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Draymond está suspenso. E a festa do Warriors também?
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Giancarlo Giampietro

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Polêmica,falta flagrante, e… rua

Ao vencer uma partida em Cleveland, a melhor da série, o Golden State Warriors imaginava que retornaria à quadra nesta segunda-feira relativamente tranquilo, ou, melhor, confiante em fechar as #NBAFinals em 4 a 1, para ganhar o bicampeonato. Isso tinha a ver com seu excepcional rendimento como time da casa, o domínio que teve pelas primeiras partidas da série, a grande virada pelo Jogo 4 e o retrospecto geral para quem abriu uma vantagem como essas no placar geral. Todos argumentos sólidos para quem acreditava em um desfecho iminente. Acontece que, neste domingo, Draymond Green e Steve Kerr receberam a notícia que tanto temiam: o ala-pivô está suspenso da quinta partida, depois do tolo entrevero com LeBron James pela última partida.

Vocês veem acima o enrosco. LeBron empurrou Draymond e ainda passou por cima do adversário. Poderia ter evitado? Mudado de direção? Ou foi muito rápido? Independentemente de suas intenções, vemos aqui uma sequência de ação e reação na qual a resposta do All-Star do Warriors foi mais gritante e, digamos, fora do comum.

Pelo soco baixo que o ala-pivô deu, a NBA o penalizou com uma falta flagrante um — que não foi vista em tempo real, diga-se. Essa infração isolada não teria problema. O que pega é que, depois de já ter cometido três infrações desse tipo durante estes playoffs, Green estava por uma. Se LeBron estava totalmente ciente disso e o instigou, não dá para saber. E, num contexto maior, talvez não fizesse a menor diferença nas investigações da liga.

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Draymond estava jogando já com um alvo enorme nas costas. O episódio de um chute (?) involuntário em Steven Adams já havia chamado muita atenção. Seu estilo abrasivo também vinha despertando a ira e as críticas se muitos atletas e treinadores no decorrer do campeonato. Ao ser flagrado pelas câmeras mais uma vez aprontando das suas, seria muito difícil que escapasse dessa, pelo conjunto da obra, que cobrou seu preço agora. Ainda mais com LeBron envolvido. De qualquer forma, foi um caso muito espinhoso, que o comissário Adam Silver certamente preferia evitar. Imagine a pressão nos bastidores à qual sua administração não foi submetida no sábado quando conduzia uma investigação a respeito.

Draymond, Kerr e o gerente geral Bob Myers discutem a suspensão

Draymond, Kerr e o gerente geral Bob Myers discutem a suspensão. Crédito: Ethan Sherwood Strauss/ESPN.com

Segundo Marcus Thompson II, do San Jose Mercury News, a defesa do Golden State se baseava em três tópicos principais: 1) que o movimento de seu jogador não terminou exatamente com um soco; 2) LBJ havia começado tudo; 3) não foi um incidente tão grave a ponto de causar impacto nas finais. Nessa linha de raciocínio, o segundo tópico já havia sido rebatido pelo Cavs ainda na sexta. Draymond teria xingado LeBron. Uma coisa justifica a outra e a outra também?

Outro ponto levantado foi que Matthew Dellavedova também teria agredido intencionalmente Andre Iguodala pelo Jogo 1 ao tentar um desarme em transição. Vindo por trás, o australiano fechou a mão e acertou Iggy também nas partes baixas. Não recebeu nenhuma punição. A questão é que, naquele, lance, existe a possibilidade de que o armador estivesse apenas tentando o desarme — ao menos é i que os cartolas dkb. Além disso, depois do carnaval do ano passado, Delly se comportou relativamente bem por estes mata-matas.

A punição ‘tardia’ causou estranhamento em alguns. Reggie Miller acreditou que seu chute em Steven Adams teria sido mais grave. “Apostaria meu braço direito que, se a série estivesse empatada em 2 a 2, Green não seria suspenso. O que aconteceu em OKC foi muito pior”, disse o ex-ala, atual comentarista. Patrick Patterson, ala-pivô do Raptors, fez eco: “Estranho que ele tenha sido suspenso nas finais, mas não na decisão da conferência”.

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Como estamos falando de NBA, uma final com muita audiência e LeBron na tela, a teoria da conspiração que passou a circular desde o sábado é a de que, para a liga, o prolongamento da série só faria bem, pensando em audiência e faturamento. Eu, sinceramente, não compro essa: Draymond já havia gerado muita controvérsia para escapar dessa de modo impune. Seu estilo abrasivo teve um custo elevado agora.

O ala-pivô sabia disso. Com a virada praticamente consumada em Cleveland, deveria ter deixado que sua inteligência prevalecesse sobre o orgulho e agressividade. Que Charles Barkley seja um de seus defensores neste episódio, significa muito. Antes de se mandar para Cuba, de férias, e de a liga anunciar sua decisão, afirmou: “Quando alguém pisa sobre você, faz internacionalmente para esfregar na sua cara. Você fica moralmente obrigado a retaliar”.

Draymond é o que é devido a essa personalidade intensa, seu espírito extremamente competitivo. Ao Orange County Register, em entrevista recente, já havia sido questionado se havia algum limite para ele em quadra. “Absolutamente não”, disse. “Vou cruzar qualquer linha para vencer”. Quando foi para cima de LeBron, restavam 2min42s ainda, mas o Warriors estava em momento muito favorável, à frente do placar por dez pontos já. A vitória estava encaminhada. Talvez Green estivesse apenas se defendendo. Ou imaginasse que poderia tirar LeBron do jogo? Forçar uma briga? Se fosse esse o caso, foi uma aposta arriscada e besta demais. Pois, em termos disciplinares, sua situação era muito mais delicada que a do astro. De certa forma, poderia ter sido ainda pior: caso fosse marcada uma falta flagrante, o atleta seria suspenso também de um eventual Jogo 6.

*   *   *

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Agora Steve Kerr vai ter de quebrar a cabeça para armar a equipe para o Jogo 5. Sabe de quantos jogos o Warriors seu versátil ala-pivô ficou fora nesta campanha? Um. Apenas um, contra o Denver Nuggets, no dia 13 de janeiro. Foi uma das nove derrotas do time no campeonato, por 112 a 110.

É um péssimo sinal. Quer dizer: muito mais a partida com desfalque isolada do que o revés no Colorado em si. Afinal, isso quer dizer que nem Kerr, nem Luke Walton tiveram muitas chances de entender como o Golden State funciona desde que Draymond Green se tornou uma figura tão essencial para o seu sucesso. Nos tempos de Mark Jackson, era reserva de David Lee. Mas muito aconteceu desde então.

Sem Green, a primeira certeza é que time não terá em nenhum momento sua chamada “Escalação da Morte”, com Barnes e Iguodala ao seu lado na linha de frente e os Splash Brothers barbarizando no ataque. Essa formação tem saldo positivo de 14,1 pontos em 100 posses de bola pelas finais e, entre aquelas que receberam um mínimo de 15 minutos durante a série, é a que tem o melhor rendimento. Algo que não surpreende ninguém, já que também foi o quinteto mais produtivo da temporada regular, entre aqueles que acumularam pelo menos 100 minutos, e de longe.

Barnes vai ter de jogar MUITO nesta segunda-feira

Barnes vai ter de jogar MUITO nesta segunda-feira

Ignorando quem está ao redor, nos 152 minutos que o fogoso ala-pivô jogou contra o Cavs nesta final, o Warriors teve vantagem de 36 pontos. Sem ele, em 40 minutos, déficit de sete pontos (veja qual o impacto específico sobre Curry também). Agora serão mais 48 por jogar. Faz como? O problema não é apenas suprir os 14,8 pontos, 9,3 rebotes, 5,8 assistências, 1,8 roubo, 1,3 toco em 38,0 minutos, que têm feito pelas finais. O que já seria bem complicado, aliás. A importância de Green, no entanto, vai muito além do números mais básicos computados na súmula oficial.  Para não falar do aspecto emocional. É o líder, o coração do time.

Estamos falando de um conjunto de habilidades praticamente inigualável na NBA. (E, se você nunca pensou no cara neste modo, fica o convite. Não precisa somar 25 ou 30 pontos por jogo para ser caracterizado como “craque”, a despeito do que ainda se prega por aí). Draymond pode, ao mesmo tempo, ser o último homem da linha defensiva do Warriors, protegendo o aro, enquanto, no ataque, é capaz de jogar como um armador de fato, criando a partir da cabeça do garrafão, mesmo que Shaun Livingston esteja em quadra – coisa que aconteceu diversas vezes no período em que Curry estava afastado, se recuperando de uma torção no joelho. Draymond também é o principal reboteiro do time, enquanto estica a defesa com a ameaça do chute de três, mesmo que tenha errado seus últimos oito arremessos em Cleveland. Draymond vai fazer de tudo para atrapalhar LeBron na defesa e, se conseguir brecar o astro, já é mais uma opção para o desafogo em transição.

Enfim, o cara faz de tudo em quadra e é a figura essencial para essa “Escalação da Morte”, para além do poderio ofensivo de Curry e Thompson, e simplesmente não há como substituir tudo o que ele entrega em quadra. Se os Splash Brothers estiverem no melhor ritmo, caminhando para os 30 pontos cada – tal como naquele histórico Jogo 6 contra OKC –,  fica mais fácil. Mas não dá para contar o tempo todo com isso, nem mesmo com a estreia extraoficial da dupla na quinta partida. O que resta a Kerr, então? Uma sensibilidade aguçada para atender a qualquer necessidade imediata da equipe, com alterações pontuais, imaginando que o quinteto inicial terá Curry, Thompson, Iguodala, Barnes e Bogut.

Varejão pode muito bem ser requisitado para ajudar defesa e rebote do Warriors

Varejão pode muito bem ser requisitado para ajudar defesa e rebote do Warriors

O problema é tentar remediar um lado e se atrapalhar do outro. Taí a relevância de Draymond. Pela terceira vitória, ele ficou em quadra por 42 minutos, que terão de ser distribuídos entre reservas, justamente num momento no qual Kerr estava preparado para enxugar a rotação. Curry (40), Thompson (39) e Barnes (40) já haviam recebido pesada carga, assim como Iguodala (37). Supondo que nenhum deles tenha problemas com falta e que, a essa altura do campeonato, o técnico possa dar mais alguns minutinhos aqui e ali, você até poderia descontar mais seis minutos dos 42 que vai ter de repor. Sobram, ainda, 36. Três períodos inteirinhos.

Uma certeza: Harrison Barnes vai ter de jogar muito. Talvez a partida de sua vida, com um foco inicial: rebotes. Dormir pensando em rebote, acordar pensando em rebote. Almoçar pegando em rebote. Dirigir para o ginásio pensando em rebote. Deu para entender, né? Na temporada regular, ele teve média de 4,9 por jogo. Na série final, 5,5. Em apenas três rodadas, o atlético ala de 2,03m, forte toda a vida, saiu de quadra com mais de 10 rebotes: 12 no Jogo 1 contra Portland, e 11 contra Utah e Indiana pela temporada regular. Mas você acha que é só? Não, também seria bom converter seus arremessos de fora (tal como aconteceu no último duelo, com quatro cestas) e, se possível, ainda colocar a bola no chão para atacar a cesta se houver brecha. Uma atuação para quem pensa em ganhar mais de US$ 20 milhões anuais já a partir de julho.

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Será que Bogut vai conseguir se segurar em quadra? Improvável. O australiano jogou apenas por dez minutos em Cleveland, e a verdade é que, nestas finais, sua presença em quadra tem significado basicamente. Dentre os quatro quintetos mais utilizados na série, aquele que tem o gigante no garrafão é o único de saldo negativo. Um saldo pavoroso, na verdade, com -19,7 pontos. Isto é: a “Escalação da Morte” ganha outro sentido. É a morte do próprio Golden State.

Quem deve jogar muito mais é Shaun Livingston, que recebeu 19 no último jogo. A dúvida que fica é se um reserva, mesmo de alto nível assim, pode manter sua efetividade em um período mais longo. Leandrinho também deve retornar ao time. Os dois são importantes como criadores e agressores no ataque. Mas o tempo de ambos depende muito da produção do Cavs também. Se Tristan Thompson e, principalmente, Kevin Love estiverem inspirados, assertivos no garrafão, aí o Warriors vai ter problemas. Aí Varejão deve ser chamado, a julgar pelo que o treinador anda fazendo nos playoffs. Festus Ezeli está jogando muito mal. James Michael McAdoo tem mobilidade e impulsão para brigar e sua mobilidade e até foi acionado para jogar na sexta, de modo surpreendente. Mas ainda é muito cru para receber muito mais do que sete minutos. As próximas reuniões de Kerr com seus assistentes vão ser muito interessantes.

De repente, os atletas do Warriors, pês da vida, joguem muito e esculhambem com o Cavs e a liga, para ‘vingar’ seu All-Star. Foi o tema das entrevistas deste domingo, claro. Vejam esta obra de arte de Marreese Speights, por exemplo: “É muito zoado suspender um cara por nada. Se alguém põe as bolas em sua cabeça, o que você deveria fazer? As bolas estavam na parte de trás de sua cabeça. É meio que zoado, cara, mas fazer o quê?”, manifestou o pivô que ainda usaria o Twitter para postar um emoji de uma mamadeira. “Quando alguém faz uma coisa dessas, você meio que perde o respeito por ele. Tinha muito respeito por LeBron por sua carreira, desde que estava no high school. Mas fazer uma coisa dessas só para causar a suspensão de alguém? Isso é meio que desrespeitoso.”

