Vinte Um

Arquivo : Mavs

Um apanhado em números de uma noite estranha da NBA
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Giancarlo Giampietro

Carter manda bala de três pontos e passa Bird

Hironicamente, Vince Carter passa Larry Bird na lista de cestinhas com um tiro de três

Daqui a alguns dias todos o  jet set da NBA estará reunido em Houston para celebrar, encher a cara em Houston no fim de semana do All-Star Game. Os astros carregam suas entourages e participam de baladas homéricas. Os dirigentes se reúnem num saguão, num bar pra discutir trocas. Tudo com muito glamour, tudo, digamos, pomposo.

Bem diferente do que vimos nesta quarta-feira. Que noite bizarra que teve a liga. Vamos com um apanhado de números para mostrar a primeira ressaca já vista no esporte antes da festa:

– Como o campeonato tem uma pausa entre sexta-feira e segunda, a rodada desta quarta ficou carregada, com 12 partidas sendo disputadas, envolvendo, então 24 dos 30 times do campeonato, desequilibrando a vida de qualquer jogador de Fantasy Basketball;

– Dos 24 times que foram para quadra, apenas sete marcaram mais do que 100 pontos.

– Pior: cinco equipes não conseguiram marcar nem mesmo dos 80 pontos, com destaque para o show de horrores que foi o confronto entre Boston Celtics e Chicago Bulls. Doc Rivers ao menos conseguiu derrotar seu ex-assistente, Tom Thibodeau, por 71 a 69, numa partida que honrou a memória dos embates entre Knicks e Heat nos anos 90. Ugly ball.

– Vale a pena investigar um pouco mais o triunfo do Celtics sobre o Bulls. O terceiro período foi vencido pelo Bulls por 13 a 8. Treze a oito. Vocês leram direitinho. Ao final de três quartos, o placar indicava Boston 43, Chicago Chicago 49. De repente, os times se viram envolvidos numa bonança no quarto período! Celtics 28 a 20: showtime!!!

– Pior que Bulls e Celtics na noite passada? Sim, o Portland Trail Blazers conseguiu, sendo completamente destroçado pelo New Orleans Hornets. O Hornets, segundo pior time da Conferência Oeste. Os visitantes foram limitados a patéticos 63 pontos – não conseguiram marcar 20 pontos em nenhuma das quatro parciais. Damian Lillard foi o cestinha com 12 pontos, mas errou 11 de seus 15 arremessos. O consistente LaMarcus Aldridge anotou apenas 6 pontos em 30 minutos. Nicolas Batum converteu apenas uma cesta de quadra em dez tentativas. No geral, o Blazers acertou 24 de 74 arremessos, com aproveitamento de 32,4%. Aaaaaaaargh.

– Para comparar, em Los Angeles, na última partida da rodada, o Clippers sozinho conseguiu 46 pontos apenas no primeiro quarto! Foi aquele show de enterradas de sempre para a turma de Chris Paul, com Blake Griffin e DeAndre Jordan decolando como se fosse uma manhã de segunda-feira em Congonhas. Depois eles maneiraram, pra não castigar um Houston Rockets sem James Harden.

– As coisas foram tão estranhas que chegou até mesmo o dia em que Vince Carter pode dizer que tem mais pontos do que Larry Bird em sua carreira. Ele agora tem 21.796 pontos, cinco a mais do que um dos maiores jogadores de todos os tempos. Carter agora é o 29 maior cestinha da história da NBA. (Lembrando que Bird teve a reta final de sua carreira completamente abalada por dores crônicas nas costas.)

 – Na vitória do Raptors sobre o Knicks em pleno Madison Square Garden, Rudy Gay e Carmelo Anthony combinaram para apenas nove cestas de quadra em 45 arremessos no total. Melo estava jogando contundido, sem falar nada. Gay simplesmente não conseguia achar a cesta, mesmo.

Como diria o general Kurtz… “É o Horror!”


Conheça os reforços baratos que ainda podem ser úteis na NBA
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Giancarlo Giampietro

Nate Robinson, sim, senhor

Nate Robinson, o melhor jogador da semana no Leste. Acreditem

Quem poderia imaginar que Nate Robinson, fazendo as vezes de Derrick Rose no Chicago Bulls, poderia ser eleito o melhor jogador da semana no Leste em alguma ocasião? Larry Brown e Doc Rivers, que perderam alguns anos de vida ao comandar o dinâmico e tresloucado baixinho, certamente não.

Mas, para o Bulls, ele se provou um reforço perfeito. O time mantém um padrão defensivo absurdo, sufocante, e está bem posicionado na briga pelos playoffs no leste. Mas uma hora é preciso fazer cesta para vencer uma partida, não? E Robinson sabe fazer isso muito bem. Nem sempre ele é o jogador mais consciente e empenhado em quadra, mas seus talentos ofensivos são inegáveis. Ganhando o salário mínimo para sua idade, com o contrato sem garantia alguma, que mal teria, então? Thibodeau liberou a contratação, e foi na mosca.

Na NBA, muitas vezes o mercado funciona como o do futebol brasileiro, com uma oferta muito grande de jogadores. É normal que alguns passem despercebidos e demorem em fazer parte da liga, assim como há inúmeros casos de jogadores já contratados e envolvidos em negociações apenas como contrapeso e que, do nada, se tornam peças fundamentais em seus novos clubes (exemplo: ver Clark, Earl na enciclopédia que vai sendo preparada para dar conta dessa temporada completamente maluca por que passa o Lakers).

