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Arquivo : Phil Jackson

LeBron James se afirma em quadra após desafio mental de Popovich e ganha o 2º título
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Giancarlo Giampietro

LeBron, MVP

Agora, suponho, vão deixar o amarelão em paz

Será que LeBron James fez ioga ou imergiu em meditação nesta quinta-feira?

Pode parecer a pergunta mais besta do mundo, mas bateu na cuca em algum momento desse Jogo 7, antes de sabermos que tudo desembocaria no segundo título seguido do Miami Heat, com uma vitória por 95 a 88, e numa performance histórica do ala.

Pensei por influência de um veterano jornalista americano, Roland Lazenby, que andava biografando Michael Jordan e tem bom trâmite com o que se passa no universo do Mestre Zen – seja em Chicago, seja em Los Angeles.

Vira e mexe, e Lazenby entra no Twitter para despejar uma série de notinhas saborosas sobre o que se passou com o técnico mais vitorioso da história da NBA. Calha que, ao acessar Jackson e seus trejeitos e causos, uma hora ou outra você vai passar por esse lance espiritual. Como fez nesta quinta.

Em muitos de seus livros, P-Jax bate de modo veemente nesta tecla: a da preparação mental (espiritual?) de seus atletas. As sessões de meditação, reflexão, (des)conscientização que promovia com seus jogadores são legendárias. A ponto de não sabermos exatamente qual o alcance dessas técnicas. Há jogadores que juram que saíam do tatame num outro astral. Há aqueles que deveriam gastar toda a energia de uma noite de descanso ao se segurar tanto para não cair em risos. Pudera: imagine você se sentar ao lado Dennis Rodman ou Will Perdue, de pernas cruzadas no chão, e acreditar que tudo aquilo é sério.

Mas aí basta se lembrar de todos os títulos de Jackson como jogador e técnico, que a piada murcha que só. Deve ser sério, né?

Na visão do treinador, essas sessões ajudavam o jogador a mentalizar o jogo, a imaginar o que se passaria em quadra. Era como se, mentalmente, eles já disputassem aquela batalha horas antes de entrar nas vias de fato.

Ao ver LeBron James extremamente confortável neste Jogo 7, foi daí que me veio esse flashback. O cara simplesmente estava relaxado em quadra. Tranquilo, confiante, assertivo. Sendo que, das arapucas armadas pelo San Antonio Spurs, nada havia mudado na sua frente. Kawhi Leonard, Boris Diaw ou Danny Green continuavam recuando sem pudor algum, dando todo o espaço do mundo para LeBron chutar. Ou, principalmente, pensar se deveria chutar.

LeBron para o jump shot

Green recua e, depois, tenta em vão se aproximar de LeBron

Em primeiro momento, o mais apressado ou espírito de porco, pode querer traduzir isso num instante para “amarelar”. “Quem é craque decide” etc. Mas é preciso entender as razões por trás da hesitação.

Quando LeBron entrou na liga em 2003, o grande ponto fraco de seu jogo era o chute de longa distância. Em 2007, quando ele enfrentou Tim Duncan em uma primeira decisão, ainda era o caso (sua média de três subiu apenas de 29% no ano de novato para 31,9%). Demorou realmente um bocado até ele atingir a marca de 40,6% nesta temporada. Vejamos: 31,5% em 2008, 34,4% em 2009, 33,3% em 2010, 33% em 2011, 36,2% em 2012. Até que bateu pela primeira vez a marca de 40% agora – algo aliás que está longe de ser valorizado no ala: estamos habituados a tratar os talentos do ala como divinos, com dádivas, ignorando o quanto o adolescente já milionário trabalhou para expandir seu arsenal.

Mas, no geral, observando estes números acima, o que a gente tira disso? Que, consistentemente, LeBron nunca foi um grande atirador de fora, enquanto, lá dentro, seu aproveitamento é excepcional.

O que Gregg Popovich ordenou, então? Que seus rapazes congestionassem ao máximo o garrafão. Que fizessem o sujeito arremessar de fora, sim, senhor, a despeito de sua notória evolução nos últimos anos – acreditando que essa era ainda, sim, uma fraqueza do oponente. Ou, no mínimo, o aspecto em que ele era menos forte. E essas coisas ficam na sua cabeça. Você sabe exatamente o que geralmente dá certo em quadra. Pode acontecer até, mesmo, com o autoproclamado “Rei”, que, nos primeiros seis jogos, acertou apenas 29,2% do perímetro.

O que acontece: LeBron percebe que está sendo desafiado – ‘Estão aí esses Spurs o desafiando a meter bala de longe, e eu vou fugir da raia?’. Ao mesmo tempo, inteligentíssimo que é, sabe que tudo não passa de uma armadilha, que não pode perder de foco as cortadas vorazes rumo ao aro. Mas os espaços não estão ali para serem aproveitados. Daí que você recebe a bola e está criado um impasse – um impasse que precisa ser resolvido em segundos, e, não, em minutos ou horas que o jornalista pesadão leva para redigir um texto desses. LeBron, sim, pensa. Acabou pensando demais em quais caminhos seguir, quais decisões tomar – daí a diferença clara de fãs e fãs quando comparado a Kobe Bryant, alguém muito mais agressivo por natureza, ou fominha, mesmo. Kobe vai atacar, atacar, atacar, até romper um tendão de Aquiles não deixar mais. O craque do Heat primeiro quer entender qual a opção mais adequada.

No Jogo 7, porém, ele pareceu ter pisado em quadra já com toda essa coisa de compreensão finalizada, sem perder suas características. Deu assistências nas primeiras posses de bola do time e também aceitou a provocação do Spurs e disparou. Converteu os dois primeiros jumpers e, a partir daí, virou automático…

Cheguei a twittar – vejam lá o imediatismo… – de que talvez não fosse o melhor comportamento. Que talvez ele pudesse ficar acomodado demais com esses arremessos e que, uma hora, cedo ou tarde, começaria a dar aro. Era isso, elaiá, que Popovich esperava também. Mas o período de seca nunca veio. Acertou 5-10 de três pontos, como se fosse um Ray Allen. Matou 12 de 23 chutes no geral. E ainda bateu e converteu oito lances livres. Some tudo e chegue a 37 pontos. E, como LeBron é diferente, suas contribuições não se resumem a chuta-chuta, cesta-cesta. Coloque na planilha mais 12 rebotes, 4 assistências e 2 roubos de bola. Coisa de MVP.

Escrevo sem saber como foi a quinta-feira da estrela. Quais rituais seguiu. O que mudou em sua cabeça para que, após seis jogos em que os truques mentais de Popovich,  fosse prevalecer de tal modo nesta quinta.

O que sei é que, a essa altura, em South Beach, ioga e meditação definitivamente LeBron James e sua turma não vão fazer.

*  *  *

A noite de Battier, Tiago Splitter, mais uma bobagem bizarra de Popovich, o esforço de Tim Duncan… Vamos dividir essas coisas e outras pautas que forem sugindo em posts menores no decorrer desta sexta-feira e fim de semana, ok? Tem tempo.


Na NBA, sobram as três melhores defesas (e o Miami Heat) na disputa pelo título
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Giancarlo Giampietro

Pesadelo para Melo

Carmelo pode dizer uma coisa ou outra sobre a defesa do Indiana Pacers

“De-fe-sa!”, “de-fe-sa!”

