Vinte Um

Arquivo : Knicks

E o Knicks também disse “não” a Jeremy Lin
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Se vocês me permitem, vou retomar aqui as 11 vezes que Jeremy Lin ouviu muitas vezes a simples e mais chata resposta que existe: “não”, desde que resolveu que dava para ser jogador de basquete. São tópicos que publiquei na encarnação passada (para formar a seleção dos rejeitados da NBA 2011-2012, mas que encontraram alguma forma de seguir na liga):

Jeremy Lin no Houston Rockets

Jeremy Lin no Rockets? Por enquanto, só em chroma key do ano passado

“1) Nenhum sino-americano pode ser um jogador de basquete que se preze.

2) Nenhum bom jogador de basquete que se leve a sério escolheria Harvard na universidade;

3) Nenhum jogador de Harvard pode jogar na NBA;

4) Ok, ele foi chamado para jogar Summer League pelo Mavs, encarou o John Wall por alguns minutos de igual para igual, mas isso não quer dizer que ele seja um jogador de NBA de verdade;

5) Tá, ele conseguiu uma vaga no Golden State Warriors, mas era só um golpe de marketing dos novos proprietários do clube cientes da grande colônia asiática na Costa Oeste californiana.

6) Ele mal jogou em sua temporada de calouro, é só uma mascote, mesmo. Daqui a um ano vai estar na liga chinesa esquecido. Quando precisou, o Warriors não titubeou em dispensá-lo para tentar a contratação impossível de DeAndre Jordan;

7) Veja só. Mal o Houston Rockets o contratou, já o dispensou também, porque não compensava bancar seu salário mínimo quando o time precisava do reforço de Samuel Dalembert no garrafão e tinha até um Johnny Flynn como terceiro armador;

8) Em Nova York, os técnicos mal sabiam seu nome na hora de chamá-lo para o final do treino coletivo. Esteve a poucos dias de ser chutado pela terceira vez em menos de seis meses e só sobreviveu devido a uma lesão inesperada do novato Iman Shumpert e porque Mike Bibby, mesmo saudável, ainda perdia na corrida para Baron Davis em recuperação de uma hérnia. Claro, então, que ele não servia para nada.

9) Ele fez 53 pontos nos dois primeiros jogos como titular, mas foram confrontos com o Nets e Wizards. Quê? Deron e Wall? Coitados, só jogam com pangarés em seus times.

10) “Afemaria, ele fez 38 pontos, sete assistências e quatro rebotes contra o Kobe e o Lakers em rede nacional???”… Bem… Mas… Vai passar. Deixa só o Carmelo voltar. Voltou e foi vaiado no começo por tirar a bola das mãos do armador.

11) Sem o técnico Mike D’Antoni, ele não é nada. É só produto de um sistema que infla os números dos atletas.”

Linsanity na ÁsiaAí Lin lesionou o joelho e teve de abrir mão do restante da temporada. Estava mais ou menos recuperado para disputar o final da série contra o Miami Heat nos playoffs, mas optou e foi aconselhado a não voltar no sacrifício. Fecharam-se as cortinas, ele participou de algumas premiações, fez um pouco de farra, mas logo voltou para a Califórnia para trabalhar com seu velho técnico, enquanto não chegava a hora de negociar seu próximo contrato, sendo um agente livre restrito (qualquer clube poderia elaborar uma proposta, mas o Knicks tinha o direito de cobri-la).

Sabendo que tinha esse suposto trunfo em mãos, o clube nova-iorquino deixou que o mercado ditasse o valor do armador. Oooops: foi aí que abriram caminho para o endiabrado Daryl Morey, o padrinho dos nerds, compor uma oferta muito maldosa. No geral, algo em torno de US$ 24 milhões. Esmiucando, no entanto, vem o golpe: no terceiro ano, Lin ganharia aproximadamente US$ 15 milhões. Se fosse ‘só’ isso (para os padrões desse pessoal), talvez não houvesse problema. Mas, em 2014-15, o clube de Manhattan já estaria pagando uma fortuna para Carmelo Anthony, Amar’e Stoudemire, Tyson Chandler, Raymond Felton e os vovôs Jason Kidd e Marcus Camby (sim, os dois têm contrato de três temporadas). Colocando o salário do formando de Harvard na conta, a franquia teria de pagar multas por exceder a “o limiar da luxúria” – 😉 – de acordo com as regras da NBA. No fim, por baixo, Lin poderia custar uns US$ 40 milhões. E aí, pela primeira vez na história, Dolan resolveu pisar no freio.

O que eu penso disso?

Uma tremenda de uma bobagem.

Primeiro, o mais óbvio, por razões econômicas. Fora de Nova York, mesmo seu potencial de marketing pode cair consideravelmente. Mas o Knicks tinha tudo em mãos: um elenco forte que seguraria as pontas caso o jogador não atuasse conforme o esperado e, enquanto durasse qualquer fagulha da Linsanidade, ganharia aos tubos em acordos comerciais, venda de ingressos e sabe-se lá quantas mais fontes de renda para fazer um bom pé-de-meia e fechar a conta em 2015.

