Vinte Um

Arquivo : Anderson Varejão

Varejão agora estabelece recorde de pontos na NBA, mas Cavs perde
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Giancarlo Giampietro

Depois de estabelecer seu recorde pessoal de rebotes logo na estreia, Anderson Varejão dessa vez superou sua marca pessoal de pontos em um jogo da NBA, num início de temporada simplesmente arrasador. O capixaba dessa vez somou 35 pontos e 18 rebotes em 37 minutos de ação. E seu Cleveland Cavaliers ainda perdeu para o Brooklyn Nets por 114 a 101.

Anderson Varejão x Brook Lopez

Varejão ataca o molenga Brook Lopez

A melhor marca do brasileiro na liga norte-americana até então havia sido a de 26 pontos contra o Chicago Bulls em fevereiro de 2009. Os 35 pontos da noite desta terça-feira podem ter sido, aliás, um recorde pessoal do jogador em sua trajetória como profissional. Nos tempos de Barcelona, no final de sua adolescência, é extremamente difícil pensar que tenha atingido uma marca dessas. Alguém aí de Franca por acaso se lembra de algo parecido em seu início pelo clube?

Pela seleção, o máximo que consegui achar foram 27 pontos contra Porto Rico pela Copa Tuto Marchand de 2009, um quadrangular amistoso preparatório para a Copa América em que o Brasil, dirigido por Moncho Monsalve, venceu tanto a Argentina de Luis Scola como os portorriquenhos, novamente, na casa deles. Naquele torneio continental, aliás, ele fez sua melhor campanha com o time nacional, em ótima dupla com Tiago Splitter.

Agora voltando ao campeonato 2012-2013 de Varejão em Cleveland. Afastado de boa parte da temporada passada devido a uma lesão grave no pulso, jogando enferrujado nas Olimpíadas, fica meio claro que ele entrou babando em quadra neste mês. É como se todo o aspecto selvagem de seu jogo – Wild Thing, tá? 🙂 – estivesse represado por um tempo. Abriram a porteira.

O pivô tem agora médias de 15,8 pontos e 13,7 rebotes por partida, em sete jogos (contra 7,4 e 7,2, respectivamente, em sua carreira de oito temporadas). Ele ficou fora apenas do confronto com o Golden State Warriors, devido ao joelho direito inchado após levar uma pancada duas noites antes, contra o Los Angeles Clippers. Apesar dos esforços do brasileiro, o Cavs já perdeu seis de suas oito partidas. Cinco desses duelos, porém, foram realizados fora de casa, resultando em quatro reveses.

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Enquanto o brasileiro esteve em quadra contra o Nets, o Cavs venceu por quatro pontos. Dado inferior apenas ao saldo de seis pontos que o ala Alonzo Gee conseguiu em 38 minutos. A equpe de Byron Scott sofreu, na verdade, com a produção de seus reservas, com míseros seis pontos vindos do banco, em mais de 60 minutos combinados entre seis atletas. Afe.

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Outro recorde de Anderson nesta terça: o cabeleira conseguiu 16 cestas de quadra. Até então, em sua carreira, só havia encaçapado a bola dez vezes num mesmo jogo, em quatro ocasiões diferentes – a última delas contra o Bucks em março deste ano.

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Dos 18 rebotes que Varejão apanhou contra o molenga Brook Lopez, 11 foram ofensivos. Istoé, ele já teria um double-double mesmo se não tivesse coletado nenhuma sobra na tábua defensiva. No total, na temporada ele agora soma 35 rebotes no ataque, média de cinco por partida.


Contusão no joelho breca ótimo início do “cavalo” Anderson Varejão
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Giancarlo Giampietro

Varejão, tudo pelo rebote

Varejão briga por rebote, não importando como está o joelho

O jovem pivô canadense Tristan Thompson gosta de se referir ao seu companheiro de garrafão, Anderson Varejão, como um “cavalo”.

Não no sentido de ser estabanado, faltoso em quadra, mas por sua força, seu vigor na busca por rebotes e na defesa. Disse ainda que, por isso, se pudesse, correria por eles numa disputa de turfe.

Na segunda-feira, o capixaba tentou justificar em quadra a metáfora do companheiro, quando terminou a partida contra o Los Angeles Clippers, uma vitória surpreendente por 108 a 101, com 15 pontos e 15 rebotes, mais três roubos de bola e um toco. Foi mais uma partida maravilhosa do pivô brasileiro no início da temporada 2012-2013 da NBA. E quer saber? Ele conseguiu tudo isso jogando com o joelho contundido.

Varejão sofreu uma pancada no joelho direito no primeiro quarto, mas, segundo o Cavs, acabou indo até o fim da partida seguindo a adrenalina do momento. Aquela coisa: quando você está quente, empolgado e ingora qualquer “probleminha” físico porque não quer sair de quadra.

Acontece que, depois do jogo, Varejão viu o joelho inflamar, o que acabou lhe afastando do confronto com o Golden State Warriors na quarta. Agora a franquia não sabe dizer quando o pivô vai estar disponível para retornar. Lembrando: saúde foi eleita (democraticamente por um blogueiro) como a palavra-chave para o brasileiro nesta temporada. Com apenas uma semana de campeonato, ele já tem de lidar com a primeira decepção.