“De-fe-sa!”, “de-fe-sa!”

“De-fe-sa!”, “de-fe-sa!”

Fora o pianinho clássico acompanhando um ataque nos instantes finais, eternizado nos games Lakers vs Celtics, temos entre os clichês do basquete esse grito, que se disseminou por tudo que é lugar em que pingue uma bola de basquete a partir das transmissões globalizadas da NBA. Há mesmo as torcidas que cantam só por cantar mesmo, talvez utopicamente, com a vã esperança de que seu time-peneira vá esboçar alguma reação na hora de proteger a cesta.

Bem, na temporada 2012-2013 da liga norte-americana essa brincadeira deu certo. Entre os quatro times que ainda lutam pelo título, estão as três defesas mais eficientes do campeonato, pela ordem: Indiana Pacers, Memphis Grizzlies e San Antonio Spurs. O quarto? O Miami Heat, claro, nono melhor nesse quesito.

Consideramos aqui a medição que foi primeiro elaborada por Dean Oliver, que integra o departamento de estatísticas da ESPN americana e já trabalhou na diretoria do Denver Nuggets, e encampada e levemente alterada por John Hollinger, vice-presidente do próprio Grizzlies. As estimativas abordam o número de pontos numa média de 100 posses de bola. Isso por quê?

Gasol & Allen

Marc Gasol e Tony Allen, dois dos melhores defensores da liga em suas posições

Bem, cada clube tem o seu próprio ritmo de jogo. Se uma equipe corre mais com a bola, atacando com menos segundos gastos a cada posse, a tendência é que ela sofra mais pontos, mesmo, não? Isso não quer dizer necessariamente que, na média, sua defesa seja a pior – talvez apenas mais vazada.

(Por outro lado, alguém pode argumentar que, no caso do time que adota um jogo mais metódico, gastando o cronômetro, já esteja se protegendo desde o princípio, controlando a bola ao máximo. Obviamente isso não pode ser descartado, mas sigamos adiante com a defesa-por-posse.)

Na temporada regular, o Pacers de Frank Vogel permitiu apenas 99,8 pontos a cada 100 posses de bola, seguido pelo Memphis Grizzlies (100,3) e pelo San Antonio Spurs (101,6). O Miami Heat terminou com 103,7.

Para se ter uma ideia de quão bom é o índice firmado pela turma de Paul George e Roy Hibbert, a distância entre o Pacers e o Heat (de 3,9 pontos) seria maior que a que existiu entre os atuais campeões de Miami e o Toronto Raptors (3,8), apenas a 22ª defesa da liga.

De acordo com a máxima de que “são as defesas que vencem o título”, poderíamos indicar, então, o Pacers como o favorito?

Bem, nem tanto. Sua proteção de garrafão deixa as coisas bem encaminhadas, mas essa ainda não é a resposta definitiva. Façamos uma pausa, antes de avaliar os quatro finalistas, para perguntar se o mote do parágrafo acima é inteiramente verdadeiro.

*  *  *

Um estudo conduzido pelo analista Neil Pane, uma das almas angelicais por trás do Basketball-Reference, indica que, sim, as melhores retaguardas têm mais condições de ganhar o troféu, comparando historicamente os rendimentos coletivos dos dois lados da quadra.

Segundo suas contas, um time que tenha uma defesa medíocre e um ataque com 10 pontos acima da média da liga, teria 32,3% de chances para conquistar o caneco. Por outro lado, se a sua equipe mantiver um ataque medíocre e tiver uma defesa que sofra 10 pontos abaixo da média, sua probabilidade de título sobe para 80,1% – e mesmo uma equipe que sofra 7 pontos a menos do que a média do campeonato teria um candidatura mais sólida, com 39,1%.

Tiago Splitter x Dwight Howard

Splitter ajudou o Spurs a se tornar uma das melhores defesas da NBA novamente

Agora, para comprovar que seu levantamento não é pouco, Paine fez as mesmas contas excluindo o avassalador Boston Celtics de Bill Russell, que defendia muito e penava para fazer cestas em alguns anos, podendo desequilibrar o balanço do ponto de vista histórico. Fazendo uma pesquisa só a partir da fusão NBA-ABA em 1976, a distância entre ataque e defesa cai consideravelmente, mas ainda pende para a contenção. O melhor ataque tem 43,8%, de chances, enquanto a melhor defesa, 63,9%.

É difícil, porém, atingir a meta de dez pontos acima ou abaixo da média. Quanto menores esses números, menor a distância na chance de título também. Por exemplo: se um time faz 3,0 pontos a mais da média, a expectativa seria de 1,9%; se sofre 3,0 pontos abaixo, o número seria de apenas 2,4%.

“No entanto, a contínua proeminência da defesa, mesmo quando descartamos a dinastia do Celtics da amostra, sugere que as equipes devam priorizar a excelência deste lado da quadra se querem vencer um campeonato”, escreve Paine.

Ponto destacado e anotado. Mas ainda não é tudo.

*  *  *

Phil Jackson, o homem dos 11 anéis de campeão da NBA, nunca se cansa de enfatizar que as coisas estão totalmente interligadas: um bom ataque e uma boa defesa. Quanto menos precipitações (arremessos forçados e turnovers) você tiver tentando a cesta, melhores suas condições de armar sua retaguarda, propiciando menos contra-ataques, voltando com equilíbrio.

E “equilíbrio” seria a palavra-chave, mesmo, tanto do ponto de vista conceitual como estatístico, como escreveu nesta semana o analista Kevin Pelton, da ESPN, outro representante da crescente comunidade nerd do basquete. Reduzindo seu campo de pesquisa de 1980 para cá – o ano em que a linha de três pontos foi pintada nas quadras da NBA e também um marco extremamente relevante nessas contas –, constatou que 14 campeões tinham o melhor saldo de cestas da temporada (mais de 40%), sabendo dosar um bom ataque e uma boa defesa.

“É difícil encontrar exemplos de times com uma fraqueza em cada lado da quadra vencendo um campeonato. Nos últimos 33 anos, apenas dois times venceram o título com uma unidade abaixo da média durante a temporada regular: o Los Angeles Lakers 2000-2001 (fraco na defesa) e o Detroit Pistons 2003-2004 (fraco no ataque)”, escreveu Pelton.

O Lakers de 2001 foi uma anomalia na carreira de Phil Jackson, que envelheceu uns bons anos tentando administrar a conturbada relação entre Kobe Bryant e Shaquille O’Neal. Depois da conquista de seu primeiro título, o time deu aquela relaxada, despencando de melhor defesa na campanha anterior a 21ª, apesar de manter a mesmíssima base, que funcionava direitinho no ataque (segundo melhor índice). Absurdo, né? Acontece que, chegando aos playoffs, decidiram ligar o turbo e venceram 15 de 16 partidas, cedendo apenas um triunfo para o Philadelphia 76ers de Iverson e Larry Brown na primeira partida da decisão. Já o Pistons de 2004 teve Rasheed Wallace, seu melhor atleta, por apenas 22 partidas, depois de ele ser adquirido numa das trocas mais desequilibradas da história durante o campeonato.

