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Jukebox NBA 2015-16: Cavs, LeBron e os Beatles
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Giancarlo Giampietro

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Vamos lá: a temporada da NBA se aproxima rapidamente, e o blog inicia sua série prévia sobre o que esperar das 30 franquias da liga. É provável que o pacote invada o calendário oficial de jogos, mas tudo bem, né? Afinal, já aconteceu no ano passado. Para este campeonato, me esbaldo com o YouTube para botar em prática uma ideia pouco original, mas que sempre acho divertida: misturar música e esporte, com uma canção servindo de trilha para cada clube. Tem hora em que apenas o título pode dizer algo. Há casos em que os assuntos parecem casar perfeitamente. A ver (e ouvir) no que dá. Não vai ter música de uma banda indie da Letônia, por mais que Kristaps Porzingis já mereça, mas também dificilmente vai rolar algo das paradas de sucesso atuais. Se é que essa parada existe ainda, com o perdão do linguajar e do trocadilho. Para mim, escrever escutando alguma coisa ao fundo costuma render um bocado. É o efeito completamente oposto ao da TV ligada. Então que essas diferentes vozes nos ajudem na empreitada, dando contribuição completamente inesperada ao contexto de uma equipe profissional de basquete:

A trilha: “Golden Slumbers/Carry That Weight/The End/Her Majesty”, por eles, The Beatles

Por quê? Antes de mais nada, o blog já se defende de possíveis críticas de que tenha roubado aqui ao escolher quatro faixas para escrever sobre o Cavs, em vez de uma. Mas, calma lá, campeão: é simplesmente ouvir o trecho final de “Abbey Road” e separar uma da outra. Este é um medley de verdade, uma jam session feita para ser ouvido de uma vez. E o título de cada faixa se encaixa quase que perfeitamente para a História do Reencontro do (Autodenominado) Rei e seus Cavaleiros. Só precisa de uma adaptação.

Primeiro lidamos com os os sonhos dourados de LeBron. “Uma vez havia um caminho de retornar para casa”, canta Paul McCartney com leveza, como se fosse um cantiga de ninar. “Os sorrisos acordam quando você se ergue”, também diz. Depois, os Beatles vêm num coro opressor: ah, é? Voltou, mesmo!? Então vai ter de “carregar aquele peso por um tempão“. É, garoto, um peso, e tanto.  Aí que estamos chegando ao fim, como o jogador sabe, como o time sabe. Macca avisa: “E no fim, o amor que você toma é igual ao amor que você faz”. Não pensem em impurezas, meninos, mas na relação de adoração de Ohio/Cleveland ao prodígio, e o que ele pode dar em troca. Para fechar, aí a gente troca o “her” por “him”, embora em português fique tudo na mesma: “Sua Majestade“, o Rei, e não a Rainha, e como cortejá-lo.

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Vai… tem tudo a ver, né? Para além da solenidade que foram as últimas gravações dos Beatles em 1969. Pois tudo o que se passa em Cleveland nesses dias gira em torno de LeBron. De maneira justa, ou não, ele tenta tomar o clube de refém, com o proprietário Dan Gilbert e o gerente geral David Griffin oferecendo resistência pontual aqui (David Blatt infernizado pelo astro) e ali (as negociações arrastadas e ridículas com Tristan Thompson). Agindo desta maneira, pressionando a franquia via redes sociais, e tudo, retomo o que já escrevi em relação ao campeonato passado: enquanto agir desta forma, LeBron vai ter de arcar com as consequências. Se ele quer ser o Rei, déspota, vai ter de se responsabilizar pelo que acontece no final. Se o Cavs perdeu para o Warriors, foi ele que perdeu. Pois não dá para interferir na função dos outros, em algo que não lhe compete, e, no final, com mais um vice-campeonato no currículo, culpar os Deuses ou a família Gilbert.

A pedida: vice-campeonato da Divisão Central!

(“Ha!”, expressaria o Mallandro.)

Cavs, campeão do Leste: muito pouco para Gilbert e LBJ

Cavs, campeão do Leste: muito pouco para Gilbert e LBJ

É título ou nada para os LeBrons, claro. Já poderia ter acontecido no campeonato passado, não fosse a derrocada física do time nos mata-matas, por lances de azar, como o golpe de Kelly Olynyk em Kevin Love e a fratura no joelho de Kyrie Irving durante as finais. A tendência é falar que eles levariam. Mas, com as duas estrelas em forma, talvez o sistema utilizado por Blatt (ou LeBron…) seria diferente. A dinâmica da série seria outra, então vai saber.

Fato é que, com a atual formação, eles têm time para acabar com a maldição de Cleveland. O elenco é balanceado e tem arremesso, bons defensores no perímetro e uma coleção de pivôs para marretar o adversário, mesmo sem Thompson, sejá lá quando a diretoria e a turma de LBJ vá resolver isso.

