Vinte Um

Categoria : Notas

Poderia Brittney Griner ser a 3ª mulher selecionada por um time da NBA? Relembre casos históricos
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Giancarlo Giampietro

Ah, o Mark Cuban.

O dono do Dallas Mavericks volta a fazer barulho – aliás, quando ele realmente para? –, dizendo nesta terça-feira que não veria problema algum se o clube escolhesse a pivô Brittney Griner no próximo Draft da NBA. “Se ela for a melhor jogadora disponível em nossa lista, eu a pegaria. Já pensei a respeito. Será que eu faria? A essa altura, estou inclinado a dizer sim, apenas para ver se ela consegue”, afirmou. “Você nunca sabe, a não ser que dê uma chance para a pessoa, e não é que qualquer selecionado na última parte do Draft tenha muita chance de ficar na liga, mesmo.”

Brittney enterrando

Slaaaaam jam, Brittney!

Se o gerente geral Donnie Nelson não tiver coragem ou interesse em selecionar no dia 27 de junho, em Nova York, Cuban afirmou que ela ainda poderia ter uma chance de entrar para o time sendo testada em alguma liga de verão deste ano.

Jogando por Baylor, Brittney se tornou neste ano a segunda maior cestinha da história da NCAA, primeira divisão, com 3.283 pontos, atrás apenas dos 3.393 de Jackie Stiles. Mas são 36 pontos especificamente que chamam mais a atenção para a talentosa jogadora: os 36 produzidos nas 18 enterradas que tem em sua carreira – é como se ela fosse o equivalente a Wilt Chamberlain ou Shaquille O’Neal no basquete universitário feminino, em termos de domínio físico. Como prova disso, seus 748 tocos são um recorde, incluindo os registros dos homens.

Bastante confiante em suas habilidades e um vasto currículo de títulos e prêmios que não caberia aqui, empolgada com o raciocínio de Cuban, a pivô foi ao Twitter para dizer que está aí, pronta para o que der vier. “Eu dou conta! Vamos fazer isso”, afirmou.

Quem não gostou nada dessa história foi o técnico Geno Auriemma, da universidade de Connecticut e campeão olímpico com a seleção americana feminina em Londres. Repetindo: não gostou n a d i n h a disso. “Obviamente Mark Cuban é um gênio, porque ele foi capaz de transformar algumas grandes ideias em indústrias de bilhões de dólares, e ele faz um grande trabalho como proprietário do Dallas Mavericks. Mas sua condição de gênio sofreria sérios danos se ele ‘draftar’ Brittney Griner. E se Brittney Griner tentar entrar em um time de NBA, acho que seria uma coisa de relações públicas e acho que seria uma farsa. O fato de que uma mulher poderia realmente jogar agora na NBA e competir com sucesso contra o nível de jogo que eles têm é absolutamente ridículo”, afirmou.

Cuba, logicamente, não ficou quieto e defendeu a ideia, rebatendo o treinador. “Nós avaliamos cada jogador elegível para o Draft no planeta. Não estaríamos fazendo nosso trabalho se não considerarmos todo mundo. Com disse ontem para a mídia, ela teria de brilhar nos treiamentos para ser selecionada. Não tenho problema algum em dar a ela essa oportunidade. Espero que ela tente. Nada pode ferir mais uma organização ou uma companhia do que uma mente fechada”

As críticas de Auriemma fazem sentido. Brittney é listada pela universidade de Baylor com 2,03 m de altura e 94 kg. Gigante para o basquete feminino, poderosa. Na NBA, não muito. Para se ter uma ideia, o ala Jared Dudley, do Phoenix Suns, tem 2,01 m de altura e 102 kg. Não necessariamente o jogador mais atlético, mas que consegue dar suas enterradas também, apesar das piadas dos companheiros. Kyle Korver, ala do Atlanta Hawks que quase nunca se aventura no garrafão e representa a finesse, tem 2,01 m e 96 kg.

Por outro lado, a lógica de Cuban é difícil de ser contrariada, independentemente de suas intenções marketeiras. Se ela quiser, topar, quem vai dizer que a garota não pode tentar?

*  *  *

Caso  Brittney Griner e o arrojado dono do Mavs levem os planos adiante, eles podem fazer história, mas não seria algo inédito.

Ann Meyers Drysdale, sensacional

Ann Meyers Drysdale tenta a sorte pelo Pacers

Ann Meyers Drysdale, armadora que se destacou por UCLA nos anos 70, instituição pela qual ganhara uma rara bolsa de estudos, chegou a ser testada pelo Indiana Pacers em 1979, recebendo um contrato de US$ 50 mil. Ela participou de atividades com a equipe por três dias, mas acabou cortada do elenco final para a temporada – os destaques eram os alas George McGinnis e Alex English, além do armador Johnny Davis e do pivô James Edwards.

A dispensa não a abalou de forma alguma, e seu relato sobre a experiência abre muitas perspectivas para a jovem pivô formada em Baylor avaliar: “Passei por isso no colegial e na minha vida toda, jogando contra os caras no playground, então não foi nada muito diferente. No colegial eu tive a oportunidade de jogar no time dos garotos. É nesta fase que seu corpo muda, suas emoções mudam, assim como sua percepção social e as coisas que dizem sobre você. Então quando eu lidava com as pessoas tentando me convencer a não tentar jogar pela equipe dos garotos no meu último ano de colégio, isso ficou na minha cabeça”, afirmou.

“Quem imaginaria que cinco anos depois eu teria a mesma oportunidade? Era um nível diferente, mas tinha conseguido tanta coisa na universidade e pela seleção que não ia permitir que as pessoas me tirassem dessa novamente. Muitas pessoas achavam que era uma situação em que não ganharia nada. Se eu fizesse uma cesta, diriam que haviam me deixado. Se eu levasse um toco, era porque era uma garota, e não tinha nada demais. Já tinha visto isso minha vida toda enfrentado os garotos nos parques, e o que eles ou as garotas diziam sobre mim, ou até mesmo os pais. Mas, quando cheguei a esse alto nível, pude bloquear tudo isso.”

*  *  *

Vocês sabiam que duas jogadoras já marcaram presença no Draft da NBA?

