Michael Jordan confronta jogadores em Charlotte e cogita volta do Hornets
Giancarlo Giampietro
A boa notícia para Michael Jordan: o Charlotte Bobcats ainda não perdeu na temporada 2012-2013 da NBA!
(Também ainda não jogou. Mas sejamos piedosos e deixemos isso de lado por um instante.)
Talvez motivado pelo fato de o time ainda não ter sido sofrido nenhuma derrota com dois dias de campeonato já para trás, ele afirmou nesta quinta-feira que sua intenção é ser o dono da franquia “por um longo tempo”. O jogador que não tolerava nem mesmo o erro de seus adversários nos treinamentos, chegando a esmurrar Steve Kerr – hoje o melhor comentarista de NBA da paróquia –, ainda não se esgotou das surras que anda tomando.
O que não quer dizer que sua paciência não venha sendo testada bravamente por Tyrus Thomas e amigos.
Mal começou a temporada, e parece que MJ já teve de descer ao vestiário da equipe para cobrar e bater de frente com o elenco. Segundo o próprio craque e magnata revelou, alguns jogadores têm reclamado dos treinos homéricos promovidos pelo novo treinador Mike Dunlap. As sessões têm mais de três horas de duração e em alguns dias chegam a bater quatro, com bastante ênfase nos fundamentos do jogo. Isso, no mundo da NBA, aparentemente seria um absurdo, o que estaria forçando o choramingao pelos cantos do ginásio. Isso no time que, em termos de aproveitamento, protagonizou a pior temporada da história da liga.
“Não dá para dizer que não precisamos desse tipo de coisa. Se fosse assim, nosso time não teria uma campanha de 7-59. É isso que times campeões fazem. Se fizemos isso em Chicago e fomos campeões, por que não faríamos aqui? Se você levanta o nariz para isso, talvez você deva olhar para o espelho e ver que você é parte do problema”, disse Jordan a alguns atletas especificamente, sem revelar nomes ao Charlotte Observer. Para depois completar: “Ou você aceita, está dentro, ou não vai ficar aqui.
O desafio de Jordan de transformar o Bobcats num clube respeitável é enorme.
Talvez seja necessária até mesmo a mudança de nome. O que ele aprovaria, caso o novo do New Orleans Hornets, Tom Benson, siga com seu plano de procurar um novo apelido para sua franquia. Desta forma, o “Hornets” estaria livre para retornar a Charlotte, onde fez tanto sucesso esportivo – Larry Johnson e Alonzo Mourning – e comercial– e quantos bonés verdes e roxos daqueles não foram vendidos por aqui, mesmo em barraca de camelôs – nos anos 90.
Seria uma cartada boa até, para tentar transformar a franquia não só em algo mais atraente para os consumidores como para os jogadores. Difícil de imaginar o recrutamento de uma estrela no mercado de agentes livres, mesmo com todo o apelo da grife Jordan.
No fim, eles não estariam competindo por Jordan. Mas, sim, pelo Bobcats. E, antes de pensar em se cansar de perder, talvez seja melhor nem começar mesmo.