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Arquivo : Pistons

Quem sai ganhando e perdendo na loteria da NBA?
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Giancarlo Giampietro

A ordem do Draft 2014 da NBA saiu nesta terça-feira, um pouco antes de Pacers x Heat, 2º round.

Sem enrolação, então:

QUEM SAIU FELIZ DA VIDA

Cleveland Cavaliers: pelo segundo ano consecutivo com a primeira escolha e pela terceira vez em quatro anos, sendo que era para eles ficarem em nono. Absurdo isso. O time já pode ser oficializado como o mais sortudo da liga NBA – até o dia da loteria do Draft, claro, porque depois estrepa tudo. Para quem tiver interesse na Mega-Sena, a combinação de bolinhas que deu mais um suspiro ao Cavs foi: 13-7-9-14.

David Griffin (e), início de sorte

David Griffin (e), início de sorte

David Griffin: o ex-assistente do gerente geral pelo Suns e também pelo Cavs, recentemente promovido, é aclamado pela crítica. Como um cara legal, antenado, com talento para lidar com números, sem perder o tino para o se pede em quadra. Começa sua primeira gestão como manda-chuva controlando o destino de um Draft badalado há tempos. “Vamos tentar melhorar radicalmente, e de maneira muito mais rápida”, afirmou o sortudo.

Anthony Bennett: a não ser que mais um calouro bombe em Cleveland, o canadense pode dar um passo para trás, fugindo dos holofotes e se desenvolvendo de modo mais tranquilo. A ordem do verão é perder peso e trabalhar duro no ginásio para recuperar a confiança em seus movimentos em direção à cesta. O canadense ainda tem muito potencial por explorar. Mas precisa se dedicar, porque a fila anda.

Philadelphia 76ers: que vai ter duas seleções entre os dez melhores, ganhando muito mais maleabilidade – e a chance de adicionar no mínimo dois atletas de rotação, ou até mesmo dois titulares de uma vez. Como aconteceu? Devido ao negócio da China com o New Orleans Pelicans no ano passado, no qual repassaram Jrue Holiday em troca de Nerlens Noel (mais um reforço, aliás) e de um eventual pick este ano. O Pellies precisava se posicionar entre os cinco melhores do Draft deste ano para segurá-lo. Sem chance.

Charlotte Bobcats Hornets: mais um que torcia para algum time da turma da fundão saltar para as três primeiras colocações. Com o atropelo do Cleveland, o Detroit Pistons foi empurrado para nono, e sua escolha acabou entregue automaticamente para o novo, velho Hornets. Que ganha a chance de adicionar um atleta para uma base que voltou aos playoffs este ano, mas que ainda precisa desesperadamente de um cestinha no perímetro. Um dos poucos times que ignorou o entrega-entrega neste ano foi premiado. MJ ainda tem o 24º para contratar.

Conferência Leste: a incompetência é premiada! Quatro primeiras escolhas num Draft bastante elogiado pelos scouts vão para o lado do Atlântico, com Cleveland, Milwaukee, Philadelphia e Orlando. O comissário Adam Silver já disse que seu departamento técnico vai se debruçar sobre o Draft. Mudanças devem vir por aí depois do escândalo que foi a campanha de alguns clubes do ano passado.

QUEM SAIU PRAGUEJANDO

Dion Waiters: o Cavs pode estar em vias de adicionar mais um jovem astro em sua rotação de perímetro, com Andrew Wiggins e Jabari Parker. A não ser que o Griffin opte por Joel Embiid (pivô camaronês constantemente comparado a um jovem Hakeem Olajuwon – sim, isso mesmo, mas que precisa acalmar a moçada quanto a alguns problemas físicos nas costas). Se vier um dos alas, como fica o ex-gordotinho, ainda emburradinho Waiters, que não suportava nem repartir a bola com Kyrie Irving? Troca nele, talvez.

Waiters: além de Irving, mais estrela? Hmpf

Waiters: além de Irving, mais estrela? Hmpf

Stan van Gundy: escapou de suas mãos um pick de loteria, na primeira semana de trabalho. Mas, bem, para quem tem Andre Drummond no elenco, pega mal reclamar em público.

Jrue Holiday: dependendo do estrago que o Sixers fizer no Draft, cada posse de bola que o armador tiver que preparar para Anthony Davis no próximo campeonato será pressionada por esta nota de rodapé: “Não custa lembrar que ele foi trocado por Fulano e Cicrano”.

New York Knicks: mas nem tanto. Imagine a chacota que seria para cima de Phil Jackson se a escolha originalmente dos Bockers caísse entre as três primeiras, mas endereçada ao Denver Nuggets? Por quê? Graças ao negócio por Carmelo Anthony em 2011. Ainda assim, mais uma vez a franquia nova-iorquina fica chupando o dedo graças a transações passadas.

Teóricos da conspiração: porque o Lakers não ganhou o Draft e ficou estacionado em sétimo.

Kobe Bryant: dificilmente algum salvador virá nessa colocação, embora o time possa contratar um bom e jovem jogador para ajudar. O armador Marcus Smart, os alas-pivôs Julius Randle, Noah Vonley, Dario Saric e Aaron Gordon são todas boas opções.

* * *

Sobre projeções? Seria loucura um blogueiro baseado na Vila Bugrina em São Paulo se arriscar. Recomendo que sigam atentamente Jonathan Givony, do DraftExpress, e Chad Ford, do ESPN.com. Para constar: por enquanto nenhum menciona Bruno Caboclo, mas posso atestar que o garoto do Pinheiros causa burburinho entre os scouts da liga.


Quem vai perder menos e chegar aos playoffs do Leste?
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Giancarlo Giampietro

Por motivos de atropelos da vida – que, não, nada têm a ver com a folia carnavalesca na base do 21, tenham dó –, esse espaço ficou sem atualização por mais que uma semana. O que só deixou claro o quanto a gente pode até fingir que entende de alguma coisa, mas, no fim, não sabe é nada.

A manchete: “Contusão de Nenê ameaça Wizards, mesmo no patético Leste“.

E o que acontece? O Wizards desandou a vencer (quatro vitórias em cinco partidas), ultrapassou a casa do 50% de aproveitamento pela primeira vez em muito tempo (abriu o fim de semana com 32-29) e se firmou na zona de classificação para os playoffs.

John Wall quer por o Wizards entre a elite (ou algo assim) do Leste

John Wall quer por o Wizards entre a elite (ou algo assim) do Leste

Claro que isso não tem a ver com a lesão de Nenê. O pivô era, ainda é uma peça muito importante para qualquer que seja a pretensão de sucesso do clube da capital norte-americana nos playoffs. O time de Randy Wittman – quem diria, hein? –, na verdade, contou mais com as exibições espetaculares de John Wall, uma consistência muito bem-vinda por parte de Trevor Ariza no milagroso último ano de contrato e as babas do Leste para engrenar esse bom momento.

Hoje, dá para dizer que eles estão garantidos nos mata-matas.

Quer dizer: ‘dá’ para dizer. Melhor usar as aspas para aliviar qualquer temor de (mais uma) opinião furada, né? Vamos apostar de modo seguro, que tem toda uma reputação em jogo. ; )

Além do narcisismo – um quesito abundante no jornalismo de opinião em geral –, a aspinha também vale pela simples prudência de que, na abominável Conferência Leste, qualquer coisa é possível. Ao inverso do que ocorre no Oeste, que alguns timaços estão se matando para se manter entre os oito primeiros colocados, do lado do Atlântico norte-americano a coisa é braba: a disputa é pra saber quem é o menos pior entre os concorrentes que obrigatoriamente vão ter de preencher tabela nos mata-matas.

Então vamos averiguar o que está acontecendo nessa disputa naaaaaada emocionante, de quem perde menos, para estender sua temporada para maio. A única ressalva que se pode fazer a esta turma do fundão é que, ao menos, eles têm boas intenções. Se pudessem, estariam vencendo todas, ao contrário do que prega o Philadelphia 76ers. Então… Pelo menos isso. De resto, é uma baixaria que só. Por respeito a Paul Pierce e Kevin Garnett – mas não a Deron Williams e Andray Blatche, que fique claro – e também pela marca de 50% do clube de Brooklyn, vamos considerar que o Nets, em sexto, é o que margeia os times já… Hã… ‘garantidos’.

CHARLOTTE BOBCATS
Posição: 7ª no Leste, 17ª no geral
A pindaíba: 4 vitórias abaixo da mediocridade (29-33)
Saldo de pontos: devendo -1,6
Escalada nos últimos 10 jogos: subindo a ladeira de 1.0 e ar-condicionado ligado (6-4)
Entre os fracos (retrospecto na conferência): 19-18
O quanto quer/precisa dos playoffs: 100%

Por dois anos, Michael Jordan estava interessado em ver sua franquia afundada em um lodo asqueroso. Eles queriam Anthony Davis, ou qualquer jovem craque que pudesse elevar o valor de suas ações. O Draft não os agraciou desta maneira. Michael Kidd-Gilchrist é um garoto admirável, já consegue atrapalhar a vida de muita gente no perímetro como um defensor atlético… Mas o rapaz simplesmente não consegue fazer uma cesta que não seja próxima do garrafão. Cody Zeller, por sua vez, é um fiasco momentâneo. Anthony Bennett e Otto Porter Jr. tiveram problemas físicos, perderam a pré-temporada e as ligas de verão, numa transição importante. O pivô do Bobcats não tem nenhuma desculpa e acabou desbancado por Josh McBob. De qualquer forma, mesmo precisando de mais jovens talentosos, MJ se cansou da humilhação, acertou (enfim!!!) na contratação de um técnico em Steve Clifford, surpreendeu no mercado ao assinar com Al Jefferson e tem agora algo minimamente respeitável em quadra. No Oeste, o Bobcats não passaria de um saco de pancadas. No Leste, porém, são suficientes seu nível de preparação tática de jogo para jogo, a evolução constante de Kemba Walker e o talento daquele que já foi chamado de Baby Al em dominar a zona pintada ofensivamente (médias de 31,3 pontos e 67,5% nos arremessos em março).