Com o dia 21 de fevereiro, a data-limite para a realização de trocas se aproximando, veja alguns jogadores para quem não se dá muita bola, ou que são muito pouco aproveitados hoje em seus atuais clubes, e que poderiam ganhar mais oportunidades ou ajudar outras equipes na briga pelos playoffs:

Sai de baixo que é o Will Bynum

Se não tomarem cuidado com Will Bynum…

– Will Bynum, armador, Detroit Pistons.
Pelo que vem produzindo vindo do banco na Motown, é um alvo de certo modo óbvio, de tão bem que vem jogando, fazendo dupla com o calouro-sensação Andre Drummond. Tem médias de 9,1 pontos e 3,7 assistências na temporada, com 45,6% de acerto, em apenas 18,1 minutos. Nos últimos cinco jogos, mesmo com a chegada de Calderón, seus números são de 13,6 pontos e 5,6 assistências, com pontaria incrível de 53,8%. Esse baixinho que não foi draftado por nenhum time ao sair de Georgia Tech e brilhou pelo Maccabi Tel Aviv na Europa não tem nenhum ano a mais em seu contrato, recebendo US$ 3,25 milhões nesta temporada. Isto é, seria uma opção para reforçar o banco de qualquer candidato ao título sem custar muito e produzindo demais, colocando pressão nas defesas com seu jogo explosivo e atlético.

– Ronnie Brewer, ala, New York Knicks.
Já em sua quarta equipe na liga, Brewer começou o campeonato como titular em uma campanha surpreendente do New York Knicks, mas perdeu espaço na metade da temporada, antes mesmo do retorno de Iman Shumpert, tendo jogado mais de dez minutos apenas em uma partida das últimas 11 – uma vitória contra o Hornets no dia 13 de janeiro. Estranho: embora estivesse visivelmente fora de forma (se comparado ao físico que mostrou em Utah e Chicago) depois de passar por uma cirurgia, ainda oferece a qualquer time vencedor uma importante presença física e atlética, dedicada ao serviço sujo. Esteticamente, seu arremesso é uma das coisas mais feias em toda a NBA, mas ele compensa isso com ataques ferozes por rebotes ofensivos, uma defesa capaz de incomodar gente como Dywane Wade. Recebe o salário mínimo no ano: US$ 1 milhão.

A prancheta de Luke Walton

QI: durante o lo(u)caute da NBA, Walton foi assistente técnico na Universidade de Memphis

– Luke Walton, ala, Cleveland Cavaliers.
Calma, calma, calma. O torcedor do Lakers pode ter vontade de rolar no chão, com uma síndrome do pânico às avessas. Já faz tempo que ele supostamente não servia para nada no banco de Phil Jackson. O que ele poderia fazer hoje que ajudaria uma equipe de ponta? Bem, nunca é demais ter um passador inteligente em seu elenco, e isso o veterano faz como poucos, deixando seu genial pai orgulhoso. Em sua carreira, tem média de 4,7 assistências numa projeção de 36 minutos por jogo. Tem armador que se contentaria com algo assim. De todo modo, é uma habilidade para ser empregada homeopaticamente: o Walton filho também tem o corpo quebradiço, é extremamente vulnerável na defesa e lento. Mas pode ajudar a dar fluidez pontualmente a uma equipe que dependa demais de investidas individuais. Salário um pouco alto (5,6$ milhões), mas no último ano de vínculo e já com boa parte dele paga pelo próprio Cavs.

– Chris Singleton e Dahntay Jones, alas, Washington Wizards e Dallas Mavericks.
Tal como Brewer, são defensores implacáveis, fortes e atléticos, e pouco usados por seus atuais treinadores. Não porque não consigam mais perseguir os principais jogadores da outra equipe, mas essencialmente por estarem elencos em que suas habilidades são sobressalentes. Acabaram vítimas das circunstâncias. Singleton é praticamente um joão-ninguém na NBA, mas tem lampejos pelo Wizards que mostram o quão relevante pode ser em quadra – com 2,03 m de altura, ótima envergadura, está equipado para jogar nesta nova liga que testemunhamos, que não se importa muito com posições. Seria um ala ou um ala-de-força? Não importa: fato é que, na defesa,  conseguiria ao menos fazer sombra a caras como LeBron James e Kevin Durant. Acreditem. Já Jones é um pouco mais baixo, reduzindo sua cobertura a jogadores com porte semelhante ao de Wade.

Deem uma chance a Ayón

Ayón pode fzer muito mais do que simplesmente posar para uma foto vestido de Orlando Magic

Gustavo Ayón, ala-pivô, Orlando Magic.
Na encarnação passada do Vinte Um, já revelamos que o mexicano é o orgulho de Zapotán, com direito a música em sua homenagem e tudo (veja abaixo). Já não é pouco. Mas saibam também que, em seus tempos de liga espanhola, Ayón sucedeu caras como Scola, Splitter e Marc Gasol como seu jogador mais eficiente, posicionado entre os destaques de diversas categorias no principal campeonato nacional da Europa. Na NBA, teve um começo discreto, mas muito interessante pelo Hornets na temporada passada, mas vem sendo pouco aproveitado na Flórida, atrás do emergente Nicola Vucevic, do calouro Andrew Nicholson (aposta da franquia) e do veterano Big Baby na rotação de garrafão. Superatlético, inteligente, bom arremessador de média distância, faz de tudo um pouco em quadra e seria uma ótima opção num time bem estruturado, em que cada jogador tenha suas missões bem definidas em quadra.