O Oklahoma City Thunder teve o melhor saldo de cestas deste campeonato, com +9,2, mas suas aspirações ao título se encerraram com a lesão de Russell Westbrook. O Miami Heat aparece em segundo, com +7,9. O Spurs seria o quarto, com +6,4, enquanto Grizzlies e Pacers seriam sétimo e oitavo, com +4,1 e +4.

LeBron x Rose

A postura defensiva perfeita de LeBron James para segurar até um Derrick Rose

Na campanha dos rapazes de Erik Spoelstra, todavia, é possível encontrar alguma semelhança com aquele Lakers do início da década passada, começando o ano um pouco devagar (mas nem tanto) e esquentando as turbinas na metade do campeonato. No dia 1º de fevereiro, eles perderam a 14ª partida na temporada. Em 17 de abril, fecharam a conta com apenas mais dois reveses, engatando neste período sua incrível sequência de 27 vitórias. Durante esse período, seu lado de cestas foi de +11,9, o que seria a melhor marca da liga de longe, devido a uma melhora significativa na defesa, já entre as cinco mais eficientes neste período. Motivados pela busca do recorde histórico de triunfos consecutivos, viraram outra equipe. A mais equilibrada e com mais chances de título.

Descartando todos os dados enumerados acima, esse favoritismo do Miami não é novidade alguma e talvez pudesse ser explicado de modo mais simples pela soma de “LeBron” + “James”.

Só que, numa liga extremamente competitiva e rica, com recursos sendo empregados dos modos mais diversificados, as coisas dificilmente vão se desenrolar assim, de um modo tão fácil.

Com suas fortíssimas defesas, porém, Pacers e Grizzlies, com DJ Augustin, Sam Young, Ian Mahinmi, Keyon Dooling, Tayshaun Prince entre outras nulidades ofensivas em suas rotações, já derrubaram três dos cinco melhores ataques da liga (Knicks, Clippers e Thunder) e se colocaram na briga, ao menos com uma chance de surpreender.


Morre Jerry Buss, proprietário dez vezes campeão da NBA pelo Lakers
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Giancarlo Giampietro

Jerry Buss e Magic Johnson

Jerry Buss e seu amigo pessoal Magic Johnson durante os anos de Showtime

Morreu nesta segunda-feira Jerry Buss, magnata norte-americano que deixou sua marca no basquete como proprietário do Los Angeles Lakers desde 1979. Nestes 34 anos, foi dez vezes campeão da NBA e viu a equipe sustentar um aproveitamento de 65,9% em vitórias. Ele estava internado em L.A. devido a complicações de um câncer, aos 80 anos.

Esse é mais um baque na conturbadíssima temporada que vive o Lakers. Bem distante do alto rendimento marcante da época de Showtime nos anos 80 ou da gestão ultravencedora de Phil Jackson nos últimos anos, o time hoje sofre para se manter na briga por uma vaga nos playoffs, algo impensável em outubro, quando Kobe Bryant e Pau Gasol receberam Steve Nash e Dwight Howard para iniciar a fase de treinamentos.

O Buss pai, craque no pôquer e uma das presenças mais ativas nas noitadas célebres de Los Angeles, já vinha se afastando gradativamente do controle do clube, mas participou ativamente das contratações de Nash e Howard, além da demissão de Mike Brown no início da campanha.

A situação de comando da franquia agora fica incerta. Jim Buss havia assumido as operações de basquete, para o desespero de muita gente. Sua irmã mais velha, Jeanie, noiva de Phil Jackson, controla a parte de negócios. Entre as razões para entender a escolha de Mike D’Antoni como sucessor de Brown, com o Mestre Zen disponível e interessado. Ter Jackson de volta para “salvar o time” poderia fortalecer, e muito, um dos lados da família.

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Veja a lista de alguns dos jogadores contratados pelo Lakers durante a gestão de Jerry Buss: Magic, James Worthy, Byron Scott, Michael Cooper, Shaquille O’Neal, Kobe Bryant, Robert Horry, Pau Gasol, Lamar Odom, Karl Malone, Gary Payton, Dennis Rodman e muito mais. (Kareem Abdul-Jabbar já vestia a camisa do clube quando Buss se tornou o proprietário).

Ok, vamos brincar de lembrar mais alguns (não necessariamente super estrelas e, em alguns casos, folclóricos): AC Green, Vlade Divac, Mychal Thompson, Kurt Rambis, Sam Perkins, Benoit Benjamin, Sam Bowie, Sedale Threatt, George Lynch, Nick Van Exel, Cedric Ceballos, Eddie Jones, Sean Rooks, Travis Knight, Glen Rice, Mitch Richmond, Isaiah Rider, Slava Medvedenko, John Celestand, Mike Penberthy, Smush Parker, Luke Walton, Derek Fisher, Sasha Vujacic, Corie Blount, Rick Fox, Devean George e, claro, Samaki Walker.

Quem mais??? Diga lá.

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Jerry Buss pagou US$ 67,5 milhões a Jack Kent Cooke em 1979 para comprar o Lakers mais o Los Angeles Kings mais o antigo Forum (ginásio anterior ao Staples Center) mais alguns itens de catálogo imobiliário de Los Angeles. Hoje, de acordo com a revista Forbes, só o Lakers vale US$ 1 bilhão.

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“A NBA perdeu um proprietário visionário, cuja influência em nossa liga é incalculável e será sentida por muitas décadas”, foram as palavras de David Stern em comunicado sobre a morte de Buss. Honesto, mas não deixa de ser um pouco hipócrita: o Lakers se transformou em tamanha superpotência, invejada pela concorrência, a ponto de o próprio comissário se sentir obrigado a vetar uma troca que entregaria o armador Chris Paul para o clube alegando “razões esportivas”. Na verdade, o negócio foi desfeito em razão de toda a confusão originada do último lo(u)caute, com os donos dos clubes mais modestos questionando toda a estrutura dos negócios da liga, na qual supostamente pesava muito mais o glamour e poder do Lakers – e, não, sua competência.


Astros, diretoria e técnico dividem culpa em fiasco do Lakers
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Giancarlo Giampietro

Os astros do Lakers diante de um fiasco

Quem poderia imaginar?

Houve quem apontasse o banco de reservas repleto de inutilidades. Que a idade dos astros poderia ser um problema. Que Dwight Howard estava retornando de uma delicada cirurgia nas costas. Que Mike Brown não daria conta do recado – e, posteriormente, que Mike D’Antoni talvez também não representasse a combinação certa.

Já são muitas ressalvas no parágrafo acima, é verdade.

Mas, de novo: quem poderia imaginar? Com Kobe Bryant, Dwight Howard, Steve Nash, Pau Gasol, o Lakers haveria de encontrar um jeito de vencer. Batata.

Com a temporada se aproximando perigosamente de sua metade, a célebre franquia californiana não consegue se encontrar. Apresentamos um dia desses alguns números de seus concorrentes como Blazers e Rockets para dizer que a luta pelos playoffs no Oeste não estava – ou está – perdida. Desde que os caras arrumem seu próprio time, claro. E aí vieram mais duas derrotas lamentáveis contra Raptors e Bulls para complicar qualquer equação.

O que acontece de tão errado?