Esperança: que Al Jefferson siga arrebentando
O sonho: que MKG convertesse 40% de seus chutes de 3
Vai ou não vai? Vai. Acho.

ATLANTA HAWKS
Posição: 8ª no Leste, 19ª no geral
A pindaíba: 8 vitórias abaixo da mediocridade (26-34)
Saldo de pontos: devendo -1,0
Escalada nos últimos 10 jogos: descendo a ladeira na banguela, a mil (1-9)
Entre os fracos (retrospecto na conferência): 18-19
O quanto quer/precisa dos playoffs? 50%

Por que 75? Bom, se você perguntar para o técnico Mike Budenholzer, que faz um tremendo primeiro ano, certamente a resposta seria o triplo, 150%. Ele não deixou os domínios de Gregg Popovich para tirar férias mais cedo na Geórgia. Mas, no que depender de Danny Ferry, o gerente geral, arrisco a dizer que não há tanto problema em arrumar uma vaguinha na loteria. Depois de ficar fora dos playoffs entre 2000 e 2007, a equipe compareceu na fase decisiva dos últimos seis campeonatos. Isso é ótimo. Mas Ferry já indicou que não vai se contentar com o mero sucesso de ser eliminado nas semifinais. Sem Al Horford, a verdade é que o Hawks não tem a menor chance nesta temporada e já seria um forte candidato a cair na primeira rodada (repetindo as campanhas de 2012 e 2013). Com Paul Millsap baleado? Aí é dureza. Então que tal cair um pouquinho e tentar a sorte para contratar uma revelação mais promissora? A grana de quatro ou cinco jogos a mais na fase decisiva é atraente, mas, no longo prazo, este clube decente precisa de mais talento. Lucas Bebê pode se juntar a eles no ano que vem, Dennis Schröder também tem muito potencial, mas tem espaço no elenco para mais.

Horford, Bud e Millsap: boa base para o Hawks do futuro

Horford, Bud e Millsap: boa base para o Hawks do futuro

Esperança: da parte dos técnicos? Que pelo menos os times abaixo percam mais.
Sonho: nem que Al Horford se recuperasse rapidamente, ele poderia jogar. O Hawks já o eliminou da temporada.
Vai ou não vai? Putz, talvez. Não sei.

DETROIT PISTONS
Posição: 9ª no Leste, 22ª no geral
A pindaíba: 14 vitórias abaixo da mediocridade (24-38)
Saldo de pontos: devendo -2,8
Escalada nos últimos 10 jogos: descendo a ladeira a mil (2-8)
Entre os fracos (retrospecto na conferência): 20-18
O quanto quer/precisa dos playoffs? 100%

Joe Dumars está com a cabeça prêmio. O arquiteto do Detroit campeão em 2004 e potência na década passada investiu mal novamente este ano, já foi obrigado a demitir mais um técnico recém-contratado e dificilmente escapa da guilhotina. Talvez nem a classificação possa salvá-lo. Em termos de nome, de grife, o Pistons estava obrigado a se colocar entre os oito primeiros. Ao menos era o que o próprio dirigente esperava. Mas não teve nada disso. A linha de três pivôs não deu liga alguma, Brandon Jennings parece irremediável e o elenco de apoio tem jogadores que se duplicam (um mata o outro). Se algo positivo pode ser tirado dessa temporada é o progresso de Andre Drummond, uma força da natureza no garrafão. Para piorar: sua escolha de Draft só será mantida se ficar entre as oito primeiras. Hoje seria a décima, sendo direcionada, desta forma, ao Bobcats. Que fase!

Esperança: que Paul Millsap tenha mais problemas físicos.
Sonho: Josh Smith desenvolver alergia aos chutes de três.
Vai ou não vai? Nem.

CLEVELAND CAVALIERS
Posição: 10ª no Leste, 23ª no geral
O quanto na pindaíba? 15 vitórias abaixo da mediocridade (24-39)
Saldo de pontos: devendo -4,5
Escalada nos últimos 10 jogos: descendo a ladeira (4-6)
Entre os fracos (retrospecto na conferência): 14-24
O quanto quer/precisa dos playoffs: 200%

E quando Dan Gilbert prometeu, em carta irada e chorosa, aos seus torcedores que o Cavs seria campeão primeiro que o Miami de LeBron? De lá para cá foram quatro escolhas de Draft entre os primeiros quatro colocados, com direitos a dois picks número 1, e… Aqui está seu clube ainda chafurdado. O gerente geral Chris Grant foi demitido, o time demonstrou algum sinal de recuperação, com Kyrie Irving e Dion Waiters se esforçando para parecerem amiguinhos em público, mas seu retrospecto ainda é patético, a despeito de o time ter pagado caro para trazer alguns reforços. Luol Deng mal pode acreditar no que lhe ocorreu, enquanto Spencer Hawes não resolve a vida de ninguém que esteja tão mal assim. Do lado de fora, Mike Brown já não tem mais desculpas.

Deng estrelando: "Entrando numa fria"

Deng estrelando: “Entrando numa fria”

Esperança: Anderson Varejão inteiro, em forma, e paz na Terra.
Sonho: Aaaaaaaaah, LeBron
Vai ou não vai? Hmmmmmmm… Não.

NEW YORK KNICKS
Posição: 11ª no Leste, 24ª no geral
O quanto na pindaíba? 17 vitórias abaixo da mediocridade (23-40)
Saldo de pontos: devendo -2,4
Escalada nos últimos 10 jogos: descendo a ladeira (3-7)
Entre os fracos (retrospecto na conferência): 15-23
O quanto quer/precisa dos playoffs: 500%

Meu amigo leitor, o caos. Caos, meu amigo leitor. É difícil resumir essa temporada, gente. Uma equipe sem a menor coesão em quadra, desperdiçando o melhor ano da carreira de Carmelo Anthony, justamente quando o ala pode exercer uma cláusula contratual para se tornar agente livre. Mike Woodson completamente fritado. Tyson Chandler despejando mais óleo na frigideira a cada entrevista. JR Smith fazendo do desempregado Ron Artest um sujeito sensato. Raymond Felton preso. Amar’e Stoudemire, walking dead. Pablo Prigioni chorando pela Argentina. Tudo sob a ingerência do bilionário James Dolan, que interfere sempre que (não seja) necessário. Só mesmo Tim Hardaway Jr. e os flashes de potencial de Jeremy Tyler como algo minimamente salutar. De qualquer forma, eles têm duas vitórias seguidas. Agora vai. Ah, e, sim, a escolha de Draft dos Bockers vai para Denver.

Esperança: Millsap fora, Jennings atirando mais tijoslos, nova crise em Cleveland e 30 pontos por jogo eficientes de Carmelo.
Sonho: Phil Jackson, Jeff Van Gundy, Tom Thibodeau? Nada. A saída de Dolan e seus puxa-sacos.
Vai ou não vai? Hahaha, seria a história mais injusta da temporada.


15 times, 15 comentários sobre o Leste da NBA
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Giancarlo Giampietro

JR Smith x Joe Johnson

Já que estamos em dívida, com o campeonato já correndo a mil, tentamos aqui dar uma looooonga caminhada nesta terça e quarta-feira para abordar o que está acontecendo com os 30 times da NBA até o momento, dividindo-os em castas. Começamos hoje com a Conferência Leste, a famigerada E-League.

Antes de passar por cada franquia, em castas, é mandatória a menção sobre o quão patética vem sendo a porção oriental da liga norte-americana, com apenas três times acima da marca de 50% de aproveitamento, enquanto, do lado ocidental,  apenas quatro estão no lado negativo. Isso muda tudo na hora de avaliar o quão bem um time está jogando ou não num panorama geral. Ter de enfrentar Sixers, Magic, Bucks e… (!?) Nets e Knicks mais vezes do que Warriors, Wolves, Grizzlies e… (!?) Suns ajuda muito para inflar os números de sua campanha. É como se fosse um imenso ***ASTERISCO***.

Agora vamos lá:

Os únicos dois times bons – e que ao mesmo tempo são os principais favoritos ao título
Já sabe de quem estamos falando, né? É a categoria mais fácil de se identificar além de “os dois times que são um pesadelo para Spike Lee, Woody Allen, Al Pacino, Roberty De Niro, os Beastie Boys e qualquer outro nova-iorquino”.  Na saideira de David Stern, o certo era que ele instaurasse uma série melhor-de-81 na conferência, e que o restante se dedicasse a analisar todas as minúcias da fornada do próximo Draft.

Indiana Pacers: que o sistema já funcionava, não havia dúvida. Eles deixaram muito claro nos mata-matas do ano passado. É um time com identidade clara, que defende muito, contesta tudo o que pode perto do aro e na linha de três pontos, sufoca dribladores no perímetro e permite apenas chutes forçados de média distância. Com esse alicerce erguido, o que os eleva ao topo na temporada regular no momento, a outro patamar, é impressionante evolução individual de Paul George, Lance Stephenson e Roy Hibbert. Confiantes, entrosados e candidatos a prêmios desde já. Some isso à melhora do banco, e temos a defesa  mais dura da liga, de longe, agora com a companhia de um ataque que beira o aceitável, sendo o 14º mais eficiente.