Timofey Mozgov, pivô, Denver Nuggets.
Na verdade, praticamente o elenco inteiro do Nuggets poderia se enquadrar nessa brincadeira. Entre eles e o Clippers, estamos falando certamente dos times com mais opções em toda a liga. Mas destacamos o gigantão russo, que já foi alvo de muita chacota em Nova York e agora não consegue sair do banco de George Karl. E o que tem de tão especial, então? Bem, qualquer um que viu a seleção russa jogando nas Olimpíadas vai sair responder. Ele dominou Splitter e Varejão em confronto direto, por exemplo. Mas não foi só isso: de um trabalhão para qualquer oponente na campanha rumo ao bronze, com movimentos sofisticados para quem supostamente seria apenas mais um lenhador russo. Também está no último ano de contrato e, de todos os listados aqui, é o mais provável para mudar de clube – até Karl já falou abertamente a respeito, de que ele merecia mais tempo de quadra, mas que, com Koufos jogando bem e McGee aprontando das suas, não há muito o que fazer no momento.


A renascença de OJ Mayo salva o Mavs enquanto Nowitzki não joga
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Giancarlo Giampietro

OJ Mayo, foi de três

Por Rafael Uehara*

Selecionado com a terceira escolha do Draft de 2008, e trocado por Kevin Love naquela mesma noite, a carreira de OJ Mayo em Memphis foi decepcionante. O ala-armador era projetado como um atirador de top de linha, que complementaria Rudy Gay no perímetro como uma luva e faria dos Grizzlies um time com uma das alas mais letais de toda a liga. Mas isso não se materializou.

Mayo foi tão irrelevante em seus primeiros dois anos e meio com o time que uma vez ele foi trocado por Josh McRoberts e Brandon Rush, exceto pelo fato de que Memphis e Indiana não oficializaram a negociação com o escritório da liga dentro do prazo determinado e a operação foi cancelada. Em sua última temporada, Mayo ainda trouxe algum valor para a franquia, vindo do banco como sexto homem e proporcionando importante espaçamento de quadra como um dos poucos membros do time capaz de acertar tiros de três pontos com alguma consistência.

Mas, ao entrar no mercado com apenas um ano de produção satisfatória em seu currículo, Mayo recebeu poucas ofertas e menos ainda com o valor que tinha em mente. Acabou assinando com o Dallas Mavericks por dois anos e $8,2 milhões de dólares, com uma opção de ir ao mercado novamente na próxima janela de verão caso queira. Desde que ganhou o título quase dois anos atrás, o Dallas tem optado por manter sua flexibilidade financeira como objetivo número um e viu em Mayo uma chance de adicionar um talento relativamente barato que  poderia ajudar agora, enquanto também não danificaria a visão do clube para o futuro.

E Mayo tem sido uma aposta fenomenal. Dirk Nowitzki passou por uma artroscopia no joelho antes do começo da temporada e ainda não jogou nesta campanha. Em sua ausência, Mayo tem se apresentado como líder da equipe dentro de quadra, fazendo o suficiente para mantê-los na briga pelos playoffs, a despeito da ausência de seu principal atleta. O objetivo é esse mesmo: segurar as pontas enquanto Nowitzki não volta.

Mayo está em  uma ótima temporada, atualmente postando 20,9 pontos em média, com um excepcional rendimento de 62,2% em ‘true-shooting’ (estatística que também leva em consideração os lances livres quando calculando o aproveitamento de um jogador em tiros de quadra). Grande parte desse sucesso ocorre porque tem sido muito complicado para os adversários lidarem com sua pontaria incrível de fora do arco: ele vem acertando em média 52,5% de seus tiros de três pontos (contra 38,8% da carreira), isso em 122 tentativas (um número expressivo).

Com Mayo em quadra, o Dallas marca em média um ponto por posse de bola a mais e tem aproveitamento em tiros de quadra 5% melhor do que com ele no banco, de acordo com NBA.com/advancedstats/. Mas talvez a melhor surpresa seja seu impacto no lado do outro lado. Em um time que põe ênfase em defesa coletiva, Mayo tem feito a diferença. Com ele em quadra, os Mavericks tem permitido cinco pontos a menos a cada 100 posses  do que com ele no banco. Seria um padrão de acordo com as melhores defesas da liga.

A renascença de OJ Mayo tem chamado a atenção. Um jovem com muitas expectativas ao sair da faculdade, Mayo parece ter finalmente encontrado o seu melhor basquete em seu quinto ano como profissional. Com o retorno de Nowitzki eminente, Dallas ainda é um time que exige respeito, em grande parte porque tem em Mayo um jogador postando uma das melhores performances em toda a liga.

*Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um para este mês. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.

PS: Durante dezembro, por motivos de ordem profissional (embora a gente goste mesmo é de férias, o Vinte Um vai ser atualizado num ritmo um pouco mais devagar. Voltamos no final do mês com tudo.