Se já não fosse o suficiente para o técnico Byron Scott, o time ainda perdeu o reserva imediato do capixaba no mesmo jogo. O calouro Tyler Zeller, que vinha se integrando bem ao elenco e oferecendo bons minutos vindo do banco, sofreu uma fratura na face. “Tyler estava jogando muito bem. Sabemos como Andy estava jogando. É incrível. Você não apenas perde dois de seus melhores jogadores, mas perde também muito em tamanho”, disse o treinador.


Anderson Varejão tem estreia de gala e recorde pessoal de rebotes
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Giancarlo Giampietro

Saúde, Anderson, saúde.

Anderson Varejão quebra recorde de rebotes na NBA

Varejão apanha um de seus 23 rebotes contra o Wizards de Jan Vesely, talentoso tcheco

Essa, na opinião do blog, é a palavra-chave para o pivô brasileiro em sua campanha 2012-2013 da NBA pelo Cleveland Cavaliers.

Pois a estreia do capixaba na temporada não poderia ter sido mais saudável, nos mais diversos sentidos. Nesta terça-feira, em vitória sobre o Washington Wizards por 94 a 84 Varejão somou 23 rebotes (três acima de seu antigo recorde pessoal, contra Boston, em janeiro deste ano), 9 assistências e 9 pontos. Quer dizer, ele subverteu aquela ordem básica do relato jornalístico da liga norte-americana,  de pontos em primeiro, rebotes em segundo e assistências em sequência.

O que os torcedores de Cleveland puderam ver em quadra foram as virtudes do pivô brasileiro na sua melhor forma. Um jogador muito mais preocupado com as pequenas coisas do jogo, em dar a liga a uma equipe recheada por jogadores inexperientes, exercendo o tipo de liderança que é praticamente impossível de se dimensionar. E muito difícil de se replicar.

Foram 23 rebotes em 37 minutos de atuação, algo especial, realmente único para a liga, padrão Dennis Rodman de se rebotear – só em coletas ofensivas foram 12. Comparando, o restante do time do Cavs teve mais 31 rebotes. Os atletas do Wizards apanharam 39 rebotes no total.

Boa parte dos números foram obtidos nos três primeiros quartos de partida. Por exemplo, em seus primeiros 26 minutos de quadra, ele havia coletado 20 rebotes de cara. Absurdo.  Não houvesse o técnico Randy Wittman tomado alguma providência para bloquear o brasileiro, imagine o que sairia daí.

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Nenê realmente não estreou pelo Wizards, ainda afastado por causa de sua insistente fascite plantar. Ainda assim, a equipe visistante conseguiu ser competitiva, mesmo desfalcada também de John Wall. De todo modo, este foi um confronto que realmente não deve definir uma vaga nos playoffs do Leste.

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Kyrie Irving abriu sua temporada com tudo, anotando 29 pontos em 35 minutos. Mas a melhor notícia, na parte jovem do elenco, para os torcedores do Cavs foi o rendimento do ala-armador Dion Waiters em sua estreia como um profissional, com 17 pontos em 28 minutos. Ainda mais depois de uma pré-temporada péssima para o novato que jogou com Fabrício Melo em Syracuse e chegou a ser comparado com Dwyane Wade por alguns especialistas no Draft. Já o ala-pivô Tristan Thompson contribuiu com 12 pontos, 10 reboets e 5 assistências.

Byron Scott não poderia estar mais orgulhoso, assim como a diretoria não poderia se animar tanto: quanto maior a produção de suas jovens apostas e de Varejão, mais chances, ferramentas a franquia de Ohio tem para dar um salto e retornar ao pelotão de frente do Leste. Ou eles mantêm essa base com perspectiva de competir agora, ou podem levar a cabo o plano sigiloso de trocar o capixaba por mais peças voltadas para o futuro do clube.


Cartolas apontam Miami como grande favorito ao título e LeBron como o melhor da NBA
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Giancarlo Giampietro

Não um, mas dois, mas três...

Não adiantou o Los Angeles Lakers contratar Dwight Howard e Steve Nash de uma vez, não. Em sua pesquisa anual com os 30 gerentes gerais de suas franquias, o site da NBA constatou que esses dirigentes ainda consideram o Miami Heat como o grande candidato ao título da próxima temporada.

A equipe da Flórida recebeu 70% dos votos na enquete. O Lakers ao menos tem o consolo de ser um dos outros dois clubes mencionados, com 23,3%, superando os 7,7% do Oklahoma City Thunder, atual campeão do Oeste, que o eliminou nos últimos playoffs.

A enquete também constata uma clara elevação no status do astro nos bastidores da liga.

Dãr.

Nada como um título.

Depois de sua atuação dominante no campeonato empastelado graças ao locaute, LeBron James foi votado por 66,7% dos cartolas como favorito ao prêmio de MVP de 2013 (mesma votação de Kevin Durant no ano passado, diga-se) – 20% foram com Kevin Durant, 16,7%, com Dwight Howard e 6,7%, com Chris Paul.