Miami Heat: Dwyane Wade joga quando quer ou quando pode, LeBron James regrediu um tiquinho, se comparado ao absurdo que produziu nas últimas duas temporadas (embora esteja finalizando com ainda mais precisão), Udonis Haslem perdeu jogos, Shane Battier despencou, Greg Oden ainda não estreou e… Tudo bem, tudo na santa paz na Flórida. Eles não jogam pensando em agora e ainda é o bastante para, no Leste, sobrar e construir o melhor ataque e a sétima melhor defesa, uma combinação perigosa. Ah, e palmas para Michael Beasley! Por enquanto, em quase dois meses, ele conseguiu evitar a cadeia e, estatisticamente, escoltado por craques, vem produzindo como nunca antes na história dessa liga.

Eles querem, tentam ser decentes (ou talvez não)
Neste grupo temos times que estão entre os menos piores do Leste.

Atlanta Hawks: o mundo dá voltas, LeBron James passa de supervilão a unanimidade, Juwan Howard e David Stern enfim se aposentam, Bush vai, Obama vem, mas o Hawks não consegue se livrar da mediocridade.  Jajá teremos uma década com o time posicionado entre as terceira e sexta posições da conferência. E não podem dizer que Danny Ferry não está tentando. Joe Johnson e Josh Smith se mandaram. As chaves do carro foram entregues para Al Horford. Jeff Teague está solto. Kyle Korver, pegando fogo. DeMarre Carroll, surpreendendo. Mas, no geral, falta banco e consistência, enquanto os jogadores assimilam os conceitos Popovichianos de Mike Buddenholzer.

Detroit Pistons: ainda está cedo para detonar por completo os experimento com os três grandalhões juntos, mas todos os indícios apontam que talvez não tenha sido, mesmo, a melhor ideia. Greg Monroe parece deslocado e Josh Smith comete atrocidades no perímetro – assim como o bom e velho Brandon Jennings. Ao menos, a cada erro da dupla, Andre Drummond está por ali, preparado para pegar o rebote e castigar o aro. Rodney Stuckey, ressuscitado como um candidato a sexto homem do ano, também ajudou a aparar as arestas. Maurice Cheeks ainda precisa definir de uma vez sua rotação e encontre melhor padrão de jogo para adequar as diversas partes talentosas que, no momento, não conseguem se posicionar nem mesmo entre os 20 melhores ataques ou defesas. E, mesmo assim, o time ocupa o quinto lugar no Leste. Incrível.

O aproveitamento de quadra de Josh Smith nesta temporada: as marcas em vermelho, só para constar, estão abaixo da média da liga. E este vermelho lembra um pouco a cor de um tijolo velho

O aproveitamento de quadra de Josh Smith nesta temporada: as marcas em vermelho, só para constar, estão abaixo da média da liga. E este vermelho lembra um pouco a cor de um tijolo velho

Charlotte Bobcats: a franquia apanhou por anos e anos. Foi coisa de ser massacrada mesmo. Daí que, num ano antes do Draft mais generoso dos Estados Unidos em muito tempo,  Michael Jordan resolveu que era hora de gastar uma graninha, acertar em uma contratação (aleluia!) e formar um time até que bonitinho. Al Jefferson ainda não engrenou, recuperando-se de uma lesão no tornozelo, Cody Zeller não impressiona ninguém (positivamente, digo), Kemba Walker não progrediu, mas o time tem se sustentado com sua defesa, guiada por Steve Clifford, sobre quem havíamos alertado. A equipe mais escancarada do ano passado virou, agora, a terceira melhor retaguarda. E, aqui entre nós: Josh McRoberts é um achado.

Washington Wizards: Ernie Grunfeld pode ter feito um monte de barbaridades nas constantes reformulações de elenco que produziu desde que Gilbert Arenas pirou o cabeção. Também não tem muita sorte. John Wall se firmou como um dos melhores armadores de sua geração, mas não consegue levar adiante a dupla com Bradley Beal, afastado por uma misteriosa dor na canela que pode ser fratura por estresse (e aí danou-se). Marcin Gortat se entendeu bem com Nenê – e o brasileiro, todavia, não consegue parar em pé sem sentir dores. Quando Martell Webster vai bem, Trevor Ariza machuca. Quando Trevor Ariza vai bem, Martell Webster machuca. E Randy Wittman, coordenando uma defesa respeitável, tem de se virar do jeito que dá para manter sua equipe competitiva. No Leste, claro, não precisa de muito. Talvez nem importe nem que Otto Porter Junior esteja só na fase de aprender a engatinhar.

Chicago Bulls: pobre Tim Thibodeau. Deve estar envelhecendo numa média de um mês a cada semana nesta temporada. A nova lesão de Derrick Rose foi trágica – e dessa vez não havia Nate Robinson para socorrer. Para piorar, Jimmy Butler caiu, levando junto, agora mesmo, Luol Deng, que estava carregando piano de modo admirável. Em meio a tudo isso, Joakim Noah nem teve tempo de se colocar em forma. Para estancar os ferimentos, Taj Gibson faz sua melhor campanha, Kirk Hinrich tem evitado a enfermaria para organizar as coisas e, claro, muita defesa, a quarta melhor da liga. O suficiente para capengar por um oitavo lugar na conferência, esperando por um raio de sol.

Boston Celtics: Danny Ainge certamente confia na capacidade de Brad Stevens como técnico. Do contrário, não teria dado um contrato de seis anos ao noviço. Talvez ele só não contasse que o sujeito fosse tão bom desse jeito. Aí complica tudo! O Celtics abriu mão de Paul Pierce e Kevin Garnett neste ano para afundar na tabela e sonhar com um dos universitários badalados do momento. E aí que, em meio a essa draga toda, uma boa mente pode fazer a diferença, mesmo sem Rajon Rondo e tendo que escalar Gerald Wallace e pivôs diminutos – sem dar a rodagem necessária para Vitor Faverani. Então, meninos e meninas, pode certeza de algo: se tiver alguém torcendo para a ascensão de Knicks e Nets, o Mr. Ainge é uma boa aposta.

Descendo, mas só por ora
Três equipes que ainda vão perder muito mais que ganhar neste ano, mas as coisas estão mudando. “Perdeu, valeu, a gente sabe que não deu.”

Philadelphia 76ers: ver Michael Carter-Williams estufar as linhas de estatísticas de todas as formas já valeria o ano inteiro para aqueles que ainda choram Allen Iverson (ou Charles Barkley, ou Moses Malone, ou Julius Erving). O armador é a maior revelação da temporada. Havia fãs dele no processo de recrutamento de novatos deste ano, mas, sinceramente, não li em lugar algum a opinião de que ele fosse uma ameaça para conseguir um quadruple-double na carreira, quanto menos em seus primeiros dois meses. Ao mesmo tempo, sem pressão nenhuma por resultados imediatos, o gerente geral Sam Hinkie e o técnico Brett Brown vão rodando seu elenco, garimpando talentos, avaliando prospectos como Tony Wroten, James Anderson, Hollis Thompson, Daniel Orton etc. Sem contar o fato bizarro de que Spencer Hawes, hoje, é um dos melhores pivôs da liga. Vende-se.

Orlando Magic: A base aqui, hoje, é melhor que a do Sixers, com Arron Afflalo jogando uma barbaridade, jogando de uma forma que assusta até. Nikola Vucevic vai se provando que sua primeira campanha na Disneylândia não foi um delírio. Victor Oladipo está cheio de energia e potencial para serem explorados. Andrew Nicholson, Tobias Harris e Maurice Harkless também oferecem outras rotas a serem exploradas. O técnico Jacque Vaughn é respeitado. Para o ano que vem, os contratos dos finados Hidayet Turkoglu e Quentin Richardson expiram, e o gerente geral Rob Hennigan terá espaço para investir.

Toronto Raptors: não houve uma negociação na qual Masai Ujiri se envolveu nos últimos dois, três anos em que ele não tenha, no mínimo, levado a melhor. Isso quando ele não rouba tudo de quem está do outro lado da mesa, sem piedade alguma. Em pouco tempo, já se livrou dos contratos de Rudy Gay e Andrea Bargnani, iniciando um processo de implosão para tentar reformular, de modo definitivo, a franquia canadense – que tem aporte financeiro para ser grande. Jonas Valanciunas está dentro. O restante? Provavelmente fora. Será que Andrew Wiggins vai acompanhá-lo, em casa?

Caos total
A bagunça é tanta que fica difícil de saber como botar tudo em ordem.