Scout conta a importância de Jason Kidd para o Knicks em sutis detalhes
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Giancarlo Giampietro

Jason Kiddi em ação

Havíamos escrito aqui sobre a influência positiva que o veterano Jason Kidd já exercia sobre seus novos companheiros Knickerbockers, como um dos componentes por trás forte início do New York Knicks. Para deixar bem claro que influência é essa, nada melhor do que acionar quem entende. Veja o que disse ao jornalista Ric Bucher, ex-ESPN, um scout da liga norte-americana (eles viajam para avaliar os adversários também, e não só atrás de calouros):

“Dê um baita crédito a Jason Kidd por fazer aquelas jogadas sutis, espertas e em prol do time que criam oportunidades e não aparecem no resumo estatístico: correr rapidamente para preencher um espaço no contra-ataque e então se deslocar para o outro lado da quadra para abrir espaço para alguém que venha de trás, por exemplo. Isso força seus companheiros que se importam mais com as estatísticas a serem menos egoístas. Nunca vi um atleta cujas habilidades tenham diminuído tanto, pensando fisicamente, e que ainda peça tanto respeito assim. Ao escalar Kidd com Chandler, o Knicks também ganha a combinação de liderança que esteve por trás do título do Mavs em 2011.”

(A entrevista desse olheiro foi feita bem antes da vitória impressionante do Knicks sobre o Heat nesta quinta-feira.)

Precisa dizer mais?

Não precisaria, mas o scout ainda tem outro comentário a fazer, exclusivamente do ponto de vista tático:

“Além disso, o Knicks tirou uma página do caderninho dos técnicos do Dallas ao colocar Kidd ao lado de outro armador que possa atacar via infiltrações com dribles que ele não consegue fazer mais. Note-se que, do outro lado, o Dallas sente muito sua falta. Eles não têm mais ninguém para organizá-los nos minutos finais. Ele teria se encaixado muito bem com Darren Collison e OJ Mayo.”

É isso: se você consultar os números de Kidd, vai pensar em um jogador decadente – o que de certa forma é verdade, se comparado com aquele dínamo do início da década passada, sempre beirando um triple-double de média. Poucos pontos, poucas aassistências, menos rebotes. Mas ainda um senhor ladrão de bolas e cada vez melhor no tiro de três pontos. De todo modo, numa olhadela rápida, não pareceria para muitos um grande jogador (ignorando o nome).

Que nada. Kidd ainda faz a diferença. Fica o convite para, nos tantos jogos do Knicks transmitidos por aqui, que observem o velhinho fora da bola para se captar esses detalhes sutis de que fala o scout, detalhes que fazem do basquete um jogo maior.

*  *  *

Outros motivos:

– Carmelo Anthony nunca esteve tão engajado assim em quadra. Para não dizer nunca, dá para resgatar seu empenho nos playoffs de 2009, quando, em parceria com Chauncey Billups (outro da estirpe dos “vencedores”), carregou a equipe até as finais da Conferência Oeste, no melhor resultado da franquia desde 1985. O melhor basquete de Carmelo – combativo na defesa, atacando o garrafão com ferocidade, sem se contentar com os chutes de média e longa distância muito mais cômodos –, o melhor resultado do Nuggets em 24 anos. Coincidência?

– É meio bizarro escrever isso, para ver a que ponto chegamos, mas a lesão de Amar’e Stoudemire foi, como eles dizem lá, a benção na desgraça. O ala-pivô tem mais de US$ 60 milhões para ganhar até 2015, mas, devido ao acúmulo de lesões, já não lembra em nada mais aquele furacão ofensivo dos tempos de Suns, perdendo impulsão e explosão. Justiça seja feita, por outro lado: ciente da redução de suas capacidades físicas, para compensar, Stoudemire refinou seu arremesso a um ponto em que não pode ficar livre em nenhum ponto da quadra. O problema: ele parou nessa. Para o jogador, o que vale é bola na cesta e pouco mais. Para alguém que ficou tanto tempo com a bola em mãos durante a carreira, sua média de 1,5 assistência por jogo é patética e se sustenta até mesmo numa projeção por 36 minutos de ação – já que ele nunca foi muito de descansar quando estava apto para atuar. E mais: apenas 7,3% das posses de bola em que foi acionado terminaram em um passe decisivo para um parceiro.

E o que acontece? Quando você coloca lado a lado um fominha destes com um fominha como Carmelo, um competindo com o outro para ver quem é o xerife de Manhattan, não dá muito certo. São dois cestinhas excepcionais, mas que não sabem dividir a bola. Com a chegada de Kidd e uma aparente auto-reflexão de Anthony, as coisas mudaram um tanto. Quando retornar, o astro vai se enquadrar nesta nova realidade da equipe? Vai deixar o ego e o ciúme para lá? Toparia sair do banco de reservas? Em breve os tablóides e torcedores, técnicos e jogadores do Knicks vão saber a resposta.

– Além de Kidd, outros veteranos ajudam, imagino, a manter o restante concentrado em objetivos maiores. Kurt Thomas, Rasheed Wallace e Marcus Camby já aprontaram das suas, e muitas vezes, durante carreiras longínquas, mas hoje devem servir até como assistentes dos treinadores em quadra. Recomendável, de qualquer forma, monitorar o comportamento de Camby, que assinou com a equipe com a perspectiva de ser o terceiro pivô da rotação com Chandler e Stoudemire e hoje mal consegue entrar em quadra devido a atuações surpreendentes de Sheed.

PS: Durante dezembro, por motivos de ordem profissional (embora a gente goste mesmo é de férias, o Vinte Um vai ser atualizado num ritmo um pouco mais devagar. Voltamos no final do mês com tudo.


Knicks inicia a temporada arrasando já com a influência do quase quarentão Jason Kidd
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Giancarlo Giampietro

Kidd: menos pressão, todo sorriso

Nova York sorri com Jason Kidd após duas vitórias expressivas, incluindo a estreia contra o Heat

Enquanto Steve Nash ainda tenta se enquadrar no ataque de Princeton proposto por Mike Brown e Eddie Jordan em Los Angeles – e se entrosar com todos seus diferentes companheiros –, outro armador quase quarentão vai muito bem, obrigado em seu ajuste a uma nova equipe: Jason Kidd já vai deixando sua influência num New York Knicks repaginado.