LeBron no auge

Agora, sim, LeBron é o rei da NBA para os gerentes

Quando questionados sobre qual atleta eles gostariam de ter para começar as operações de uma franquia, 80% responderam seu nome, contra 16,7% de Durant e 3,3% de Howard. Em 2011, a pesquisa teve um empate entre Durant e James, com 37%. LeBron também foi eleito como o jogador que mais força os técnicos fazerem ajustes em seus sistemas para tentar conter (50%) e o melhor ala da liga (73,3%) – algo relativo, considerando as tantas funções que o craque desempenha em uma partida.

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Na eleição posição por posição, Chris Paul bateu forte concorrência para ser apontado como o melhor armador, com 69%, seguido por Derrick Rose (20,7%), Rajon Rondo (6,9%) e Tony Parker (3,4). Rose havia vencido em 2011 com 59,3%.

Kobe Bryant ganhou como melhor shooting guard: 66,7%, diante de 23,3% de Dwyane Wade, que certamente não gostou nada, nada do resultado.  Durant e seu companheiro de Thunder, James Harden, e Manu Ginóbili foram outros lembrados.

Entre os alas-pivôs, outro posto com diversos candidatos, Kevin Love brilhou com 30%, de modo até surpreendente, dado o conservadorismo que costuma predomuniar nas diregções dos clubes. O segundo foi Dirk Nowitzki, com 23,3%, enquanto LeBron  teve 16,7%, LaMarcus Aldridge, 10%, e Kevin Garnett e Blake Griffin, 6,7% – Tim Duncan e Pau Gasol também figuraram na liga.

Por fim, Dwight Howard liderou com folga (93.3%), mas houve dois dirigentes que apontaram aquele que ele substituiu em Los Angeles, Andrew Bynum, reforço do Philadelphia 76ers.

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Entre os brasileiros, Tiago Splitter foi citado em uma de suas perguntas, recebendo um voto quando os gerentes gerais foram questionados sobre qual jogador estrangeiro da NBA teria o desempenho, digamos, mais surpreendente na próxima temporada. Neste quesito, quem levou recebeu mais votos foi o jovem pivô Jonas Valanciunas, do Toronto Raptors (17,2% ou seis).

Kobe, decisivo?

Kobe é outro que não vai gostar muito da pesquisa

Já Anderson Varejão aparece em duas questões, com um voto em cada: “Quem faz mais considerando habilidades naturais limitadas?” e “Quem é o jogador mais durão da liga?”. Engraçado que o capixaba é um jogador extremamente atlético ao seu modo. Pode não ter a força física ou estar longe da impulsão de um Howard ou Blake Griffin, mas é muito veloz, ágil e coordenado. Essa discrepância mostra um pouco como alguns diretores enxergam o jogo.

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Para fechar, claro, os tiros no estouro do cronômetro. Pela primeira vez em muitos anos, Kobe Bryant não foi o mais votado quando perguntados sobre qual atleta gostariam de ver com a bola nas mãos para fazer o arremesso decisivo de um jogo. Dessa vez deu Kevin Durant, com 46,7%, contra 40% do veterano. Carmelo Anthony teve 6,7%. Chauncey Billups e LeBron tiveram um voto cada.

Clique aqui para conferir todas as perguntas da gigantesca enquete que o NBA.com elabora. Sempre muito divertido de conferir.


Palavra-chave para Varejão na temporada 2012-2013: saúde
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Giancarlo Giampietro

“A saúde não tem preço.”

Passei o fim de semana todo pensando em qual dito popular poderia entrar aqui neste post como uma gracinha apropriada. Voltas e voltas, e ficamos com essa máxima aí, mesmo, replicada por cem em cada cem vovós que aprenderam a viver a vida delas sem fartura e tinham que cuidar de outros afazeres. Desde que inteiras, prontas para tudo.

Anderson Varejão lesionado

De terno e munheca imobilizada, Varejão não contribui tanto assim para o Cavaliers vencer

Saúde não tem preço, mas custou caro para Anderson Varejão em suas duas temporadas passadas na NBA. O capixaba jogou apenas 37,8% da última campanha. E o bizarro é que ele atingiu o mesmo baixo percentual na penúltima temporada. Que as pessoas mais próximas de seu círculo evitem o número ou qualquer combinação em torno dos três digitos, por favor. Coisa boa não sai daí.

No campeonato que o locaute tornou um tanto maluco, o brasileiro vinha em sua melhor jornada. Recorde no aproveitamento de rebotes – tanto nos ofensivos como nos defensivos ele estava no top 5 da liga –, nas assistências, na pontuação, caminhando com um duplo-duplo de média, sem perder o espírito de Wild Thing. Aquele jeito serelepe de ser em quadra, trombando com todo mundo, acompanhando armadores na corrida, marcando a cobrança de um lateral como se estivesse valendo o título, se jogando atrás de bolas (nem tão) perdidas. É de se imaginar quantas joelheiras no uniforme escolar a família não teve de costurar em sua infância.

Porque machuca.