Cleveland Cavaliers: no papel, um time de playoff. Mas as peças por enquanto não se encaixam tão bem como o esperado. Para dizer o mínimo, considerando que Dion Waiters partiu para cima de Tristan Thompson no vestiário. Em quadra, Mike Brown simplesmente não consegue organizar um ataque decente que não tenha LeBron James em seu quinteto. O Cavs só pontua mais que o time que aparece logo abaixo aqui. É um desastre. Para se ter uma ideia, dos dez jogadores que ficaram mais minutos em quadra até o momento, apenas Anderson Varejão acertou pelo menos 50% de seus arremessos. Até mesmo Kyrie Irving vem encontrando sérias dificuldades. Os últimos jogos de Andrew Bynum seriam o único indício positivo por aqui – e não que isso sirva para compensar o fiasco total que são as primeiras semanas de Anthony Bennett como profissional:

Milwaukee Bucks: a Tentação de jogar Larry Drew na fogueira também é grande, mas fato é que o Milwaukee Bucks em nenhum momento pôde colocar em quadra o time que eles imaginariam ter. Larry Sanders passou vexame em uma briga na balada, Carlos Delfino ainda não vestiu o uniforme, Brandon Knight e Luke Ridnour se alternam na enfermaria, aonde Caron Butler já se instalou ao lado de Zaza Pachulia. Ersan Ilyasova só não está lá porque o time precisa desesperadamente de qualquer ajuda, ainda que seja de um ala-pivô cheio de dores nas pernas. Apenas OJ Mayo, John Henson e o surpreendente Kris Middleton disputaram as 20 partidas da equipe. De toda forma, esses nomes não chegam a empolgar tanto, né? Daria um sólido conjunto, mas sem grandes aspirações. Se for para empolgar, mesmo, então, com a vaca já atolada no brejo, melhor liberar o garotão Giannis Antetokounmpo para correr os Estados Unidos de ponta a ponta.

Os dois times que são um pesadelo para Spike Lee, Woody Allen, Al Pacino, Roberty De Niro, os Beastie Boys e qualquer outro nova-iorquino
Eles ainda têm tempo para reagir. Mas vai dar muito trabalho e ainda pode custar muito dinheiro.

Brooklyn Nets: bem, sobre Jason Kidd já foi gasto um artigo inteiro. De lá para cá, soubemos que Lawrence Frank tem um salário de US$ 6 milhões (mais que Andrei Kirilenko, Andray Blatche e Mason Plumlee juntos!) apenas para escrever relatórios diários, uma vez que foi afastado do posto de principal assistente. Depois de apenas três meses no cargo. E, esculhambado nos mais diversos sentidos, o Nets obviamente não consegue se encontrar em quadra, mesmo com Brook Lopez jogando o fino. Temos agora o 20º pior ataque e a penúltima defesa da liga, acima apenas do pobre Utah Jazz. Tudo isso, lembrando, com a folha salarial mais volumosa do campeonato. “Parabéns aos envolvidos” se encaixa aqui? Que Deron Williams volte rápido – e bem. Kirilenko também precisa colocar a reza em dia.

New York Knicks: agora fica meio claro a importância que tem um Tyson Chandler, né? Um sujeito de 2,13 m de altura (ou mais), ágil, coordenado, inteligente, corajoso e que ainda converte lances livres? Causa impacto dos dois lados da quadra, facilitando a vida de todo mundo. Inclusive a do Carmelo Anthony, que pode roubar um pouco na defesa, ciente de que tem cobertura. Sem ele, o time virou uma peneira, com a quinta pior marca da liga. No ataque, uma das maiores artilharias da temporada passada agora é somente a 18ª, numa queda vertiginosa que tem mais a ver, é verdade, com a fase abominável de JR Smith e Raymond Felton. Não é culpa do Carmelo, mesmo que ele também não esteja mantendo a forma do ano passado. Daí que temos uma surra de mais de 40 pontos para o Boston Celtics no Garden? Até Ron Artest está pasmo.


NBA 2013-2014: razões para seguir ou lamentar os times da Divisão Central
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Giancarlo Giampietro

Cada equipe tem suas particularidades. Um estilo mais ofensivo, uma defesa mais brutal, um elenco de marmanjos cascudos, outro com a meninada babando para entrar em quadra. Depois das Divisões Sudeste e Atlântico, vamos dar uma passada agora pela Central, mirando o que pode ser legal de acompanhar e algumas coisas que provavelmente há de se lamentar. São observações nada científicas, estritamente pessoais, sujeitas, então, aos caprichos e prediletos de uma só cabeça (quase) pensante:

CHICAGO BULLS
Para curtir:
– As infiltrações de Derrick Rose, que são de tirar o fôlego. É bom ter aberração atlética dessas de volta. Que o joelho aguente bem.

– Toda a dedicação e perspicácia de Joakim Noah na defesa. Difícil encontrar alguém que trabalhe tão duro e bem nas pequenas coisas que fazem do Bulls um candidato perene ao título.

Taj Gibson fazendo companhia a Noah.

– A sobriedade de Luol Deng, num basquete prático muitas vezes menosprezado.

Jimmy Butler evoluindo a cada campeonato, dando a Thibodeau mais uma opção para tentar cutucar LeBron.

– As defesas atenciosas e extremamente detalhistas de Thibs.

Para chiar:
– Os dólares que Jerry Reinsdorf economiza mesmo como proprietário de uma das franquias mais populares da liga, numa metrópole como Chicago.

– Crônicas tendinites e fascite plantar para Noah, limitando o guerreiro.

Carlos Boozer tentando comer a bola quando fica frustrado.

– A saída de Nate Robinson.

CLEVELAND CAVALIERS
Para curtir:
Kyrie Irving e seu vasto repertório, comum arremesso que precisa ser marcado de todos os cantos da quadra. Mas vai fazer como? Se ele também dribla tão rápido…

– Todos os minutos de Anderson Varejão em quadra, alguém que se equipara, sim, ao francês no jogo sujo.

– Qualquer afro de Andrew Bynum. (Ah, e uma eventual recuperação do bebezão.)

Tristan Thompson, o ambidestro, ágil e saltitante reboteiro.

Earl Clark ainda investigando, descobrindo quais são todas as suas possibilidades em quadra. A qualquer momento pode surgir algo de deixar besta.

– A noite das perucas. Não me canso de rir com isso.

– Qualquer ataque delirante de Dan Gilbert na internet.

Para chiar:
– O plantão médico para Irving, Varejão e Bynum. (Algo que pode ser das coisas mais frustrantes realmente de toda temporada).

– A falta de criatividade ofensiva de Mike Brown. Vai de Princeton de novo?

– A educação e o regime de Anthony Bennett, que, segundo Brown, vai demorar a ser o próximo Larry Johnson.

– Os arremessos descontrolados de Dion Waiters.

– O jogo pouco produtivo de CJ Miles.

Earl Clark demorando a entender quais são todas as suas possibilidades em quadra. A qualquer momento pode surgir algo de deixar besta.

– Qualquer ataque delirante de Dan Gilbert na internet. Quando ele vai contra o que você pensa. 😉

DETROIT PISTONS
Para curtir:
– A singular aposta de Joe Dumars na trinca Josh Smith, Andre Drummond e Greg Monroe.

– O pacote (quase, quaaaaaase) completo de Josh Smith. Vide abaixo.

Andre Drummond desafiando a natureza com abalos sísmicos artificiais.

Greg Monroe operando com destreza na quina do garrafão.

– A velocidade de Brandon Jennings.

– O retorno de Chauncey Billups a Detroit. E como, aos 65 anos de idade, ele ainda consegue iludir os rivais e cavar lances livres.

– A combustão de Will Bynum e Peyton Siva.

Gigi Datome!!!!

Para chiar:
– O concurso diário de pior arremesso possível entre Smith e Jennings.

– O excesso de faltas que Drummond ainda deve cometer.

Charlie Villanueva se comportando como se ainda importasse para algo. Blah.

– Toda a confusão mental que fez Rodney Stuckey encolher em quadra.

Gigi Datome no banco!!!!

INDIANA PACERS
Para curtir:
Paul George se transformando numa superestrela, passo a passo. LeBron já deu as boas-vindas a ele nos playoffs.

Roy Hibbert, paredão humano. Desde que mantenha a intensidade dos mata-matas.

 

– Ah, e as entrenvistas nonsense do Hibbertão.

– A Escola de Balé Clássico Luis Scola.

David West e como intimidar o adversário sem necessariamente um jogador maldoso. E os chutes de média distância do pivô também.

Frank Vogel, um excelente técnico, e na dele.

Larry Bird de volta após ano sabático.

Para chiar:
Danny Granger não consegui recuperar nem 50% da boa forma para ajudar um timaço.

– A limitação de George Hill como criador a partir do drible.

– A iminência de Lance Stephenson em se tornar um agente livre e muitos dos seus lapsos com a bola.

– O fim da era dos Irmãos Hansbrough.

MILWAUKEE BUCKS
Para curtir:
Larry Sanders e sua presença defensiva. E cada menção de LARRY SANDERS! feita por Zach Lowe no Grantland.

Ersan Ilyasova e sua versatilidade.

John Henson, que arrumem mais minutos para o ala-pivô, por favor.

– Soletrar Giannis Antetokounmpo a cada highlight que o molecote grego proporcionar nos finais das partidas.

Gary Neal (e Carlos Delfino) on fire.

Para chiar:
– Todo o tédio que Caron Butler pode proporcionar, com um basquete há tempos impraticável.

– Os poucos minutos para Antetokounmpo, para que o Bucks brigue pela oitava colocação no Leste.

– A quantidade desproporcional de pivôs no elenco, possivelmente com um atrapalhando o outro.

– Saber que o Golden State Warriors preferiu Ekpe Udoh a Greg Monroe.


Jennings inaugura polêmicas, desdenha de ex-parceiros e promete vida nova
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Giancarlo Giampietro

E a primeira polêmica oficial da temporada 2013-2014 da NBA ficou por conta de… Brandon Jennings!

Palmas para ele, pessoal!

(Clap-clap-clap-clap-clap! São milhões de aplausos, no clima de Iiiiiirrmãos Benson!)