Foram apenas dois jogos, então não dá para seguir com hipérboles. Mas os 96 minutos praticados pelo time nova-iorquino neste início de temporada mostram, ao menos, uma predisposição jogo coletivo que só foi praticado na campanha passada durante algumas poucas semanas mágicas e linsanas. Com Carmelo Anthony dando todas as cartas, a queda de Mike D’Antoni e um Amar’e Stoudemire fora de ritmo, os Bockers chegaram aos playoffs com um ataque estagnado que se resumia em boa parte a ações isoladas de sua (presumida) autoestrela e de um doido como JR Smith.

A ponto de a franquia da contratação de um armador seus Planos A, B, C, e D no mercado. Eles tentaram o mesmo Nash com muita determinação. Quando o Suns fechou seu repasse para o Lakers, conseguiram em Kidd o que – neste comecinho de campeonato – vai se confirmando como um ótimo prêmio de consolação. Ainda mais da forma que fecharam o pacote.

Com seu aniversário de 40 anos marcado para março de 2013, o veterano não teria condições de conduzir o Knicks por conta própria, ficar com a bola por tanto tempo em mãos de maneira eficiente. Em Dallas, um time que operava com mais cadência no ataque, até por não ter o tipo de elenco que permitisse apostar corrida com as equipes mais jovens. Especialmente contra um Miami Heat. Então, se em Nova York Woodson quere um pouco mais de aceleração, entra aí o investimento em Raymond Felton. Se tivessem mantido Jeremy Lin, daria na mesma. O importante era ter alguém com pernas mais jovens e fôlego para atuar em parceria com um dos melhores armadores da história, mas que já está bem distante de seu auge físico e precisa ser preservado.

“Fica sempre mais fácil com menos responabilidade, acho”, afirmou o armador. “Felton é o motor. O que sempre digo para ele antes do jogo é que é ele quem deve forçar o jogo para fazer as coisas acontecerem.”

O pivô Kurt Thomas concorda e diz que vê Kidd mais solto: “Ele está levando a bola, acertando chutes de três, marcando do outro lado da quadra. Acho que, desde que conseguiu aquele título, ele só está se divertindo”.

Como uma espécie de “assessor” ofensivo, Kidd vai facilitando a vida de todo mundo. Tyson Chandler vai receber seus passes pelo alto para completar a ponte aérea. Carmelo pode ser abastecido nos pontos da quadra em que se sente mais confortável. Felton tem a quem recorrer nos momentos em que a marcação apertar. Steve Novak e Smith devem ficar atentos para os petardos em suas mãos quando estiverem livres para o chute de três pontos. Gira todo o carrossel.

“Já tinha me cansado de treinar times contra aquele cara (Kidd) nos últimos anos. Ele é um profissional exemplar. Sabe como jogar e como tornar os outros melhores. Muitos caras vão se beneficiar de jogar com Jason Kidd, prometo isso a você”, afirmou o técnico Mike Woodson.

Na vitória por 100 a 84 sobre o Philadelphia 76ers neste domingo, ele contribuiu com seis assistências em pouco mais de 25 minutos, um terço dos passes do time que resultaram em cesta. Na estreia contra o Miami Heat,  o desempenho coletivo foi bem mais impressionante, com 27 assistências para 36 cestas. “É muito complicado marcá-los. É um time muito difícil de se enfrentar porque eles podem jogar no garrafão e também podem se espalhar pela quadra e mexer a bola realmente bem. Estão jogando um basquete bastante altruísta”, definiu o técnico Doug Collins, do Sixers.

Altruísmo? É sério?

Quem imaginou que a temporada do Knicks poderia ser associada, de modo positivo, a uma coisa dessas?

*  *  *

Neste contexto, a contratação de Pablo Prigioni pelo salário mínimo da NBA, tamanha era a vontade do argentino de se testar na liga, também se torna uma tremenda de uma barganha para o Knicks. Sozinho, com um time só seu, talvez enfrentasse dificuldade. Em minutos reduzidos, com um escolta na armação, ele também fica mais livre para usar aquilo que tem de melhor, o cérebro, e manter a equipe organizada em quadra enquanto os armadores titulares descansam. Em 31 minutos nos primeiros dois jogos, ele já deu sete assistências.

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Não custa lembrar: Jason Kidd tem 56 vitórias em 56 partidas pela seleção principal norte-americana, incluindo amistosos. Ele foi campeão olímpico em Sydney-2000, no auge, e Pequim-2008, na qual foi titular a despeito da presença de Chris Paul e Deron Williams no elenco. Impunha respeito e organização tática ao time.

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Kidd tem média de 9,0 assistências na carreira, num total de 11.845 passes para a cesta – segundo, atrás apenas das 15.806 de John Stockton (confira o ranking). Quer dizer, então, que ele gerou no mínimo 23.690 pontos diretos de sua armação – contando apenas cestas de cois pontos, isto é. Coloque nessa conta aí os inúmeros passes para chutes de três ou as infiltrações de companheiros que resultaram em falta e lances livres, e chegamos a uma contagem absurda.

Confira dez assistências especiais do armador:


Nowitzki, Love, Stoudemire… As lesões já abalam a NBA antes de seu início
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Giancarlo Giampietro

Estamos ainda a uma semana do início da temporada 2012-2013 da NBA, e já tem um monte gente fora do páreo: as lesões se acumulam e algumas equipes já sofrem um grande impacto em seus planos, com rotações e jogadas combinadas avariadas, sem contar o dano contra a confiança.

