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Lesão de Kobe coloca pressão em Steve Nash na luta do Lakers pelos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Steve Nash, ânimo!

Conseguiria Nash replicar suas temporadas no auge pelo Suns, liderando o Lakers?

Então vocês já sabem que o Kobe Bryant, tentando mais uma cesta miraculosa em final de partida do Lakers contra o Hawks em Alanta, terminou por torcer o tornozelo, né? Que por enquanto não há previsão para quando ele poderá voltar a jogar – mas ninguém cravando também que ele vá realmente ficar fora de algum jogo da equipe. O que se sabe apenas é que a torção foi feia.

Kobe sendo Kobe, só não se espantem, por favor, se ele já estiver em quadra na sexta-feira contra o Indiana Pacers ou no domingo contra o Sacramento Kings. Estamos falando do mesmo cara que jogou longas sequências de partidas com ligamentos rompidos em seu pulso direito, com o dedo indicador da mão direita fraturado, fazendo uma infiltração depois da outra durante os playoffs de 2010 etc. etc. etc.

Com 34 vitórias e 32 derrotas, o Lakers supostamente não pode se dar ao luxo de preservar seu espetacular veterano por muito tempo, em uma briga ferrenha com o Utah Jazz pela oitava colocação do Oeste, ainda sonhando em alcançar, de repente, o Houston Rockets ou o Golden State Warriors e, tomando cuidado também com o Dallas Mavericks, que ainda está no páreo.

Agora, no caso de, glup, Kobe realmente ter arrebentado o tornozelo esquerdo, a equipe californiana pode ou dar adeus aos mata-matas, ou descobrir que Steve Nash é um armador de elite na NBA.

Sim, no caso de Kobe ficar fora por mais de uma semana, a pressão agora é toda do canadense.

Está certo que seu elenco, hoje, é bem enfraquecido. Se Mitch Kupchak e Jim Buss montaram um dos quintetos mais temidos da liga, falharam grosseiramente em encontrar jogadores baratos e decentes para o banco – enquanto um Chandler Parsons ou um Greg Smith se tornam barganhas em Houston, Darius Morris, Robert Sacre e Devin Ebanks só carregam isotônicos em LA. De qualquer forma, nas duas últimas temporadas, o cenário que Nash encontrou não era muito diferente, tendo de carregar um plantel medíocre do Suns em uma duríssima conferência. O resultado: 71 vitórias e 77 derrotas, para um aproveitamento de 47,9%, que talvez, talveeeeeez seja o suficiente para assegurar o oitavo lugar daqui  para a frente.

Seu melhor companheiro para a criação de jogadas em pick-and-roll era Marcin Gortat. Hoje, ao menos tem um Dwight Howard ao seu lado – e Pau Gasol poderá estar de volta na semana que vem. Um bom começo, não? De resto, seria torcer para que Jodie Meeks acerte a mão de três pontos e consiga elevar seu atual rendimento de 37,7%, que  é baixo para um suposto especialista, contratado apenas para isso, ocupando uma faixa salarial valiosa em um time que já não tem mais flexibilidade alguma para buscar reforços… Do contrário, ter priorizado o ala ex-Sixers em detrimento de Leandrinho pode se tornar um erro ainda mais grave e custoso nesta reta final de campeonato.

Mais importante, porém, é saber em que estágio estão as habilidades individuais de Nash com a bola nesta altura da campanha. Uma leitura difícil de se fazer. Afastado do santificado estafe de preparadores físicos e médicos do Suns, deslocado para outra função, será que ele consegue regressar no tempo e conduzir um eventual Lakers-sem-Kobe rumo aos playoffs?

Quando o Lakers contratou Nash no ano passado, foi uma bomba. Na hora de digerir a negociação, duas vertentes se desdobraram: pensando de modo otimista, o armador poderia aliviar a carga pesada que Kobe carregava em LA; por outro lado, sobravam dúvidas sobre o quanto seus estilos combinariam em quadra.

Inicialmente, uma fratura na perna de Nash não deixou outra opção: Kobe teria novamente de fazer um pouco de tudo em busca de vitórias. Quando o armador retornou, a temporada já estava toda avariada, com a troca de Mikes no comando e uma saraivada de críticas públicas dentro do elenco. No fim, foi decidido – por quem? – que Bryant continuaria dominando a bola por um tempo, com o Capitão Canadá funcionando como uma espécie de Super Steve Kerr ao seu lado. Arremessar melhor que Steve Blake, Jordan Farmar, Ramon Sessions, Derek Fisher e Smush Parker, opa!, a gente sabe que faz. Ô, se faz: somando arremessos de dois e três pontos e de lances livres, sua média de True Shooting ainda é excepcional, com 60,7% de acerto. Apenas no perímetro, ele converte 43,4% dos chutes, melhor marca nos últimos quatro anos.