Vai ter de ser uma partidaça, mesmo, para substituir alguém que, para o seu sistema, é insubstituível. Pelo menos não por um atleta só. Ao ser suspenso, Draymond Green está até mesmo proibido de entrar na Oracle Arena. Assim diz a regra liga. Se o Warriors vencer e garantir o bicampeonato, ainda está sendo discutido se ele poderá se juntar aos companheiros, pois o protocolo aparentemente não dava conta de uma situação destas. Depois de tomar uma decisão sobre um episódio controverso como o do entrevero em quadra, isso parece muito mais fácil, de qualquer modo.

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Love pode ser reserva no Jogo 4. Como fica o Cavs?
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Giancarlo Giampietro

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Entrando com link ao vivo direto do vestiário do Cleveland Cavaliers, o repórter Renato José Ambrósio, da ESPN Brasil, relatava como Kevin Love havia passado todo sorridente pelo recinto, saudando seus companheiros, após a espantosa vitória por 30 pontos sobre o Golden State Warriors pelo Jogo 3 das finais da NBA.  Resta saber se ele ainda ficaria tão empolgado assim caso consultasse o Google para ver o que os jornalistas estavam repercutindo sobre esta surra que havia acabado de testemunhar fora da quadra. Mas não só essa corja do reportariado, não. Jogadores dos mais diversos perfis, como o classudo Vince Carter e o descontrolado Markieff Morris, também empunharam a corneta.

Independentemente do que estava sendo publicado, LeBron James saiu de peito estufado, mas isso é o natural. Kyrie Irving redescobriu sua ginga e JR Smith, seu arremesso e a coragem para arremessar também. Richard Jefferson deveria estar fazendo flexões que nem um maluco pilhado. Tyronn Lue talvez tenha se dado ao luxo de acender um charuto e abrir a melhor champanhe disponível na arena, se livrando de um fardo – pelo menos por uma noite. Agora… Quanto a Love, o que dá para dizer é que o amor realmente não estava no ar. (Mil perdões pelo trocadilho, mas é que parece obrigatório fazê-lo, não? É maior do que o bom senso.)

A partida ainda não havia nem acabado. Ainda estava rolando o primeiro tempo, na real, quando o desempenho arrasador dos donos da casa já sugeria esse questionamento que vai durar até a noite de sexta-feira, quando a bola subir para o Jogo 4: será que o Cavs melhora sem o ala-pivô? Lembrando, para quem não sabe, que o jogador ainda está vetado pelo departamento médico do clube, ainda sob efeitos de uma concussão, causada por uma cotovelada involuntária de Harrison Barnes pelo segundo jogo.

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De primeira, considerando o resultado de 120 a 90, a resposta parece óbvia e inclemente, não? Deu no que deu. Mas não dá para dizer que tudo se explica pela ausência. Seria muito simplista atribuir uma vitória desse tamanho ao fato de Love estar assistindo ao espetáculo. Da mesma forma que a equipe não apanhou em Oakland só por contar com ele. Cada jogo conta uma história, como bem podemos notar nesta série, e a alternância de um dia para o outro pode ser influenciada pelos fatores mais aleatórios. Nesta quarta, o Cavaliers precisava vencer de qualquer maneira. Ou isso, ou seriam obrigados a vencer quatro partidas seguidas contra um adversário que, no ano inteiro, só foi derrotado 14 vezes em 101 partidas. Para o time anfitrião, como LeBron havia colocado, era matar ou morrer, exigindo esforço absoluto. Uma situação extrema, por mais que pensar os Jogos 1 e 2 de uma decisão de NBA como temas menos urgentes seja absurdo.

Nos 38 minutos em que o ala-pivô esteve fora de quadra durante as duas primeiras partidas, o Cavs foi superado por 32 pontos – dos 48 negativos que havia acumulado, vejamos. Em termos de pontos por posse de bola, o quinteto titular com Irving, JR, LeBron, Love e Tristant, a formação mais usada nos playoffs e vinha tendo sucesso. Ainda nestas finais (com 32 minutos), teve o saldo menos pior, com -8,9 pontos.

Ok. Mas perder por 8,9 pontos a cada 100 posses deixaria o Cleveland entre os piores times da liga durante a temporada regular, por exemplo. Estava longe do ideal. Então talvez, independentemente de uma concussão, fosse a hora de Tyronn Lue buscar novas soluções. Pois o Jogo 3 vai forçar o treinador a abrir a cabeça, mesmo, e pensar bem no que fazer daqui para a frente. Quais foram as consequências mais óbvias dessa mudança?

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Ao escolher Richard Jefferson como o substituto, em vez de Channing Frye (que tem posicionamento e papel semelhante ao de Love), Lue viu o Cavs ganhar muito mais agilidade e mobilidade, atacando e defendendo. Por mais peso que Kevin Love tenha perdido desde sua entrada na liga em 2008, ainda estamos falando de um jogador que contribui em transição muito mais com seus maravilhosos passes longos logo na sequência de um rebote ou como chutador de três pontos sendo justamente o último a chegar ao ataque, recebendo o passe de dentro para fora. Não que Jefferson seja superior, por mais que esteja contribuindo nas últimas duas partidas. Foi só uma questão do encaixe, da composição de um quinteto que renda melhor especificamente contra o Golden State.

Jefferson, aos 35 anos, simplesmente não pára em quadra e ainda tem capacidade atlética para incomodar quando corta para a cesta sem a bola, balançando a defesa do Warriors, e também colocando seu próprio time em movimento. Para Love, a dinâmica é a aposta. Em Cleveland, o jogador de 27 anos geralmente é acionado de costas para a cesta para jogar em mano a mano ou tem de abrir e estacionar na linha de três esperando o desfecho de alguma trama de LeBron ou Irving. Ainda é um jogador efetivo nesse tipo de jogada, mas está basicamente parado em quadra.

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Contra uma defesa tão agressiva e bem preparada como a do Warriors, essa abordagem permite que os marcadores se aproximem dele e recuperem sua posição original com maior facilidade. Na defesa, o veterano ala também cobre muito mais espaço, combatendo Harrison Barnes ou Andre Iguodala tranquilamente, assim como o espigão Shaun Livingston. Já Channing Frye, regristre-se, foi constantemente atacado por Barnes no segundo período, sem conseguir parar o ala, justamente no melhor momento do adversário no confronto.

Outro fator que pode ter contribuído: sem Love, LeBron e Irving tiveram mais chance para atacar. Não só em termos de espaçamento como em oportunidades, mesmo, de ficar com a bola. Não havia a preocupação de envolver o ala-pivô e deixá-lo motivado – uma novela que se arrasta desde 2014, com seus treinadores buscando soluções para tirar o máximo de proveito dos recursos do jogador . Os dois astros que foram para a quadra tentaram juntos 51 arremessos, praticamente divididos em 50% para cada. LeBron, operando basicamente na cabeça do garrafão, atacando frontalmente, só tentou um a mais.

Dado o resultado surpreendente da partida, já há, então, esse forte clamor para que Love fique no banco. Isso para quem ainda conta com o jogador. Houve mesmo que sugerisse, fazendo piada ou não, que ele nem voltasse. Ainda que Lue pareça disposto a enxugar ainda mais sua rotação, banir Love seria um exagero. Se for manter o quinteto com Jefferson, LeBron e Thompson entre os titulares, Love poderia ser utilizado de modo pontual, contra a segunda unidade do Golden State, tal como OKC fez com Enes Kanter na final do Oeste ou como o próprio Golden State lidou com David Lee no ano passado. O problema? Mesmo nesse cenário, o ala-pivô ainda teria de perseguir Draymond ou Barnes. A não ser que Marreese Speights ou Festus Ezeli estejam em quadra.

O mistério é saber como Love reagiria a um eventual rebaixamento. Em tese, como Andre Iguodala nos ensina, deveria valer tudo em nome do time, né? O sucesso coletivo viria antes do brilho individual. Acontece que o ala-pivô  não é dos personagens mais fáceis de se dobrar. Segundo Marc Stein, do ESPN.com, após participar de um treino leve pela manhã, ele estava crente que iria para o jogo. Mas não foi liberado pela equipe composta pelo médico Dr. Alfred Cianflocco e o fisioterapeuta Steve Spiroe, ambos da franquia,  e do médico Jeffrey Kutcher, da NBA, e ficou pê da vida. (Atualização: a mídia de Cleveland agora diz que um retorno do jogador é provável para esta sexta-feira, e como reserva, mesmo, sem citar fontes oficiais.)

Também há um contexto complicado aqui, com muita história. Dependendo da reação, do que se passar em quadra e do desfecho da série, não é descabido dizer que Love pudesse até mesmo estar se despedindo do clube. Isso são os repórteres que cobrem o Cavs diariamente que dizem. (A propósito, que tal Love por Melo?)

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Agora sob luz mais intensa ao lado de LBJ, o veterano viu sua cotação se desvalorizar bastante desde a saída de Minnesota, de forma justa ou não. Depois de ter custado ao Cavs um prodígio como Andrew Wiggins, o número um de seu Draft, em 2014, agora há quem duvide que o clube conseguiria até mesmo um combo de Avery Bradley e Jae Crowder (independentemente da matemática salarial) pelo jogador. Os mais críticos falam sobre sua lerdeza e desatenção na defesa. Além de sua dificuldade para se integrar a um grupo – neste caso, LeBron foi um dos que jogou gasolina na fogueira, com diversas indiretas em redes sociais ou mesmo em entrevistas, reclamando de sua suposta postura de lobo solitário.

Tyronn Lue está ciente de tudo isso, claro. Os dirigentes e companheiros de time também. Se o técnico, jogador, elenco a diretoria vão se deixar influenciar por esse dilema, se vão pensar tão somente naquilo que acreditarem ser o mais útil para tentar empatar a série e lutar pelo título, talvez seja a principal pergunta do momento. Em sua coletiva pós-jogo, Lue se saiu bem e ganhou tempo. Um repórter o questionou: se Love estiver liberado para jogar na sexta, ele espera usá-lo? O treinador respondeu com uma pergunta, se precisava realmente dizer isso ali em público. O jornalista rebateu que isso era ele quem decidiria. Lue sorriu e emendou: “Não vou te dizer”. Talvez esteja jogando com a concorrência, para deixar Steve Kerr e seus assistentes em dúvida, no que teria toda a razão. Talvez nem tenha uma decisão tomada. De qualquer forma, a resposta é difícil. Por ora, o nome e o jogo de Kevin Love ficam no ar, mesmo .

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Pura energia: Cavs responde na série final das lavadas
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Giancarlo Giampietro

(Atualizado às 8h10)

LeBron ainda pode cravar essa bola. Mas ainda precisa de ajuda, que dessa vez veio

LeBron ainda pode cravar essa bola. Mas ainda precisa de ajuda, que dessa vez veio

O Cleveland Cavaliers deu a resposta de que precisava. Depois de sair de Oakland com 48 pontos negativos na conta, o time do Leste venceu o Jogo 3 das finais doa NBA contra o Golden State Warriors por 120 a 90. Agora faltam só 18 pontos para tirar e empatar a série.

Mentira, claro. Basta um triunfo por um pontinho na quarta partida, sexta-feira, que tudo estará zerado no retorno a Oakland. Vocês me desculpem a confusão matemática, mas é que os placares de um jogo para o outro foram tão esdrúxulos até agora, que fica muito complicado de estabelecer uma lógica. Entre os 33 pontos de vantagem do Warriors no domingo e os 30 do Cavs de agora, a liga americana viu a maior reviravolta da história.

Levar de volta a Oakland, na verdade, é a primeira vitória dos caras. Algo que, nesta quarta de manhã, não poderia ser garantido nem mesmo por LeBron James. Não do jeito como o confronto havia iniciado. Mas vejam como todos somos geniais. Depois de um intervalo de 72 horas, ou coisa assim, o Cavs já parecia o melhor time do mundo, enquanto o Warriors fazia as vezes de reles equipe que havia simplesmente passado por uma conferência extremamente frágil. Né? Uma completa inversão de papéis. Aqueles que não marcavam nada limitaram o melhor ataque da liga a 90 pontos, sua menor quantia nestes playoffs.

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Vamos lá: o Cavs fez os primeiros nove pontos do jogo. Nas minhas marcações aleatórias de início da partida, a vantagem chegou a 19 a 4. Depois, 33 a 10. Tudo no primeiro quarto, que terminaria por 33 a 16. No segundo quarto, os visitantes tentaram reagir, conseguiu baixar uma vantagem de mais de 20 pontos para nove, com boa participação novamente de Shaun Livingston, Leandrinho e Andre Iguodala, ao lado de Harrison Barnes e Draymond Green. Foram para o intervalo perdendo por oito pontos. Como se fosse uma reprise do Jogo 2, em que a equipe derrotada parecia ter sorte estar atrás por tão pouco.

Pois é: foi reprise, mesmo. O time da casa atropelou o adversário na volta do intervalo e matou o jogo em 36 minutos. E aí que a parcial final foi mais um extenso “garbage time”, de maneira bizarra para uma decisão de NBA. Bizarro pela quantidade de espancamentos, e, não, pela superioridade dos LeBrons por uma noite. A série decisiva mais parecida que tivemos, historicamente, nesses termos, foi a de 1985, num dos clássicos Lakers x Celtics. Naquela ocasião, o time de Boston venceu o primeiro jogo por 34 pontos e perdeu o terceiro por 25. (Sim, esse tipo de disparidade acontecia mesmo num confronto legendário como esse. Mas nenhuma dessas lavadas vai constar numa transmissão clássica da NBA. A memória é seletiva por diversos motivos.)