O impacto maior vem na Conferência Oeste:

– Dirk Nowitzki está fora por seis semanas no Dallas Mavericks.
E os campeões de 2011 ficam ainda mais distantes do título… Mas o Mark Cuban certamente vai dizer que não tem nada disso. Aliás, aagora já torcem para que o jogador se recupere em três semanas. Tem de apelar para a boa fé, mesmo. Depois do fracasso nas negociações por Deron Williams, que apontou sua ausência nas negociações como algo decisivo em sua opção para ficar com o Nets, o ricaço ficou ainda mais pê da vida e saiu falando aos montes. Sem o alemão ao seu lado, as bravatas perdem muita força. Quando contratou OJ Mayo, Darren Collison e Chris Kaman, Cuban os imaginava como peças complementares a Dirk. Agora os três vão precisar se desdobrar para suprir os 20 e poucos pontos fáceis que o craque proporcionava. O velhaco Elton Brand ganha mais minutos ao lado de Kaman, naquele que pode ser o par de pivôs mais lentos da liga.  Shawn Marion e o novato Jae Crowder – olho neste sujeito aqui, viu? – também devem quebrar um galho por lá. A cuca de Rick Carlisle não poderia ser mais exigida que isso: o técnico vai ter de mostrar toda sua inventividade se quiser manter o Mavs bem posicionado para chegar aos playoffs. Se conseguirem, de alguma forma, flertar com a mediocridade, será um lucro canado.

Kevin Love está fora por seis ou oito semanas no Minnesota Timberwolves.
E a comunidade toda de Mineápolis já achando que o longo afastamento de Ricky Rubio já era problema o bastante… Pumba. Love quebra a mão fazendo musculação em hora extra porque achava que precisava se dedicar mais na pré-temporada. Que fase a dos técnicos chamados Rick, hein? Assim como seu xará no Texas, o mais experiente Adelman precisa sambar um bocado agora. Em primeiro momento, era de se pensar que o ala Derrick Williams fosse herdar os minutos do astro campeão olímpico, mas o treinador já se apressou em dizer que não é bem assim, não, e cogitou que até mesmo Dante Cunningham poderia ser o titular. O que nos leva a deduzir que o calouro número dois do Draft de 2011 não tem tanto prestígio assim como chefe. Atacar com Williams e Kirilenko ao mesmo tempo, com os dois alas amparando Nikola Pekovic, seria uma opção interessante. As esperanças de fazer barulho nesta temporada ficam reduzidas. A não ser, claro, que Brandon Roy tenha voltado no tempo.

Amar’e Stoudemire está fora por duas ou três semanas no New York Knicks.
Sinceramente? Considerando tudo o que vimos nas temporadas passadas, essa aqui nem assusta mais, né. Dessa vez os médicos dos Bockers encontraram um cisto no joelho do ala-pivô – para um ignorante como este blogueiro, essa é uma novidade. Mas enfim. Justo agora que Mike Woodson estava bem animado com o preparo físico do cestinha, aparece um probleminha desses. Intimamente, ou inconscientemente, o ego de Carmelo Anthony deve ter se inflamado: “Abrir mão de 40 pontos por jogo? Passar a bola? Tá maluco?!”… E no fim é como ala-pivô que Melo pode render mais, mesmo. O palpite é que não fará tanta falta assim para o Knicks. O impacto, porém, pode ser sentido mais adiante: Stoudemire vai voltar sem ritmo e precisará ser integrado ao sistema, correndo o risco de que as polêmicas todas da última campanha retornem. O New York Post já tá de olho, fato.


O Fantástico Mundo de Ron Artest: “O show tem de continuar”
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

*  *  *

Nash, escoltado pela paz mundial

Nash, o mágico das quadras, tem de ir para Las Vegas, diz Artest

Ron Artest, o Metta World Peace, ainda com problemas na defesa, justamente aquilo de que ele se orgulha horrores, e é tudo culpa de Steve Nash. E não que o ala esteja se desdobrando nestes jogos de pré-temporada, na qual o Lakers sofreu já duas vitórias, para cobrir por seu novo armador, que não é exatamente um marcador renomado.

O que pega é que Ron-Ron afirma que fica tantas vezes boquiaberto com os passes de Nash no ataque que ele se esquece de se arrumar para defender. “Na metade das vezes, eu não volto para a defesa depois de termos feito uma cesta. Eu fico viajando pensando no que havia acabado de acontecer”, afirmou.

Por isso, nosso anti-herói não vai se conformar enquanto não ver o novo companheiro com seu próprio show de mágica. Mágica, mesmo. Em Las Vegas. “Eles deveriam colocar sua foto no hotel Flamingo, uma foto posada dele girando a bola no dedo, com a língua de fora”, elaborou. “Podia ter um monte de strippers em volta dele, nuas, cobertas com um chapéu.”

Em 2007, o blogueiro aqui fez suas andanças por Vegas, para cobrir o Pré-Olímpico masculino – e ganhar US$ 200 na roleta, perdidos devidamente na noite posterior, e não passou disso. What happens in Vegas… Ok?