Sim, duas.

A primeira foi Denise Long, pelo San Francisco Warriors, em 1969. Sensação do basquete colegial de Iowa, ela foi selecionada na 13ª (!!!) rodada do Draft daquele ano. O comissário Walter Kennedy, porém, não permitiu que a experiência fosse adiante, anulando a escolha imediatamente. Não obstante, a história teve repercussão imediata, com direito a matérias no New York Times e na Sports Illustrated.

Denise Long, pioneiraDenise marcou 6.250 pontos em sua carreira no colegial, a maior marca do país. O problema é que, naquela época, as universidades não davam bolsa de estudos para nenhuma jogadora. Que fique claro: para nenhuma jogadorA. De modo que a jogadora se viu numa situação extremamente desagradável, sem poder levar adiante sua paixão e vocação. Não havia também basquete feminino nas Olimpíadas – o primeiro torneio aconteceu apenas em 1976. O fim de carreira abrupto nunca foi bem assimilado pela americana, claro, restando apenas um caderno de recortes dos tempos de glória e uma frustração que nunca deixou a ex-atleta. “Eu a perguntei uma vez se ela se arrependia de algo”, disse seu treinador Paul Eckerman. “Ela respondeu que eu poderia ter ensinado tênis ou golfe para ela.”

A segunda ‘draftada’ foi Lusia Harris, em 1977, pelo New Orleans (futuro Utah) Jazz. Uma pivô de 1,90 m, formada em Delta State, ela havia sido eleita por três anos para a seleção das melhores universitárias, com médias de 25,9 pontos e 14,5 rebotes e 64% nos arremessos de quadra. No geral, ela foi a 137ª escolha daquele ano, na sétima rodada, na frente de outros 36 jogadores. Saindo na posição 138, o ala Alvin Scott teria uma carreira de oito temporadas pelo Phoenix Suns.

Lusia Harris, Hall da Fama

Lusia Harris, pré-Karl Malone

A decisão do Jazz, no entanto, não tinha nada a ver com basquete. Era uma ação declaradamente para atrair os holofotes – Lusia nem mesmo sabia o que estava acontecendo e nunca chegou a fazer nenhuma atividade pelo clube, até por estar grávida (!) na época. Anos depois, mas antes de montar a base fortíssima com John Stocktone e Karl Malone, com uma draga de time nas mãos, o gerente geral Frank Layden brincaria a respeito, dizendo que a pivô “era melhor que qualquer um em seu time, menos Pete Maravich”, em referência ao icônico astro, o Pistol Pete. Layden também comentaria com humor a gravidez da universitária, dizendo que havia ganhado dois jogadores pelo preço de um. Em 1992, Lusia Harris se tornou a primeira jogadora a ser indicada ao Hall da Fama do basquete.

*  *  *

Nancy Lieberman conseguiu, sim, jogar contra homens profissionais.

Mas, opa!, não na NBA. Ela chegou a jogar na liga USBL e também pelo Washington Generals, o infame adversário de tantos jogos contra o Harlem Globetrotters, nos anos 80.

Entrou para o Hall da Fama em 1996 e, no ano seguinte, voltou para as quadras, disputando a temporada inaugural da WNBA, com 39 anos, sendo a atleta mais velha da competição. Em 1998, virou treinadora e dirigente, pelo Detroit Shock. Ela acabou afastada de ambos os cargos três anos mais tarde, depois de acusações de que teria se relacionado com a armadora Anna DeForge. Em 2008, no entanto, Nancy voltaria a se envolver com o time de Detroit, premiada com um contrato de sete dias – como jogadora! Aos 50 anos, quebrou seu próprio recorde, e disputou uma partida, em derrota por 79 a 61 para o Hoston Comets, dando duas assistências.

Em novembro de 2009, ela foi pioneira em outra esfera, quando foi contratada para ser a treinadora do Texas Legends, na D-League. Foi, desta forma, a primeira técnica a dirigir um time profissional masculino. Hoje, trabalha como dirigente do clube.

E a qual franquia da NBA o Legends está vinculado?

O Dallas Mavericks, justamente.


Rafael Luz ganha confiança na Espanha e tenta levar Obradoiro aos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Rafa Luz, crescendo na Espanha

Rafae Luz ajuda o Obradoiro a se manter na briga pelos playoffs na Espanha

Depois de um início tímido de temporada, o armador Rafael Luz vai se tornando uma peça importante do Obradoiro (ou “Blusens Monbus”) no segundo turno da Liga ACB, na Espanha. Neste sábado, o brasileiro teve uma das melhores atuações de sua carreira, ou pelo menos pelo clube ao qual se juntou este ano, guiando uma vitória de virada sobre o Herbalife Gran Canarias por 72 a 70.

O site oficial do clube fala de dois atletas como homens da partida: o ala americano Ben Dewar, que matou uma bola de três pontos a 4s6 do fim para definir o placar, e seu compatriota Robbie Hummel, draftado pelo Minnesota Timberwolves, que impediu o ataque posterior do adversário, com um toco para cima de Jon Scheyer, queridinho do Coach K em Dule. Mas isso, “pedindo licença para Rafa Luz”.

Tem de pedir a permissão para o armador, mesmo, já que ele conseguiu o segundo maior índice de eficiência da equipe (15, abaixo dos 21 de Hummel), mas teve a melhor marca de +/-, o plus-minus, vulgo saldo de cestas, com +16. Apenas ele e o ala Alberto Corbacho, outro que saiu do banco de reservas, conseguiram marcas de duplo dígito nesse quesito. Quer dizer, foi quando os dois estavam em quadra que o Obradoiro deslanchou, vencendo o quarto final por 24 a 15 para dar ao time sua 14ª vitória em 27 jogos, numa briga ferrenha pela oitava colocação – que dá a última vaga nos playoffs – com o Unicaja Málaga, de Augusto Lima.

No geral, Rafael Luz teve 2o minutos de tempo de quadra e somou seis pontos, cinco assistências, três roubos de bola, três rebotes e um toco, convertendo dois em quatro arremessos. Segundo o relato do clube, o rapaz justificou seu sobrenome, iluminando tanto o ataque como a defesa da equipe.  Extremamente atlético, o armador tem realmente a capacidade de influenciar uma partida dos dois lados da quadra, quando joga com energia e confiança.