A negociação com o pivô canadense pode dizer muito sobre o time. Não necessariamente devido aos seus talentos, mesmo que ele seja um defensor extremamente valioso por sua capacidade para frear armadores no pick-and-roll e que também represente um pesadelo no ataque aos rebotes ofensivos. Daí a pedir US$ 94 milhões por cinco anos de contrato (ou o equivalente a essa quantia em três anos), mesmo na nova economia bombada da NBA, é se colocar para além da fronteira do absurdo.

A franquia e o jogador ficam num impasse curioso. Da parte do jogador, se mantiver a pedida, ele e sua agência (que, na prática, gente, tem LeBron como sócio) vão simplesmente ter de torcer para que as coisas no Cavs deem errado, seja pelo acúmulo de reveses ou lesões. Para constar, Mozgov está voltando de cirurgia recente no joelho, Varejão ainda precisa tirar a ferrugem vindo de uma no tendão de Aquiles e mesmo Love também está nos últimos estágios para retornar de operação no ombro. Ah, sim, e Kyrie Irving e Iman Shumpert ainda não têm data prevista para retorno.

Bem legal, não?

Get it done!!!! Straight up. #MissMyBrother @realtristan13

Uma foto publicada por LeBron James (@kingjames) em

Se essa situação se arrastar por mais algumas semanas e o time sofrer em quadra devido aos desfalques, então a diretoria poderia se sentir pressionada a arrefecer nas conversas e dar ao outro lado o que eles pedem, que é uma demanda ridícula. Ou isso, ou Thompson vai ficar o ano inteiro parado, perder alguns milhões para já e voltar ao mercado do ano que vem como agente livre… Mas novamente restrito, com sua cotação muito provavelmente avariada.

Da parte da franquia, existe sempre o risco LeBron. O craque vai continuar pressionando? Seria ele capaz de “entregar” jogos para ajudar seu amigo e cliente? Talvez seja um exagero até mesmo cogitar isso, mas, nos bastidores, o quanto de escarcéu ele poderia fazer? E o restante do time? Conseguiriam ficar alheios ao tumulto? Aqui, de primeira, vejo esse lenga-lenga como a principal – e talvez única – ameaça ao Cavs no Leste.

Em termos de apostas, imaginar o Cleveland campeão da conferência é aquela mais chega perto de uma barbada.  O Atlanta tem um grande desafio que é replicar a química da temporada passada, enquanto confere se é possível jogar desta forma com uma linha de frente mais alta e pesada. O Chicago passa por alterações muito mais drásticas em seu sistema. Para mim, dependendo desses ajustes, seriam os únicos candidatos a aprontar. De resto… o Washington não tem artilharia para aprontar nesse nível, assim como o Toronto Raptors ou os emergentes Boston Celtics e Milwaukee Bucks.

LeBron, é tudo dele

LeBron, é tudo dele

Então creio que ficamos nisso: o maior inimigo do Cavs em sua conferência pode ser seus bastidores, com a relação entre LeBron e Blatt também merecendo atenção.

A gestão: tentando se estabelecer. Aqui, as coisas vão depender muito do comportamento de LeBron e de como Dan Gilbert vai reagir a isso. David Griffin mostrou na temporada passada que, mesmo sob grande pressão, é um grande negociador, fazendo valer os elogios que recebia dos companheiros quando era assistente de Colangelo e Kerr em Phoenix. As trocas que fechou no meio da temporada, com o aval do craque, diga-se, salvaram o time e deram a Blatt mais matéria-prima com que trabalhar, para além do trio de astros e dos amiguinhos do Rei. O processo continuou este ano com a adição de Kaun (excelente finalizador próximo ao aro, forte toda a vida, bom patrulheiro de garrafão, para compor uma rotação russa de pivôs gigantes), Richard Jefferson (experiência, chutes da zona morta e versatilidade num corpo ainda mais ativo que o de James Jones) e, principalmente, Mo Williams (num papel reduzido, vindo do banco de reservas, como lhe cai bem, ao mesmo tempo que serve como uma apólice parcial de seguro para as lesões de Irving).

Inseguro ou ultrajado, Blatt se comportou de modo arrogante em alguns momentos da temporada passada, embora isso deva ser minimizado devido ao contexto ao seu redor. A contratação de LeBron jogou pressão para cima do técnico desde o início e é complicado de se estabelecer um relacionamento com um astro dessa magnitude. Por outro lado, nos playoffs, depois de ser salvo por Tyronn Lue com um pedido de tempo que poderia ser desastroso na série contra Chicago, o treinador deu seguidas provas de como pode ser uma peça valiosa para o time, até que a virada que o Cavs sofreu na final voltou a suscitar relatos preocupantes sobre como ainda estaria sendo destratado pelo seu principal jogador.