Você vai dizer o quê? Foi pura energia.

Nessa bagunça toda, Kyrie Irving, que havia marcado apenas 10 pontos no domingo, converteu 16 apenas no primeiro período – terminou com 30, um a mais que os Splash Brothers combinados. O aproveitamento de 12-25 nos arremessos, que é um tremendo avanço para quem havia acertado apenas 33,3% em Oakland. Ele foi para o ataque mais cedo, usando dos artifícios de sempre, e deu resultado. “Não quero dizer que fui um jogador completamente diferente, mas foi apenas voltar sem ficar pensando em nada a não ser jogar de modo agressivo”, disse.

Ao seu lado, JR Smith havia feito apenas oito pontos nos dois primeiros jogos e agora fez 20, matando cinco bolas de longa distância, como se ainda estivesse jogando na primeira rodada dos playoffs. Tristan Thompson seguiu esse embalo e mandou nas duas tábuas, com 16 pontos (5-6 de quadra, 4-5 nos lances livres) e 13 rebotes, incluindo 7 ofensivos, se aproveitando de quem quer que sobrasse com ele no garrafão. Em 40 minutos, LeBron James teve sustância em seus números. Novamente, cometeu muitos turnovers (cinco), mas conseguiu se impor no momento em que conseguiu ir para a cesta (14-26), para fechar com 32 pontos, 11 rebotes, 6 assistências e 2 tocos.

De normal, mesmo, só a baixa produção ofensiva dos reservas, zerados em três quartos. De Kyrie Irving, é disso que se espera. A questão agora é saber se JR Smith continuará produtivo no restante da série, se Thompson vai ser esse reboteiro voraz. E se Richard Jefferson ainda tem gás para render tão bem assim. O ala assumiu a vaga de Kevin Love no time titular e novamente contribuiu com muita energia, algo chocante para a torcida do Warriors, que se lembra de outra versão do ala, mesmo quando ele era mais jovem.

Love foi realmente afastado da partida por conta dos reflexos de uma concussão, e, ainda assim, os titulares de Cleveland mandaram na partida. Especialmente quando Andrew Bogut estava em quadra. Presença amedrontadora na partida anterior, o australiano dessa vez mal viu a bola. Anotou quatro pontos nas raras ocasiões em que a defesa adversária abriu um corredor, pegou dois rebotes, e só, em 12 minutos, divididos precisamente entre os primeiro e terceiro quartos. Depois de os suplentes remarem bastante no segundo período, foi surpreendente que o técnico Steve Kerr tenha iniciado o segundo tempo novamente com o gigante no garrafão – lembrando, mais uma vez, que do outro lado o Cavs tinha um time muito mais flexível devido ao desfalque de Love. No geral, em 25 minutos na série, a escalação titular do Warriors está com saldo negativo de 22 pontos. Muita coisa.

Em sua coletiva, Kerr defendeu a decisão e disse que se sente confortável com “Bogues” em quadra. Ele foi bastante questionado a respeito. Esse já é um grande dilema para o Jogo 4, de fato, conforme Jeff Van Gundy já disse em transmissão. O quanto você vai se desesperar após um resultado desses e rever rotações e táticas de um time que venceu 73 partidas no ano e ainda está a duas vitórias mais do título. Foi uma aberração? Foi sorte de um, azar do outro? Love vai retornar na próxima partida? Será como titular?

Em casa, o Cavs tem saldo de 22 pontos por jogo nestes playoffs. 100% ainda

Em casa, o Cavs tem saldo de 22 pontos por jogo nestes playoffs. 100% ainda

De qualquer forma, o treinador quase sempre espirituoso resumiu bem o que sua equipe (não) fez nesta quarta-feira: “Sempre digo aos caras. Nós somos bem pagos para isso, para enfrentar as críticas, e não apenas para arremessar algumas bolas. Nós todos merecemos as críticas dessa vez. Todos, eu e os jogadores”.  Acreditem: Harrison Barnes foi o melhor atleta do Warriors dessa vez. Com 18 pontos, igualou sua quantia das duas primeiras partidas. Ainda apanhou 8 rebotes e acertou 7 de 11 chutes. Foi o único do time capaz de competir física e atleticamente. Seu agente deve ter gostado bastante. É o tipo de jogo que cai bem no DVD que será distribuído por aí em julho, em busca de um salário de US$ 20 milhões anuais.

De resto? Não há muito o que se destacar. Pelo menos não com um viés positivo. Muito menos os 19 pontos de Stephen Curry, totalmente inócuos, em 31 minutos e 13 arremessos. Ele só entrou no jogo quando esse já estava decidido, na segunda metade do terceiro período. Em seus primeiros 16 minutos de ação, antes de ser substituído com três faltas – de novo cometendo infrações tolas –, tinha apenas 2 pontos em cinco arremessos. Saiu de quadra ainda com mais turnovers (seis) do que assistências (três), caindo facilmente em armadilhas na quadra, passando sem realmente ver quem vinha pela frente, além de ter viajado na marcação. Foi realmente um jogo horrível por parte do MVP unânime, do melhor jogador da liga dos últimos dois anos. “A culpa foi minha. Eles estavam fazendo uma defesa agressiva e entraram em quadra com muita força. Não fiz nada a respeito, nem joguei meu jogo, e para eu poder ajudar minha equipe, tenho de jogar 100 vezes melhor que isso, especialmente no primeiro quarto, para meio que controlar a partida”, disse.

A paulistinha russa de Mozgov

A paulistinha russa de Mozgov

Klay Thompson também foi mal, com 10 pontos nos mesmos 31 minutos e 13 chutes, mas ganha um desconto por ter tomado uma paulistinha (ou tostão, ou… dependendo da região, ok) de Timofey Mozgov no primeiro tempo.  De novo: uma joelhada de Mozgov na coxa. Deve doer – nas entrevistas, reclamou de deslealdade do russo. Seu irmão de “splash” não tomou nenhuma dessas.

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Fico imaginando quão insuportável seria a gritaria se LeBron ou Kobe Bryant estivessem em seu lugar dessa vez. Curry ainda não estreou de fato nas finais. Não da forma como o torcedor do Warriors esperava. Foi bem marcado no Jogo 1, mas serviu como álibi para seus companheiros brilharem. No Jogo 2, teve problema com faltas e, para ser justo, quando retornou, a parada já estava bem encaminhada. De todo modo, suas faltas foram um fator crítico independente do bom desempenho do restante do time. Agora, teve realmente uma atuação patética para alguém de sua estatura. Kerr simplesmente admitiu que seu craque não jogou da forma como estava acostumado, mas que “acontece”, que foi uma dessas noites em que nada dava certo. Bem, não foi uma noite fraca apenas nestas finais. Longe dos microfones, mas ainda flagrados pelas câmeras da ABC, o treinador perguntava ao armador, no banco, ainda no primeiro tempo, se estava tudo bem. Depois da surra em quadra, o astro mostrava aquele ar de desolação. Uma diferença enorme para a festinha do Jogo 2.

Juntos, Curry e Thompson somam apenas 84 pontos nesses três primeiros confrontos – e aí fica o mérito para a defesa do Cavs. Mesmo que os caras ainda possam explodir no decorrer da série, já foram 144 minutos de contenção. A diferença é que dessa vez seus atletas se deslocaram com rapidez e lucidez, enfrentaram os corta-luzes e fizeram menos trocas para impedir que os demais “warriors” invadissem o garrafão para pontuar, permitindo 32 pontos na zona pintada, contra 54 que fizeram do outro lado.

LeBron, sozinho, tem 74 pontos na série, apenas 10 a menos que os Splash Brothers, mesmo muito bem vigiado por Andre Iguodala, cometendo uma serie de desperdícios de bola e tendo dificuldade com seu arremesso de média para longa distância. Dessa vez, esse tipo de chute caiu. Quer dizer, pelo menos pareceu que caiu, devido a uma boa sequência pelo terceiro período, justamente quando o Cavs demoliu seu adversário. No geral, porém, este foi seu desempenho:

Sim, ainda é uma boa ideia conferir o que LeBron pode fazer de fora

Sim, ainda é uma boa ideia conferir o que LeBron pode fazer de fora

Dessa vez, porém, LeBron não jogou sozinho. Ele e Irving chegaram aos 30 pontos. A última vez que dois parceiros haviam conseguido isso em um jogo válido pelas finais da NBA? Em 2013, pelo Miami Heat. Um jogador era o mesmo. O outro era Dwyane Wade. Claro.  Tal como o “Rei James” vislumbrava ao trocar South Beach por Ohio, certo? Com um companheiro mais jovem que pudesse brilhar ao seu lado, contra uma defesa forte e inteligente, e tal.

O Cavs segue invicto em seus domínios nestes playoffs, com oito triunfos, enquanto interrompe uma sequência de derrotas para os atuais campeões, que parou em sete. Nesses oito triunfos como mandantes, o saldo é de 176 pontos positivos, para uma média de 22 por jogo. Isto quer dizer que o Warriors precisa, então, abrir pelo menos 23 pontos de vantagem na próxima partida para compensar isso, certo?

Mentira também. Basta que os bicampeões do Oeste cheguem a um ponto de vantagem, mesmo, ao final do jogo para ficar a uma só vitória do título. Nessa série do boi que passa para abrir caminho para a boiada, só está difícil de imaginar um confronto decidido desta maneira.

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Já são 7 derrotas, e LeBron chega cercado ao Jogo 3
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Giancarlo Giampietro

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Após uma derrota pelo Jogo 3 das finais do aaaano passaaaaado, já são sete triunfos consecutivos para o Golden state Warriors em confrontos com o Cleveland Cavaliers, com ou sem Kyrie Irving e Kevin Love em quadra. Nunca um time de LeBron James havia perdido tantas partidas em sequência para o mesmo oponente. Nos últimos dez jogos, o Cavs, um dos melhores ataques da liga, não conseguiu passar da marca de 100 pontos. Nesta temporada, em quatro partidas, a defesa dos atuais campeões também limitou o astro a 33 cestas em 80 tentativas, ou 41,5%.

“Eles nos bateram em todos os quesitos, nós não vencemos nada. Em nenhum ponto do jogo levamos a melhor. Eles nos detonaram”, afirmou o ala, logo após a surra que levaram pelo Jogo 2. É difícil para mim apontar o que não está funcionando e no que poderíamos trabalhar agora. Não dá mais para ter lapsos mentais. Esses caras vão te colocar em muitas posições desconfortáveis do ponto de vista mental, em que você vai ter de procurar entender o que fazer. E eles fazem você pagar se não entender.”

Sim, parece claro que o Warriors encontrou um modo de cercar LeBron. Por maior que tenha sido o sucesso de sua equipe nos playoffs da Conferência Leste, alcançando a segunda final em dois anos sem suar muito, a verdade é que ela não iria a lugar nenhum sem que o craque fosse dominante em quadra. No momento em que foi contido, seus companheiros também se viram contra a parede. Essa é uma conclusão a que LeBron certamente não imaginava chegar dois anos depois de ter deixado Miami para, supostamente, retornar para casa – e, claro, curtir um novo ciclo de sua carreira ao lado de duas estrelas mais jovens que tinham tudo para aliviar a pressão sobre seus ombros e articulações desgastadas, enquanto Dwyane Wade e Chris Bosh envelheceriam em South Beach.

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A torcida de Cleveland estava ansiosa para a revanche contra o Warriors, dessa vez com Irving e Love em forma. A esperança e, no caso de alguns, a aposta era de que tudo seria diferente. Que a virada sofrida em 2015 só se justificava pelo fato de o time ter jogado todo despedaçado, com o camisa 23 sobrecarregado, sem pernas ou recursos para reagir. E cá estamos: com a série encaminhada para o Ohio, e o Jogo 3 marcado para esta quarta-feira, o rival californiano tem confortável vantagem de 2 a 0, ainda mais expressiva quando o placar das duas primeiras partidas apontou um saldo de 48 pontos, sem que os reforços tenham influenciado em nada o rumo do confronto. Para ser mais preciso, Love mal jogou o segundo tempo do último duelo, vetado pelo protocolo de concussão da liga. Para ser justo, a presença do ala-pivô não teria feito diferença nenhuma.

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Goste ou não, o destino do Cavs gira em torno de LeBron, e não só em termos de negócios. Em quadra, já são dois anos completos com esse núcleo, e o time ainda não encontrou uma forma orgânica de jogar sem que as ações comecem e terminem com seu veterano astro. Contra o Detroit Pistons e, depois, detonando Atlanta Hawks e Toronto Raptors, os caras praticaram um basquete realmente empolgante, solidário, dominante. Não foi um engodo. Em todas as séries, porém, não há como negar também que LBJ não enfrentou resistência nenhuma.