Muito bem, obrigado, obrigado.

Vocês viram essa? Em Detroit, o mais novo Brandon da Motown – assumindo o cargo que antes pertencia a Knight, numa das trocas mais curiosas do verão – foi elogiar seus novos companheiros, num gesto básico de solidariedade. O problema é que, ao falar bem de uns, decidiu pisar no calo de outros, seus antigos parceiros de Milwaukee.

“Neste ano acho que vocês vão ver um jogador completamente diferente, só de ver todo o talento que tenho ao meu redor, os veteranos neste vestiário”, afirmou, indicando que não praticava um bom e saudável basquete pelo Bucks por ter de fazer demais em quadra, sem ter a companhia adequada. Depois, foi a vez de fazer comentários diretos específicos sobre os grandalhões. “Não pude jogar com um cara que tenha presença de garrafão desde Andrew Bogut, alguém para quem você possa atirar a boa. Agora tenho isso aqui. Caras como Josh, Drummond. Podemos fazer pick-and-rolls. Um monte de opções.”

Daí que o Larry Sanders, que acaba de assinar um contrato gigantesco em Milwaukee, de US$ 11 milhões por quatro temporadas, não gostou muito dessas observações técnicas do armador. E disse que, para os pivôs do Pistons mostrarem o que podem, Jennings “tem de passar a bola para eles primeiro”.

Ouch.

Um raro momento em que os atletas deixam de lado a diplomacia, abrindo mais uma história intrigante para acompanharmos na temporada.

Pensem no seguinte: em maio, o Bucks estava disputando os playoffs, com os dois presentes no quinteto titular. Cinco meses atrás apenas. Não dá para imaginar que, de lá para cá, a apreciação de um pelo outro tenha mudado drasticamente assim… Quer dizer: os dois mal se aturavam, mas isso não podia vir a público de modo algum, para evitar uma crise institucional numa equipe das mais pobrinhas da liga, que se vira do jeito que pode para ser competitiva. E os técnicos e dirigentes que se virem para contornar esse tipo de situação, que, acreditem, se replica em diversos vestiários dos clubes da liga, mas que dificilmente “vaza” devido a um rígido controle de comunicação.

Uma vez, porém, que as temporadas mudem, com jogadores pegando as malas e partindo para outra, é aí que se abrem as portas para que esse tipo de desavença (ou, no mínimo, “desgosto”) seja revelado. O mais novo Piston obviamente não confiava muito nos pivôs que tinha ao seu lado para alimentá-los, e ao menos um desses gigantões esperava muito mais passes de seu armador.

Jennings é realmente uma figura daquelas, que estava escondido em Milwaukee nos últimos anos, esperando mais microfones, luzes. Talvez Detroit, hoje em dia, ainda não seja o palco para isso, mas ele ao menos encontrou algum jeito de chamar a atenção. Segundo consta, na sua primeira parada na NBA, se tornou persona non grata, se comportando como uma suprestrela, embora sua produção em quadra não se justificasse.

Este é outro aspecto que nunca se pode ser ignorado quando se escreve ou comenta a liga norte-americana. Os egos enormes envolvidos. Muitos desses atletas são paparicados desde a adolescência, tratados como reizinhos das mais diversas regiões de um país de proporções continentais. O duro é se ajustar a uma nova realidade, quando, ao seu lado, estão vários atletas que pensam exatamente a mesma coisa. O caso de Jennings é especial neste sentido. Ele saiu do high school direto para a Euroliga, com um contrato bem valioso. Já era patrocinado por um fornecedor esportivo emergente nos EUA quando foi selecionado no Draft de 2009. Chegou a marcar 55 pontos naquela que era apenas sua sétima partida no campeonato. Mas este continua a ser o principal feito de uma carreira que entra em sua quinta temporada.

Quando você o olha em ação, algumas habilidades saltam aos olhos, especialmente seu controle de bola. Jennings se desloca sem a menor dificuldade, com muita desenvoltura no drible, mesmo em alta velocidade – o indefectível Zach Lowe esmiuça seu jogo aqui. Mas não conseguiu em Milwaukee se desvencilhar de péssimos hábitos ofensivos, com poucos passes para cesta (não se enquadrou nem entre os 20 melhores em percentual de assistências por posse de bola, e Nate Robinson foi o 18º…) e uma seleção de arremessos sofrível. Seu aproveitamento nos tiros de quadra até agora é de ridículos 39,4%, algo inaceitável para alguém pouco pontua na linha de lances livres (2,9 na carreira). Vejam aqui seu quadro de 2012-2013:

Em amarelo, a média da liga. Em vermelho, abaixo (o que mostra o quanto sofre nas bandejas. De todo modo, o gráfico indica potencial de crescimento para Jennings de média para longa distância, desde que consiga reduzir o número de arremessos contestados que assume durante as partidas

Nem mesmo nas medições avançadas seus números sobrevivem, ficando abaixo de Iverson, Marbury, Steve Francis e qualquer outro dos anti-heróis que tenha  ouvido gritos e gritos de “fominha” durante as últimas décadas e sido eleito ao menos uma vez para um All-Star. Injusto esse tipo de comparação? Talvez. Desde que o próprio armador entenda em que ponto está sua trajetória no momento.

Veja o que ele também disse em sua chegada a Detroit: “Definitivamente tenho de mudar meu jogo para que este time tenha sucesso. As coisas que eu estava fazendo em Milwaukee eu não precisarei fazer mais aqui: tentar tantos arremessos ruins”. E mais: “Agora eu posso simplesmente ser eu mesmo em quadra, ser o que era cinco anos atrás, quando estava no colegial”.

Então é isso?

Ersan Ilyasova & Cia. estavam segurando o armador, atrapalhando seu potencial? Acompanhado de Greg Monroe, Andre Drummond e Josh Smith, vamos ver o “verdadeiro” Brandon Jennings?

Joe Dumars e Larry Sanders mal podem esperar.


Na NBA, sobram as três melhores defesas (e o Miami Heat) na disputa pelo título
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Giancarlo Giampietro

Pesadelo para Melo

Carmelo pode dizer uma coisa ou outra sobre a defesa do Indiana Pacers

“De-fe-sa!”, “de-fe-sa!”

“De-fe-sa!”, “de-fe-sa!”

“De-fe-sa!”, “de-fe-sa!”

Fora o pianinho clássico acompanhando um ataque nos instantes finais, eternizado nos games Lakers vs Celtics, temos entre os clichês do basquete esse grito, que se disseminou por tudo que é lugar em que pingue uma bola de basquete a partir das transmissões globalizadas da NBA. Há mesmo as torcidas que cantam só por cantar mesmo, talvez utopicamente, com a vã esperança de que seu time-peneira vá esboçar alguma reação na hora de proteger a cesta.

Bem, na temporada 2012-2013 da liga norte-americana essa brincadeira deu certo. Entre os quatro times que ainda lutam pelo título, estão as três defesas mais eficientes do campeonato, pela ordem: Indiana Pacers, Memphis Grizzlies e San Antonio Spurs. O quarto? O Miami Heat, claro, nono melhor nesse quesito.

Consideramos aqui a medição que foi primeiro elaborada por Dean Oliver, que integra o departamento de estatísticas da ESPN americana e já trabalhou na diretoria do Denver Nuggets, e encampada e levemente alterada por John Hollinger, vice-presidente do próprio Grizzlies. As estimativas abordam o número de pontos numa média de 100 posses de bola. Isso por quê?

Gasol & Allen

Marc Gasol e Tony Allen, dois dos melhores defensores da liga em suas posições

Bem, cada clube tem o seu próprio ritmo de jogo. Se uma equipe corre mais com a bola, atacando com menos segundos gastos a cada posse, a tendência é que ela sofra mais pontos, mesmo, não? Isso não quer dizer necessariamente que, na média, sua defesa seja a pior – talvez apenas mais vazada.

(Por outro lado, alguém pode argumentar que, no caso do time que adota um jogo mais metódico, gastando o cronômetro, já esteja se protegendo desde o princípio, controlando a bola ao máximo. Obviamente isso não pode ser descartado, mas sigamos adiante com a defesa-por-posse.)

Na temporada regular, o Pacers de Frank Vogel permitiu apenas 99,8 pontos a cada 100 posses de bola, seguido pelo Memphis Grizzlies (100,3) e pelo San Antonio Spurs (101,6). O Miami Heat terminou com 103,7.

Para se ter uma ideia de quão bom é o índice firmado pela turma de Paul George e Roy Hibbert, a distância entre o Pacers e o Heat (de 3,9 pontos) seria maior que a que existiu entre os atuais campeões de Miami e o Toronto Raptors (3,8), apenas a 22ª defesa da liga.

De acordo com a máxima de que “são as defesas que vencem o título”, poderíamos indicar, então, o Pacers como o favorito?

Bem, nem tanto. Sua proteção de garrafão deixa as coisas bem encaminhadas, mas essa ainda não é a resposta definitiva. Façamos uma pausa, antes de avaliar os quatro finalistas, para perguntar se o mote do parágrafo acima é inteiramente verdadeiro.

*  *  *

Um estudo conduzido pelo analista Neil Pane, uma das almas angelicais por trás do Basketball-Reference, indica que, sim, as melhores retaguardas têm mais condições de ganhar o troféu, comparando historicamente os rendimentos coletivos dos dois lados da quadra.