Tomando nota, Magnano, tomando nota.

*  *  *

Desde a rodada 16, Rafael Luz ficou em quadra por 15 ou mais minutos em dez partidas. Ficou abaixo disso apenas em duas ocasiões, na verdade. Antes? Entre as primeira e 15ª jornadas, havia batido essa marca em apenas três jogos.

 


Louisville e um dos momentos mais marcantes do ano esportivo desde já
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Giancarlo Giampietro

Os campeões de Louisville

Depois de uma das cenas mais graves, horríveis do ano, vale mesmo ficar com uma das mais bonitas e emocionantes.Pena que, no YouTube, não houvesse nenhum vídeo mostrando os garotos de Louisville erguendo o troféu da NCAA de campeões da região do Meio-Oeste do torneio da NCAA. Que não houvesse a imagem deles segurando a camisa de Kevin Ware em quadra, orgulhosos de mostrar sua número 5, realmente como se fosse a taça mais importante que poderiam ganhar neste domingo.

Agora… A da fratura? Está lá, em todos os ângulos.

Que coisa.

O ala-armador Ware sofreu uma absurda fratura na perna quando tentava fazer o que sabe melhor: defender, tentando contestar um arremesso de três pontos de Duke. Desabou em quadra.

No movimento da câmera, você acompanhava o jovem Tyler Thornton, de Duke, que havia convertido o arremesso, colocar a mão na testa, com uma expressão extremamente desconfortável. A edição, então, mostra, do outro lado da quadra Ware e mais três companheiros caídos. A primeira impressão foi a de que alguma coisa poderia ter caído no ginásio, algum produto ou detrito. Estavam quase todos com a mão no rosto. E aí, enfim, o olho repara no que aconteceu de falta, e os replays seguintes não deixariam nenhuma dúvida.

Fica aquele mal-estar danado e, aos poucos, você vai assimilando o que está acontecendo, comovido junto com os garotos de Rick Pitino, que não conseguiam acreditar, assimilar que um deles passasse por um acidente daquele.

“Não lembro a última vez que chorei. Mas fiquei soluçando. Sem palavras, fiquei sem palavras. Fiquei me perguntando o porquê daquilo. Apenas caí no chão. Chorei, era apenas isso que conseguia fazer. Eu o vi deitado e apenas chorei”, disse o ala Chase Behanan, o amigo mais próximo de Ware e quem correu, depois, com o uniforme do companheiro por toda a quadra em Indianápolis.

“Quando ele pisou no chão, eu ouvi. Ouvi e logo vi o que aconteceu e, imediatamente, apenas percebi que não conseguia mais sentir nada, e que foi realmente difícil para mim me recompor, porque não achava que veria algo assim em um milhão de anos”, afirmou o ultraveloz armador Russ Smith, cestinha do time e que foi para a partida combatendo uma febre daquelas de derrubar.

A reação dos garotos foi impressionante.

Todos eles, incluindo o casca-grossa Rick Pitino, foram surpreendidos, então, quando Ware, ainda estirado em quadra, pediu para seu técnico chamar os demais Cardinals de Lousville. E, apesar de toda a dor que estava sentindo, ainda conseguiu simplesmente pedir para que eles não deixassem, de modo algum, de ganhar aquela partida. O jogo, aliás, estava duríssimo naquela altura, na metade final do primeiro tempo. “Ele estava com tanta, mas tanta dor. Mas eles nos chamou e nos disse para não nos preocuparmos com ele. Ele nem ligava para a perna, ele se impostava conosco. Não sei como ele fez aquilo”, disse Behanan.

Quando Ware foi removido, foi oferecida aos jogadores de Pitino a chance de fazer um novo aquecimento. Eles estavam muito abalados, claro. Mas negaram e foram para a quadra segurando as lágrimas.

Ficou aquele suspense no ar. Como reagiriam? Seguiram disputando cesta a cesta com Duke até o intervalo e, na volta, simplesmente demoliram o time do Coach K, que chegou a ficar mais de 12 minutos sem conseguir uma cesta de quadra.Venceram por 85  para o  a 63 e conseguiram a classificação. “O que importa é como você responde no momento. E eles responderam de um modo inacreditável porque eles tiveram de superar um sério problema com faltas marcadas. Tiveram de superar uma grande equipe. Tiveram de superar a perda de alguém que eles amavam”, disse Pitino.

Em momentos como esse, as frases que, isoladas, poderiam parecer um dramalhão barato e exagerado para o esporte, mas, quando você vê estas fotos aqui em conjunto, fica tudo muito bem compreensível.

E ficamos só nas fotos, mesmo. Por que o vídeo? Mais de um dia depois, seguimos esperando um que mostre a reação, a comemoração de Louisville – digo, realmente um vídeo apenas da comemoração.


Grizzlies avalia Scott Machado como possível reforço para os playoffs
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado, do Santa Cruz Warriors

Scott Machado em lance livre, agora vestido de Warrior (em uniforme que lembra a vestimenta dos anos 90 do Golden State)

Segundo Chris Vernon, influente jornalista de Memphis, âncora de um programas de rádio mais ouvidos na cidade – e olha que por lá, onde Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Johnny Cash, Roy Orbison, BB King, Otis Redding, Isaac Hayes* e outras lendas foram reveladas,  há muita coisa boa para se ouvir em rádio além de informativos esportivos –, o brasileiro Scott Machado está na mira do Grizzlies, que procura mais um armador para a reta final de temporada e disputa dos playoffs. Essa é a boa notícia.

A má? O gaúcho nova-iorquino 🙂 é apenas um dos nomes especulados pela franquia do Tennessee para as próximas semanas, ao lado de Keyon Dooling, Johnny Flynn, Courtney Fortson e Sundiata Gaines.