Aqui vão alguns personagens que dividem responsabilidade numa campanha sofrida e extremamente decepcionante:

A dupla Mitch Kupchak/Jim Buss: os relatos que vêm de Los Angeles são contraditórios. Há quem diga que Kupchak não tem nada com isso e que é apenas usado pela família Buss como a bucha de canhão, aquele que tem de dar a cara a tapa para imprensa, jogadores e torcedores, mesmo com seu papel cada vez mais reduzido na gestão do time. Mas há quem diga que ele ainda seja fundamental nas decisões, sim. Vai saber. O ponto é que, depois de reunir um elenco deste peso, de forma até milagrosa, impossível de não se elogiar, a diretoria falhou sofrivelmente num outro ponto que nem é tão importante assim, imaginem: encontrar alguém que fosse capaz de dirigir suas estrelas. A insistência com Mike Brown foi um erro desde o começo. Estava mais que claro que o especialista em defesa não tinha o estofo para manipular ou direcionar tantas cobras criadas. Depois de um ano de lo(u)caute, desperdiçaram por completo o training camp fundamental deste ano ao empregar alguém que já estava (moralmente) demitido há tempos. Não era nem mais uma questão de “se”, mas só uma questão de “quando”. Pois bem. Com a possibilidade de assinar com um certo Mestre Zen, disponível e interessado, decidiram fechar com…

Mike D’Antoni: considerando o árido cenário tático que testemunhamos no Brasil, não deixa de ser interessante observar um treinador que se mantenha fiel a suas próprias convicções e filosofia. Ele tem uma visão de basquete clara. Porém, quando você só sabe trabalhar de uma maneira, não importando o elenco que tem em mãos, essa característica pode ser qualificada como teimosia, para não dizer burrice. Por quatro anos, seu plano de jogo pelo Phoenix Suns causou um impacto enorme em toda a liga, a ponto de dobrar até mesmo seu maior rival, Gregg Popovich. E não me venham dizer que não deu certo, que era um brilhareco: o Suns jogou por dois anos a final do Oeste, perdendo para times com Tim Duncan, Tony Parker, Manu Ginóbili, Kobe Bryant, Pau Gasol e Andrew Bynum, foi para os playoffs sempre e venceu 230 partidas (média de 57,5 por ano). Agora… querer repetir essa fórmula com esse plantel do Lakers não faz o menor sentido por diversas razões: 1) hoje ele tem um Steve Nash ainda bem preservado, mas oito (8!!!) anos mais velho do que encontrou pela primeira vez no Arizona; 2) se há alguma deficiência a ser destacada no jogo de Pau Gasol, é sua reduzida velocidade – ele é ágil em seu jogo de pés e lê com facilidade o que acontece em quadra, mas nunca foi de correr de um lado para o outro. Além disso, por mais que se esforce e, de vez em quando dê certo, devido a seu pacote técnico invejável, jamais vai ser um Dirk Nowitzki na linha de três pontos; 3) na verdade, fora o promissor Earl Clark, o ainda inexpressivo Darius Morris e o pivô reserva e baleado Jordan Hill, não há velocistas no time para se querer correr; 4) também não há nem chutadores em excesso para se espaçar a quadra. Então esta seria uma boa hora para D’Antoni rever useus dogmas e se mostrar um treinador mais pragmático.

Pau Gasol: ele até pode se justificar com motivos razoáveis, como o fato de já ter sido trocado pelo Lakers no ano passado, no famigerado negócio vetado por David Stern. Ficou magoado. Depois vem o Kobe alternando críticas indiretas ou diretas com afagos para o barbudo. Aí chega Mike D’Antoni com um sistema que não favorece e até atrapalha seu estilo. Tudo bem, entendemos. Mas, para quem é conhecido como um dos atletas mais cerebrais, inteligentes da liga, o espanhol andou reclamando demais nos últimos meses. Ainda mais agora, quando D’Antoni alterou sua rotação, buscando uma solução mais adequada para seus talentos – colocá-lo no banco para que ele possa jogar o máximo de minutos que puder sem a companhia de Dwight Howard, ficando mais próximo da cesta, em seu hábitat. Gasol chiou e disse que sempre foi uma “estrela titular” em toda a sua carreira. Mais infantil que isso não tem. O espanhol poderia se sentar uma hora dessas para bater um papo com um certo argentino narigudo do Spurs. Dá para tomar um chá e repensar o discurso.

Kobe Bryant: liderar por exemplo era o que Michael Jordan fazia, doendo em quem doesse – Steve Kerr, inclusive, já foi esmurrado pelo astro em um treino, num ato de imbecilidade do maior jogador de todos os tempos. Kobe sempre admirou MJ. A língua de fora, muitos movimentos com a bola e, a cada ano de um modo mais intenso, sua atitude fora de quadra. O superastro não aconselha, não conversa. Ele cobra. Em público mesmo. Cobra porque não deixa de jogar duro em um treino sequer, um jogo sequer etc. Em sua melhor temporada em muito tempo, nada mais do que justo? Podia até ser o caso. Mas, num caldeirão borbulhante como o desta temporada, não ajuda nada esse estilo confrontador. Por um tempo, tá certo, ele se manteve ao lado de D’Antoni, assim como havia feito com Brown. Agora, já começa a questionar o comandante. De todo modo, seu comportamento acaba sendo mais nocivo dentro do elenco, alienando os companheiros. Gasol já sofreu horrores com suas intempéries, e agora diversos rumores dão conta de que sua relação com Dwight Howard não é das melhores.

Agora digam qual o elemento em comum que permeia toda a dissonância entre os cinco personagens acima?

O ego inflado e irredutível.

Jim Buss não toleraria se desculpar e resgatar Phil Jackson. Mike D’Antoni é (foi?) tão celebrado como um gênio no ataque na década passada, então não daria o braço a torcer e adaptari seu sistema ou mesmo descartá-lo por completo. Pau Gasol se cansou tanto de apanhar em Los Angeles e não permitiria que um D’Antoni qualquer passasse por cima de seu status de estrela. Kobe Bryant é pentacampeão, um dos maiores cestinhas da história, o ídolo de ídolos como Nicholson ou Denzel, então não ousem dizer que ele deveria rever sua conduta.

Se esses figurões não conseguirem encarar com franqueza o fiasco que virou o time, sem arrefecer na defesa de suas agendas, vai ficando cada vez mais provável que o Lakers não vá para os playoffs no Oeste.

Inimaginável? Nem tanto.


A crise do Lakers segundo Kobe Bryant: relembre as frases de impacto do astro
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Giancarlo Giampietro

Kobe Bryant

Para segurar Kobe Bryant, agora só com uma mordaça

Kobe Bryant está on fire.

E não só por seu ótimo início de campanha em quadra, a despeito de toda a turbulência por que passa o supertime (na teoria) do Lakers.

Ele está impossível também diante de microfones e gravadores, fazendo dos setoristas da equipe uns tremendos de uns sortudos. Como se eles já não tivessem o que dar de manchete com tantas contratações bombásticas, demissões, intrigas e difamações públicas nas últimas semanas. Fato é que, cada vez mais próximo do final de uma fantástica carreira, o ala se sente completamente seguro e livre para dizer o que bem entende, não importando as consequências.

Quem vai mexer com ele?

Tem o maior salário da liga, com US$ 27 milhões programados para este campeonato e mais US$ 30 milhões para o próximo. Dos poucos que possuem uma cláusula contratual que vetam uma eventual troca com a qual não concorde. Senhor de Los Angeles, o ídolo das celebridades. Intocável.