Não foi apenas de 2010 a 2012 que Anderson teve dificuldade para se manter na ativa. Entrando em seu nono ano na liga norte-americana, somente em três campeonatos ele conseguiu passar da casa de 70 jogos (de 82 possíveis): 2006-2007 (81), 2008-2009 (81) e 2009-2010 (76). Na verdade, ele já soma quatro campeonatos em que não passou dos 50 jogos.

Varejão, Wild Thing

“Wild Thing”

E não adianta pedir para maneirar. A intensidade em quadra provavelmente é seu maior talento. Acompanhada do corpo veloz e elástico e do instinto especial para saber para onde vai a bola, é o que fazem de Varejão um jogador único e especial, predileto de técnicos e torcedores. “Meu objetivo é ficar saudável. Isso é o mais importante este ano”, afirmou o cabeleira. “Mas eu não vou mudar nada. Vou continuar jogando da mesma forma. Não há nada que você possa fazer para prevenir.”

Pois é. O capixaba não tem nenhuma lesão crônica estrutural. No joelho ou nas costas, por exemplo – ou pelo menos nada que ele ou Cavs revelem. No ano passado, ele sofreu uma fratura em seu punho direito num lance infortuito contra o Milwaukee Bucks ao tentar apanhar um rebote e levar um tapa de um adversário.

Varejão vai entrar em quadra e se colocar em situações em que corre-se o risco.

Risco não combina com saúde. Talvez a palavra-chave aqui, então, devesse ser outra. Risco tem mais a ver com sorte.


Rasheed Wallace (ainda) quer voltar. E, claro, vai treinar com o Knicks
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Giancarlo Giampietro

Wallace não jogou nada pelo Boston em 2009-2010 e deixou a liga

O “totalmente excelente” (valeu, Bonfá) repórter Ric Bucher, da ESPN, soltou no Twitter: Rasheed Wallace foi visto treinando em ginásio do Knicks neste fim de semana. E o clube de Manhattan está, claro, considerando sua contratação. Afinal, eles já têm Kurt Thomas, Marcus Camby e Jason Kidd…

Não é a primeira vez que ‘Sheed, agora 38, flerta com um retorno à NBA. No ano passado, ele esteve de namorico com Los Angeles Lakers e Miami Heat. Depois de ter supostamente se aposentado pelo Boston Celtics. Só a elite, reparem.

O perigo desse tipo de flerte é o seguinte: para quem não joga para valer desde 2010, Wallace deve estar, sim, se sentindo muito bem com seu corpo agora. Mas vai encarar uma temporada de 82 jogos para ver como fica… Mesmo que ele não jogue muito. Já bastam as incessantes e intermináveis viagens para desgastar bastante.

Para alguém que tinha a língua afiada, um dos temperamentos mais intrigantes e aversivos da liga, não deixa de ser irônica a busca do pivô pelo tempo perdido – justamente ele que foi acusado durante anos e anos de ser daqueles que mais desperdiçava seu talento em quadra com lances descabidos e preguiçosos, sem contar a quantidade de minutos em que ele parecia estar com a cabeça na Lua, em Marte, Vênus ou Mercúrio, mas certamente não no jogo.

“Ball don’t lie” – que a bola não mentiria, não enganaria –, foi uma de suas frases célebres, em referência a erros de arbitragem grosseiros que poderiam influenciar num resultado. Será que Rasheed realmente quer voltar? O que a bola tem a dizer a respeito?

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Rasheed Wallace recebe uma técnica

Sheed era recordista de faltas técnicas nos bons tempos

Rasheedl Wallace foi draftado em 1995 pelo Washington Bullets (saudades!) na quinta posição, depois de acelerar o envelhecimento do legendário Dean Smith em UNC. Ele já tinha aquela manchinha redonda na cabeça. Reserva de Chris Webber e Juwan Howard, só foi mostrar serviço pelo Blazers anos mais tarde. Foi uma grande estrela da era “Jail Blazer” – um dos ‘movimentos’ mais impagáveis da NBA, com uma ficha criminal impressionante. Também com grandes batalhas nos playoffs, diga-se. Mas sua melhor fase técnica durou por pouco mais de uma temporada, entre 2004 e 2004, pelo Detroit Pistons, onde se achou. Cercado por veteranos bem sérios, que o domaram, (Rip, Billups, Big Ben e um técnico maluco em Larry Browon), foi decisivo para a conquista do último título da Motown.

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Nos anos posteriores, quem tirava ‘Sheed do sério era Anderson Varejão. Pistons e Cavs se encontraram muitas vezes nos mata-matas, e as faltas ofensivas que o capixaba conseguia cavar ou descolar irritavam profundamente o rival. Ele achava que aquilo não era basquete.

Na verdade, sua frustração devia ser simplesmente pelo fato de que não conseguia dominar um brasileiro do qual ele nunca havia ouvido falar. Anderson sempre foi um defensor infernal e um veterano desmotivado era presa fácil. Ponto para o Brasil.

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“Cut the check”, risque o cheque, foi outra frase minimalista famosa do pivô. Tipo: me paga aí e não me torre a paciência. Se você riscar o cheque, tá valendo. Outra: “Both teams played hard”, os dois times jogaram sério, para comentar as partidas nas entrevistas obrigatórias ao final do jogo. Ele não queria falar nada.