De um modo geral, porém, a transição para o Lakers teve um impacto claro no jogo de Nash. Antes, ele brilhava controlando o show, chamando pick-and-rolls por toda a quadra, puxando contra-ataques mortais, chutando a partir do drible. Um pacote bem diferente do que se posicionar no lado contrário, esperando pelo passe, ou do que correr fora da bola buscando corta-luzes para ser municiado. Nos números, o impacto dessa mudança é claro: o armador toma conta de apenas 17,1% das posses de bola da equipe, bem abaixo dos 21,4% de dois anos atrás no Arizona. Além disso, suas posses de bola terminam em assistência em 31,7%, a média mais baixa de sua carreira desde 2000 – nas últimas temporadas, por exemplo, os índices foram de 50,9% e duas vezes 53,1%. Em termos de produção geral, seu valor despencou de 20,3 de eficiência para apenas 15,4, exatamente 0,4 acima da média da liga.

Sem a inesgotável criatividade de Kobe no perímetro, Nash terá de resgatar seu padrão de jogo que lhe deu dois prêmios de MVP na década passada, ou algo perto disso.

Não é da maneira como queriam, idealizavam, mas ele e Mike D’Antoni agora têm a chance de repetir as brilhantes campanhas em Phoenix. Com a diferença de que há, agora, muito mais (pressão) em jogo.


Lakers assume 8ª posição no Oeste; saiba tudo sobre a luta com o Utah pelos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Kobe x Paul Millsap

O Lakers de Kobe faz a ultrapassagem. Seguirá na frente?

Atos heróicos de Kobe Bryant, Dwight Howard já canta música para o ala veterano, Pau Gasol não volta, mas também parou de reclamar, e o Lakers, aos trancos e barrancos, deu um jeito de retomar a oitava colocação do Oeste, com uma vitória a mais do que o Utah Jazz Para um clube que acreditava brigar pelo título, pode não parecer muita coisa, mas, considerando o caos que tomou conta de sua campanha, a mera classificação para os playoffs talvez seja comemorada como a conquista do campeonato.

Mas calma lá também, né. Assumir a oitava posição da conferência no dia 10 de março não significa de modo algum que ela será mantida até o meio de abril, quando se encerra a temporada regular. Ou é isso mesmo?

Confira abaixo um apanhado de dados que detalham o confronto direto entre Lakers e Utah pela última vaga dos mata-matas na fração ocidental da NBA, seguidos por algumas considerações, já que os números nem sempre vão dizer tudo:

– Retrospecto do duelo: Utah Jazz 3 a 1, e os times não se enfrentam mais.

– Até o momento, o Lakers enfrentou adversários que venceram 51,2% de seus jogos. Para o Utah, 49,9%

– No último quarto (25%) de tabela, o Lakers encarou oponentes com 50,4% de aproveitamento. Para o Utah, 49,1%

– O Lakers venceu oito de seus últimos dez jogos. O Utah, apenas três.

– O saldo de pontos do Lakers no campeonato todo é de +1,1. Do Utah, -0,6.

– O Lakers disputou 32 jogos dentro de casa e 31 fora. O Utah, 30 e 33, respectivamente.

– Campanha do Lakers na estrada: 11 vitórias e 20 derrotas. Utah: 10 e 23.

– Campanha do Lakers em casa: 22 vitórias e 11 derrotas. Utah: 22 e 8.

– A tabela restante do Lakers: @ Orlando, @ Atlanta, @ Indiana, Sacramento, @ Phoenix, Washington, @ Golden State, @ Minnesota, @ Milwaukee, @ Sacramento, Dallas, Memphis, ‘@’ Clippers, New Orleans, Portland, Golden State, San Antonio, Houston. O aproveitamento médio de seus oponentes restantes é de 47,5%. São 9 fora de casa (embora um deles seja contra o Clippers, em Los Angeles, com torcida mais favorável ao Lakers sempre, independentemente da temporada de darlins dos ex-primos pobres), 9 em casa.