Capa da Time - Linsanity

Time também elegeu Lin uma das 100 personalidades mais importantes do mundo neste ano

Agora, dentro de quadra, os detratores do armador gostam realmente de dizer que tudo não se passou de mais um feitiço de D’Antoni. Que aquele patamar de fevereiro deste ano, em que teve 20,9 pontos, 8,4 assistências e 4 rebotes por jogo, com aproveitamento de 47% nos chutes de quadra em 35,1 (e, não nos esqueçamos altíssimos 5 erros por partida também). Em março, enquanto trombava com Carmelo e via D’Antoni se despedir, os números já não foram os mesmos, embora nem um pouco desprezíveis: 14,6 pontos, 6,3 assistências, 3,3 rebotes e 3,8 erros em 30,1 minutos.  Só não se esqueçam que Lin tem apenas 23 anos, é extramemente dedicado e sério e gosta de contrariar as pessoas.

“Honestamente, eu preferia ficar em Nova York. Mas meu princial pobjetivo no mercado era ir para um time que tivesse planos para mim e me quisesse”, afirmou o armador em entrevista ao site da Sports Illustrated. “Amo de morrer os torcedores de Nova York. O que Nova York fez por mim foi incrível e eu queria jogar para eles o resto da minha vida”, completou. Imagine a pressão para cima de Felton, Melo, JR Smith, Kidd e quem mais vestir o uniforme do Knicks na próxima temporada…

No Texas, o Rockets só queria uma estrela. Em termos de marketing, já a conseguiu. Pensando em produção, claro que ninguém sabe ao certo o quanto Lin pode render daqui para a frente, assim com o técnico Kevin McHale e o próprio Morey não podiam saber quando o mandaram embora em dezembro do ano passado. Dessa vez, porém, eles decidiram pelo “sim”.


Pânico em NY: Knicks contrata armador, e Linsanidade pode ir para Houston
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

A gente vem repetindo aqui no Vinte Um a pergunta: “Você se lembra do Jeremy Lin, né?”, em tom de brincadeira. Mas essa brincadeira, nesta tarde de domingo, parece ter ficado muito séria, com a especulação histérica em Nova York sobre a possível partida do jogador para o Houston Rockets, o mesmo clube que o havia dispensado em dezembro do ao passado.

Jeremy Lin negocia com o RocketsRecapitulando: or dois meses neste ano o armador sino-asiático formado em economia em Harvard e recolhido nas sobras da NBA peo Knicks foi o maior nome do esporte. Ele era o evento de um homem só no maior centro econômico do mundo, deixando Manhattan em polvorosa.

Vieram, então, quase que de uma só vez: a demissão do técnico Mike D’Antoni, cujo sistema alavanca a carreira de armadores com impressionante facilidade, a incompatibilidade com Carmelo Anthony  e uma lesão no joelho, e o conto de fadas foi congelado. O Knicks seguiu competitivo rumo aos playoffs, o clima de euforia em torno do armador deu uma boa esfriada e no ar ficou em algo como: “Em breve, nos melhores cinemas, Lin retornará. Por ora, segue a vida”.

Desde o sábado, porém, os tablóides e blogueiros não sabem o que pensar da vida, a partir do momento em que vazou a notícia de que o clube nova-iorquino estava negociando o retorno de Raymond Felton em (mais uma!) troca maluca com o Portland Trail Blazers. Não demorou nem um segundo para que eles, então, juntassem as peças: ué, se Jason Kidd e Pablo Prigioni já estão sob contrato, com a chegada de Felton, já são três armadores… E o que fazer com Jeremy?

Jeremy, aquele mesmo da Linsanidade, recebeu uma nova proposta venenosa do Houston Rockets: os texanos estão dispostos a pagar algo em torno de US$ 25 milhões por três anos. Os ‘Bockers poderiam cobrir facilmente esse valor pelo agente livre restrito, não fosse um detalhe caríssimo: o terceiro ano de contrato vale cerca de US$ 15 milhões – em vez da oferta anterior discutida, de quatro anos e duas parceias de US$ 8 a 9 milhões nos terceiro e quarto anos, que essa, sim, o Knicks considerava “tranquila” de resolver. De acordo com o contrato que Lin assinou, as contas nova-iorquinas explodiriam na temporada 2014-2015, por conta do que já pagariam a Carmelo, Stoudemire e Tyson Chandler e o clube teria de pagar uma multa muito alta. Até mesmo pros padrões elevados deles.

(Um causo engraçado dessa trama toda foi a direção do Knicks evitar os representantes do Rockets por dias. Não responderam telefonemas, e-mails por um tempão até serem encontrados e receberem a papelada. Piada. Quando veio o acerto por Felton, aí essa “fuga” fez mais sentido.)

Jeremy Lin, ex-Houston Rockets

Lin, que já foi um ex-Rocket, agora pode ser ex-Knick. E quem imaginaria uma coisa dessa?

São três dias, agora, para pensar a respeito e, ao mesmo tempo, sentir a repercussão pública. Ainda não há nenhuma palavra oficial a respeito. Eles podem cobrir a oferta, apostando no potencial de Lin – tanto em quadra como, principalmente, no mercado (vendeu muito merchandising, elevou o preço dos ingressos do clube, aumentou a cotação do grupo MSG na bolsa etc). Mas a contratação de Felton parece apontar a franquia para outros rumos, a não ser que decidam atuar com dupla armação e Jason Kidd marcando na posição 2, descongestionando, assim, sua rotação de perímetro. Se Terry e Barea atuaram juntos com  Kidd em Dallas, por que não tentar com o queridinho de Chinatown e demais vizinhanças? O Bala, agora há pouco, escreveu para estranhar esse desinteresse.

O ala-pivô Jared Jeffries, envolvido no negócio com o Portland, já fala como se Lin fosse passado: “Nunca imaginei que eles o deixariam ir”. O New York Post evoca “fontes” (anônimas) que garantem a saída do sino-americano.