Na primeira rodada, foi até bonitinho o esforço corajoso do novato Stanley Johnson, com provocação e tudo. Mas nem ele, muito menos Marcus Morris e Tobias Harris tinham condições de acompanhar a estrela adversária. Em quatro jogos, James teve médias de 22,8 pontos, 9,0 rebotes, 6,8 assistências e 48,7% nos arremessos, com 3,0 turnovers. Depois, enfrentando a segunda melhor defesa da liga, o ala também não deu bola. Por mais uma varrida, foram 24,3 pontos, 8,5 rebotes, 7,8 assistências, 50,7% de quadra e 4,3 turnovers – coletivamente, o Hawks montou um forte sistema de contenção, mas, com os chutadores de Cleveland on fire, sobrou para Kent Bazemore (muito mais baixo e mais fraco) e Paul Millsap (ainda bem mais lento) o ônus de lidar com o craque em mano a mano. Na final do Leste contra o Toronto Raptors, com um DeMarre Carroll arrebentado, o estrago foi ainda maior, com 26,0 pontos, 8,5 rebotes, 6,7 assistências e impressionantes 62,2% de acerto e apenas 2,3 turnovers, em seis partidas. Em suma: Pistons e Hawks até forçaram desperdícios de posse de bola, mas não serviu para nada.

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Já o Warriors conta com Andre Iguodala (e um pouco mais, claro). O experiente defensor obviamente não está anulando seu oponente. Isso não vai acontecer. Mas tem feito de tudo para atrapalhá-lo e diminuir sua eficiência. Em Oakland, os números de James continuaram volumosos em uma primeira vista: 21,0 pontos, 10,0 rebotes e 9,0 assistências. Mas aí você pega o seu aproveitamento nos chutes (42,1%) e o número de turnovers (5,5) e percebe como a marcação do Warriors tem surtido efeito. Mesmo quando força a troca, o astro do Cavs tem se enroscado com Klay Thompson ou mesmo Draymond Green.

O natural aqui é se concentrar em Iggy, e os números o favorecem. Nos últimos 10 duelos, LeBron acerta apenas 35,1% de seus arremessos quando o ala é o seu marcador primário. Foram apenas 32 cestas em 91 tentativas. Nesta final, especificamente, o aproveitamento é de 40%. No Jogo 2, foram 17 posses de bola em que o ala ex-Sixers o defendeu. Aí preparem-se, que os dados são ainda mais impressionantes: LBJ só tentou três cestas, acertando uma. De novo: apenas uma cesta em 17 jogadas. E sabe do que mais? Todos os sete turnovers que cometeu no jogo aconteceram com Iguodala em ação. Demais.

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Em sua coletiva, Tyronn Lue procurou não dar muita atenção ao cara. Fez os elogios básicos, de praxe, mas disse que as dificuldades de James tinham mais a ver com o sistema de Steve Kerr e seu assistente Ron Adams, do que pela atuação de um só jogador. Sim, no basquete é assim: são realmente cinco atletas de um lado e cinco do outro. Na defesa, então, nem se fala. O coletivo é muito mais influente que um só atleta, ainda que um só atleta possa fazer desse coletivo algo muito mais forte. O Golden State sabe o que fazer.

Kyrie Irving e Kevin Love despertam mais preocupação com Matthew Dellavedova e Timofey Mozgov, mas, ainda assim, o time tem conseguido fazer as dobras para importunar o craque. Em jogadas de post up, Andrew Bogut e Draymond Green têm feito ótimo trabalho de cobertura, fechando o aro. Em ataques frontais, o defensor mais próximo recua um pouco e tenta atacar seu drible.  O que pega para o Cavs é que a maior parte desses marcadores tem muita agilidade para recuperar sua posição rapidamente, sem perder de vista os chutadores. Mesmo quando supera a primeira barricada defensiva para entrar no garrafão, LeBron tem se complicado. Nas duas primeiras partidas, converteu 12 de 22 tentativas na área restrita (54,5%). Bem abaixo de sua média na carreira (72,5%) ou das últimas duas campanhas (72,2%).

Neste caso, porém, houve uma grande diferença entre os Jogos 1 e 2. No primeiro, acertou apenas 6 de 14 em suas infiltrações. No segundo, teve mais sucesso, com 6 de 8. Isto é, de suas sete cestas de quadra, apenas uma não aconteceu nas imediações do aro – mas foi uma bola de fora. O que nos leva a um problema destacado durante todo o campeonato: a penúria de LeBron como arremessador de longa distância. ele acertou apenas 30,9% de seus disparos de três nesta campanha. Desde 2013, ano de seu segundo título, seu aproveitamento vem caído consistentemente. Naquele ano, acertara 40,6%. Se for pegar apenas o rendimento dos playoffs, ele ainda teve 40,7% de conversão em 2014, mas agora tem acertado apenas 32,4%. Então ninguém vai contestar LBJ lá fora. Na temporada regular, você convive com isso. Nos playoffs, com os jogadores mais bem preparados, estudados, não.

Em seus primeiros mata-matas por Cleveland, LeBron também não representava ameaça no perímetro. Mas estamos falando de dez anos atrás. Naqueles tempos, não havia como ficar à frente do ala, que arrancava para a cesta com um primeiro passo absurdamente explosivo, acompanhado de crossover. Hoje, os defensores mais disciplinados e atléticos já podem acompanhá-lo mais de perto. Ainda mais dando espaço para o chute. Não quer dizer que seja fácil. Mas está bem menos complicado. A consequência? O Warriors consegue manter os demais marcadores grudados em seus respectivos pares. Aí Channing Frye e JR Smith têm de botar a bola no chão ou tentar arremessar por cima da “barreira”. Tudo muda.

Assim como o Cavs deste ano mudou em relação ao do ano passado, pelo menos no papel, com Kyrie Irving e Kevin Love. Quer dizer, esperava-se qeu iria mudar. O armador, em quem se confiava tanto como um diferencial, não criou absolutamente nada em Oakland. Com 33,3% nos arremessos e mais turnovers do que assistências (6 x 5), tem feito algo que Matthew Dellavedova cobriria com tranquilidade. Em iniciativas  individuais, a partir do drible, ele converteu apenas 4 de 27 arremessos, algo estarrecedor. Quando chutou a partir de um passe, matou 8 de 9. Já o ala-pivô estava sendo abastecido, agressivo, mas buscando a melhor forma de atacar uma defesa agressiva e versátil. Até sofrer aquela cotovelada de Harrison Barnes na parte de trás da cabeça e ser afastado pelo departamento médico da liga. E não é uma questão de individualismo. No ranking dos principais passadores desses primeiros dois jogos, Draymond Green lidera de longe, com 66 de média. Irving surge em segundo, com 54,5. LeBron é o terceiro, com 54. Love é o sexto, com 29 pouco abaixo de Curry. Ainda assim, o que vimos foi um ataque travado, previsível, e a diferença se nota no número geral de passes, com 271 em média para o Cavs contra 293 para o Warriors. (O pior: com Irving em quadra, a defesa do Cavs sofre).

Houve um tempo em que não importava quem estava ao lado de LeBron, em Cleveland. Fosse Eric Snow, Daniel Gibson, Damon Jones, Sasha Pavlovic, Delonte West… O ala era imponente o bastante para carregar o seu time, mas não rumo ao título. Até que esbarrava em Celtics, Magic e Spurs. Todo mundo tem limites. Foi a mesma coisa no ano passado. O Cavs mudou sua escalação, trocou de técnico, poupou LeBron, e nada. Já são sete partidas agora contra o Warriors, e, mais velho,enfrentando uma defesa muito forte, esperando ajuda, o craque não encontrou uma saída.

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Oscar aplaude o Warriors. Mas tudo o que o time faz?
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Giancarlo Giampietro

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É para quem pode. Arremessar e também fazer outras coisas tantas em quadra

Quem por aí teria a curiosidade de ouvir o que Oscar Schmidt tem a dizer sobre o Golden State Warriors e seus Splash Brothers, ou caras que estão detonando recordes em arremessos de três pontos pela NBA? Aqui está, numa cortesia da equipe do Esporte Ponto Final, que gravou uma série de entrevistas com os grandes campeões brasileiros rumo ao #Rio2016:

É interessante ouvir o Mão Santa a respeito, já que se trata certamente de um dos cinco maiores arremessadores da história do basquete. E alguém cuja habilidade para “meter bola” se tornou extremamente divisiva com o passar do tempo, por essas questões de simplificação que acometem o esporte.  Sabemos como, em retrospecto, o tema se tornou espinhoso no basquete brasileiro, da predisposição ao arremesso de longa distância. Como muitos acreditam que uma das maiores vitórias da história do país, a do Pan de 1987, seria também uma tragédia em termos de legado.

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A seleção liderada por Oscar e Marcel, recheada também por ótimos e veteranos coadjuvantes, conseguiu a proeza de bater os Estados Unidos de virada em Indianápolis, com uma chuva de arremessos de três pontos. A partir daquele momento, a vocação para o perímetro teria virado uma epidemia, contaminando futuras gerações.

O relato do New York Times foi este: “Marcel de Souza e Oscar Schmidt, que foram responsáveis por 55 dos 65 pontos do Brasil no segundo tempo, lideraram uma reação tempestuosa para capturar a vitória, por 120 a 115. (…) Os Estados Unidos acertaram 2 de 11 em três pontos, enquanto o Brasil teve 10 de 25. No geral, o Brasil acertou 45% dos arremessos, mas converteu 23 de 45 no segundo tempo. Os EUA ficaram em 16-46. Schmidt, 29, disparou de três pontos de praticamente todos os cantos da quadra e marcou 46 pontos — 35 no segundo tempo –, e o Brasil superou uma desvantagem de 16 anos”.

Para quem não viu, segue o jogo na íntegra:

Entre 1987 e 2016, o jogo mudou, claro. Se o assunto é o uso do tiro de três pontos, então, é como se fossem dois esportes diferentes, gente. Em Inianápolis-87, Oscar e Marcel estavam arremessando há apenas três anos do estabelecimento da linha perimetral pela Fiba – sim, para o basquete internacional, aconteceu apenas em 1984, cinco anos depois da NBA.  Hoje, vendo o que se pratica em todos os cantos do mundo, é engraçado até que a marca de 25 tentativas de três pontos tenha causado tanto alvoroço à época.

Neste domingo, em sua segunda vitória pelas finais da liga americana, o Warriors tentou 33 chutes de longa distância. Em 48 minutos, é verdade. Fazendo a média, daria 27 arremessos em 40 minutos. Apenas dois a mais. Mas já vimos, durante os playoffs do Leste, o próprio Cavs quebrar recordes. No Jogo 2 pela semifinal contra o Atlanta Hawks, os LeBrons acertaram 18 cestas de fora só no primeiro tempo. Ao final do jogo, terminaram com 25, em 45 tentativas – praticamente uma por minuto. O chute de três é parte obrigatória do esporte, hoje, contra grandes defesas. A quadra  de basquete ficou  muito mais curta, contra formações mais fechadas, com marcadores muito mais atléticos e longilíneos que no passado.

Oscar deve ter assistido a essas partidas e se sentido vingado. De certa forma, é o que diz na entrevista acima: “Marcar este time do Golden State não é para qualquer um. Eles jogam de uma maneira muito eficiente. A minha geração jogava assim, e a gente era criticado por todo mundo. Quem mete bola não precisa de rebote. Começa daí. No Golden State, ninguém tá nem aí”.

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Mais: Leandrinho voltou a ser um vulto. Na melhor hora
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O camisa 14, está registrado, é um dos craques mais eloquentes e enfáticos que o esporte pode encontrar. Sua verve pode muitas vezes gerar desconforto e descambar para um universo em que o termo “exagero” é um eufemismo, se é que isso faz sentido. Há diversos casos em que ele usou seu microfone e trombone para cometer injustiças, como quando instigou a crucificação de Nenê em praça pública, no Rio de Janeiro, há três anos. Independentemente de sua opinião, amigo e amiga internauta, quanto ao pivô, não dá para discordar que foi na pior hora, já que era um amistoso histórico de pré-temporada no país, festa para a qual havia sido, oras, convidado pela liga americana. Foi imperdoável para alguém que deveria ser um embaixador. Há diversas formas de se criticar alguém. Oscar preferiu julgar o são-carlense.

Mas, aconteceu, já passou (ou assim espero). Voltando ao tópico do Warriors, tiros de três, Splash Brothers e tal. Isolada assim, a frase destacada de Oscar fica mais do que propícia para ser desmontada, se for levada ao pé-da-letra. Por exemplo: neste domingo, mesmo, o Warriors superou o Cavs em rebotes ofensivos, coletando 12 durante o Jogo 2.

Mas, de certa forma, lendo nas entrelinhas, o maior cestinha da história das Olimpíadas tem razão: o time de Steve Kerr não é conhecido por muitas virtudes. Entre elas, não consta a habilidade reboteira. Entre os nove times dos playoffs, está na nona posição em aproveitamento nas duas tabelas, por exemplo. Contra Cleveland, o que está acontecendo é uma exceção: devido a uma questionável tática de troca de marcação depois de corta-luzes, seu adversário se tornou vulnerável na tábua defensiva.

JR Smith: a vida de arremessador não anda tão bem contra a defesa do Warriors. Contra marcação de alto nível, não basta matar bola (a não ser no caso de Splash Brothers ou Oscar, claro). Precisa atacar de outras formas, e o ala do Cavs não tem tanto repertório assim

JR Smith: a vida de arremessador não anda tão bem contra a defesa do Warriors. Contra marcação de alto nível, para os mortais, não basta apenas matar bola.. Precisa atacar de outras formas, e o ala do Cavs não tem tanto repertório assim

Além disso, basta espiar qualquer clipe de melhores momentos desta equipe californiana, para se ver uns 300 arremessos de três em transição sem que não houvesse ninguém no rebote. Eles têm a confiança e licença para isso. Assim como Oscar tinha.”Fiquei livre aqui, vou arremessar. Não importa se tem, ou não, rebote”, afirma o Mão Santa, na sequência. No finalzinho de sua declaração, então, Oscar foi quase profético: “(Curry e Thompson) São imarcáveis. Precisa pelo menos dois caras para marcar cada um, e vai sobrar alguém livre. E esse cara vai meter bola também”. Foi exatamente uma das táticas que Tyronn Lue escolheu para tentar conter os Splash Brothers, com algum sucesso, é verdade, mas cujos efeitos colaterais são devastadores: diversos companheiros livres para castigar sua defesa da mesma forma, seja com os disparos de fora de Draymond Green ou com uma fila de bandejas e enterradas para Iguodala, Bogut, Barnes, Ezeli, Livingston e todo o mundo.