– A tabela restante do Utah: Detroit, @ Oklahoma City, Memphis, Knicks, @ Houston, @ San Antonio, @ Dallas, Philadelphia, Phoenix, @ Portland, Brooklyn, Portland, Denver, New Orleans, @ Golden State, Oklahoma City, Minnesota, @ Minnesota, @ Memphis. O aproveitamento médio de seus oponentes restantes é de 53,2%. São 8 fora de casa, 11 em casa.

Comentando…
Lakers enfrenta adversários mais fracos, mas o Utah conta com a vantagem de jogar mais em casa, onde é consideravelmente melhor – jogar em Salt Lake City ainda é uma das paradas mais difíceis da liga. Agora, tudo isso pode se tornar relativo. Vejamos: a) esse aproveitamento pode mudar de rodada para rodada, claro; b) teoricamente enfrentar o Memphis Grizzlies na última ou o San Antonio Spurs Spurs na penúltima rodada pode ser uma pedreira, ou não, dependendo do que está em jogo para os respectivos clubes e quem vai entrar em quadra; c) o mesmo raciocínio vale também para os jogos fora de casa: o quanto seria difícil jogar contra um time eliminado ou já garantido nos playoffs nessas condições? Quer dizer: esses números servem como um indicativo, mas não podem ser levados para nenhum teste de soro da verdade.

O momento é todo do Lakers agora, mas eles precisam fazê-lo valer em uma sequência de três jogos fora de casa que começa terça contra uma baba como o Orlando Magic – mas que pode se tornar uma arapuca, devido ao fator “Dwight-Howard-reencontra-a-turminha-na-Disneylandia” – e dois times encardidos. Além do mais, antes do triunfo seguro sobre o Chicago Bulls, não dá para esquecer que Mike D’Antoni precisou de duas noites seguidas de milagres por parte de São Kobe Vino Bryant para vencer dois times abaixo da linha da mediocridade como Hornets e Raptors. Por mais espetaculares que tenham sido as jogadas de Kobe, o fato é que o Lakers penou e teve muita sorte para vencê-los. Tudo isso para dizer o seguinte: o Lakers não está exatamente em uma posição em que possa estourar o champanhe ou dizer que qualquer jogo é fácil. Para esse time? Não é, não serão. Mais: Pau Gasol ainda está longe de retornar ainda, e qualquer pancada mais forte no lesionado ombro de Dwight Howard pode por um fim na brincadeira.

Do lado do Utah Jazz, os desfalques eventuais de Paul Millsap e/ou Al Jefferson, o retorno errático de Mo Williams, toda a confusão causada na rotação de Tyrone Corbin, a incapacidade/relutância da diretoria em fechar um negócio este ano, tudo isso num balaio só aponta para um time que viu setrem descarrilar nas últimas rodadas. O que é mais importante agora: dar tempo de quadra aos mais jovens ou conquistar a vaga nos playoffs? (Essa tem resposta: para o lado comercial da franquia, a vaga, que rende grana em pelo menos um confronto de mata-mata e desperta interesse para a temporada seguinte.) Mas…  será que o time já não é melhor com Enes Kanter do que com Al Jefferson? Ou com Derrick Favors jogando ao lado de Paul Millsap? Ou com… Enfim… Vão conseguir reencontrar o rumo e, pelo menos, vencer um jogo a mais que o Lakers, empatar na classificação e assegurar a vaga por confronto direto?

*  *  *

Na reta final, se o Los Angeles Lakers conseguir duas vitórias a mais que o Golden State Warriors, os dois times estarão empatados na tabela. Três derrotas a mais em relação ao Utah Jazz, do Warriors o deixaria atrás do Utah Jazz também. Sim, meu raro amigo sofredor viúvo de Chris Mullin, Mitch Richmond e Tim Hardaway, você também pode ficar preocupado, ainda mais quando sua equipe enfrenta o Lakers mais duas vezes e o Utah, uma.

 


Com amistoso marcado, a NBA enfim ratifica descobrimento do mercado brasileiro
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Giancarlo Giampietro

Linha do tempo, vamos lá:

– 1984: Oscar Schmidt é draftado na sexta rodada pelo New Jersey Nets, mas nunca chega a fazer a transição para a liga norte-americana, numa época de raríssimos contatos entre a NBA e o mundo FIBA.

