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Blake Griffin sem limites: astro domina os playoffs e os críticos
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Giancarlo Giampietro

Blake Griffin, em sua versão armador, enquanto CP3 não volta

Blake Griffin, em sua versão armador, enquanto CP3 não volta

Com a explosão muscular para cortar a quadra inteira e deixar os pivôs comendo poeira, a força física para trombar com eles no meio do caminho e uma capacidade descomunal para saltar, podendo engolir o aro e o defensor ao mesmo tempo, Blake Griffin virou coqueluche quase que de modo instantâneo na NBA – só não dá para dizer que foi logo de cara, mesmo, pelo fato de ele ter perdido praticamente todo o primeiro ano de contrato por conta de uma cirurgia no joelho. O ala-pivô dominava os highlights, viralizando cada uma de suas vítimas no embate aéreo, levantando o público do Staples Center como só um certo Kobe fazia.

Para muitos, isso já seria o bastante. Camisas vendidas aos montes, uma fila de patrocinadores para tentar convencer seu agente, o temor dos adversários. O estrelato já estava garantido, oras. Em Los Angeles, ainda por cima, metrópole na qual o esportista tem o privilégio de se tornar o ídolo dos ídolos (de Hollywood). Tal como Kobe, aquele que é aplaudido por um Nicholson, um Denzel ou um Di Caprio.

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Acontece que Griffin sempre teve em mente coisas muito maiores que o frisson que suas cravadas impulsionavam por toda a liga. Não que não o apreciasse. Diferentemente de LeBron, que evitou essa farra desde sempre, topou na hora participar do torneio de enterradas do All-Star Weekend, com direito a um salto (masomeno) sobre um carro. Contudo, ao contrário de diversas maravilhas atléticas que a NBA viu surgir e desaparecer rapidamente, por anos e anos, o astro do Los Angeles Clippers em nenhum momento parou de trabalhar, de dar um duro danado para expandir seu jogo, para equiparar suas habilidades com a bola ao que produzia enquanto força da natureza. “Acomodação” é um termo que definitivamente não faz parte de sua rotina diária. Gregg Popovich, Tim Duncan e Tiago Splitter viram isso de perto. Agora é a vez de Kevin McHale, Dwight Howard, Josh Smith e Terrence Jones se virarem contra ele.

“Você se lembra de ouvir que tudo o que ele fazia era só enterrar. Agora ele é um grande passador. Pode realmente arremessar. Está defendendo. O que as pessoas estão vendo é seu jogo inteiro, mais aspectos de seu jogo”, diz Rivers. O curioso? O treinador, mesmo, reconhece que, a despeito do brilhantismo de seu pupilo, ele ainda está longe de ser unanimidade, sabe-se lá por qual razão. “Acho que o crescimento dele vai ganhando as pessoas. Ele é daqueles gostos que você adquire com o tempo. Mas não acho que se importe. Ele quer se tornar um grande jogador.”

Sem limites
Existem atletas sérios, comprometidos com sua carreira, e existem os Blakes Griffins da vida. Uma classe ainda mais restrita de gente obcecada em se tornar melhor, para o bem ou para o mal, atropelando – no seu caso, literalmente – quem cruzar seu caminho. O mesmo Kobe faz parte desse grupo. Karl Malone e Ray Allen são outros que vêm à mente. O ala-pivô é daqueles que leva bem a sério essa história de “testar seus limites”. Não se trata de mera retórica, como nos conta Ken Berger, da CBS Sports, em matéria cheia de detalhes impressionantes. Essa abordagem de entrega não se restringia aos treinos técnicos. Mesmo um superatleta como ele poderia melhor o condicionamento físico.

Griffin ainda decola

Griffin ainda decola. Só acontece menos que antes

Em sessões que poderiam começar antes mesmo das 7h da manhã, o jogador e seu personal trainer Robbie Davis se empenharam em fazer diversos exames durante… hã… o que seriam suas férias, para tentar decifrar seu metabolismo.  “O objetivo principal de Davis era encontrar a medida de referência de como o corpo de Griffin usava o oxigênio em sua capacidade cardiovascular máxima  e em qual ponto específico o consumo de oxigênio começava a cair em resposta ao seu treinamento”, escreve Berger.

