Vinte Um

Arquivo : Ray Allen

Por essa ninguém esperava: a ressurreição de Rashard Lewis
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Giancarlo Giampietro

Rashard Lewis para três! Ainda...

Rashard Lewis para três! Ainda…

Uma coisa é ser paciente, outra é ser teimoso pacas.

Se você for olhar todos os jogos de Rashard Lewis pelo Miami Heat, não daria para entender muito bem aonde Erik Spoelstra estava com a cabeça quando decidiu escalar o ala como titular no Jogo 5 contra o Indiana Pacers, tendo a oportunidade de eliminar de vez seu arquirrival na Conferência Leste. Arrisque, então:

a) Estaria o treinador de sacanagem?

b) Ousaria Spo a encarar um jogo de playoffs como um mero treinamento, para não deixar seus rapazes muito tempo parado, sabendo que a final do Oeste poderia se arrastar?

c) Ou ele simplesmente não tinha mais a quem recorrer?

Vamos de alternativa c), né? Mais plausível.

Udonis Haslem dessa vez foi pouco efetivo contra Indy, ao contrário do ano passado. Chris Andersen estava fora de combate. Shane Battier chegou aos mata-matas em frangalhos. Para Greg Oden ou Michael Beasley, simplesmente… Não rolou, por ora.  As formações mais baixas, com Norris Cole e Ray Allen, se provaram muito mais lucrativas e seriam guardadas para mais tarde, especialmente contra um Pacers que estivesse enfraquecido pela entrada de qualquer reserva. Aí não tem por que mexer com isso. Logo, não restava muito o que fazer.

O jovem Rashard nem acredita

O jovem Rashard nem acredita

Vai de Rashard Lewis, então, que tristeza.

O mesmo jogador que esteve bem abaixo da média de eficiência da liga nos últimos dois campeonatos. Não acertou nem 41,6% dos seus arremessos. De três pontos, caiu de 38,9% no ano passado para 34,3%. Cujas médias foram de 5,2 e 4,5 pontos. Numa projeção por 36 minutos de ação, não melhorou nada sua situação: 13 e 9,9 pontos. Poucos rebotes.

Depois de anotar 10 e 16 pontos em suas duas primeiras partidas pelo time, só voltou a encestar com alguma eficiência na reta final da campanha 2012-13, sendo praticamente uma nulidade de dezembro a março. Apenas em 13 rodadas ele teve duplos dígitos de pontuação. Na atual temporada, essa contagem despencou para oito. Sim, oito. Entre 15 de janeiro e 26 de março, o máximo que ele ficou em quadra foram os 15min26s contra o Charlotte Ainda-Bobcats. Até que passou a jogar um pouco mais nas últimas 15  jogos. Na primeira rodada dos playoffs, somou oito pontos no geral em quatro compromissos contra o mesmo Bobcats. Depois, contra o Brooklyn Nets, foram 13 pontos em cinco capítulos. Na final do Leste, nem entrou em quadra nas duas primeiras partidas. Quando foi escalado para as duas posteriores ,saiu zerado, errando sete arremessos, seis deles de três pontos.

Ainda assim, foi promovido ao time titular.

A ideia, acho: Rashard tem boa envergadura para ameaçar a linha de passe e estava disposto a combater David West. E, do outro lado, supostamente poderia contribuir com um arremesso de longa distância que incomodaria a defesa, abrindo espaços para LeBron e Wade… Pelo menos a fama ele tem, certo?

O engraçado foi que o Indiana respeitou seu chute por quatro partidas, e o ala não parava de acertar, na verdade, o aro, ou a tabela. Quando acharam por bem desencanar de persegui-lo no perímetro, com a certeza de que a bola não cairia de jeito maneira… E pumba! Lewis desembestou a pontuar, fazendo de uma torrente a última gota de confiança que tinha. Aproveitamento de 9 em 16 bolas de três pontos? Inacreditável. Que tal os 31 pontos acumulados, com 18 no Jogo 5, no qual superou o mequetrefe do LeBron? “A primeira eu errei, mas senti que ela saiu bem. Os caras me disseram apenas para seguir arremessando. Quando finalmente acertei uma, estava apenas esperando pela próxima”, afirmou Lewis.

E não só isso. O ala ainda quebrou um galho daqueles marcando David West como poucos fazem – ou tentam fazer: saltar à frente de seu oponente e cortar o ângulo primário de passe para esse trator de ala-pivô. Algo não só inteligente taticamente, para tentar desencorajar a assistência, como também serve como uma medida preventiva para viver uma aposentadoria saudável. Pode doer bastante deixar suas costas para West acertá-la com o cotovelo, mas, se Lewis guardasse a posição básica, recuada, e esperasse o adversário receber a bola, ele iria apanhar de qualquer jeito no garrafão e por um período mais longo.

Em suma: era um cara transformado. Foi uma situação inusitada para Frank Vogel resolver.

Por um lado, temos em quadra um dos maiores arremessadores de três pontos da história da liga (na categoria de sujeitos com mais de 2,05 m de altura, é verdade), que foi eleito um All-Star como escudeiro de Ray Allen em Seattle e o ala-pivô aberto ao lado de Dwight Howard e dirigido por Stan Van Gundy. Na lista da NBA de cestas de três feitas, ele já aparece em oitavo, com 1.787 no total. “Se você dá uma olhada nessa lista e vê os caras que estão nela, você meio que não acredita. De estar na frente desse ou bem atrás daquele”, afirmou. “É um feito e tanto e mostra que deixei minha marca na NBA.”

Por outro, o objeto de análise aqui também é um veterano que já havia trocado até mesmo por um Gilbert Arenas ultrapassado e quebrado – na troca de salários mais absurdos e inúteis que a liga já viu – e que também estrelou um dos raros casos de doping oficializados da ligaao lado de Hedo Turkoglu, seu ex-companheiro de Orlando, por exemplo.

Mal jogou em Washington e foi repassado para New Orleans, que só tinha a intenção de se livrar dos contratos de Emeka Okafor e Trevor Ariza (que estava encostado por lá e acabou se tornando uma peça bastante valiosa para o jovem time do Wizards, diga-se). Oficialmente, o valor de Lewis era de US$ 23,7 milhões (!?!?!?!, numa cortesia de Otis Smith). Mas o então-Hornets-hoje-Pelicans poderia dispensá-lo e economizar entre US$ 9 e 10 milhões. Demitiram sem pestanejar, abrindo caminho para que o ala ou se aposentasse, ou se juntasse a um time verdadeiramente candidato ao título. Aí Pat Riley entrou na jogada. No ano passado, para quem não lembra, ele foi anunciado no mesmo pacote com Ray Allen, seu ex-companheiro de Seattle, numa combinação promissora para o banco do time da Flórida.

Acontece que Lewis não jogou absolutamente nada e acabou salvo justamente Ray-Ray – essa, sim, uma contratação decisiva, de modo que não havia como os críticos se lembrarem do fiasco que representava a outra metade do negócio.

Mas, depois de dezenas de jogos apagados, aqui está Lewis sendo relevante, como um substituto improvável para Shane Battier no criativo sistema do Miami Heat.  O veterano está todo empolgado. Já fala em jogar por mais dois ou três anos. Desde que no time certo. No caso, o Miami, em que suas responsabilidades são bem reduzidas. “Ser um jogador complementar, abrir a quadra para um time que está competindo pelo título é bem menos desgastante do que sair jogando 40 minutos e tendo de trombar e ralar”, afirmou o ala que foi a escolha 32 do Draft de 1998, saindo do high school. “Seu papel fica muito mais fácil, e então fica muito mais fácil também de cuidar do corpo.”

Os dilemas que Frank Vogel teve com Lewis agora ficam para Gregg Popovich. Que Rashard que vai jogar as finais? O moribundo de praticamente duas temporadas, ou aquele renascido por meros dois jogos? É uma pequena peça no grande jogo das finais da NBA, mas que pode ter uma grande repercussão. Não é exagero dizer que 99% da NBA davam o jogador por sumido, ou morto, mesmo, nas últimas temporadas. Menos Spoelstra, aparentemente, que fez valer sua teimosia.


Nova arrancada do Miami coloca Indiana contra a parede
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Giancarlo Giampietro

É LeBron, é defesa, é pressão, é muito mais para o Miami no momento

É LeBron, é defesa, é pressão, é muito mais para o Miami no momento

Por três jogos seguidos, o Indiana Pacers abriu uma boa vantagem no placar, mas só conseguiu protegê-la na partida inicial da série. Por um lado, pode ficar a sensação de que o time de Frank Vogel vacilou geral e que entregou a série de bandeja para o Miami Heat. Mas seria injusto dizer isso. Injusto com os atuais bicampeões.

Estamos falando de um time que perdeu o primeiro período deste sábado por sete pontos, mas que venceu o restante do jogo por 19. O time que anotou apenas 14 pontos em 12 minutos, mas que acumulou 85 nos 36 restantes. Mesmo contra uma defesa como a do Indiana Pacers, que, durante o campeonato, chegou a atingir níveis históricos de eficiência.

“É uma dura derrota para nossos caras”, diz o comandante do Pacers, Frank Vogel. “Acho que competimos muito bem, viemos para a quadra de modo bastante forte, tivemos um bom início e, então, não soubemos controlar nossas faltas e não conseguimos também reagir ao aumento de intensidade defensiva deles.”

O técnico faz um bom resumo, mas as coisas não são tão simples assim, né?