Então vai falar o que bem entender mesmo. Veja uma compilação com algumas de suas declarações recentes. Mais precisamente, desde o início de outubro. Tudo isso, então, em menos de dois meses:

“Acho que todos nós todos meio que estávamos esperando que fosse o Phil. Provavemente pegaram o Mike com a guarda baixa também. Mas estou animado. Para ser honesto, Mike era minha primeira escolha, porque nem sabia que Phil seria uma opção. Quando me disseram, respondi que adoraria, e foi isso. Então eles sabiam os dois de quem eu gostava. Já que obviamente não deu certo com Phil, então eles sabiam que tinham minha aprovação para fechar com o outro”, sobe a contratação de Mike D’Antoni, deixando claro que, dessa vez, foi consultado sobre o processo, depois de ficar irado com a contratação de Mike Brown, da qual ouviu pela primeira vez como eu e você: pela imprensa.

Kobe é o cara

Eu sou o cara, mas não sou fominha

“Ele é um gênio ofensivo. O ataque que ele instaurou na seleção dos EUA é a que nos levou para um caminho de duas medalhas de ouro. Sabemos todos qual o tipo de talento que tínhamos naquela equipe, então era importante que nós tivéssemos um ataque que fosse flexível, que fosse aberta e mantivesse todos envolvidos”, sobre a criatividade de D’Antoni no ataque.

“Vocês sabem o que sinto por Phil. Uma coisa que meio que me incomodou sempre foi o modo como em seu último ano eu não consegui dar para ele o que tinha de melhor, meu jogo normal. Entende? Porque eu estava jogando com uma perna só. E isso sempre me consumiu. No último ano de sua carreira não fui capaz de dar tudo o que tinha. Ele é um técnico muito grande para sair daquele jeito. É o que sinto pessoalmente. Para mim, levei isso no coração”, sobre a temporada 2010-2011 na qual o Lakers foi varrido pelo Dallas Mavericks na semifinal da Conferência Oeste, marcando a despedida de Phil Jackson.

“Conhecendo-o do jeito que conheço, é só uma questão de saúde. Se ele se sente fisicamente pronto. Ele é um perfeccionista, todos sabemos disso. Se ele sente que pode vir aqui e dar aquilo que ele cobra de si próprio, então acho que estaria interessado”, empolgado com a possível volta do Mestre Zen.

“Ele ensina os caras a serem pensadores. Ele nos ensina as pequenas nuanças, os detalhes, os pontos intrínsecos do jogo que apenas alguns conhecem. Não é culpa dos outros, mas é que, quando estamos falando de basquete, ele está no nível dos gênios. É difícil para alguém assumir uma responsabilidade dessa com jogadores que cresceram sob esse tipo de tutelagem”, novamente falando o mundo sobre seu treinador predileto e, ao mesmo tempo, contando algo sobre os problemas de Mike Brown e algo que também vai ser um enorme desafio para D’Antoni.

“Estou muito velho para lidar com esse tipo de coisa. Tenho sido seu principal defensor. Estou realmente muito velho para esse tipo de coisa infantil. É ridículo. Todos aqui estão frustrados por ter perdido um jogo. Você fica nervoso. Mas não tem a ver com uma pessoa em particular. Deus, as pessoas estão entediadas (para criar algo disso)”, sobre a encarada que deu em Brown durante uma derrota para o Utah Jazz, flagrada pela TV local de Salt Lake City, discutida por jornalistas e torcedores em tempo real e reprisada de modo exaustivo na TV e na rede a ponto de virar um GIF animado etc.

“Jogar até os 40 anos não é algo que está fora de possibilidade. Sempre vai haver jogos no YMCA, peladas nos parques. Provavelmente vou jogar enquanto estiver vivo”, sobre… Hã… Jogar até os 40 anos.

“Tudo o que visto é novo”, ao ser questionado por um repórter sobre um agasalho marrom que estava usando.

“Vou dizer isso por ele: ‘Que todo mundo cale a boca’. Deixem a gente trabalhar e, no fim do dia, vocês ficarão felizes com os resultados. Apenas não entendo. Sem tentar morder minha língua e chamá-los de idiotas, mas é o que acabei de dizer na verdade, mas nesta cidade as pessoas já viram nós vencermos um monte de campeonatos com um ataque que era muito difícil de aprender. Eles sabem como as coisas funcionam. Então para eles serem estúpidos agora e pedirem para que Steve apenas fique driblando, para que só passemos para Dwight no garrafão ou que eu fique isolado com a bola, não vou dizer que isso é idiotice, mas está perto disso”, ainda tentando proteger Mike Brown em meio a uma saraivada de críticas no começo da temporada.

“Acho que é mais provável que os críticos ataquem Brown do que Phil. É justo porque Phil obviamente venceu, e Mike ainda não. Mas você tem de olhar para nossas filosofias ofensivas. É o mesmo tipo de filosofia”, sem perder o fôlego.

Phil Jackson e o afro de Kobe

O jovem Kobe Bryant orientado pelo já Mestre Zen

“As coisas vão ficar um pouco tensas porque não sou um soldado muito feliz agora”, depois da segunda derrota em dois jogos do Lakers no início da temporada.

“Não somos os caras mais rápidos do mundo, então temos de apoiar mais um ao outro”, sobre as dificuldades defensivas da equipe, que sofre principalmente para defender o pick-and-roll executado por armadores mais baixos e velozes.

“Torções de tornozelo nem me incomodam mais. Já virei o pé tantas vezes que não tenho mais nada ali embaixo” e “Eu nunca preciso de liberação. Ou eu estou pronto, ou não estou. Eles fizeram um ótimo trabalho me tratando e me deixando pronto. Já estamos juntos há muito tempo, então eles confiam no meu julgamento”, sobre os problemas físicos e quem decide se ele deve jogar ou não. Dica: não é o departamento médico.

“Prefiro ser compreendido como um vencedor do que como um bom companheiro de equipe. Queria que ambos andassem de mãos dadas toda hora, mas isso simplesmente não é real. Não tenho nada em comum com gente preguiçosa, que culpa os outros pela falta de sucesso  que tiveram. As coisas grandes vêm de trabalho duro e perseverança. Não tem desculpa. Esse é o meu jeito. Pode não ser certo para você, mas tudo o que posso fazer é dizer o que penso. Cabe a você entender que tipo de liderança se adequa melhor ao seu estilo”, mandando um recado no Facebook a vai saber quem (leia abaixo).

Kobe Bryant x Smush Parker

Escuta aqui, Smush, deixa de… Encher a paciência

“Dei para ele seus 30 minutos de fama. Tudo bem. Ele está jogando na China, né? Desejo boa sorte. Talvez algum dia ele volte para a NBA e veja como as coisas são de perto”, em contra-ataque verbal contra Smush Parker, depois de ouvir sobre as críticas que o ex-companheiro fez sobre sua suposta arrogância fora de quadra.

“Quase venci um prêmio de MVP com Smush Parker e Kwame Brown em meu time. Estava arremessando 45 vezes por jogo. O que deveria fazer? Passar para Chris Mihm e Kwame Brown…”, relembrando alguns ex-parceiros de quem provavelmente não sente muita saudade, ao ser questionado sobre a fama de fominha que o persegue.