É aqui, de todo modo, que mudamos o tom, para o texto não parecer uma apologia indefectível aos arremessos tresloucados que, sim, podem fazer mal a uma seleção brasileira ou a qualquer equipe. Existem arremessos de três e existem arremessos forçados de três. Assim como existem arremessos de três forçados com Curry e Thompson, e existem arremessos de três forçados com Dion Waiters e JR Smith. O ala do Cavs torturou as defesas do Leste nos mata-matas, mas agora não tem praticamente liberdade nenhuma para agir, de modo que sua capacidade de acerto nos tiros de fora não tem servido para muita coisa. Vale o mesmo para Channing Frye.

Esse é o risco da generalização, de todos os lados. Um Arremesso de Três Pontos, por si só, não é Bom ou Mau. Depende da situação e de quem está chutando. Dá para entender porque exista ainda muita gente torcendo o nariz para o que o Warrios vem praticando. Há os mais teimosos, mesmo, presos ao saudosismo. Mas também há quem se preocupe, razoavelmente, com o impacto que esse time pode causar. Pegue o Philadelphia 76ers, por Deus. A equipe acertou apenas 33,9% de seus arremessos na temporada regular, bem abaixo dos 41,6% do Warriors e, ainda assim, sob a batuta do matemático Sam Hinkie e do técnico Brett Brown, não pararam de chutar. A ponto de ocuparem a nona colocação no ranking da liga. Algo absurdo para um elenco que não tem nenhum chutador que desperte o temor de alguma defesa (Robert Covington ainda não adquiriu esse status, convenhamos). Vai acontecer também com futuras gerações. Vale ficar de olho na trajetória do garoto Lonzo Ball, angelino que vai jogar por UCLA na próxima temporada, por exemplo. Seu pai incentiva a ‘loucura’, digamos, como nos conta Danny Chau, no novíssimo The Ringer.

Os irmãos Ball (sério) tentam seguir a trilha de Curry. Arte: The Ringer (link acima)

Os irmãos Ball (sério) tentam seguir a trilha de Curry. Arte: The Ringer (link acima)

E outra: não é que o Warriors vença apenas por sua habilidade nos disparos de fora. Esse foi um elemento crucial no sofrido triunfo sobre OKC, o diferencial naquela grande virada, mas não a única razão. Sua defesa elevou sua intensidade na hora da salvação também, combatendo cestinhas como Durant e Westbrook. Está acontecendo o mesmo agora com LeBron, Irving e Love. Nesse ponto a história do Golden State e a da seleção dos anos 80 diverge. Aquele time contava com ótimos defensores, com Israel ao centro do garrafão, inclusive, mas dependia realmente de seus gatilhos para avançar, ao passo que os atuais campeões da NBA já mostraram que são capazes de triunfar mesmo em jogos “feios”, de baixo percentual de acerto.

Nem todo time pode ser o Golden State. Em tempo: não é porque Curry e Thompson matam bolas de fora a partir do drible, de muito longe, que eles só façam cesta assim. Calha que essas bolas antes impossíveis são as que ficam na memória – e nos highlights, claro. As velozes trocas de passe, a constante movimentação dos atletas facilita, e muito, a vida dos pontuadores. Ainda assim, relevando sistemas, pouquíssimos jogadores serão como Steph Curry. Ou Oscar. O modus operandi deles faz sentido no vídeo e nas planilhas estatísticas, apenas por causa de habilidades fenomenais. São caras para serem adorados, mas quase impossíveis de se copiar.

No caso do ícone brasileiro, o que também não podemos esquecer é que, no auge, não estava incluído na lista dos jogadores mais interessados em marcar. E que, além disso, se deixava levar por seus recursos técnicos rumo ao individualismo excessivo, de que ele era o cara certo para resolver a parada no ataque, e que os demais se virassem para sustentá-lo desta maneira. Curry, por mais talentoso que seja, não poderia ser mais diferente. Primeiro que vem fazendo um esforço constante em melhorar como defensor, e sua evolução está clara nestes playoffs. Em termos de mentalidade, é uma das figuras mais solidárias que você vai encontrar na liga. Basta ver a interação que tem com seus companheiros no banco, mesmo em jornadas na qual não tenha produzido tão bem. Também seria interessante ouvir o que Oscar diria a respeito.

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Não é apenas o 2 a 0 para o Warriors. Mas como aconteceu
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Giancarlo Giampietro

Draymond, o MVP da série em Oakland

Draymond, o MVP da série em Oakland

Depois de um jogo desses, as finais da NBA se tornam o conto de dois times. O Golden State Warriors exuberante, exultando confiança voltando a justificar todos os seus recordes e seu lugar na história, após triunfar por 110 a 77 pelo Jogo 2, neste domingo, e abrir 2 a 0 na série. Do outro lado, um Cleveland Cavaliers desmoralizado, em frangalhos, tendo que assimilar a surra que tomou e controlar seu vestiário para evitar uma autoimplosão.

LeBron James, Tyronn Lue e Kyrie Irving vão ter que pensar em muita coisa até esta segunda-feira de manhã, quando vão pegar o voo de volta para Ohio. E aí é usar o trajeto de retorno para pensar mais um pouco. Chegando lá, tem mais vídeo para analisar, muitas coisas para acertar nos treinos até quarta-feira. E talvez nem esse tempo todo seja suficiente? É a conclusão mais precipitada que a que poderíamos chegar após um segundo tempo chocante em Oakland, vencido por 58 a 33. Isso com Stephen Curry fora de quadra, devido ao excesso de faltas, quase tendo uma convulsão no banco de reservas de tanto vibrar e curtir cada jogada maravilhosa de seus companheiros.

Os Splash Brothers conseguiram fazer mais do que 20 pontos, juntos, mas não é que tenham chegado ao nível das apresentações que perturbaram o Oklahoma City Thunder na reta final do Oeste. Dessa vez Curry e Klay Thompson acumularam 35 pontos. Uma quantia que seria excelente para qualquer dupla do Philadelphia 76ers, mas que, falando de quem estamos falando, poderia ter sido atingida em um só quarto, se tanto. E a série está 2 a 0.

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O Cavs está contra a parede, precisando lidar com o fato de que, nas últimas 16 decisões da liga em que viu uma equipe com duas vitórias em duas partidas, esta equipe saiu campeã 15 vezes. O último clube a levar um tombo desses foi o Dallas Mavericks em 2006, contra o Miami. Na história, o aproveitamento é de 28 títulos em 31 finais nesse contexto.

Para tentar ser o quarto a buscar a virada, os campeões do Leste não precisam só corrigir uma defesa porosa, que, ao final de 96 minutos de basquete, não é capaz ainda de entender quais as rotações necessárias após se fazer uma dobra contra Curry ou Thompson. Não é apenas isso. Seu ataque também despencou perante uma defesa opressora do Warriors.

Steph se divertiu no banco. Mais uma vitória sem precisar de Curry brilhante

Steph se divertiu no banco. Mais uma vitória sem precisar de Curry brilhante

Os visitantes ficaram abaixo da crítica, ou dos 40% de aproveitamento nos arremessos novamente, com 51 erros em 79 tentativas (35,4%). Também foram mais 17 turnovers, contra 15 assistências. Kyrie Irving anotou apenas 10 pontos e converteu só 35,7%. Na série, está com 33,3%. Kevin Love tinha apenas 5 pontos em 21 minutos, até sair de quadra com sintomas de concussão. JR Smith e Channing Frye, aqueles que colocaram fogo nos playoffs do Leste, não estão produzindo nada também. Mas não é só o elenco de apoio que está em falta, ainda que devendo muito mais. LeBron James acumulou seus números, todos eles – os do bem (19 pontos, 9 assistências, 8 rebotes e 4 roubos de bola) e os do mal (10 arremessos desperdiçados em 17 tentativas e 7 turnovers).

Não vai adiantar LeBron carregar esse time das costas. Ele já fez isso no ano passado, e deu no que deu. Mais: não parece que o craque, hoje, esteja em condição de assumir uma tarefa hercúlea dessas. Andre Iguodala não sai do seu pé quando está em quadra. O Cavs pode forçar a troca defensiva, e Klay Thompson também está fazendo um bom trabalho em mano a mano. É aqui que faz falta o arremesso de longa distância para LBJ. As opções estão limitadas. Ele tem de abaixar a cabeça (metaforicamente ou não) e atacar, tentar ganhar terreno com os músculos. Funciona em uma sequência ou outra, mas, no geral, o Warriors vem fazendo ajustes, sabendo como tirá-lo dos trilhos. Esse parágrafo, nos próximos dias até o Jogo 3, vai ter de ganhar seu próprio espaço como um artigo mais abrangente.

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Mais: Leandrinho voltou a ser um vulto. Na melhor hora

Pelo Warriors, já citamos com os Splash Brothers não passaram dos 40 pontos, e ainda assim a equipe californiana chegou a 110 pontos, com um extenso gargabe time no quarto final. Como? Bem, começa com um Draymond Green impossível, em sua versão cestinha desta feita, com 28 pontos em 34 minutos e 20 arremessos, com cinco chutes de longa distância convertidos. Como o jogador completíssimo que se tornou – é craque, sim –, ainda contribuiu com sete rebotes e cinco assistências. Passados oito quartos de finais, deve ser o favorito ao prêmio de MVP das finais.

Mas teve mais, como 26 assistências. Dos 12 jogadores utilizados por Steve Kerr nesta noite, só Brandon Rush não pontuou. Leandrinho foi mais uma vez fogoso que só e oportunista, para chegar aos 10 pontos, depois de converter seus cinco primeiros arremessos. O ligeirinho estava com 10-10 na série, até então, até errar os últimos dois chutes. Andre Iguodala, Shaun Livingston e até Ian Clark, no garbage time, somaram 7 pontos. Por aí foram, rumo 54,3% de quadra e 45,5% de três, com 15 conversões. Só Varejão não participou.

Talvez nem precisasse de tantos pontos assim. Quer dizer: obviamente não precisava – não quando seu adversário parou em 77. Mesmo que o Cavs tivesse acertado dois ou três chutes a mais, não teria feito diferença nenhuma, assim como seus 20 turnovers.  Aí Steve Kerr está mais do que certo em dizer, a cada entrevista, que o sucesso nessas duas primeiras partidas se deve a sua defesa. Com agressividade, esforço e consciência, de quem precisa ser contestado, de quem pode cortar para um lado e para o outro, não. Seu time seclassificou para a final com uma herança bendita entregue por OKC. Kevin Durant, Russell Westbrook, Steven Adams & Cia. testaram esses caras ao limite. Depois do sufoco que passaram, acuados, espremidos em quadra, tudo parece um pouco mais fácil.

Estaria David Blatt acompanhando tudo? No ano passado, a equipe voltou para Cleveland com um empate de 1 a 1, sendo que sua derrota aconteceu na prorrogação, em mais um daqueles últimos suspiros do Warriors, evitando a derrota certa. Ficaram muito perto de ver esse placar geral de 2 a 0 a seu favor.  Agora, não são apenas duas derrotas, mas 48 pontos de desvantagem em dois jogos, com todos tentando entender o que aconteceu

Em sua coletiva, ao menos, LeBron assumiu sua parte, seus erros. Não teve dedo apontado para Irving, reservas, Blatt, nem nada. É o primeiro passo para o Cleveland tentar uma reação. Em sua jornada pelo Leste, sempre foram seus inimigos mais perigosos. Nas três primeiras rodadas dos playoffs, não foi problema nenhum. Tem de ver se a fogueira de vaidades não vai se acender. É tudo de que não precisam agora, já que estão enfrentando muito mais do que qualquer adversidade interna. Tem um timaço na oposição, se havia dúvida ainda.

Ao final do Jogo 2, em 2015, a Oracle Arena não estava tão festiva assim

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Leandrinho voltou a ser um vulto em quadra. Na melhor hora
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Giancarlo Giampietro

Leandro Barbosa, Warriors, Game 1, NBA Finals

Antes de se mandar para New Orleans, Alvin Gentry havia nos dito como Leandrinho era uma figura importante no vestiário do Golden State Warriors. Ethan Sherwood Strauss, setorista do Warriors para o ESPN.com, também fez um perfil nesse sentido, falando sobre como o ala é adorado pelos seus companheiros, de como, numa temporada longa como a da NBA, faz bem ter um boa praça desses por perto, para desanuviar o ambiente em tempos mais tensos – se é que a coisa fica tensa para este timaço. Quando víamos Stephen Curry ensaiar, na lateral da quadra, passos que, talvez, em sua cabeça, parecessem os de samba, depois de uma cesta do brasileiro, era a confirmação visual de tudo isso.

