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Arquivo : Sam Presti

Jukebox NBA 2015-15: OKC e a estrada trovejante dos playoffs
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Giancarlo Giampietro

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Em frente: a temporada da NBA caminha para o fim, e o blog passa da malfadada tentativa de fazer uma série de prévias para uma de panorama sobre as 30 franquias da liga, ainda  apelando a músicas, fingindo que está tudo bem. A gente se esbalda com o YouTube para botar em prática uma ideia pouco original, mas que pode ser divertida: misturar música e esporte, com uma canção servindo de trilha para cada clube. Tem hora em que apenas o título pode dizer algo. Há casos em que os assuntos parecem casar perfeitamente. A ver (e ouvir) no que dá. Não vai ter música de uma banda indie da Letônia, por mais que Kristaps Porzingis já mereça, mas também dificilmente vai rolar algo das paradas de sucesso atuais. Se é que essa parada existe ainda, com o perdão do linguajar e do trocadilho. Para mim, escrever escutando alguma coisa ao fundo costuma render um bocado. É o efeito completamente oposto ao da TV ligada. Então que essas diferentes vozes nos ajudem na empreitada, dando contribuição completamente inesperada ao contexto de uma equipe profissional de basquete:

A trilha: “Thunder Road”, por Bruce Springsteen.

Kevin Durant se preparava para enfrentar o Clippers no início de março. Foi quando, numa entrevista para o Orange County Register, admitiu uma leve surpresa pela forma como conseguiu encaminhar sua temporada, podendo se tornar um agente livre ao final do campeonato. “Não diria que estava tudo quieto, mas foi numa boa. Tem sido diferente. Estava esperando muito mais em todas as cidades que visitaria, que todo mundo ia perguntar sobre isso, mas tem sido bastante tranquilo”, afirmou.

É bom que ele tenha curtido essa calmaria. Pois não deve durar muito: com os playoffs se aproximando, Durant e o Okahoma City Thunder vão entrar numa estrada trovejante (vrum-vrum!).

Pegamos carona, então, ouvindo um dos clássicos de Springsteen, numa letra enorme que fala, entre tantos assuntos, sobre carros, garotas, afirmação e também a redenção. Para falar de NBA vida de atleta, os dois primeiros tópicos sempre valem, né?  Mas, para esta equipe especificamente, fiquemos os outros demais.  Tem muita coisa em jogo para o time, graças a está cláusula contratual que permite ao craque encerrar seu vínculo para entrar no mercado.

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Com a possibilidade de um jogador dessa grandeza entrar no mercado, era de se esperar um ba-fa-fá muito maior.  Muitas teorias malucas, especulações envolvendo até mesmo o Philadelphia 76ers. Esse tipo de loucura. LeBron James não deve ter entendido nada.

Rolou só o papo sobre o Golden State Warriors. Quer dizer, são vários os bate-papos que os atuais campeões instigam, pela campanha maravilhosa, pela ascensão de Curry, a volta de Steve Kerr, e tal. Mas teve também aquela história de um flerte à distância com o cestinha. De qualquer forma, não durou muito a discussão, e nem tinha como, devido ao embasbacamento geral da nação com o ritmo do time californiano. Mas não ficou só nisso. A postura um tanto arredia do ala no início da campanha, disparando sem parar contra o jornalismo em geral (essa entidade diabólica), e também o fato de que estava se recuperando de uma sucessão de cirurgias também abafaram a história.

A dupla vai durar até... a) 2016? b) 2017? c) apoentadoria?

A dupla vai durar até… a) 2016? b) 2017? c) apoentadoria?

Agora: se o Thunder por ventura chegar a um confronto com o Warriors na final do Oeste, será impossível segurar. Se a equipe nem chegar até lá, pior ainda. Aí é sinal de férias antecipadas, e Durant, mesmo que apenas entre seus confidentes e Jay-Z, não poderia mais fugir do assunto.

O mais cruel de tudo isso é que um novo insucesso, neste campeonato em específico, seria totalmente aceitável. Golden State e San Antonio estão em outro patamar. São times que olham apenas para os melhores da história se for para encontrar adversário à altura, segundo os números da temporada regular. Ainda assim, cada um com o seu motivo, Thunder e Cavs precisam vencer ou vencer. E aí como faz?  Não é fácil encontrar a equação aqui.