No estudo, notaram primeiro o óbvio: que ele se saía muito bem em situações de rápida explosão. Depois, a principal descoberta: que tinha dificuldade para se restabelecer, se recompor após esse arranque. Davis ainda se empenhou em medir o quanto em geral duravam as ações sem interrupção em quadra e o quanto levavam as paralisações. Com tantos dados acumulados, percebeu que as necessidades do cliente eram anaeróbicas. Assim, pôde preparar um método de treinamento específico para controlar o batimento cardíaco. Hoje, ele consegue ser agressivo de maneira incessante em quadra – mesmo depois de ter perdido 15 partidas na temporada regular devido a uma infecção bacteriana no cotovelo, que pediu intervenção cirúrgica. Isso é um problema para qualquer defesa, especialmente para um San Antonio Spurs que tinha em sua rotação interior um Duncan de 39 anos, um Tiago Splitter fora de ritmo e com movimentação limitada e um Boris Diaw que jamais fica em sua melhor forma.

O problema fica ainda mais grave quando o mero dunker se transforma num autêntico craque, numa arma ofensiva completa. Quando não estava experimentando com Davis, Griffin poderia ser facilmente encontrado no centro de treinamento do clube. O ganho mais evidente de fundamento aparece no arremesso. Dos nove setores computados pela NBA dentro do perímetro de dois pontos, em sete o astro tem nesta temporada um aproveitamento dentrou ou acima da média. Algo impensável para o novato de cinco anos atrás, quando acertava apenas 29,8% de seus arremessos num raio de 3 a 5 metros da cesta, enquanto na faixa de média distância, de cinco metros até a linha de três pontos ficava em 33,5%. Na campanha 2014-2015, esses números saltaram para, respectivamente, 38,3 e 40,4%. Foi uma evolução gradativa, consistente.

“Dois anos atrás, ou mesmo um ano, não teria a confiança para tentar aquele arremesso de três no estouro do cronômetro”, conta o ala-pivô em um artigo na tribuna dos jogadores, a Player’s Tribune, espaço cada vez mais utilizado pelos astros da NBA para que possam contar sua história sem filtros. Ou melhor: com os filtros que lhes convêm. Ele se referia a um chute vencedor contra o Phoenix Suns, no Staples Center, com uma certa dose de sorte, é verdade. “Li alguns textos falando sobre como mudei meu arremesso este ano. Mas não é tão simples assim. Na verdade, tenho trabalhando em mudar minha técnica já há uns três anos. Quando sua memória muscular está tão arraigada a uma certa forma de arremessar, leva anos para mexer, trocar as diferentes partes do movimento de lançamento. Já fiz mais de 250 mil chutes com meu treinador de arremesso, Bob Thate, nesses três anos, com o objetivo de reprogramar meu cérebro. Isso dá aproximadamente uma média de 300 chutes por dia só de média distância. O Bob dizia: ‘Como se constrói uma mansão? Tijolo em cima de tijolo’. É como a Apple lança suas versões do iPhone. A cada ano trabalhamos e trabalhamos para acrescentar novos elementos no chute.”

O título do artigo é: “Por que ele não está enterrado mais?”, claro.

Tão longe, tão perto
Em suas primeiras quatro temporadas, Griffin teve média de 2,54 de cravadas por partida. Neste último campeonato, caiu para 1,25, menos da metade. Isso é um reflexo óbvio de sua preocupação em expandir horizontes, se arriscando cada vez mais longe da cesta. Até porque, para castigar o aro, DeAndre Jordan já causa estragos o bastante. Também consegue se preservar um pouco. Está certo que, por vezes, o ala-pivô se enamora com seu chute de média distância, ameaça ainda bem menor do que em suas investidas rumo à cesta. Por outro lado, não é que sua presença na cabeça do garrafão signifique apenas tijoladas. Não só ele melhorou sua pontaria, como também tem tomado decisões mais sagazes com a bola. Hoje, uma estimativa de 26,2% de suas posses de bola terminam em assistência, subindo de 16,6% da temporada 2011-12. A predisposição para o passe sempre esteve lá. Só está mais refinada agora, ajudado também pelo espaçamento que os chutes de JJ Redick, Jamal Crawford e Matt Barnes propiciam.