Preocupado com lesões, técnico do Cavs espera evolução de novato para preservar Varejão
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Giancarlo Giampietro

Se Rafael Hettsheimeir funciona nesses dias apenas uma especulação envolvendo o Cleveland Cavaliers, com Anderson Varejão a história é bem diferente. Qualquer perspectiva de sucesso e de boa campanha da equipe na próxima temporada da NBA passa pelo pivô capixaba.

Anderson Varejão lesionado

De terno e munheca imobilizada, Varejão não contribui tanto assim para o Cavaliers vencer

Pensando nisso, o técnico Byron Scott já pensa com seus botões assim: “Hmmm… Seria ótimo poder preservar o Andy de alguma forma, tentar otimizar o quanto posso tirar dele”.

Não que estejamos envolvidos no lance de telepatia, nem nada disso. É que, fuçando por aí, você de repente pode se deparar com uma entrevista do treinador do Cavs ao próprio site da franquia, respondendo a perguntas enviadas pelo Twitter. Digamos que não seja a maior coincidência do mundo.

E aí o @fatherjohnmisty (*) da vez pergunta como ele vê a rotação de pivôs da equipe para a campanha 2012-2013, agora que o clube conta com o novato Tyler Zeller em seu elenco.

O ex-parceiro de Magic Johnson falou assim: “Eu vejo Andy começando o campeonato como titular. Mas minha visão é que em algum momento durante a temporada Tyler vai poder ser titular e eu poderei voltar com Andy para o banco, que é onde acho que ele pode ser mais efetivo…” Mas Calma!

Antes que você se descabele por nosso cabeleira, a continuação da resposta de Scott foi assim: “… E também poderia cortar os minutos, dele sabe? Infelizmente, nas últimas duas temporadas ele acabou jogando muitos minutos e sofreu algumas lesões”.

Por seu empenho defensivo, seu espírito contagiante em quadra para uma equipe muito jovem, Varejão é muito importante para o Cavs para jogar por apenas 56 partidas em dois anos – de 148 possíveis! Isso é muito pouco.

Tyler Zeller

Narigudo Zeller pode ajudar Scott a poupar Varejão em Cleveland

O treinador, então, torce para que Zeller assimile o jogo da NBA rapidamente. Ele tem mais idade e experiência que o calouro tradicional da liga dos últimos tempos – ele cursou os quatro anos em North Carolina, tem 22 anos (dois mais velho que Kyrie Irving, por exemplo.

Em termos atléticos, Tyler – o irmão de Luke e Cody (cotado como um dos melhores prospectos do próximo Draft e candidato a jogador do ano por Indiana no basquete universitário) – é bem parecido com Varejão. Um pivô mais leve, que aguenta corre muito mais do que a média para gente de seu tamanho e com ótima velocidade.

“No momento então é o que vejo. Andy começando como titular, porque ele sabe exatamente o que estamos fazendo e nós sabemos exatamente o que ele faz para nós”, diz Scott. “Mas acho que ele seria melhor se viesse do banco. O que não quer dizer que ele não vá terminar um monte de jogos, por causa de sua experiência e do modo como joga.”

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Andy sempre soa engraçado, né?

Ainda mais considerando que Anderson definitivamente não é um nome que os norte-americanos possam estranhar. Ainda assim, para demonstrar afeto, em Cleveland, depois de “Wild Thing”, virou Andy, mesmo, e ok.

Agora…

Já havia feito esse apelo na encarnação passada do Vinte Um, mas insisto aqui: sabemos que Fab é diminutivo, no caso, de Fabrício, né? Que o pivô do Celtics, então, se chamaria Fabrício Melo? Por que não chamá-lo assim? Por que nos Estados Unidos é de outro jeito e pronto?

Fab pode ser usado feito trocadilho etc. Três letras, fácil de modular. Tipo as inúmeras manchetes “fabulosas” que o Lance! já fez quando Luís Fabiano detona, e tal. Mas a gente realmente não pode respirar fundo e tratar com alguém que tenha o nome em três sílabas mais?

Obviamente esse é apenas um espirro sem maldade nenhuma, que não vai mudar a realidade de ninguém. Sobe a bola, segue o jogo.

(*) Sim, essa foi uma referência da Juke Box 21 desta temporada.


Hettsheimeir ainda desperta interesse na NBA, diz site espanhol
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Giancarlo Giampietro

O Dallas Mavericks contratou os veteranos milionários Elton Brand e Chris Kaman, mas ainda teria o interesse em contar com Rafael Hettsheimeir em seu garrafão na próxima temporada da NBA. O mesmo valeria para o Cleveland Cavaliers, de Anderson Varejão. Estes são os dois times tentando fechar uma negociação com o ais anti-Scola dos pivôs brasileiros.

Rafael Hettsheimeir

Rafael Hettsheimeir voltou consagrado de Mar del Plata, mas não pôde ir para Londres

Primeiro: as informações são do site espanhol Tubasket, bem informado no mercado da Liga ACB, diga-se.