O Thunder de Billy Donovan parte rumo aos mata-matas com o segundo melhor ataque. Seu sistema ofensivo é realmente aterrorizante, impulsionado por dois dos maiores cestinhas da atualidade, mesmo que não tenha passado por nenhuma transformação após a demissão de Scott Brooks. Em seus últimos 13 jogos, a equipe só não passou dos 110 pontos em uma derrota para o Detroit Pistons por 88 a 82, num milagre operado por Stan Van Gundy. Contra Portland, Boston e Denver, passou dos 120 pontos. Mesmo preservando seus principais atletas numa segunda partida contra o Blazers, anotou 115 pontos.

Agora, se alcançou uma marca dessas e saiu derrotado, é porque sua defesa não incomoda tanto assim. É a mesma peneira que permitiu 117 pontos aos reservas do Clippers, com direito a 64 pontos de Austin Rivers e Jamal Crawford, 55,3% nos arremessos e 16 cestas de fora. No geral, o time tem o 12o. melhor sistema defensivo, o que não costuma ser um bom indício na luta pelo título. Especialmente quando o San Antonio Spurs lidera esse ranking e o Golden State Warriors aparece em quinto. Ambos estão no top 3 ofensivo. Na temporada regular, até fizeram jogo duro. Ganharam duas dos texanos. Fizeram dois jogos memoráveis contra os californianos, com direito a cesta inacreditável de Curry. Nos playoffs, o cenário muda, o bicho pega.

MVP e MVP juntos? OKC tem de superar Golden State em diversas frentes

MVP e MVP juntos? OKC tem de superar Golden State em diversas frentes

Para OKC, além se seus próprios resultados e do aspecto emocional, sua maior esperança talvez seja o aspecto financeiro. Se o astro priorizar seus rendimentos, a decisão que faz mais sentido é a de postergar toda essa discussão, ao menos por um ano. Bastaria dizer que vai até o fim de seu atual contrato,.virando agente live ao mesmo tempo que Westbrook e Serge Ibaka.

A expectativa é que ele receba um salário máximo quando virar agente livre, a não ser que, tal como Wade e LeBron fizeram em Miami, aceite dar um desconto para formar um novo supertime. Se der a lógica, todavia, ele receberia um salário equivalente a 30% do teto. Em 2016, a projeção é que o teto seja de US$ 90 milhões. Em 2017, US$ 108 milhões. Só não precisa calcular ainda a diferença. Pois tem mais um detalhe: se deixar para assinar após seu décimo ano de NBA, o cestinha terá direito a 35% do teto. Seu salário poderia começar na casa de US$ 38 milhões. No total, poderia ganhar algo em torno se US$ 40 milhões a mais.

Praticamente a NBA inteira estará prepararada para fazer uma proposta a Durant, se ele assim desejar. Até mesmo o Warriors, mesmo se bicampeões. O que o astro procuraria? Não há nenhuma reportagem que tenha dado conta disso ainda. Tudo muito silencioso ainda. Prenúncio de tempestade?

A pedida? O título, derrubando em sequência, Spurs, Warriors e Cavs. Imaginem só? Aí quero ver jogador cair na estrada.

A gestão: pela primeira vez desde que chegou ao clube, lembrando que o projeto se iniciou ainda em Seattle, vimos Sam Presti agir sob forte pressão com preocupações mais imediatistas, e os resultados são questionáveis. Quando as preocupações se tornaram mais imediatistas, . Numa primeira etapa,  seu trabalho de reconstrução foi aclamado em toda, servindo como exemplo para muita gente. Muito antes de Sam Hinkie ser apedrejado em Philly, Presti entendeu que, partindo do zero, precisaria de muita paciência para colocar sua equipe nos trilhos. Já faz tanto tempo que OKC se situa no topo da liga, que não podemos nos esquecer de como tudo começou.

Durant foi escolhido em 2007. Russell Westbrook veio em 2008. Por fim, em 2009, James Harden completou uma trinca de futuros All-Stars, Dream-Teamers, candidatos a MVP. Foram, respectivamente, os segundo, quarto e terceiro colocados em seus respectivos Drafts. Para ter direito a uma seleção alta dessas, é claro que o Thunder não poderia render lá muito bem em quadra. Nos dois primeiros anos de Durant, venceram, respectivamente, 20 e 23 partidas apenas.