O chute, sempre com uma novidade

O chute, sempre com uma novidade

Em termos de eficiência, o torcedor do Clippers já viu seu xodó produzir mais em patamares mais elevados. De qualquer forma, a queda no rendimento não é tão expressiva. Além do mais, antes mesmo dos playoffs, o time vem colhendo resultados, tendo o sistema ofensivo mais eficiente do campeonato. Nos playoffs, então, as coisas ficaram bem mais óbvias. “O que ele está fazendo agora não precedência na história da liga, e confio que ele vai continuar jogando nesse nível”, afirma Redick.

Depois de somar dois triple-doubles contra o Spurs na primeira fase, ajudando a derrubar os atuais campeões antes de um ato heróico de Chris Paul, Griffin teve uma atuação ainda mais impressionante na abertura da semifinal do Oeste. Enfrentando um Houston Rockets que vinha de seis dias de descanso, com CP3 fora de combate, Griffin tomou conta do jogo, com 26 pontos, 13 assistências e 14 rebotes, o terceiro triple-double nos mata-matas, ficando atrás apenas dos quatro de Rajon Rondo em 2012 e de Jason Kidd, em 2002, nas últimas 20 temporadas. O segundo tempo em especial foi um primor, com 10 pontos, 10 assistências e 8 rebotes. Griffin se tornou o armador de fato em quadra, levando a bola para o ataque em diversas ocasiões, em transição ou não. Em situações de meia quadra, chamava a marcação dupla e não se incomodava de modo nenhum, servindo ao seus arremessadores, ou simplesmente ignorando a defesa reforçada para pontuar por conta própria. “Blake foi simplesmente sensacional”, disse Doc Rivers. “Insisti com ele… Chegou uma hora em que ele parou de olhar para a cesta. Disse para ele que precisávamos que ele fizesse tudo em quadra. E ele fez.”

Foi tudo, mesmo.

Nesse embalo, se juntou a Oscar Robertson, Wilt Chamberlain, Kareem Abdul-Jabbar e Duncan como os únicos jogadores a conseguir pelo menos 20 pontos, 10 rebotes e 5 assistências em quatro jogos seguidos de playoffs. A sequência se encerrou nesta quarta, com a derrota para o Rockets de 115 a 109. Nesse jogo, ele foi limitado a quatro passes para a cesta. Ah, vá. Ele terminou com 34 pontos e 15 rebotes, acertando 13 de 23 arremessos, em 41 minutos. No primeiro tempo, com uma vitória parcial, foram 26 pontos:

Griffin é quem mais deu assistências até o momento nos playoffs, com 65 no total. Sua média de 7,7 é a quinta, enquanto os 18,8 pontos que ele cria com seus passes consta em segundo numa lista encabeçada por John Wall. Em rebotes, é o segundo em média, com 13,4, atrás apenas de Dwight Howard. Ele também é o jogador mais acionado por seu time, com 105,9 toques por jogo, criando especialmente a partir da quina do garrafão. “Digo ao Blake que a cada noite ele é o cara em quadra. Não importa quem esteja jogando, ele é o cara. Ele se tornou isso, e obviamente você pode notar sua maturidade. Quando jogadas boas ou ruins acontecem, ele se mantém concentrado. Está deixando tudo em quadra”, afirma Jamal Crawford.

Amar ou odiar
De todos os dados em que o ala-pivô aparece entre os primeiros colocados, porém, um obviamente não surpreende: é o segundo em faltas recebidas, com 7,4 por partida. Sim, sofre mais faltas que seu companheiro DeAndre Jordan, aquele das faltas intencionais, superado apenas por Dwight Howard (outra calamidade nos lances livres). Esteve sempre no top 10 dos atletas que mais apanham desde que entrou na liga, sendo o segundo em três campeonatos. Já está acostumado.