Esse expediente não seria novo. É só pensar nos elencos do hexacampeonato do Chicago Bulls nos anos 90 e pinçar os anciões que se sentavam lá no final do banco. James Edwards, Robert Parish, Bill Wennington, mesmo. Jack Haley, John Salley… São vários personagens escolhidos a dedo por Jerry Krause e/ou Phil Jackson como ombro amigo, figuras sóbrias, que já haviam visto de tudo pela liga e davam uma força para os treinadores, ajudavam na condução dos negócios, digamos. O papel que cabe a um Kendrick Perkins ou um Nazr Mohammed hoje, por exemplo.

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Na quinta-feira, porém, pela abertura das finais da NBA, Leandrinho mostrou que tem mais o que oferecer para os atuais campeões do que a simpatia, o humor e a harmonia interna. Para um reserva, com 11 pontos em 11 minutos, acertando todos os cinco arremessos, viveu uma noite perfeita numa noite em que os Splash Brothers não jogaram nada, sendo fundamental na vitória sobre o Cleveland Cavaliers.

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Foi uma jornada como a dos bons e, glup!, já velhos tempos de Brazilian Blur, o Vulto Brasileiro, quando “Barbosa” estava construindo sua fama pelo inesquecível Phoenix Suns de Nash, Marion, Stoudemire, D’Antoni e, principalmente, de Sete Segundos ou Menos. Naquele tempo, antes mesmo de Russell Westbrook, Derrick Rose e John Wall entrarem na liga, era difícil encontrar jogador mais veloz.

Lembro sempre de uma manhã na redação do UOL Esporte, ‘abrindo’ o site – quando chegam os primeiros redatores caçando as primeiras notícias –, e sempre haveria um relato da NBA para se fazer. E teve um jogo desses entre Suns e Houston Rockets em que o cara arrebentou. Tracy McGrady, do outro lado, estava maravilhado. Na tentativa de qualificar o brasileiro, o astro o chamou de “Speedy Gonzalez”, que, vocês sabem, é o Ligeirinho na adaptação do desenho por aqui. Foi antes de “Brazilian Blur” ser oficializado. Valeu, T-Mac. Desde então, “ligeirinho”, em caixa baixa, virou adjetivo obrigatório para mim na hora de escrever qualquer texto sobre Leandrinho.

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Como Matthew Dellavedova pôde ver, o ala ainda tem, sim, arranque para pontuar nos grandes jogos. É só ver na sequência de clipes abaixo do texto. Foram algumas infiltrações completamente insanas, nas quais voltou a mostrar sua habilidade para encontrar ângulos improváveis para a finalização. Fazia tempo, confesso, que não via dessas bolas um tanto malucas, mas que funcionaram durante toda a sua carreira. Muito provavelmente em um desses lances, aliás, sentiu algum desconforto nas costas, que o obrigou a ir ao vestiário mais cedo para ser examinado. Por sorte, dele, de Kerr e dos Splash Brothers, não era nada grave.

Para cima de Delly

Para cima de Delly

“LB foi ótimo. Ele ainda é muito rápido. Talvez não tão rápido como era cinco anos atrás, mas ainda é um cara que adora correr para cima e para baixo. Ele entrou e nos deu uma grande força”, disse Steve Kerr, que foi seu gerente geral em Phoenix. “Conseguiu algumas bandejas de primeira, umas bandejas difíceis, e embalou. E aí ele fez aquela de três na zona morta. Simplesmente teve um jogo excelente. Com 11 pontos em 11 minutos e meio, dá para dizer que foi uma produção bem boa.”

Em toda a temporada, Leandrinho passou da marca de 10 pontos em 12 partidas apenas (?). Ele não chegava a dígitos duplos há quase dois meses. A última havia sido no dia 3 de abril, com 13 pontos em vitória sobre o Portland Trail Blazers, por 136 a 111, com seis cestas em oito tentativas e 23 minutos de ação. Seu recorde no campeonato foi de 21 pontos sobre o Suns, claro, no dia 27 de novembro, com oito cestas em nove tentativas, também ficando 23 minutos em quadra em triunfo por 135 a 116.

Reparem nos minutos e nos placares. Foram duas das tantas surras que o Warriors aplicou durante a temporada, abrindo espaço para a entrada e produção de seus reservas. Bem diferente de um Jogo 1 das #NBAFinals. Quem imaginava? Talvez nem Kerr, ainda mais quando ele havia feito apenas 14 pontos no total contra OKC pelas finais do Oeste. No final, fez os mesmos 11 pontos de Curry e dois a mais que Thompson.

LeBron James também não estava contando com isso. Quando Leandrinho acertou um chute em flutuação e elevou a vantagem do Warriors para 14 pontos nos dois primeiros minutos do quarto período, o craque do Cavs estava preparado para voltar ao jogo e sorria nervosamente, talvez incrédulo. Pois, Leandrinho, sozinho, havia superado todos os reservas de Cleveland em pontuação. Depois,  para variar, James detonaria a segunda unidade de seu time (caras que têm jogado tão tem o campeonato inteiro, diga-se), afirmando ser “inadmissível” que o banco do Warriors tenha vencido o embate por 45 a 10. “Quando isso acontece e você ainda cede 25 pontos em 17 turnovers, não importa o que alguém faça ou deixe de fazer, vai ser difícil vencer, especialmente fora de casa. “Não importa o que você faz com Steph, Klay ou Draymond. Permita 45 pontos ao banco e 25 pontos via turnovers, na estrada, e você não tem um bom ingrediente para vencer.”

Essa sequência arrasadora do Golden State foi propulsionada por Leandrinho, Shaun Livingston (um dos nomes do jogo), Andre Iguodala (taí o outro nome da partida…) e dois titulares: Draymond e Harrison Barnes. Uma formação alternativa de seus quintetos mais baixos, sem Festus Ezeli ou Marreese Speights para acompanhar os demais reservas. Mais uma boa cartada de Kerr, que não perdeu a confiança em seus suplentes, mesmo quando sua equipe enfrentava tamanha pressão contra OKC. “Ele vai muito bem na hora de sentir nossa temperatura e encontrar quais são os duelos favoráveis para nós e nos colocar em uma posição em que possamos brilhar”, afirmou Livingston, sobre o técnico.

No caso do ligeirinho brasileiro, o duelo nem era tão favorável assim. Dellavedova é uma desgraça (em muitos sentidos…) quando persegue alguém. Só ficou complicado para o australiano correr atrás de um vulto. Se, por acaso, o tivesse atingido, aí teria de se ver com furiosos oponentes. No banco do Warriors, melhor não mexer com Leandrinho.

*   *   *

Aqui estão as cinco cestas de quadra do ala, numa cortesia do Coach Nurse, do BBALLBREAKDOWN, estrela do Twitter em noite de grandes partidas.  Vocês têm de seguir o cara.

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Leandrinho! Livingston! É a final da NBA com reservas ditando o jogo
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Giancarlo Giampietro

(Atualizado às 9h)

Shaun Livingston=Curry e Thompson, por uma noite

Shaun Livingston = Curry e Thompson, por uma noite

Ok, podem falar, sabichões: todo mundo sabia que, com LeBron James, Stephen Curry, Klay Thompson, Kyrie Irving e Kevin Love em quadra, o Jogo 1 das finais da NBA seria decidido por Shaun Livingston e Leandrinho. Estava óbvio isso. Não adianta ficar se gabando por aí na reunião de trabalho ou no balcão da padaria.

(…)

Pois é. Tivemos uma noite de quinta-feira de subversão com o Golden State Warriors vencendo o Cleveland Cavaliers por 104 a 89, em casa. Na qual Shaun Livingston, sozinho, marcou o mesmo número de pontos dos Splash Brothers: 20. Sim, o Warriors venceu um jogo totalmente estranho de #NBAFinals em Curry e Thompson acertaram apenas 8 de 27 arremessos em conjunto. Graças a uma grande atuação defensiva e à contribuição decisiva da segunda unidade de Steve Kerr no quarto período.

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Depois de sofrer contra Dion Waiters (!) pela final do Oeste, Livingston retomou a boa forma da temporada regular e acertou praticamente tudo o que tentou da sua zona preferida de quadra, à meia distância (80%, com 8-10). Leandrinho também botou fogo no jogo ao converter todos os seus cinco arremessos e terminar com 11 pontos em 11min25s, numa média incrível. O brasileiro acertou chutes em flutuação, de média e longa distância e até contestado pelo árbitro Kenny Mauer (abaixo). Foi uma de suas melhores apresentações em muito tempo, na melhor hora. Ruben Magnano tomou nota. Os dois certamente não sentem falta dos braços enormes dos atletas de OKC ao redor na contenção.

No geral, os reservas do Warriors marcaram 45 pontos contra 10 dos suplentes do Cavs, a maior diferença em uma partida pelas finais em 50 anos. Sim, Leandrinho, por conta própria, marcou um ponto a mais que a concorrência. Ainda nessa linha bizarra de estatísticas, Curry e Thompson não constaram nem entre os quatro cestinhas do Golden State nesta noite, com Draymond Green (16 pontos),  Harrison Barnes (13) e Andre Iguodala (12) à frente. Curry anotou 12, empatando com o ligeirinho brasileiro. Klay parou nos 9. Sem os chutadores em quadra, foram 11 minutos de jogo para o Warriors e 12 cestas em 17 chutes, com 12 pontos de saldo.

“Temos falado sobre a profundidade de nosso elenco pelos últimos dois anos. Nós contamos com um monte de pessoas. Usamos um monte de pessoas, e sentimos que temos muito talento no banco que pode entrar e pontuar quando precisamos. Então foi um grande sinal que possamos vencer nas finais sem que nossos dois caras tenham grandes jogos. Mas não é realmente tão surpreendente assim para nós. Esse tem sido o nosso time por dois anos”, afirmou Kerr, que realmente tirou essa lição de suas experiências com Phil Jackson e, principalmente, Gregg Popovich.

Desta forma, os atuais campeões se tornaram a primeira equipe desde o Detroit Pistons de 2005 a ter sete atletas a ter sete atletas com 10 ou mais pontos em uma partida pelas finais. Irônico isso, considerando que o Detroit é reconhecido como a exceção da regra da liga, como um time que se sagrou campeão sem uma superestrela (no ano anterior, diga-se).

Claro que o Warriors não seria grande coisa sem Steph Curry. Mas o time não vive só dos arremessos e jogadas maravilhosas do armador, isso está claro. Que o diga Andre Iguodala, que teve mais uma dessas atuações que tende a ficar em segundo plano na manchete, mas que talvez tenha sido ainda mais importante.

Leandrinho fez um ponto por minuto

Leandrinho fez um ponto por minuto

 Não é por acaso que o ala tenha saído de quadra com o maior saldo de pontos da noite, com +22, um pouco acima se Livingston (+20) e Green (+18), que também fez uma bela exibição. O veterano cuidou de LeBron James do jeito que dá. O craque do Cavs quase acumulou um triple-double (23 pontos, 12 rebotes e 9 assistências em 21 arremessos e quase 41 minutos). Mesmo se tivesse alcançado a marca lindona com mais um passe para a cesta, seria basicamente um ouro de tolo. Na hora em que o jogo desandou, Iggy estava lá para importunar. Ele terminou 22 posses de bola como o marcador de LeBron, e o astro do Cavs tentou apenas dois arremessos nessas ocasiões, acertando um. Do outro lado, ainda deu 6 assistências. Você põe na balança os sete rebotes também, e entende como é possível um reserva ser eleito o MVP das finais.

Em tempo: acho que Matthew Dellavedova enfim descobriu que, com Iguodala, não é para mexer. O australiano, cujo fã-clube conta com minha inscrição, exagerou, digamos, em sua competitividade ao dar um soco nas partes baixas do ala, no terceiro período, iniciando, quase sem querer, uma arrancada dos campeões do Oeste. “Temos alguns caras que têm de jogar um pouco sujo e fisicamente para ganhar a vida com isso e alimentar a família. Então tenho de respeitar isso”, ironizou o ala do Warriors.

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Em que pese a atuação firme de Iguodala, LeBron foi um tanto passivo na noite, é verdade, além de também ter ido mal em duelos com Draymond Green, contra quem só acertou um de sete arremessos. Dava a impressão de que a prioridade de LBJ era inserir Kyrie Irving e Kevin Love se primeira na série, dada a expectativa gerada pela participação de ambos, devido à ausência do ano passado. Compreensível, aliás. Nenhum dos cestinhas foi bem. Irving liderou o jogo com 26 pontos, mas errou 15 de 22 arremessos e teve nove possas de bola em que o time inteiro o viu cruzar a linha de quadra e arremessar, sem efetuar sequer um passe. Compensou tanto aro, tanto bico, em tese, ao matar 11 lances livres. Já Love fez 17 pontos em 17 arremessos, pegou 12 rebotes e não conseguiu punir a defesa do Warriors quando marcado por atletas mais baixos no garrafão. Em suma: dá para visualizar um camisa 23 mais agressivo no domingo.

Do outro lado, não sei bem o que aconteceu. Os Splash Brothers não jogaram absolutamente nada, e, sinceramente, não dá para apontar um grande mérito da defesa do Cavs. Não é que tenham oferecido mais resistência do que OKC apresentou pela final do Oeste. Se foi ressaca, salto alto, distração, só eles vão saber dizer.