O brasileiro: Anderson Varejão só quer uma coisa: ficar saudável e poder completar uma temporada, ou pelo menos chegar à marca de 70 partidas pela primeira vez desde… 2011. São muitas lesões desde, então, o que é a pior coisa que pode acontecer para um atleta. O Cavs, em teoria, mesmo sem Thompson, estaria coberto dessa vez para inserir o pivô aos poucos em sua rotação e preservá-lo para a hora que importa – um controle de minutos, abaixo de 20 por partida, talvez fosse o mais recomendável. O duro é que, no início de campanha, com Thompson fora e a dupla titular em fase de reabilitação, pode ser que seus serviços já sejam exigidos.

Kevin Love, agora de bem com a vida e tudo o mais?

Kevin Love, agora de bem com a vida e tudo o mais?

Olho nele: Kevin Love. Se formos comparar sua produção com a dos tempos de Minnesota, obviamente sua primeira temporada em Cleveland foi inferior. Mas, como terceira opção no ataque, isso era mais que esperado. De qualquer forma, Blatt, LeBron e Irving reconhecem que os diversos talentos do ala-pivô (como referência no garrafão, reboteiro ofensivo e passador a partir do poste alto) não foram aproveitados na medida da certa, com o jogo muito focado nas jogadas de pick-and-roll com os outros dois astros. Ele tem agora um contrato polpudo (U$ 110 milhões por cinco anos) e gente empenhada para que seu jogo se encaixe e deixe a equipe ainda mais perigosa. Quanto melhor ele jogar e quanto mais isso durar, pior fica a situação de Tristan Thompson como agente livre. Com o time completo, tendo Love ao lado de LeBron e Mozgov na linha de frente, simplesmente não sobram tantos minutos para o ala-pivô canadense.

Daniel Gibson, Cleveland, card, 2007Um card do passado: Larry Hughes. Da primeira vez em que LeBron chegou a uma final de NBA pelo Cavs, em 2007, o segundo jogador que mais acumulou minutos em média nos playoffs pela equipe foi o ala-armador draftado pelo Philadelphia 76ers. O cara que havia sido contratado por Danny Ferry para ser o principal comparsa do então jovem astro de 22 anos no perímetro, embora não fosse um bom arremessador de longa distância e precisasse tanto da bola como LBJ para produzir. A passagem do ala por Cleveland não deixou saudade nenhuma, com o arrependido gerente geral se desfazendo de seu contrato assim que pôde, logo na temporada seguinte.

Tudo isso para dizer que, agora veterano, se os acidentes da campanha passada não se repetirem, James tem muito mais ajuda ao seu lado para tentar conquistar o terceiro anel de campeão e dar o troféu pela primeira vez ao clube. Com todo o respeito a Zydrunas Ilgauskas, Drew Gooden, Sasha Pavlovic, Damon Jones, Eric Snow e Boobie Gibson.


Por que você pode (quase) gostar da briga pelos playoffs no Leste?
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Giancarlo Giampietro

Enquanto a NBA mantém divisão Leste-Oeste, Pacers e Celtics têm chances

Enquanto a NBA mantém divisão Leste-Oeste, Pacers e Celtics têm chances

Não, esta não é uma tentativa de autoplágio, tá?

É que, desde o momento em que este polêeeemico (coff! coff!) artigo foi publicado, as coisas mudaram bastante. E a não-corrida pelas últimas vagas dos playoffs da Conferência Leste se tornou quase uma corrida de verdade, com a ascensão de alguns times que já estariam mortinhos da Silva no Oeste, mas que, no lado oriental dos EUA, sempre tiveram chances.

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Um termo recorrente aqui vai ser o “quase”. Sim, quase dá para gostar do que está acontecendo por lá. Só não dá para curtir de verdade quando você se toca que, enquanto equipes que mais perdem do que ganham sonham com os mata-matas, no Oeste vamos ter pelo menos dois desses caras assistindo tudo de fora: Anthony Davis, Russell Westbrook, Kevin Durant, Serge Ibaka, Dirk Nowitzki, Rajon Rondo, Monta Ellis, ou Tyson Chandler. Isso para não falar de Mitch McGary, Perry Jones, o Terceiro, Luke Babbitt, Alex Ajinça, JJ Barea e do sargento Bernard James.

Muita sacanagem, gente.

Especialmente no caso do Monocelha, que ainda sustenta o maior índice de eficiência da história da liga.