Segundo suas contas, um time que tenha uma defesa medíocre e um ataque com 10 pontos acima da média da liga, teria 32,3% de chances para conquistar o caneco. Por outro lado, se a sua equipe mantiver um ataque medíocre e tiver uma defesa que sofra 10 pontos abaixo da média, sua probabilidade de título sobe para 80,1% – e mesmo uma equipe que sofra 7 pontos a menos do que a média do campeonato teria um candidatura mais sólida, com 39,1%.

Tiago Splitter x Dwight Howard

Splitter ajudou o Spurs a se tornar uma das melhores defesas da NBA novamente

Agora, para comprovar que seu levantamento não é pouco, Paine fez as mesmas contas excluindo o avassalador Boston Celtics de Bill Russell, que defendia muito e penava para fazer cestas em alguns anos, podendo desequilibrar o balanço do ponto de vista histórico. Fazendo uma pesquisa só a partir da fusão NBA-ABA em 1976, a distância entre ataque e defesa cai consideravelmente, mas ainda pende para a contenção. O melhor ataque tem 43,8%, de chances, enquanto a melhor defesa, 63,9%.

É difícil, porém, atingir a meta de dez pontos acima ou abaixo da média. Quanto menores esses números, menor a distância na chance de título também. Por exemplo: se um time faz 3,0 pontos a mais da média, a expectativa seria de 1,9%; se sofre 3,0 pontos abaixo, o número seria de apenas 2,4%.

“No entanto, a contínua proeminência da defesa, mesmo quando descartamos a dinastia do Celtics da amostra, sugere que as equipes devam priorizar a excelência deste lado da quadra se querem vencer um campeonato”, escreve Paine.

Ponto destacado e anotado. Mas ainda não é tudo.

*  *  *

Phil Jackson, o homem dos 11 anéis de campeão da NBA, nunca se cansa de enfatizar que as coisas estão totalmente interligadas: um bom ataque e uma boa defesa. Quanto menos precipitações (arremessos forçados e turnovers) você tiver tentando a cesta, melhores suas condições de armar sua retaguarda, propiciando menos contra-ataques, voltando com equilíbrio.

E “equilíbrio” seria a palavra-chave, mesmo, tanto do ponto de vista conceitual como estatístico, como escreveu nesta semana o analista Kevin Pelton, da ESPN, outro representante da crescente comunidade nerd do basquete. Reduzindo seu campo de pesquisa de 1980 para cá – o ano em que a linha de três pontos foi pintada nas quadras da NBA e também um marco extremamente relevante nessas contas –, constatou que 14 campeões tinham o melhor saldo de cestas da temporada (mais de 40%), sabendo dosar um bom ataque e uma boa defesa.

“É difícil encontrar exemplos de times com uma fraqueza em cada lado da quadra vencendo um campeonato. Nos últimos 33 anos, apenas dois times venceram o título com uma unidade abaixo da média durante a temporada regular: o Los Angeles Lakers 2000-2001 (fraco na defesa) e o Detroit Pistons 2003-2004 (fraco no ataque)”, escreveu Pelton.

O Lakers de 2001 foi uma anomalia na carreira de Phil Jackson, que envelheceu uns bons anos tentando administrar a conturbada relação entre Kobe Bryant e Shaquille O’Neal. Depois da conquista de seu primeiro título, o time deu aquela relaxada, despencando de melhor defesa na campanha anterior a 21ª, apesar de manter a mesmíssima base, que funcionava direitinho no ataque (segundo melhor índice). Absurdo, né? Acontece que, chegando aos playoffs, decidiram ligar o turbo e venceram 15 de 16 partidas, cedendo apenas um triunfo para o Philadelphia 76ers de Iverson e Larry Brown na primeira partida da decisão. Já o Pistons de 2004 teve Rasheed Wallace, seu melhor atleta, por apenas 22 partidas, depois de ele ser adquirido numa das trocas mais desequilibradas da história durante o campeonato.

O Oklahoma City Thunder teve o melhor saldo de cestas deste campeonato, com +9,2, mas suas aspirações ao título se encerraram com a lesão de Russell Westbrook. O Miami Heat aparece em segundo, com +7,9. O Spurs seria o quarto, com +6,4, enquanto Grizzlies e Pacers seriam sétimo e oitavo, com +4,1 e +4.

LeBron x Rose

A postura defensiva perfeita de LeBron James para segurar até um Derrick Rose

Na campanha dos rapazes de Erik Spoelstra, todavia, é possível encontrar alguma semelhança com aquele Lakers do início da década passada, começando o ano um pouco devagar (mas nem tanto) e esquentando as turbinas na metade do campeonato. No dia 1º de fevereiro, eles perderam a 14ª partida na temporada. Em 17 de abril, fecharam a conta com apenas mais dois reveses, engatando neste período sua incrível sequência de 27 vitórias. Durante esse período, seu lado de cestas foi de +11,9, o que seria a melhor marca da liga de longe, devido a uma melhora significativa na defesa, já entre as cinco mais eficientes neste período. Motivados pela busca do recorde histórico de triunfos consecutivos, viraram outra equipe. A mais equilibrada e com mais chances de título.

Descartando todos os dados enumerados acima, esse favoritismo do Miami não é novidade alguma e talvez pudesse ser explicado de modo mais simples pela soma de “LeBron” + “James”.

Só que, numa liga extremamente competitiva e rica, com recursos sendo empregados dos modos mais diversificados, as coisas dificilmente vão se desenrolar assim, de um modo tão fácil.

Com suas fortíssimas defesas, porém, Pacers e Grizzlies, com DJ Augustin, Sam Young, Ian Mahinmi, Keyon Dooling, Tayshaun Prince entre outras nulidades ofensivas em suas rotações, já derrubaram três dos cinco melhores ataques da liga (Knicks, Clippers e Thunder) e se colocaram na briga, ao menos com uma chance de surpreender.


Vocação de Scott Machado para o passe atrai técnico do Warriors e garante nova chance
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Giancarlo Giampietro

O azar de Mark Jackson foi, de certa forma, ter concorrido a carreira inteira com um certo John Stockton, o líder de toda a história da NBA em assistências e um dos caras que poderia ser chamado de “robótico” no bom sentido. O homem era uma maquininha de jogar basquete, mesmo, com regularidade impressionante.

Claro que Jackson não chegava aos pés de Stockton em muitos sentidos. Mas, como passador, armador puro, um entendido do jogo, tornando a vida dos companheiros muito mais fácil em quadra, ele podia rivalizar, sim – ainda que tivesse ficado quase sempre à sombra do mítico armador reserva do Dream Team.

Mark Jackson, naqueles tempos

Mark Jackson, conexão NY com Scott?

Tenham em vista que sua carreira como profissional começou em 1987 e durou até 2004 e ele nunca chutou acima dos 50% nos arremessos de quadra. Na verdade, só passou dos 45% em seis temporadas das 17 que disputou. De três pontos, então? Matou mais de 40% em três ocasiões, todas elas já depois dos 30 anos. No final, sua média foi de 33,2%, algo medíocre.

Era um problema sério para se contornar. Pois o armador também nunca foi muito explosivo em quadra, com raras investidas para dentro do garrafão. Enão, na hora de marcá-lo, a coisa ficava fácil, né? O sujeito não vai me machucar no tiro de fora e nem vai me deixar comendo poeira?  E toca o defensor responsável por Jackson se dedicando mais à ajuda, fazendo dobras, do que qualquer outra coisa. Seria uma estratégia sensata, não fosse o detalhe de que um passe bem feito, preciso e criativo pode ser bastante nocivo. Se não fosse um excepcional criador de jogadas (para os outros), seria difícil imaginar que fosse tão longe. E Reggie Miller, Danny Manning e Patrick Ewing, entre outros craques abastecidos pelo cerebral nova-iorquino, só podem agradecer, assim como operários como Antonio e Dale Davis, que puderam dar muitas enterradas em Indiana e ganhar alguns bons dólares depois de atuarem ao seu lado.

Tudo isso de introdução para comentar a contratação de Scott Machado pelo Golden State Warriors, time justamente hoje dirigido por Mark Jackson.

Está certo que o vínculo inicialmente vale por apenas dez dias, mas só o fato de a franquia convocá-lo para ser avaliado mais de perto já tem um significado especial. Ainda mais que o brasileiro do Queens mal completou um mês dentro da “família Warriors” – foi adquirido pelo Santa Cruz, filial do Golden State, precisamente no dia 8 de março –, tendo causado boa impressão em tão pouco tempo.

Scott Machado x Coby Karl

Scott Machado ainda luta por seu lugar na NBA, agora vinculado a nova franquia: Golden State

Seus números são, inicialmente, “modestos”, “tímidos”, “fracos”, avaliando apenas pela calculadora:  6,5 pontos, 3,4 assistências e 1,8 rebote em dez jogos por seu novo clube, depois de uma campanha frustrada pelo Rio Grande Valley Vipers. Acontece que, na liga menor, é preciso muito cuidado na hora de avaliar estatísticas, por diversos fatores. Especialmente dois:

1) Muitos jogadores podem parecer dominantes em um cenário, mas com um tipo de atitude ou jogo que não se encaixaria um nível mais acima – isto é, o cestinha de um time X da D-League talvez só possa ser a 11ª ou 14ª opção na NBA. E como ele aceitaria isso? Será que ele tem outras habilidades que possam se encaixar melhor de acordo com as necessidades de um elenco já abarrotado de talento?

2) Os jogos desta competição muitas vezes também descambam em peladas, sem preocupação defensiva alguma, uma correria desenfreada que infla os números de muitos atletas, mas pode apresentar pouca substância.