Será que Lin vai, mesmo, para o Rockets?

Seria mais uma virada incrível em sua trajetória já cinematográfica.


Nova NBA não impede concentração de forças
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Eles brigaram por mais de seis meses. Teve advogado que se passou por racista em discurso inflamado, Dwyane Wade apontando o dedo para David Stern e deixando a sala de reuniões furioso, Michael Jordan eleito vilão pelos jogadores que o veneravam, donos de clube quase se estapeando com objetivos completamente diferentes. Foram perdidos 16 jogos de cada time e umas seis semanas de temporada graças ao lo(u)caute da NBA no ano passado.

Mas sabe o que é o pior?

A julgar pelas negociações do mercado deste ano, de pouco adiantou tanta brigaiada, choradeira e revisão minuciosa no acordo trabalhista da liga, pelo menos que se refere e a um dos motivos da confusão toda: a composição dos “supertimes” – esse, o termo usado pelos proprietários de oposição ao sistema em voga. Das principais contratações realizadas até agora, grande parte delas envolve os famigerados e temíveis grandes mercados, clubes como a dupla de Nova York e os mais odiados de todos: Los Angeles Lakers e Miami Heat (embora Miami seja mais atraente pelo clima, vida noturna e pelos baixos impostos do que por ser uma metrópole do tamanho das demais).

Steve Nash, do Lakers

O novo camisa 10 do Lakers

Vamos lá:

– O Heat vai adicionar mais dois veteranos experimentados a sua dupla de estrelas e Chris Bosh – 😉 : Ray Allen e Rashard Lewis, que, seguindo os passos de Shane Battier, decidiram receber menos do que poderiam obter no mercado pelo privilégio de lutar (que luta, hein?) pelo anel de campeão. No caso de Allen, é ainda mais inexplicável, considerando que ele já ganhou o dele e tinha o dobro na mesa para ficar em Boston.

– Já o Lakers adiciona Steve Nash a seu ataque, para tentar facilitar a vida de Bryant e servir melhor seus grandalhões. De nada adiantou para o Raptors fazer uma proposta superior em até US$ 9 milhões. O armador alegou que, na Califórnia, estaria mais próximo das filhas em Phoenix, mas isso não quer dizer que teria assinado com Warriors ou Kings, né?

– Kidd saiu do Mavs para ganhar menos pelo Knicks também, e Camby também havia limitado suas opções apenas a os times nova-iorquinos e o Miami Heat – para ser justo, sua prioridade era ficar em Houston, sua casa, mas os texanos não tinham mais interesse em seus serviços.

– Deron Williams só aceitou ouvir propostas cdo Nets ou do Dallas, já que fez sua carreira colegial no Texas.

Aí, ok, você pode interpelar e dizer que: “Poxa, mas vão reclamar dessa cambada de velhinhos? Larga mão”.

Tem isso, sim. Ninguém sabe até quando vai durar a saúde desses reforços, todos já bem desgastados por longas carreiras. Só tenham em mente que, nesses supertimes, a carga deles diminui bastante, tanto em minutos como em responsabilidade.

Mas não são apenas os veteranos que mexem com a balança de competitividade. A saga de terror protagonizada por Dwight Howard em Orlando tem o maior cartaz nessa discussão. O pivô sorridente e imaturo do Orlando Magic esperneia e exige que seja trocado para o Nets. Simples assim. Ele quer, e pronto: não falem em outro nome além de Brooklyn, onde se juntaria a Deron Williams, Joe Johnson e Gerald Wallace para formar um novo esquadrão. A diferença é que, dessa vez, o David Stern não poderia vetar.

A demora nas negociações, porém, levou o Nets a seguir, temporariamente, outra direção e optar por continuar com Brook Lopez e tentar renovar também com Kris Humprhies. Por conta de implicâncias do telto salarial, a ida de Howard para o ponto mais hipster do mundo ficou dificultada. Mas a insistência em querer um só time em eventual troca deixou muita gente irritada e frustrada na liga. Até mesmo alguns jogadores, como o ala Jared Dudley, questionaram publicamente o comportamento do superpivô.

*  *  *

Ray Allen, do Miami Heat

Ray Allen assina por menos com o Heat

Não há como comparar a formação do elenco do Miami Heat de hoje com a do Boston Celtics de quatro anos atrás ou as franquias históricas dos anos 80. Naquela era de ouro, Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar e James Worthy não tramaram para se unir no Lakers, assim como Bird, McHale e Parish no Celtics. Diversas trocas no decorrer dos anos deram a essas duas franquias a possibilidade de construir tais elencos. Ninguém decidiu por conta que seria assim. Bem diferente da costura entre Wade, LeBron e Bosh, que praticamente acertaram que jogariam juntos de tal modo que Pat Riley não titubeou em limpar toda a sua folha salarial ao extremo numa grande engenharia, para fazer a festa em 2010.

*  *   *

De algo seviu a reformulação do pacto trabalhista da NBA: como muitos agentes temiam, boa parte da classe média e da baixa dos jogadores vem sentindo os efeitos das novas restrições orçamentárias. Os Derons e Kobes ainda vão ser bem pagos, mas a vida dos Nick Youngs e Shannon Browns vai ficar mais difícil: ou eles se viram com contratos razoáveis de apenas um ano, ou se contentam com um valor (bem) mais baixo do que imaginavam, mas com maior segurança em termos de tempo.