Com cinco faltas, George Hill foi limitado a apenas 21 minutos de ação, e isso de fato interferiu demais com seus planos para a equipe. O quinteto inicial de Indiana ainda tem um saldo positivo quando reunido em quadra, a despeito de duas derrotas em três jogos. No entanto, qualquer outra formação usada pelo treinador tem saldo negativo. Dureza, hein?

Sem Hill, Vogel perde um de seus poucos dribladores minimamente competentes, sobrecarregando Lance Stephenson e Paul George – especialmente quando consideramos as responsabilidades que ambos têm na defesa. Evan Turner poderia ajudar nesse sentido, mas como ficaria, aí, o espaçamento de quadra? Ainda mais comprometido, algo grave para um time que acertou apenas 28,6% de seus chutes de fora na primeira partida em Miami. E dá para confiar no ala marcando algum dos astros adversários ou mesmo Chalmers ou Cole? Nem.

Luis Scola dessa vez mostrou sinais de vida, terminando, vejam só, com o melhor saldo de cestas do Pacers (+9 em 13 minutos). Com a cabeça fresca, o argentinou reagiu e marcou oito pontos em algo como três minutos no primeiro tempo. Mas isso de nada adiantou no segundo tempo quando a bola mal chegou ao pivô – ao contrário do que se passou em Indianápolis, diga-se, em que foi acionado e não correspondeu.

Da mesma forma que DJ Augustin no ano passado, o armador reserva CJ Watson vem enfrentando imensa dificuldade contra o abafa constantemente promovido por Erik Spoelstra, que pediu a seus atletas para que não se esquecessem da identidade de sua equipe. Valeu, professor. Se a pressão defensiva do Miami desestabiliza até mesmo ataques bem coordenados como o do San Antonio Spurs, contra o Pacers, quando as coisas encaixam, vira massacre, mesmo.

Depois de 13 jogos com os rivais alternando vitórias, o Heat colocou o Pacers contra a parede ao conseguir, enfim, dois triunfos seguidos. Restam mais dois para que o time volte a uma decisão da NBA pela quarta vez consecutiva, para repetir algo que não acontece há quase 30 anos, desde o Los Angeles Lakers de 1982 a 1985 (uma vitória e uma derrota contra Celtics e Sixers).

A julgar pelo que vimos nos três primeiros confrontos, é difícil apostar numa derrapada, por conta desses e outros motivos – bastante óbvios, mas que voltam à tona na final do Leste de maneira impositiva:

Poder de fogo
Para plantéis que contam com figuras como LeBron e Durant, parece que nenhuma vantagem está plenamente segura – em dois ou três minutos de mão quente, a liderança se evapora. Se ao lado deles se apresentam talentos como Wade e Westbrook, então? Todo o cuidado é pouco: 15 pontos não são nada. Ainda mais para uma equipe com problemas ofensivos como o Pacers.

No segundo tempo do Jogo 3, o Miami Heat deslanchou. Mas não se esqueçam do que já haviam feito no final da primeira etapa. Juntos, LeBron e Wade anotaram 14 dos últimos 18 pontos antes do intervalo, reduzindo a diferença de 15 (37 a 22) para apenas quatro (42 a 38, praticamente um 0 a 0). É difícil se intrometer no caminho dos dois, quando estão determinados a atacar o aro.

Daí que a inteligência na montagem do elenco de suporte aos astros também nunca pode ser ignorada. Os craques estão em quadra para resolver, mas a diretoria chefiada por Pat Riley conseguiu armar uma estrutura exemplar ao redor dos dois. Os cartolas deram a Erik Spoelstra não só um conjunto formidável de atletas, mas também uma porção de bons chutadores para aliviar a pressão em cima dos cestinhas – a contratação de Ray Allen, neste caso, se prova mais e mais mortal. O veterano de 38 anos segue em forma refinada, graças a uma das rotinas mais abnegadas da liga.

O ex-chapa de Garnett e Pierce matou quatro bolas de três no quarto final, se aproveitando de algumas cochiladas de Lance Stephenson. Mas é difícil também manter a concentração o tempo todo, ainda mais com Wade e LeBron ao lado de um dos maiores arremessadores da história do basquete. Por conta própria, o trio marcou mais pontos que todo o time do Pacers no segundo tempo: 47 a 45. Veja no gráfico abaixo, da ESPN, a anatomia de um baita estrago:

Os tiros de três que arrebentam com o Pacers, time que melhor defende este fundamento. Reparem também no baixo volume de tiros de média distância e o jogo lá dentro, na combinação ideal dos analistas estatísticos da vez: jogo interno + chutes de fora com alto rendimento

Os tiros de três que arrebentam com o Pacers, time que melhor defende este fundamento. Reparem também no baixo volume de tiros de média distância e o jogo lá dentro, na combinação ideal sugerida pelos analistas estatísticos da vez: jogo interno + lances livres + chutes de fora com altíssimo rendimento

Foi a segunda vez na temporada em que os rapazes eleitos por Larry Bird abriram 15 no placar e perderam. A primeira havia acontecido no dia 18 de dezembro. Coincidentemente, elas se equiparam como as maiores viradas na campanha da equipe da Flórida. Tem a ver com a artilharia pesada da equipe.

Em pormenores…

LeBron James, essa aberração
“Temos de jogar nosso tipo de basquete. Temos de ser disruptivos. Acelerar o time que estamos enfrentando, e tentar voar por todos os lados na defesa… Somos um time que ataca. Quando encaixamos nosso jogo, muitas coisas acontecem ao nosso favor, e até conseguimos cobrir alguns dos erros que fazemos tanto ofensiva como defensivamente”, afirmou o superastro nos vestiários neste sábado. Hmm… Na mosca.

E como é que faz, LeBron?

Ah, tá. Fácil assim.

É impressionante sua consistência em um nível altíssimo, coisa de panteão. A cada jogo, seguimos acompanhando a história. Que bom que todos tenham aprendido a conviver com isso.  Nos três primeiros jogos, LeBron tem 24,3 pontos de média, 7,3 rebotes e 6 assistências, com 58% nos arremessos de quadra, em 123 de 144 minutos possíveis.

Mas… Vem cá: esse cara não se cansa nunca?

Nas últimas quatro temporadas, apenas dois atletas beiram os 14.700 minutos de jogo: LeBron e Kevin Durant. Isso equivale a algo como 300 partidas inteiras. Para muitos, esse seria o principal empecilho para um tricampeonato. Fadiga física e mental, especialmente de seu principal astro. Era o que muitos esperavam. Por enquanto, nada. E como apostar contra esse cara?

Ainda mais quando ele vem tendo uma certa ajudinha de…

Dwyane Wade, valeu o descanso
Neste mesmo período de quatro temporadas de parceria na Flórida, Wade não bateu os 12 mil minutos. Ele soma algo como 240 partidas na íntegra – ou 73% de uma temporada regular. Faz diferença. Spoelstra teve ainda mais precaução em administrar os minutos do ala-armador durante a temporada, na qual ele foi para quadra em 54 partidas, a menor quantidade desde 2008 – descontando, claro, o ano do lo(u)caute. O resultado é um Wade cheio de gás contra o Pacers, sem permitir que Lance Stephenson o maltrate. Aliás, pelo contrário. Suas médias são de 24,3 pontos, 4,3 assistências e 62% nos arremessos na série, em 36,7 minutos. Se ele mantiver esse rendimento, fica difícil até mesmo para o Spurs, gente. Dois jogadores de capacidade atlética de primeiro nível, experientes, entrosados, com fôlego para sustentar grande volume de jogo.

“Não sei porque as pessoas ficam agindo como se ele tivesse jogando aos 47 anos. Até parece que é o Bob McAdoo jogando”, disse Chris Bosh, em defesa do amigo. Ok, Christopher. Wade tem apenas 32 anos. Mas é inegável o esforço do clube para preservar sua saúde, pensando nos momentos de decisão da temporada. Algo, aliás, que até livra a sua pele…

Chris Bosh nem tchum. E daí?
Em termos de minutagem, Chris Bosh também já foi longe. O ala-pivô admitiu publicamente é o terceiro jogador que mais ficou em quadra nos últimos quatro anos, superando a marca de 12 mil jogados. São 2.500 a menos que o grande craque do time,  verdade. Mas lembrem que não é todo jogo que o camisa 6 tem de encarar brutamontes como Hibbert, Tyson Chandler e Al Jefferson. Bosh até conta com a escolta de Birdman e Haslem (e, de vez em quando, de Greg Oden). Mas teve de digladiar com esse tipo de gigante por muito tempo, admitindo estar cansado pacas no momento. E jogar contra o Indiana é uma dureza. Em especial para ele, que, nos últimos sete confrontos de mata-mata com seus arquirrivais, sustenta médias de 7,9 pontos e 4,6 rebotes, com 29,9% de aproveitamento nos arremessos. O Ian Mahinmi conseguiria estes números? Talvez não. Para um cara com o status de Bosh, porém, o caso é de bombar no exame. Mesmo com seu terceiro principal atleta rendendo pouco, o Heat está na frente.

Mando de quadra
O arranque do Pacers no início da temporada e todo o sofrimento na reta final para manter a primeira colocação no Leste, ter mando de quadra…Foi tudo para o espaço. A turma de LeBron conseguiu uma vitória em Indianápolis e confirmou, neste sábado, a “quebra de saque”. Acabou? Ainda não. Vamos ver se essa intensidade do Miami será mantida no Jogo 4, agora que estão liderando a série. A ver também se o Indiana segue confiante em completar a missão para a qual foi especificamente preparado.  Naturalmente, os visitantes têm mais uma chance na segunda-feira de recuperar a vantagem de decidir em casa. Basicamente, está em jogo sua sobrevivência na temporada. Se os visitantes não triunfarem no Jogo 4, aí, sim, bau-bau.