Presti conseguiu tirar Donovan da Flórida. OKC só não mudou muito assim

Presti conseguiu tirar Donovan da Flórida. OKC só não mudou muito assim em quadra

A diferença é que, na hora de detectar talentos, Presti teve muito mais sorte e competência que Hinkie, que acaba de se demitir de um time que tem apenas dez triunfos a poucos dias do fim do campeonato. A sorte pesou para a escolha de Durant, com o time entrando no top 3 de modo inesperado e vendo o Portland Trail Blazers apontar Greg Oden como o calouro número um. Essa é uma das grandes interrogações para a torcida do Blazers: e se eles tivessem ido de Durant? De qualquer forma, Westbrook e Harden não eram vistos como unanimidades em seus processos seletivos, ao passo que a lista de sucessos de sua gestão também se estende a Serge Ibaka e Reggie Jackson, que foram escolhidos em número 24. Steve Adams cumpre bem seu papel de lenhador atlético, tem evoluído de pingo em pingo e ainda não completou nem 23 anos. Andre Roberson já é um marcador enjoado. Sobre Cameron Payne, Mitch McGary e Josh Huestis, está muito cedo ainda. Dá para dizer que o armador tem muito talento.

Presti foi tão bem na hora de draftar que teve a vida ligeiramente complicada pouco depois, quando chegou a hora de tratar do segundo contrato de muitos desses. Como no caso do Sr. Barba, eleito melhor sexto homem da liga em 2012, e tal. Entre ele e Ibaka, a franquia preferiu o pivô, deixando o ala-armador escapar para poupar alguns caraminguás. Fazendo todas as contas do que guardaram então, comparando com o que estão gastando agora com Kanter, ainda é complicado assimilar essa. Faltou visão ao dirigente. Por menor que seja o mercado de OKC, por mais que os proprietários tenham ordenado a contenção de gastos, o teto salarial da liga viria a subir consideravelmente nos anos seguintes, e seria possível assimilar este contrato sem muito esforço. Multa por multa, estão pagando pelo jovem turco.

O outro lado da questão é que as pessoas mais próximas de Harden garantem que ele não iria aceitar a condição de coadjuvante de Durant e Westbrook por muito tempo. Que cedo ou tarde, forçaria uma troca, mesmo de contrato renovado. Por tudo o que se noticia em Houston hoje sobre seu comportamento, essa tese tem lastro bastante razoável. Ainda assim, numa ressalva final, Presti poderia ao menos ter recebido mais em troca por um jogador desse quilate. Num de seus atos raros precipitados, pode ter deixado pacotes melhores na mesa. Mesmo sem Harden, OKC se manteria como candidato ao título. Seu alcance, porém, foi limitado quando as lesões começaram a aparecer, e Kevin Martin não estava mais por lá, enquanto Jeremy Lamb empacava.

Esse ganchinho de Kanter vai cair sempre. Mas há mais tarefas para administrar

Esse ganchinho de Kanter vai cair sempre. Mas há mais tarefas para ele tocar

Se o retorno por Jackson foi, relativamente, melhor, também foi a um custo financeiro alto, devido a iminentes negociações que deveria ter com Kanter e Singler, a mais de US$ 21 milhões ao ano — valor, que, verdade, será amenizado pela nova realidade financeira da liga. A troca pelo turco foi um ato de semidesespero de Presti. Sem Durant em quadra, no ano passado, enfim o gerente geral se mexer durante um campeonato, tentando de tudo para chegar aos playoffs. O New Orleans Pelicans fechou a porta na última rodada. O jovem pivô virou agente livre restrito e foi um dos raros casos recentes a ter uma proposta nessas condições. Veio de Portland, ao que tudo indica num ato deliberado de Neil Olshey para sacanear um concorrente da Divisão Noroeste.

Kanter tem uma das munhecas mais habilidosas da liga. Quando acionado no garrafão, no mano a mano, a chance de cesta é grande. Westbrook o adora, por lhe render assistências praticamente automáticas. Ele tem uma das munhecas mais habilidosas da liga.  Numa projeção por 36 minutos, tem médias de 22,1 pontos, 14,0 rebotes (5,3 na tábua ofensiva). O tipo de cestinha que poderia dar um alívio aos astros, já que Dion Waiters parece um caso perdido, mesmo. Aos 23 anos, valeria o investimento, mas talvez para um clube com pretensões mais amenas. Pois, se precisamos fazer uma projeção por 36 minutos para valorizar seus números, é porque joga pouco (20,8 por partida). Pode isso? Não só pode, como precisa. Pois a defesa, num jogo de alto nível, vai ser difícil de ser sustentada com ele. Aos poucos, o turco vai evoluindo nesse sentido. Mas não está pronto para lidar com ataques poderosos como o de Warriors e Spurs. A dúvida que fica: quando estiver pronto — se isso acontecer, claro –, Durant ainda estará por lá?