Prigioni assina com o Knicks, e ficamos pensando em Huertas
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Prigioni x Huertas

Pablo Prigioni, nosso velho conhecido e rival da véspera, vai experimentar, aos 35 anos, aquele gostinho de NBA. E vai logo de New York Knicks. O veterano armador resolveu deixar a Liga ACB para trás e fechou um contrato de um ano com o time de Carmelo Anthony. Ou do Amar’e Stoudemire? Ou do Jeremy Lin? Enfim.

Espécie rara esses dias, sendo um armador puro que pensa dez vezes em passar a bola antes de arriscar seu chute – até porque ele nem é muito bom nisso –, o argentino fechou pela mixaria de US$ 473 mil, o salário mínimo deles.

Diz que está empolgadão por jogar no Knicks, claro. Agora: vai conseguir jogar muito? O clube também acabou de contratar Jason Kidd. Então seriam dois os mentores para Jeremy Lin na próxima temporada, considerando que o Knicks vá cobrir a oferta do Rockets, claro. Sobram poucos minutos na rotação, quase nada.

Ok, problema dele e do time nesse caso.

E sabe do que mais? Essa negociação nos faz pensar em Marcelinho Huertas. Mais um sul-americano a fazer carreira duradoura e vitoriosa no basquete espanhol, o brasileiro tem mais três anos de contrato com o Barcelona e não sabe se tentará a liga norte-americana no futuro. Talvez não valha sempre.

Huertas, lá atrás, chegou a treinar até mesmo na academia de Tim Grover, personal trainer de Michael Jordan, Kobe Bryant e Dwyane Wade tentando a sorte no Draft. Passou batido no recrutamento, mas hoje tem cacife, se quiser, para cruzar o Atlântico. Quem sabe no futuro em um negócio como o de Prigioni? Ou até algo mais vantajoso?

Tem tempo ainda, mas a decisão do argentino está aí como um exemplo para ser seguido ou melhorado.

Atualização importante: saiu uma declaração no mínimo peculiar do técnico Mike Woodson a respeito da contratação de Prigioni. “Assisti a uma fita dele, nós o trouxemos e ele fez um teste. Acho que ele fez um grande treino para nós. Este jovem (“young man”) pode fazer muitas coisas  em termos de cumprir a função de um armador, e é por isso que ele chegou aqui. Ele vem jogando bem por lá (Europa) por um bom número de anos, provavelmente como um dos melhores armadores na liga europeia.”

Assim… Dá para encarar de dois modos essa fala. 1) Woodson, de 54 anos, trata como  young men, jovem qualquer um que esteja abaixo de sua idade, num sentido mais informal, menos preciso; ou… 2) o técnico do Knicks talvez pense que Prigioni é sete anos mais novo. Vai saber. Escolham aí.


Mercado da NBA: panorama da Divisão Atlântico
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. A partir desta quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quarta, resumimos o Leste. Confira o rolo em que cada franquia da Divisão do Atlântico se meteu, ou não, abaixo:

Boston Celtics: a casa do quinto brasileiro da liga, o pivô Fabrício Melo, draftado como um projeto de longo prazo de um time que joga para vencer agora. O chefão Danny Ainge cuidou bem para que tivesse bastante espaço em sua folha salarial neste mercado. Muitos esperavam uma drástica reformulação no elenco. No fim, ele manteve sua base, renovando contrato com Kevin Garnett e Brandon Bass e acertando o retorno de Jeff Green, que ficou afastado do último campeonato devido a uma cirurgia no coração. Ainda assim, o técnico Doc Rivers lamentou muito a traumática saída de Ray Allen, que decidiu se transferir simplesmente para os arquirrivais do Miami Heat. Os boatos dão conta de que o veterano ala já não se bicava com Rajon Rondo de modo algum e ainda estaria com o orgulho bastante ferido por ter sido envolvido em diversas negociações (fracassadas) de Ainge nos últimos meses.  Como compensação, chega o tresloucado e ainda eficiente Jason Terry, de Dallas.

Deron ficou no BrooklynBrooklyn Nets: O  gerente geral Billy King conseguiu segurar o armador Deron Williams, renovou com Gerald Wallac e trouxe o ala Joe Johnson em uma troca –o salário absurdo do ala pouco importa para o bilionário Mikhail Prokhorov e, mais importante, Williams admitiu durante os treinamentos com a seleção norte-americana que sua contratação pesou muito na decisão de ficar no Nets. O bósnio Mirza Teletovic, destaque no basquete espanhol nas últimas temporadas, também é reforço. Já é o bastante? Nada, King ainda está pendurado no telefone tentando encontrar algum meio de resolver a saga que virou a tentativa de contratar Dwight Howard.