No começo, as pancadas tinham a ver com sua própria dificuldade nos arremessos. Com o tempo, porém, outros fatores pareceram mais preponderantes: de tão explosivo e forte, para brecá-lo só na falta, mesmo. E, para evitar que saíssem em um pôster ou num clipe – mais um clipe! –, passaram também a descer a marreta. Muitas vezes com prazer: parece haver um consenso nos bastidores da liga de que Griffin é uma figura antipática, que pede uma espécie de castigo. Já vimos o astro tomar boas bordoadas, mesmo, dos mais diversos adversários.

“Por que todo mundo na NBA parece odiar Blake Griffin?”, pergunta o Bleacher Report. “Por que os oponentes na NBA amam odiar Blake Griffin?”, pergunta o Washington Post. O SB Nation tenta explicar as razões de quadra para tanto ódio. Klay Thompson, cujo Golden State Warriors já se envolveu em algumas boas batalhas com o Clippers, conta o outro lado: “Ele é um cara legal fora de quadra, mas provavelmente… Digo… Apenas joga de modo bastante físico e meio que finge umas faltas”, afirma. “Ele balança um pouco o braço ao seu redor de modo que você possa levar uma cotovelada aleatória ou algo que não pegue muito bem para a maioria dos caras. É como se ele fosse um touro numa loja de bugigangas, meio fora de controle. E aí você o vê fingir algumas vezes e fica se perguntando como um cara tão grande finge tanto assim. Entendo como pode ser irritante, frustrante de jogar contra ele”.

Os companheiros de Griffin obviamente pensam o contrário. “Já disse a Blake que é maluco ser seu parceiro de time, vendo diariamente as faltas que ele recebe, as coisas diferentes que ele tem de assimilar. Ele se sacrifica tanto por nós. Ele poderia facilmente reagir e devolver em socos, entrar em briga, mas ele não faz. Não sei como ele consegue”, afirma Chris Paul. Já Matt Barnes está no time dos que entendem que o astro deveria retribuir as gentilezas em quadra. O que não assusta ninguém (risos). Depois de um incidente entre Griffin e Serge Ibaka em 2013, foi expulso de quadra ao sair em sua defesa:

Depois do jogo, porém, se manifestou frustrado. “Amo meus companheiros de time como se fossem família, mas chega. Não vou mais reagir em nome deles. Só perco dinheiro com isso”, escreveu no Twitter, com termos um tanto mais pesados ou chulos. Do seu lado, Griffin mantém – ou tenta manter – a compostura. O discurso é o correto: por que vou reagir, correr o risco de ser suspenso e atrapalhar minha equipe?

É algo que aprendeu desde cedo, nos tempos de colegial em Oklahoma. “O estado tem um monte de caras bem grandes, a maioria jogadores de futebol (americano), e havia muitos caras tentando muitas coisas para me parar. Eles tentaram tudo”, afirma. Ainda assim, o astro jura não entender qual característica sua seja tão instigante assim.

Por outro lado, o que mais incomoda o ala-pivô é o suposto desrespeito ou desdém pelo seu jogo. “Não posso dizer que não me importo muito com isso, mas agora apenas me dou conta do que é importante”, afirma a Ken Berger. “Sei que as pessoas vão dizer qualquer coisa não importa o que aconteça. Estou apenas concentrado em mim, me sentindo muito mais relaxado, confortável comigo, mesmo, especialmente na quadra. Isso não me afeta mais.”

Em entrevista a Mark Heisler, do Los Angeles Daily News, o atleta diz acreditar que nada do que ele faz é o suficiente para agradar ao público em geral, estando sujeito ao percepções generalizadas obre o que faz em quadra, com uma virada drástica dos dias de calouro-sensação para alvo mais visado. “É definitivamente uma montanha russa. Não estava muito preparado para o que aconteceu na minha primeira temporada, quando tudo meio que estourou rapidamente, aquele sucesso. E aí, acima disso, não estava preparado para o que viria a seguir. Foi praticamente uma virada de 180º, passando das pessoas que diziam que eu poderia fazer isso e aquilo e, então, de repente todos apontando o que eu não poderia fazer. Até hoje, parece que tudo o que ouço é sobre o que não consigo fazer.”

 Essa declaração, no entanto, foi antes dos playoffs. Neste mata-mata, já não parece faltar muita coisa em seu repertório, por mais antipatia que a oposição sinta pelo astro. Agora o desgosto que ele causa vai muito além de uma cravada sensacional ou qualquer problema de imagem, e estão todos tendo de conviver com isso.


Em números e frases: o jogo insano e flamejante de Klay Thompson
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Giancarlo Giampietro

Você acorda no meio da madrugada – e dessa vez o calor nem foi desculpa, deve ser coisa da idade, mesmo –, e acaba pegando o celular para ver que horas são. Aí abre o aplicativo Game Time da NBA para ver como havia terminado a rodada que acontecia depois de Mavs x Bulls. Na hora de conferir o último resultado do dia, mais uma lavada do Golden State Warriors em que eles passam dos 120 pontos, pumba: 52 saíram só na conta de Klay Thompson!

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Daí você abre o Twitter, e os Estados Unidos da América estão inteiros em ebulição: afinal, o que a box score não contava é que, de 52 pontos, 37 o ala do Warriors marcou num só quarto, o terceiro. Foi um recorde da liga – nem Wilt, nem MJ chegaram perto disso. Ixemaria. E para dormir novamente, como fica? Demorou um pouco, mas consegui. Postar blog 4h01 da madruga também não ajudaria ninguém, né? De todo modo, com algumas horas de atraso, seguem alguns dados sobre a estarrecedora noite do cestinha:

52 – Mo Williams não está mais sozinho nessa luta, amigos. Thompson igualou o igualmente especial recorde da temporada estabelecido pelo armador do Timberwolves contra o Indiana Pacers na semana passada. O Indiana Pacers, por outro lado, precisou de todo o primeiro tempo para marcar 37 pontos contra o Miami Heat.

Klay Thompson põe fogo na folha de estatísticas

Klay Thompson põe fogo na folha de estatísticas

42 – Tirando o Golden State, dãr, apenas o Cleveland Cavaliers conseguiu marcar mais que 37 pontos num quarto na rodada desta sexta-feira: foram 42 contra o Charlotte Hornets, no segundo período. O Lakers fez 38 contra o Spurs na primeira etapa.

38 – O recorde pessoal de Mychal Thompson, ex-pivô do Blazers e do Lakers, bicampeão pela franquia angelina, foi de 38 pontos pelo Portland, justamente contra sua futura equipe, em 1981. Também pelo Blazers, ele marcou 37 pontos em outras três partidas.

33 – Esse era o recorde de pontos em um só período até, então, obtido por Carmelo Anthony com a camisa do Denver Nuggets em 2008 e por George “Iceman” Gervin, o primeiro grande ídolo do Spurs. David Thompson, o ala-armador explosivo do Denver Nuggets e que inspirou Jordan muito mais que você imagina, já fez 32 pontos em uma parcial.

32 – Thompson chegou aos 52 pontos em 32 ou menos minutos, se juntando a Kobe Bryant como o único atleta da liga a conseguir tamanha produção em tão pouco tempo de quadra. Kobe anotou 62 pontos em três períodos contra o Dallas Mavericks em 2005, pouco antes de alcançar 81 contra o Toronto Raptors. Vocês lembram, né? Phil Jackson manteve o ala sentado durante todo o quarto final contra os texanos e nem deu bola. A diferença é que ao seu lado, no time titular, ele tinha Smush Parker, Brian Cook, Chris Mihm e, ufa, Lamar Odom.

26 – Foi o total de pontos de todos os outros atletas, de Warriors e Kings, em quadra durante o terceiro período. Perderam de Klay por 11.

As estatísticas do terceiro período

As estatísticas do terceiro período

25 – Klay Thompson precisou de apenas 25 arremessos para marcar 52 pontos. Média de 2,08 para cada chute de quadra. Ele converteu 64% de seus chutes de quadra. Em três pontos, ficou em 73,3%. Nos lances livres, 90%.