– 1988: vindo da universidade de Houston, a mesma de Hakeen Olajuswon, o pivô Rolando Ferreira é draftado pelo Portland Trail Blazers na 26ª escolha geral, a primeira da segunda rodada, já uma façanha e tanto. Ele encerra sua carreira na liga em apenas uma temporada, com 12 partidas disputadas.

– 1991: João Vianna, o Pipoka, disputa uma partida oficial pelo Dallas Mavericks e marca dois pontos contra o Spurs em San Antonio. Ele assinou contrato no dia 2 de outubro e acabou dispensado em 12 de novembro.

Nenê e o commish

Nenê podia ter sido do Knicks, mas foi para o Nuggets em marco brasileiro na NBA

– 2002: Nenê Hilário é selecionado na sétima colocação do Draft da NBA pelo Knicks, um feito histórico. É repassado de imediato ao Denver Nuggets, pelo qual jogou até o ano passado, quando foi trocado para o Washington Wizards. Em sua carreira, já tem garantidos mais de US$ 100 milhões apenas em contrato.

– Junho de 2003: É a vez de Leandrinho seguir a rota traçada pelo pivô são-carlense e deixar o basquete brasileiro para se preparar exclusivamente para o Draft. É selecionado pelo Spurs na 28ª escolha para ser repassado para o Phoenix Suns. Pelo clube do Arizona, foi eleito o melhor sexto homem de 2007, sendo um dos melhores arremessadores de três pontos do campeonato por dois anos seguidos.

– Setembro de 2003: Alex Garcia impressiona o técnico Gregg Popovich na disputa da Copa América no Porto Rico e assina como agente livre com o San Antonio Spurs. É dispensado em junho de 2014 e logo contratado pelo New Orleans Hornets. Acabou dispensado pelo novo clube em dezembro daquele ano.

– 2004: seguindo, uma rota diferente, o pivô Rafael Araújo, o Baby, é o oitavo no draft daquele ano, tendo se formado pela universidade de BYU – ao contrário do que teve no basquete universitário, porém, sua carreira na liga profissional dura apenas três anos, até que seu contrato com o Utah Jazz expirou em 2007. No mesmo recrutamento, Anderson Varejão sai em como o número 30, a primeira escolha da segunda rodada, pelo Orlando Magic, mas já é negociado pouco depois para o Cleveland Cavaliers. É ídolo da torcida.

– 2006: Marquinhos, com os mesmos agentes de Nenê e Leandrinho, também tenta a sorte nos EUA e é escolhido na posição 43 do draft pelo Hornets. Fica dois anos no clube, joga pouco (26 partidas no total) e é trocado nem fevereiro de 2008 para o Memphis Grizzlies, que não renovou seu contrato.

Alex, o da NBA

Alex, em novembro de 2004: um Hornet

– 2007: Tiago Splitter, jogando na Espanha, cai no colo do San Antonio Spurs no final da primeira rodada, novamente com a escolha 28, mas dessa vez o clube texano mantém o brasileiro. O pivô jogou mais alguns anos pelo Baskonia até se transferir. Virou titular na atual temporada e deve chegar bem cotado ao mercado.

– 2010: Paulão Prestes é escolhido pelo Minnesota Timberwolves, na segunda rodada (45ª), é aproveitado em jogos de liga de verão, mas não chega a firmar um contrato.

Esse é o campo esportivo.

No dos negócios, a liga desenvolveu seus laços com o país de modo bem tímido – ao menos do ponto de vista oficial, já que seu marketing já era disseminado por meio de suas partidas, site e produtos importados.

Numa teleconferência de imprensa láaaaaaa atrás em 2000, antes mesmo da chegada de Nenê a Denver, o comissário David Stern já ventilava a possibilidade de fazer um amistoso de pré-temporada no brasil. Lembro que, na mesma conversa, ele afirmava que dois jogadores brasileiros tinham chances de entrar na liga num futuro próximo: Guilherme Giovannoni e Jefferson Sobral. A história acabou sendo outra.

De todo modo, uma vez com Maybyner Hilário contratado, a NBA tinha, enfim, alguma âncora firme para evoluir com seus negócios. Mas foi bem aos poucos. O país recebeu algumas das edições do programa “Basketball Without Borders”, um camp coordenado por dirigentes e técnicos de suas franquias, reunindo alguns dos principais jovens jogadores do continente. O último foi em 2011, no Rio. Eventos esporádicos também foram realizados.

