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Sobrinho de Leandrinho tenta a chance na D-League da NBA
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Giancarlo Giampietro

Ricardo Barbosa, sobrinho de Leandrinho, armador, Osasco

Ricardo Barbosa, armador de 20 anos e 1,85 m de altura, está tentando a sorte nos Estados Unidos também. O jogador se inscreveu no Draft da liga de desenvolvimento da NBA, a NBADL – também popularmente conhecida como D-League. Mas quem seria Ricardo? Era a pergunta de um scout da liga principal norte-americana quando veio me informar sobre essa pequena surpresa na lista oficial que recebera pela manhã. Bem, estamos falando de um sobrinho do Barbosa mais famoso em tempos recentes do basquete nacional: Leandrinho.

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A princípio, minha pergunta para o olheiro foi de espanto: Ricardo quem? Também não conhecia, e havia pouca informação disponível por aí no Google. Checar informações nas federações nacionais nem sempre é a tarefa mais fácil, mas com ajuda da comunidade nerd basqueteira, como o pessoal do Mondo Basquete, e de grandíssimos torcedores do Pinheiros, conseguimos juntar as peças.

Quando obtive acesso à lista oficial – agora já divulgada pela D-League com alguns nomes interessantes como Marquis Teague, Erik Murphy, o dominicano Eloy Vargas e o canadense Brady Heslip –, chamou a atenção o agente que o representava: Sam Goldfelder, cujos atletas vão ganhar mais de US$ 57 milhões nesta temporada da NBA. É um cara poderoso, que conta com Blake Griffin como principal cliente. Quando fui conferir quem mais ele representava, lá estava Leandrinho.

Por aqui, pouco se escreveu sobre Ricardo. A primeira ocorrência que encontrei foi um texto do extremamente valioso blog da Liga Nacional de Basquete, o Território LNB. Numa lista de “novos talentos”, identificando nada menos que 25 jovens atletas para serem acompanhados na LDB de 2013. Ô loco. Ricardo, inscrito pelo Pinheiros – clube que seu tio defendeu depois da cirurgia por que passou no joelho, antes de voltar ao Phoenix Suns –, apareceu na posição 18, com a seguinte descrição: “Nascido em 1994, mostrou uma grande evolução da 2ª para a 3ª edição da LDB. Em São Sebastião do Paraíso mostrou muita versatilidade, começou jogando na 2 e assumiu a armação principal do time após a contusão de Gustavoa Ceccato. Boa defesa e, no ataque, um faro pra encontrar os buracos no sistema adversário”.

Ricardo Barbosa, jogando pelo Pinheiros na LDB

Ricardo Barbosa, jogando pelo Pinheiros na LDB

O garoto, que é filho de Arthur, irmão mais velho de Leandro e uma grande influência na trajetória ímpar do ala-armador, não foi aproveitado pelo time principal do clube da capital paulista, no entanto. Antes, na base, havia jogado pelos times menores de Hebraica e Palmeiras.

Neste ano, Ricardo assinou com o time de Osasco. E foi pesquisando no perfil do clube no Facebook que encontramos também o Eduardo Barbosa, irmão mais velho de Ricardo, que já havia ganhado suas manchetes no passado por ter assinado com o Londrina em 2010. Em termos de clube, Eduardo teve na base a mesma trajetória do caçula, tendo estudado também por dois anos nos Estados Unidos. Na equipe paranaense, que passava por situação financeira bastante grave, trabalhou com o técnico Ênio Vecchi. Justamente o comandante de Osasco.

Agora, o jovem atleta tenta dar um grande salto. Ele é um dos cerca de 180 atletas que estão disponíveis para as franquias da D-League selecionarem neste sábado, pela tarde – 11 deles têm experiência de NBA. Entre eles também consta o veterano armador Luther Head, ex-Houston Rockets, companheiro de Deron Williams na universidade de Illinois, e Chris Smith, o irmãozinho do JR. David Stockton, armador revelado por Gonzaga, nunca jogou lá, mas também tem um sobrenome de peso, com pai famoso.

Como funciona o Draft? São loooongas oito rodadas de escolhas para as 18 franquias. Tal como na liga principal, esses picks estão sujeitos a trocas, e tal, com muitas delas já interferindo na ordem de escolha deste ano. As negociações, porém, só podem acontecer até esta sexta-feira. Não estranhem se Ricardo for selecionado pelo Santa Cruz Warriors, filial do Golden State, de Leandrinho. Na campanha passada, eles contaram com Seth Curry, por exemplo. Esse tipo de acordo é normal.