De qualquer forma, aqui estamos. Com o Indiana Pacers, agora em sétimo, tendo uma das melhores campanhas do Leste desde o All-Star Game. Com o Boston Celtics curtindo a segunda maior sequência de vitórias em voga – cinco, atrás apenas das seis do Utah Jazz de Rudy Gobert. Esses dois times (quase) emergentes estão empatados com o Miami Heat, restando 16 partidas para ambos. O atual tetracampeão do Leste vive um sufoco danado para manter a oitava posição. Um pouquinho abaixo, em décimo, com apenas um triunfo a menos, o Charlotte Hornets também vai dizer que tem boas chances nessa. Jesus, até mesmo o Brooklyn Nets ainda acredita.

Assumindo desde já um risco aqui de considerar que o Milwaukee Bucks, mesmo sentindo falta dos chutes de fora de Brandon Knight, ‘está’ classificado. Restariam, então, duas vagas, mesmo. Vamos examinar, então, novamente os candidatos? Por que dá para (quase) gostar deles?

INDIANA PACERS (30-36)

Hill e Vogel: reflexos de uma cultura vencedora

Hill e Vogel: reflexos de uma cultura vencedora


– O que deu errado:
o quinteto vice-campeão do Leste do ano passado jamais poderia ser repetido, uma vez que Lance Stephenson se mandou para Charlotte. E aí o Paul George ainda fraturou a perna. Já era motivo para muita tristeza. Mas Frank Vogel mal podia imaginar que, por conta de mais e mais lesões, nem mesmo o trio George Hill-David West-Roy Hibbert ele poderia escalar por 20 jogos. Muita crueldade.

Como se viraram: Palmas para Frank Vogel, por favor. Mais palmas. Pode até levantar da cadeira. Que o que o técnico fez este ano é de fato admirável. O Pacers ainda marca muito. Desde 1º de fevereiro, tem a segunda defesa mais eficiente, atrás apenas de Utah. A coesão defensiva é e também um testamento da cultura estabelecida pelo treinador nos últimos anos, sempre com a orientação dos senadores Larry Bird e Donnie Walsh. Nunca, jamais subestimem a química, que amplifica o talento em quadra. A ironia é que, devido aos desfalques, Vogel se viu obrigado a buscar diversas soluções, ampliando sua rotação e preservando seus atletas (ninguém passa da casa dos 30 minutos em média). No ataque, Hill vem jogando o melhor basquete de sua carreira, enquanto Rodney Stuckey redescobriu o caminho da cesta, para compensar as diversas noites de aro amassado durante a campanha. Luis Scola também ressuscitou e segue aplicando seus truques para cima dos adversários, mantendo o alto nível no garrafão quando West sai. Viver de Solomon Hill e CJ Miles para pontuar seria impossível.

– Campanha na conferência: 22-18.

Últimos 10 jogos: 7-3.

O que vem por aí: 7 jogos em casa, 9 fora, e adversários com aproveitamento de 51,2% e 4 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

MIAMI HEAT (30-36)

erderam um tal LeBron James. De modo que a equipe voltaria a ser de Dwyane Wade. Mas as constantes lesões de Wade, mesmo quando ele era apenas o braço direito de LBJ seriam um problema. Foi o que aconteceu. O entra-e-sai do astro, que já perdeu 18 partidas, atrapalha demais, quebrando o ritmo da equipe. Ainda mais depois de Chris Bosh ter sido afastado por conta de uma embolia pulmonar e de Josh McRoberts mal ter feito sua estreia. Contar com jogadores desgastados como Luol Deng, Chris Andersen e Udonis Haslem na rotação também pesa numa reta final de temporada.

Como se viraram: encontraram Hassan Whiteside perdido por aí. E, claro, fecharam uma troca por Goran Dragic. Vai precisar de mais tempo para o esloveno sacar quais as características peculiares de seus companheiros, mas sua visão de jogo, agressividade e categoria compensam demais. Era isso, ou Norris Cole: escolham. Pat Riley deve ganhar todos os elogios devidos por essa negociação, mas também precisa ser louvado pela atenção que tem com sua filial da D-League, recrutando jogadores mais que úteis – e baratos – como Tyler Johnson e Henry (ex-Bill) Walker para encorpar o banco de Erik Spoelstra.

Últimos 10 jogos: 5-5.

– O que vem por aí: 8 jogos em casa, 8 fora, adversários com aproveitamento de 49,6% e só 2 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

BOSTON CELTICS (30-36)

Brad Stevens obviamente saberia como usar os talentos de Thomas

Brad Stevens obviamente saberia como usar os talentos de Thomas


– O que deu errado:
se Indiana e Miami sofreram com lesões, em Boston os desfalques foram “forçados” – pelas constantes trocas de Danny Ainge. Rajon Rondo e Jeff Green, enfim, foram negociados. Brandan Wright, Tayshaun Prince e Jameer Nelson mal chegaram e já foram repassados. Dos que estão fora hoje, só Jared Sullinger foi encaminhado para o departamento médico. Ao todo, Brad Stevens teve 22 jogadores em quadra (mais que quatro quintetos) e 11 titulares diferentes.

– Como se viraram: tal como Vogel, Stevens merece a ovação popular, por ter conseguido manter um senso de unidade e competitividade num elenco itinerante, no qual nenhum jogador parecida estar 100% garantido. Não só isso: soube desenvolver ou aproveitar melhor as diversas peças que recebeu, com um quê de Rick Carlisle nessa. Poderia até ser candidato a técnico do ano em um campeonato mais frágil, mas só vai ganhar, mesmo, menções honrosas em listas lideradas por Steve Kerr e Mike Budenholzer – para não falar de Terry Stotts, sempre subestimado. Está certo que as mudanças não foram sempre para o mal. Isaiah Thomas perdeu os últimos jogos, mas se encaixou perfeitamente num time carente por cestinhas, enquanto Tyler Zeller, contratado em julho, vai surpreendendo como referência na tábua ofensiva. Para não falar de Luigi Datome, o Gigi, já um herói popular em Boston e que mal via a quadra em Detroit.

Campanha na conferência: 18-21.

Últimos 10 jogos: 7-3

– O que vem por aí: 7 jogos em casa, 9 fora, adversários com aproveitamento de 49,8% e 4 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

CHARLOTTE HORNETS (29-36)

MKG: um dos maiores malas na defesa, né, Wess?

MKG: um dos maiores malas na defesa, né, Wess?

– Os problemas: para um time cheio de carências no ataque, a contratação de Lance Stephenson foi uma tremenda decepção. O ala-armador só contribuiu para uma coisa: deixar o vestiário conturbado. E aí que, para piorar, Al Jefferson perdeu dez partidas e em algumas de suas incursões estava claramente debilitado. Para completar, Kemba Walker passou por uma cirurgia no joelho. Ficava difícil pensar em fazer pontos. Do outro lado, Michael Kidd-Gilchrist fez muita falta por cerca de 20 jogos.

As soluções: Steve Clifford respirou fundo em um início de campanha horroroso e conseguiu colocar as coisas no trilho, contando com uma senhora ajuda da fragilidade de seus adversários. Quando a defesa encaixou – coincidentemente, com o retorno de MKG, um Tony Allen supersize –, Charlotte já não se preocupava mais com a frequência que a bola estava caindo. Até porque essa fase coincidiu com as melhores semanas de Kemba como profissional, até sua lesão acontecer. De qualquer forma, uma troca totalmente subestimada por Maurice Williams acabou se revelando salvadora. O armador veio do Minnesota para cumprir aquilo que faz melhor: esquentar a munheca aqui e ali oupor um curto período de tempo. Tudo de que o Hornets precisava.

Campanha na conferência: 22-17.

– Últimos 10 jogos: 6-4.

O que vem por aí: 7 jogos em casa, 10 fora, adversários com aproveitamento de 50% e 5 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

BROOKLYN NETS (27-38)

Um Thaddeus Young não é o bastane para Brooklyn

Um Thaddeus Young não é o bastane para Brooklyn

– O que deu errado: Um russo bilionário que já teve a ousadia de desafiar Vladmir Putin em uma eleição presidencial ordenou que o time vencesse, e vencesse o título logo de cara? Sim. Seu gerente geral, que já havia se atrapalhado todo com movimentos imediatistas em seu emprego anterior, abraçou a causa? Claro que sim. Para isso, ele torrou escolhas de Draft para contratar estrelas que obviamente já haviam passado de seu auge há um bom tempo? Hmm… SIM! O que será que deu errado, então? Nem sei. Sem contar as constantes trocas de técnico, um ginásio lindo, mas que não pode ser chamado de casa, mais lesões de Brook Lopez etc.

– As soluções: fora Thaddeus Young, a primeira vez na história em que o jogador que eles receberam ser a peça mais jovem numa troca (por Kevin Garnett)? Difícil de achar outra. Ok, talvez o fato de não terem se precipitado ao demitir Lionel Hollins. Nem mesmo o fato de estarem no Leste é tão relevante aqui…

– Campanha na conferência: 11-19.

– Últimos 10 jogos: 4-6.

– O que vem por aí: 11 jogos em casa, 6 fora, adversários com aproveitamento de 52,3%, 4 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

Se for pensar, Indiana vive o melhor momento, mas pode ser algo frugal, com uma tabela difícil pela frente. Miami simplesmente não pode pensar em perder Wade (e o cabeça-de-vento Whiteside) por dois ou três jogos, enquanto tem o calendário mais fácil entre esses. Boston está no meio do caminho entre eles e é o time que menos depende de um só atleta. Charlotte precisa resolver o que fazer com a dinâmica Kemba/Mo Williams agora, ao passo que vai jogar muito mais como visitante e tem seis jogos back-to-back, no final do campeonato. Já o Brooklyn nem tem um fator casa verdadeiro para se empolgar com as 11 partidas em seu ginásio. Tudo isso para dizer que não tenho ideia do que vai sair dessa disputa.