A partir dessa informação, é possível refletir sobre diversos aspectos. Vamos tentar dar conta de algum deles:

– Primeiro de tudo é que Scott ainda pode despertar interesse de uma franquia da NBA mesmo não encantando, exatamente, encantado durante este mês de março em atividade pela D-League, já a serviço do Santa Cruz Warriors – ele deixou o Rio Grande Valley Vipers, clube filiado ao Houston Rockets, que investiu bastante em seu basquete durante a temporada. A equipe de Santa Cruz, como o apelido entrega, está vinculada ao Golden State e tem como titular em sua posição o armador Stefhon (isso mesmo, com f + h) Hannah, formado na universidade de Missouri.

Recapitulando, então: Scott jogou seu último jogo pelo Vipers no dia 13 de fevereiro, até sofrer uma contusão. Então, perdeu espaço no time – para gente rodada como Andre Gaudeolock ou mesmo para o conturbado ala-pivô Royce White, que, na verdade, é mais um criador de jogadas do que um definidor, e depois fez sua estreia pelo Santa Cruz Warriors no início de março. Desde então, segue em atividade pelo time californiano. Desde então, jogou apenas uma média de 15,7 minutos, com média de 4,1 assistências por jogo (média bastante elevada, por sinal).

Ante de pular para o próximo tópico, vale sempre a ressalva de como o universo da D-League consegue ser ainda mais maluco do que o nosso – ou o da NBA, no caso. Os jogadores trocam, sim, facilmente de equipe e lidar quase sempre com atletas que preferem mais ver um companheiro morto do que ajudá-lo, tudo em busca do Eldorado. Para um armador puro feito Scott, essas condições podem ser extremamente nocivas ou positivas, tudo dependendo do controle que ele consiga exercer sobre a equipe. Em Santa Cruz, ele tenta agora estabelecer melhor relação do que teve em Hidalgo, pelo Rio Grande Valley.

Scott Machado x Coby Karl

Scott Machado ainda luta por seu lugar na NBA, agora vinculado a nova franquia: Golden State

– Gastamos alguns parágrafos para falar do Scott, mas já fica logo o aviso: pode ser que não dê em nada. O Memphis Grizzlies tem hoje 13 jogadores sob contrato, o mínimo necessário da liga para a disputa dos playoffs. Eles não são, então, obrigados a contratar ninguém mais.

– Ainda assim, parecem inclinados a adicionar um reforço barato para o elenco – nunca se sabe quando alguém pode torcer o tornozelo, afinal. E aí pensando em playoffs talvez faça mais sentido contratar um jogador muito mais provado do que um novato inexperiente. E aí Dooling, supostamente aposentado em Boston, mas já topando qualquer coisa, pintaria como o favorito disparado. Além disso, mesmo sem jogar, Dooling pode ser uma figura positiva para se adicionar por sua influência fora de quadra, no vestiário. Danny Ainge e Doc Rivers tentaram contratá-lo como assistente técnico no ano passado, inclusive, para mantê-lo por perto, mas, uma vez que anunciou sua aposentadoria, teria de esperar um ano para retornar a Boston.

– Em termos de experiência, pensando em alguém talvez até mais útil em quadra, Sundiana Gaines, 26, também levaria vantagem, já com 113 partidas disputadas na liga, 57 pelo New Jersey Nets em 2011-2012. Pior: Gaines tem em John Hollinger, ex-analista da ESPN e vice-presidente de basquete do Grizzlies hoje, um fã. Veja o que ele, ainda como jornalista, escreveu no ano passado sobre o jogador, avaliando sua produção estatística: “Se ele pudesse arremessar a bola, ele seria muito bom. Gaines está na elite em diversas áreas que não pedem o arremesso da bola de basquete”.

– Pode ser, por outro lado, que o Grizzlies contrate alguém de olho mais na próxima campanha do que necessariamente nos mata-matas, alguém que ficaria de molho nos playoffs. O segredo seria contratar alguém barato agora, para tê-lo nas ligas de verão de 2013 e, no mínimo, poder envolver seu contrato (não-garantido, na maioria das vezes) em outra negociação, para ganhar flexibilidade. Se for este o caso, as chances do brasileiro subiriam bastante, a despeito da presença do jovem e muito talentoso Wroten no elenco de Memphis.

– Disputar novamente posição com Courtney Fortson serve para Scott relembrar como a coisa realmente não é fácil: os dois, alguns meses atrás, estavam na briga por uma vaga no elenco do Houston Rockets para iniciar a temporada 2012-2013, e o brasileiro do Queens acabou vencendo essa – para, um pouco depois, ser dispensado já durante o campeonato em favor de Patrick Beverley, hoje reserva fixo de Jeremy Lin.

Achou que era simples? De o Scott Machado estar entre os nomes discutidos pelo Grizzlies e ser contratado de prontidão?

Nada.

Na NBA, quase nunca funciona assim, e o armador, numa nova equipe, agora olhando Stephen Curry e Jarrett Jack no time de cima, vai ter de paciência para lidar com isso.

*PS: não fosse o som de Memphis, o que seria da civilização ocidental?


Um ano atrás, chefão do Heat duvidava que recorde histórico de vitórias do Lakers poderia ser quebrado
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Giancarlo Giampietro

 “Acho apenas que o jogo é muito diferente agora. Mentalmente, não acho que os jogadores de hoje têm a disciplina suficiente para manter aquele tipo de concentração e foco por tanto tempo. Há muito mais coisas para distrair você. Se algum time tiver entre 20 e 25 vitórias em sequência, os jogadores talvez digam: “Ah, que se dane, vamos acabar com isso’. Haveria um nível tão grande de escrutínio e tanta cobertura de mídia, que seria algo na linha de: ‘Vamos apenas encerrar isso e recuperar a normalidade. Não consigo ver isso acontecendo (sobre a possibilidade de o recorde de 33 triunfos consecutivos do Lakers em 1971-72).”

Quem disse isso?

Pat Riley versão contracultura

Riley, futuro garoto-propaganda de Armani, em ação nos anos 70 pelo Lakers

Pat Riley, ala-armador reserva daquela equipe histórica do Lakers e presidente/gerente geral do Miami Heat hoje, a mesma equipe que já passou da casa das “20 para 25 vitórias” seguidas, tendo chegado a 27 nesta segunda-feira. Estão agora a apenas seis de atingir a marca registrada por Jerry West e Wilt Chamberlain quarenta anos lá atrás.