Na tabela 2013-2014 da NBA, os jogos (alternativos) que você talvez queira ver
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Giancarlo Giampietro

Com olançamento sempre adiantadíssimo de tabela, agora da temporada 2013-2014, a NBA já reservou em seu calendário – sem nem consultá-los, vejam só! – algumas noites ou madrugadas de suas vidas. E nem feriado eles respeitam, caramba.

Já é hora, então, de sentar com o noivo, avisar a namorada, checar se não é o dia da apresentação do filho, e que a universidade não tenha marcado nenhuma prova para essas datas: Kobe x Dwight, retorno de Pierce e Garnett com Boston, o Bulls abrindo a temporada contra os amáveis irmãos de Miami, Kobe x Dwight, as tradicionais visitas de LeBron ao povoado de Cleveland, Nets x Knicks, revanche Heat x Spurs, Kobe x Dwight etc. etc. etc. Não precisa nem falar mais nada a respeito.

Mas, moçada, preparem-se. Que não ficaria só com isso, claro. A liga tem muito mais o que oferecer para ocupar seu tempo de outubro a junho. Muito mais. Colocando a caixola para funcionar um pouco – acreditem, de vez em quando isso acontece –, dá para pescar mais alguns jogos alternativos que talvez você esteja interessado em assistir, embora não haja nenhuma garantia de que eles vão ocupar as manchetes ou a conversa de bar – porque basqueteiro também pode falar disso no bar,  sem passar vergonha. Pode, né?

Hora de rabiscar novamente a agenda, pessoal. Mexam-se:

– 1º de novembro de 2013: Miami Heat x Brooklyn Nets
Depois de encarar o Bulls na noite de abertura, de descansar um pouco diante do Sixers, lá vem o Nets para cima dos atuais campeões logo em sequência. Essa turma de David Stern não toma jeito. Querem colocar fogo em tudo. Bem, obviamente esse jogo não é tão alternativo assim, considerando as altíssimas expectativas em torno dos rublos do Nets. Mas há uma historieta aqui para ser acompanhada em meio ao caos: será que Kevin Garnett, agora que não se veste mais de verde e branco, vai aceitar cumprimentar Ray Allen? Quem se lembra aí de quando o maníaco pivô se recusou a falar com o ex-compadre no primeiro jogo entre eles desde que o chutador partiu para Miami? Vai ser bizarro para os dois e Paul Pierce, certamente. Assim como a nova dupla de Brooklyn quando chegar a hora de enfrentar o Los Angeles Clippers de Doc Rivers em 16 de novembro.

No hard feelings? KG x Allen

E o KG nem aí para esse tal de Ray Allen ao chegar a Miami

1º de novembro de 2013:  Houston Rockets x Dallas Mavericks
Sim, uma noite daquelas! Mas sem essa de “clássico texano”. O que vale aqui é o estado psicológico de Dirk Nowitzki e o tamanho de sua barba. Contra o Rockets, o alemão vai poder se perder no tempo, divagando no vestiário sobre como poderiam ser as coisas caso o plano audacioso de Mark Cuban tivesse funcionado: implodir um time campeão para sonhar com jovens astros ao lado de seu craque. Dois astros como Harden e Howard, sabe? Que o Houston Rockets roubou sem nem dar chance para o Mavs, que teve de se virar com um pacote Monta Ellis-Samuel Dalembert-José Calderón e mais cinco chapéus e três botas de vaqueiro para tentar fazer de Nowitzki um jogador feliz.

Hibbert x Gasol

E que tal um Hibbert x M. Gasol?

– 11 de novembro de 2013: Indiana Pacers x Memphis Grizzlies
Vimos nos playoffs: dois times que ainda fazem do jogo interior sua principal força, e daquele modo clássico (pelo menos que valeu entre as décadas de 70 e 90), alimentando seus pivôs, contando com sua habilidade e físico para minar os oponentes*. Então temos aqui David West x Zach Randolph e Roy Hibbert x Marc Gasol. Só faça figas para que eles não esmaguem o Mike Conley Jr. acidentalmente. Candidatos a título, são duas equipes que estão distante dos grandes mercados, mas merecem observação depois do que aprontaram em maio passado.  Não dá tempo de mudar. (*PS: com a troca de Lionel Hollins por Dave Joerger, o Grizzlies deve adotar algumas das diretrizes analíticas de John Hollinger, provavelmente buscando mais arremessos de três pontos, mas não creio que mudem taaaanto o tipo de basquete que construíram com sucesso nas últimas temporadas e, de toda forma, no dia 11 de novembro, talvez ainda esteja muito cedo para que as mudanças previstas sejam totalmente incorporadas pelos atletas.)

– 22 de dezembro de 2013: Indiana Pacers x Boston Celtics
O campos da universidade de Butler está situado no número 4.600 da Sunset avenue, em Indianápolis. De lá para o ginásio Bankers Life Fieldhouse leva 17 minutos de carro. Um pulo. Então pode esperar dezenas e dezenas de seguidores de Brad Stevens invadindo a arena, com o risco de torcerem para os forasteiros de Boston, em vez para o Pacers local, time candidato ao título. Sim, o novo técnico do Celtics é venerado pela “comunidade” de Indianápolis e esse jogo aqui pode ter clima de vigília. (E, sim, mais um jogo do Pacers: a expectativa do VinteUm é alta para os moços.)

– 28 de dezembro de 2013: Portland Trail Blazers x Miami Heat
Se tudo ocorrer conforme o esperado para Greg Oden, três dias depois do confronto com o Lakers no Natal, ele voltará a Portland já como um jogador ativo no elenco do Miami Heat, deixando o terno no vestiário, indo fardado para a quadra. Da última vez em que ele esteve no Rose Garden, foi como espectador, sem vínculo com clube algum, sendo vaiado e aplaudido, tudo moderadamente. E se, num goooolpe do destino, o jogador chega em forma, tinindo, tendo um papel importante nos atuais bicampeões? Imaginem o tanto de corações partidos e a escala de depressão que isso pode – vai? – gerar na chamada Rip City.

– 13 de março de 2014:  Atlanta Hawks x Milwaukee Bucks
O tão aguardado reencontro entre Zaza Pachulia com essa fanática torcida de Atlanta, que faz a Philipps Arena tremer a cada jogo do Hawks. Não dá nem para imaginar como eles vão se comportarem na hora de acolher de volta esse cracaço da Geórgia, ainda mais vestindo a camisa do poderoso Bucks de Larry Drew – justo quem! –, o ex-técnico do Hawks. E, para piorar as coisas, o Milwaukee ainda tentou roubar desses torcedores o armador Jeff Teague. Não vai ficar barato! (Brincadeira, brincadeira.) Na verdade, an 597otem aí o dia 20 de novembro, bem mais cedo no campeonato, que é quando Josh Smith jogará em Atlanta pela primeira vez com o uniforme do Detroit Pistons. Neste caso, os 597 torcedores do Hawks presentes no ginásio e que consigam fazer mais barulho que o sistema de som vão poder aloprar o ala sem remorso algum quando ele optar por aqueles chutes sem-noção de média distância, desequilibrado, com 17 segundos de posse de bola ainda para serem jogados.

Ron-Ron tem um novo amigo agora

Ron-Ron agora vai acompanhar Melo em Los Angeles

– 25 de março de 2014: Los Angeles Lakers x New York Knicks
Já foi final de NBA, Carmelo Anthony seria um possível alvo do Lakers no mercado de agentes livres ao final da temporada, Mike D’Antoni não guarda lembrança boa alguma de seus dias como técnico Knickerbocker. São muitas ocorrências. Mas a cidade de Los Angeles tem de se preparar mesmo é para o retorno de Ron Artest ao Staples Center. Na verdade, o ala já terá jogado na metrópole californiana em 27 de novembro, contra o Clippers, mas a aposta aqui é que apenas quando ele tiver o roxo e o amarelo pela frente que suas emoções vão balançar, mesmo. E um Ron-Ron emocionado pode qualquer coisa. Nesta mesma categoria, fiquem de olho no dia 21 de novembro para o reencontro de Nate Robinson, agora um Denver Nugget, com seus colegas do Bulls, a quem ele jurou amor pleno. Robinson também é uma caixinha de… Fogos de artifício, e não dá para saber o que sai daí. Ele volta a Chicago no dia 21 de fevereiro.

– 12 de abril de 2014: Charlotte Bobcats x Philadelphia 76ers
O Sixers lidera os palpites das casas de apostas a pior time da temporada. O time nem técnico tem hoje – o único nesta condição –, seu elenco tem uma série de refugos do Houston Rockets, eles vão jogar com um armador novato que não sabe arremessar e lá não há sequer um jogador que possa pensar em ser incluído na lista de candidatos ao All-Star Game. Desculpe, Thaddeus Young, nós amamos você, mas tem limite. E, Evan Turner, bem… Estamos falando talvez da última chance. Então, no quarto confronto entre essas duas equipes na temporada, Michael Jordan espera, desesperadamente, que o seu Bobcats esteja beeeeem distante do Sixers na classificação da Conferência Leste. Se não for em termos de posições, que aconteça pelo menos em número de vitórias. Do contrário, é de se pensar mesmo se, antes de o time voltar ao nome Hornets, não era o caso de fechar as portas.

– 16 de abril de 2014: Sacramento Kings x Phoenix Suns
Como!? Deu febre?!? Não, não, tá tudo bem. É que… no crepúsculo da temporada, essa partida tem tudo para ser uma daquelas em que ninguém vai querer ganhar. Embora os torcedores do Kings tenham esperanças renovada com um nova gestão controlando o clube, a concorrência no Oeste ainda é brutal o suficiente para que eles coloquem a barba de molho e não sonhem tanto com playoffs assim. Ou nem mesmo com uma campanha vitoriosa. Fica muito provável que esses dois times da Divisão do Pacífico estejam se enfrentando por uma posição melhor no Draft de Andrew Wiggins (e Julius Randle, Aaron Gordon, Jabari Parker, Dante Exum e outros candidatos a astro). Então a promessa é de muitos minutos e arremessos para os gêmeos Morris em Phoenix, DeMarcus Cousins mandando bala da linha de três pontos, defesas de férias e mais esculhambação.


Heat x Spurs, o último capítulo: o que está na mesa para o Jogo 7 das finais?
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Giancarlo Giampietro

LeBron James, tudo ao redor dele

Mais uma decisão para LeBron James

Alguém aí conseguiu dormir nas últimas 72 horas?

Miami Heat e San Antonio Spurs atingiram um nível de basquete neste histórico Jogo 6 das finais, com vitória para o time da Flórida, que é realmente complicado de discorrer a respeito. Daí um post simplório em primeiro lugar para questionar o quão imediatistas conseguimos ser, querendo comentar segundo a segundo, lance a lance uma partida que tem 48 minutos – ou 53, no caso da prorrogação que vimos na terça. Mania de julgar e martelar que não leva a lugar algum. Demora um tempo para digerir um jogo clássico destes:

Passadas seis partidas, o básico que sabemos sobre o confronto é o seguinte:

1) Não há muitos ajustes a serem feitos agora para o sétimo jogo – pelo menos aquele tipo de ajustes gerais de plano tático. Cada um já sabe o que esperar do outro, as cartas estão todas na mesa: virou um jogo de “small ball” contra “small ball”, mesmo, e vai ganhar o caneco aquele que executar com mais precisão; coisa que o Spurs fez por 40 e poucos minutos nesta terça-feira.

2) Por isso, dãr, Gregg Popovich deixou escapar uma enorme chance. Quando as equipes atingem seu ápice, o Miami é simplesmente melhor – e isso tem muito a ver com a capacidade atlética de seu elenco, mas, principalmente, pelo fato de ter LeBron James a seu favor. Difícil de imaginar como o Spurs poder ficar mais perto de uma vitória no sétimo do jogo do que já estiveram no duelo passado. Daí que…

3) O Miami Heat tem o momento psicológico todo a seu favor;

Oh, Manu, Where Art Thou?

Teria Manu mais um truque Jedi disponível?

Para o Jogo 7, a partir daí, ficam algumas outras perguntas:

– Será que o Miami pode, após tanto drama e esforço, abaixar a guarda? Levando em conta o histórico da equipe, será que o “momento psicológico” é realmente uma vantagem? Os atuais campeões se acostumaram a jogar da melhor forma nestes playoffs quando estão contra a parede, “desesperados”, como Erik Spoelstra gosta de falar. Há risco de entrarem extremamente confiantes e tomar um peteleco daqueles?

– Na bacia das almas, com muitos minutos jogados, os jogadores veteranos estão muito irregulares – com exceção de Tim Duncan; aqui estamos falando especificamente de Ginóbili e Wade. E aí, o que vai ser desses dois craques quebradiços? Qualquer atuação “para cima” de um deles pode ser o ponto decisivo para a derradeira partida.

– E o Ray Allen? Vem com tudo? O ala sofreu contra Bulls e Pacers de acordo com seus padrões, convertendo, respectivamente, apenas 23,5% e 34,5% de seus chutes de três pontos nessas séries. Contra o Spurs, porém, voltou a ser um matador implacável: 60%. Com Allen representando uma séria ameaça exterior, a defesa do Spurs fica em situação muito mais delicada. O mesmo vale para Shane Battier, que encestou cinco das suas últimas dez tentativas.

– Por falar em arremesso de três, Mike Miller vai acertar mais um descalço? : 0

– Tim Duncan ainda tem mais lenha para queimar? É meio inacreditável que o Spurs tenha desperdiçado daquela maneira um jogo de 30 pontos e 17 rebotes do pivô. Um pecado.  Num intervalo de dois dias o veterano conseguiria repetir um jogo vintage desses?

– Sabemos também que LeBron James consegue dar conta de Tony Parker, super-humano que é. E, uma vez que os ângulos de infiltração para o francês são fechados, os operários do Spurs se tornam menos eficientes. Pois não é necessária nenhuma dobra ou cobertura para conter o armador, fazendo com que a turma do perímetro fique mais grudada em seus respectivos alvos. Por isso era imperativo que Ginóbili jogasse minimamente bem, para que sua equipe tivesse outra via de escape ofensiva. Então… Para um último suspiro, por quanto tempo LeBron se dedicará a Parker?

– E a arbitragem? O padrão será mantido? O que vimos no sexto jogo foi, convenhamos, extremamente atípico: boa parte das jogadas polêmicas foram decididas a favor do time visitante e contra as superestrelas. Algo chocante até. LeBron mal podia acreditar. Foi contestado duramente em diversas infiltrações, e a juizada nem aí pra nada. Da mesma forma como aconteceu em cortes para a cesta de Duncan e Ginóbili do outro lado. Foi um jogo físico e solto. Esperemos que sigam nessa linha:  no turbilhão que cerca o próximo confronto, o emocional de todos será testado, inclusive o dos homens do apito.

– Será que esses dois timaços vão conseguir, de alguma forma, superar o que entregaram no Jogo 6?

Segura!


Quando até Gregg Popovich falha: o jogo que o técnico do Spurs deixou escapar
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Giancarlo Giampietro

Gregg Popovich

Gregg Popovich teve seu momento de Frank Vogel

A grande armadilha em que os maiores técnicos, de qualquer esporte, podem cair é pensar o jogo demais. Algo ue aconteceu até com Gregg Popovich nesta terça-feira.

Numa série tão equilibrada, com marretadas distribuídas dos dois lados, era natural que, para seu desfecho, as coisas se equilibrassem um pouco mais e fossem se decidir em pequenos detalhes, quiçá no finalzinho da partida. E, nos momentos derradeiros da partida o supostamente inabalável treinador do San Antonio Spurs deu uma senhora derrapada.

O primeiro erro: com uma vantagem de três pontos a menos de 30 segundos para o fim, não ter orientado seus jogadores a fazerem a falta, mandar o adversário para o lance livre, obrigando Erik Spoelstra e o chutador em questão a optarem por duas cestas e a tentativa de roubo de bola na pressão sobre a saída de bola, ou tentar aqueles rebotes ofensivos a partir de um erro intencional no segundo chute – algo que quase nunca dá em nada.

“Nós não fazemos isso”, afirmou Popovich em sua entrevista pós-jogo, minutos depois. Justamente ele, que nunca teve pudor de chamar o “Hack-a-Shaq” em quadra nos embates com o Los Angeles Lakers na década passada.

Ok, LeBron James não é Shaq. Mas seu aproveitamento nos lances livres na série é de apenas 74,2%. Ontem, ele desperdiçou três lances livres. Acabou jogando 50 minutos no geral, correndo atrás de Tony Parker. Pernas cansadas? Vai saber. Mas, mesmo que convertesse as duas bolas, o Spurs ainda teria um ponto de vantagem, talvez com cerca de dez segundos no cronômetro.

O grande temor nessas situações é que o defensor erre em seus cálculos e cometa a falta justamente no ato do arremesso – podendo até contribuir para uma jogada de quatro pontos. Aí, sim, seria um desastre. De qualquer modo, levando em conta toda a aplicação defensiva de Kawhi Leonard desde a primeira partida, talvez o jovem ala merecesse um voto de confiança nessa. Outra coisa que pode ter pesado: sem um pedido de tempo, o temor de se encurralar debaixo da cesta e fazer a uma reposição de bola arriscada diante de um time superatlético. Com a velocidade de Tony Parker, porém, não sei se o risco era tão assustador assim.

Popovich ficou na sua e pagou para ver se o Miami Heat conseguiria acertar o seu tiro de fora. Quando viu LeBron James optar por um tiro de três pontos forçado, quase frontal, por um instante deve ter achado que foi a decisão certa. Acontece que, naquela sequência incrível, Chris Bosh pegou o rebote ofensivo e passou para Ray Allen na zona morta. O veterano, um dos melhores arremessadores de todos os tempos, subiu e matou a bola, mesmo um pouco desequilibrado. Ka-bum. Prorrogação na cabeça.

E a coisa fica ainda pior quando nos antentamos a este trecho em específico: “Chris Bosh pegou o rebote ofensivo”.

Popovich teve seu momento de Frank Vogel também ao tirar Tim Duncan de quadra. Essa é realmente incompreensível.

A ideia era jogar com Boris Diaw, que, a despeito de seus sandubas a mais, tem um jogo de pés bastante veloz, capaz de se manter diante de seu oponente no perímetro. Isso facilitaria a contenção na linha de três pontos.  O mesmíssimo raciocínio de Vogel no Jogo 1 das finais do Leste, quando sacou Roy Hibbert – com a diferença de que, naquela partida, a cesta saiu em uma bandeja tranquila de LeBron.

Duncan não só é o melhor reboteiro da equipe, como um baita marcador, protetor. Durante toda a partida ele contestou as infiltrações do Heat de maneira impecável, usando toda sua envergadura e inteligência. Sem contar toda sua experiência. Ali pesava a seu favor, então, não só um currículo único mas o que estava fazendo naquela noite. Você realmente vai querer tirar um cara desses de quadra no momento em que o vital é impedir uma cesta?

Quando o chute de LeBron amassou o aro, a defesa interior do Spurs estava totalmente desequilibrada. Vejam aqui:

Antes de LeBron arremessar, reparem que ele faz o corta-luz para Mario Chalmers, e aí consegue se livrar de Kawhi Leonard, que teve de desloar para cobrir o armador pela esquerda. Aí já temos um cenário preocupante: com Tony Parker correndo para segurar LeBron, um tanto desorientado. Então, Chris Bosh sobe para fazer outro corta para LeBron, deixando o francês perdidinho. No fim, tanto ele como seu compatriota Diaw saíram para contestar o disparo. Aí que Bosh caminha COMPLETAMENTE livre para o garrafão, numa falha de Parker, que deveria ter ficado com ele e ao menos se intrometido em seu caminho em direção ao aro, ainda que, evidentemente, essa não fosse a melhor pedida.

Teria Duncan se posicionado de melhor forma ali? Ou será que ele estaria no mesmo lugar que Diaw na linha de três pontos, e Bosh sempre deslizaria com liberdade para apanhar o rebote? Não dá para adivinhar. Na frieza dos fatos, do que aconteceu, só dá para dizer que Popovich se meteu em uma tremenda enrascada que pode ter lhe custado o título.


Ginóbili responde após capengar nas finais e deixa o Spurs a uma vitória do título
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Giancarlo Giampietro

Manu dessa vez parou para entrevista

Ginóbili, ufa!, fez jus a pelo menos uma entrevista para a ESPN; algo a que Green já se acostumou 🙂

Uma das discussões que sempre cercou minha, digamos, educação esportiva foi a de que se Pelé deveria ter parado, ou não, quando parou. E não estamos falando aqui de New York Cosmos, mas, sim, de sua decisão de ter se despedido do Santos antes e, principalmente, da Seleção Brasileira, alguns anos cedo demais. Um tema que, vez ou outra, era trazido à mesa da família, naquelas reuniões em que o futebol, claro, arranjava espaço, e o garoto acompanhava interessado.

Agora calma. Paciência, por favor. Antes que acredite que o sujeito aqui, depois de ter passado em branco no Jogo 4 das finais da NBA, possa ter entrado em uma espiral de loucuras e devaneios e ter perdido completamente a linha e se achado como um blogueiro boleiro, já antecipamos aqui, para acabar com a brincadeira que vamos falar sobre Manu Ginóbili – e um pouco sobre Dwyane Wade, Ray Allen e (!!!) Dany Green.

Antes, continuemos a digressão que, crê minha memória, era realmente algo recorrente na família Giampietro. Naturalmente, aquelas discussões dividiriam irmãos, tios, filhos e sobrinhos de dois lados: se enfileirariam aqueles que defendem fielmente que o seu ídolo deve largar tudo quando está no auge, enquanto outro grupo sonharia – ou exigiria – que o craque deveria ir até o limite, se testar até o fim, mesmo, para que soubesse quanto poderia ser bom.

E, aí, fica um pouco mais claro aonde queremos chegar com isso tudo, né?

Quando, alguns dias depois de Wade ter arrebentado com a defesa de sua equipe, Ginóbili, 35 anos, conseguiu dar o troco logo na partida seguinte, com sua melhor atuação em muito (muuuuuuuuito tempo), para ajudar o San Antonio Spurs a vencer o Miami Heat por 112 a 104, neste domingo. Resultado que deixa o time texano a um triunfo de conquistar o título da NBA depois de seis anos.

Como um todo, o desempenho do time de Gregg Popovich foi de embasbacar. Vejamos: foram 42 cestas de quadra em 70 tentativas, para um aproveitamento completamente inesperado de 60%. Mais 21 lances livres convertidos – dois a mais que os superatléticos adversários – e o rendimento de 40,9% de três pontos (sobre o qual falaremos mais adiante). Na defesa, limitaram essas mesmas aberrações físicas a 43% de pontaria geral. Uma discrepância de rendimento que, por si só, já poderia valer como um bom argumento para o triunfo.

Manu x LeBron

Nem LeBron conseguiu parar o craque argentino

Para entendê-la, no entanto, Ginóbili está no cerne. Pela primeira vez nestas finais o argentino conseguiu lembrar em algo aquele que foi um dos melhores jogadores da liga nos últimos dez anos. Atacando com destemor e criatividade, buscando lances que se iniciam malucos e terminam geniais (8/14 nos arremessos). Desafiando quem quer que fosse seu marcador (oito lances livres batidos). Mudando de direção, parando no meio do caminho, ou indo até o aro com sua canhotinha (24 pontos). Fazendo de suas barbaridades aceitáveis: foram três turnovers, mas dez assistências. Desta forma, ajudou a diminuir a pressão sobre Parker, Duncan e os atiradores de fora, uma vez que os defensores deveriam, enfim, voltar a se preocupar com a pimenta de seu jogo.

Comparando com os bons tempos, só uma coisa saiu do script: dessa vez ele não saiu do banco de reservas, como aquela fagulha que incendiou tantas vezes o ataque do Spurs. Numa de suas muitas cartas ­– e nada inédita, que fique claro –, Popovich puxou o narigudo para seu quinteto inicial e lhe deixou em quadra por 33 minutos. Nos últimos três jogos, ele havia atuado por 18, 23 e 26 minutos. E deu certo, minimizando o movimento anterior de Erik Spoelstra com a promoção de Mike Miller.

Mas só funcionou também porque, dessa vez, Manu conseguiu encarar a pressão da defesa do Heat sem perder a ousadia, mas nem a cabeça. Dessa vez seus passes e infiltrações foram precisos, ainda que duramente contestados. As coisas simplesmente se encaixaram para o craque em quadra. Pelo menos por uma noite que seja, voltou a ser grande e relevante.

Algo que só vai servir para estender a polêmica na família Giampietro. A do momento de os craques encararem essa grave decisão de seguir em frente com a carreira ou de mudar de vida. O torcedor do Spurs, rumo a Miami, obviamente já escolheu um lado nesta, mesmo que provisório.

*  *  *

Não é só Ginóbili que vai sofrer contra a defesa do Miami. Mas, para refutar qualquer impressão de que possa ser um exagero discutir a aposentadoria do argentino, lembremos que suas médias nos playoffs como um todo eram meio desanimadoras, com 37,7% nos arremessos e 10,6 pontos em 25,4 minutos. Quer dizer, mesmo com Pop reduzindo seu tempo de ação para quase a metade de um jogo, o ala-armador não conseguiu responder de modo eficiente.

*  *  *

A resposta de Ginóbili não poderia ter vindo em hora mais providencial. Porque Wade conseguiu seu segundo ótimo jogo consecutivo, este fato também representando por conta própria outro milagre. De sujeito que mal conseguia correr ou pular direito na final do Leste , o astro do Heat foi novamente agressivo com a bola desde o início (igualando o número de chutes de LBJ, 22) e mantendo a produtividade (25 pontos, 10 assistências).

Acabou sobrando para Tiago Splitter, a promoção de Ginóbili foi para o Spurs enfrentar a formação mais baixa proposta por Spoelstra. Depois da dificuldade que o brasileiro encontrou na partida anterior, não é de se estranhar a mudança de Popovich. O catarinense foi para o banco e jogou por apenas dez minutos, com quatro pontos, dois rebotes e um toco. Boris Diaw também ganhou mais tempo de rotação (27) e justificou a confiança do técnico ao fazer um surpreendentemente – para não dizer estarrecedor – ótimo trabalho defensivo contra LeBron. Quando o astro passou a abusar de marcadores menores perto da cesta, o francês foi acionado e segurou a bronca. O ala do Heat conseguiu apenas uma cesta em oito chutes contra sua marcação – contra os demais, ele converteu sete em 14.

*  *  *

Ray Allen também resolveu alongar os braços em San Antonio neste domingo. O ala anotou 21 pontos e quase complicou a vida dos anfitriões em alguns momentos do segundo. Esse gatilhaço histórico já havia feito só 18 pontos nos últimos dois jogos em conjunto.

*  *  *

Mas, então, estamos assim: em meio a Ginóbili, Wade e Allen, quem imaginaria que o melhor shooting guard da série seria Danny Green? Matando 25 bolas de três pontos, muitas delas marcadas, com aproveitamento de 65,7% desta distância e média de 18 pontos, talvez já esteja na hora de perguntar outra coisa já: com mais uma atuação de gala, seria ele o MVP das finais?

(!?!?!)

Pensem: Manu estava capengando até dia desses. Parker deu uma desacelerada com a lesão que sofreu no Jogo 3. Tim Duncan, com 15,6 pontos, 11,2 rebotes e 1,8 toco, vem sendo fundamental, como sempre – e isso pode pesar tanto a favor, no caso de o saudosismo for mais influente, ou contra, para aqueles que já o viram fazer coisa muito maior e não se importariam.

 Então…

Talvez o maior concorrente do ex-Cavalier por este posto seja, epa!, Kawhi Leonard, considerando o excepcional trabalho defensivo em cima de LeBron, também mereceria no mínimo sua medalha de honra ao mérito.


Quais os desafios que aguardam Tiago Splitter nas finais contra o Miami Heat?
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Giancarlo Giampietro

Splitter pra mais dois pontos

Dificilmente Tiago vai encontrar um caminho tão livre assim para fazer a bandeja

Ele pode ser o primeiro brasileiro campeão da NBA. É o nosso melhor e mais consistente jogador na Seleção há anos. Decidiu tudo que é título na Espanha e na Europa em geral. Agora está no palco mais brilhante, chamativo, com um papel muito importante, encarando talvez seu maior desafio. Dá um frio na barriga intenso só de pensar. O que esperar de Tiago Splitter na decisão contra o Miami Heat? Vamos respirar fundo e tentar entender/projetar o que vem pela frente.