New York Knicks: o time de Manhattan agora tem um vizinho barulhento nas fronteiras nova-iorquinas e  teve de se virar para se manter em evidência no mercado. Se a negociação por Steve Nash naufragou, o clube ao menos vai poder contar com os veteranos Jason Kidd e Marcus Camby em atividade no Madison Square Garden na próxima temporada, na tentativa de trazer estabilidade ao seu elenco. Os alas JR Smith e Steve Novak renovaram. Ah, e você se lembra do Jeremy Lin? O armador aceitou uma proposta do Houston Rockets, mas o Knicks tem o direito de renová-la, não importando que tenham de pagar zilhões de dólares em multas a partir de 2015. Afinal, ele já rendeu mais que zilhões de dólares para a franquia em menos de seis meses. Já o ala Landry Fields pode ser o queridinho de Spike Lee, mas nem James Dolan parece disposto a cobrir a oferta feita pelo…

Camby em sua primeira passagem pelo Knicks

Camby, há 10 anos, pelo Knicks

Toronto Raptors: Steve Nash frustrou muitos nova-iorquinos, mas partiu o coração dos radicais torcedores do Raptors, que sonhavam com sua contratação para que ele, enfim, vestisse o uniforme de Capitão Canadá.  Pior: na tentativa de detonar os planos do Knicks, Bryan Colangelo encaminhou proposta para Fields que deixou muita gente perplexa. Seu plano era sabotar as negociações dos concorrentes com o Phoenix Suns. Mal sabia ele que havia mais gente poderosa no páreo. Como consolação, o dirigente fechou a contratação de Kyle Lowry em sequência. Ele pode não ter o apelo de Nash, mas é mais jovem, marca muito mais e vem em evolução contínua na sua carreira. Ainda falta assinar com o jovem pivô lituano Jonas Valanciunas.

Philadelphia 76ers: era o último ano de contrato, valendo US$ 18 milhões, mas o Sixers decidiu que não valia esperar: resolveram anistiar o ala-pivô Elton Brand pra já, mesmo, limpando sua folha salarial ­– embora tenha ainda a obrigação de arcar com o pagamento do veterano – para investir em outros atletas, como o ala Nick Young e o pivô Spencer Hawes, que vai ganhar um aumento em sua renovação contratual. Por enquanto é isso, mas há uma tímida expectativa de que o time possa se movimentar mais nas próximas semanas.  O ala novato Moe Harkless é mais um atleta de primeiro nível para o elenco.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Central e Sudeste.

Na quinta, passamos a limpo aqui a Conferência Oeste.


Rumo ao Knicks, Kidd e Camby são mais 2 vovôs a cacifar na NBA
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Aos 39 anos, um dia depois do acerto de Steve Nash com o Los Angeles Lakers, Jason Kidd foi mais um veterano a surpreender no mercado da NBA e mudar de clube. Na semana passada, ele chegou a um acordo verbal com o New York Knicks, se desligando do Dallas Mavericks pela segunda vez na carreira.

Os termos do contrato de Kidd ainda não foram divulgados, mas as informações preliminares indicam que seria algo em torno de US$ 9 milhões por três temporadas. Fazendo as contas, ele jogaria até os 42. Camby iria até os 41, já que seu contrato também é de três anos, sendo o terceiro apenas parcialmente garantido.

Jason Kidd

Jason Kidd diz adeus a Dallas

Rapidamente: Kidd vem de sua temporada mais fraca na liga, com as menores médias de minutos, pontos, rebotes e assistências em seu jogo não mais tão dinâmico. Ainda assim, para o Knicks, é uma contratação perspicaz: o armador é extremamente respeitado pela nova geração e leva para a Big Apple uma influência apaziguadora, tentando fazer a ponte entre Amar’e e Carmelo – distância que em alguns momentos do campeonato passado parecia mais larga que o próprio Rio Hudson.

Já Camby se apresenta como um ótimo defensor na reserva de Tyson Chandler, fortalecendo a rotação de garrafão do Knicks com Amar’e Stoudemire. Ele retorna ao clube pelo qual viveu grandes dias na temporada 1999, alcançando a final para surpresa geral, no lugar de Patrick Ewing.

Agora, em termos de um grande cenário, é curioso ver como os vovôs estão lucrando nestas férias. Nash, 38, vai assinar por algo em torno de US$ 27 milhões por três anos. Mesma duração do novo contrato que será firmado entre o Boston Celtics e Kevin Garnett, 36, em vínculo de cerca de US$ 34 milhões. Teve também a ‘traição’ (nas palavras de Jarret Jack, veja bem) de Ray Allen, que trocou o Boston Celtics pelo Miami Heat.

Bela “aposentadoria” para a turma, não? Falta apenas Tim Duncan decidir se segue ou não jogando. Pelo Spurs, óbvio.

Não chega a surpreender. A preparação física, os cuidados alimentares, tratamentos médicos, todo esse conjunto em torno do desenvolvimento atlético dos jogadores só evoluiu nos últimos anos. Quem quiser vai se cuidar. É recomendável que não sejam exigidos por mais de 40 minutos de jogo? Claro. Pode ser que eles quebrem a qualquer jogo? Pode.  Mas, por enquanto, se não há sinal claro que indique isso, os cheques vão sendo cruzados sem controle.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Jason Kidd em sua encarnacão passada.


E o Houston, agora, quer Jeremy Lin
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

A intenção do post não é nem para avacalhar a franquia texana. Porque eles mesmo estão encarando com muito bom-humor seu namoro recente com Jeremy Lin, aquele da Linsanidade, lembram?

Pode passar a impressão de que foi há uma eternidade, mas o armador foi dispensado pelo Houston Rockets no finalzinho de dezembro do 2011. Feliz ano novo, então, né?

Jeremy Lin no Houston Rockets?

Jeremy Lin no Rockets? Por enquanto, só essa imagem de 2011 com o fundo em chroma key, mesmo. Knicks deve mantê-lo

Na quarta-feira, o sino-americano visitou a diretoria do Rockets para ouvir o que eles tinham para lhe oferecer. O que foi, no caso, mais uma proposta marvada daquelas por parte de Daryl Morey, o patrono dos nerds estatísticos da NBA. Tal como fez com Omer Asik, do Bulls, com duas parcelas suaves (padrões norte-americanos, claro) de US$ 5 milhões e outras duas batendo na casa de US$ 10 milhões, aí já mais pesadas.