A única certeza é a de que o Detroit Pistons já está eliminado, podendo Stan Van Gundy se concentrar no que Reggie Jackson não consegue fazer em quadra. De resto, um palpite mais conservador poderia pender para os finalistas da conferência dos últimos dois anos, não? Se os playoffs já começaram para os cinco clubes acima, a experiência do que sobrou de seus núcleos poderia fazer a diferença. Mas eles obviamente estão numa posição tão frágil como a dos demais. De novo: são times que mais perderam do que venceram durante a campanha. Boa sorte apostando em qualquer um deles. Talvez o melhor fosse realmente virar os olhos para o Oeste e aproveitar os últimos jogos do ano para Wess ou Monocelha. Um deles infelizmente vai ficar no quase.


Mo Williams e o clube improvável dos 50
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Giancarlo Giampietro

Mo Williams acertou tudo contra o Pacers. Aberração?

Mo Williams acertou tudo contra o Pacers. Aberração?

Wilt Chamberlain era uma aberração tamanha que, com a camisa do Philadelphia Warriors, marcou 100 pontos numa só partida, contra o New York Knicks, no dia 2 de março de 1962. Ninguém jamais chegou perto dessa quantia centenária – a não ser que dê para considerar o déficit de 19 pontos do recorde pessoal de Kobe Bryant, atingido contra o Toronto Raptors em 22 de janeiro de 2006, como algo mínimo.

Aspirar a 100 pontos num jogo de NBA hoje, sabemos, é algo quimérico. Se for para atingir a metade disso, porém, muda o cenário, não? OK: ninguém vai falar que é fácil terminar um jogo com cinquentinha. Mas em diversas ocasiões a marca já foi batida, a ponto de ter se tornado uma “meta clássica”. Uma soma que define um clube famoso, do qual participam grandes cestinhas como Wilt, Jordan, Baylor, Kobe, Iverson, Wilkins, Malone, Carmelo, entre outros.

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>> 30 times, 30 fichas sobre a NBA 2014-2015

Mas, de acordo com a lei do randômico, do sonhar-é-possível, numa liga que filtra os melhores atletas do mundo, recursos não faltam para um ou outro penetra entrar nesse grupo. Como acabou de fazer o armador Mo Williams, ao anotar 52 pontos na tão esperada vitória do Minnesota Timberwolves sobre o Indiana Pacers, terça-feira.  Quem poderia esperar por um evento desses? Ricky Rubio certamente, não. Muito menos LeBron, que teve em Williams seu principal parceiro de ataque em sua primeira passagem por Cleveland.

Quebrando um galho no revezamento com o jovem Zach Lavine desde a lesão de Rubio, Williams tinha média de 11 pontos por partida na temporada. Hoje tem 12,4. Aos 32, ele se tornou o quarto mais velho da história a se tornar um outro tipo de cinquentão.

O mais legal: a maior fonte de pontos para o armador na partida contra o Pacers foi justamente aquela bola que é julgada como a mais ineficiente da NBA nestes tempos, o tiro de média distância. Para deixar claro, no jargão da liga, o arremesso de média é todo aquele que não sai dentro do garrafão ou além da linha de três pontos. Nesta zona intermediária expandida, ele converteu 11 de 19 arremessos. Foi o máximo que um jogador conseguiu converter durante todo o campeonato, e bem acima de sua própria média de apenas dois cestas dali por partida.

O jogador natural de Jackson, no Mississipi, viveu seu auge entre 2005 e 2009, ano no qual, escoltando LeBron, foi eleito para o All-Star Game. Nas três campanhas, teve média superior a 17 pontos por partida (naquela temporada, chegou a marcar 44 e 43 pontos em vitórias, respectivamente, sobre Phoenix e Sacramento). Desde então, porém, sua cotação só caiu, lhe restando um papel que realmente é o mais indicado para suas características: um armador fogoso vindo do banco de reserva. Função que executou tão bem pelo Blazers no campeonato passado. Em Minnesota, numa jovem equipe, parece deslocado. Ao menos sua jornada inesquecível valeu para encerrar uma sequência de 15 reveses do time de Andrew Wiggins.

No geral, Maurice converteu 19 de 33 arremessos de quadra. Quando viu que era dia, brincou com os orgulhosos defensores de Indiana de que não adiantaria marcá-lo, já que ele estava com a sensação de que a cesta tinha a largura do Oceano Pacífico. Com essa confiança toda, não só ele estabeleceu seu recorde pessoal e o recorde de pontos da temporada 2014-2015, como também garantiu ingresso no clubinho alternativo dos 50 pontos, se juntando a mais algumas figuras que jamais apareceriam como favoritos numa casa de apostas.