Ataque
A característica mais marcante do Miami Heat é sua capacidade atlética coletiva. São aqueles que representam, na prática, aquilo que se idealiza sobre a liga norte-americana em termos de exuberância física.  Erik Spoelstra pode mandar para quadra jogadores de muita velocidade e agilidade, impulsão e invariavelmente empenhados em fazer o serviço sujo. Quando levam isso ao máximo, se torna um inferno atacar contra esses caras – como Paul George descobriu no Jogo 7 das finais do Leste.

Um páreo duro, ainda mais para um jogador como Tiago, que gosta de produzir se esgueirando pelos mínimos espaços oferecidos por uma defesa, a despeito de seu corpanzil.

Além de muito inteligente, enxergando os diversos ângulos para se cortar para a cesta, o catarinense corre bem e se desloca por toda a quadra e também é bastante coordenado para um cara de seu tamanho, podendo receber o passe nas redondezas do garrafão em velocidade e, tal como o carteiro Karl Malone, entregar a carta no destino certo (sua  média na carreira é de 57,2% nos arremessos, sensacional).

Contra os mutantes de Miami, porém, essa habilidade para finalização será testada ao máximo. É preciso cuidado com a defesa que virá do lado contrário em seus pick-and-rols com Parker e Manu, especialmente quando LeBron tiver Dwyane Wade e Chris Andersen ao seu lado. Os três têm ótimo tempo de cobertura.

Só não dá para confundir precaução com receio, temor, mesmo que estejamos falando desses atletas de primeiríssimo time – e aqui, literalmente, já que são os atuais campeões.

Splitter nunca  teve o jogo mais vertical. É difícil, por exemplo, lembrar a última cravada, ou até mesmo um grande highlight de sua carreira nessa linha. E não teve problema nenhum para o pivô prosperar e se tornar um dos melhores do mundo (Fiba) em sua posição. Ele desenvolveu uma série de movimentos, digamos, criativos, para não escrever estranhos, mas que obviamente são úteis e eficientes.

Splitter se vira

Splitter vai precisar finalizar com autoridade, ao seu modo, contra uma defesa hiperatlética

Colocar isso em prática na NBA, envolto por jogo mais veloz, explosivo e aéreo que o da Liga ACB ou Euroliga, sempre foi visto como o grande desafio para o catarinense, alguém que foi analisado pelos scouts das franquias norte-americanas desde a adolescência na Espanha, uns bons deeeeez anos atrás.

“A evolução foi lenta, mas consistente. Claro que todo mundo quer chegar e jogar, se adaptar o mais rápido possível. Demorou um pouco, mas agora estou bem, com mais protagonismo tanto no ataque quanto na defesa”, disse o pivô em entrevista completinha a Daniel Neves, companheiro aqui do UOL Esporte.

Demora um pouco, mesmo, para captar o que se passa ao seu redor. Talvez Gregg Popovich o tenha segurado um tico demais da conta. Ou talvez ele só estivesse realmente esperando a plena adaptação de seu jogador. Mas o fato é que hoje o brasileiro está confortável e perfeitamente integrado ao plano de um dos maiores treinadores da história. Enfrentando quem quer que seja, com suas bolas heterodoxas, mesmo.

Dentre essas jogadas, aliás, o arremesso em flutuação pode lhe ser muito útil no confronto. É um chute que ele converte com boa frequência e pode ser utilizado quando o tráfego rumo ao aro estiver intenso. Além disso, como destacamos em outro post quando o rival ainda era o Golden State Warriors, é muito incomum que um pivô tenha esse tipo de bola, que até hoje surpreende os narradores e comentaristas da liga e, imagino, também os seus oponentes.

Veja aqui a sequência a partir de 1min01s, com seu floater em pleno funcionamento e os comentários de Jeff Van Gundy na sequência:

Um Splitter eficiente em quadra será fundamental para o Spurs. Se o pivô conseguir incomodar a defesa interior de Miami, estará criando um senhor problema para Spoelstra, que poderá ter dificuldade para decidir o que fazer na hora em que ele e Tony Parker jogarem em dupla.  “Vamos continuar fazendo nosso jogo. Todos os times têm brechas e vamos aproveitar tudo o que está à nossa disposição”, disse ao Daniel.

Fica a dúvida sobre que marcador seria designado para o brasileiro de cara. Muito provavelmente Chris Bosh nos primeiros minutos, com o técnico do Heat tentando preservar o jogador de um embate direto com Tim Duncan.  Além disso, resta saber se Spo vai optar por ficar com dois pivôs em quadra como fez contra o Indiana Pacers, ou se vai voltar com Shane Battier para sua rotação, confiando no ala para segurá-lo. Se esse duelo realmente acontecer, Splitter precisaria fazer de tudo para se impor em quadra no mano-a-mano, fazendo o oponente pagar pela estratégia de small ball, seguindo o exemplo dado por  David West.

Defesa
Vocês podem não acreditar, mas o mesmo time que é superveloz e atlético na defesa, também leva esse mesmo pacote para o ataque. :  )

A diferença que os percalços para Tiago aqui estão distantes da cesta, independentemente de quem estiver em quadra do outro lado – Haslem, Bosh, Battier, LeBron, Mike Miller ou Rashard Lewis. Ops, esqueçam o Lewis. Apenas Chris Andersen não fica posicionado desse jeito.

A ideia é espaçar bastante a quadra, abrindo trilhas para os cortes de LeBron e Wade. Por isso, os “pivôs” do Miami se afastam costumeiramente da área pintada, preparados para receber o passe e matar os chutes de média e longa distância. Splitter vai ter de persegui-los em muitas ocasiões no perímetro, mesmo Haslem, que, do nada, recuperou sua confiança e voltou a representar uma ameaça nesse quesito.

Foi algo que David West fez excepcionalmente bem pelo Pacers, contestando os chutes de longa distância até de Ray Allen – Shane Battier, então, nem se fala: foi reduzido a pó, a ponto de se tornar uma peça inútil para o Heat. O catarinense tem velocidade e movimentação lateral para dar conta disso, ainda que não esteja tão habituado a correr atrás de alas. Como o chapa Rafael Uehara mostra nesta edição aqui, com ações focadas na contenção de pick-and-roll:

Ao mesmo tempo que tem de vigiar essa turma, o brasileiro vai ter de ajudar, e muito, Kawhi Leonard na inglória missão para tentar incomodar LeBron James de algum jeito. A ideia é que ele ou Duncan se posicionem atrás de Leonard, centralizados, para desencorajar as infiltrações os atropelos do superastro. Uma ação que requer uma baita organização tática e sintonia fina com os companheiros.  “Não existe uma pessoa no nosso time que possa pará-lo [LeBron]. A única forma é adotar uma defesa forte no coletivo. Só assim conseguiremos enfrentar os astros do time deles”, afirmou o brasileiro ao Daniel.

Splitter x Z-Bo

Splitter lidou bem com Z-Bo na final do Oeste; Miami apresenta desafio bem diferente

Muitas vezes é quase como uma defesa por zona, com a limitação dos três segundos imposta pela NBA. Para alguém criado na Europa, não é problema algum. A verdade é que a promoção e efetivação de Splitter no quinteto titular do Spurs foi capital para a solidificação de uma defesa que andava estranhamente mambembe sob a orientação de Popovich. Sua mera presença física ao lado de Duncan ajuda a congestionar tudo.

De todo modo, poucos são tão grandes como um Roy Hibbert, dos raros casos capazes de intimidar LeBron. Nesse confronto, para o brasileiro vai contar muito mais sua aplicação e desenvoltura tática.

E aí?
Esses são apenas alguns dos pontos que envolvem Tiago Splitter num grande  e promissor jogo de tabuleiro que começa nesta quinta-feira e se estenderá para os próximos dias. Lembrando que o brasileiro se tornará um agente livre ao final da temporada. Dependendo do quão bem ele executar seu papel, o Spurs pode ter problemas para segurá-lo em seu elenco. Agora, se isso for ajudá-los a conquistar um título depois de seis anos, Popovich e Duncan aceitarão de bom grado. Vamos ver no que dá.


Bulls usa cartilha anti-Heat para encerrar sequência de vitórias dos astros de Miami
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Giancarlo Giampietro

Boozer x LeBron

LeBron tentou de tudo, fez mais um grande jogo, mas conheceu a 1ª após 27 jogos

Faltavam 2min41s para o fim, e Chris Bosh pegou um rebote ofensivo após arremesso errado de três pontos de LeBron James. O ala-pivô do Miami Heat havia feito a captura na zona morta, pela direita do ataque e mal teve tempo de reagir quando Kirk Hinrich deu o bote. Feito um leão, agarrou a bola com tudo e a arrancou das mãos de um jogador cerca de 20 centímetros mais alto e 20 quilos mais pesado.

No ataque seguinte, o armador do Bulls partiu com tudo para a cesta, pelo centro do garrafão sem se importar (aparentemente) que havia acabado de tomar dois tocos seguidos de LeBron e Bosh nas posses de bola anteriores. Subiu resoluto a tentar mais uma bandeja. Pelo menos foi o que os atléticos defensores dos atuais campeões pensaram – na última hora, já no alto, Hinrich flexionou o corpo para a frente e, por trás dos defensores, fez o passe para Taj Gibson, posicionado à sua esquerda. O ala-pivô subiu confiante para o arremesso, com boa elevação, e matou a bola. Nas palavras de Mike Breen, “Bang!”. Eram nove pontos de vantagem no placar.

