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Arquivo : Scott Machado

Menos um: Houston dispensa ala ao contratar Scott Machado
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Giancarlo Giampietro

A fila que ainda é um obstáculo para Scott Machado jogar a temporada 2012-2013 da NBA encurtou. Ao anunciar a contratação do brasileiro, o Houston Rockets divulgou no rodapé da notícia que o ala Diamon Simpson não faz mais parte de seu elenco. O ala não chegou a disputar sequer uma partida pela equipe.

Agora o clube texano tem 19 jogadores sob contrato – quatro ainda precisarão ser dispensados até o início do campeonato, já que as franquias não podem ter mais de 15 atletas vinculados. Como publicamos há uns dias, é a bagunça que o gerente geral Daryl Morey precisará resolver. O futuro do armador depende dessa dança das cadeiras.

Scott em ação na liga de verão de Las Vegas pelo Rockets


Bagunça no elenco do Rockets ainda é empecilho para o sonho de Scott Machado
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Giancarlo Giampietro

Estamos assim, então: é provável que Scott Machado assine seu contrato com o Houston Rockets no decorrer desta quinta-feira, numa pequena grande vitória em sua batalha para se firmar na NBA.

Explicando o contraponto entre pequena e grande: o brasileiro nova-iorquino dá mais um passo para esquecer a frustração de ser ignorado no Draft, cria um vínculo oficial com um clube e vai ter sua chance. O porém é que, por mais que tenha três anos o acordo, ele poderá ser desfeito no momento em que a franquia texana achar melhor. É o famigerado contrato sem garantias, um asterisco importante.

Scott Machado em ação em Las Vegas

Scott, de preto, em ação em Las Vegas

Scott vai para o training camp com Kevin McHale, poderá participar eventualmente da pré-temporada, mas não está necessariamente assegurado no elenco para o início do campeonato.

Aliás, em termos de plantel, o supernerd Daryl Morey tem uma tremenda bagunça para resolver nas próximas semanas. Com Scott, o Rockets terá 20 atletas sob sua alçada – quatro quintetos, um número elevadíssimo. O máximo que um clube pode carregar para a temporada são 15. Fazendo essa complicadíssima conta,  decorre que cinco terão de ser cortados.

E aqui a questão não é nem confiar, ou não, no jogo do armador. O problema é que, dos 20 atletas, 16 já têm contratos garantidos para a próxima campanha. Estes aqui: Jeremy Lin, Toney Douglas, Shaun Livingston (armadores); Kevin Martin, Chandler Parsons, Carlos Delfino, Jeremy Lamb, Marcus Morris, Royce White, Terrence Jones, JaJuan Johnson, Gary Forbes (alas); Patrick Patterson, Omer Asik, Donatas Motiejunas, John Brockman (pivôs).

Além disso, com o mesmo status de Scott estão o armador Courtney Fortson (seu rival por tempo de quadra durante a Summer League de Las Vegas), o ala Diamon Simpson (veterano de D-League e com boa participação na última liga australiana) e o pivô Greg Smith (destaque em seu primeiro ano de D-League e promissor).

É muita gente, e a conta não fecha. Para entender como o Rockets chegou a esse ponto: a ideia era acumular muitos jogadores jovens e contratos pequenos e não-garantidos para tentar emplacar uma troca por Dwight Howard – ou Andrew Bynum como plano B. Ele estava atrás de uma superestrela para liderar o clube desde a aposentadoria de Yao Ming, o gigante gentil. Não conseguiu, e deve ter enchido a cara ao tomar nota da negociação que mandou Howard para o Lakers e Bynum para o Sixers.

Dwight Howard agora posa de Laker

Dwight Howard agora posa de Laker. Cobiça pelo pivô deixou Morey em uma enrascada para montar seu elenco

Morey agora claramente precisa orquestrar alguma troca. Qualquer troca em que pelo menos dois jogadores saiam e um chegue. Para Scott Machado, seria mais interessante ainda que fossem embora quatro ou cinco dos texanos.

Mas como e com quem seria fechada a transação? Boa parte dos times já apresenta elencos fechados, definidos. Além disso, os dirigentes sabem que seu concorrente está em uma enrascada, numa posição desfavorável para barganhar. Na pior das hipóteses, ele vai ter de simplesmente dispensar um jogador de contrato garantido e pagar seu salário na íntegra. Dinheiro jogado fora, isto é.

Desculpem a água no chope, mas, para ver seu sonho de NBA se realizar, o armador brasileiro vai precisar jogar muito nos treinos do Rockets e, ainda assim, esperar, depender que Morey, considerado um dos cartolas mais inventivos da liga, bote a caixola para funcionar.


Scott Machado encerra em alta sua participação em liga de verão
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Giancarlo Giampietro

“Machado começou a perceber que ele pertence e essa confiança o ajudou a liderar o jovem Rockets”, “Scott Machado parece um jogador de NBA para mim, o jogador de Iona terminou com 20 pontos e seis assistências”, “Machado dando um show com seus passes aqui”, “Aceito definitivamente o hype de que Scott Machado merece estar em um elenco de NBA”.

Scott Machado em ação em Las Vegas

Scott, de preto, em ação em Las Vegas

As frases acima são todas tiradas de tweets de jornalista cobrindo ou assistindo aos jogos da liga de verão de Las Vegas durante toda a semana. Nesta quarta-feira, o Houston Rockets e Scott Machado encerraram sua participação, com quatro vitórias e uma derrota. A julgar pelos comentários, o brasileiro do Queens agradou um bocado, né?

Uma coisa a gente já sabia, antes do início do torneio: Scott era um dos melhores armadores puros, tradicionais dessa fornada e tinha tudo para colocar os talentosos do time texano para jogar. Nas duas primeiras partidas, as coisas não saíram muito bem: foram 38 minutos, seis pontos, seis assistências e oito desperdícios de bola. Pouco ou nada eficiente. A partir da terceira rodada, porém, o astral virou.

Na segunda-feira, contra Jimmer Fredette e o Sacramento Kings, foram dez assistências e seis pontos e três roubos de bola, ajudando a ofuscar os quatro turnovers. A seguir, na terça, seis assistiencaias, oito pontos, e mais três roubos de bola e os mesmos três erros contra o Portland Trail Blazers de Damian Lillard, pick seis do Draft. Nesta quinta, por fim, seu melhor jogo, diante do Chicago Bulls de Marquis Teague, armador campeão por Kentucky e 28ª escolha no Draft: 20 pontos, seis assistências e muito mais agressivo ofensivamente, acertando 6 de 14 arremessos e 7 em 10 lances livres.

“No segundo jogo, fiquei um pouco mais confortável, apenas me acostumando ao ritmo do jogo e aos companheiros ao meu redor. Uma vez que você começa a observar tudo, o as coisas vão ase ajeitando melhor. Isso me deixou confortável. Era eu passando e alguém recebendo e fazendo a cesta”, afirmou o brasileiro ao Houston Chronicle. O assistente técnico JB Bickerstaff corroborou: “Eles estão chegando agora, tentando descobrir como se encaixam aqui. Uma vez que ficam confortáveis, voltam a ser quem são, e Scott é um ótimo passador. Você viu ele fazer ótimas jogadas.  Ele acha os caras e consegue cestas fáceis, e é isso o que os armadores devem fazer”.

O ponto destacado por Bickerstaff faz todo o sentido: para as Summer Leagues, os clubes reúnem atletas que provavelmente nunca jogaram juntos antes e tiverm quatro ou cinco dias de rachão para entrosar. Sem contar a pressão psicológica de estar encarando um teste que, na cabeça dos garotos, pode ser definitivo, ainda mais no caso de Scott, que nem draftado foi.

As médias do armador foram de 8,0 pontos, 5,6 assistências, 2,5 roubos de bola e elevados 3 desperdícios por jogo – se computados apenas os últimos três jogos, saem ainda melhores: 11,3 pontos, 7,3 assistências e 3,3 roubos de bola, para 2,6 erros. Mas o mais importante: do primeiro jogo ao quinto e último, seu tempo de quadra foi elevado de 19 para 33 minutos, gradativamente. Começou no banco e terminou como titular. Se a confiança dele aumentou, a do técnico Kevin McHale em seus seviços também cresceu.

O brasileiro não depende apenas do clube de Houston. Qualquer interessado pode entrar em contato com seu agente. Mas o Rockets aparece no momento como ótima oportunidade, pois, hoje, só tem Jeremy Lin como armador. Há vagas, então, sempre condicionadas ao interminável rolo das negociações por Dwight Howard.

Daí vem o tweet talvez mais significativo, do repórter Jonathan Feigen, setorista do Chronicle, o diário local, que prestou mais atenção, supomos: “Scott Machado parece certo de que vá ser convidado para o training camp, com uma chance de entrar para o elenco, dependendo das mudanças que vêm por aí”.


Paulão tenta a sorte em Las Vegas
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Giancarlo Giampietro

Já que eles são novidade, natural que concentremos esforços para acompanhar a produção de Fabrício Melo, pelo Boston Celtics, e Scott Machado, pelo Houston Rockets, na Summer League de Las Vegas da NBA. Mas fica o convite, aqui, para que observem também por lá o Minnesota Timberwolves, que vai contar com um certo Paulão Prestes em seu elenco.

Desde o ingresso de Nenê e Leandrinho na liga norte-americana, em 2002 e 2003, essa virou meio que uma obsessão do basqueteiro nacional: avaliar a garotada que está surgindo, brincar de mercado futuro e projetar se cada um deles pode, ou não, emplacar uma carreira na NBA. Ser draftado, ser chamado para a seleção aos 18 anos, ser o cincão dos sonhos etc. Fab e Scott foram os últimos a fomentarem esse faniquito que envolve também Lucas Bebê, Raulzinho e, em breve, vai abraçar Lucas Dias.

Paulão Prestes na Lituânia

Paulão estava dando suas trombadas na Lituânia

Mas não faz muito tempo que, nesse contexto, a coqueluche era o Paulão, o força-bruta revelado pelo Ribeirão Preto e ex-aposta do Unicaja Málaga. Em 2007, ele comandou uma campanha histórica da seleção no Mundial Sub-19, terminando fora do pódio, mas com o quarto lugar. Em 2010, foi selecionado pelo Wolves na 45ª posição do Draft. Em 2012? Bem, parece que nem figura mais no imaginário coletivo nacional. Mesmo que ele tenha ainda apenas 24 anos.

Está certo que a carreira do pivô de Monte Aprazível (demais!) não evoluiu, nas últimas temporadas, como o esperado. Contribuíram para o progresso lento as constantes lesões do jogador e também seu complicado rolo com o clube espanhol – algo semelhante aconteceu com Vitor Faverani, embora mais por questões disciplinares do que físicas. Paulão foi emprestado diversas vezes, para o bem, ganhando experiência seja nas divisões inferiores ou na Liga ACB. Mas nunca foi o bastante para convencer o Málaga a aproveitá-lo para valer. Aos poucos, o clube se cansou de pagar seu salário, a relação se desgastou, acabou o namoro. Na última temporada, no fim, para se reerguer, Paulão foi parar na Lituânia, onde virou Paulo Sérgio Prestesas (mais que demais!).

Paulão Prestes, ex-Unicaja Málaga

Paulão, antigo projeto do Málaga, prefere um jogo mais lento

Terminada a jornada báltica, Paulão decidiu mudar drasticamente a direção de sua trajetória. Arrumou as malas e fez uma loooonga viagem rumo a Los Angeles, onde passou um mês treinando, refinando o jogo e o corpo, antes de mostrar serviço a David Kahn e Rick Adelman. Nesta segunda, ele abre sua participação no torneio de Vegas contra o Clippers.

Ao contrário de Fabrício e Scott, que ainda são projetos, Paulão entra em quadra com mais responsabilidade. Vem sendo observado pelos Wolves há dois anos e precisa mostrar de cara que merece uma vaga no clube na próxima temporada – ajuda o fato de eles terem dispensado Darko Milicic e trocado Brad Miller, aliás. No momento, há uma clara carência de pivôs no elenco, e eles talvez precisem de alguém mais barato, principalmente no caso de a volumosa proposta especulada por Nicolas Batum  não for coberta pelo Trail Blazers.

A má notícia? Os técnicos do Minnesota estão falando em incentivar um sistema uptempo em seu time de verão. Querem que atuem num ritmo acelerado. O quanto isso ajuda um pivô como o brasileiro, que é mais pesado e joga trombando de costas para a cesta? Não muito. Se for essa a proposta, mesmo, o paulista tem de se dedicar horrores aos rebotes defensivos: seria um modo de participar do jogo sem se deixar alienar pela correria.

* * *

Fab Melo e Scott Machado jogam nesta segunda também. O pivô do Celtics já vem com mais rodagem, depois de ter atuado semana passado na liga de Orlando.Também tem dois anos de contrato garantidos, então sobra tempo para falar sobre ele. O armador, porém, joga muito mais pressionado.

E como anda Scott? O brasileiro do Queens vai fazer sua terceira partida pelo Rockets. Contra o Raptors, na sexta-feira, ele ficou em quadra por 18 minutos e somou dois pontos, cinco assistências e quatro desperdícios de bola, acertando 1 de 6 arremessos. No sábado, contra o Wizards, ele jogou por 20 minutos e teve quatro pontos, uma assistência, quatro turnovers e 2/4 nos chutes de quadra.

Não são números de encher os olhos, mas vale a ressalva da semana passada: a) as estatísticas não são tão confiáveis nesses torneios, b) os jogadores mal se conhecem, o desentrosamento é visível; c) há muita gente querendo matar a concorrência: o pivô compete com o armador, que compete com os alas, tudo por uma ou duas vagas restantes em cada clube; d) os times não necessariamente vão avaliar números: importa muito mais o modo como cada um se comporta em quadra.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Paulão em sua encarnação passada.


Vai com calma: 14 minutos para Fab Melo
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Giancarlo Giampietro

Vai levar um tempo, precisa de paciência. Nesta segunda-feira, o pivô Fabrício Melo jogou pela primeira vez pelo Boston Celtics, embora não seja exatamente sua estreia oficial pela franquia mais vitoriosa da NBA. Vocês sabem: estamos falando de Summer League, que é um misto de rachão com jogo para valer.

Fab Melo, Summer League

Fab Melo em um de seus dois chutes do dia

Quer dizer: vale muita coisa para uma série de atletas marginais, que jogam pela sobrevivência e contratos na liga, e dos novatos, que têm uma ótima chance de se adaptar aos desafios da liga. Por outro lado, o limite de faltas para cada jogador é de dez por partida, os juízes são muito menos exigentes e os técnicos nem querem, nem têm tempo de bolar muitas jogadas para a moçada. E não há nada de Kevin Durant, Derrick Rose ou Kevin Love por estas bandas.

Um contexto essencial para avaliar os números e jogos de Fab Melo – e posteriormente – Scott Machado durante esse tipo de torneio. Em relação ao pivô, pesa ainda mais o fato de ele ser encarado apenas como um projeto pela diretoria do Celtics. Não esperam um impacto por parte dele desde já.

Pois bem: nesta segunda, então, Melo participou da vitória do Celtics sobre o Oklahoma City Thunder, por 73 a 65. Reserva, o brasileiro jogou apenas por 14 minutos, somando dois pontos, dois rebotes e dois tocos – o número de tocos elevado em relação aos outros quesitos estatísticos repete um padrão de seu início em Syracuse. Chutou apenas duas vezes, convertendo uma bola de meia distância. Enquanto esteve em quadra, a equipe ganhou por seis pontos. O ala-pivô Jared Sullinger, selecionado no Draft apenas um posto atrás, ficou em quadra por 24 minutos e somou 20 pontos e seis rebotes, sendo o cestinha. Mas era esperado que ele estivesse mais pronto para jogar de cara, tendo muito mais tempo de basquete nas costas (sem trocadilho, já que há uma questão médica a respeito de sua condição física).

Melo e Sullinger entraram juntos em quadra quando faltavam 3min50s para o fim. Segundo jornalistas presentes, Fabrício não se intimidou em quadra e falou bastante com os companheiros na defesa, aproveitando-se do know-how que adquiriu sob o comando de Jim Boeheim na universidade.

O titular na sua posição foi Sean Williams, veterano draftado pelo Nets em 2007, que teve muitos problemas de indisciplina, drogas etc, e voltou a ser aproveitado na liga no ano passado, primeiro pelo Dallas e, depois, por Boston. Quatro anos mais velho que Fabrício, ele jogou os mesmos 14 minutos e terminou com seis pontos, quatro rebotes e um toco.


Troca do Houston abre espaço para Scott Machado
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado

Não faz muito tempo que questionamos aqui se o Houston Rockets era a melhor pedida para Scott Machado jogar uma Summer League da NBA e tentar descolar sua vaga na próxima temporada. Bem, obviamente nessa avaliação foi subestimada a volatilidade que a liga norte-americana oferece em seu mercado.

Uma semana atrás, o Rockets contava com dois ótimos armadores em seus planos: o esloveno Goran Dragic, agente livre eleito prioridade pela direção da liga para renovar seu contrato, e Kyle Lowry, um pitbull na defesa que evoluiu no ataque a cada temporada. Hoje, 17h (de Brasília) de quinta-feira, nenhum dos dois atletas mais faz parte do clube. Que coisa, hein?

Dragic acertou verbalmente na quarta um contrato polpudo com o Phoenix Suns, seu ex-time. Lowry ficou sabendo hoje que vai precisar arrumar as malas e se mudar para o norte. Destino: Toronto Raptors, em troca surpreendente. Enquanto isso, o gerente geral Daryl Morey tenta convencer Jeremy Lin a voltar para o clube, numa transação bem complicada, que dependeria da boa vontade do Knicks – e quem vai abrir mão de um jogador com potencial de marketing desses?

Aí, o que temos agora (bem, reforcemos aqui o “agora”, já que tudo mudou de uma hora para a outra): um Rockets sem armador titular para a campanha 2012-2013 e com o brasileiro criado no Queens, NY, perfilado para defender seu time no torneio de verão de Las Vegas. Uma exibição segura (ou, vá lá, brilhante) por lá pode lhe render ótimos e inesperados dividendos.

Scott Machado, que já está em Houston para iniciar os treinamentos naquela que pode ser sua nova casa, passou batido no draft, mas vê, exatamente uma semana sepois, sua sorte mudar, e para melhor.

*Atualizacão: 18h (horário de Brasília, hehe), o baixinho Aaron Brooks seria outro alvo do Rockets para a posição, no caso de as coisas com Jeremy Lin não darem certo. Brooks era do Rockets e havia sido trocado por Dragic. Não deu certo em Phoenix, jogou temporada passada na China devido ao locaute, não recebeu oferta e agora pode retornar a Houston para a vaga de Dragic, que está retornando ao Suns. Se não entendeu nada, tudo bem.


Scott Machado deve jogar Summer League pelo Houston Rockets
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Giancarlo Giampietro

Segundo o repórter Jonathan Feigen, setorista do diário Houston Chronicle, o armador brasileiro Scott Machado vai jogar pelo Houston Rockets a Summer League da NBA em Las Vegas, entre os dias 13 e 22 de julho. O Boston Celtics, do pivô Fabrício Melo, também está inscrito no torneio.

Scott Machado, armador puro em busca de vaga

Feigen anunciou em seu Twitter que o gaúcho Scott é um dos “nomes interessantes alinhados para o time de verão do Rockets, além, vocês sabem, de metade da equipe de verdade”.

Com três escolhas de primeira rodada do Draft – os alas Jeremy Lamb, Royce White e Terrence Jones –, o time texano entrará na competição cheio de expectativa, e ao brasileiro caberia colocar essas feras para atacar. Tendo se destacado como um armador autêntico no circuito universitário, a missão não seria tão complicada assim para o jovem atleta, desde que não sinta a pressão. Ou também desde que consiga realmente se impor numa quadra contra adversários muito superiores física e tecnicamente do que os enfrentou quando jogou por Iiona, diga-se.

Em entrevista ao ExtraTime, Scott afirmou que não fica sem entrar na NBA. Ele teria dois times interessados em seu basquete na segunda rodada do Draft, mas teria pedido para não ser selecionado, sabendo que a intenção de seus cartolas era enviá-lo para a Europa, pensando em contar com ele apenas no futuro. Para o brasileiro, tem de ser agora. Resta saber, diante dos seis convites que tinha,  seo Houston apresenta, mesmo, a situação ideal para ele mostrar serviço, como discutimos aqui.

Outra figura cuirosa no time de verão do Rockets será o ala-armador Zoran Dragic, que é irmão do astro eslovendo Goran, um dos nomes mais cobiçados no mercado de agentes livres da liga neste ano. Goran jogou barbaridade no final da última temporada, e o gerente geral Daryl Morey assegura que fará de tudo para mantê-lo em seu elenco. Então cai bem o agrado.

Morey, aliás, publicou no mês passado a seguinte foto em seu Twitter, com os dois Dragics vestindo o uniforme da franquia:

Goran e Zoran Dragic

O Goran é o de branco, saibam disso

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Scott Machado em sua encarnação passada


Com seis convites da NBA, Scott Machado tem mais uma chance
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Giancarlo Giampietro

Fica difícil juntar os cacos e achar que o mundo não acabou. Mas o armador Scott Machado já recebeu algum consolo ao saber que o telefone de seu agente não parou de tocar nesta sexta-feira.

Nessa altura do campeonato, tendo passado batido no Draft, Scott, digamos, não está em condições de ser fresco e escolher clube. Qualquer oferta já seria lucro, uma dádiva.f

Porém, Adrian Wojnarowski, do Yahoo norte-americano e senhor de todos os furos da NBA, publicou hoje que seis clubes já fizeram convites para contar com o brasileiro em suas equipes de Summer League: Atlanta Hawks, Charlotte Bobcats, Cleveland Cavaliers, Houston Rockets, New Orleans Hornets e Toronto Raptors.

Scott Machado agora vai precisar de visão de jogo

Aí a coisa muda um tico. O brasileiro tem um pouco mais de controle sobre seu destino. Um pouquinho, ok.

Agora é hora respirar fundo e  estudar qual time lhe abre a melhor oportunidade para mostrar serviço – partindo do pressuposto de que brigaria por uma vaga apenas para compor elenco, como segundo ou terceiro armador da rotação. Elogiado pelos scouts por sua visão de jogo em quadra, Scott agora vai ter de mirar bemf avaliar onde se encaixa melhor, pensando longe.

De cara já dá para ver que o Hornets não se configura como a melhor opção. Acabaram de selecionar o espevitado Austin Rivers, queridinho de Monty Williams, na décima colocação, e acreditam que ele pode ser um armador ao lado de Eric Gordon. Não obstante, contam com Greivis Vasquez e Jarret Jack em sua folha salarial. Muita gente na parada.

Rockets? Tudo depende do que vão fazer com Gordan Dragic e Kyle Lowry – por enquanto, os rumores dão conta de que o esloveno fica e o bulldog, depois de detonar Kevin McHale publicamente, pode sair. Shaun Livingston acabou de chegar de Milwaukee e não deve ser repassado. Pode sobrar, ou não, uma vaga para batalhar no banco. Colocaria em penúltimo, então, no meu ranking pessoal.

As coisas em Toronto, onde ele treinou, salvo engano, duas vezes no período pré-Draft, também estão confusas. José Calderón tem mais de US$ 10 milhões para receber do clube canadense em 2012-2013, mas pode ser trocado ou dispensado a qualquer momento (creiam). Bryan Colangelo vai tentar fechar de todo jeito com Steve Nash no mercado de agentes livres. Jerryd Bayless alternou ótimos e péssimos meses no último campeonato, mas ainda parece nos planos. Sei, não, hein?

Tomislav Zubcic, ala da Croácia

O espigão Tomislav Zubcic foi uma surpresa do Draft, deixando Scott Machado para trás

Os outros três clubes soam como melhores pedidas: o Cavs escala Kyrie Irving, o novato do ano e um brilhante armador já aos 20 anos. Fora o prodígio, no entanto, há uma boa lacuna para ser preenchida: Donald Sloan, velho de guerra de D-League, não inspira tanta confiança assim, vai? Em Charlotte, só Kemba Walker está sob contrato na posição. O mesmo vale para o Atlanta e Jeff Teague, a não ser qeu eles enxerguem John Jenkins de outra forma. Pagando uma fortuna em quatro jogadores, tendo apenas seis atletas assinados, o time vai precisar de peças mais baratas para completar seu elenco.

Para constar: todos esses seis clubes tiveram uma segunda ou até terceira chance para ter draftado Scott Machado na véspera.

O Toronto teve duas escolhas de segunda rodada no Draft e optou pelo ala-pivô Quincy Acy (36º) e o ala croata Tomislav Zubcic (56º). O Atlanta selecionou o ala-pivô Mike Scott em 43º. O Houston comprou a escolha 53 do Clippers e optou pelo turco Furkan Aldemir. O Charlotte, em 31º, ficou com Jeff Taylor. New Orleans, por fim, foi com o ala Darius Miller em 46º.

Mas a NBA é assim, mesmo. “Business as usual”. Tem de engolir o orgulho e seguir em frente.

Qual seria o melhor time para Scott tentar?

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Scott Machado em sua encarnação passada


Especialistas do Draft projetam Fabrício Melo sob tutela de Anderson Varejão
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Giancarlo Giampietro

Os dois principais especialistas na cobertura do Draft da NBA concordavam em um ponto importante para o basquete brasileiro: a projeção de qual clube deve selecionar o pivô Fabrício Melo na noite desta quinta-feira.

Fabrício Melo distribuiu tocos por Syracuse

Fabrício Melo distribuiu tocos por Syracuse

O veterano Chad Ford, do ESPN.com (@chadfordinsider), e Jonathan Givony (@DraftExpress), chapinha que é o dono do DraftExpress, travam ano a ano uma batalha naval velada entre eles, para saber quem acerta mais escolhas a cada processo de recrutamento de calouros.

Na noite desta quinta-feira, os dois jornalistas apontavam o jogador como o 24º do Draft. Pelo Cleveland Cavaliers, isto é. Em seus comentários, Ford até menciona o compatriota Anderson Varejão como um incentivo: “O fato de eles terem um companheiro brasileiro para servir como mentor é um bônus”.

Boston Celtics, com duas escolhas e uma carência de pivôs, e o Miami Heat – sim, o Heat – também seriam dois clubes interessados. Especialmente o time da Flórida, que foi campeão com Joel Anthony, Ronny Turiaf, Eddy Curry e Dexter Pittman como seus grandalhões. Dureza, né? Dizem – diiiiiiiizeeem – que de Miami ele não passa, devido a sua capacidade defensiva, para proteger o aro e fechar espaços no garrafão.

E o Scott Machado?
A situação do armador nascido nos EUA e filho de gaúchos é um pouco mais nebulosa. No momento, Ford tem uma perspectiva bastante otimista sobre o armador: ele seria o 32º no Draft, via Washington Wizards. Apenas os 30 primeiros, do primeiro giro, têm contratos garantidos por um mínimo de dois anos. Os da segunda precisam se virar por conta. Por outro lado, caso fosse escolhido tão cedo, seria um sinal de prestígio. Os jogadores nesta faixa costumeiramente obtêm bom salário.

Scott Machado, armador puro em busca de vaga

Por outro lado, Givony tem Scott apenas em 53º em sua lista, via Los Angeles Clippers, com apenas sete atletas relacionados depois dele até o fim da segunda rodada. Não se trata de uma posição confortável, portanto, para esse armador puro, que trabalha muito mais para os companheiros do que em causa própria.

Telefone sem fio
Agora, não estamos diante de ciência exata aqui. Ford e Givony passam o ano todo seguindo os scouts em viagens e conversando, adulando e por vezes ajudando os gerentes gerais da NBA. Nesta semana, seria a hora de colher os favores.

Nem todos são tão amigões assim. Há muita notícia plantada, pelas mais diversas razões. Clubes inflam ou torpedeiam a cotação de um punhado de jogadores com a esperança de que seus alvos sigam disponíveis. Escondem seus preferidos até a última hora e só vazam a poucos minutos de fazerem a escolha, já certos de que o atleta vai ser contratado. Sem contar as incontáveis ligações e o telefone sem fio decorrente de tantas negociações entre agentes e dirigentes ou entre cartolas e cartolas, mesmo.

O próprio Cavs está envolvido na boataria. Além da 24ª escolha, a franquia de Cleveland tem a quarta neste ano. Sua ideia, pelo que se especula, é juntar as duas em troca da segunda, hoje do Charlotte Bobcats. Se esse negócio se confirmar, aí adeus para a idealizada parceria entre Varejão e Melo.

Na terça-feira, Fabrício, que jogou dois anos por Syracuse, treinou pelo Miami, ainda batalhando, de última hora. Já Scott, formado pela universidade católica de Iona, localizada em New Rochelle, no estado de New York, saiu para compras, tentando achar seu traje social adequado para a noite que espera ser de gala. Vai ser o dia mais longo de suas vidas.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Fabrício Melo e Scott Machado em sua encarnação passada