A intenção neste movimento? Bem, primeiro que para um agente livre nas condições de Asik e Lin, os times têm um limite a oferecer nas duas primeiras temporadas do contrato. A partir delas, porém, podem propor o que bem entenderem. E, ao inflar as outras parcelas, a tentativa é assustar os clubes que têm o direito de cobrir a oferta. Tanto o Bulls como o Knicks podem elevar suas folhas salariais, daqui a duas temporadas a um nível em que tenham de pagar taxas pesadíssimas para cada dólar excedente.

Bem, o Bulls não parece disposto a entrar nesse tipo de terreno minado, a despeito de perder uma peça muito importante – o turco não só é um excpecional defensor, como vale também como um seguro perante as constantes lesões de Noah. Coisa que o Knicks nunca teve problema para topar, ora, ainda mais considerando o lucro incrível obtido com o armador na temporada passada.

Ontem, Morey estava dizendo por aí que ao menos teria a chance de mostrar a cidade para o jogador, já que ele não havia tido muito tempo da última vez. O técnico Kevin McHale foi além, apelando para o condicional: se eles soubessem, se pudessem imaginar que uma Linsanidade estava prestes a ocorrer, teriam dispensado meio time antes de mandarem o armador embora.

Agora eles podem estar tentando desfazer o erro, mas o flerte com Lin tem muito mais chance de terminar como apenas mais uma travessura, forçando o Knicks a abrir os cofres, do que como um ato que vá redimir a franquia. Lembrando que o desfecho dessa trama tem muito a ver com nosso Scott Machado.

Ironicamente, o Rockets passou por uma situação oposta em relação a Goran Dragic. Desacreditado no Phoenix Suns, o armador brilhou no ano passado pelo time de Houston, com números, inclusive, muito parecidos que os de Lin. Como titular, Dragic somou 18 pontos e 8,4 assistências. Lin, no Knicks, teve 18,2 pontos e 7,7 assistências. Agora, o esloveno voltou a ser alvo do próprio Suns, e acertou seu retorno por um contrato de US$ 30 milhões por quatro anos, uma fortuna.

Uma prova de que, embora tenham estruturas incomparáveis no mundo basquete, com dezenas de empregados entre dirigentes, scouts, estatísticos e técnicos, os clubes da NBA não estão imunes a bobagens. Pelo contrário.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Jeremy Lin em sua encarnação passada


Nash vai para o Lakers. Bomba! De verdade
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Coloquemos primeiro sem eufemismo: é como se o Rogério Ceni estivesse se transferindo para o Corinthians. Como se o Valdivia estivesse indo para o São Paulo. Como se o Deco deixasse o Flu de última hora para ingresar no Flamengo. Como se o Ronaldinho (já!) saísse do Atlético Mineiro para o Cruzeiro. Etc. Etc. Etc.

Ok, traduzindo da NBA para o futebol brasileiro, nada faria sentido. Mas dá para sacar onde queremos chegar, né? Ao falar da troca de Steve Nash para o Los Angeles Lakers.

Kobe e Nash agora unem esforços

Kobe e Nash agora unem esforços

Numa realidade moderna da liga em que todos são amigos de todos – Amar’e Stoudemire janta com Chris Paul, que é padrinho de Carmelo Anthony, que é melhor amigo de LeBron James, que adora o Dwyane Wade, que joga golfe com sei lá quem –, a rivalidade entre Phoenix Suns e Lakers desenvolvida nos anos 00 era uma das poucas histórias que envolviam qualquer dose de rancor.

Pelo visto, esse rancor já é passado, distante, guardado no baú. Como se a final do Oeste de 2010 já estivesse enterrada na memória de quem jogou de cada lado. Kobe Bryant e o próprio Nash inclusos.

Quando do começo das tratativas dos agentes livres, ou mesmo antes, um dos rumores que tinha voz lá na América era a aversão de Nash em relação ao Lakers. O armador canadense chegou a afirmar durante a temporada o quanto se sentiria incomodado em defender a franquia californiana, contra a qual havia travado batalhas marcantes nos mata-matas. Bem, talvez nem tão marcantes assim mais.

Se todos consideravam o Toronto Raptors e o New York Knicks, que travaram uma guerra fria, como os favoritos a contar com os serviços do armador de 38 anos, mas ainda brilhante, foi o Lakers, no fim, que levou a melhor, oferecendo algo que pode ser considerado muito baixo: duas escolhas de primeira rodada de Draft em 2013 e 2015 e duas de segunda rodada em 2013 e 2015. São todas escolhas que devem sair tardiamente nos respectivos recrutamentos de novatos.

E por que, então, o Suns fez? Pelo jeito, a franquia do Arizona estava decidida a seguir outro rumo, não importando o valor de Nash para seus torcedores e sua produção recente. E por que o Lakers? Talvez o Knicks realmente tenha relutado em incluir o ala-armador Iman Shumpert, no fim, em qualquer negociação, e o time do Vale do Sol tivesse de se mostrar forte nas negociações. Desta forma, teria optado por mandar Nash por uma “exceção de troca”, que os rivais do Pacífico tinham desde que mandaram Lamar Odom para Dallas, em vez de se contentar com Toney Douglas e só.