Mas, bem, naquele ano,quem tinha sua foto impressa na fachada do hotel Flamingo era a cantora Toni Braxton, residente da casa, com um espetáculo interminável. Nash deveria desbancá-la, na opinião de Ron-Ron. (Toni Braxton, a propósito, que já foi alvo de briga entre Jamal Mashburn e Jim Jackson lá em meados dos anos 90, quando eles formavam os Três Js com Jason Kidd, num time promissor que ruiu devido ao amor dos dois pela diva. Maravilha!)

Da mesma forma que Artest ainda tenta se familiarizar com o talento de Nash, o canadense agora precisa se acostumar com esta mente efervescente ao seu lado. “Não sei de onde ele tira isso”, afirmou. “Ele precisa de um show próprio desesperadamente.”

The show must go on!

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O risco é todo seu, mas segue um vídeo de Metta World Peace fazendo uma apresentação de stand up no clube Improv, em Orange County – The O.C., lembram?

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E, para emendar, ou destroçar, o coração dos apaixonados neste feriadão, Toni Braxton! E o risco, novamente, é todo seu:


Barça busca 3ª vitória contra rival de NBA em mais um teste para Huertas
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Giancarlo Giampietro

Marcelinho Huertas x Deron Williams

Huertas ignorou a marcação de Deron Williams em amistoso

Lembram do zum-zum-zum que Marcelinho Huertas causou com sua atuação no amistoso da seleção brasileira contra os Estados Unidos, pouco antes das Olimpíadas?

Naquela ocasião, o armador jogou de igual para igual com Chris Paul, superou Deron Williams, um homem de mais de US$ 100 milhões de contrato, e ganhou elogios do Coach K e de um monte de jornalistas locais impressionados em Washington.

De modo que o raciocínio lógico, a seguir, era o de especular como Huertas se daria numa quadra de NBA, se teria sucesso, se poderia ser um titular etc. Nesta terça-feira, em amistoso do Barcelona contra o Dallas Mavericks, o brasileiro tem, então, mais uma chance de mostrar suas habilidades para a audiência norte-americana.

Não custa, né?

“Este é um jogo que não tem muita valia, já que se trata de um amistoso, mas ter vitória contra um time da NBA é muito bom. O Barcelona tentará seu quarto resultado positivo contra os profissionais e eu vou atrás da primeira vitória”, afirmou. Verdade: o Barça já teve dois triunfos sobre clubes dos EUA (Sixers e Lakers, o último deles em 2010).

O duelo será na cidade catalã, no Palau Sant Jordi, e opõe o campeão da NBA e o da Liga ACB, o segundo campeonato nacional de clubes mais forte do mundo. Será o segundo embate do Mavs na Europa, depois de vitória apertada sobre o frágil Alba Berlin, no sábado, na capital alemã.

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Não será a primeira vez que o armador enfrentará concorrência de NBA entre clubes. Em 2010, pelo Baskonia, ele encarou o San Antonio Spurs e o Memphis Grizzlies.

Contra o Spurs, vendo seu ex-parceiro de pick-and-roll Tiago Splitter no banco, lesionado, ele somou seis pontos, nove assistências e seis rebotes em 33 minutos. Detalhe: enquanto esteve em quadra, seu time venceu por um ponto. Com seu reserva, Pau Ribas, um desastre: desvantagem de 17 pontos num revés por 108 a 85. Pelos texanos, Tony Parker marcou 22 pontos em 24 minutos, matando 9 bolas em 17.

Contra o Grizzlies, derrota por 110 a 105, com sete pontos, 11 assistências e cinco rebotes em 33 minutos do brasileiro. Do outro lado, Mike Conley Jr. arrasou, com 27 pontos em 29 minutos e 11 arremessos convertidos em 17 tentativas.

Na ocasião, lembrando, o Caja Laboral estava em queda, aprendendo a funcionar sem Splitter. Veja o resumo de ambos os jogos (e reparem na dificuldade do locutor da NBA TV em pronunciar os nomes, hehe):

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Veja o retrospecto de duelos do Barça com clubes da NBA:

– Barcelona 103 x 137 Denver Nuggets, em Roma, 27/10/1989

– Barcelona 80 x 91 Memphis Grizzlies, em Barcelona, 10/10/2002

Barcelona 104 x 99 Philadelphia 76ers, em Barcelona, 05/10/2006

Los Angeles Lakers 108 x 104 Barcelona, em Los Angeles, 18/10/202008

Los Angeles Clippers 114 x 109 Barcelona, em Los Angeles, 19/10/202008

Barcelona 92 x 88 Los Angeles Lakers, em Barcelona – 07/10/2010

Veja alguns lances deste último confronto, quando Ron Artest ainda era Ron Artest:


Nowitzki escapa de papelão em Berlim com vitória apertada do Mavs
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Giancarlo Giampietro

Com 1min28s de jogo ainda no contra-ataque, Dirk Nowitzki está livrinho para o contra-ataque. O ala-pivô alemão havia subido para contestar um arremesso da cabeça do garrafão e já saiu em disparada para receber o passe. Era como se ele estivesse em impedimento, numa tremenda de uma banheira, ao dominar a bola.

Aí é o básico: direita, esquerda e… Aro!

O astro errou uma das bandejas mais fáceis de sua carreira, depois de subir todo desajeitado, embora estivesse livrinho da silva.

“Home, sweet home”, brinca o comentarista. Veja:

Pois é: a trapalhada de Dirk aconteceu na frente de seus compatriotas e diante do Alba Berlin, na capital alemã, no segundo confronto entre clubes da NBA e europeus nesta pré-temporada. Ooooops!

No fim, seu Mavs venceu um jogo apertado, por 89 a 84 e livrou o craque de um tremendo de um papelão.