Não há sequência em quadra que defina mais esta versão do Chicago Bulls, de operários, nada de egoísmo, com um esforço fantástico para encerrar a série histórica de vitórias de LeBron James, Dwyane Wade e sua badalada e formidável equipe com um placar de 101 a 97.

Quando Pat Riley, com a conivência de suas estrelas, manipulou todo o mercado de agentes livres em 2010, a diretoria de Chicago, que se considerava no páreo pelos serviços de James, Wade e/ou Bosh, teve se voltar a um plano B, com jogadores mais baratos, mas aguerridos, que formariam a defesa mais sufocante da liga sob a orientação minuciosa e beligerante de Tom Thibodeau. Os dois times estavam destinados a combater nos playoffs. O Heat, obviamente, teve mais sucesso até aqui, com duas aparições nas finais e um título.

Mas os homens de Thibs obviamente não entregariam os pontos nesta quarta-feira ou na temporada. Mesmo sem Derrick Rose durante todo o ano e sem Joakim Noah para o clássico. Mesmo com um banco severamente enfraquecido com as saídas de Asik, Korver e Watson, devido ao corte de despesas imposto pela chefia – os homens de terno e gravata, sim, nunca chegaram a acreditar que seus jogadores teriam alguma chance este ano sem a presença de Rose, optando, então por baratear o elenco, agradando ao proprietário Jerry Reinsdorf. Que o técnico se virasse, então, contando com um bem-vindo retorno de Hinrich, o incansável Luol Deng e o progresso de Jimmy Butler.

Brigaram do início ao fim, ciente da quantidade extra de holofotes que a partida pedia devido ao momento incrível vivido por Miami e se alimentaram de uma torcida enloquecida, preparada para a briga, de um modo bem raro de se ver nas arenas pomposas, predominada por yuppies, ao redor do país.

Espertamente, atacaram os adversários no ponto em que são mais frágeis, os rebotes, apanhando 12 na tábua ofensiva e 31 na defensiva, com 12 a mais no geral. Além disso, conseguiram conter os tiros de três pontos (35%, 7-20), baixando também o aproveitamento geral da equipe de Spoelstra (48,1%, índice relativamente baixo frente ao que eles vinham produzindo, ainda mais o elenco de apoio; se descontarmos o rendimento de LeBron, a conta despenca para 43,3%).

No ataque, mexeram a bola com astúcia, conseguindo 27 assistências em 40 cestas de quadra, num esforço coletivo tremendo: quatro jogadores deram mais de cinco passes para cesta: Hinrich, Deng, Butler (!) e Gibson (!!), e outros dois ainda contribuíram com três quadra (Boozer e Robinson). Demais. Individualmente, contaram com linhas excelentes de Boozer (que também teve 21 pontos e 17 rebotes) e Deng (28 pontos, 7 rebotes). Deu tudo certo no plano de Thibodeau, a não ser pelo excesso nos desperdícios de posse de bola (18, que poderiam ter custado uma nota contra um time de contragolpe tão devastador como o que enfrentaram).

O Chicago Bulls já reinou na NBA absoluto nos anos 90 com o melhor jogador de todos os tempos, respaldado por mais uma grande estrela e diversos exímios especialistas que os complementavam. Naqueles tempos, o Bulls, de uma cidade blue collar, tinha um elenco baseado na maior estrela da liga. Tal como o Miami Heat. Nada mais significativo, então, que, com essa fórmula subvertida, fossem os trabalhadores de hoje a parar em 27 a arrancada de vitórias do time da Flórida.

*  *  *

Kirk Hinrich chegou à em 2003, no mesmo Draft de LeBron, Bosh e Wade (e Carmelo). Tirando essa deliciosa coincidência, pensando nos acontecimentos desta quarta, ele, contudo, nunca esteve no mesmo grupo de fato da trinca. Eram os quatro, o pobre Darko e os outros. Não que Chicago se importasse com essa distinição. Até 2008, o armador prestou inestimáveis serviços ao clube, ajudando a recuperar sua imagem depois dos desastrosos anos pós-Jordan. A partir daí seu rendimento foi caindo aos poucos, com o acúmulo de problemas físicos e a ampulheta sendo virada e revirada sem parar. Foi despachado para o Washington Wizards no Draft de 2010, justamente para o Bulls economizar salários e investir no mercado. Acabou repassado ao Atlanta Hawks, até retornar este ano, sem muito alarde.

A recepção por parte de torcedores, treinadores e antigos companheiros, porém, não poderia ter sido melhor – diziam que voltava para casa. Tem médias de 7,1 pontos, 5,3 assistências e 37,2% nos tiros de quadra. Números que não contam de modo algum sua relevância para o time, como um autêntico líder em quadra, sacrificando o corpo já todo arrebentado, com um espírito dos mais combativos do campeonato.

*  *  *

Não é uma questão de eleger o bem contra o mal, em termos de gestão. Ao tentar contratar LeBron, o Bulls idealizava o mesmo modelo de Miami, com o ala jogando ao lado de Derrick Rose e Noah. Com a mudança da regulamentação financeira da liga, ficou muito mais complicado agora de se reprisar os movimentos feitos por Riley há três anos. O presidente do Heat, porém, tem um trunfo a seu favor: tanto James como Wade não exigiram o salário máximo, permitindo que ele pudesse investir nas contratações pontuais e essenciais de Shane Battier e Ray Allen.


Prévia Vinte Um para a temporada 2012-2013 da NBA
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Giancarlo Giampietro

Dá até vertigem de pensar. Começa nesta terça-feira a temporada 2012-2013 da NBA, e a gente sabe que, daqui até junho, vamos longe, bem longe, com os melhores jogadores do mundo, grandes confrontos, histórias engraçadas e escabrosas, novos heróis e vilões e sabe-se lá mais o quê. As surpresas são realmente o que mais divertem e atiçam colunas. Mas há alguns pontos que já valem a observação desde o tiro de largada:

Rei dos Anéis. Dãr

Rei dos Anéis. Dãr

LeBron James, enfim um rei
Por nove anos não houve jogador mais pressionado, perseguido e, ao mesmo tempo, cortejado e bajulado. Tudo pela mesma razão: seu incrível potencial para conquistar o anel e o que fazer com este potencial. Como LeBron vai agir agora que o peso de toda uma liga saiu de seus ombros? É possível fazer uma campanha ainda melhor do que a passada, com 27,1 pontos, 7,9 rebotes e 6,2 assistências, com 53,1% nos arremessos?

Celebridades
Precisa dizer mesmo? Se com Chris Mihm, Smush Parker, Sasha Vujacic e Kwame Brown já havia uma bagunça toda, imagine o circo quando o Lakers vai de Kobe, Howard, Nash, Gasol e o mais lunático de todos? Quem começa o campeonato com a maior cobrança é Mike Brown. Por mais bom moço e simpático que seja com os jornalistas, o técnico não inspira confiança alguma de que possa administrar um esquadrão desses. Instaurar o esquema ofensivo de Princeton em um elenco todo renovado já não parece o melhor primeiro passo. Outro ponto para ser monitorado: como vai ser o relacionamento de Kobe com os novos companheiros se as coisas não se acertarem conforme o esperado? E qual impacto eventuais tropeços podem causar na decisão de Dwight Howard. Lembrando: ele vai se tornar um agente livre ao final do campeonato.

Monopólio
Quando Danny Ainge encontrou um meio de juntar Kevin Garnett e Ray Allen com Paul Pierce, dificilmente esperava que as transações que salvaram seu emprego em Boston serviria como exemplo, como modelo de montagem no início da nova tendência para a construção dos supertimes da liga. Em quadra, a ironia continua: após seguidas derrotas para os velhinhos de Boston só motivou que LeBron procurasse abrigo com os amigos Dwyane Wade e Chris Bosh em Miami. E a preocupação dos proprietários dos clubes em evitar essa concentração de poder durante o último estúpido locaute parece não ter dado muito certo. Oras, o inimigo público número um, o Lakers, cansado de apanhar, ficou ainda mais forte! O Brooklyn Nets, com o investimento irrestrito de Mikhail Prokhorov, e o New York Knicks (coff! coff!) também foram atrás.

Lembra do Jeremy, Melo?

É bom não dar motivos para NYC se lembrar de uma Linsanidade, Carmelo

– Gangues de Nova York
Os clubes podem nem lutar pelo título, mas a mídia nova-iorquina vai dar um jeito de botar fogo nas relações entre Nets e Knicks. E olho nos ‘Bockers: depois de anos para tentar reformular seu elenco, a diretoria voltou a se aprisionar com contratos de médio prazo – algo muito perigoso numa liga cada vez mais restritiva no que se refere a movimentação dos jogadores. Então não importa se Amar’e já vai perder um bocado da temporada regular, ou se a maioria de seus reforços para este ano poderia estar muito bem aposentada a essa altura da vida. A base é esta, e pronto. Se, por ventura, os rivais de Brooklyn saírem na frente, como Spike Lee e outros fanáticos vão reagir? Vão tolerar mais um ano medíocre liderado por Carmelo Anthony?

Lugar de teatro é no palco
A NBA promete fiscalizar seus principais artistas. Quem for flagrado cavando, forjando faltas, no ataque ou na defesa, vai ser multado (veja os valores) e tomará pitos em público. Claro que essa medida desagradou aos jogadores, que dizem ser impossível julgar o que é uma reação desproporcional ao nível de contato físico filmado – e que não foi sentido por dirigentes da liga e árbitros.  Quem vai liderar o ranking?