Scott Machado, ao menos, já conseguiu exibir ao Warriors que tem, sim, um fundamento que pode ser traduzido para a liga principal.  “Ele é um passador muito bom, um quarterback (no sentido de líder e organizador/estrategista) muito bom e um armador tradicional”, resumiu Mark Jackson, para quem, aliás, imagino não deve ser lá uma grande novidade – o técnico também é de Nova York, assim como Scott, e o burburinho dos jogos locais passa de um para outro com facilidade.

Um dos pontos fracos no basquete do brasileiro hoje é, justamente, seu arremesso, o que não deixa de ser uma ironia em sua associação com Jackson. Por outro lado, o ex-armador sempre foi um grande defensor, usando seu físico e estatura para pressionar os adversários. Neste ponto, ainda tem chão para seu novo atleta.

O treinador lembrou, porém, que o Golden State tem vários jogadores extremamente dedicados em seu elenco hoje – quem diria, né? – e que essa seria uma influência positiva para que Scott desenvolva seu  jogo. “Espero que esse ambiente o ajude a melhorar e impulsione uma longa carreira”, afirmou. É só o que o garoto quer.

*  *  *

“Minhas emoções estão loucas agora, realmente como em uma montanha-russa”, disse Scott ao jornal San Francisco Chronicle, periódico tradicional da Costa Oeste dos EUA. Ao mesmo tempo em que está empolgado por receber já uma segunda chance na NBA, o jovem armador ainda tenta assimilar a morte de seu pai, o gaúcho Luiz Machado, aos 61, devido a um ataque cardíaco depois de ser detido por autoridades no aeroporto JFK, no dia 28 de março. O motorista de táxi teria ficado à espera de um atendimento médico por 11 minutos. As investigações ainda estão em curso. “Ele era um grande fã de basquete. Então sei que ele vai estar assistindo”, afirmou Scott.

*  *  *

Curry & Jack

Scott vai poder treinar ou ver de perto a duplinha aqui

Os contratos de 10 dias podem ser assinados por times da NBA a partir do dia 5 de janeiro de cada campeonato. Eles, porém, não podem ser estendidos durante os playoffs – os vínculos deste tipo se encerram no dia da última partida da temporada regular. Caso o Warriors queira manter Scott em seu elenco para 2013-2014, sem encarar o risco de perdê-lo durante as férias, a diretoria teria de fazer um contrato para o restante da temporada, ainda que ele não tenha nenhuma garantia de que vá ser realmente aproveitado pela franquia. Caso Machado fique, dificilmente teria tempo de quadra nos playoffs. Sua posição está ocupada pelo fantástico Stephen Curry e pelo veterano Jarrett Jack, um dos candidatos a melhor reserva da liga.

*  *  *

O Golden State Warriors tem um ótimo histórico no aproveitamento de jogadores com passagem e/ou revelados pela D-League. O ala Reggie Williams – esse, sim, um cestinha que se deu bem na NBA, como um pontuador vindo do banco de reservas – foi um deles. Descoberto pelo Warriors, fechou um contrato de US$ 5 milhões por dois anos de serviço com o Charlotte Bobcats. Outros destaques: os armadores CJ Watson, hoje no Brooklyn Nets, e Will Bynum, Detroit Pistons, os alas-pivôs Anthony Tolliver, do Atlanta Hawks, e Jeff Adrien, também do Bobcats, e o ala Kelenna Azubuike.


Armador veterano comanda a reação do Dallas Mavericks em busca pelos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Mike James para o chute

Mike James, ele mesmo, pode ajudar Nowitzki a enfim fazer a barba

E quem se lembrava do Mike James?

“Acho que meu nome realmente faz você se perguntar: ‘Quem?”, brinca o jogador. De fato: nome muito comum. Mike James.

Nos tempos de Detroit Pistons, ele foi apelidado de Pitbull por Rasheed Wallace. Era quando saía do banco de reservas mordendo, ao lado de Lindsey Hunter, hoje treinador do Phoenix Suns, para render Chauncey Billups e Rip Hamilton por alguns minutos, colocando muita pressão no perímetro, deixando a defesa de Larry Brown ainda mais insuportável. Conquistaram o título.

Foi certamente o melhor momento da carreira deste veterano, que entrou na NBA apenas aos 26 anos, como agente livre contratado por Pat Riley, em Miami. Da Flórida ele foi para Boston, até ser enviado para a Motown na mesma troca que envolveu Sheed. Depois – não percam a conta – jogou por Milwaukee Bucks, Houston Rockets, Toronto Raptors, Minnesota Timberwolves, New Orleans Hornets, Washington Wizards e Chicago Bulls. Em termos de produção estatística e relevância no elenco, surpreendeu em 2005-2006 quando marcou 20,3 pontos e 5,8 assistências em 79 partidas pelo Raptors, o que lhe rendeu um aumento significativo, praticamente de 100%.

Que mais?

James foi trocado cinco vezes e dispensado outras três. Ficou fora da liga em 2010-2011, aos 35 anos, quando acreditavam que sua trajetória na NBA havia chegado a um fim.

Para sorte de Rick Carlisle, Mark Cuban e Dirk Nowitzki, não era bem assim.

Ingressando na D-League, pela filial do Dallas Mavericks, provou que ainda tinha o que oferecer, mas, não se enganem, foi contratado mais como um quebra-galho, como reserva de Darren Collison, tendo assinado um contrato de apenas dez dias em 8 de janeiro. O titular, no entanto, estava decepcionando, e o veterano acabou assinando até o fim do campeonato, até ser promovido. De modo que, na sistemática abordagem de Carlisle, sem muita correria e com a ajuda de OJ Mayo para conduzir a bola, deu mais que certo.

“Estou como uma criancinha numa loja de doces. Vocês não entendem o quanto estou me divertindo”, afirmou James neste domingo, depois de ter anotado 19 pontos na vitória deste domingo em confronto direto com o Utah Jazz. Foi seu recorde na temporada.”Já que as pessoas dizem que eu não posso mais fazer parte deste jogo, estou curtindo muito esta fase”, completou.

Desde que James entrou para o quinteto inicial no dia 6 de março, o Mavs venceu oito partidas e perdeu três. Agora, com 34 vitórias e 36 derrotas no total, o time se vê novamente com esperanças de chegar aos playoffs, para manter viva uma sequência de participações nos mata-matas que começou em 2001.

Com os próximos três jogos em Dallas, há uma grande chance de o time chegar ao aproveitamento de 50%, algo que não acontece desde 12 dezembro, quando tinha 11 triunfos e 11 reveses, para, enfim, Dirk Nowitzki poder fazer a barba.

Kobe Bryant certamente está observando tudo isso, e, depois das finais de 2004, Mike James pode novamente estragar sua festa.


Rodman vira embaixador em visita a ditador norte-coreano apaixonado por basquete
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Giancarlo Giampietro

Sr. Rodman, embaixador

CIA, que nada: mandaram o Rodman, mesmo, para a Coreia do Norte

Numa situação política absurda, realmente faz sentido ter um Dennis Rodman como embaixador.

Antecessor de Ron Artest – aquele que tem um fantástico mundo só dele, relatado aqui em casa – na prática do lunatismo na NBA, o “Verme”, um dos melhores defensores e reboteiros da história, foi convocado pelo produtor Shane Smith para rodar um epsódio de sua série “Vice” na Coreia do Norte. Isso depois de ele ter descoberto que o basquete e, mais especificamente, o mítico Chicago Bulls dos anos 90 conseguiam vencer qualquer resistência do regime norte-coreano com o que esteja etiquetado como made in USA.

Smith, que realizou dois documentários no país asiático, mal podia acreditar quando se deparou com uma bola autografada por Michael Jordan estava exposta no museu nacional, na Sala dos Troféus. Segundo consta, o “artefato” havia sido entregue a King Jong-il em 2000. O falecido ditador a teria como um tesouro, como prova de sua curiosa admiração pelo esquadrão comandado por Phil Jackson. “É estranho porque, quando você chega lá, tudo é muito anti-Americano. As crianças norte-coreanas são alimentadas com propaganda anti-Americana basicamente desde o dia em que nascem. Mas é OK gostar de basquete americano”, relata o produtor.

Se voltar a visitar o país acompanhado de Michael Jordan sempre foi algo, digamos, nada realista, a melhor ideia possível era  chamar Rodman, mesmo. “Dennis topa tudo e qualquer coisa”, resumiu Smith, que também contou alguns Globetrotters para formar uma equipe para a brincadeira que deve durar algo em torno de quatro dias em Pyongyang. O grupo vai participar de um acampamento para ciranças e de alguns amistosos contra combinados norte-coreanos. Mas o grande objetivo, mesmo, seria uma reunião com Kim Jong-un, líder que teria herdado de seu pai a devoção ao basquete.

Sim, Rodman na mesma mesa com o homem que nem pode ouvir falar de Barack Obama.

Não é de se esperar que de um eventual encontro entre essas duas… Hã… distintas personalidades saia qualquer resolução sobre os prometidos testes nucleares por parte do Exército norte-coraeno.

O Verme talvez precisasse de uma ajuda de Artest nessa.

*  *  *

Com 2,01 m de altura (oficiais, diga-se, embora digam que ele não chegasse a tanto), Rodman liderou a NBA por sete anos seguidos em rebote por jogo, de 1991 a 1995, jogando por Pistons, Spurs e Bulls. Sua melhor média aconteceu em 2001, com incríveis 18,7. Em sua carreira, foram 13,1 por partida.