BWB no Rio

Atividade do BwB no Rio em 2011

Até que de um ano para cá as coisas esquentaram. Em 2012, começou a operar um escritório da liga no Brasil, localizado no Rio. “O país que receberá o Mundial de futebol e a Olimpíada chama a atenção do mercado internacional”, disse na época o vice-presidente da NBA para a América Latina, Phillippe Moggio, ao repórter Daniel Brito, então da Folha de S.Paulo (texto na íntegra para os assinantes). O próximo passo foi a criação de uma loja oficial online: “Vemos o Brasil como terceiro mercado para a NBA [atrás de EUA e China], é muito importante, pelo crescimento do país, seu bom momento, além da Olimpíada. É uma oportunidade muito grande”, disse Moggio.  Na ocasião, o dirigente garantiu que chegaria ainda o dia em que o país teria um jogo de pré-temporada, pelo menos. “É um compromisso que temos”, afirmou.

Durante a década passada, esse tipo de discurso havia sido repetido tantas vezes, em diversas ocasiões, que sempre foi recomendado um tico de desconfiança. Dessa vez não foi apenas falácia, enfim chegou o dia: 12 de outubro de 2013, com Washington Wizards enfrentando o Chicago Bulls na Arena HSBC, do Rio.

Ter uma arena de primeiro nível sempre foi visto como um grande impasse para a realização de um amistoso ou jogo da liga por aqui. O ginásio escolhido no Rio de Janeiro está de pé desde 2007, quando abrigou os Jogos Pan-Americanos. Na ocasião, apenas como espectador do evento, Leandrinho me disse o seguinte a respeito: “Com certeza (a arena) pode receber qualquer evento da NBA. Garanto que muita gente viria para o ginásio apoiar um time que tenha algum dos brasileiros”.

Em termos de infra-estrutura, a sede não mudou tanto assim para que pudesse ser esse o difrencial na decisão anunciada nesta terça-feira pela turma de Stern. A marcação do amistoso, enfim, ratifica o descobrimento do Brasil, como mercado, pela NBA.


Mesmo com série de vitórias, Lakers ainda luta contra probabilidades
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Giancarlo Giampietro

Dwight Howard x Kobe Bryant

Howard está melhorando, Kobe promete os playoffs… Mas o Lakers ainda está numa enrascada

Por Rafael Uehara*

Com a vitória de 103 a 99 sobre os Dallas Mavericks neste último domingo, o Los Angeles Lakers chegou a um recorde de 28-29 e está apenas dois jogos atrás do Houston Rockets na coluna de derrotas na briga pela oitava vaga nos playoffs da Conferência Oeste. Kobe Bryant foi mais uma vez fantástico, marcando 38 pontos com aproveitamento de 13-21 em tiros de quadra, pegando 12 rebotes e postando sete assistências. Steve Nash marcou 20 com aproveitamento de 7-12 em tiros de quadra.

Mesmo com a vitória em Dallas, a sétima do time nos últimos 10 jogos, as probabilidades matemáticas dos Lakers chegarem aos playoffs continuam pequenas. De acordo com o algoritmo formulado por John Hollinger, ex-analista da ESPN hoje vice presidente de operações do Memphis Grizzlies, os Lakers tem apenas 37% de chance de chegar aos playoffs no momento, enquanto o Utah Jazz tem 65,7%, o Golden State Warriors, 88,1% e o Houston Rockets, 97,2%.

Isso se dá porque a formula de Hollinger leva em consideração força de tabela recente – acumulando o aproveitamento de cada adversário. E de acordo com o power ranking de Hollinger, o Lakers enfrentou a décima tabela mais fraca da liga nestes últimos 10 jogos. E ainda sim, perdeu em Phoenix, sofreu em Charlotte e foi humilhado por Clippers e Celtics. Postou um diferencial de pontos de apenas +1.8 no período.

E as coisas não ficam muito mais fáceis daqui pra frente: 13 dos últimos 25 jogos do time serão na casa do adversário, incluindo viagens a Denver nesta segunda-feira, Oklahoma City, Indiana e Golden State. O time ainda enfrentará em casa os gigantes do Oeste: Clippers, Spurs e Grizzlies e o persistente Chicago Bulls em casa mais uma vez cada, além de receber o Rockets no último dia da temporada regular. A defesa que permanece inconstante ainda enfrentará sete dos 10 melhores ataques da NBA nessa reta final.

Levando todo o contexto em consideração, não há como fugir do fato que as probabilidades ainda estão contra o Lakers, lado emocional e promessas de Kobe Bryant à parte.

*Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.


Dois dados para encorajar o Lakers na briga por uma vaga nos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Kobe x Lin

O Lakers de Kobe conseguirá superar o Rockets de Lin?

Em Los Angeles, com relação ao Lakers, a alternância entre céu e inferno pode acontecer com uma frequência alarmante. No momento, com o time vencendo duas partidas consecutivas desde o retorno de Dwight Howard, a tendência é que comece a ser pintado novamente um céu de brigadeiro – mas bem sutil, né, porque a depressão pelo incrivelmente fraco início de temporada foi bem forte.

Então, meu amigo torcedor angelino, levantamos aqui alguns dados que podem ser mais animadores do que o basquete apresentado pelo time de Mike D’Antoni até aqui:

– o Houston Rockets, atual sétimo colocado, não vai nada bem quando se depara com adversários do duríssimo Oeste. A barba de James Harden, até esta quarta-feira, esteve presente em apenas sete vitórias em 22 confrontos, tendo perdido para o Dallas Maverics nesta quarta. Mantendo esse ritmo, dificilmente vão ter um aproveitamento superior a 50% ao final do campeonato (afinal, joga-se mais em sua conferência do que contra os da outra). Sem contr que o Oeste vai ficando ainda mais forte agora que o New Orleans Hornets e o Mavs estão completos, com Eric Gordon e Dirk Nowitzki entrando em forma.

– O Blazers, oitavo colocado, tem saldo de cestas de 2,1 pontos negativos. Historicamente, as equipes que ficam no vermelho não conseguem chegar aos mata-matas. Mas como se explica, então, a atual campanha de 20 triunfos e 18 reveses do grupo liderado por LaMarcus Aldridge? O clube de Portland está muito bem em duelos extremamente equilibrados, decididos por três ou menos pontos (6-2) ou na prorrogação (5-1). Novamente: levantamentos estatísticos indicam que esse tipo de situação tende a se equilibrar e que há um pouco de “sorte” na decisão de partidas assim – na terça-feira passada, aliás, a equipe perdeu a primeira no tempo extra, diante do Denver Nuggets.

Depois de tantas lesões e percalços, a família Buss só espera que os astros se alinhem a seu favor para a segunda metade do campeonato, de olho especialmente nesses dois pontos negativos de ao menos dois concorrentes em melhor situação na tabela – vale acompanhar também o Golden State Warriors, que começou o campeonato defendendo como nunca, mas perdeu rendimento nas últimas semanas.

Agora, de nada vai adiantar que Rockets e Blazers tropecem, se o próprio Lakers não melhorar seu retrospecto contra os times do Oeste, tendo até esta quarta  9 vitórias e 16 derrotas.

Para isso, deve arrumar sua cozinha, com muitas tarefas pela frente, entre as quais se destacam: 1) decidir o que fazer com Pau Gasol quando o astro espanhol se reabilitar da concussão sofrida em quadra; 2) arrumar a defesa, que não pode depender exclusivamente do vigor físico de Howard ou Artest (a atuação de Kobe contra Brandon Jennings e o Bucks foi uma ótima notícia nesse quesito); 3) aproveitar o ala Earl Clark por mais minutos, mesmo com o retorno de Gasol, e ganhar desta forma um reserva que possa ser mais útil que Chris Duhon e Darius Morris.

Antes de chegar ao grupo dos oito primeiros também é necessário ultrapassar Minnesota Timberwolves e/ou Utah Jazz. Sem Kevin Love, o Wolves fica em uma posição muito delicada para tentar voltar aos playoffs pela primeira vez desde a saída de Kevin Garnett, e só mesmo um trabalho inesquecível de Rick Adelman poderia segurá-los no páreo. O Jazz, por outro lado, segue numa tocada bastante consistente – não empolga, mas também não decepciona –, sendo muito forte em casa (12 vitórias nas primeiras 16 partidas). Resta saber se continuarão firmes em março, depois de encerrada a janela de trocas. Al Jefferson e Paul Millsap estão no último ano de contrato e podem ser negociados.

De qualquer forma, ao conferir as próximas rodadas, o fanático pelo Lakers tem mais dois pontos para monitorar além da produção de Pau Gasol: quando o Blazers voltar a uma prorrogação e quando o Rockets tiver um confronto na parte ocidental dos Estados Unidos, vale a secada.


Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: Andrei Kirilenko
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Giancarlo Giampietro

Kirilenko x Delfino

Kirilenko agora volta a enfrentar só atletas de nível NBA, como Delfino

Já não é segredo para ninguém a cotação que Andrei Kirilenko tem no QG 21 é alta, bem alta. Não são muitos os jogadores que conseguem causar tanto impacto numa partida sem nem mesmo ter a bola em mãos.

Geralmente, ao assistir a qualquer pelada, nossos olhos costumam seguir a bola de um lado para o outro, para cima e para baixo, não? Normal. Acontece que, ao mesmo tempo, tem muito mais coisa acontecendo. Existe a movimentação de outros oito atletas – julgando que a bola esteja marcada, claro. Corta-luzes do lado contrário, fintas pelas costas dos marcadores, agarrões, pancadas, o bicho pega, mesmo. E Kirilenko dá um trabalhão nessa confusão toda, tanto no ataque como na defesa.

Especialmente na retaguarda: ele usa de velocidade, impulsão e envergadura para distribuir tocos na cobertura e romper a linha de passe diante de adversários mais desatentos. No ataque, consegue se esgueirar em meio aos marcadores para aparecer livre próximo ao aro. Não são tarefas tão simples assim, ou exercícios aos quais todo atleta gosta de se dedicar.

Vem daí a explicação para algumas de suas métricas anômalas, como os 3,3 tocos por jogo que lideraram a temporada 2004-2005 da NBA, por exemplo. No geral, em sua carreira, ele é dos poucos que sustenta um rendimento de 2 tocos e 1,4 roubo de bola por embate. Aí você soma as 2,8 assistências, os 5,6 rebotes e os 12,4 pontos para ter, sim, um atleta bastante singular, capaz de fazer bem um pouco de tudo.

Em seus últimos anos de Utah Jazz, o russo era visto com desconfiança, para dizer o mínimo, pela dupla Deron Williams e Carlos Boozer. Juravam que o companheiro já não estava mais nem aí para nada, apenas cumprindo seu contrato em piloto automático. De modo algum vimos essa figura supostamente apática em 2011-2012. Depois de cumprir uma temporada excelente na Europa pelo CSKA Moscou e pela seleção russa nas Olimpíadas, o AK-47 – por mais infame que seja o apelido, ele combina demais com o ala – tem como desafio agora repetir esse rendimento num campeonato mais desgastante diante de competidores muito mais atléticos, aos 31 anos.

Se Kirilenko conseguir render pelo Minnesota Timberwolves do modo como atuou na Rússia, Kevin Love tem grandes chances de, enfim, sorrir nos playoffs.


Mercado da NBA: Panorama da Divisão Noroeste
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Giancarlo Giampietro

O post poderia ficar imenso, então vamos direto ao assunto. Desde a quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quinta, resumimos o Oeste. Veja o rolou em que cada franquia da Divisão Noroeste se meteu, ou não, abaixo:

JaVale McGee enterra

JaVale McGee: um dos nomes mais promissores e temerosos ainda sem contrato

Denver Nuggets: o gerente geral Masai Ujiri trabalhou tanto desde que assumiu o cargo, considerando a troca de Carmelo Anthony e a renovação e posterior troca envolvendo Nenê, que merece um descanso por ora, mesmo. Ele tratou de segurar o armador Andre Miller, está negociando com JaVale McGee, mas por enquanto é só nas montanhas do Colorado. Não sabem se o francês Evan Fournier assina agora ou volta para a Europa por um tempo.

Minnesota Timberwolves: já falamos aqui sobre o estranho fetiche de David Kahn pela cidade de Portland, depois da proposta encaminhada para Nicolas Batum e um suposto acordo com Brandon Roy. Mas o Wolves também cruza fronteiras mais longínquas, tendo contratado o ala-armador Alexey Shved, um ótimo jogador que tem tudo para fazer uma bela dupla com Rubio. De resto, voltando a Portland, Kahn agora precisa decidir, mesmo, se vai investir pelo ala francês. De acordo com as contas dos matemáticos (não há ninguém com esse perfil aqui no QG 21), caso todos esses contratos passem, alguns jogadores precisarão ser dispensados ou trocados para limpar salário. Entre a turma dos cortes, podem esperar por Darko Milicic (que choque!) e Martell Webster.