“Queríamos colocá-lo em uma posição que estivesse o mais próximo possível de sua família e na situação mais competitiva. Conseguimos ambas. E aí ele queria que o Suns recebesse algo de valor”, afirmou o agente do jogador, Bill Duffy, ao SportsIllustrated.com. “Vai ser algo bem interessante, muito emocionante. Do ponto de vista do torcedor, a NBA se resume a rivalidades. Mas também há pautas e reportagens. E aqui está mais uma pauta gigante numa cidade gigante.”

Mais importante, talvez: ficando em LA, Nash  também estaria em um mercado gigantesco e mais perto de suas filhas, que vivem em Phoenix, do que ficaria em New York também. Segundo o repórter Marc Stein, do ESPN.com, alguém muito próximo ao canadense, esse foi um fator decisivo na negociação, devido a um pedido do jogador para a direção – creiam, os astros da liga também podem ser humanos.

Essa foi uma autêntica bomba no mercado da NBA, bem mais inesperada e chacoalhante que a troca de Joe Johnson para o Brooklyn Nets. É um negócio que ainda vai gerar muitas ramificações, as quais o Vinte Um promete ficar atento para compreender e discutir em breve.


Mesmo sem KGB, segue a guerra fria por Steve Nash
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Quando Deron Williams divulgou sua decisão, de modo bem mais tímido que LeBron James, apenas com um logo bem tosquinho do Brooklyn Nets via Twitter, foi pura lamentação aqui no QG 21.

Mas não pelo fato de termos aversão ao Mark Cuban Mutante Russo ou por torcer mais para o Mark Cuban de verdade e seu Mavs. O chororô foi mais porque a piada ia levar menos graça.

Queríamos falar da guerra fria travada entre algumas franquias por Steve Nash. Sem o Nets na parada, não daria para meter a KGB de Mikhail Prokhorov na história.

Steve Nash

Steve Nash, de saída do Suns

Agora, com essa enrolação toda, ao menos conseguimos passar a meia-piada.

Então, como íamos dizendo… A guerra fria. Que rola entre Knicks e Raptors pelos serviços do armador canadense, surpreendentemente desprezado pelo Phoenix Suns.

Tá certo que o clube do Arizona precisa se renovar, retomar o rumo após aparentemente buscar o genocídio de seu time nos últimos anos. Aos 38 anos, no entanto, Nash ainda era seu melhor jogador, sem dar sinais de que estava diminuindo a velocidade. Se tivesse melhores cestinhas ao seu lado, poderia voltar ao topo no Oeste, era a crença.

Não foi o que pensaram e, antes mesmo de o mercado se abrir, o canadense já deixava escapar que havia compreendido o recado e que talvez sua época de Sun havia chegado ao fim, mesmo. E aí que Raptors e Knicks se animaram todos.

Por razões óbvias,no caso da franquia canadense. Para os nova-iorquinos, pode ser mais difícil de entender, considerando aquele sino-asiático que dominou o mundo por duas semanas só há alguns meses, mas o fato é que eles investiram para ter Nash, sim – ele seria o mentor de Lin e colocaria Amar’e Stoudemire para cravar todas novamente.

Acontece que Bryan Colangelo não ia deixar isso barato, não. O Knicks já havia lhe roubado Mike D’Antoni um tempo atrás. Agora queria surrupiar o Nash? Tá de sacanagem?

Pois o manda-chuva do Raptors deu um golpe daqueles. Mandou uma proposta absurda para o ala Landry Fields, xodó de Spike Lee, que deve ter caído como uma bomba no Garden. Muito menos pelo status cult de Fields, do que pelas possibilidades de negócio que os Bockers tinham para contratar Nash.

Bryan Colangelo

Bryan Colangelo

Grana por grana, Toronto tinha mais disponível para oferecer. O clube de Manhattan precisava, então, encontrar outros meios para elevar sua proposta e reduzir uma diferença de até US$ 8 milhões para convencer Nash a ficar na cidade para andar de skate não só em suas férias. Uma opção seria dar um aumento para Fields, outro agente livre, e repassá-lo para o Arizona. Agora, com a oferta canadense em mãos, suas opções ficaram bem limitadas. A não ser que queiram incluir o promissor Iman Shumpert no negócio. Oh-oh.

Foi uma cartada ousada e caríssima por parte de Colangelo, que ofereceu algo em torno de US$ 19 milhões para o ala que pode nem ser titular do Raptors na próxima temporada. Se eles querem tanto o Nash assim, talvez o retorno comercial de contar com o canadense valha a pedida.

Mas não está garantido, de modo algum, que o armador vá retornar para casa. Já tem boato indicando que o Lakers se mostra interessado. O Dallas também poderia mandar um telegrama, agora que ficou sem Deron. O Suns, vai saber?

Agora podem tirar a KGB dessa parada. Só no caso de Nash, claro.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Steve Nash em sua encarnação passada.


Calma, Scott: veja a lista dos renegados que ganharam US$ 380 milhões na NBA
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Não é o fim do mundo, Scott. Pode ser um baque, com tanta expectativa criada, mas não sobra muito tempo para chutar choramingar, pois as Summer Leagues já vêm com tudo, os clubes estão montando seus elencos, e seu agente sabe disso.

Nesta sexta, o armador brasileiro deu as caras no Twitter com uma metáfora toda videocassetiana (na falta de melhor palavra): “Não há STOP para o meu sonho, apenas PAUSE. VOU FFW passando por isso porque só quero PLAY e, uma vez que eu mostrar a eles o que posso fazer, eles todos vão querer RECORD ISSO, e eu nunca vou RWD”. Entenderam, né?