*  *  *

Palavras-chave para os brasileiros:
O que está em jogo para o sexteto do Brasil na temporada e os desafios que eles encaram em suas equipes.

– Anderson Varejão e a saúde
– Fabrício Melo e Scott Machado e a D-League
– Leandrinho e a eficiência
– Nenê e a paciência
– Tiago Splitter e os minutos

*  *  *

Jogadores para marcar de perto:
Atletas que não são necessariamente as maiores estrelas da liga, mas cujo desempenho pode ser fundamental para levar seus clubes a uma boa campanha na temporada, enfrentando alguns elementos interessantes, seja de por conta de suas personalidades, ou pelos problemas e carências de seus elencos. Vamos continuar com a série até o final do ano.

Brook Lopez, Nets: pode um nerd fã de quadrinhos ser um xerife de garrafão?
DeMarcus Cousins, Kings: um colosso que tem tudo para ser dominante, menos a maturidade
Goran Dragic, Suns: os altos e baixos do sucessor de Steve Nash
Andrew Bougt, Warriors: a desesperada franquia espera que o australiano possa fortalecer sua defesa
Andrei Kirilenko, Wolves: dominante na Euroliga, o russo está de volta com seu jogo único

*  *  *

Palpites:
Chutes descabidos, mas que não podem faltar, ou podem? Mas podem falhar, então apelamos ao espírito covarde e nos resguardamos com outras duas possibilidades, mas que não têm nada a ver com as versões do mundo bizarro que valem como o inverso do que poderia acontecer.

Campeão: Miami Heat
Continuidade, superestrelas no auge, menos pressão, Ray Allen, difícil imaginar o que poderia atrapalhar a jornada rumo ao bicampeonato. (Quem mais? Thunder ou Lakers.)

Mundo bizarro: Charlotte Bobcats, Michael Jordan consegue novamente!

Final: Miami Heat x Los Angeles Lakers
David Stern daria piruetas de samba-canção no coração de Manhattan. Os proprietários radicais dos pequenos mercados quebrariam seus escritórios. Star power. (Quem mais? Heat x Thunder.)

Mundo bizarro: Washington Wizards x Sacramento Kings. Aquele que antes era um clássico do desarranjo, de equipes que reuniram muitos talentos nos últimos anos na loteria do Draft e, ainda assim, não conseguiram montar um time decente. Hoje vira um duelo de duas potências emergentes da liga, atropelando aqueles que esperavam construir dinastias. Fácil.

Alonzo Gee crava pelo Cavs

M-V-Gee. Nem nos sonhos de Dan Gilbert

MVP: LeBron James
Explicado lá em cima, né?

Mundo bizarro: Alonzo Gee. Nada contra, nada pessoal, é um jogador que trabalhou firmemente nos últimos anos a partir da  D-League e conseguiu um contrato que provavelmente deixaria o agente Leandrinho satisfeito. A graça aqui que ele é o ala titular do Cleveland Cavaliers. Pegou?

Melhor técnico: Tom Thibodeau (Bulls)
Fazer mais com menos, tudo baseado em um sistema defensivo impressionante, dos mais fortes que a liga já viu. Se conseguir transformar uma unidade com Marco Belinelli, Vlad Radmanovic e Nate Robinson em uma sólida retaguarda, valeria até um Nobel. (Quem mais: Rick Adelman pelo Wolves e Avery Johnson pelo Nets.)

Mundo bizarro: Vinny Del Negro (Clippers), aquele que saiu de um Derrick Rose para um Chris Paul,  consegue finalmente juntar as peças sem atrapalhar com o que monta em quadra – parte de seu time quer correr e decolar para enterradas, enquanto outra parte quer jogar em meia-quadra, de um modo mais metódico –, fazendo  o Clippers a fungar no cangote

Melhor sexto homem: Ray Allen (Heat)
Aaaaaaaaargh! Mas aí é a hora de por o coração na mesa. Quantos chutes completamente livres o veterano vai ter nesta temporada? (Quem mais:  Kevin Martin pelo Thunder, Mike Dunleavy Jr. pelo Bucks,  Matt Barnes pelo Clippers, Carl Landry pelo Warriors e Chase Budinger pelo Wolves… Desculpe, mas impossível segurar em três.)

Mundo bizarro: Andray Blatche (Nets). Em um time com quinteto titular bastante vulnerável defensivamente, um dos jogadores mais problemáticos e imaturos da NBA consegue sair do banco para fazer o papel de durão, cobrindo espaços e protegendo o aro, sem dar nenhuma dor-de-cabeça ao pequeno general Avery Johnson durante todo o ano. Nem Gilbert Arenas poderia com isso. 

Anthony Davis, calouro número um do Draft

Toco para o Monocelha. Vá se acostumando

Melhor calouro: Anthony Davis, o Monocelha (Hornets)
Uma barbada, segundo todas as fontes possíveis. Um baita defensor, extremamente concentrado e inteligente, já aos 19 anos. O ataque chegará aos poucos, ainda mais nas mãos de um ótimo treinador. (Quem mais: Damian Lillard pelo Blazers e Jonas Valanciunas pelo Raptors)

Mundo bizarro: Fabrício Melo (Celtics). O pivô brasileiro  que pouco jogou na pré-temporada, evolui consideravelmente a cada mês e termina o ano como o cadeado da defesa de Doc Rivers e vira uma figura cult em Boston. Seu mentor Kevin Garnett enfim daria o braço a torcer e o chamaria de “Fab”.

Melhor defensor: Dwight Howard (Lakers)
Enquanto o ataque dos angelinos não se ajusta, o pivô vai ter de fazer a sua parte na cobertura, com uma ajudinha de nosso anti-herói Ron-Ron. (Quem mais: Joakim Noah pelo Bulls e Kevin Garnett pelo Celtics.)

Mundo bizarro: JaVale McGee (Nuggets). O cabeça-de-vento põe os pingos nos is e se transforma numa versão 2.0 de Dikembe Mutombo.


Amistoso contra Clippers serve de prenúncio ao perigo que será Ray Allen em Miami
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Giancarlo Giampietro

Ray Allen livre de três pontos, Miami Heat

Ray Ray livre de três: mas agora do outro lado

LeBron James dribla tranquilamente no centro de quadra, espera a movimentação dos dois lados da quadra e… zip! Um passe muito simples, mas preciso nas mãos de Ray Allen, que não precisa de nem dois segundos para subir com ela dominada e… pumba! Caixa, mais três pontos para o Miami Heat.

Foi só uma pelada de pré-temporada em Xangai, contra um time do Clippers completamente perdido em quadra – deve ser o fuso –, mas já serve, sim, como prenúncio do que os adversários terão pela frente com a adição do veterano arremessador ao elenco que defende o título da NBA.

Allen marcou 15 pontos em 26 minutos na tranquila vitória por 94 a 80, sendo 12 deles na linha de três pontos (os outros três vieram numa bola de dois e um lance livre). Duas das cestas de longe feitas por Allen vieram em passes de James. E é isso aí: vai ser um pesadelo para os coordenadores defensivos essa combinação, ainda mais quando os dois estiverem acompanhados por Battier, Bosh e Wade em quadra.

Já sabemos que são poucos, mas bem poucos, mesmo, aqueles que conseguiriam minimamente conter, ou atrapalhar a vida de LeBron James no mano-a-mano. Quando ele parte para a cesta frontalmente, é preciso de ajuda pelos lados, de cobertura pelo fundo, ou de uma defesa bem compacta (ou tudo isso junto, claro). Agora… Qualquer relatório de scout vai informar que o marcador de Allen não pode deixá-lo a sós na zona morta, muito menos no cotovelo da linha de três. Bosh e Battier também têm arremessos que precisam ser respeitados. Wade não para de se movimentar. Como faz?

Naturalmente, o Clippers não estava nada preparado para executar sua defesa nesta quinta na China, por uma série de fatores. Entre eles: viagem longa, pernas pesadas ainda devido ao trabalho físico intenso de pré-temporada, um monte de jogadores novos integrados ao time, Chris Paul poupado, Vinny Del Negro no comando.

Mas não achemos que Tom Thibodeau, Doc Rivers, Mike Brown, Rick Carlisle, Gregg Popovich tenham achado divertido o dia em que Allen foi apresentado. Vem bombardeio por aí.

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Junto com Ray Allen, foi apresentado Rashard Lewis. Como um bônus de preocupação para o restante da liga. Bem, pelo que o experiente ala mostrou hoje, não sei o quanto de tensão sua presençå em quadra vale, não. Se ele não sente mais dores nos joelhos, que se arraastaram durante os últimos dois anos, sua mobilidade ainda é bem limitada. Em vez de fincar raízes no perímetro, ao menos Lewis tentou levar seus defensores para o garrafão e tentar explorar seu tamanho, com mentalidade agressiva. Mas seus movimentos eram previsíveis e lentos, facilmente marcáveis. Ele terminou com cinco pontos em 12 minutos. Seus problemas físicos também podem atrapalhá-lo na defesa.

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Alerta de Fantasy League! Dwyane Wade e Blake Griffin ainda estão bem enferrujados depois das cirurgias feitas durantes as férias. Wade chegou a errar uma enterrada sozinho em contra-ataque. Griffin castigou o aro, mas ainda está longe da melhor forma – tem uma gordurinha aqui e ali para secar e o joelho ainda precisa de mais firmeza. Claro que, a 80%, ele já pula mais do que um canguru. Ainda assim, não era o mesmo Griffin do ano passado. Mas tem tempo.