A declaração foi dada durante a temporad passada da NBA, antes da conquista do título pelo Heat. Mas não importava: a partir do momento em que Riley conseguiu aplicar um senhor golpe de bastidores em toda a liga, reunindo LeBron James e Chris Bosh com Dwyane Wade, a expectativa foi sempre a de dominação por completo pela equipe da Flórida.

No primeiro ano, já fizeram a final contra o Dallas Mavericks e acabaram surpreendidos um pouco por questão de arrogância, mas muito mais porque a química entre LeBron James e Dwyane Wade, em quadra, ainda estava longe da ideal – também não ajudou toda a postura de “nós contra eles, somos os vilões mesmo” adotada pelo elenco, que ficou com o emocional bastante abalado, e, claro, Dirk Nowitzki estava acertando tudo, Rick Carlisle é um estrategista travesso etc. etc. etc. Mas, que o Heat ainda não havia encontrando seu melhor jogo, disso não havia dúvida.

Na tempora passada, com Wade recuando um pouco, LeBron fazendo algum tipo de terapia e a chegada de Shane Battier para solidificar uma proposta de jogo mais agressiva e transgressora, conseguiram calar a oposição e pintar seu banner de campeão.

(Um parêntese sobre Wade: é engraçado como o estafe do jogador tem se empenhado em vender a história de que ele “se sacrificou como um verdadeiro campeão” em prol do time, deixando que LeBron tomasse conta da bola e da situação… Epa, mas não foi o próprio Wade que lá no verão de 2010 trabalhou intensamente para trazer seu “melhor amigo” para a Flórida ao lado de Bosh? Então qual era exatamente o mal-entendido para ser resolvido? Se eles planejaram tudo isso desde 2008, com muita gente garante ter acontecido, o simples fato de o astro ter demorado um ano todo para pereceber que o novo companheiro era o melhor jogador ali, todo o discurso adotado com atraso na virada da temporada passada para esta, emplacando até uma pauta na capa daSlam, não passa de balela. Wade é um baita jogador? Sem dúvida. Mas não precisa também querer a santificação.)

Agora, livres de pressão, depois de se aquecerem na primeira metade da temporada, enfim chegou o momento hegemônico. Aniquilando adversários, ou precisando de viradas nos últimos minutos, construíram uma sequência impressionante de vitórias, concretizando a profecia (quer dizer, parte dela, afinal LeBron falava em não apenas um, como múltiplos títulos). Nesta quarta-feira, o time vai a Chicago enfrentar o pretenso arquirrival Bulls (sem Rose? sem Noah? sem Hinrich?). No domingo, talvez o maior desafio: o San Antonio Spurs. Depois, o Knicks em casa.

Há todo um suspense agora para ver se o recorde vai ser igualado ou batido. Mas o mais importante, para Riley, talvez seja ver que, depois de tantas distrações, LeBron James e seu Miami Heat agora só estão concentrados, mesmo, em vencer.

*  *  *

LeBron

LeBron James contra o enfraquecido Orlando Magic

Jerry West, sujeito que era um maníaco em quadra, extremamente competitivo, hoje não liga se o seu recorde de vitórias seguidas será derrubado. Até Bill Russell deve ter ficado abismado de ver seu velho inimigo admirado pelo que vem acontecendo. “Acho que faz bem para a liga. Estou animado por meu amigo, Pat Riley, ser capaz de replicar isso agora como um executivo. Mas é mais especial como um jogador”, afirmou. O Logo, então, cogitou que o Miami pode não perder mais nenhum jogo até o final da temporada, o que seria um fenômeno completamente absurdo. “Pode não ter um fim. E isso que acho notável. Olho para a tabela deles e vejo um time ali que é excelente, obviamente o Spurs. Esse seria um jogo que me preocuparia, jogando em San Antonio, e eles vão ter Tony Parker de volta por lá.”

Por outro lado, só não peçam para West comparar diretamente o que o Lakers fez com o que vem acontecendo com o Heat. E faz sentido. Muita coisa mudou: antigamente, se viajava na classe econômica, como passageiros regulares em aviões menores. Hoje, os clubes têm seu próprio jato. Salário, regalias, preparação física, estrutura de scout e comissões técnicas, uma infinidade de coisas evoluíram.

Há também a questão sobre o produto apresentado em quadra. LeBron já apontou o fato de que, em 1972, a NBA ainda não reunia todos os melhores talentos dos Estados Unidos, já que enfrentava a concorrência da ABA, liga com a qual iria se fundir alguns anos mais tarde. Hoje os jogadores são muito mais atléticos também e todo o aparato de estudo do jogo pode facilitar ou dificultar a vida de qualquer craque. Por outro lado, talvez a mesma NBA hoje tenha jogadores até demais. “Li um comentário um dia desses dizendo que a liga hoje é muito melhor do que naqueles tempos. Pode ser o caso. Mas vejo alguns times bem pobres por aí”, afirmou West. Ele não citou ninguém, mas nenhum torcedor de Bobcats, Kings, Pistons e Suns vai se fazer de desentendido. “Vejo muitos jogadores na liga que não são nada bons. A expansão diluiu o talento. Então é difícil juntar muitos bons jogadores em um time hoje. E aí que você tem de dar muito crédito ao Pat e ao Heat. Eles juntaram três jogadores que a maioria dos times não tem. Dois deles são All-Pro. Não acontece muito”, completou. Gostou, Chris Bosh?


Armador veterano comanda a reação do Dallas Mavericks em busca pelos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Mike James para o chute

Mike James, ele mesmo, pode ajudar Nowitzki a enfim fazer a barba

E quem se lembrava do Mike James?

“Acho que meu nome realmente faz você se perguntar: ‘Quem?”, brinca o jogador. De fato: nome muito comum. Mike James.

Nos tempos de Detroit Pistons, ele foi apelidado de Pitbull por Rasheed Wallace. Era quando saía do banco de reservas mordendo, ao lado de Lindsey Hunter, hoje treinador do Phoenix Suns, para render Chauncey Billups e Rip Hamilton por alguns minutos, colocando muita pressão no perímetro, deixando a defesa de Larry Brown ainda mais insuportável. Conquistaram o título.

Foi certamente o melhor momento da carreira deste veterano, que entrou na NBA apenas aos 26 anos, como agente livre contratado por Pat Riley, em Miami. Da Flórida ele foi para Boston, até ser enviado para a Motown na mesma troca que envolveu Sheed. Depois – não percam a conta – jogou por Milwaukee Bucks, Houston Rockets, Toronto Raptors, Minnesota Timberwolves, New Orleans Hornets, Washington Wizards e Chicago Bulls. Em termos de produção estatística e relevância no elenco, surpreendeu em 2005-2006 quando marcou 20,3 pontos e 5,8 assistências em 79 partidas pelo Raptors, o que lhe rendeu um aumento significativo, praticamente de 100%.

Que mais?

James foi trocado cinco vezes e dispensado outras três. Ficou fora da liga em 2010-2011, aos 35 anos, quando acreditavam que sua trajetória na NBA havia chegado a um fim.

Para sorte de Rick Carlisle, Mark Cuban e Dirk Nowitzki, não era bem assim.

Ingressando na D-League, pela filial do Dallas Mavericks, provou que ainda tinha o que oferecer, mas, não se enganem, foi contratado mais como um quebra-galho, como reserva de Darren Collison, tendo assinado um contrato de apenas dez dias em 8 de janeiro. O titular, no entanto, estava decepcionando, e o veterano acabou assinando até o fim do campeonato, até ser promovido. De modo que, na sistemática abordagem de Carlisle, sem muita correria e com a ajuda de OJ Mayo para conduzir a bola, deu mais que certo.

“Estou como uma criancinha numa loja de doces. Vocês não entendem o quanto estou me divertindo”, afirmou James neste domingo, depois de ter anotado 19 pontos na vitória deste domingo em confronto direto com o Utah Jazz. Foi seu recorde na temporada.”Já que as pessoas dizem que eu não posso mais fazer parte deste jogo, estou curtindo muito esta fase”, completou.

Desde que James entrou para o quinteto inicial no dia 6 de março, o Mavs venceu oito partidas e perdeu três. Agora, com 34 vitórias e 36 derrotas no total, o time se vê novamente com esperanças de chegar aos playoffs, para manter viva uma sequência de participações nos mata-matas que começou em 2001.

Com os próximos três jogos em Dallas, há uma grande chance de o time chegar ao aproveitamento de 50%, algo que não acontece desde 12 dezembro, quando tinha 11 triunfos e 11 reveses, para, enfim, Dirk Nowitzki poder fazer a barba.

Kobe Bryant certamente está observando tudo isso, e, depois das finais de 2004, Mike James pode novamente estragar sua festa.


Nenê é decisivo contra Howard e interfere na luta do Lakers pelos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Nenê x Kobe

Não adianta segurar, Kobe. O Nenê já foi embora

Se, por um acaso, o Los Angeles Lakers ficar fora dos playoffs da Conferência Oeste, procurem se lembrar da noite de 22 de março, e do papel que Nenê pode ter nessa eventual eliminação da badalada – e hoje conturbada – franquia.

A que ponto chegamos, então: comemorar uma possível interferência do pivô numa briga em que sua equipe não está nem envolvida diretamente. Mas é isso, mesmo. Olhando a tabela, com o Washington Wizards numa draga tão lastimável, fica difícil, quase impossível de se imaginar grandes momentos esportivos, competitivos para o brasileiro na temporada.

De todo modo, aconteceu, está registrado: Nenê tratou de dar um jeito de deixar suas impressões digitais na cena do crime quando chegar a hora de avaliar o que deu de errado nesta temporada do Lakers.

Quando o relógio marcava 2min17s para o fim, Kobe Bryant estava na linha de lances livres para deixar a equipe da casa em vantagem por três pontos, 97 a 94.

O que se viu a partir daí foram, então, três posses de bola seguidas em que o paulista de São Carlos pediu a bola, assumiu a responsabilidade e pontuou. Quando restavam apenas 43 segundos no cronômetro, o placar era de 99 a 97 Wizards, com cinco pontos consecutivos de seu caríssimo pivô. E quer saber do que mais? Todos os cinco pontos saíram com ele enfrentando um defensor chamado Dwight Howard. Foram dois pontos em um giro no garrafão, com assistência de John Wall. Depois, um gancho em corrida paralela ao aro. Por fim, em outra arrancada agressiva para a cesta, forçou Howard a fazer falta. Na linha de lances livres, errou o primeiro e converteu o segundo.

No fim, Nenê terminou com 15 pontos, cinco rebotes e dois tocos. Acertou sete de 15 arremessos de quadra. Números que poderiam ser avaliados facilmente como “modestos” ou “bonzinhos” – mas nem sempre as estatísticas vão realmente contar toda a história.

Até porque, na verdade, ainda teve muita história nos 40 segundos finais: John Wall matou quatro lances livres, Kobe Bryant errou arremessos fáceis, fez um bem difícil, mas acabou perdendo o mais importante. Com pouco mais de 1 segundo para o fim, Howard conseguiu fazer um passe sensacional de sua linha de base, encontrando o ala na linha de três pontos do outro lado. Kobe se desmarcou de Trevor Ariza, fez um drible para ajeitar o corpo e teve tempo para subir e chutar. Deu aro.

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Por falar em Ariza, o jogador renegado pelo Lakers guardou sua melhor atuação da temporada para sua ex-equipe. Lembrem-se que ele estava na campanha do título em 2010, mas depois não teve seu contrato renovado, e sua vaga ficou com o lunático Ron Artest. Pois bem, a julgar pela expressão facial do ala durante a partida, ele foi para quadra pensando bastante a respeito. Como numa intervenção divina, ele acertou sua pontaria de três pontos e matou cinco de sete bolas de três pontos, fechando sua participação com 25 pontos, quatro assistências e quatro rebotes. Nem Phil Jackson poderia acreditar.

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Uma derrota preocupante para o Lakers.