“O que acontece é o seguinte: algumas pessoas são muito, mas muito burras. Continuo ouvindo que sou um jogador egoísta, que só quero saber de fazer cesta. Mas ninguém conquistou mais títulos do que eu na minha geração. Tenho cinco desses. Você não pode ser egoísta e ganhar um título, o que dizer de cinco? Esas discusão já deveria estar no caixão agora”, e segue o jogo.

“Não é justo. Jodie tem de me marcar a cada dia de treino, então fica ruim para ele”, sobre as chances reduzidas de o ala Jodie Meeks ganhar tempo de quadra na equipe.

“O time é meu. Eu tenho cinco anéis de campeão. O que vocês querem que eu diga?”, sobre quem seria o dono da nova formação estelar do Lakers.

Na verdade, Kobe, a gente quer que você diga mais. Muito mais mesmo.


Lakers já entra em contato com Phil Jackson. Agora depende do Mestre Zen
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Giancarlo Giampietro

Phil Jackson

As despedidas de Phil Jackson do Lakers têm duas coisas em comum: foram bastante turbulentas e duraram pouco.

Ou melhor: podem durar pouco.

Neste sábado o LA Times já publica que a franquia entrou em contato com o Mestre Zen . “Eles estão tentando contratá-lo feito malucos”, diz uma fonte anônima (o agente? Jeanie Buss? Derek Fisher? Arnold Schwarzenegger? Vai saber. De todo modo, a frase é boa e a gente encaixa aqui). Ainda não fizeram uma proposta concreta, ainda fica no campo da sondagem, mas já conta como um primeiro, e importantíssimo passo, para preparar mais um retorno triunfante ao comando de uma nova versão de seu elenco estelar.

O passo mais importante, na verdade: ninguém vai duvidar que ele seja a pessoa certa – e mais preparada, em todos os sentidos – para o cargo, dinheiro não é o problema, a torcida já pediu, os jogadores se animaram etc. etc. etc. Mas o que precisa ser tirado do caminho é a guerra tola de egos e mostrar que a franquia (leia-se “Jim Buss”) está pronta para recebê-lo de braços abertos. Isso depois de ter demitido todos os assistentes, scouts e, se bobear, os gandulinhas ligados ao professor em 2011. A ideia era promover uma mudança completa, num expurgo de qualquer influência do passado recente. Que agora pode virar o futuro.

(Tudo o que liga o clube ao técnico tem a ver com a expressão trocadilhosa “A volta dos que não foram”, é tudo meio confuso, contraditório, num clima de “ame ou odeie” assim mesmo).

Segundo o Times, Jackson não deixou de acompanhar o Lakers de perto e está interessado no cargo novamente. “Ele nunca se afastou do jogo”, dizem as fontes anônimas.  Então dá para imaginar Jackson em suas pescarias com Luc Longley sempre com o iPad ligado, plugado com o League Pass conectado, né?

Hã… Também não chega a tanto.

De todo modo, em carecia disso. Uma mente brilhante, devota ao jogo como a do treinador mais vitorioso da história da liga não precisa de muito empurrão, combustível para engrenar e botar um plantel como o do Lakers para funcionar.

Segundo consta, a diretoria angelina pretende definir o substituto de Mike Brown em “quatro ou cinco dias”. Algo rápido. Se Jackson, por alguma razão, não topar o retorno, Mike D’Antoni seria o plano B, devido a sua ligação com Nash, o respeito de Kobe e também pelas poucas opções disponíveis no mercado.

Mas a prioridade parece – e deveria ser – Jackson. Seu salário de US$ 10 milhões em seu último ano de contrato equivaleria a 8,3% do contrato anual de TV que o clube tem em Los Angeles. Para rearranjar um time desconjuntado, seria uma barganha. Mesmo que já estejam pagando mais US$ 10 milhões para Mike Brown sem empregá-lo (e que ninguém sinta pena do demitido, aliás).

“Conhecendo-lo do jeito que sei, acho que é só uma questão de saúde. Ele é um perfeccionista, todos sabemos disso. Se ele se sentir pronto para isso, para dar o que ele acha que tem de dar aqui, acho que ele estaria interessado”, afirma Kobe. “Ele ensina os jogadores a serem pensadores. Ele ensina as pequenas nuanças, os detalhes intrincados do jogo que nem todos sabem.  Não é culpa do restante, mas, quando falamos de basquete, ele está na classe dos gênios. É difícil para qualquer um assumir uma responsabilidade dessas depois que os jogadores foram cultivados sob uma tutela dessas”, completou o astro.

Tudo parece fazer muito sentido para não tentar essa via, a via Zen outra vez.

Phil e Kobe

Kobe e Jackson já conquistaram cinco títulos juntos


Mike Brown não é mais o técnico do Lakers. Na franquia, “nada é injusto”
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Giancarlo Giampietro

Nesta sexta-feira, o ESPN.com americano publicou que Mike Brown tinha uma sequência de seis jogos em casa pra tentar acalmar as coisa em Los Angeles. No fim, o site foi muito generoso: depois de quatro derrotas em cinco jogos, o Lakers decidiu demitir o treinador.

Mike Brown e o Lakers

Não, Kobe, em Princeton a gente faz assim…

Na matéria publicada mais cedo pelo grande articulista Marc Stein, uma declaração do gerente geral Mitch Kupchak já havia chamado muito a atenção: “Nada é injusto. Cada um tem uma opinião, e todos têm o direito de ter sua opinião. Você está livre para decidir o que é justo e o que não ´ejusto”, disse. “Acho que é justo dizer que, depois de cinco jogos, não achávamos que estaríamos com uma vitória  e quatro derrotas. Mas temos muitos jogadores novos, alguns lesionados e estamos introduzindo novos conceitos. Vamos continuar a monitorar o time. Entendemos as expectativas.”

Sério: por mais fora do contexto que essas aspas possam ter sido tiradas, já não soava o dirigente mais entusiasmado com o andar da carruagem, não? Ao ler isso, a impressão que ficava que era questão de tempo. Não levou nem dez horas para descer a guilhotina.

Pode parecer uma declaração insensível de Kupchak, mas você precisa entender o contexto disso tudo. O cara já está calejado em Los Angeles. Sabem como as coisas funcionam. Viu Phil Jackson chegar, sair, voltar e se aposentar. Teoricamente. Viu Kobe e Shaq se metralharem pela imprensa. Viu Gary Payton fazer pirraça. Viu o que dá jogar com Smush Parker ao lado de seu astro. São negócios, a pressão é enorme, e assim é a vida dentro da franquia.

Mike Brown nunca pareceu exatamente preparado, com o estofo necessário para controlar uma fogueira dessas. Virou incêndio. Mesmo que  a missão não fosse fácil – e não era –, mesmo que possa parecer insano demitir o técnico depois de apenas cinco jogos, menos de 10% de um calendário cumprido, na cabeça da família Buss, do dirigente ou de Kobe Bryant, nada tem de ser avaliado como justo ou injusto, mesmo.

Em Cleveland, Brown foi engolido pela tensão em volta do futuro de LeBron James. Em Los Angeles, o futuro era agora, e daí para considerar infeliz sua intenção de instaurar o sistema Princeton na equipe é um pulo. Com muitas peças novas, sem tempo para azeitar tudo, foi suicídio tentar algo nessa linha, ainda que, em longo prazo, pudesse fazer sentido.