Agora… O mesmo veículo afirma que tanto Mavs como Cavs oferecem a Hettsheimeir um contrato parcialmente garantido, aos moldes do que Scott Machado firmou com o Houston Rockets. Isto é, ele poderia ser dispensado quando os clubes bem entendessem. Do tipo: assina com ele no sábado 8 de setembro e o dispensa um mês depois, e pronto.

Se proceder a informação, com o acréscimo que seria valendo o salário mínimo da NBA – US$ 473 mil por um ano, sem contar deduções de impostos –, não parece uma boa ideia para o pivô. Ele estaria trocando sua condição de figura emergente na Europa agora para correr o risco de ficar afundado no banco de reservas do outro lado do Atlântico. Em sua idade, considerando sua evolução gritante nas últimas duas temporadas, não seria o melhor momento.

Seus agentes podem desmentir, mas o palpite aqui no QG 21 é de que ele poderia fazer pelo menos o dobro dessa grana na Europa, assinando com um time de ponta, especialmente um que esteja disputando a Euroliga.

Financeiramente, aliás, existe uma brecha: segundo o Tubasket, 50% do salário mínimo já seria garantido a Hettsheimeir. Então, vá lá, de repente ele pode ganhar uns US$ 237 mil apenas por 50 dias de contrato em Cleveland ou Dallas. Mas… E como estaria o mercado europeu, então? Ele conseguiria compensar o restante com um bom acordo e, mais importante, já no meio da temporada, poderia encontrar uma situação esportiva que também valesse?

Enquanto reabilita seu joelho esquerdo operado e seu condicionamento físico, para ficar tinindo, o pivô e seus empresários têm essas questões muito importantes para ponderarem nas próximas semanas. A pré-temporada da NBA já está por começar, em outubro, e os clubes europeus já estão fazendo amistosos sem parar.

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Para constar, os pivôs de Dallas no momento são Dirk Nowitzki, Elton Brand, Chris Kaman, Brandan Wright e o novato Bernard James  (que, na verdade, é mais velho que Hettsheimeir e foi draftado este ano depois de servir aos Estados Unidos no Afeganistão e Iraque). Em Cleveland, temos Varejão, o promissor canadense Tristan Thompson, o calouro Tyler Zeller, que vem com a marca UNC, o jamaicano Samardo Samuels e Michael Eric. De longe assim, o Cavs parece a melhor pedida – ele tem totais condições de superar Thompson (provável titular), Zeller (que seria o primeiro reserva) e Samuels (que, salvo engano, também não tem contrato garantido) para entrar na rotação do time ao lado de seu compatriota. Mas o Mavs seria, ainda, o time mais empenhado em sua contratação.


Argentina vence o Brasil novamente, e dessa vez não há um carrasco ou vilão. Foi só o jogo
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Giancarlo Giampietro

Nenê x Juan Gutiérrez

Nenê e Varejão tiveram juntos os mesmos 11 pontos de Gutiérrez

Por muito tempo, uma crítica predominou sobre a seleção brasileira: a de que basquete da seleção brasileira era por vezes muito destrambelhado. Nesta quarta-feira, o time foi bastante cuidadoso – foram somente oito bolas desperdiçadas de graça em 40 minutos, um fato raro. O problema é que essa passividade atingiu a equipe do outro  lado da quadra também. Por três períodos, faltou a combatividade na defesa que vinham apresentando até então na competição.

Era como se o time de Magnano estivesse esperando que a Argentina se cansasse no fim, para que aí, sim, desse o bote. Se foi isso mesmo, quase deu certo.

Quase.

Com 1min45s para o fim, uma larga diferença de até 15 pontos caiu para três, 74 a 71.

Os brasileiros conseguiam, a essa altura, enfim defender, liderados por Nenê, que, no sacrifício, brecou Luis Scola, impedindo que o argentino fosse acionado. Quando os adversários conseguiam envolver o pivô brasileiro em simples trocas, o pivô também foi bem, mesmo quando atacado frontalmente por Carlos Delfino.

O problema é que… Uma vez feito o “serviço sujo”, uma vez tendo o time voltado ao jogo, as precipitações voltaram, e com tudo, no ataque. Primeiro, Alex, com uma falta de ataque atropelando Manu Ginóbili, e Marcelinho Huertas, com um chute de três pontos mesmo tendo um Scola carregado de faltas à sua frente. No fim, com Leandrinho abaixando a cabeça e se deixando encurralar na lateral da quadra. Entre o primeiro erro e o terceiro, foram três pontos para o ligeirinho, dois para Nocioni e quatro lances livres convertidos por Ginóbili, Scola e Delfino (dois cada). O placar pulava para 80 a 71, restando 30 segundos. Aí já era.

A ideia aqui não é apontar culpados.

Chegando a esse ponto, a seleção penava para alcançar a marca da medíocridade, 50%, nos lances livres. Foram 12 desperdiçados em 24 batidos. Se pelo menos seis amais tivessem caído… Os argentinos também erraram seus chutes parados na linha (9 em 28, 68%), mas saíram com sete pontinhos preciosos a mais no fundamento.