*  *  *

Rodman se despediu da NBA na temporada 1999-2000, como jogador do Dallas Mavericks, aos 38 anos, e média de 14,3 rebotes (!). Ele dormia na mansão do proprietário da franquia, Mark Cuban. O namoro entre os dois excêntricos durou pouco: foram apenas 12 partidas ao lado do então adolescente Dirk Nowitzki, em seu segundo ano na liga. Na ocasião, ele ventilou a seguinte ideia: queria enfrentar o comissário David Stern em uma luta de boxe. “Gostaria que eu e David Stern pudéssemos colocar umas malditas luvas e subir no ringue”, disse. 😉

*  *  *

Apenas um jogador coreano esteve em quadra pela NBA. No caso, um sul-coreano. Foi o pivô gigante Ha Seung-Jin, de 2,21 m, ex-pivô do Portland Trail Blazers, o qual defendeu entre 2004 e 2006. Ele chegou a ser titular em quatro partidas e teve como recorde os 13 pontos anotados em um confronto com Los Angeles Lakers em 2005. De modo inacreditável, porém, deve ser mais lembrado por sua contribuição ao status de Jail Blazers da franquia do Oregon na década passada, quando resolveu sair no tapa com o bósnio Nedzad Sinanovic (2,22 m de altura!!!), depois de um nada inspirado confronto mano-a-mano em quadra, durante treinos de pré-temporada. Hoje aos 27 anos, Seung-Jin atua na liga nacional de seu país.


Conheça os reforços baratos que ainda podem ser úteis na NBA
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Giancarlo Giampietro

Nate Robinson, sim, senhor

Nate Robinson, o melhor jogador da semana no Leste. Acreditem

Quem poderia imaginar que Nate Robinson, fazendo as vezes de Derrick Rose no Chicago Bulls, poderia ser eleito o melhor jogador da semana no Leste em alguma ocasião? Larry Brown e Doc Rivers, que perderam alguns anos de vida ao comandar o dinâmico e tresloucado baixinho, certamente não.

Mas, para o Bulls, ele se provou um reforço perfeito. O time mantém um padrão defensivo absurdo, sufocante, e está bem posicionado na briga pelos playoffs no leste. Mas uma hora é preciso fazer cesta para vencer uma partida, não? E Robinson sabe fazer isso muito bem. Nem sempre ele é o jogador mais consciente e empenhado em quadra, mas seus talentos ofensivos são inegáveis. Ganhando o salário mínimo para sua idade, com o contrato sem garantia alguma, que mal teria, então? Thibodeau liberou a contratação, e foi na mosca.

Na NBA, muitas vezes o mercado funciona como o do futebol brasileiro, com uma oferta muito grande de jogadores. É normal que alguns passem despercebidos e demorem em fazer parte da liga, assim como há inúmeros casos de jogadores já contratados e envolvidos em negociações apenas como contrapeso e que, do nada, se tornam peças fundamentais em seus novos clubes (exemplo: ver Clark, Earl na enciclopédia que vai sendo preparada para dar conta dessa temporada completamente maluca por que passa o Lakers).

Com o dia 21 de fevereiro, a data-limite para a realização de trocas se aproximando, veja alguns jogadores para quem não se dá muita bola, ou que são muito pouco aproveitados hoje em seus atuais clubes, e que poderiam ganhar mais oportunidades ou ajudar outras equipes na briga pelos playoffs:

Sai de baixo que é o Will Bynum

Se não tomarem cuidado com Will Bynum…

– Will Bynum, armador, Detroit Pistons.
Pelo que vem produzindo vindo do banco na Motown, é um alvo de certo modo óbvio, de tão bem que vem jogando, fazendo dupla com o calouro-sensação Andre Drummond. Tem médias de 9,1 pontos e 3,7 assistências na temporada, com 45,6% de acerto, em apenas 18,1 minutos. Nos últimos cinco jogos, mesmo com a chegada de Calderón, seus números são de 13,6 pontos e 5,6 assistências, com pontaria incrível de 53,8%. Esse baixinho que não foi draftado por nenhum time ao sair de Georgia Tech e brilhou pelo Maccabi Tel Aviv na Europa não tem nenhum ano a mais em seu contrato, recebendo US$ 3,25 milhões nesta temporada. Isto é, seria uma opção para reforçar o banco de qualquer candidato ao título sem custar muito e produzindo demais, colocando pressão nas defesas com seu jogo explosivo e atlético.

– Ronnie Brewer, ala, New York Knicks.
Já em sua quarta equipe na liga, Brewer começou o campeonato como titular em uma campanha surpreendente do New York Knicks, mas perdeu espaço na metade da temporada, antes mesmo do retorno de Iman Shumpert, tendo jogado mais de dez minutos apenas em uma partida das últimas 11 – uma vitória contra o Hornets no dia 13 de janeiro. Estranho: embora estivesse visivelmente fora de forma (se comparado ao físico que mostrou em Utah e Chicago) depois de passar por uma cirurgia, ainda oferece a qualquer time vencedor uma importante presença física e atlética, dedicada ao serviço sujo. Esteticamente, seu arremesso é uma das coisas mais feias em toda a NBA, mas ele compensa isso com ataques ferozes por rebotes ofensivos, uma defesa capaz de incomodar gente como Dywane Wade. Recebe o salário mínimo no ano: US$ 1 milhão.

A prancheta de Luke Walton

QI: durante o lo(u)caute da NBA, Walton foi assistente técnico na Universidade de Memphis

– Luke Walton, ala, Cleveland Cavaliers.
Calma, calma, calma. O torcedor do Lakers pode ter vontade de rolar no chão, com uma síndrome do pânico às avessas. Já faz tempo que ele supostamente não servia para nada no banco de Phil Jackson. O que ele poderia fazer hoje que ajudaria uma equipe de ponta? Bem, nunca é demais ter um passador inteligente em seu elenco, e isso o veterano faz como poucos, deixando seu genial pai orgulhoso. Em sua carreira, tem média de 4,7 assistências numa projeção de 36 minutos por jogo. Tem armador que se contentaria com algo assim. De todo modo, é uma habilidade para ser empregada homeopaticamente: o Walton filho também tem o corpo quebradiço, é extremamente vulnerável na defesa e lento. Mas pode ajudar a dar fluidez pontualmente a uma equipe que dependa demais de investidas individuais. Salário um pouco alto (5,6$ milhões), mas no último ano de vínculo e já com boa parte dele paga pelo próprio Cavs.

– Chris Singleton e Dahntay Jones, alas, Washington Wizards e Dallas Mavericks.
Tal como Brewer, são defensores implacáveis, fortes e atléticos, e pouco usados por seus atuais treinadores. Não porque não consigam mais perseguir os principais jogadores da outra equipe, mas essencialmente por estarem elencos em que suas habilidades são sobressalentes. Acabaram vítimas das circunstâncias. Singleton é praticamente um joão-ninguém na NBA, mas tem lampejos pelo Wizards que mostram o quão relevante pode ser em quadra – com 2,03 m de altura, ótima envergadura, está equipado para jogar nesta nova liga que testemunhamos, que não se importa muito com posições. Seria um ala ou um ala-de-força? Não importa: fato é que, na defesa,  conseguiria ao menos fazer sombra a caras como LeBron James e Kevin Durant. Acreditem. Já Jones é um pouco mais baixo, reduzindo sua cobertura a jogadores com porte semelhante ao de Wade.

Deem uma chance a Ayón

Ayón pode fzer muito mais do que simplesmente posar para uma foto vestido de Orlando Magic

Gustavo Ayón, ala-pivô, Orlando Magic.
Na encarnação passada do Vinte Um, já revelamos que o mexicano é o orgulho de Zapotán, com direito a música em sua homenagem e tudo (veja abaixo). Já não é pouco. Mas saibam também que, em seus tempos de liga espanhola, Ayón sucedeu caras como Scola, Splitter e Marc Gasol como seu jogador mais eficiente, posicionado entre os destaques de diversas categorias no principal campeonato nacional da Europa. Na NBA, teve um começo discreto, mas muito interessante pelo Hornets na temporada passada, mas vem sendo pouco aproveitado na Flórida, atrás do emergente Nicola Vucevic, do calouro Andrew Nicholson (aposta da franquia) e do veterano Big Baby na rotação de garrafão. Superatlético, inteligente, bom arremessador de média distância, faz de tudo um pouco em quadra e seria uma ótima opção num time bem estruturado, em que cada jogador tenha suas missões bem definidas em quadra.

Timofey Mozgov, pivô, Denver Nuggets.
Na verdade, praticamente o elenco inteiro do Nuggets poderia se enquadrar nessa brincadeira. Entre eles e o Clippers, estamos falando certamente dos times com mais opções em toda a liga. Mas destacamos o gigantão russo, que já foi alvo de muita chacota em Nova York e agora não consegue sair do banco de George Karl. E o que tem de tão especial, então? Bem, qualquer um que viu a seleção russa jogando nas Olimpíadas vai sair responder. Ele dominou Splitter e Varejão em confronto direto, por exemplo. Mas não foi só isso: de um trabalhão para qualquer oponente na campanha rumo ao bronze, com movimentos sofisticados para quem supostamente seria apenas mais um lenhador russo. Também está no último ano de contrato e, de todos os listados aqui, é o mais provável para mudar de clube – até Karl já falou abertamente a respeito, de que ele merecia mais tempo de quadra, mas que, com Koufos jogando bem e McGee aprontando das suas, não há muito o que fazer no momento.