Dos 18 times, 17 têm vínculo exclusivo com, digamos, seus irmãos da NBA. O único fora da brincadeira é o Fort Wayne Mad Ants, justamente aquele de melhor nome, que acaba sendo forçado a abrir espaço em suas fileiras aos demais 13 clubes da liga administrada hoje por Adam Silver. O Toronto Raptors, de Bruno Caboclo e Lucas Nogueira, está no meio dessa confusão, diga-se.

O training camp dos times começa no dia 2 de novembro, enquanto a largada da temporada regular será no dia 14. Na véspera, os clubes precisam definir seu elenco oficial de 10 atletas. A origem dos jogadores não precisa ser apenas via draft. O site oficial explica tudo em detalhes, mas basicamente os times de cima têm direito de “reservar” alguns atletas para seus afiliados (num limite de quatro). Além disso, durante o calendário regular, sabemos muito bem que há constante intercâmbio entre os dois campeonatos. Brasileiros como Vitor Faverani, no campeonato passado, antes de se lesionar, Scott Machado e Fabrício Melo já passaram por essa rota.


O dia em que o Vasco da Gama e Mingão encararam o Spurs e as Torres Gêmeas
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Giancarlo Giampietro

Uma coisa vai levando a outra, e a outra, e a outra, navegando, e de repente pinta algo inesperado. Estava assistindo ao “Pontapé Inicial” da ESPN Brasil, passaram os gols de um duelo antigo entre Vasco e Internacional pelo Brasileirão, me deu vontade de acessar uma lista de jogadores históricos vascaínos, caí no verbete do clube na Wikipedia em inglês e lá, em meio a muitos e outros tópicos, havia o de “outros esportes” (que não o futebol). E, neste tópico, uma recordação bem legal que, admito, estava esquecida aqui na caixola: que no basquete o Vasco foi o primeiro time brasileiro a encarar um rival de NBA.

Foi em 1999, em Milão, pelo extinto McDonald’s Championship, que funcionava como uma espécie de campeonato mundial, de dois em dois anos. Naquele ano, o clube carioca entrou em uma fase preliminar, na qual bateu o Adelaide 36ers por 90 a 79. Nas semifinais, conseguiram uma bela vitória sobre o Zalgiris Kaunas, tradicionalíssima fábrica de craques lituanos, por 92 a 86, na prorrogação. Então na decisão se depararam com o San Antonio Spurs e suas “Torres Gêmeas” – o jovem Tim Duncan e o veterano David Robinson. Não deu muito jogo para o time dirigido pelo porto-riquenho Flor Meléndez: 103 a 68.

É claro que o YouTube teria um compacto da partida nos esperando. No vídeo abaixo, em transmissão também da ESPN (narração de Milton Leite e comentários do Zé Boquinha), vocês podem ver Demétrius, Charles Byrd, Rogério Klafke, Janjão, Vargas, Sandro Varejão, Aylton Tesch e o… Mingão! Baita saudade do Mingão, daqueles clássicos malucos entre os cariocas nos anos 90. Pelo Spurs, tem Avery Johnson, Terry Porter, Mario Elie, Steve Kerr, Antonio Daniels e mais. Confiram:

 

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Outro vínculo óbvio do Vasco com a NBA é o pivô Nenê. O paulista de São Carlos estava jogando pela equipe cruzmaltina quando decidiu largar tudo e partir para uma aventura até então inédita por aqui: ir para os Estados Unidos e passar alguns meses em preparação específica para o Draft da NBA. Guiado por seu ex-agente Michael Coyne, ele ficou em um ginásio no estado de Ohio, trabalhando seu físico já respeitável e a técnica. Acabou selecionado na sétima posição, pelo New York Knicks, mas a mando do Denver Nuggets, envolvido em uma troca por Antonio McDyess. Para liberar o pivô, no entanto, o Vasco exigiu o pagamento de multa rescisória, mesmo que estivesse devendo meses de salário para o jogador. A CBB, na época gerida por um presente de grego, intercedeu a favor do clube. Essa foi a origem das divergências entre Maybyner Hilário e Gerasime Bozikis, aquele que tenta retomar o poder em 2013. Afe.


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