(Como se eles precisassem de mais coisas com que se preocupar, aliás.)

O Wizards até se mostra competitivo desde o retorno de John Wall, vencendo agora seis de seus últimos oito jogos – mas foram dois triunfos contra o Phoenix Suns, um contra o Cleveland Cavaliers, um contra o New Orleans Hornets e um contra o Charlotte Bobcats, saca? Em Los Angeles, depois de tanto tempo de descanso, era uma vitória obrigatória.

O time não jogava desde segunda-feira, podendo descansar as costas de Howard e Nash, dar mais alguns dias para a reabilitação do tornozelo de Kobe (21 pontos, 11 assistências, 8/18 nos arremessos em 28 minutos) e ainda iniciar a reintegração de Pau Gasol ao time. Sim, o espanhol barbudo voltou após algumas semanas de ausência por conta de sua fascite plantar. Jogou por 20 minutos (roubando tempo de quadra de Earl Clark, um dos mais atléticos do elenco), ainda fora de ritmo, e somou quatro pontos e oito rebotes.

Mike D’Antoni ainda consegue respirar fundo pelo fato de que sua equipe ainda ocupa o oitavo lugar no Oeste, com duas vitórias de vantagem para o Utah Jazz. Mas haja coragem para brincar tanto com a sorte assim. Oras, foi a segunda derrota seguida do clube, depois de perderem para o mesmo Suns que o Wizards bateu duas vezes nos últimos dias. Afe.

Então volta a acender a luz de alerta. Do contrário, pode ser que, nas próximas semanas, mais alguns jogadores se juntem a Nenê numa lista de caras que, pelo menos, podem dizer que deram sua contribuição para ferrar com o poderoso Lakers.


Muito além de Jeremy Lin: nerds de Harvard surpreendem e avançam no torneio da NCAA
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Giancarlo Giampietro

Saunders e os nerds contra-atacam!

A revolução nerd está em marcha! Viva a revolução nerd!

Nesta quinta-feira, no início das loucuras de março, a universidade de Harvard mostrou que seu basquete vai muito além da linsanidade, causando uma das maiores surpresas da primeira rodada do Torneio Nacional da NCAA, derrubando New Mexico, cabeça-de-chave número três do quadrante do Oeste, em Salt Lake City: 68 a 62.

É a primeira vitória na história para Harvard neste nível. Esta é a segunda participação seguida do time nos mata-matas da NCAA – no ano passado, perderam para Vanderbilt na rodada de abertura por 79 a 70. Antes de 2012, porém, a última vez em que eles haviam competido nesta fase acontecera em 1946.

Para se comparar, a equipe apelidada de Crimson havia vencido 19 de 28 jogos na temporada regular, com uma campanha de 11 triunfos e 3 naIvy League, na qual enfrenta a elite (intelectual) do circuito universitário norte-americano. Novo Mexico, por outro lado, somou 29 vitórias em 35 partidas no geral, fazendo parte da Mountain West Conference.

Quatro jogadores pontuaram em dígitos duplos na capital mórmon dos EUA: os alas Wesley Saunders (18), Laurent Rivard (17), Christian Webster (11) e o pivô Kenyatta Smith (10). No geral, o time teve aproveitamento excelente de 52,4% nos arremessos de quadra, contra apenas 37,5% dos adversários, a despeito dos esforços do pivô gigante segundanista Alex Kirk, que somou 22 pontos e 12 rebotes, com 9/18 nos chutes.

O próximo adversário da equipe carmesim é a universidade do Arizona, outra instituição bem mais tradicional no basquete, que conta com alguns prospectos de NBA como o pivô Kaleb Tarczewski e o ala Solomon Hill. Eles bateram Belmont com facilidade, por 81 a 64.

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Apenas três atletas que cursaram Harvard entraram para a NBA em toda a história. Fazem companhia a Jeremy Lin nesta lista o armador Saul Mariaschin, que disputou 43 jogos pelo Washington Capitols em 1948, e o ala Ed Smith, que fez 12 partidas pelo New York Knicks em 1953-54.

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Ao preencher sua tabela, o presidente Barack Obama, formado em Harvard, havia apostado nos Lobos de New Mexico, claro.

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A partida serviu como uma espécie de revanche para o técnico Tommy Amaker. Ex-jogador de Duke, ele foi eliminado no torneio de 1987 pela universidade de Indiana, que contava com Steve Alford, hoje treinador de New Mexico, em seu elenco.


Obama faz os seus palpites da NCAA. Seria o presidente dos EUA bom de apostas?
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Giancarlo Giampietro

Barack Obama, o especialista

Obama desafia a crise ao preencher mais uma tabela da NCAA

Já é o quinto ano seguido que ele participa da brincadeira, então realmente não vale mais como novidade. O que também não quer dizer que, aqui na morada do Vinte Um, ainda não seja cool demais ver o presidente dos Estados Unidos da América dedicando alguns minutos do seu tempo para preencher a tabela do torneio nacional da NCAA, dialogando com um especialista da ESPN de lá. Isso, Barack Obama se arriscou de novo na futurologia e apontou as seguintes universidades como candidatas ao Final Four deste ano: Florida, Ohio State, Louisville e Indiana, que é o seu favorito ao título, batendo Louisville na final. Confira aqui todos os palpites do presidente basqueteiro.

Se é o quinto ano seguido, então nada mais do que justo do que averiguarmos como Obama se saiu nas quatro temporadas anteriores. Afinal, se está na chuva, é para se queimar.

No decorrer da história, Barack Hussein Obama II, filiado ao Partido Democrata, 51 anos, casado com Michelle Robinson, pai de Malia e Sasha, advogado, antigo senador por Illinois, presidente dos Estados Unidos da América desde 20 janeiro de 2009, acertou apenas um campeão nacional do basquete universitário daquele país. E foi logo em 2009, em seu primeiro show na ESPN.

Depois de treinar com a garotada dos Tar Heels, o ex-ala-armador fominha e canhoto se deu bem com sua escolha, deixando Michael Jordan – formado lá e outro ícone de Chicago, vejam só – orgulhoso. Aqui entre nós, também não estava muito difícil essa, não: o técnico Roy Williams havia montado um esquadrão, com Ty Lawson, Wayne Ellington, Tyler Hansbrough, Ed Davis e mais, arrasando Michigan State na final: 89 a 72.