Mas podemos ir além. Splitter e Nenê sempre se atrapalharam com lances livres, mesmo. Então talvez fosse injusto colocar esse fardo em seus ombros, ainda mais com os argentinos fazendo faltas descaradamente.

Então, o que falar daquela velha coqueluche? Os tiros de três pontos. Depois de duas partidas atípicas diante de chineses e espanhóis – convenhamos, galera, não dá nem para comparar a intensidade desses dois duelos com os três primeiros do grupo –, a seleção caiu na arapuca: voltou a atirar desenfreadamente de fora.

Foram apenas 7 convertidos em 23 tentativas, resultando em anêmicos 30% de aproveitamento. Se lembrarmos que duas dessas caíram em chutes no desespero de Leandrinho no finzinho, é provável que a seleção tivesse uma pontaria de apenas 25% até os minutos finais. Um número pífio, que foi cultivado durante todo o torneio e acaba, no fim, jogando contra, sabotando seu próprio empenho defensivo. E, ainda assim, superior aos 29% dos oponentes. Creiam.  Mas não que a falha de um redima a do outro.

De novo o Brasil teve chances, mas não soube capitalizá-las. Pesa a experiência de nossos vizinhos, o maior talento individual de dois jogadores, mas contam também erros que se repetem com uma frequência que acaba sendo implacável.

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O Bala havia cantado a pedra já no primeiro tempo, o Murilo, que cobriu o torneio in loco, só reforçou: a Argentina propôs ao Brasil, especialmente no primeiro tempo, a mesma armadilha do confronto das oitavas de final do Mundial de Istambul-2010. Pablo Prigioni estava claramente com sua movimentação debilitada, não conseguia e nem tentava acompanhar Huertas, mas Júlio Lamas não se mostrava nada preocupado. Manteve em quadra seu veterano, que perdeu dois jogos devido a cólica renais, e só usou o novato Campazzo por dois minutinhos na etapa inicial. Que o armador chutasse todas, mesmo, privando o jogo interno do Brasil de mais algumas investidas. Lembrando que o jogo com os pivôs funcionava muito bem no primeiro quarto, com Splitter e Varejão, forçando inclusive as duas faltas em Scola.

No fim, muitos jogadores foram alienados: enquanto o Brasil teve 22 pontos de Huertas e outros 22 de Leandrinho, fora a dupla, só Alex passou teve dois dígitos na pontuação (11). De resto, foram 2 pontos de Machado, 2 de Larry, 4 de Varejão, 7 de Nenê, 2 de Giovannoni e 6 de Splitter.

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Dessa vez não houve um “carrasco”, um “algoz”, um super-herói argentino que tenha esmigalhado. Com um ataque mais solidário, nossos vizinhos contaram com 17 pontos de Scola, 16 de Ginóbili, 16 de Delfino, 12 de Nocioni e 11 de Juan Gutiérrez. Creiam: o pivô reserva argentino, sozinho, marcou o mesmo número de pontos de Nenê (7) e Varejão (4) somados.

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Terminar os Jogos de Londres em quinto lugar não é o fim do mundo, claro. No fim, a seleção mais venceu (quatro) do que perdeu (duas). Para quem não participava da competição há 16 anos, parece algo satisfatório. E aí você que tem de decidir em qual grupo se enquadrar: numa faixa mais condescendente e/ou conformada, está de bom tamanho a campanha. O Brasil competiu em alto nível, fez o que dava e parabéns. Se for mais minucioso, inevitável também a sensação de que dava, sim, para buscar mais neste torneio.

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O basquete volta a ser discutido. As pessoas voltam a torcer por basquete no Brasil. Mas estamos bem distantes de presenciar uma massificação do esporte. A CBB contratou um ótimo técnico, ok, mas este é apenas um paliativo, um movimento de curto prazo. Podem elogiar a seleção pela campanha londrina, mas as palavras não podem ser usurpadas por quem não é de direito.

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O discurso de que o Brasil ao menos resgatou um pouco de seu prestígio internacionalmente se justifica até a segunda página. A seleção foi elogiada, jogou no pau contra um time duas vezes medalhista olímpico, e tal. Inegável. A dúvida que fica é: até que ponto esse prestígio vai ser levado adiante? Em breve, venho  as datas de nascimento com mais calma (vocês podem checá-las aqui), mas exsiste  a possibilidade de que a participação em Londres pode ter sido a primeira e última de muitos dos jogadores do Magnano.


Não adianta se empolgar: Scola avisa que não vai ser seu último Brasil x Argentina
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Giancarlo Giampietro

Luis Scola gigante

Luis Scola ainda tem pique para jogar muito mais

Uma das narrativas que acompanha a Argentina neste torneio masculino é a suposta despedida da Geração Dourada, que, depois de Londres-2012, chega de Manu Ginóbili, de Pablo Prigioni, de Andrés Nocioni, de não sei quem mais. Em alguns casos, deve até acontecer de fato. Só não incluam o Luis Scola nessa.

