um aspecto em que já podemos ver melhora com sua taxa de rebotes ofensivos aumentando este ano. Na defesa, Faverani segura posição contra qualquer um no garrafão, mas é muito passivo no pick-and-roll. É difícil saber se essa não é a instrução do técnico Velimir Perasovic (para que ele resguarde o interior ao invés de pressionar o armador), mas considerando o quão móvel Faverani é, o que faz mais sentido é que ainda não mostrou esforço e atenção total naquele lado da quadra para ganhar a confiança de Perasovic nessas situações. Pelo atleta que é, Faverani tem capacidade de ser um defensor destrutivo, mas ainda não está tão próximo desse potencial.

A esperança é que Faverani consiga evitar mais contusões e permaneça em quadra nessa segunda metade da temporada para que seu jogo possa continuar evoluindo. Está a passo de se tornar um dos melhores pivôs na Espanha, mas pra isso precisa estar em quadra. Com sua combinação de habilidade e porte físico, não há dúvida de que o céu é o limite para Faverani. Parece apenas uma questão de tempo.

*Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.

 


A longa e tortuosa trajetória de Vitor Faverani rumo ao estrelato na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Faverani na Liga ACB

Vitor Faverani, diário para 17 mil páginas

O destaque principal da capa do site oficial da Liga ACB era Vitor Faverani. A manchete, mesmo: “As 17 mil páginas de Vitor Faverani“.

Logo no primeiro parágrafo, muito mais cultos do que qualquer blogueiro do Vinte Um poderia sonhar, recorrem a uma (?) brincadeirinha citando um (??) filósofo (?!?) suíço Henri-Frédéric Amiel. Os catedráticos que me desculpem, mas não constava nas referências bibliográficas do blog.

(Legal também que o suíço é xará daquele nosso velho conhecido Amiel, o cubano que jogou por Fla e Saldanha da Gama e por onde anda agora?)

De todo modo, a brincadeirinha era a seguinte: Amiel teria escrito, de próprio punho, o maior diário já conhecido pela civilização ocidental, com essas 17 mil páginas, durante 42 anos, seu “Journal Intime”. Uma das pensata que se destacam no compêndio seria esta aqui: “A verdadeira humildade consiste em estar satisfeito”.

Para o redator da matéria, essa frase seria boa para “definir a infância e crescimento daquele garoto brasileiro que jamais deixou de crescer”.  E aí mergulhamos num extenso perfil sobre o pivô brasileiro, hoje um dos destaques da liga espanhola, mas que ficou muito perto de ser apenas mais uma promessa perdida na Europa.

Vamos tentar resumir em parágrafo: Faverani nasceu em Porto Alegre, viu seus pais se separarem bem cedo, se mudou com a mãe para Paulínia, na corrida pelo ouro negro (cinema a gente sabe citar, tá vendo?), brincava de esportes com o irmão até não poder mais e esperar a mãe voltar para casa, espichou, começou a deslanchar no basquete, tinha de calçar um tênis 44 em um pé 46,  em um ano saiu dos Jogos Abertos para a seleção e Málaga, atraía todos os olheiros quando adolescente, deu muito trabalho para os treinadores, rodou de clube em clube até se encontrar e virar o que virou hoje. Ufa.

Texto em espanhol, longo pacas, pois eles conseguem se perder mais que o sujeito aqui, mas é fácil de se comprrender. Para saber dos detalhes, com declarações de muitos de seus treinadores – incluindo o italiano Sergio Scariolo, atual comandante da Espanha –, para conhecer mais sobre este enigmático e misterioso pivô brasileiro, que ainda não se dá com Magnano, vale o clique.

Ele fala sobre o rap do grupo gospel Éfeso que ouve umas 20 vezes antes de ir para quadra para se motivar e sobre estar agora decidido a deixar sua marca como jogador de basquete. “Tomara que um dia as pessoas digam: “Faverani, que grande pivô. Se me meti no mundo é para terminar e dizer a mim mesmo que consegui. Esse é o meu sonho. Espero que pas pessoas sigam falando de mim e melhor, agora pelo meu trabalho, porque foi muito duro. Agora tem a recompensa final”, afirmou.