Olho nele: Serge Ibaka

Os playoffs estão chegando, e Ibaka ainda não acertou a mão

Os playoffs estão chegando, e Ibaka ainda não acertou a mão

Se Durant e Westbrook estão fazendo campanhas extraordinárias, o mesmo não pode ser dito sobre o pivô congolês, que, discretamente, ajudado pelo desempenho incrível de seus companheiros estrelados, vive talvez a pior temporada de sua carreira. Ou pelo menos a menos e produtiva. Pior: a queda de rendimento deste superatleta acontece dos dois lados da quadra.

Em tese, sua capacidade como o defensor seria sua contribuição mais relevante para a equipe, como um caso raro de marcador que pode executar tão bem a parede numa situação de pick-and-roll como a cobertura vindo do lado contrário para proteção do aro. Acontece que essas habilidades e sua envergadura intimidadora não estão surtindo tanto efeito assim neste ano. Você pode até não botar muita fé na medição “Real Plus-Minus” do ESPN.com, como medição exata do valor de um jogador, mas quando esse atleta despenca do número 15 para o 113 no ranking de defensores, de um ano para o outro, acho que é algo digno de registro. E OKC precisa de um Ibaka em sua melhor forma, para derrubar eventualmente San Antonio (LaMarcus, Diaw, West) e Golden State (Draymond Green).

Especialmente quando ele não está mais convertendo com regularidade seus arremessos de longa distância. Depois de alcançar a marca de 38,3% nos tiros de fora em 2013-14, Ibaka regrediu para os mesmos 33,3% de quatro anos atrás, com a diferença de que hoje arrisca 2,6 chutes por partida, contra 0,1 daquela época. No ano passado, este número estava na casa de 3,5. Olhando sua tabela de arremessos, percebe-se que o congolês está priorizando os tiros médios agora, com 34,6% de suas tentativas saindo do perímetro interno mais próximo à linha exterior, contra 29,1% em 2014-15. Seria um pedido de Donovan? Difícil de entender. Pensando nos playoffs, contra defesas mais preparadas, é uma boa estratégia, mesmo que ele esteja convertendo 45,1% desses disparos? Para alguém que definitivamente não consegue criar nada para seus companheiros, Ibaka precisa matar essas bolas. Do contrário, será apenas mais um jogador a encurtar a quadra para Durant e Westbrook, ao lado de Andre Roberson, Enes Kanter ou Steven Adams.

jeff-green-okc-trading-cardUm card do passado: Jeff Green. O cara já passou por tantas equipes que talvez hoje seja fácil esquecer que, em seus primeiros anos de liga, foi o primeiro parceiro escolhido por Presti para fazer a escolta de Durant. Com o tempo, a base ganhou muito mais talento… A ponto de o ala, inconsistente desde sempre, virar um item supérfluo no elenco. E a primeira troca de sua carreira teve o Boston Celtics envolvido, com Kendrick Perkins.

Obviamente que a saída de Green não é tão lamentada pelo torcedor de OKC como a de James Harden. Mas o que os dois têm em comum é a constante busca de Presti por uma peça complementar ideal e duradoura para o trio Durant-Westbrook-Ibaka. A lista se estende a Kevin Martin, Jeremy Lamb, Caron Butler e, agora, Dion Waiters. Foram todas tentativas frustradas, por um motivo ou outro, de preencher essa lacuna no perímetro – de um terceiro cestinha de preço médio que possa ajudar seus craques e se contentar com esse status. Mesmo os que deram certo se tornaram problemas, por terem se valorizado demais.

No caso de Green, o ala recebeu um bom segundo contrato em Boston, mesmo depois de ter perdido um campeonato inteiro devido a um problema no coração. Mas ele nunca justificaria o investimento. Estamos falando de um dos atletas mais inconsistentes da liga, parado no tempo, que tem sua dedicação bastante questionada. Os números não contribuem muito para sua defesa. Pode-se fuçar bastante em qualquer métrica disponível por aí: vai ser difícil encontrar algum dado que indique evolução em seu jogo.