O que limpa a barra da dupla é que o Warriors como um todo defendeu muito mais, o que não é novidade. Os visitantes cometeram 17 turnovers e só acertaram 38,1% dos arremessos e 33,3% de fora. As panes que o Cavs têm na hora de marcar são o suficiente para que sejam punidos até mesmo pelos reservas do Warriors. São muitos lapsos em trocas de marcação que deixam os oponentes na cara da cesta. Isso tem a ver com sistema de um e a falta de para o outro. Cleveland vai ter de marcar muito mais se quiser conquistar o primeiro título da história da cidade na liga.

Tudo vermelho (ou quase) para o Cavs na abertura das finais

Tudo vermelho (ou quase) para o Cavs na abertura das finais

Em seu camarote, cercado por milionários do Vale do Silício, o proprietário do Warriors, Joe Lacob, após sua desastrada bravata à revista do New York Times, deve ter sorrido, nervosamente. Não deixa de ser um testemunho sobre a cultura vencedora propagada pelo clube. Mérito aqui também especialmente para Kerr, pela confiança no elenco mesmo nas horas de maior aperto.

O Cavs desperdiçou uma grande chance. Mas foi apenas o Jogo 1, e bizarro. No qual os técnicos foram conservadores em suas escalações, respeitando basicamenteas rotações da temporada regular. No qual os atletas pareciam se testar por muito tempo – por mais que estudem o oponente em detalhes, há muitas teorias que só vão ser comprovadas em quadra, mesmo. No qual o Warriors sempre esteve no controle, com exceção daquele momento em que no terceiro período em que a apatia de seus titulares levou Kerr a um ato de fúria, quebrando prancheta com uma investida que deixaria o mestre Pai Mei orgulhoso. E, por fim, no qual não teve bombardeio de três, com ambos os times chutando abaixo de sua tórrida média dos mata-matas: apenas 16 se 48 tentativas. Pouco para os dois times que lideraram a temporada em cestas de longe.

O que vimos, de todo modo, é a confirmação dos temores quanto à defesa do Cavs e a diferença geral do elenco. Com múltiplos jogadores que atuam com firmeza dos dois lados da quadra, o Warriors está equipado para vencer qualquer tipo de partida. Mesmo aquela em que seus astros não estão bem dispostos assim.

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Cavs chega bastante modificado para a revanche contra o Warriors
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Giancarlo Giampietro

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“Jogamos sem Kyrie Irving e Kevin Love. Jogamos sem Kyrie Irving e Kevin Love. Jogamos sem Kyrie Irving e…”

Quando confrontado com a derrota por 4 a 2 nas finais de 2015 para o Golden State Warriors, o  torcedor do Cleveland Cavaliers não se cansou de repetir isso, quase como um mantra.  Sim, todos nós lembramos que as duas jovens estrelas se lesionaram nos playoffs. Love não passou da primeira fase. Irving arrebentou o joelho desgraçadamente logo na primeira partida das finais.

O Cavs, então, vai para a revanche contra o Warriors, mas, de uma certa forma, podemos até dizer que este é um novo time. De lá para cá, muita coisa mudou. Irving e Love estão fisicamente prontos para a batalha. Timofey Mozgov, que o Czar o tenha, ainda estava vivo. Tristan Thompson estava jogando por um contrato. David Blatt foi para a guilhotina, depois de prolongado motim promovido pelas forças reais no vestiário.  Já Anderson Varejão, diabos, agora está no outro vestiário.  A presença do Big 3 em quadra e a de Tyronn Lue no banco sugere, de fato, uma série completamente diferente, quando confrontada com o que o Cavs tinha. O quanto essas alterações serão positivas, ou não, a gente precisa esperar para ver.

Claro que é melhor jogar com o Big 3 formado. Mentalmente, o time também parece bem mais preparado, com LeBron decidido a escutar o novo técnico e aparentemente apaziguado com os companheiros mais jovens, depois de muitas rusgas nos últimos dois anos. A questão é que o adversário segue o mesmo do outro lado, um timaço, representando os mesmos problemões. Então a conclusão a que podemos chegar é a de que, para o Cavs chegar ao título, não basta jogar melhor que a equipe do ano passado. Isso não importa muito, já que eles precisam, mesmo, jogar melhor em relação ao Golden State.

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Nesse sentido, acho que nem dá para levar em conta o que aconteceu na temporada regular, já que Blatt ainda era o comandante em janeiro, quando se enfrentaram pela segunda e última vez, com uma surra aplicada pelo Golden State. O Cavs não é o mesmo nem de cinco meses atrás. Com Lue, conforme já registrado aqui em diversas ocasiões, o time melhorou seu aproveitamento ofensivo, mas perdeu muito de sua força na defesa.

Há um ano, foi com marcação muito agressiva e dominando os rebotes que os LeBrons fizeram frente ao Warriors no ano passado. pelo menos pelas três primeiras partidas, com uma vantagem de 2 a 1 na série, roubando mando de quadra, sendo que a primeira derrota aconteceu na prorrogação. Sem dois de seus três principais cestinhas, a receita seguida no ataque foi a de um jogo lento. Cruzavam a linha central se arrastando. Aí era bola no LeBron, com poucos chutadores espalhados pela quadra, e Tristan Thompson e Mozgov devorando a tabela. Na contenção, muita pancadaria e chega-pra-lá. O que aconteceu, depois, foi que Steve Kerr encontrou um meio de liberar Curry das amarras de Dellavedova e Thompson e, em sua cartada decisiva, fez maior uso de sua “Escalação da Morte”.  Ganhou em velocidade e flexibilidade para vencer três jogos seguidos e fechar a fatura.

Para este ano, a grande questão desta revanche é, se… o Cavs vai defender bem?

É uma pergunta que parece trivial, até meio tonta, mas que precisa ser respondida de modo positivo e enfático em quadra. Do contrário, vão entrar num tiroteio com Golden State, e aí haja confiança em seus arremessos para triunfar na série. Andre Roberson, Kevin Durant, Serge Ibaka, Steven Adams são a prova viva. Esses caras todos de OKC não poderiam ter dado mais trabalho aos cestinhas do Warriors e, mesmo assim, perderam.

Dellavedova e Shumpert podem pressionar Curry e Thompson antes do chute em busca de turnovers. LeBron é outro terror em linhas. Mas a pressão está em cima de Kyrie Irving e Kevin Love, que, por mais talentosos que sejam, não chegam a esta decisão reconhecidos como grandes defensores. Love até se posiciona bem na cobertura, no fechamento de espaços. Mas é um dos piores marcadores da liga em situações de pick-and-roll, com uma movimentação lateral nada ágil, e você pode ter certeza de que o Warriors vai procurá-lo em quadra sempre que possível para agredir. Já Irving peca por uma falta de comprometimento que beira o james-hardeniano. Claro que, na hora de enfrentar um Stephen Curry, o orgulho vai falar mais alto e ele tentará fazer um bom papel no mano a mano. O que vai pegar mais são as ações em que terá de ficar grudado ao armador em movimentações longe da bola, podendo se distrair facilmente. JR Smith, por enquanto, tem se comportado como um bom soldado, mas a gente nunca sabe o que esperar do cara.

Outra: na hora de pôr as peças no tabuleiro, não adianta também pensar apenas em embates individuais, já que tanto o Warriors como o Cavs vão movimentar seus jogadores sem parar e forçar trocas, buscando desequilíbrios. Isso gera aquela disputa de gato x rato sempre interessante, com o posicionamento ofensivo influenciando diretamente o defensivo. Pensem, por exemplo, numa posse de bola que termine com LeBron atacando Draymond Green e que, por ventura, sua tentativa de tiro em flutuação gire no aro e caia nas mãos de Barnes. Pode ser que Love esteja com Iguodala, que já saiu em disparada. Obviamente o ala-pivô não vai consegui-lo acompanhar na corrida. E aí faz como? O defensor mais próximo do ala terá de se deslocar. E alguém vai ter de cuidar de quem ficou livre. Tudo vai acontecer muito rapidamente. As coberturas precisam estar automatizadas, como numa grande engrenagem.

Nesse ponto, a mudança de Mozgov para Frye na escalação faz bem, já que o pivô chutador vai correr para a defesa a partir da linha de três pontos, e não debaixo da tabela, como no caso do russo. A recomposição será mais rápida – por outro lado, Frye pode ser marcado facilmente por Harrison Barnes, e aí lá vem a “Escalação da Morte” para cima de você, complicando a transição ao mesmo tempo. Dureza.

Frye ajuda muito no ataque, mas pode chamar a "Escalação da Morte". Impasse

Com a mão quente, Frye ajuda muito no ataque, mas pode chamar a “Escalação da Morte”. Impasse

Em meia quadra, com os corta-luzes brutais de Andrew Bogut e Festus Ezeli, ou mesmo com os bloqueios entre os astros da “back court”, o Warriors vai tentar liberar seus chutadores. Qualquer desatenção, e lá está Klay Thompson livre na zona morta para fazer o disparo, em meia quadra, ou em transição. Como vimos na final de conferência, ele nem precisa de muito espaço para castigar uma defesa. Você pode substituir Thompson por Curry nessa sentença, que vai dar na mesma: bomba. Então o que se pede é um esforço coletivo, que se defenda como unidade. Algo que os campeões do Oeste fazem muito bem. E que ainda não vimos o Cavs fazer com consistência. Vai ser um desafio, e tanto.

Se tivermos situações de “crunch time”, com o placar apertado nos minutos finais, será curioso ver também que tipo de missão LeBron terá na defesa. No ano passado, como já dissemos, ele estava sobrecarregado, e o melhor era deixá-lo com Andre Iguodala ou Harrison Barnes, mesmo, para respirar um pouco já que todo o ataque dependia de sua energia. Agora, com Irving e Love ao seu redor, é de se esperar que ele não vá ter de fazer tudo por conta, ainda que centralize as ações do time. LBJ poderá respirar fundo de quando em quando – toma lá, dá cá. Poderia, então, assumir uma tarefa mais custosa na contenção? Tipo defender Draymond Green numa formação mais baixa?

Não que o ala-pivô preocupe tanto do ponto de vista individual. Mas é que, se assumir essa bronca, o ídolo do Cavs seria automaticamente envolvido em muitas das tramas do oponente, crescendo a possibilidade de que fique com Curry após uma troca. Kevin Durant topou esse desafio em diversas ocasiões nas últimas semanas, e teve sucesso. Cinco, seis anos atrás, LeBron fazia o mesmo diante de um infernal Derrick Rose. Tem tempo já que isso aconteceu, porém, e, mesmo que queira, talvez ele não consiga mais lidar com os tampinhas. Tyronn Lue, Mike Longabardi (coordenador defensivo) e o veterano vão ter de descobrir isso durante a série. Mas uma formação mais baixa não é justamente o que o Warriors mais quer? Elenco por elenco, os atuais campeões estão mais equipados, com muito mais versatilidade. Por essas e outras, chegam como favoritos ao título.

No que depender de Curry, é para o Warriors correr mais e mais. E chutar mais e mais

No que depender dos Splash Brothers, é para o Warriors correr mais e mais. E chutar mais e mais

O que não quer dizer que também não tenham tópicos espinhosos para resolver. Assim como Russell Westbrook, Kyrie Irving vai atacar Curry sem parar, tentando desgastar o MVP na defesa. Se não tem os músculos da aberração de OKC, tem velocidade para incomodar e muito mais capacidade como chutador. Vocês se lembram de como Bogut recuava no garrafão após Wess quebrar a primeira linha defensiva? A prioridade era proteger o aro a todo custo e induzir o armador ao chute em flutuação. Na sequência final da série, funcionou muito bem. Contra Irving, essa tática seria impossível. Irving e Love dão muito mais poder de fogo ao Cavs. Detroit, Atlanta e Toronto estão aí para concordar. Channing Frye só reforçou essa artilharia e chega à decisão como a encarnação do Tocha Humana.

A movimentação de bola também avançou bastante. Os chutadores e os deslocamentos constantes tendem a inibir a dobra para cima de LeBron e abrem corredores. No ano passado, o craque era acionado quase sempre de costas para a cesta, próximo ao garrafão, sujeito até, sem exagero, a marcação quíntupla, com todos os defensores recuados, um pouco distantes de seus atletas, para tentar pressioná-lo. A tendência é que tenha mais facilidade para agir agora. E isso é um problema. Ele já está no clube dos trintões, mas segue como o jogador mais dominante fisicamente em toda a liga. Isso causa impacto geral no desempenho ofensivo do time, devido a sua visão de jogo. Uma coisa abastece a outra: os chutadores dão espaço para LeBron, e LeBron é o homem certo para abastecer esses chutadores. Os marcadores de Golden State estão cientes de que vão precisar se movimentar bem mais do que faziam contra o Thunder. Vão sentir cansaço? Mas não foi para eles renderem nas finais que o time administrou os minutos da temporada regular? Talvez eles cheguem num nível de intensidade ainda maior, catapultados por OKC.

Por isso, a tendência é que o Cavs ainda tente jogar da forma mais lenta, controlada possível, com a diferença de que seu ataque já não é mais tão previsível. Quanto mais arremessos eles converterem, melhor. Antes de responder com “dãr”, pense que isso vale não só para aumentar a contagem do time no placar, mas também para tentar frear o contra-ataque do Warriors. No caso de erro, de aro, temos um dilema: o Cavs tem Kevin Love como um grande reboteiro ofensivo. Tyronn Lue vai preferir que ele ataque a tabela, como fizeram de modo incessante os superatletas de OKC, ou que volte para a defesa imediatamente após um disparo? O mesmo raciocínio vale para Thompson, que não fez uma boa série contra o Toronto de Bismack Biyombo, mas tem a oportunidade para se redimir agora. Basta jogar com a voracidade que apresentou no ano passado, antes de ser premiado com um contrato de mais de US$ 80 milhões. Há uma brecha para ser aproveitada. Bogut estava caindo aos pedaços contra OKC – pelo menos foi o caso contra o imponente Steven Adams. Ezeli voltou a ser um pivô extremamente inseguro com a bola em mãos. Anderson Varejão é uma incógnita. Será que Mozgov poderia dar as caras na final para tentar pressionar esses grandalhões?