11 – O ala foi selecionado no Draft de 2011 na 11ª colocação. Em décimo, o… Sacramento Kings, claro, escolheu Jimmer Fredette, hoje reserva do New Orleans Pelicans. Jornalistas da capital californiana juram que havia muita gente na diretoria do clube que preferia Thompson naquela ocasião.

9 – Foram nove chutes de longa distância para Thompson apenas no terceiro período, sendo que oito deles estavam marcados. Em quatro desses arremessos ele saiu de corta-luz, enquanto outros três vieram em transição. No geral, ele matou 11 tiros de fora, ficando a um do recorde individual em uma partida (compartilhado por Kobe e Donyell Marshall).

O quadro de arremessos de KT no terceiro período

O quadro de arremessos de KT no terceiro período

5 – Thompson ainda encontrou espaço no jogo para dar cinco assistências.

2 – Excluindo James Michael-McAdoo, que acabou de vir da D-League, dois companheiros de time de Thompson não conseguiram fazer nem 37 pontos durante toda a temproada: Brandon Rush, que tem 18 pontos em 21 jogos, e o pivô sérvio Ognjen Kuzmic, que soma 20 pontos em 15 jogos. Ao menos, juntos, os dois conseguem superar o ala, né?

-48 – Thompson, todavia, ainda ficou devendo 48 pontos para o recorde individual da franquia: os 100 pontos de Wilt Chamberlain, claro, como jogador do Warriors, mas ainda na Philadelphia. A segunda maior contagem do clube foi de Stephen Curry, que fez 54 contra os Knicks em 2013.

No vestiário, Stephen Curry assiste aos 37 pontos de Thompson no terceiro quarto

No vestiário, Stephen Curry assiste aos 37 pontos de Thompson no terceiro quarto

* * *

Klay Thompson é pop. A NBA mal dormiu de sexta para sábado. Seguem, então, algumas das declarações mais legais sobre a tempestade promovida pelo ala do Golden State:

“Foi meio que um vulto. Gostaria de poder voltar no tempo e curtir isso um pouco mais, pois em momentos como esse passam realmente muito rapido. Foi maluco, eu nem sei o que aconteceu”, Thompson, o próprio.

“Fui um dos jogadores sortudos por ter atuado ao lado de Michael Jordan, Tim Duncan, David Robinson e alguns dos maiores da história. Mesmo com tantas coisas espetaculares que Michael fez, e ele fazia noite a noite, nunca o vi fazer algo assim”, Steve Kerr, técnico do Warriors. Demais.

“Vocês (repórteres) estão todos me fazendo parecer como se não soubesse, mesmo, o que dizer para a mídia. Eu honestamente não sei o que dizer para vocês”, Draymond Green, o faz-tudo do Warriors.

“Isso é lixo. Se não acreditávamos nisso antes, agora todos acreditamos”, Green novamente, quando questionado sobre a ideia de que não existe o conceito de mão “quente”, confiante no basquete.

“Você não esquenta dessa maneira nem no NBA 2K. Aquele videogame agora já é real. O que Klay fez não foi real”, Green, definitivamente o melhor entrevistado desse timaço do Golden State.

“Cheguei agora depois de ter visto um filme chamado Klay Thompson. Pegou fogo!”, Shaun Livingston, armador reserva do Warriors.

“Foi o melhor filme que já assisti! Obrigado pelo show, Klay”, Marreese Speiths, o sexto homem da equipe, seguindo na mesma temática de Livingston.

“Voando de volta a Chicago e acompanhando Klay Thompson surtando contra o Kings… 37 pontos no terceiro período é algo insano!”, Pau Gasol, no Twitter.

“Se o Klay Thompson não for um All-Star, desisto do basquete de vez”, Anthony Tolliver, ala do Detroit Pistons.


Miami exorciza fantasma, vence em Boston e alcança 2ª maior série invicta da NBA. E o que isso quer dizer?
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Giancarlo Giampietro

Há números e números, feitos e feitos.

