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Brasil x Argentina e questão de estratégia
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Giancarlo Giampietro

Huertas x Prigoni, velhos conhecidos

Huertas x Prigoni, velhos conhecidos

Ótimo que a seleção brasileira já tenha a chance de enfrentar a Argentina nesta sexta-feira. A final do Super 4 em Buenos Aires apresenta dois times candidatos a pódio nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Em confrontos desse tipo, há todo o tipo de estrateégia envolvidos, e não só apenas em termos de pranchetas riscadas.

Dá confiança vencer um adversário direto – e se for contra um arquirrival histórico, tanto melhor. Não só interna, para o grupo, como repercute também internacionalmente. Vai tomar nota, por exemplo, o Sergio Scariolo, técnico da Espanha, ainda mais tendo gente  da FEB presentes na capital portenha para ver tudo de pertinho. Pode funcionar como uma espécie de recado: ei, galera, estamos aí, com tudo e sério.

Agora, até que ponto vale brigar por uma vitória dessas? O quanto das suas cartas você mostra e o quanto guarda na manga?

Claro que não há muitos segredos, em termos técnicos, entre brasileiros e argentinos. Quantas vezes Alex marcou Ginóbili em sua vida? Quantas vezes Scola teve de trombar com Splitter ou Varejão? E o Leo Gutiérrez já soltou quantas bombas de três na nossa cabeça? E o Prigioni já ficou comendo poeira atrás do Huertas também.

No aspecto tático, porém, ambos os lados esperam, torcem para que haja alguma novidade, a despeito da adesão de ambos ao sistema único, que o professor Paulo Murilo dscute sempre tão bem.  E quantos desses truques podem ser mostrados agora, de forma tão precoce assim, tendo em vista o grande jogo de verdade, daqui a algumas semanas, em Londres? Duvido que Magnano ou Llamas o façam. Ainda mais no caso do brasileiro – 😉 –, que enfim conta com sua equipe completa.

Outro detalhe é que os argentinos começaram sua preparação cerca de duas semanas depois. Para um time que já é (bem) menos atlético que o brasileiro, isso pode fazer bastante diferença.


Seleção vence ‘coletivo’ contra o Chile
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Giancarlo Giampietro

Tiago Splitter contra o Chile

Na falta de adversário mais forte, vai contra o Chile, então. Em abertura de torneio amistoso em Buenos Aires, a seleção brasileira fez uma espécie de coletivo oficial nesta quinta-feira contra um time que apanharia mesmo de nosso time B que foi mal no Sul-Americano. Terminou 110 a 64.

Valeu para quê?

– Bem, Leandrinho pôde (me deixem com meu próprio acordo ortográfico) desenferrujar um pouquinho puxando contra-ataques, em sua primeira exibição pela equipe desde o Mundial de 2010. Splitter também precisava de alguns minutinhos a mais.

– Outro ponto é o básico “reconhecimento de quadra” para poder enfrentar a Argentina, os donos da casa, no dia seguinte. Desde que, claro, vençam a galera da Espanha B, em partida que deve ser um pouco mais complicada.

– Nenê e Marquinhos nem tiraram o agasalho e foram poupados. Alguma coisa mais séria? Precaução em relação a quê? No fim, eram 11 fardados de 13 possíveis.

– Na rotação de pivôs sem Nenê, Tiago foi o titular, com Giovannoni ao seu lado. Caio Torres foi primeiro a sair do banco, na metade do primeiro quarto. Varejão entrou no finalzinho dessa parcial. Augusto foi acionado na metade do segundo quarto, com a 13 do Nenê, e jogou bem menos. Indício de corte?

– Entre os armadores, Huertas começou o jogo, deu lugar a Larry, que, depois, teve a compahia de Raulzinho – ficaram dois armadores em quadra, uma vez que a equipe estava com um ala a menos. Tudo no período de abertura também. Os dois reservas, diga-se, não tiveram uma atuação tão animadora assim.

– Há um ala chileno, Jorge Schuler, que é sósia de Luis Scola. Mas é amanhã que devemos enfrentar a fera de verdade.