Aos 32 anos, o ala-pivô, que já torturou a seleção brasileira em uma ou outra ocasião, avisa que não está preparado para se aposentar dos compromissos da Argentina, independentemente de quem o estiver acompanhando nas futuras batalhas. (E esse é o ponto que já doeu em muita gente por estas bandas tropicais: fez chuva, fez sol, os astros se apresentaram, os astros folgaram, e o camisa 4 estava lá, como uma constante, enquanto se acumulavam desfalques do outro lado.)

“Não me sinto velho. O tempo assa, e temos um grupo de caras que estão aqui há mais de dez anos, claro, e uma hora isso chega ao fim. Mas eu não vejo desta maneira. No decorrer do caminho, houve muitos caras que já não estão mais com nós, e outros que entraram durante a jornada. Isso vai continuar acontecendo. Em algum momento, todos os caras de 2004 vão ter ido embora. Mas eu espero jogar mais. Alguns novos vão chegar e tomara que continuemos competitivos”, afirma o craque do Phoenix Suns ao Sporting News.

Não tem tempo ruim para ele.

Em todos os contatos que tive com Scola, o argentino sempre se mostrou um entrevistado educado inteligente, ligado. Nunca se importou se era um brasileiro, um porto-riquenho ou um americano com o gravador na mão. Um cara legal. Se perguntarem para Tiago Splitter, a quem teve como um irmão mais novo por muito tempo em Vitoria, na Espanha, vão ouvir muito mais que isso.

Em quadra, o argentino é uma aula ambulante. Quantos centímetros ele sai no chão? Consegue pular uma caixa de sapato? Caso consiga, pouca diferença faz. Com os pés no chão, já levou para a escolinha adversários de todo o continente e de alto gabarito com seu movimento de pernas criativo e bem fundamentado. Primeiro, então, ele tenta limpar espaço tecnicamente. Se for o caso, também aguenta bem o tranco, fortaleza que é. Na pior das hipóteses, arruma as coisas na munheca, com suas mãos gigantes que controlam a bola com muita facilidade.

Esse problemão vai cruzar o caminho de Splitter e Anderson Varejão (e Nenê?) novamente.

Rafael Hettsheimeir

Rafael Hettsheimeir voltou consagrado de Mar del Plata, mas não pôde ir para Londres

No ano passado, foi Rafael Hettsheimeir, para surpresa de todo o continente, quem se virou melhor contra o veterano. Atacou com personalidade, se virou na defesa e feriu o orgulho do cabeludo. O rapaz se lesionou, passou por cirurgia e está fora agora. Que seus compatriotas mais badalados se virem, então.

Algo interessante para se observar: em vez de insistir com Juan Gutiérrez por muito tempo, Júlio Lamas tem adotado uma formação mais baixa, com Nocioni, Carlos Delfino e Ginóbili ao mesmo tempo em quadra, numa formação parecida com a dos Estados Unidos. Neste caso, ele empurraria Scola para um duelo com Splitter, e Varejão teria de ficar atento a Nocioni, que voltou a chutar com confiança durante o torneio.

Seria importante fazer uma boa marcação individual sobre Scola, para que os demais defensores não precisem se desligar de seus respectivos oponentes e contestem seus chutes de longa distância de modo apropriado.

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Isso tudo para falar só de Scola. Melhor seria abstrair, então, os 20 pontos, 6 rebotes e 4,8 assistências de Ginóbili no torneio, né?

Magnano certamente adoraria. Mas não é o caso.

Alex vai perseguir o astro do Spurs pela quadra toda. Seu maior desafio no torneio. Ele tem capacidade para executar a missão, mas precisa tomar cuidado com excesso de agressividade e evitar faltas bobas em rebotes e fora da bola. O argentino é mais badalado, sabe vender (cavar) bem uma falta e vai tentar usar a arbitragem a seu favor. Se  o trio escalado for daqueles que vai para quadra como se fosse um baile de Carnaval, apitando sem parar, pode ser um problema.

Pelo que observamos dos amistosos em confronto direto e do torneio olímpico, Larry também deve ganhar seus minutinhos para testar o narigudo.

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Tiago Splitter

Splitter também pode atacar Scola, ué

Escrever dessa forma sobre os dois craques argentinos pode passar a impressão de que eles são os favoritos para este duelo de quartas de final. Não são: trata-se de um confronto muito equilibrado.

A velocidade e a capacidade atlética, por exemplo, sempre foram um trunfo da seleção brasileira neste clássico. Contra a envelhecida Argentina, essa combinação pode desequilibrar ainda mais. Para isso, precisam forçar erros e chutes desequilibrados na defesa para ganhar o contra-ataque. Preparados para isso os jogadores foram. Magnano conhece bem demais os adversários e pode atacá-los em seus pontos fracos.

Se Scola dá muito trabalho de um lado, do outro, se bem municiados, especialmente em movimento, os pivôs brasileiros também podem aprontar um bocado, por serem muito mais ágeis e velozes.

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Num caso de jogo equilibrado até o fim, teoricamente a seleção brasileira tem mais gás render. Por outro lado, não consigo imaginar um cenário em que, na hora de matar ou morrer, batalhadores como Scola, Ginóbili e Nocioni simplesmente arrefeçam e aceitem o maior vigor adversário.