Que o Miami Heat 2012-2013 guardou seu lugar na história da NBA? Não há dúvida. A equipe da Flórida venceu nesta segunda-feira o Boston Celtics por 105 a 103 e estabeleceu a segunda maior sequência vencedora de t o d a a h i s t o r i a da liga, com 23 triunfos em sequência. No embalo, exorcizou ainda um demônio ou outro na Bean Town, onde, estranhamente, não vencia pela temporada regular desde 6 de abril de 2007. Veja bem. Seis. De Abril. De 2007. Muito antes, beeeeeem antes de LeBron afinar e mudar para a equipe de assinar seu atual contrato.

Então tudo bem. Não dá para exatamente colocar água no chope por aqui, e dizer que não significa nada.

Em termos de registros históricos, significa que eles estão a dez vitórias de igualar o recorde histórico do Los Angeles Lakers de Jerry West e – do já decadente – Wilt Chamberlain. Nos livros de história, então, claro, que significa muita coisa.

Mas a vitória desta segunda-feira diz, exatamente, o quê?

Não sei o quanto realmente conta para encher ainda mais balões para sua festa de comemoração do título 2013. Não quando todo mundo, ou quase, já apostava suas fichas neste elenco cada vez mais forte – qualquer gato pingado vítima de desemprego pela nova conjuntura econômica da liga vai querer completar o elenco de um candidato ato título, conforme fez o “Bird”, Chris Andersen. Assim como fizeram Ray Allen e Rashard Lewis nas férias passadas. Assim como fez Shane Battier um ano antes disso.

Além do mais, quem estava do outro lado?

Ou melhor, quem não estava?

Fora Rajon Rondo, que não ia jogar mesmo, se reabilitando de uma cirurgia delicada no joelho, a mesma pela qual passou Leandrinho, o time de Doc Rivers não contou com um certo Kevin Garnett, que pouco ou mal defende, né?

De qualquer forma, o torcedor do Heat pode logo apontar o sofrimento que foi para se somar mais este triunfo. Precisou de o tal de LeBron arrebentar com tudo novamente, convetendo a cesta da vitória a pouco mais de sete segundos do fim, com a mão do Jeff Green toda esparramada na frente de seu rosto, sendo de média para longa distância o chute.

Um desfecho desses serve um pouco de testemunho para a capacidade de Doc Rivers de armar seu time, mesmo sem contar com um jogador competente sequer em sua rotação acima dos 2,08 m de altura (e não vale falar de Chris Wilcox, que, nesta fase de sua carreira, mal consegue sair do chão). Também diz muito sobre o talento abundante na liga norte-americana, em que um Brandon Bass, um Jason Terry ou, principalmente, um Jeff Green estão ali prontos para serem acionados e liberarem seus talentos quando vem a oportunidade.

*  *  *

Por curiosidade, o Boston Celtics foi justamente o último time a encerrar uma sequência quase tão longa como essa da turma de Spoelstra. Em 2007-2008, o Houston Rockets desembestou a ganhar jogos, mesmo sem contar com Tracy McGrady ou Yao Ming em forma ao mesmo tempo por um bom período, e engatou 22 vitórias em série, com um elenco muito bem conectado, em pura química. Entre aquele time e o atual Miami Heat, havia só um ponto em comum: Shane Battier.

*  *  *

Para um time tão orgulhoso feito Boston, em uma derrota, a linha estatística de Jeff Green pode não servir de muito alento, mas deveria: 43 pontos, 7 rebotes, 4 tocos e 2 assistências e 2 roubos de bola em 40 minutos? Uau. E mais: cinco bolas de três convertidas em sete chutes e um aproveitamento espetacular de 14 em 21 arremessos no geral. Por mais que possa ficar uma sensação de desperdício – “não acreditamos que perdemos mesmo com o cara jogando isso tudo “ –, na real Pierce, Garnett e, principalmente, Rivers só podem se entusiasmar com a atuação do ala. Visto com muita desconfiança quando assinou seu contrato de US$ 9 milhões anuais em 2012, o produto da universidade de Georgetown deu um baita indicativo de que está pronto para batalhas maiores nos playoffs do Leste daqui a alguns meses.