– Numa rodada preliminar, o ginásio portenho Luna Park lotou. Torneio na capital argentina. Bem diferente do que tivemos por aqui na semana passada e vamos ter na próxima semana. Reforçando: BEM diferente a atenção dada ao time nacional. Deles, no caso.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada


Quando Nenê e Varejão surgiram
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Giancarlo Giampietro

São lembranças remotas, mas que acho que valem resgatar agora, vendo Nenê e Anderson Varejão dividindo o garrafão brasileiro pela primeira vez – de verdade – desde 2003. De lá para cá, quando um pôde, o outro não estava.

Em 2001, os jovens pivôs estavam basicamente sendo apresentados ao basquete internacional na disputa do Sul-Americano masculino. Hélio Rubens era o técnico, iniciando um processo de troca de guarda no time que mesclava Helinho, Demétrius, Vanderlei, Sandro Varejão com gente mais nova.

Anderson e Nenê era duas quase-varetas, bem crus ofensivamente, mas já com muito potencial físico e energia, já conseguindo causar impacto por isso. A seleção foi até a final, sendo derrotada pela Argentina por 76 a 69 na final. Na época, Luis Scola nem cabeludo ainda era – no encerramento da fase regular, os comandados de Magnano já haviam vencido por 64 a 60, num jogo bem parelho.

A despeito de o resultado ter apresentado mais do mesmo – vitória argentina, no caso –, foi ali na cidade de Valdivia, no Chile, que começou o sonho de toda uma geração. Pela primeira vez garotos brasileiros eram discutidos por scouts da NBA, começando a pipocar em lista de sites especializados e a serem descobertos. O adolescente Tiago Splitter, 16, ainda estava num grupo de “próximos-Dirk-Nowitzkis”, por exemplo.

Após um longo período separados, eles agora enfim se unem, já bem mais encorpados, realizados financeiramente, conhecidos por todos no meio. No que vai dar isso?

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada


Os ajustes de Varejão, a defesa de Alex, os passes de Nenê: começa bem a seleção
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Giancarlo Giampietro

Por motivos de razão conjugal – sacumé… –, atrasamos por toda a eternidade de um dia nossas notinha sobre a vitória do Brasil de Magnano sobre a Grécia.

(É legal escrever Brasil de Magnano, né?)

Depois de visto o VT nesta sexta, vamos lá:

– Repararam como o Anderson Varejão se sente muito mais confortável no ataque quando joga de verde e amarelo? Rebobine e tente achar algum clipe da Copa América de 2009, com Moncho, e confirmarás. Em Cleveland, o pivô teve mais liberdade na última temporada, mas dificilmente está livre, leve e solto com a bola nas mãos. Pela seleção, uma subta transformação. Ele corta com e sem a bola para o aro, gira, improvisa bandejas etc. Uma beleza. Sua agressividade defensiva é traduzida do outro lado.

Alex x Spanoulis

Alex sobe para bloquear Spanoulis

– Por outro lado, Varejão teve alguma dificuldade para conter o ala-pivô Georgios Printezis, que vive a melhor fase de sua carreira, diga-se. Mais ágil, combativo, igualmente energético, o jogador que fez a cesta do título da Euroliga pelo Olympiakos anotou dez pontos no quarto inicial do amistoso, se desgarrando facilmente do capixaba. A defesa é o forte de Anderson, mas nos últimos anos ele vem jogando muito mais como um “5”, cobrindo adversários mais fortes e pesados. No mundo Fiba, ele vai lidar com gente um pouco menor, que flutua bem mais. Isso vai pedir uma revisão de cacoetes do brasileiro. Natural, ainda mais para quem ficou tanto tempo inativo.

– Nenê sempre teve o passe como uma de suas habilidades mais subestimadas – lembram quando George Karl até implorava para o pivô ser um pouco mais egoísta? Varejão vai se cansar de fazer bandeja e ganchinho próximos ao aro, atento que está à assistências do companheiro. Os alas também devem ficar atentos quando cortam pelo garrafão.

– Foi bem divertido acompanhar Alex perseguindo Vassillis Spanoulis no primeiro tempo em São Carlos. É um páreo duro acompanhar o escolta grego, mas para o ala de Brasília isso não representa nenhum problema. Dá para dizer que ele até gosta. O veterano desfruta de uma situação bem cômoda no NBB, enfrentando pouca resistência. De qualquer forma, não deixa de ser uma pena que ele não esteja numa Euroliga, combatendo a cada rodada, tal como fez pelo Maccabi anos atrás. (PS: no quarto período, foi a vez de Larry cuidar bem do astro grego).