Nowitzki terminou a partida com apenas oito pontos e cinco rebotes em quase 34 minutos de ação, números bem acanhados para seus padrões. Ele errou seis de seus nove chutes de quadra e ainda cometeu três desperdícios de posse de bola. Ai. Haja ferrugem para tirar.

Lembrando que vale a mesma ressalva feita ontem para o Boston Celtics: os jogadores do time texano chegaram a Berlim nesta semana, mal treinaram direito e já foram para quadra na condição de “tudo a perder”. A diferença é que o Alba Berlin está alguns degraus abaixo do Fenerbahce, que bateu o time de Fabrício Melo na véspera, em Istambul.

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Darren Collison, do Dallas Mavericks

Collison, ex-Hornets e Pacers, é o novo armador de Carlisle

Três titulares fizeram sua estreia pelo Mavs: o armador Darren Collison, o ala OJ Mayo e o pivô Chris Kaman. Collison foi muito bem, com 14 pontos e 9 assstências em 34 minutos. Kaman – alemão naturalizado, registre-se – somou 14 pontos,  seis rebotes e dois tocos. Mayo anotou oito pontos e teve a segunda melhor marca de “plus-minus” (saldo de cestas da equipe enquanto jogava) da equipe, com +15.

Rick Carlisle vai precisar de paciênca para integrar tanta gente nova em sua rotação, incluindo Elton Brand e os calouros Jae Crowder, ala que é um defensor de mão cheia, e Bernard James, veterano de guerra no Oriente Médio.


Começa a pré-temporada da NBA: veja quem tem mais trabalho pela frente
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Giancarlo Giampietro

Vamos tirar essa gracinha da frente logo de cara: Charlotte Bobcats, Washington Wizards, Sacramento Kings e Golden Sate Warriors, os tradicionais sacos de pancada das últimas temporadas, têm muito trabalho pela frente. Não fosse assim, seria muito estranho.

Mas não são apenas os times habituados a frequentar a imaginária zona de rebaixamento que têm muito o que fazer a partir desta semana, com o início dos valiosos, mas enxutos training camps da NBA.

É o único período livre, limpo para valer que os treinadores têm para aprimorar suas equipes. Durante as férias, alguns jogadores e assistentes se reúnem informalmente para exercitar fundamentos, refinar habilidades.

Mas é só em outubro, mesmo, que eles conseguem se agrupar de modo organizado, oficialmente, para passar o plano de jogo para a temporada, integrando eventuais novos conceitos e reforços.

(Vamos nos concentrar aqui só nos times que aspiram a voos maiores, ok?)

Mike Brown tem trabalho pela frente

Um training camp crucial para Mike Brown, Kobe e Lakers

Pensando em novos jogadores, inevitável mirar o Lakers, mesmo que Dwight Howard ainda esteja se recuperando de uma cirurgia nas costas. Pois o que requer o maior ajuste para a equipe, na verdade, é a presença de Steve Nash. Os angelinos não tinham um armador desse calibre, com sua criatividade, habilidade e eficiência desde… Vocês sabem quem. E, não, não se trata de Nick Van Exel.

Se fosse para Nash assumir um papel de Derek Fisher e Steve Blake – leia-se “cruze o meio da quadra, passe para o Kobe e fique do outro lado esperando, se pá, a bola” –, até poderia dar certo. Afinal, ele é provavelmente o melhor chutador que a liga já teve. Mas não faria sentido, né? Seria um desperdício daqueles. Que Mike Brown e seus astros encontrem a melhor maneira de fazer a máquina andar até acrescentar seu novo superpivô.

Ainda em Los Angeles, com menos apelo (durou pouco o oba-oba, o Lakers não ia deixar mesmo), Vinny Del Negro também tem muito do que cuidar no Clippers com as chegadas de Lamar Odom, Grant Hill e Jamal Crawford e o retorno de Chauncey Billups. Eles não mudam drasticamente as características do clube, mas o fato é que o contestado treinador vai precisar de muita diplomacia para administrar minutos e arremessos entre seus atletas.

No Oeste, porém, quem deve mais testar sua paciência atende pelo nome de Rick Carlisle. O técnico do Mavericks tem de integrar Darren Collison, OJ Mayo, Elton Brand, Chris Kaman e mais três novatos a sua rotação. Do time campeão em 2011, só sobraram Nowitzki, Rodrigue Beaubois e Dominique Jones, sendo que esses últimos dois mal jogavam. Dureza.

Amar'e Stoudemire e Carmelo Anthony

Stoudemire e Melo vão se entender, enfim?

Do outro lado, no Leste, o trabalho começa em Nova York: a) tanto para o Knicks, pelo qual Mike Woodson, com uma ajudinha de Jason Kidd (e Prigioni??), faz seu primeiro training camp como chefe, com a missão de encontrar algum jeito de entrosar Carmelo Anthony e Amar’e Stoudemire, após os baixo e baixo entre os dois nas últimas temporadas; b) como pelo Nets, em que Avery Johnson recebe Joe Johnson, Mirza Teletovic e Brook Lopez de volta e tem como desafio a montagem de uma defesa forte com marcadores suspeitos.

Por fim, o 76ers, daqueles times que se destacou na temporada passada por seu empenho coletivo, sem uma referência, agora se reformula com a chegada de Andrew Bynum, que sonhava há anos em ser alimentado sem parar. A movimentação de bola, o espaçamento dos jogadores, a cobertura defensiva e muitos outros detalhes mudam radicalmente com um jogador desses.