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Com 24 anos, Vitor é apenas dois anos mais velho que Fab Melo e Scott Machado e dois anos mais jovem que Rafael Hettsheimeir. Ainda tem espaço para se desenvolver muito mais, com uma vantagem: com tempo regular de quadra no segundo campeonato de clubes mais forte do mundo, no qual é protagonista de sua equipe.

Em duas partidas na atual temporada da ACB, já somou 22 pontos, 25 rebotes e cinco tocos, com ótimo índice de eficiência (47) e excelente aproveitamento de quadra (54%) e nos lances livres (89%). Com ele em quadra, sua equipe venceu por 23 pontos, jogando contra Barcelona e Fuenlabrada.


Barcelona abre temporada na Supercopa para tentar estender hegemonia
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Giancarlo Giampietro

Marcelinho Huertas, Barcelona

Huertas abre mais uma temporada com perspectiva de títulos pelo Barça

No futebol, virou praxe nos últimos anos dividir o Campeonato Espanhol em duas competições distintas: uma travada entre Barcelona e Real Madrid e a que fica para o resto da cambada (saiba, neste caso, que o Valencia seria tricampeão nacional!).

No basquete, ainda que não exista um abismo como nos gramados, o poderio financeiro dos dois clubes gigantes do país começou a fazer a diferença. O problema, só para aumentar a agonia dos merengues, dos seguidores do time da capital, é que, na verdade, a hipotética polarização entre Barça e Real não se concretizou. Porque só dá Catalunha nessa, algo muito bom para o currículo de Marcelinho Huertas.

A temporada espanhola começa oficialmente neste fim de semana, com a disputa da Supercopa. E os barcelonistas jogam pelo tetracampeonato do torneio. Um, dois, três seguidos eles já têm. Agora querem o quarto.

Dá para dizer que não é a competição mais badalada. Mas ainda é um caneco nacional. E, de todo modo, nos certames de maior prestígio,  o Barcelona conquistou também duas Ligas ACB e duas Copas do Rei nos últimos três anos. Eles não param, entende? Não é apenas a galera de Lionel Messi que irrita os madridistas.

A má notícia para a concorrência: no início desta campanha 2012-2013, o Barça ainda tem o elenco mais equilibrado e, por isso, mais forte. Na armação, Huertas tem a companhia de Sarunas Jasikevicius e Victor Sada. Juan Carlos Navarro também entra nessa rotação. Nas alas, o talentosíssimo australiano Joe Ingles, o veterano norte-americano Pete Mickeal, o promissor Alex Abrines (olho nesse, xodó de muitos scouts europeus) e Xabi Rabaseda. Os pivôs são o croata Ante Tomic, um de nossos preferidos, o craque esloveno Erazem Lorbek, que recusou o Spurs, o força-bruta australiano Nathan Jawai e o americano CJ Wallace.

Além de nomes consolidados no mercado europeu, são peças que se encaixam naturalmente. Diferentemente do que observamos no Real Madrid, que possui gente muito gabaritada no perímetro (Sérgio Llull, Sérgio Rodríguez, Dontaye Draper, Jaycee Carroll, Rudy Fernández e, ufa!, Martynas Pocius), mas deixa a desejar em seu jogo interior (Nikola Mirotic só vai melhorar, mas Felipe Reyes já não é mais o mesmo de três temporadas atrás e Mirza Begic e Marcus Slaughter ainda precisam se provar alto nível no continente).

Um degrau abaixo aparecem Caja Laboral, que é o Baskonia, Valencia, de Vitor Faverani, Unicaja Málaga, de Augusto Lima e que perdeu terreno recentemente, e Bilbao, clubes que vão precisar de excelentes química e trabalho tático para fazer frente aos dois gigantes.

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As semifinais da Supercopa são as seguintes: Barcelona x Valencia e Real Madrid x Zaragoza, que joga em casa. Os vencedores se enfrentam na semifinal, no domingo, 14h (horário de Brasília). O Bandsports deve transmitir tudo.

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É muito difícil escrever qualquer coisa sobre esses resultados obtidos pelo técnico Xavi Pascual nos últimos anos. Ele teve seu contrato renovado até 2015. Quem sabe, porém, se ele não chega ao final de seu vínculo com um basquete um pouco menos robótico do que obriga o seu clube praticar… Pascual é daqueles “control freak”, regulando toda e qualquer ação de seus atletas do lado de fora da quadra. Só Navarro pode ser Navarro. O resto que se enquadre, e assim ele vai vencendo. Mas não é de encher os olhos, não.