Vejamos:

Terrence Ross, 51 pontos, 2014: o ala do Raptors foi a referência automática para completar as notas sobre Mo Williams, já que havia sido o caso improvável mais recente, depois de ter marcado 51 pontos contra o Los Angeles Clippers na temporada passada, igualando o recorde da franquia, antes pertencente a Vince Carter. Ele era o jogador com a menor média de pontos até se tornar um cinquentão, com 9,3 pontos  – sendo que sua principal marca havia sido de 26 pontos. Muitos consideram a explosão de Ross como a mais bizarra, por isso. Abaixo, vejo casos mais estranhos, especialmente pelo fato de Ross ser tão jovem (hoje tem 23, mas eram 22 anos quando realizou a melhor partida de sua vida). Ainda não sabemos aonde vai parar a carreira do talentoso ala, desses raros caras que poderia vencer tanto um torneio de 3 pontos como de enterradas. Ah, uma coisa: seu time perdeu mesmo assim, por 126 a 118. Ao final da partida, ele ouviu de Jamal Crawford: “Bem-vindo ao clube dos 50 pontos”. O ala-armador chegou a fazer 52 contra o Miami Heat em 2007 – mas não entra nessa lista, já que é um cestinha prestigiado em toda a liga.

Andre Miller, 52 pontos, 2010: o armador é um baita jogador, não há dúvida. Mas nunca foi reconhecido como um perigoso pontuador de mão cheia, né? Sua fama é muito maior como a de organizador de jogadas (chegou a liderar a NBA em assistências em 2001-02, com 10,9), o que, aos 38, ainda lhe rende um bom emprego como reserva de John Wall em Washington. Pois com a camisa do Portland Trail Blazers, clube no qual não agradou tanto assim, aliás, aos 33 anos, ele destroçou a defesa do Dallas Mavericks, aproveitando seu tamanho, força e inteligência no jogo de pés de costas para a cesta, para liderar uma vitória bastante apertada: 114 a 112, com prorrogação. Foram 25 pontos entre o quarto final e o tempo extra, para ele ficar a dois pontos do recorde da franquia estabelecido por Damon Stoudamire. Sua média era de 12,6 pontos até então. No duelo com os texanos, Miller deu apenas duas assistências.

Brandon Jennings, 55 pontos, 2009: o armador já havia causado sensação nos Estados Unidos ao abrir mão do basquete universitário para jogar uma temporada na Itália, antes de entrar na NBA. Quando chegou ao Milwaukee Bucks, empolgado e tentando mostrar serviço (já era muito questionado pelos scouts naquela época…), causou estragos imediatos, marcando um mínimo de 24 pontos em sete de seus primeiros 11 jogos. O melhor deles foi contra o Golden State Warriors em 14 de novembro de 2009, na mesma temporada de Miller. Foram 21 cestas de quadra em 34 tentativas, incluindo 7-8 nas bolas de longa distância. Ele também deu cinco assistências. Em sua carreira, porém, ele nunca passou da média de 40% nos arremessos de quadra numa temporada e converte 35,1% nos tiros de três. Agora é Stan Van Gundy quem tenta canalizar o potencial do irregular armador em sua arrancada em busca dos playoffs com o Detroit Pistons.

Tony Delk, 53 pontos, 2001: num Phoenix Suns dirigido por Scott Skiles, com Jason Kidd e Penny Hardaway no elenco, foi Tony Delk, de 27 anos e campeão universitário por Kentucky nos anos 90, quem arrebentou com a boca no balão contra o emergente Sacramento Kings no dia 2 de janeiro, começando o ano novo com tudo. Dos 27 arremessos que tentou, errou apenas sete  (74% de aproveitamento) – e nenhum deles foi de longa distância. Matou também 13 de 15 lances livres, para compensar. Ainda assim, o Suns foi derrotado na capital californiana, na prorrogação, com ótima atuação da dupla sérvia Stojakovic e Divac, que somaram 77 pontos. Um ano depois, ainda com a fama de cestinha vindo do banco, Delk seria trocado para um impaciente Boston Celtics, que mandou um jovem ala chamado Joe Johnson para o Arizona… O veterano deixaria a histórica franquia em 2003, tendo ao menos ajudado o time de Paul Pierce e Antoine Walker a alcançar dois playoffs – em 2002, perderam a final do Leste para o Nets. Aos 32, ele viu sua carreira se encerrar, pelo Detroit Pistons, anotando 182 pontos, no total, na campanha 2005-06.