Para dar uma força, lembramos, agora, dez  casos de atletas que não foram draftados, mas saíram por cima. Juntos, sabe quanto eles ganharam em contratos durante suas carreiras? Mais de US$ 385 milhões. E isso não leva em conta o fato de que alguns deles ainda estão em atividade.

Confira a turma dos renegados que prosperaram:

1. Ben Wallace

Ben Wallace

O pivô do Detroit Pistons, que ainda não sabe se vai se aposentar este ano… Caso decida que sim, chegará ao fim a carreira de um dos melhores defensores da história da NBA, após 16 temporadas e 130 partidas de playoffs. Wallace começou sua jornada no Washington Wizards de 1996, como reserva de Chris Webber. Ficou um ano em Orlando até ser envolvido em uma troca por Grant Hill com o Detroit. Na época, parecia que o Pistons iria de mal a pior. Engano. Big Ben capitaneou o revival dos “Bad Boys” na Motown, ao lado do bro Rasheed Wallace, sendo campeão em 2004. Foi duas vezes o melhor reboteiro da liga em 2002 e 2003 (quando apanhou 15 por jogo). Quatro vezes All-Star. Quatro vezes eleito o melhor defensor do campeonato. Porrada.

2. Brad Miller
Antes de entrar na NBA, Miller, tinha como grande destaque de sua carreira a medalha de bronze conquistada no Mundial de 1998, aquele que caiu num limbo da USA Basketball – era ano de loucaute e os astros da NBA ficaram fora. Considerado lento, pouco atlético, foi desprezado ao sair de Purdue em 1998. Acabou descolando um bico no Charlotte Hornets (bons tempos!), foi contratado pelo Bulls em sequência, repassado ao Indiana até que assinou com o Sacramento Kings em 2003 por uma bolada: em 2010, já ganhava mais de US$ 12 mi. Foi duas vezes para o All-Star. No auge, teve médias de 15 pontos, nove assistências e quatro assistências pelo Kings.

3. Avery Johnson
Não era necessariamente um craque, tendo um arremesso de três pontos bastante questionável. Mas foi um verdadeiro general em quadra em uma carreira que durou de 1988, quando Scott Machado e Fab Melo ainda não haviam nem nascido, a 2004. Distribuiu 5.846 assistências em jogos de temporada regular, em 1.054 partidas. Marcou época pelo Spurs, pelo qual foi campeão em 1999. Hoje é o técnico do Brooklyn Nets.

John Starks enterra contra o Bulls

John Starks enterra contra o Bulls

4. John Starks
Houve uma vez que o explosivo ala do Knicks voou por toda a defesa do Bulls de Phil Jackson para uma das enterradas icônicas da NBA, que, vira e mexe, aparece nos clipes promocionais da liga. Jogou de 1988 a 2002, terminando com média de 12,5 pontos. Em 1993-94, foram 19,0 por jogo, culminando em convocação para o All-Star e no vice-campeonato sob o comando de Pat Riley. Eleito o melhor sexto homem em 1996-97.

5/6. Bruce Bowen, Raja Bell
Dois alas que foram uma verdadeira peste na marcação na década passada – e, sim, usamos propositalmente o passado em referência a Bell, que hoje já seria um ex-jogador em atividade. Bowen foi tricampeão pelo Spurs, tendo aparecido na seleção defensiva da liga por cinco anos seguidos – embora, injustamente, nunca tenha ganhado o prêmio individual. Raja Bell segue essa estirpe, talvez um pouco mais light, mas ele que não nos ouça. Nos dias de Phoenix Suns, era um dos inimigos prediletos de Kobe Bryant, se é que isso faz sentido.

7. Udonis Haslem
O guarda-costas de Dwyane Wade, um guerreiro nos rebotes que saiu da universidade de Florida em 2002 um tanto gordinho e sem chamar muita atenção. Remodelou seu corpo, descolou um convite do Heat, em sua cidade natal, e o resto a gente já sabe. Ótimo reboteiro, defensor, jogador de poucos erros e vencedor. Bicampeão.

8. David Wesley
Patinou por dois anos em Boston em 1993 e 94 até ganhar respeito, entrar na rotação e emplacar uma carreira que acabou em 2007, com 12,5 pontos e 4,4 assistências. Viveu seus melhores anos pelo Hornets, pegando a transição de Charlotte para New Orleans.

9. JJ Barea
Ainda na metade do caminho, o portorriquenho já tem seu título da NBA, um contrato de mais de US$ 4 milhões com o Minnesota Timberwolves, para correr com Ricky Rubio. Veloz, forte, inteligente e corajoso, consegue finalizar no garrafão apesar da estatura diminuta.

10. Jeremy Lin

[uolmais type=”video” ]http://mais.uol.com.br/view/12517323[/uolmais]

O pôster dessa turma toda agora, né? A história você já conhece, cujas palavras-chave são: sino-americano, Harvard, economista, show em Summer League contra John Wall, Warriors, Rockets, dispensas, waiver, Knicks, D’Antoni, Linsanidade, Manhattan, Forbes, Hollywood.

Outros armadores que têm/tiveram carreiras duradouras sob as mesmas condições: Carlos Arroyo, Robert Pack, Jannero Pargo, Chuck Atkins, Darrell Armstrong, Troy Hudson, Damon Jones e Mike James. E mais outros atletas de outras posições como Louis Amundson, Joel Anthony, Reggie Evans e Reggie e Aaron Williams.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Scott Machado em sua encarnação passada