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Fratura no pé pode afastar Durant por mais de 2 meses
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Giancarlo Giampietro

Kevin Durant, OKC Thunder, scorer

Domingo, faz muito calor em São Paulo, e o que mais você lê por aí são notícias de rescaldo do grande evento que a NBA fez no Rio de Janeiro na véspera. Sabemos que sempre vai ter gente emburrada pacas a detonar tudo, absolutamente tudo que se passou ao redor do amistoso entre Cleveland Cavaliers e Miami Heat, mas o saldo geral é de absoluto sucesso. Céu azul, gente, céu azul.

Até que… chega o alerta no celuar:

“KEVIN DURANT INJURY UPDATE.”

Ué, mas quem sabia que o ala do Oklahoma City Thunder estava lesionado, para começo de conversa?

Você abre o boletim oficial da franquia, divulgado pela própria liga norte-americana, e a cabeça meio que gira. As palavras-chave estão por ali, meio que espalhadas: fratura, possível cirurgia, fora de seis a oito semanas etc. Aquele pacote básico de informação que deprime qualquer um. Quando o sujeito do email, porém, é um Kevin Durant, a depressão chega muito mais forte.

Primeiro, pela razão óbvia, né? Estamos falando do MVP da temporada passada. Um dos dois melhores jogadores do mundo. Um cestinha incrível, que liderou a liga, por média, em quatro das últimas cinco edições. Que, em total de pontos, foi quem mais fez cestas em todos estes cinco anos, nos quais os 27,7 por partida de 2010-11 foram a menor contagem. Um craque.

Acima de tudo, porém, Durant é um junkie do basquete, daqueles que deve dormir com a bola ao lado do travesseiro, que jogou até… Literalmente não poder mais. Quer dizer: que pulou a última Copa do Mundo no meio do caminho e, de resto, estava sempre em quadra, sem parar.

Durant foi associado a Thor, o Deus do Trovão na brincadeira entre Marvel, ESPN e NBA em 2010. Mas ele estava muito mais para Homem de Ferro, mesmo

Durant foi associado a Thor, o Deus do Trovão na brincadeira entre Marvel, ESPN e NBA em 2010. Mas ele estava muito mais para Homem de Ferro, mesmo

Bem, segundo comunicado de OKC, com declaração do gerente geral Sam Presti, o clube e o jogador ainda não decidiram qual procedimento seguir. Durant tem o que se chama de “fratura Jones”, no pé direito. “Kevin nos avisou sobre o desconforto que sentia depois do treino de ontem. Fizemos, então, todos os estudos de imagem necessários”, afirmou. “O tratamento tradicional para esta lesão requer um procedimento cirúrgico, e os casos recentes na NBA têm resultado num retorno ao jogo entre seis a oito semanas. Até que uma decisão seja tomada, não poderemos estabelecer um prazo para o caso específico de Kevin.”

Caso confirmem um período de afastamento das quadras de até dois meses para Durant, ele terá perdido 20 partidas da temporada. No total, em sua carreira, o ala ficou fora de apenas 16 jogos em sete campeonatos. A exuberância do ala não se manifestava apenas em seu talento com a bola e  na evolução que apresentou ano a ano em seu jogo, mas também em sua durabilidade: nas últimas cinco campanhas ele também liderou a liga em total de jogos e minutos. Contando temporada regular e playoffs, ele disputou 461 partidas e ficou em quadra por 18.154 minutos. Somem mais 468 minutos entre Mundial de 2010 e Olimpíadas de 2012, e temos dá mais de 310 horas de basquete.

(Aqui, cabe uma ironia, daquelas bem dolorosa, mas cujo registro se faz obrigatório: considerando o movimento emergente nos bastidores da NBA para afastar os astros da liga das competições Fiba, tendo a fratura de Paul George como principal cartaz, o que vão dizer a respeito da grave lesão sofrida por outro astro, sem ter relação alguma com os torneios de seleção? Um astro que notoriamente se recusou a participar da Copa ao alegar estresse, desgaste, que não conseguiria se dedicar ao máximo – e que estava em meio a uma negociação de centenas de milhões de dólares com patrocinadores? Mark Cuban e todas as fontes anônimas da famigerada matéria de Wojnarowski devem estar confusos.)