Clifford Robinson, 50, 2000: Robinson comandou o Phoenix Suns num triunfo sobre o Denver Nuggets, por 113 a 100, convertendo 17 de 26 arremessos em 43 minutos. Isto é, sozinho, anotou metade dos pontos do time adversário, que contava com Antonio McDyess em seu auge atlético, mais Raef LaFrentz, Popey Jones e Keon Clark na sua rotação de grandalhões. Robinson fez uma grande campanha em 1999-2000, passando da casa de 20 pontos em 28 ocasiões. Não foi uma jornada isolada: numa carreira que durou 17 anos, ele teve médias de 14,2 pontos por jogo e foi eleito para o All-Star e ganhou o prêmio de 6º homem da liga em 1993, com a camisa do Blazers, clube pelo qual foi vice-campeão da NBA em duas ocasiões. Nessa época, teve média superior a 20 pontos por quatro temporadas. E o que está fazendo aqui, então? É que, pelo Suns, o ala-pivô já estava bem longe de seu auge e se tornou o segundo jogador mais velho na história a marcar 50 pontos num jogo, aos 33 anos e 31 dias, atrás apenas de Andre Miller. Quando se aposentou em 2007, tinha 1.380 partidas de temporada regular em seu currículo, a nona maior rodagem da liga.

Tracy Murray, 50, 1998: com um nome comum desses, é bem capaz de Murray ter passado despercebido para o fã casual de NBA na década de 90. Até se esbaldar contra a fraquíssima defesa do Golden State Warriors em fevereiro de 1998, o arremessador talvez fosse mais famoso por ter sido incluído numa troca entre Blazers e Rockets que o mandou, em fevereiro de 1995, para Houston ao lado de Clyde Drexler, para ser campeão pela franquia texana. Reservão na turma de Tomjanovich, se tornou na temporada seguinte um membro fundador do Toronto Raptors. Num time fraco, conseguiu a maior média de sua carreira, com 16,2 pontos por partida. Com moral, assinou com o Washington Bullets em 1997, como agente livre. Aproveitando-se da ausência de Chris Webber e Juwan Howard, chamou a responsabilidade no ataque do técnico Bernie Bickerstaff e, em 43 minutos, converteu 18 de 29 arremessos contra um Warriors – que, vejam só, tinha Tony Delk no time titular. Murray jogou sua última partida de NBA em 2003, de volta ao Blazers, aos 32 anos, se despedindo com aproveitamento de 38,8% nas bolas de três e 9,0 pontos.

Dana Barros, 50 pontos, 1995: num decadente Philadelphia 76ers, o baixinho de 1,80 m (oficialmente, claro), viveu, de longe, seu melhor campeonato em 1994-95, sendo eleito de modo surpreendente até mesmo para um All-Star Game, com médias de 20,6 pontos e 7,5 assistências. Era seu segundo ano na Filadélfia, depois de ter passado quatro anos como reserva de Gary Payton e Nate McMillan no Seattle SuperSonics. Sua grande atuação aconteceu contra o Houston Rockets, justamente o campeão, torturando Kenny Smith e Sam Cassell –  e de nada adiantou, já que seu time foi surrado por 136 a 107. Outro que se valorizou bastante com a marca clássica em seu currículo, integrante da comunidade de ascendência cabo-verdiana de forte presença em Massachusetts, assinou, então, um belo contrato com o Boston Celtics, clube no qual ficou até 2000, sem, no entanto, repetir o sucesso. Depois de duas temporada pelo Pistons, voltou ao Celtics em 2003 para se aposentar da liga americana aos 36, com um único jogo.

– Willie Burton, 53 pontos, 1994:  o ala foi mais um a se aproveitar do elenco fraquíssimo do Sixers naquela temporada, ganhando um volume ofensivo impensável. Quando foi selecionado pelo Miami Heat na nona colocação do Draft de 1990, vindo da Universidade de Minnesota, prometia mais, mas acabou jogando por apenas oito temporadas na NBA, com média de 10,3 pontos e 42,4% de aproveitamento nos arremessos, em 21,1 minutos. Como segundo cestinha da equipe de Philly, terminou o campeonato 1994-95 com 15,3 pontos por jogo, sendo o auge os 53 que anotou justamente numa vitória contra sua ex-equipe, com 12 de 19 nos arremessos (5 de 8 em três pontos) e absurdos 24 de 28 nos lances livres, em 43 minutos, dando um banho em Glen Rice. O curioso é que, enquanto Barros conseguiu um megacontrato do Boston, Burton não recebeu nem mesmo uma proposta do 76ers. O máximo que o time lhe propôs foi um contrato sem garantias. O ala decidiu, então, jogar na Itália. Retornou em 1996 aos EUA, via Atlanta Hawks, mas com pouco prestígio. No dia 8 de março de 1999, foi dispensado pelo Charlotte Hornets, sendo obrigado a deixar o país novamente para estender sua carreira. Passou por Grécia, Rússia, em ligas menores americanas e se aposentou em 2004 no Líbano.


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