Dwight Howard agora posa de Laker

Dwight Howard está fora de forma ainda, assimilando novo sistema e companheiros… Mas o Lakers não iria mais segurar Brown

É um sistema que se assemelha em alguns pontos com o dos triângulos, tão bem-sucedido na equipe angelina. Mas, para fazer dar certo, o técnico precisa da confiança de seus jogadores, precisa que eles realmente estejam dispostos a se sacrificarem no início para lucar lá na frente. E, de novo: por mais que Kobe e a direção se esforçassem em público para dizer que davam cobertura ao treinador, no conjunto das coisas, avaliando o cenário geral, a impressão que ficava era de que esse apoio todo não passava de mera formalidade, mesmo.

Do lado do Lakers, a demissão não se deve simplesmente pelas quatro derrotas em cinco jogos. Essa insegurança em torno de Brown pesou muito. Ainda mais para uma franquia acostumada aos métodos de trabalho de um vencedor como Phil Jackson. Lembrem que, quando da primeira saída do treinador mais vitorioso da história, nem mesmo um bicampeão como Rudy Tomjanovich segurou o tranco por lá. Ele ficou apenas 41 jogos no cargo e se mandou. Não aguentava mais o estresse.

Outro ponto: foram oito derrotas na pré-temporada em oito jogos. Ok, não era para contar, mas, quando somadas ao fraco início de campanha, ajudam a dar aquele empurrãozinho. Juntando com as atuações não muito convincentes da campanha anterior, e o risco de o Lakers pagar US$ 100 milhões em salário este ano com mais provavelmente US$ 30 milhões em multas, e o movimento pela demissão começa a ganhar corpo.

Prematuro? Talvez.

Justo? Ninguém que mande no Lakers quer saber.


Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: Goran Dragic
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Giancarlo Giampietro

O gerente geral Steve Kerr e os técnicos do Phoenix Suns tinham tanta estima por Goran Dragic que conseguiram convencer o mão-de-vaca Robert Sarver, proprietário do clube, a investir alguns milhares de dólares na compra de uma escolha extra de segunda rodada no Draft de 2008 para contar com o esloveno. Como se não bastasse esse fato histórico, inédito, ainda fecharam um contrato com o novato por mais de US$ 7 milhões e quatro temporadas. Era bem mais do que um calouro selecionado 20 postos antes dele no recrutamento ganharia. Estava em alta o Dragic.

Goran Dragic, Phoenix Suns

Dragic de volta a Phoenix

Aí o que acontece: bomba. Em sua primeira temporada, ele acertou apenas 39,3% de seus arremessos de quadra, algo que Steve Nash bateria nos tiros de três pontos com um pé só no chão e olho direito inchado. Sofrendo para se comunicar em inglês, intimidado diante de adversários aos quais costumava assistir em casa, de madrugada na Eslovênia, também cometeu muitos erros em suas infiltrações, deixando a torcida tensa com suas investidas. Estava em baixa o Dragic.

As críticas e desconfiança, no entanto, não acabaram com o jogador. Em seu segundo ano, o canhotinho voltou muito melhor, revigorado. Elevou sua produção estatística positivamente em pontos, assistências e chutes de quadra e parecia, enfim, um jogador de NBA, a ponto de ganhar do técnico Alvin Gentry 18 minutos por partida, dando um bom descanso a Nash. Foi numa época em que Gentry conseguiu escalar uma segunda unidade completamente desvinculada da primeira, com dividendos formidáveis – o esloveno era escoltado por Leandrinho, Jared Dudley, Channing Frye e Louis Amundson. Ninguém dava muita coisa para esse quinteto, mas, coletivamente, jogaram uma barbaridade. O líder inquestionável era o armador, que teria uma das atuações mais surpreendentes da NBA e dos playoffs em muito tempo, quando destruiu o Spurs em San Antonio em 2010.  Dragic em alta. Muito.

E aí o que acontece: ele deixa cair a peteca, justamente quando o Suns acreditava ter encontrado um substituto em longo prazo para o brilhante canadense. Depois da saída de Amar’e Stoudemire e das contratações desastradas de Hedo Turkoglu e Josh Childress, a equipe despencou, e Dragic voltou a entrar em desarranjo, a se atrapalhar demais com a bola e perder a confiança da campanha anterior. Acabou trocado pelo baixinho Aaron Brooks, do Houston Rockets, numa negociação em que a franquia do Arizona ainda pagou uma escolha de primeira rodada do Draft para compensar. Dragic em baixa.

Dragic e sua canhotinha

Dragic arrebentou em Houston. Vai manter?

Em Houston, na campanha passada, sob a orientação de Kevin McHale, o esloveno volta a reagir. Com o afastamento de Kyle Lowry devido a uma bizarra infeção bacteriana, assumiu o posto de titular e encaixou uma sequência de jogos digna de Jeremy Lin. Terminou o mês de março com médias de 18,9 pontos, 7,7 assistências, 3,5 rebotes, 1,8 roubo de bola e 46,4% nos arremessos, como o ponto nevrálgico do ataque. Um rendimento bem conveniente, considerando que estava prestes a se tornar um agente livre. Dragic em alta no mercado.

Sua produção chamou atenção, no fim, do próprio Phoenix Suns. Decidido a seguir um novo rumo, se desligando dolorosamente de Nash, o clube telefonou para o agente do esloveno de imediato, com uma proposta de US$ 7,5 milhões anuais, e quatro anos de duração. Mais do que o triplo que havia ganhado em 2011-2012.

Nesta gangorra descrita acima, notem que os campeonatos de alta do esloveno foram aqueles que terminaram anos pares. A próxima temporada termina em 13. Perigo?

Gentry e o Suns esperam que seja só uma coincidência fútil. Qualquer descuido, tropeço do armador custaria muito caro para o clube que tanto dependeu de Nash nos últimos sete, oito anos e agora confia num Dragic amadurecido e fortalecido para iniciar uma nova era. Não é fácil para ninguém assumir essa responsabilidade, mas ele topou. Agora vai ser marcado de perto.

*  *  *

Reforçando a trapalhada da diretoria do Suns: eles tinham Dragic, o repassaram para Houston com uma valiosa escolha de primeira rodada – os novatos geralmente são um bom investimento, por ganharem abaixo da média da liga –, e usaram Brooks por apenas meia temporada e, depois, dispensaram o baixinho, que havia se mandado para a China, sem levar nada em troca para limpar sua folha salarial e, claro, repatriar seu ex-atleta. Brooks assinou com o Sacramento Kings. Where amazing happens.

*  *  *

Dragic acaba com o Spurs em San Antonio

A incrível atuação de Goran Dragic no Texas

Sobre aquela noite mágica na vida de Dragic, contra o Spurs: foi antes de tudo uma ironia pelo fato de o Suns ter comprado justamente dos texanos a escolha do Draft que resultou em sua contratação.

Mas a importância de sua atuação foi muito além desta anedota, devido ao histórico de eliminações de sua equipe pelas mãos de Tim Duncan & cia – e fora muitas decepções no Arizona, acreditem.