Atentem ao termo empregado por Presti em sua declaração: “tratamento tradicional”, implicando que talvez haja outros caminhos para serem seguidos. O mais simples seria fazer a operação o quanto antes e torcer para que sua recuperação ocorra em até um mês e meio. Mas cada caso é um caso, dependendo da gravidade da lesão etc – e os médicos do clube e os representantes do atleta precisam antes chegar a um acordo sobre como proceder com essa fratura que ocorre no osso do dedinho, geralmente na parte média do pé. Ela ganhou esse nome depois de ter sido detectada pelo ortopedista Robert Jones, um renomado médico galês, com título de Sir e tudo, em 1902. Detalhe: o doutor sofreu a fratura ao dançar.

Dos casos mais recentes de jogadores que tenham sofrido esse tipo de lesão,  o mais emblemático é o de Yao Ming, o dócil e gigantesco chinês que abreviou sua carreira na NBA devido ao excesso de lesões. Obviamente essa menção só faz os torcedores de OKC e os fãs de Durant mergulharem ainda mais fundo num mar de aflição, mas talvez não dê para fazer relação alguma entre um jogador de 2,31 m de altura superpesado e um ala de 2,08 m peso pena.

Em entrevista a Royce Young, do ESPN.com, Presti procurou refrear o alarmismo que esse tipo de notícia causa. Especialmente num domingo de manhã. O cartola afirmou que a “fratura Jones” é a lesão mais comum entre jogadores da NBA e que o fato de o craque ter acusado o desconforto o mais cedo possível é positivo, para não dar chance de agravamento. “Diante de uma adversidade, estamos agora procurando por oportunidades. Nesse tipo de situação, você desiste ou avança, e nós vamos avançar”, disse. Agora vamos ter de saber como o clube vai seguir em frente pela primeira vez sem Kevin Durant.


Cartola do Thunder quebra barreira e contrata técnico sérvio para filial
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Giancarlo Giampietro

Criado sob as asas de RC Buford e Gregg Popovich em San Antonio, Sam Presti viu o Spurs se estabelecer como um modelo de gestão da NBA na década passada. A ponto de, a cada ano, seus concorrentes buscarem em seus escritórios as cabeças pensantes que possam renovar suas operações.

Darko Rajakovic, novo técnico do Tulsa 66ers

Da Espanha para a D-League: Rajakovic

Agora ele vai criando a sua própria escola. Nesta quarta, o Yahoo Sports norte-americano divulgou que cartola chegou a um acordo para contratar o sérvio Darko Rajakovic para ser o treinador da filial de D-League do Oklahoma City Thunder, o Tulsa 66ers.

Aguardando apenas a conclusão de seu processo imigratório, Rajakovic está prestes a se tornar, desta forma, o primeiro estrangeiro a assumir o comando de um clube da liga de desenvolvimento – e, desta forma, ligado à NBA.

Não é de se estranhar, considerando a franquia de onde o gerente geral saiu, uma das que mais investiu em estrangeiros na década passada. Foi seu pedigree de Spur, aliás, que motivou sua própria contratação pelo Oklahoma City, então Seattle Supersonics, em 2007. Desde então, Presti virou um símbolo por si só de como um dirigente deveria agir ao reformular sua equipe, considerando que ele levou sua equipe de pior campanha a candidato ao título em três, quatro anos.

Ele pode ter dado a sorte com a preferência do Blazers por Greg Oden, em vez de Kevin Durant, mas suas escolhas seguintes de Russell Westbrook, James Haden e Serge Ibaka são inquestionáveis. Assim como a condução se sua folha salarial, com a paciência para montar o time, ainda que um ou bom aparente bom negócio tenha sido descartado em prol de uma visão a longo prazo.

Todos esses movimentos deram a Presti uma carta branca para agir do modo que quiser, tomar a decisão que bem entender. Como apostar num sérvio para guiar os jogadoers mais jovens ligados ao seu clube e que passarão um tempo em Tulsa. Aos 33, Rajakovic estava no Torrelodones, da Espanha, elogiado justamente por seu trabalho no desenvolvimento de atletas.

Ettore Messina trabalhou na campanha passada como consultor de Mike Brown em Los Angeles e viu de perto uma temporada insana nos bastidores para o Lakers e se mandou para a Rússia. Também sérvio, Igor Kokoskov é assistente do Phoenix Suns e trabalha na liga há 12 temporadas, sendo o primeiro europeu contatado para um cargo integral de comissão técnica na liga.

Mas Rajokovic é quem primeiro cruza fronteiras para ser o chefe, ainda que na liga menor.

