Vinte Um

Steve Blake para o resgate! No jogo em que Kobe saiu zerado, reserva salva Lakers

Giancarlo Giampietro

Paul George x Kobe Bryant

Paul George é bom defensor, mas só um tornozelo estourado para anular Bryant

Aí o blogueiro só errou o Steve, né?

O mesmo blogueiro que afirmava que a pressão da lesão de Kobe Bryant cairia em Nash – e, não, no Blake.

Só para deixar clara a surpresa pelo que pudemos ver hoje, repetimos de modo mal-educado, gritando: ''CAIRIA EM NASH E, NAO, POR DEUS, EM BLAKE!!!''.

Pronto. Passou o choque.

Jogando contra a defesa do Indiana Pacers, a mais chata, mais combativa de toda a liga, numa atuação (que não deixa de ser) histórica de Kobe Bryant, zerado pela primeira vez em sua carreira, foi o armador reserva que apareceu para o resgate. Com 18 pontos. Com sete assistências. Com seis rebotes. E mais, acreditem, dois tocos e quatro roubos de bola. De cair o queixo, mesmo.

Com Blake em quadra, o Lakers teve saldo de 21 pontos – sendo que, no geral, a vitória foi de apenas seis pontos (99 a 93). Pesou muito nessa conta sua inspirada jornada nos tiros de longa distância, fazendo o Pacers pagar caro com cinco bolas de três pontos convertidas em sete arremessos tentados, mudando todo o panorama do confronto, fazendo algo que o Lakers não tem conseguido com frequência: bombardear os adversários de modo eficiente do perímetro.

Dessa vez, o armador reserva também teve a ajuda de dois comparsas insuspeitos: Antawn Jamison, que matou quatro de sete de fora, e do anti-herói do lunatismo, Ron Artest, com duas em quatro. No geral, a equipe matou 50% do que arriscou de fora, 13 para 26. Mike D'Antoni provavelmente deve ter chorado nos vestiários, de pura comoção.

*  *  *

Depois de torcer o tornozelo de modo grave na quarta-feira contra o Atlanta Hawks, caindo sobre o pé do ala Danthay Jones, supunha-se que Kobe ficaria uma ou duas semans, no mínimo, afastado das quadras. Mas, claro, que o astro não ia aceitar isso – estamos falando do mesmo cara que já comunicou a jornalistas, dirigentes e seja lá quem mais for que éele quem decide quandopode ounão pode jogar devido a uma lesão.

Pois, três horas antes da partida em Indianápolis, ele realizou uma atividade leve por pouco menos de meia hora com o preparador físico Gary Vitti (um tesouro do Lakers a essa altura, trabalhando pela franquia desde os tempos de Magic Johnson). E julgou que estava pronto para outra.

Durou apenas 12 minutos, tempo suficiente para ele tentar quatro arremessos, errando todos eles. De resto, foram duas assistências, um rebote defensivo e um desperdício de bola.

Exagerou, né?

Aparentemente, segundo os números.

Por outro lado, Kobe sendo Kobe, imagine o recado que ele deu aos seus companheiros. É aquela coisa de ''liderar por exemplo'' levada ao extremo.

Sem contar o fato de que ele permaneceu no banco ao lado dos jogadores, berrando contra os árbitros, ajudando a elaborar jogadas, apoiando, fazendo tudo o que um tornozelo contundido permite.

*  *  *

Foi uma vitória muito importante para o Lakers. Depois da derrota em Atlanta, conseguiram vencer o jogo supostamente mais difícil de sua curta viagem pela Conferência Leste. Tendo agora pela frente as dragas chamadas Sacramento Kings, Phoenix Suns e Washington Wizards (mesmo com Nenê e John Wall jogando, vai…), Mike D'Antoni tem tudo para chegar ao confronto com o Golden State Warriors, no dia 25 de março, 38 vitórias e 31 derrotas, bem mais perto de uma classificação para os playoffs.

Isso, claro, se um dos Steves não deixar a poeira abaixar.