Em maio de 2010, o Suns dessa vez chegava a San Antonio com seu mando de quadra defendido, tendo vencido os dois primeiros jogos. Com o esloveno fazendo chover em quadra, conseguiu uma importantíssima vitória para abrir 3 a 0 e se livrar de alguns fantasmas. Foram 23 pontos de Dragic apenas no quarto período, com bandejas, ganchos, chutes desequilibrados, bolas de três e fintas para todos os lados. Relembre:

PS: O Suns acabou alcançando a final do Oeste neste ano, perdendo para o eventual campeão Lakers. Preocupado com o rendimento de Dragic no confronto com seus reservas, Phil Jackson descobriu um ponto fraco do armador: Sasha Vujacic, seu compatriota. Os dois não se bicam de jeito nenhum, o que era um segredo até o momento. Ninguém ia dar bola para uma rivalidade entre dois eslovenos, claro. Mas o Mestre (nem tão) Zen foi informado sobre o histórico e sacou o ala do banco. Irritante que só, Vujacic, hoje no basquete turco, tirou seu velho conhecido do sério:


Bynum, aquele que preferiu sair de Los Angeles
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Giancarlo Giampietro

Aos poucos, o futebol, nosso futebol, ganha um status cult entre os jogadores da NBA, e a presença cada vez maior de atletas de fora do país. No Lakers, Kobe Bryant começou a acompanhar Pau Gasol nessa. Andrew Bynum também começou a gostar da coisa – adiou até mesmo uma cirurgia no joelho para ver a Copa do Mundo da África do Sul de perto.

Kobe e Gasol são Barcelona.  Bynum preferiu adotar o Real Madrid.

Bynum, do Philadelphia 76ersPara o universo em torno do Lakers, jornalistas inclusos, o pivô sempre foi um tanto enigmático, difícil de compreender. Profundamente imaturo x apenas aprendendo, desinteressado x tranquilo, passivo em quadra x alienado por Kobe. Até mesmo um Phil Jackson, o Mestre Zen, teve dificuldade de decifrá-lo e não conseguiu extrair, consistentemente, o melhor basquete do pivô.

Que é o que o exigente Chris Collins espera fazer agora pelo Philadelphia 76ers. Para onde o gigantão foi trocado, sem sentir o menor remorso, mais uma vez na contramão do que geralmente se vê na liga. É de esperar, oras, que os atletas queiram ir para Hollywood e, não, sair de lá.

Na Costa Leste, Bynum vai estar pertinho de casa (New Jersey), o que lhe agrada bastante. Em sua apresentação, durante a semana, foi aclamado por uma legião carente de torcedores do Sixers. Essa rapaziada já vibrou com Julius Erving, Moses Malone, Charles Barkley e Allen Iverson e, nos últimos anos, precisou se confortar com Andre Iguodala, que é um belo jogador, mas não alguém que fosse vender muitos ingressos ou elevar a equipe a um padrão de candidato ao título. Agora eles abraçaram o pivô como esse atleta.

Para o ex-angelino, no fim, é isso o que mais importa. Ser o dono, a referência de uma equipe, aos 24 anos, sete anos depois de ter entrado na liga como o jogador mais jovem da história, vindo direto do colegial para ser escolhido em décimo, de modo visionário e ousado, pelo Lakers.

“Vejo isso como uma oportunidade de assumir o time e ser ‘O Cara’ e avançar com minha carreira. Algumas metas pessoais seriam mais realistas de se obter aqui”, disse Bynum. “Quero ver o quão longe posso levar uma equipe”, afirmou.

Phil Jackson e Andrw Bynum

Nem o Mestre Zen captou a essência de Bynum

O jornalista-escritor Roland Lazenby, que está biografando Michael Jordan neste exato momento e tem boas fontes em Los Angeles, acredita que o pivô está pronto para estourar. “Ele é um homem inteligente. Ele é um jovem inteligente e não apenas por assim dizer. Temos gente brilhante no basquete e gente brilhante. Andrew Bynum é brilhante”, afirmou.

Bynum pode se distanciar, então, da NBA mundana por seu intelecto? Assim como o próprio Phil Jackson fez nos anos 70, caindo de cabeça na contracultura? Não é todo dia que algum jogador vá citar uma frase do general George S. Patto (sim, aquele do filme), célebre na cultura militar norte-americana. Questionado se ele poderia sentir a responsabilidade em Filadélfia, ele respondeu que: “A pressão gera dimantes”.

Ao mesmo tempo, ainda estamos falando do mesmo jogador que pode cometer lances estúpidos como estes do vídeo abaixo, em que se descontrola e desce a marretada em jogadores menores de modo desleal. Seu progresso pelo Sixers já é, desde já, um dos temas da próxima temporada da NBA.


Kobe + Nash: vai ou tem de funcionar
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Giancarlo Giampietro

Kobe Bryant e Steve Nash

Kobe e Nash, agora aliados

Sabe qual foi a última vez que o Kobe Bryant jogou com um armador bom de verdade?

Foi… Tipo… Em… Hããã…

Nunca.

Não vale falar do Gary Payton. Não por ele não ter sido um craque. O que pega é que ele jogou só por um ano em L.A., e foi sob o comando de Phil Jackson num sistema que dispensava os jogadores desse ofício. Logo, também não pode responder Derek Fisher, Brian Shaw, Ron Harper, Steve Blake, John Celestand e, claro, Mike Penberthy. Sob o sistema vencedor do Lakers, não importava muito. Ainda mais com um ala como o Kobe, habilidoso no drible que só, ao lado.

Pois é.

Agora tem o Nash e o Kobe.

Eles já jogaram juntos como All-Stars , e só. De resto, foram batalhas de um contra o outro, feito grandes rivais na Conferência Oeste.

Agora vão repartir a bola, e Kobe vai ter, sim, que responder aos questionamentos que sempre rodearam a carreira do ala, algumas vezes com razão, outras vezes de modo descabido.

Vai pedir que o Kobe compartilhe a bola com Smush Parker? Não, né?

Agora, com Nash, é outra história. Trata-se de outro jogador que está acostumado a controlar a bola por um longo tempo, estando os outros atleta conscientes, claro, de que podem recebê-la a qualquer momento, precisando ficar atentos para completar a assistência.

Como essa dinâmica entre Kobe e Nash vai funcionar é uma das grandes histórias, desde já, para a próxima temporada. Diz o insider Adrian Wojnarowski, infalível, que os dois astros já se falaram por telefone na segunda-feira e até mesmo nesta terça, antecipando o acerto. O que será que falaram? O mais óbvio e prudente seria: que eles ajudarem um ao outro, um diminuir a carga do outro. São bem grandinhos para isso.

Algumas notas sobre a transação:

– Kobe e Nash foram draftados no mesmo ano: 1996. Kobe na posicão 13, pelo Hornets, logo repassado ao Lakers, e Nash na 16ª, pelo Suns.

– Aos 38 anos, Nash vai receber cerca de US$ 24 milhões por três temporadas. Se o santo não bater, ainda pode ser trocado.

– Neste ponto, não adianta muito citar a idade de Nash. Enquanto tiver Kobe em seu elenco – e ninguém pensa em trocá-lo, ok?, e seu contrato vai até 2014 –, o Lakers não pode/consegue pensar seriamente em uma renovação no elenco.

– Nash jogou muito com a bola em mãos durante a carreira e ainda tem médias de 49,1% nos arremessos de quadra e 42,8% de três pontos. Logo, com Kobe e grandes pivôs ao seu lado, pode chegar a…

PS: Veja o que foi publicado pelo blogueiro sobre o Lakers em sua encarnação passada.