Teriam Presti, Bryan Colangelo, Popovich – na hora da saideira – ou outro dirigente a coragem de entregar seus times principais na mão de um estrangeiro, um europeu? Quanto maior o contato e o intercâmbio entre os dois continentes, é provável que um dia aconteça.

*  *  *

Petrovic e Karl em Madri

George Karl teve o privilégio de dirigir Drazen Petrovic pelo Real Madrid

Também não é muito comoum ver a rota oposta: norte-americanos com selo de NBA dirigindo clubes da Europa. Dois vêm na cabeça agora.

O primeiro seria George Karl, sabiam? Depois de dirigir Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors nos anos 80 e não ter muito sucesso, o hoje treinador do Nuggets comandou o Real Madrid em duas temporadas, revezando-se com o Albany Patroons da CBA.

Ídolo de infância de Kobe Bryant na Itália, Mike D’Antoni começou como técnico no basquete de lá, trabalhando no Milano e, depois, no Bennetton Treviso.


Gerente geral do Thunder se divide entre Ibaka, casamento e um homem barbado
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Giancarlo Giampietro

Sabe aquele tipo de trabalho que a gente enche o peito para dizer: queria ser eu ali!

Vai falar para o Sam Presti, vai.

Sam Presti, do Oklahoma City Thunder

Prest resolveu seu compromisso com Ibaka pela manhã

O gerente geral do Oklahoma City Thunder acaba de renovar o contrato do espanhol (coff-coff!) Serge Ibaka por cerca de US$ 48 milhões e mais quatro anos de vínculo, além da próxima temporada, na qual ainda vai receber ‘apenas’ US$ 2,25 milhões.

O contrato foi divulgado no sábado passado, mesmo dia em que o gerente geral do clube, um dos caçulas na profissão, iria… Se casar! Leia novamente: contrato de US$ 48 milhões divulgado no dia em que o gerente geral Sam Presti iria se casar.

“Estou querendo muito sair dessa teleconferência, sem querer ofender, e me voltar para a segunda metade do dia. Acho que dá para dizer que não há nenhuma dúvida sobre o comprometimento aqui deste lado do telefone”, afirmou Presti, ainda com estômago para brincar com os repórteres de Oklahoma City, pela manhã.

Enquanto sua noiva se embonecava!

Ainda quer o trabalho?

*  *  *

A renovação de Ibaka foi a primeira grande peça que o gerente geral prodigioso do Thunder deveria encaixar quanto ao futuro do Thunder, no projeto de fazer do clube um candidato ao título perene. Agora ele tem de se voltar para o ala-armador James Harden.

Serge Ibaka e James Harden, unidos no Thunder

Ibaka e Harden, unidos para sempre?

Tirando o fato de que Harden tem hoje a barba mais legal do esporte mundial, Daniel Alves que o diga, e que ele não foi nada bem nas finais da NBA contra o Miami Heat, o ala é um tremendo jogador, versátil, com capacidade para matar o jogo tanto de dentro como fora, servindo também aos companheiros, canhoto, alguém muito parecido a Ginóbili. Também deve ter crescido um bocado durante sua experiência com o Team USA campeão olímpico.

No competitivo contexto econômico da liga norte-americana, o insucesso alheio sempre é uma oportunidade, e vai ter muita gente de olho nas negociações entre Harden e o Thunder, incluindo o Phoenix Suns e o Dallas Mavericks nessa, por exemplo.

Os grandalhões geralmente recebem mais que os alas e armadores, mas Harden tem o tipo de talento e números que vêm subindo na liga que devem exigir um contrato bem generoso. Talvez maior que o de Ibaka. Sabendo que a franquia está sediada no menor mercado da liga, não é muito fácil fechar essa conta.

No momento, o Thunder já tem muita grana garantida para Durant, Westbrook, Perkings e, agora, Ibaka. Algo em torno de US$ 55 milhões apenas para os quatro, já acima do teto salarial. Se Clay Bennett, proprietário do clube, estiver disposto a quebrar a banca para investir, sem se preocupar com o retorno financeiro, mas apenas com o esportivo, pode ser que assine um baita cheque para o barbudo.

Ainda há tempo para resolver essa questão, no entanto. Harden tem pelo menos mais um ano em seu contrato, pronto para receber US$ 5,8 milhões nesta temporada.

Não precisa de pressa, então, para abrir as negociações.

A não ser que Presti queira dar um tempo nas núpcias para isso.


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