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Vitor Faverani terminou a Liga ACB passada como um dos atletas mais quentes no mercado europeu e acabou estendendo seu contrato com o Valencia, onde enfim encontrou um meio de fazer seu imenso talento valer.  Ele encara agora uma temporada muito importante para confirmar esse status.


Mercado da NBA: Panorama da Divisão Noroeste
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Giancarlo Giampietro

O post poderia ficar imenso, então vamos direto ao assunto. Desde a quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quinta, resumimos o Oeste. Veja o rolou em que cada franquia da Divisão Noroeste se meteu, ou não, abaixo:

JaVale McGee enterra

JaVale McGee: um dos nomes mais promissores e temerosos ainda sem contrato

Denver Nuggets: o gerente geral Masai Ujiri trabalhou tanto desde que assumiu o cargo, considerando a troca de Carmelo Anthony e a renovação e posterior troca envolvendo Nenê, que merece um descanso por ora, mesmo. Ele tratou de segurar o armador Andre Miller, está negociando com JaVale McGee, mas por enquanto é só nas montanhas do Colorado. Não sabem se o francês Evan Fournier assina agora ou volta para a Europa por um tempo.

Minnesota Timberwolves: já falamos aqui sobre o estranho fetiche de David Kahn pela cidade de Portland, depois da proposta encaminhada para Nicolas Batum e um suposto acordo com Brandon Roy. Mas o Wolves também cruza fronteiras mais longínquas, tendo contratado o ala-armador Alexey Shved, um ótimo jogador que tem tudo para fazer uma bela dupla com Rubio. De resto, voltando a Portland, Kahn agora precisa decidir, mesmo, se vai investir pelo ala francês. De acordo com as contas dos matemáticos (não há ninguém com esse perfil aqui no QG 21), caso todos esses contratos passem, alguns jogadores precisarão ser dispensados ou trocados para limpar salário. Entre a turma dos cortes, podem esperar por Darko Milicic (que choque!) e Martell Webster.

Oklahoma City Thunder: apesar das quatro derrotas seguidas na final, respirando fundo, de cabeça fria, não resta muito o que fazer com esse elenco.  Sam Presti pode trocar algumas pequenas peças, mas a base já é forte o suficiente. O ala novato Perry Jones III tem um potencial incrível e encontrou talvez o melhor clube para se desenvolver, treinando com um Durant todos os dias. O russo Andrey Vorontsevich, ala-pivô versátil do CSKA, também foi sondado. Derek Fisher ainda não sabe se permanece.

Joel Freeland, seleção britânica e Portland

Joel Freeland chega com mais status

Portland Trail Blazers:e o Pacers não permitiu que o novo gerente geral Neil Olshey, homem que levou Chris Paul ao Clippers, contratasse o gigante Roy Hibbert, o time do Oregon se voltou adotar a revolução espanhola! Chegam o ala Victor Claver, do Valencia, e o pivô Joel Freeland, que é inglês, mas se formou como jogador no país ibérico e brilhou pelo Málaga nos últimos anos. Os dois chegam para compor o elenco inicialmente, mas têm potencial para produzirem logo de cara, ao lado do armador Damien Lillard ­– o pivô Meyers Leonard ainda não estaria pronto. O ponto mais importante do cartola, pensando em longo prazo, a ser resolvido é ponderar se considera Batum uma das principais peças do time para o futuro ao lado de LaMarcus Aldridge. Caso o Wolves confirme sua oferta, o salário será de jogador top.

Utah Jazz: com muitos jogadores jovens e promissores no elenco aliados a veteranos ainda bastante produtivos, não é preciso se precipitar. Daí o verão bem tranquilo por que passa a franquia. A única ação até o momento divulgada foi a troca de Devin Harris pelo ala Marvin Williams solidifica sua linha de frente, mas deixa o elenco sem um armador titular. Então alguma outra negociação vem por aí, e essa, sim pode chacoalhar: quem sabe algo envolvendo Al Jefferson ou Paul Millsap? Do contrário, caberia ao Jazz aguardar mais algumas peças caírem no mercado para escolher um armador-tampão para a próxima temporada.

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