Howard tem a missão de suceder pivôs do Lakers em Hollywood. Relembre os clássicos
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Giancarlo Giampietro

Ao vestir a camisa do Lakers, sendo um pivô, Dwight Howard sabe que tem uma grande responsabilidade pela frente… Virar um astro de Hollywood!

Mais do que dominar meros mortais como rivais, o jogador precisa honrar a brilhante participação de seus antecessores com o uniforme amarelo e roxo que causaram no cinema: Kareem Abdul-Jabbar, Wilt Chamberlain, Shaquille O’Neal. São performances marcantes, ignorados injustamente pela Academia.

Preparem-se. É muita emoção:

ABDUL-JABBAR, “ROGER” e BRUCE LEE (Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu, 1980, Jogo da Morte, 1974)

Uma das estrelas mais sisudas que a NBA já teve estrelando um clássico pastelão da Sessão da Tarde com Leslie Nielsen! Vai ver que o ex-Lew Alcindor era apenas um incompreendido. Nesta sequência, ele trava um diálogo com o pentelho do garoto Joey, que insiste em falar que o co-piloto seria Abdul-Jabbar, embora este garanta se chamar Roger Murdock. Até que ouve um bom “trash talk” do menino, não se aguenta e se revela. Detalhe para as intervenções do piloto, sensacionais. “Você já viu um homem adulto nu?”, pergunta. Qual a chance de essa frase ser aprovada no mundo-censura de hoje?

O maior cestinha da história da NBA tem uma vasta filmografia. Mas sua estreia nas telonas aconteceu de modo trágico: Jogo da Morte, o último título rodado por Bruce Lee, o astro do Kung Fu que morreu durante as filmagens, em 1974. Abdul-Jabbar e Hai Tien, personagem de Lee, se enfrentam em uma luta épica no quarto andar de um prédio-cativeiro que o protagonista tinha de subir para libertar seus familiares.

Primeiro vamos com o bom-humor de Airplane! e, depois, a pancadaria com Bruce Lee. Neste, reparem na diferença de altura entre os dois combatentes e as cores do uniforme do lutador, que seriam homenageadas no Kill Bill de Tarantino 30 anos mais tarde:

WILT CHAMBERLAIN X GRACE JONES (Conan: O Destruidor, 1984)

O homem dos 100 pontos em um jogo e das proclamadas cerca de 20.000 ‘namoradas’ enfrenta a batalha de sua vida: a cantora disco, musa cult, ícone fashionista Grace Jones. É vida ou morte para seguir a jornada com o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger. Bravo!

SHAQUILLE O’NEAL, GENIO, VIGILANTE E JOGADOR (Kazaam, 1996 e Steel – O Homem de Aço, 1997, e Blue Chips, 1994)

Perto do que estrelaram Kareem e Wilt, o Shaq que nos desculpe, mas seus filmes de humor não têm muita graça, não. Como diria qualquer cinéfilo que se preze: “Não se fazia mais filmes de bobageira com pivôs do Lakers como antigamente”. Abaixo, Shaquille O’Neal tem a infeliz ideia de aceitar o papel de um gênio hip-hop da lâmpada, o Kazaam. Depois, faz as vezes de super-herói (antes de Dwight Howard, ele foi o primeiro Superman, oras!), interpretando um dos poucos vigilantes negros dos quadrinhos, o Steel, personagem criado pela DC Comics na sequência da saga da “Morte do Super-Homem”. Na real, era para ser um filme de ação, né? Mas, de tão trash, ficaria na prateleira cômica da locadora virtual 21.

Por fim, o inesquecível Blue Chips, com Nick Nolte, que faz sua denúncia contra a sujeirada do esporte universitário norte-americano em contraponto a uma educação do bom jogo e bons valores, blablabla, com direito a participação de Rick Pitino no começo e Bobby Knight no fim, além de Kevin Garnett, Allan Houston, Larry Bird e muito mais. Vejam a cena com o técnico Nolte abordando sua ex-mulher, professora, que concorda em dar uma força para Shaq/Neon elevar suas notas:

– Veja também: na encarnação passada do blogueiro, Shaquille O’Neal rapper e Michael Jackson interagindo com Magic Johnson e Michael Jordan.


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