Oklahoma City Thunder: apesar das quatro derrotas seguidas na final, respirando fundo, de cabeça fria, não resta muito o que fazer com esse elenco.  Sam Presti pode trocar algumas pequenas peças, mas a base já é forte o suficiente. O ala novato Perry Jones III tem um potencial incrível e encontrou talvez o melhor clube para se desenvolver, treinando com um Durant todos os dias. O russo Andrey Vorontsevich, ala-pivô versátil do CSKA, também foi sondado. Derek Fisher ainda não sabe se permanece.

Joel Freeland, seleção britânica e Portland

Joel Freeland chega com mais status

Portland Trail Blazers:e o Pacers não permitiu que o novo gerente geral Neil Olshey, homem que levou Chris Paul ao Clippers, contratasse o gigante Roy Hibbert, o time do Oregon se voltou adotar a revolução espanhola! Chegam o ala Victor Claver, do Valencia, e o pivô Joel Freeland, que é inglês, mas se formou como jogador no país ibérico e brilhou pelo Málaga nos últimos anos. Os dois chegam para compor o elenco inicialmente, mas têm potencial para produzirem logo de cara, ao lado do armador Damien Lillard ­– o pivô Meyers Leonard ainda não estaria pronto. O ponto mais importante do cartola, pensando em longo prazo, a ser resolvido é ponderar se considera Batum uma das principais peças do time para o futuro ao lado de LaMarcus Aldridge. Caso o Wolves confirme sua oferta, o salário será de jogador top.

Utah Jazz: com muitos jogadores jovens e promissores no elenco aliados a veteranos ainda bastante produtivos, não é preciso se precipitar. Daí o verão bem tranquilo por que passa a franquia. A única ação até o momento divulgada foi a troca de Devin Harris pelo ala Marvin Williams solidifica sua linha de frente, mas deixa o elenco sem um armador titular. Então alguma outra negociação vem por aí, e essa, sim pode chacoalhar: quem sabe algo envolvendo Al Jefferson ou Paul Millsap? Do contrário, caberia ao Jazz aguardar mais algumas peças caírem no mercado para escolher um armador-tampão para a próxima temporada.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Sudoeste e Pacífico.

Leste: veja o que aconteceu até agora nas Divisões Atlântico, Central e Sudeste.


Filho de Stockton ganha chance no Utah Jazz
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Giancarlo Giampietro

Michael Stockton

Michael Stockton devolve o sobrenome aos registros históricos do Utah Jazz

Há um Stockton no elenco do Utah Jazz que disputa a Summer League de Orlando a partir desta segunda-feira. Michael Stockton, no caso, 22 anos e filho do legendário armador que ganha uma oportunidade de mostrar serviço para a franquia em que seu pai se consagrou.

Formado por uma universidade pequena de Salt Lake City – a Westminster College, jogando também futebol americano –, o também armador jogou a última temporada pelo BG Karlsruhe, clube que disputa a segunda divisão da Alemanha e esteve entre os últimos colocados durante todo o ano. Muito pouco? Ele nem se importa.

“Só queria uma chance, não importando onde ou em qual liga. Disse que iria para qualquer lugar”, afirmou o jovem Stockton, que se frustra um pouco por não saber falar alemão. “Há muito espaço para evoluir. Já consegui fazer algumas coisas boas, mas não que tenha nem arranhado a superfície do que posso ser como jogador. Não fiz muitas cestas, não fui espetacular, mas fui sólido.”

Michael não é o único descendente de John Stockton a tentar a carreira de jogador. Seu irmão mais novo, David, joga pela universidade de Gonzaga, pela qual o pai se formou nos anos 80.

John e Paul Millsap

John e Paul Millsap em 2007

Em sua posição, no time de verão do Jazz, Michael não terá vida fácil. Os titulares devem ser Blake Ahearn, veterano da D-League que terminou a temporada passada da NBA no elenco do Jazz, e o talentoso Alec Burks, lottery pick em 2011. O versátil Kyle Weaver também deve ser bastante utilizado.

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Outra curiosidade na lista de jogadores do Jazz: o ala John Millsap, irmão mais velho de Paul, ala-pivô que é um dos destaques da franquia e um dos jogadores mais subestimados da liga. Aos 29 anos, ele tenta novamente cavar um espaço no clube pelo qual treinou em outras ocasiões – na última temporada, defendeu o Guaros da Venezuela, tendo já rodado por República Dominicana, Porto Rico, Argentina e Europa. Outro integrante do clã Millsap, Elijah, também joga profissionalmente, na D-League.