Agora, pode ser que Steve Kerr nem mesmo use tantos pivôs assim. Existe a dúvida se Bogut será mantido no time titular. É certo que Iguodala, depois de aquecer contra Kevin Durant, vai dedicar boa parte de seu tempo a LeBron, procurando ao menos atrapalhar o craque, como aconteceu contra KD pelo Jogo 6 da final do Oeste, já que é impossível anulá-lo. Talvez o mais prudente seja realmente utilizá-lo desde o início, e aí precisa ver se o australiano ou Harrison Barnes lhe fariam companhia. Foi com sua “Escalação da Morte”, com Iguodala, Barnes e Green, que desequilibrou na final de 2015, valendo o título. A eficácia desse quinteto contra o Cavs já está comprovada. Mas aquele era outro Cavs. Né?

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Relembre como foi a vitória do Warriors sobre o Cavs em 2015
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Giancarlo Giampietro

LBJ que se prepare: Warriors tem diversos defensores para tentar segurá-lo

Na hora de dar palpites em outubro do ano passado, era aquela coisa: você lembrava de tudo o que havia acontecido na temporada anterior, como Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers haviam chegado às finais e… Por que não apostar em um repeteco? Da parte do Cavs, era bem mais fácil. O Miami Heat tinha no papel um elenco interessante, o Chicago Bulls, creiam, ainda era visto como uma ameaça, mas no geral era difícil pensar em outro campeão para o Leste. Do outro lado, o reforçado San Antonio Spurs realmente representaria um senhor desafio para o Warriors, mas os atuais campeões não haviam perdido nenhum jogador relevante em sua rotação e voltaria mais confiante, com sua jovem base ainda progredindo. Então, de novo: por que não?

Talvez pelo retrospecto da liga. Após ficar 14 anos sem que uma final se repetisse, desde as séries entre Bulls e Jazz em 1998-99, a NBA só viu uma revanche acontecer em 2013-14, entre Spurs e Heat. Se formos pensar, porém, na dominância dos LeBrons no Leste,  sejam eles de Cleveland ou Miami, agora com seis decisões seguidas, um reencontro só não aconteceu mais cedo devido ao que o Oeste tem de randômico, com sua competitividade absurda.

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Mas o Warriors tinha aquele quê a mais, se você me permite a expressão afrescalhada. E aqui estamos, com os dois times se reencontrando 12 meses depois. Os atuais campeões buscando o bi e a consolidação de sis imagem como time histórico, ali ao lado desse mesmo Bulls da segunda metade dos anos 90. Já o Cavs… Bem, o Cavs quer por fim a toda uma MALDIÇÃO que paira sobre uma cidade. É coisa séria, galera.

Quando falamos em repeteco, porém, vale mais pelo nome das equipes envolvidas. Entre junho de 2015 e este de agora, mesmo, muita coisa mudou, pelo menos em Cleveland. (Isso fica para outro texto, logo mais.)

O torcedor do clube também não se cansou de repetir durante todo o campeonato: “Jogamos sem Kyrie Irving e Kevin Love. Jogamos sem Kyrie Irving e Kevin Love. Jogamos sem Kyrie Irving e…”, quase feito um mantra. Sim, todos nós lembramos que as duas jovens estrelas se lesionaram nos playoffs. Love não passou da primeira fase. Irving arrebentou o joelho desgraçadamente logo na primeira partida das finais. Agora eles estão prontos para a batalha. David Blatt, porém, foi para a guilhotina, depois de prolongado motim promovido pelas forças reais no vestiário. Timofey Mozgov, o Czar o tenha, estava vivo. Já Anderson Varejão, diabos, agora está no outro vestiário. Abaixo, se precisarem refrescar a memória,  vocês podem recuperar todos os textos que escrevi sobre a final de 2015, com links ou resumos.

– Jogo 1: 44 pontos para LeBron, e o Warriors fez boa defesa
E mais:
Iguodala, o reserva de US$ 12 mi que roubou a cena

“Sabe, quando um cara marca 44 pontos, é engraçado dizer que o defensor fez realmente um bom trabalho, mas acho que Andre foi extremamente bem contra LeBron”, afirmou Steve Kerr, em sua entrevista pós-Jogo 1 das #NBAFinals, aliviado pela vitória suada, na prorrogação, do Golden State Warriors. Não dá para saber se o técnico já havia dado uma espiada em estatísticas mais detalhadas da partida, que apontam que Andre Iguodala foi de fato um defensor incômodo para o astro do Cleveland. Não custa repeti-los: quando confrontado pelo sexto homem do time da casa, James acertou apenas 9 de 22 arremessos (40,9%). Em situações de meia quadra, foi ainda melhor: apenas 4 cestas em 14 arremessos (28,5%).

Agora, o que o treinador não precisava nem dizer era que o Warriors vai conviver muito bem com a ideia de ver LeBron arriscar 38 arremessos por jogo, tal como aconteceu nesta quinta-feira, correspondendo a 40% das tentativas de cesta do Cavs. Foi essa a estratégia adotada pelo clube californiano, sem sofrer nenhuma alteração, mesmo que o astro tivesse, no terceiro quarto, média de um ponto por minuto. A tática tinha, claro, o objetivo da vitória no primeiro jogo, mas também trabalha com a ideia de desgastar a principal arma do oponente, pensando na continuidade da série.

Calma, Delly. Não é rúgbi

Calma, Delly. Não é rúgbi

>> Jogo 2: Tenso, brigado… foi um duelo para Dellavedova

Pode aparecer oportunismo dizer isto, mas o Jogo 2 destas #NBAFinals estava muito mais para um Matthew Dellavedova do que para um Stephen Curry – ou, pelo menos, para esta versão de Steph Curry. Foi uma partida de contato físico, afeito ao aguerrido australiano que, mais uma vez, se ralou em uma série de lances decisivos e ajudou o Cleveland Cavaliers a empatar a série em 1 a 1, com mais uma prorrogação.

Bola perdida no garrafão em meio a gigantes? Lá estava o Dellavedova nela, alerta, para depois se estirar em quadra. LeBron é barrado no baile, e o chute de James Jones não caiu? Sem problema: sem impulsão nenhuma, com 1,93 m (oficial), o armador vai para o rebote ofensivo e, no mesmo movimento, cava a falta. Vai para o lance livre e converte os dois, sem pestanejar. E por aí vai. Nos lances mais preciosos, de 50/50, o “Delly” fez sua presença se notar e, nem que por alguns instantes que fossem, afastou da cabeça do torturado torcedor do Cavs a memória de que Kyrie Irving já não vai mais participar desta série. Irving, cujo talento no ataque ele jamais vai poder substituir, mas cuja ausência pode compensar ao seu modo, na defesa. “Estamos jogando as finais da NBA. Se você precisa procurar motivação extra, provavelmente não deveria nem estar jogando”, afirmou durante entrevista coletiva na qual ele estava sozinho no pódio, como se fosse o maioral do Cleveland.

>> Jogo 3: Cavs vence e vira a série, dominando. Ou quase
E mais
: Blatt ainda não levou o título. Mas merece aplausos

O Cleveland Cavaliers baterecordes e recordes com sua defesa para cima do Golden State Warriors. Depois de se tornar o primeiro time a segurar o adversário com menos de 90 pontos em 48 minutos nesta temporada, o Cavs agora o limitou a 37 pontos no primeiro tempo, sua pior marca durante os playoffs. Para se ter uma ideia, foi uma quantia também que a equipe californiana havia marcado em um só quarto 18 vezes em sua campanha.

Há muito mais números para acrescentar aqui, como, por exemplo, o rendimento do Warriors nos arremessos de três pontos, tão caros ao seu sistema ofensivo. Na temporada regular, o time converteu 39,8% de seus chutes de longa distância. Nos playoffs da Conferência Oeste, a marca foi de 38%. Nas finais, estamos falando de apenas 31,3%, número baixo para qualquer medida, especialmente para os Splash Brothers. Sinceramente, nem precisa apelar a qualquer número para afirmar que o Cavs tem sido o time superior nestes primeiros três jogos, vencendo o terceiro por 96 a 91 para assumir o comando da série. O que não quer dizer que as coisas já estivessem resolvidas. O Warriors tirou 14 pontos de vantagem em menos de seis minutos e meio no quarto período, chegando a encostar  em 81 a 80 a 2min45s. Stephen Curry despertou e começou a entender como atacar a forte defesa do Cleveland.

LeBron x Iguodala, Cavs x Warriors

>> Jogo 4: Cavs entrou de All In. O Warriors tinha mais fichas
E mais: O (outro) jogo de equipe do Warriors contra rival limitado

No pôquer, all in quer dizer algo como “tudo ou nada”. É quando o jogador pega as fichas que tem e empurra tudo para o meio da mesa. Ou rouba o monte, ou já era. O mestre do carteado pode até oferecer uma explicação mais rica, mas a essência é essa. O Cleveland Cavaliers pegou o termo emprestado e o usou como um trocadilho ao elegê-lo como lema para os playoffs. Virou algo como: “Todos juntos nessa, vamos lá, dando tudo”.

Pois, nesta quinta-feira, o Cavs até que tentou lutar no segundo tempo, mas não conseguiu impedir que o Golden State Warriors vencesse por 103 a 82 para igualar as #NBAFinals em 2 a 2, voltando para casa agora para fazer valer seu mando de quadra no próximo domingo. Steve Kerr estava em pressionado demais para esse confronto mas conseguiu se desvencilhar com um movimento bastante agressivo, corajoso, e, ao mesmo tempo, talvez o único que lhe restasse para tentar virar o tabuleiro, praticamente abolindo a escalação de um pivô tradicional, o famoso cincão, no seu time. Tirou Andrew Bogut do time titular e inseriu Andre Iguodala. Estava oficializada a “Escalação da Morte” do Warriors.

>> Jogo 5: A Apresentação que estava faltando para o MVP Curry

Stephen Curry estava precisando de uma partida dessas. Para fazer justiça ao seu campeonato magnífico. Não que estivesse jogando mal. Nas últimas duas partidas, já havia feito algumas coisas memoráveis. Mas estava faltando uma atuação seminal, assim como foi toda a sua campanha. Nas palavras de Everaldo Marques… Bingo! Aconteceu neste domingo, e o Golden State Warriors agora está a uma vitória do título, tendo vencido o Cleveland Cavaliers por 104 a 91.

LeBron James conseguiu o segundo triple-double nestas #NBAFinals, mas foi privado da comemoração, diferentemente do que havia acontecido no Jogo 2, quando saiu de Oakland com o mando de quadra ao seu favor. Aquela foi mais uma exibição primorosa do astro, o melhor jogador desta série decisiva, sem dúvida. Até mesmo coadjuvantes como Matthew Dellavedova e Andre Iguodala já tiveram seus momentos definitivos. Numa série sensacional, com suas idas e vindas, faltava, então, uma exibição magnífica do MVP da temporada. E aí vieram os 37 pontos em 42 minutos, com sete bolas de três pontos em 13 tentativas.

Iguodala, o MVP das finais. Curry, o melhor da temporada

Iguodala, o MVP das finais. Curry, o melhor da temporada

>> Jogo 6: Warriors é o queridinho da América. Nem sempre foi assim

Eles estrelaram contra LeBron James as #NBAFinals de maior audiência nas transmissões da ABC. Stephen Curry foi alçado ao rol dos jogadores mais populares da liga. O estilo de jogo é vistoso, frenético, empolgante. Eles se tornaram os queridinhos da América, antes mesmo da conquista do título nesta terça-feira, com uma vitória por 105 a 97 sobre o Cleveland Cavaliers para fechar a série.

Não tem muito o que ser dito sobre este Jogo 6, em relação ao que se passou nos últimos duelos (comentários linkados logo abaixo). O Cavs fez o que podia com o que havia de disponível. David Blatt não conseguiu criar um fato novo na série – e sabe-se lá qual fato poderia ser esse, com um banco de reservas muito limitado devido aos desfalques de Kyrie, Love e Varejão e a surtada básica de JR Smith, dos profissionais milionários mais imaturos que a gente vai ver por aí. Não dava para esperar nada de Mike Miller, Shawn Marion ou Kendrick Perkins.

O Golden State realmente venceu como conjunto. É nessa hora que vale a pena recuperar o histórico de alguns dos personagens. Quem são esses caras, afinal? E aí que se dá conta de que nem sempre foi assim. Nem sempre foram as figuras mais aplaudidas do pedaço. Muitos daqueles que hoje são celebrados já ouviram muitos “nãos” na carreira, a começar pelo MVP da temporada regular.

Outros dois textos que seguem valendo? Uma retrospectiva das trajetórias de Warriors e Cavs até uma final de NBA. São duas das franquias que mais foram castigadas em uma liga extremamente competitiva, seja por azar ou incompetência pura:

>> Golden State: décadas de trapalhada antes entre duas finais
>> Tudo por LeBron: os malabarismos para convencer o astro

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