Naquele ano, lembremos, o presidente surfava no auge de sua popularidade, iniciando um mandato cheio de esperança. Com o passar dos anos, esse respaldo foi caindo, talvez por conta da crise e do crescente desemprego na América, ou talvez, vai saber, pelos palpites errados em suas chaves, mesmo. Em 2010 e 2011, por exemplo, ele não acertou sequer um time de Final Four, muito menos o campeão, claro. Agora, em 2012, ele ao menos se recuperou, cravando metade dos campeões regionais e semifinalistas (Kentucky e Ohio State), embora tenha novamente votado os Tar Heels como campeões gerais, vendo essa aposta ir por água abaixo nas quartas de final, quando foram derrotados por Kansas. No fim, os Jayhaws perderam para os prodígios de Kentucky na decisão. De todo modo, foi um avanço para Obama, considerando o fiasco dos chutes anteriores. E foi um progresso em momento crucial: o democrata estava buscando a reeleição, em uma disputa muito parelha com Mitt Romney. Acabou vencendo. Coincidência?

Vejam abaixo como Obama se saiu até aqui:

2009
O que o Obama chutou: Pittsburgh, North Carolina, Louisville e Memphis no Final Four. UNC campeã.
O que deu: Michigan State, North Carolina, Villanova e Connecticut no Final Four. UNC campeã!!!

2010
O que Obama chutou: Kansas, Kentucky, Kansas State e Villanova, com Kansas campeã
O que deu: Butler, Michigan State, West Virginia e Duke no Final Four. Duke campeã.

2011
O que Obama chutou:
Duke, Kansas, Ohio State, Pittsburgh no Final Four. Kansas campeã.
O que deu: VCU, Butler, Kentucky, Connecticut no Final Four. UConn campeã.

2012
O que Obama chutou: Kentucky, Ohio State, Missouri, North Carolina no Final Four. UNC campeã.
O que deu: Kentucky, Ohio State, Louisville e Kansas no Final Four. Kentucky campeã.

Tags : NCAA Obama


Steve Blake para o resgate! No jogo em que Kobe saiu zerado, reserva salva Lakers
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Giancarlo Giampietro

Paul George x Kobe Bryant

Paul George é bom defensor, mas só um tornozelo estourado para anular Bryant

Aí o blogueiro só errou o Steve, né?

O mesmo blogueiro que afirmava que a pressão da lesão de Kobe Bryant cairia em Nash – e, não, no Blake.

Só para deixar clara a surpresa pelo que pudemos ver hoje, repetimos de modo mal-educado, gritando: “CAIRIA EM NASH E, NAO, POR DEUS, EM BLAKE!!!”.

Pronto. Passou o choque.

Jogando contra a defesa do Indiana Pacers, a mais chata, mais combativa de toda a liga, numa atuação (que não deixa de ser) histórica de Kobe Bryant, zerado pela primeira vez em sua carreira, foi o armador reserva que apareceu para o resgate. Com 18 pontos. Com sete assistências. Com seis rebotes. E mais, acreditem, dois tocos e quatro roubos de bola. De cair o queixo, mesmo.

Com Blake em quadra, o Lakers teve saldo de 21 pontos – sendo que, no geral, a vitória foi de apenas seis pontos (99 a 93). Pesou muito nessa conta sua inspirada jornada nos tiros de longa distância, fazendo o Pacers pagar caro com cinco bolas de três pontos convertidas em sete arremessos tentados, mudando todo o panorama do confronto, fazendo algo que o Lakers não tem conseguido com frequência: bombardear os adversários de modo eficiente do perímetro.

Dessa vez, o armador reserva também teve a ajuda de dois comparsas insuspeitos: Antawn Jamison, que matou quatro de sete de fora, e do anti-herói do lunatismo, Ron Artest, com duas em quatro. No geral, a equipe matou 50% do que arriscou de fora, 13 para 26. Mike D’Antoni provavelmente deve ter chorado nos vestiários, de pura comoção.

*  *  *

Depois de torcer o tornozelo de modo grave na quarta-feira contra o Atlanta Hawks, caindo sobre o pé do ala Danthay Jones, supunha-se que Kobe ficaria uma ou duas semans, no mínimo, afastado das quadras. Mas, claro, que o astro não ia aceitar isso – estamos falando do mesmo cara que já comunicou a jornalistas, dirigentes e seja lá quem mais for que éele quem decide quandopode ounão pode jogar devido a uma lesão.

Pois, três horas antes da partida em Indianápolis, ele realizou uma atividade leve por pouco menos de meia hora com o preparador físico Gary Vitti (um tesouro do Lakers a essa altura, trabalhando pela franquia desde os tempos de Magic Johnson). E julgou que estava pronto para outra.

Durou apenas 12 minutos, tempo suficiente para ele tentar quatro arremessos, errando todos eles. De resto, foram duas assistências, um rebote defensivo e um desperdício de bola.

Exagerou, né?

Aparentemente, segundo os números.

Por outro lado, Kobe sendo Kobe, imagine o recado que ele deu aos seus companheiros. É aquela coisa de “liderar por exemplo” levada ao extremo.

Sem contar o fato de que ele permaneceu no banco ao lado dos jogadores, berrando contra os árbitros, ajudando a elaborar jogadas, apoiando, fazendo tudo o que um tornozelo contundido permite.

*  *  *

Foi uma vitória muito importante para o Lakers. Depois da derrota em Atlanta, conseguiram vencer o jogo supostamente mais difícil de sua curta viagem pela Conferência Leste. Tendo agora pela frente as dragas chamadas Sacramento Kings, Phoenix Suns e Washington Wizards (mesmo com Nenê e John Wall jogando, vai…), Mike D’Antoni tem tudo para chegar ao confronto com o Golden State Warriors, no dia 25 de março, 38 vitórias e 31 derrotas, bem mais perto de uma classificação para os playoffs.

Isso, claro, se um dos Steves não deixar a poeira abaixar.