Varejão x Printezis

Varejão: diferenças no mundo Fiba

– No terceiro quarto, o garoto Raulzinho teve muitos problemas para encarar a marcação sob pressão oponente, especialmente com Nick Calathes fungando sem parar. Houve uma sequência em que ele cometeu três turnovers seguidos, resultando em contra-ataques para os gregos.

– O confronto com a Grécia apresentou também uma realidade bem diferente ao Brasil de Magnano (hehehe), comparando com o que vimos diante de nigerianos e kiwis. Contra um time mais estruturado, com cinco armadores/escoltas acima da média, a agressiva defesa brasileira forçou menos erros e pontuou menos em cestas fáceis. Mas não se avexem: o time elevou seu padrão ofensivo e venceu uma equipe de primeiro escalão, mostrando que tem mais recursos e opções para se impor.

– A Grécia é um grande time, mas perde muito sem Dimitris Diamantidis e os 15, 20 minutos de pancadaria com o Baby Shaq Sofoklis Schortsanitis.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada


Amistosos para definir reservas de Huertas
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Giancarlo Giampietro

Bom, a Seleção foi para a quadra, em São Carlos, nesta semana, para fazer suas primeiras partidas preparatórias rumo a Londres-2012, depois do início dos treinos no dia 10 de junho. Se hoje estamos no dia 27, quer dizer que foram pouco mais de duas semanas de preparação com os rapazes em São Paulo – tirando Splitter e Huertas que chegaram um pouco depois e os três promovidos do Sul-Americano.

Não dava para esperar, por isso, uma equipe nacional tinindo. Magnano costuma “acabar” com os atletas em seu início de treino, a formação de uma rotação – se é que vai se apegar a isso – deve estar distante em sua camisa, e o time, a despeito de uma certa base que se repete há tempos, não jogava junto desde Mar del Plata.

De todo modo, se a bola subiu, já vale tomar nota.

Naturalmente, estava todo mundo pensando em Leandrinho e Nenê, no retorno dos dois ao time, se adequando a um grupo fortalecido pela conquista da vaga olímpica. Depois tiveram de esquecer o ala-armador, que está sem seguro e não joga em São Carlos. Oooops.

Prefiro, neste primeiro momento, voltar as atenções para estes sujeitos aqui:

Armadores da Seleção duelam

Marcelinho enfrenta marcação de Nezinho

Larry marca Huertas em treino

Marcelinho enfrenta marcação de Larry(nho)

Raulzinho enfrenta marcação de Nezinho

Raulzinho enfrenta marcação de Nezinho

Nezinho enfrenta marcação de Raulzinho

Nezinho enfrenta marcação de Raulzinho

Isso, os armadores.

Pode haver alguma dúvida entre Caio Torres e Augusto Lima, dependendo do que Magnano projete para o jogo olímpico – batalhas físicas, lentas no garrafão, ou um jogo mais atlético, veloz, mas que não perde em intensidade

Huertas pode não ter participado do massacre que foi a temporada loucauteada da NBA, mas avançou longe com o Barcelona na Espanha e foi o último a se apresentar. Desde que esteja bem fisicamente, ninguém vai se preocupar com isso – esse é garantido.

Agora, se recuperarmos o que se passou em solo argentino no ano passado, nosso titular por muitas vezes jogou a partida inteira sem descanso, porque Magnano parecia não confiar em quem tinha no banco. Não dá para evitar, então, dessa vez, observar atentamente Larry, Raulzinho e, sim, Nezinho.

Quem vai entrar em quadra primeiro? Cada um num jogo? Quantos minutos vai ficar? Qual o seu sucesso em organizar o time ofensivamente, reduzir os erros e pressionar o armador adversário? Atenção nesses e outros detalhes.

Pode ser cedo, bem cedo para avaliar o conjunto todo.

Mas, no caso da armação e da definição dos 12 olímpicos, o processo já está bem adiantado, na verdade. Magnano vai definir seu grupo após os amistosos em Foz do Iguaçu. Serão nove jogos até lá. Para os armadores brasileiros, vai passar voando.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada.