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Arquivo : Pau Gasol

Drama em LA: Lakers vence, mas perde Kobe; mídia americana já teme por fim de carreira do astro
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Giancarlo Giampietro

Kobe Bryant x Tendão de Aquiles

Kobe Bryant x Tendão de Aquiles

Pode parecer que falta assunto, né?

(Mas não falta, e tenho de arrumar um tempo para comentar de modo apropriado o triunfo do Pinheiros na Liga das Américas.)

Rapidinho, então, comentando a possível despedida de Kobe Bryant da temporada – e, de repente, glup!, de sua carreira.

Sim, pode parecer que falta assunto e também pode parecer sensacionalismo. Mas os primeiros relatos que vêm de Los Angeles informam que o superastro teria rompido seu tendão de Aquiles no pé esquerdo em mais uma vitória dramática do Lakers na tentativa de se apegar ao oitavo lugar dos playoffs no Oeste.

Ninguém tem ainda o diagnóstico correto ainda, não antes de se realizar uma ressonância magnética neste sábado, mas o setorista Dave McMenamin, do ESPN.com LA, diz que “você pode ver a lesão de Kobe no rosto de todas as pessoas no vestiário do Lakers: jogadores, técnicos, assessores, bicões e até mesmo na mídia”.

Tipo velório, mesmo.

O Lakers venceu por 118 a 116 – aiaiai, Stephen Curry, e se me cai aquele chute???? – e ainda mantém uma vantagem de uma vitória para cima do Utah Jazz,.

(O Jazz, aliás, bateu o Minnesota Timberwolves em casa, restando apenas duas partidas para ambos na temporada. A equipe de Salt Lake City precisa vencer apenas uma partida a mais para assegurar sua própria dramática vaga nos mata-matas – lembrem que, independentemente de uma eliminação já nas primeiras rodadas, a mera participação nos playoffs rende uma baita grana para os clubes, uma soma que, para Utah, seria ainda mais preciosa).

Ok, voltando: o Lakers venceu, se mantém em oitavo, e tal, mas pode ser que tudo tenha chegado ao fim, de todo modo, nesta sexta. Vai sempre ter esse temor de que, a essa altura, uma lesão dessas, que pediria cirurgia, possa encerrar uma das carreiras mais gloriosas do esporte, e esse foi o tom predominante na repercussão imediata na mídia norte-americana.

Por sua conta, Kobe sendo Kobe, ele fugiu de qualquer pegada apocalíptica, mas não conseguiu esconder a decepção pelo acontecido. Chorando – sim, Kobe Bryant chora! –, afirmou que “só esperava que a lesão não fosse o que ele já sabia que era”. Uma bela frase que podia se encaixar em qualquer canção de rock, né?

Em uma entrevista tocante, disse ainda que já consegue se irritar com quem pense que sua carreira terminou por aqui, que não conseguia andar, que se sentia simplesmente como alguém que não tinha mais um tendão de Aquiles e que, agora, só resta fazer o exame, passar por uma cirurgia e se recuperar.

E o Lakers?

Consegue seguir em frente depois de algo tão chocante assim? O time agora pode botar em prática a movimentação de bola com a qual Pau Gasol (triple-double contra o Warriors, com 26 pontos, 11 rebotes, 10 assistências, genial) sempre sonhou?

Nesse ponto, francamente, pouco importa.

Você pode odiar o Lakers. Odiar Kobe Bryant. Torcer para o Celtics. Ou para o Spurs. Você pode detestar tudo o que é notícia da NBA em geral. Mas você só não pode esperar que essa realmente tenha sido a última apresentação do craque.

*  *  *

Antes de se retirar de quadra, depois da lesão, dando lugar a Ron Artest com 3min05s de jogo, Kobe converteu seus dois lances livres, empatando o jogo em 109 a 109. Não havia conseguido, desta vez, colocar seu time na frente. O Lakers bateu o aguerrido, mas ainda inexperiente Warriors, lembrando, por dois pontos.

*  *  *

É meio que absurdo, mas era o preço que Kobe concordara em pagar. O sujeito teve média de 45,2 minutos por jogo neste mês de abril, o maior tempo de quadra de TODA a sua carreira em um mês, aos 34 anos, 17 de NBA.

 


Mais um jogo incrível de Kobe para o Lakers, que vai se segurando em oitavo
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Giancarlo Giampietro

Kobe Bryant no limite

Aguenta aí, Kobe

Imagine todo este esforço em vão?

Kobe Bryant, sinceramente, não pode nem pensar numa coisa dessas.

Não quando, aos 34 anos, no jogo de número 1.238 de sua carreira em temporadas regulares, a 77ª partida no atual campeonato, com média absurda de 38,4 minutos por embate, vindo de uma desgastante apresentação na véspera, ele ainda tira forças sabe-se lá de onde para somar 47 pontos, 8 rebotes, 5 assistências, 3 roubos de bola e 4 (!!!) tocos, convertendo todos seus 18 lances livres e matando 14 em 27 arremessos, para liderar o Lakers em (mais uma) dura vitória, dessa vez contra o Portland Trail Blazers, por 113 a 106.

A essa altura, nem importa mais contra quem e como, o que o superastro só quer saber é de uma vitória atrás da outra, restando muito pouco para o final da campanha, e seu time brigando do jeito que dá por uma suada-ao-mesmo-tempo-obrigatória-ao-mesmo-tempo-humilhante oitava colocação e classificação no Oeste.

Kobe, recorde no Rose Garden

Mais 47 pontos e contando para Kobe Bean

Está certo que não há mais nenhum resquício de rivalidade entre Lakers e Blazers, mas vencer no Rose Garden ainda é um páreo duro, e Bryant precisou de uma apresentação histórica para guiar seu time nessa, registrando mais um recorde na sua carreira: ninguém havia feito 47 pontos no ginásio de Portland até esta quarta. Muito menos alguém de 34 anos com a rodagem que os joelhos de Kobe têm.

Ao contrário do que fez contra o Hornets na terça, com uma atuação exuberante no quarto período, no qual 23 pontos, o ala dessa vez participou de mais uma virada angelina como distribuidor, na última parcial, dando três assistências para o velho companheiro Pau Gasol (também decisivo) nos primeiros cinco minutos, coloacando enfim seu time na frente. Ainda anotou oito pontos, claro.

Por mais controvérsias que a estrela do Lakers (ainda) possa despertar, esse tipo de jogo não tem como ser contestado. Dentro de alguma das grandes apresentações que vimos neste campeonato, a dele nesta quarta-feira seguramente está entre as cinco ou três melhores. Levando em conta o contexto do jogo, da temporada e de que ponto está na carreira, é simplesmente inacreditável, mesmo Kobe sendo Kobe.

*  *  *

Com duas vitórias seguidas, o Lakers volta a abrir um jogo de vantagem para o Utah Jazz na disputa pela última vaga dos playoffs do Oeste: são 42 vitórias e 37 derrotas, contra 41 e 38, respectivamente, de seu concorrente. Lembrando que, caso dê empate entre as campanhas, o time de Salt Lake City ganha o oitavo lugar devido ao retrospecto no confronto direto.

Em sua tabela, restam só mais três jogos, todos contra times já classificados para os mata-matas: Golden State Warriors, San Antonio Spurs e Houston Rockets. Os três em casa. Warriors e Rockets duelam no momento para ver quem fica em sexto – algo que pode ser bastante valioso, considerando que, hipoteticamente, seria melhor enfrentar o Denver Nuggets na primeira rodada do que San Antonio ou Oklahoma City. Spurs e Thunder, aliás, ainda se veem numa luta ferrenha pelo primeiro lugar da conferência. Isto é, pode ser que os três clubes ainda entrem empenhados pela vitória, sem poupar ninguém. Ainda mais o Spurs, que certamente preferiria evitar se deparar com o rival em uma série melhor-de-sete.

O Utah ainda precisa enfrentar duas vezes o Minnesota Timberwolves (uma em casa, a outra fora) e o Memphis Grizzlies na última rodada. O Wolves está eliminado de qualquer disputa, não vai ter Kevin Love de volta e vem com desempenho irregular. Ao mesmo tempo que bateram o Thunder no dia 29 de março, apanharam nesta quarta por 111 a 95 do Clippers e perderam para o Raptors entre um jogo e o outro. Já o Grizzlies ainda pode tirar do Nuggets o terceiro posto.

*  *  *

Após 12 anos consecutivos, o Dallas Mavericks está eliminado dos playoffs. Dirk Nowitzki entrou em forma tarde demais, o elenco também não correspondeu conforme o esperado, e as esperanças matemáticas da franquia texana se encerraram com uma derrota para o Phoenix Suns, outra potência da década passada da Conferência que agora encara um duro período decadente.


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Um mutante
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

*  *  *

Apenas 12 dias depois de passar por uma cirurgia devido a uma ruptura de menisco, Ron Artest, o #mettaworldpeace, afirmou que volta a jogar pelo Lakers já nesta terça-feira, contra o Hornets. Inicialmente, o clube californiano previa que o ala fosse ficar afastado de quadra por até seis semanas. Fazendo as contas, então, quer dizer que ele volaria a jogar praticamente um mês antes do previsto.

Incrível! Alucinante! Como definiu Pau Gasol:

#mettaworldartQuer dizer, além de lunático, ótimo defensor e, ao que tudo indica, um parceirão, Ron-Ron já pode ser conhecido também como um mutante. “Eu o chamo de Logan agora, ele é o Wolverine. Extremamente impressionante”, afirmou Kobe Bryant, revelando uma inesperada predileção nerd, ao citar a grande estrela dos X-Men em uma conversa de basquete. Brook e Robin Lopez já têm companhia!

Artest está com a bola toda, agora, se sentindo. “Meus companheiros ficaram surpresos ao me verem trabalhando duro e correndo. Foram 14 anos sem problema algum, isso ajuda. Adivinhem só!”, tuitou no domingo, após ter revelado que seu médico, responsável pela operação, estava surpreso pela boa condição de seus joelhos a essa altura da carreira.

O único senão disso tudo é que, em forma, nosso anti-herói vai ficar mais tempo em quadra do que no sofá, abastecendo a Internet com suas preciosidades de pensamento, alegrando a moçada. Em entrevista recente, até o comissário David Stern afirmou que checa o Twitter duas vezes por dia e que a conta do ala do Lakers é uma ótima fonte de entretenimento.

\o/


Lesão de Kobe coloca pressão em Steve Nash na luta do Lakers pelos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Steve Nash, ânimo!

Conseguiria Nash replicar suas temporadas no auge pelo Suns, liderando o Lakers?

Então vocês já sabem que o Kobe Bryant, tentando mais uma cesta miraculosa em final de partida do Lakers contra o Hawks em Alanta, terminou por torcer o tornozelo, né? Que por enquanto não há previsão para quando ele poderá voltar a jogar – mas ninguém cravando também que ele vá realmente ficar fora de algum jogo da equipe. O que se sabe apenas é que a torção foi feia.

Kobe sendo Kobe, só não se espantem, por favor, se ele já estiver em quadra na sexta-feira contra o Indiana Pacers ou no domingo contra o Sacramento Kings. Estamos falando do mesmo cara que jogou longas sequências de partidas com ligamentos rompidos em seu pulso direito, com o dedo indicador da mão direita fraturado, fazendo uma infiltração depois da outra durante os playoffs de 2010 etc. etc. etc.

Com 34 vitórias e 32 derrotas, o Lakers supostamente não pode se dar ao luxo de preservar seu espetacular veterano por muito tempo, em uma briga ferrenha com o Utah Jazz pela oitava colocação do Oeste, ainda sonhando em alcançar, de repente, o Houston Rockets ou o Golden State Warriors e, tomando cuidado também com o Dallas Mavericks, que ainda está no páreo.

Agora, no caso de, glup, Kobe realmente ter arrebentado o tornozelo esquerdo, a equipe californiana pode ou dar adeus aos mata-matas, ou descobrir que Steve Nash é um armador de elite na NBA.

Sim, no caso de Kobe ficar fora por mais de uma semana, a pressão agora é toda do canadense.

Está certo que seu elenco, hoje, é bem enfraquecido. Se Mitch Kupchak e Jim Buss montaram um dos quintetos mais temidos da liga, falharam grosseiramente em encontrar jogadores baratos e decentes para o banco – enquanto um Chandler Parsons ou um Greg Smith se tornam barganhas em Houston, Darius Morris, Robert Sacre e Devin Ebanks só carregam isotônicos em LA. De qualquer forma, nas duas últimas temporadas, o cenário que Nash encontrou não era muito diferente, tendo de carregar um plantel medíocre do Suns em uma duríssima conferência. O resultado: 71 vitórias e 77 derrotas, para um aproveitamento de 47,9%, que talvez, talveeeeeez seja o suficiente para assegurar o oitavo lugar daqui  para a frente.

Seu melhor companheiro para a criação de jogadas em pick-and-roll era Marcin Gortat. Hoje, ao menos tem um Dwight Howard ao seu lado – e Pau Gasol poderá estar de volta na semana que vem. Um bom começo, não? De resto, seria torcer para que Jodie Meeks acerte a mão de três pontos e consiga elevar seu atual rendimento de 37,7%, que  é baixo para um suposto especialista, contratado apenas para isso, ocupando uma faixa salarial valiosa em um time que já não tem mais flexibilidade alguma para buscar reforços… Do contrário, ter priorizado o ala ex-Sixers em detrimento de Leandrinho pode se tornar um erro ainda mais grave e custoso nesta reta final de campeonato.

Mais importante, porém, é saber em que estágio estão as habilidades individuais de Nash com a bola nesta altura da campanha. Uma leitura difícil de se fazer. Afastado do santificado estafe de preparadores físicos e médicos do Suns, deslocado para outra função, será que ele consegue regressar no tempo e conduzir um eventual Lakers-sem-Kobe rumo aos playoffs?

Quando o Lakers contratou Nash no ano passado, foi uma bomba. Na hora de digerir a negociação, duas vertentes se desdobraram: pensando de modo otimista, o armador poderia aliviar a carga pesada que Kobe carregava em LA; por outro lado, sobravam dúvidas sobre o quanto seus estilos combinariam em quadra.

Inicialmente, uma fratura na perna de Nash não deixou outra opção: Kobe teria novamente de fazer um pouco de tudo em busca de vitórias. Quando o armador retornou, a temporada já estava toda avariada, com a troca de Mikes no comando e uma saraivada de críticas públicas dentro do elenco. No fim, foi decidido – por quem? – que Bryant continuaria dominando a bola por um tempo, com o Capitão Canadá funcionando como uma espécie de Super Steve Kerr ao seu lado. Arremessar melhor que Steve Blake, Jordan Farmar, Ramon Sessions, Derek Fisher e Smush Parker, opa!, a gente sabe que faz. Ô, se faz: somando arremessos de dois e três pontos e de lances livres, sua média de True Shooting ainda é excepcional, com 60,7% de acerto. Apenas no perímetro, ele converte 43,4% dos chutes, melhor marca nos últimos quatro anos.

De um modo geral, porém, a transição para o Lakers teve um impacto claro no jogo de Nash. Antes, ele brilhava controlando o show, chamando pick-and-rolls por toda a quadra, puxando contra-ataques mortais, chutando a partir do drible. Um pacote bem diferente do que se posicionar no lado contrário, esperando pelo passe, ou do que correr fora da bola buscando corta-luzes para ser municiado. Nos números, o impacto dessa mudança é claro: o armador toma conta de apenas 17,1% das posses de bola da equipe, bem abaixo dos 21,4% de dois anos atrás no Arizona. Além disso, suas posses de bola terminam em assistência em 31,7%, a média mais baixa de sua carreira desde 2000 – nas últimas temporadas, por exemplo, os índices foram de 50,9% e duas vezes 53,1%. Em termos de produção geral, seu valor despencou de 20,3 de eficiência para apenas 15,4, exatamente 0,4 acima da média da liga.

Sem a inesgotável criatividade de Kobe no perímetro, Nash terá de resgatar seu padrão de jogo que lhe deu dois prêmios de MVP na década passada, ou algo perto disso.

Não é da maneira como queriam, idealizavam, mas ele e Mike D’Antoni agora têm a chance de repetir as brilhantes campanhas em Phoenix. Com a diferença de que há, agora, muito mais (pressão) em jogo.


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Quem? Quando? Onde? Por quê?
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

*  *  *

Ron-Ron: whosdat?!

O #mettaworldpeace que nem sabe fazer cara de conteúdo

Se a gente gosta de se referir a Ron Artest como praticante do lunatismo, é porque ele anda sempre com a cabeça na Lua, né?

Mas claro.

Depois da sapatada que o Lakers tomou do arquirrival Boston Celtics nesta quinta-feira, nosso anti-herói revelou-se tão aturdido, que não sabia nada do que estava acontecendo ao redor do universo. Digo: de todo o o universo.

Seria natural que ele não soubesse a quantas anda o clamor popular contra aquele tal de Renan Calheiros. Sem problema. Agora… Que o Pau Gasol está seriamente lesionado e não vai poder jogar por no mínimo seis semanas, colocando novamente a temporada do Lakers na berlinda?! Não, ele também não tava sabendo. Disse aos repórteres ontem em Boston que precisou de o Steve Blake avisá-lo, no vestiário, sobre o que se passava com seu pivô espanhol preferido. 🙂

E mais: o #mettaworldpeace também teve de recapitular com Blake o desfecho da partida anterior contra o Brooklyn Nets, do qual Gasol havia ficado fora, sofrendo a lesão no segundo tempo, lembram?  “Ele não terminou o jogo?”, questionou o ala que venera Kobe Bryant e pouco antenado.

Para finalizar, quando questionado sobre o que ele achava deste revigorado Boston Celtics, em franca ascensão desde as perdas de Rajon Rondo e do calouro Jared Sullinger até o fim da temporada, ele também se mostrou surpreso. Mas, calma!, não sobre Rondo. “Quem é Sullinger? Quem é e esse?”, devolveu, todo interessado.

Por isso que não é de se estranhar, então, que ele tenha dito na véspera que considerava Dwight Howard um “soldado” e que não duvidava de sua saúde. Muito provavelmente Ron-Ron não estava ciente da forte pressão que Bryant e Nash estavam fazendo para o pivô retornar ao time. Porque dificilmente o nosso lunático contraria Kobe para qualquer coisa.

Agora, sim. Tá explicado!

(…)

Mas, peralá: tá explicado o que mesmo!?


Pau Gasol vai ao ataque e ameaça pedir troca se Mike D’Antoni continuar no Lakers
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Giancarlo Giampietro

Senta, que já vem história

Pau Gasol simplesmente não quer mais ficar sentado ao lado de Mike D’Antoni

Com Dwight Howard afastado por lesão, Pau Gasol retomou seu posto de pivô titular no Los Angeles Lakers e arrebentou. Somou 45 pontos, 22 rebotes e, opa!, 33 arremessos de quadra nas vitórias sobre o Minnesota Timberwolves e o Detroit Pistons. Foi sua melhor sequência na temporada, ajudando o time a encurtar, nem que seja um tico, a distância para Houston Rockets e Portland Trail Blazers na disputa por uma suada vaga nos playoffs da Conferência Oeste.

Então tá tudo bem com o espanhol, né?

Pfff… Nada disso.

Em entrevista de impacto ao LA Times nesta terça-feira, o barbudo colocou ainda mais lenha na fogueira que é a temporada do Lakers. Como se precisasse. Aliás, fogueira que nada. Já chegou ao ponto de queimada geral.

Na entrevista ao principal jornal da cidade, de relevância nacional, Gasol simplesmente decidiu dizer que pode pedir uma troca para a diretoria,caso Dwight Howard e Mike D’Antoni permaneçam, juntos, no clube, na próxima temporada.

Acontece direto, sabemos: o jogador está frustrado num clube, cansado de perder ou cansado da cidade – dizem que evitam Portland, por exemplo, porque lá chove muito. Agora… Essa última do astro espanhol foi novidade e extremamente bizarro. Ele inovou: se entendi bem, trata-se de um “suposto futuro pedido de troca que, quem sabe, poderá vir a acontecer de acordo com uma eventual condição”.

É a cara de Gasol.

Sensível, magoado com o modo como é tratado no Lakers, injustiçado, sem ganhar o devido respeito pelo bicampeonato que deu ao time (ao lado de Kobe Bryant, Phil Jackson, Lamar Odom, Andrew Bynum e Derek Fisher, claro).

De certo modo, dá para entender. Gasol realmente já foi esculhambado por muita gente dentro da franquia, desde os tabefes que levou de Phil Jackson em quadra, na humilhante derrota para o Dallas Mavericks em 2011, aos constantes ataques venenosos da Mamba Negra. Por fim, foi despachado em transação que levaria Chris Paul para uma outra Los Angeles, até que David Stern resolveu por fim ao negócio.

Machuca.

(Mas não é o fim do mundo, né? Ainda mais quando seu salário beira os US$ 20 milhões anuais e quando não se pode perder de vista que estamos falando de uma liga na qual Wilt Chamberlain, Shaquille O’Neal, Patrick Ewing, Hakeem Olajuwon, Scottie Pippen, Charles Barkley, Gary Payton e tantos outras estrelas completamente vinculadas a uma franquia já foram trocadas.)

Magoado, de qualquer forma, Gasol partiu para o (contra-)ataque. Quando o time mais precisa de seus serviços, enquanto Howard mal consegue erguer o ombro direito sem dores, ele decidiu abrir o bico para valer, em direção a D’Antoni, treinador que não consegue encaixar os dois pivôs em seu plano de jogo e desrespeitou, sim, o espanhol quando o enterrou no banco de reservas em sua estreia, insinuando que o sujeito estava atrapalhando em quadra.

Quer dizer, Gasol primeiro afirma que a culpa não é do treinador. Que ele teria seu sistema, com um grandalhão cercado por quatro jogadores abertos, e que quem o contratou sabia disso. Mas não passa de uma observação meramente cínica. Afinal, na entrevista a TJ Simmers, ele passa o carro por cima.

Segura:

– “Tenho a sorte de fazer o que faço para viver e ganhando muitíssimo bem para isso. Mas o que dói é que essa oportunidade única que temos com jogadores tão bons não está sendo aproveitada ao máximo.”

– “Eles tentam decidir como posso ser produtivo nesta mistura, enquanto sei que não estarei em uma posição para fazer o que faço e nos ajudar a vencer mais jogos. É frustrante, mas não vai me impedir de jogar duro em qualquer função.”

– “Não vou me deixar afetar. Ele (D’Antoni) está bagunçando com minha temporada, mas não minha carreira. Sei o que já conquistei, e ainda acho que sou um dos melhores jogadores do mundo.”

– “Num mundo perfeito, gostaria de ver nós dois (ele e Howard) dominando como um par no garrafão e facilitando as coisas para nossos companheiros.”

– “Nada vai mudar, mas não tenho dúvida de que poderíamos coexistir e dominar um jogo atrás do outro. Acredito 100% que, se estivesse começando as partidas ao lado de Dwight, chegaríamos aos playoffs. Apenas não sei se sair do banco torna o time melhor e com chance de vencer mais jogos.”

Chega?

Tudo isso foi com o gravador ligado. Imagine em off.

O Lakers enfrenta o Brooklyn Nets nesta quarta-feira. Imaginem como serão amistosas as interações entre os dois (Gasol, aliás, diz que mal fala com o treinador, a despeito de terem marcado um jantar para tentar resolver as diferenças, um encontro que o espanhol acha que até piorou  as coisas). Imagine também a zona mista depois da partida diante da mídia nova-iorquina, que sabe uma coisa ou outra sobre espalhar um incêndio.

Dependendo da repercussão, o possível-suposto-eventual pedido de troca pode ser antecipado pela diretoria do Lakers, liderada por um Jim Buss que não gosta de levar desaforo para casa. Foi sua a decisão pela contratação de D’Antoni.

E, não precisa nem reler as declarações destacadas acima, para entender que Gasol deu seu recado: é ele ou eu.


Astros, diretoria e técnico dividem culpa em fiasco do Lakers
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Giancarlo Giampietro

Os astros do Lakers diante de um fiasco

Quem poderia imaginar?

Houve quem apontasse o banco de reservas repleto de inutilidades. Que a idade dos astros poderia ser um problema. Que Dwight Howard estava retornando de uma delicada cirurgia nas costas. Que Mike Brown não daria conta do recado – e, posteriormente, que Mike D’Antoni talvez também não representasse a combinação certa.

Já são muitas ressalvas no parágrafo acima, é verdade.

Mas, de novo: quem poderia imaginar? Com Kobe Bryant, Dwight Howard, Steve Nash, Pau Gasol, o Lakers haveria de encontrar um jeito de vencer. Batata.

Com a temporada se aproximando perigosamente de sua metade, a célebre franquia californiana não consegue se encontrar. Apresentamos um dia desses alguns números de seus concorrentes como Blazers e Rockets para dizer que a luta pelos playoffs no Oeste não estava – ou está – perdida. Desde que os caras arrumem seu próprio time, claro. E aí vieram mais duas derrotas lamentáveis contra Raptors e Bulls para complicar qualquer equação.

O que acontece de tão errado?

Aqui vão alguns personagens que dividem responsabilidade numa campanha sofrida e extremamente decepcionante:

A dupla Mitch Kupchak/Jim Buss: os relatos que vêm de Los Angeles são contraditórios. Há quem diga que Kupchak não tem nada com isso e que é apenas usado pela família Buss como a bucha de canhão, aquele que tem de dar a cara a tapa para imprensa, jogadores e torcedores, mesmo com seu papel cada vez mais reduzido na gestão do time. Mas há quem diga que ele ainda seja fundamental nas decisões, sim. Vai saber. O ponto é que, depois de reunir um elenco deste peso, de forma até milagrosa, impossível de não se elogiar, a diretoria falhou sofrivelmente num outro ponto que nem é tão importante assim, imaginem: encontrar alguém que fosse capaz de dirigir suas estrelas. A insistência com Mike Brown foi um erro desde o começo. Estava mais que claro que o especialista em defesa não tinha o estofo para manipular ou direcionar tantas cobras criadas. Depois de um ano de lo(u)caute, desperdiçaram por completo o training camp fundamental deste ano ao empregar alguém que já estava (moralmente) demitido há tempos. Não era nem mais uma questão de “se”, mas só uma questão de “quando”. Pois bem. Com a possibilidade de assinar com um certo Mestre Zen, disponível e interessado, decidiram fechar com…

Mike D’Antoni: considerando o árido cenário tático que testemunhamos no Brasil, não deixa de ser interessante observar um treinador que se mantenha fiel a suas próprias convicções e filosofia. Ele tem uma visão de basquete clara. Porém, quando você só sabe trabalhar de uma maneira, não importando o elenco que tem em mãos, essa característica pode ser qualificada como teimosia, para não dizer burrice. Por quatro anos, seu plano de jogo pelo Phoenix Suns causou um impacto enorme em toda a liga, a ponto de dobrar até mesmo seu maior rival, Gregg Popovich. E não me venham dizer que não deu certo, que era um brilhareco: o Suns jogou por dois anos a final do Oeste, perdendo para times com Tim Duncan, Tony Parker, Manu Ginóbili, Kobe Bryant, Pau Gasol e Andrew Bynum, foi para os playoffs sempre e venceu 230 partidas (média de 57,5 por ano). Agora… querer repetir essa fórmula com esse plantel do Lakers não faz o menor sentido por diversas razões: 1) hoje ele tem um Steve Nash ainda bem preservado, mas oito (8!!!) anos mais velho do que encontrou pela primeira vez no Arizona; 2) se há alguma deficiência a ser destacada no jogo de Pau Gasol, é sua reduzida velocidade – ele é ágil em seu jogo de pés e lê com facilidade o que acontece em quadra, mas nunca foi de correr de um lado para o outro. Além disso, por mais que se esforce e, de vez em quando dê certo, devido a seu pacote técnico invejável, jamais vai ser um Dirk Nowitzki na linha de três pontos; 3) na verdade, fora o promissor Earl Clark, o ainda inexpressivo Darius Morris e o pivô reserva e baleado Jordan Hill, não há velocistas no time para se querer correr; 4) também não há nem chutadores em excesso para se espaçar a quadra. Então esta seria uma boa hora para D’Antoni rever useus dogmas e se mostrar um treinador mais pragmático.

Pau Gasol: ele até pode se justificar com motivos razoáveis, como o fato de já ter sido trocado pelo Lakers no ano passado, no famigerado negócio vetado por David Stern. Ficou magoado. Depois vem o Kobe alternando críticas indiretas ou diretas com afagos para o barbudo. Aí chega Mike D’Antoni com um sistema que não favorece e até atrapalha seu estilo. Tudo bem, entendemos. Mas, para quem é conhecido como um dos atletas mais cerebrais, inteligentes da liga, o espanhol andou reclamando demais nos últimos meses. Ainda mais agora, quando D’Antoni alterou sua rotação, buscando uma solução mais adequada para seus talentos – colocá-lo no banco para que ele possa jogar o máximo de minutos que puder sem a companhia de Dwight Howard, ficando mais próximo da cesta, em seu hábitat. Gasol chiou e disse que sempre foi uma “estrela titular” em toda a sua carreira. Mais infantil que isso não tem. O espanhol poderia se sentar uma hora dessas para bater um papo com um certo argentino narigudo do Spurs. Dá para tomar um chá e repensar o discurso.

Kobe Bryant: liderar por exemplo era o que Michael Jordan fazia, doendo em quem doesse – Steve Kerr, inclusive, já foi esmurrado pelo astro em um treino, num ato de imbecilidade do maior jogador de todos os tempos. Kobe sempre admirou MJ. A língua de fora, muitos movimentos com a bola e, a cada ano de um modo mais intenso, sua atitude fora de quadra. O superastro não aconselha, não conversa. Ele cobra. Em público mesmo. Cobra porque não deixa de jogar duro em um treino sequer, um jogo sequer etc. Em sua melhor temporada em muito tempo, nada mais do que justo? Podia até ser o caso. Mas, num caldeirão borbulhante como o desta temporada, não ajuda nada esse estilo confrontador. Por um tempo, tá certo, ele se manteve ao lado de D’Antoni, assim como havia feito com Brown. Agora, já começa a questionar o comandante. De todo modo, seu comportamento acaba sendo mais nocivo dentro do elenco, alienando os companheiros. Gasol já sofreu horrores com suas intempéries, e agora diversos rumores dão conta de que sua relação com Dwight Howard não é das melhores.

Agora digam qual o elemento em comum que permeia toda a dissonância entre os cinco personagens acima?

O ego inflado e irredutível.

Jim Buss não toleraria se desculpar e resgatar Phil Jackson. Mike D’Antoni é (foi?) tão celebrado como um gênio no ataque na década passada, então não daria o braço a torcer e adaptari seu sistema ou mesmo descartá-lo por completo. Pau Gasol se cansou tanto de apanhar em Los Angeles e não permitiria que um D’Antoni qualquer passasse por cima de seu status de estrela. Kobe Bryant é pentacampeão, um dos maiores cestinhas da história, o ídolo de ídolos como Nicholson ou Denzel, então não ousem dizer que ele deveria rever sua conduta.

Se esses figurões não conseguirem encarar com franqueza o fiasco que virou o time, sem arrefecer na defesa de suas agendas, vai ficando cada vez mais provável que o Lakers não vá para os playoffs no Oeste.

Inimaginável? Nem tanto.


Dois dados para encorajar o Lakers na briga por uma vaga nos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Kobe x Lin

O Lakers de Kobe conseguirá superar o Rockets de Lin?

Em Los Angeles, com relação ao Lakers, a alternância entre céu e inferno pode acontecer com uma frequência alarmante. No momento, com o time vencendo duas partidas consecutivas desde o retorno de Dwight Howard, a tendência é que comece a ser pintado novamente um céu de brigadeiro – mas bem sutil, né, porque a depressão pelo incrivelmente fraco início de temporada foi bem forte.

Então, meu amigo torcedor angelino, levantamos aqui alguns dados que podem ser mais animadores do que o basquete apresentado pelo time de Mike D’Antoni até aqui:

– o Houston Rockets, atual sétimo colocado, não vai nada bem quando se depara com adversários do duríssimo Oeste. A barba de James Harden, até esta quarta-feira, esteve presente em apenas sete vitórias em 22 confrontos, tendo perdido para o Dallas Maverics nesta quarta. Mantendo esse ritmo, dificilmente vão ter um aproveitamento superior a 50% ao final do campeonato (afinal, joga-se mais em sua conferência do que contra os da outra). Sem contr que o Oeste vai ficando ainda mais forte agora que o New Orleans Hornets e o Mavs estão completos, com Eric Gordon e Dirk Nowitzki entrando em forma.

– O Blazers, oitavo colocado, tem saldo de cestas de 2,1 pontos negativos. Historicamente, as equipes que ficam no vermelho não conseguem chegar aos mata-matas. Mas como se explica, então, a atual campanha de 20 triunfos e 18 reveses do grupo liderado por LaMarcus Aldridge? O clube de Portland está muito bem em duelos extremamente equilibrados, decididos por três ou menos pontos (6-2) ou na prorrogação (5-1). Novamente: levantamentos estatísticos indicam que esse tipo de situação tende a se equilibrar e que há um pouco de “sorte” na decisão de partidas assim – na terça-feira passada, aliás, a equipe perdeu a primeira no tempo extra, diante do Denver Nuggets.

Depois de tantas lesões e percalços, a família Buss só espera que os astros se alinhem a seu favor para a segunda metade do campeonato, de olho especialmente nesses dois pontos negativos de ao menos dois concorrentes em melhor situação na tabela – vale acompanhar também o Golden State Warriors, que começou o campeonato defendendo como nunca, mas perdeu rendimento nas últimas semanas.

Agora, de nada vai adiantar que Rockets e Blazers tropecem, se o próprio Lakers não melhorar seu retrospecto contra os times do Oeste, tendo até esta quarta  9 vitórias e 16 derrotas.

Para isso, deve arrumar sua cozinha, com muitas tarefas pela frente, entre as quais se destacam: 1) decidir o que fazer com Pau Gasol quando o astro espanhol se reabilitar da concussão sofrida em quadra; 2) arrumar a defesa, que não pode depender exclusivamente do vigor físico de Howard ou Artest (a atuação de Kobe contra Brandon Jennings e o Bucks foi uma ótima notícia nesse quesito); 3) aproveitar o ala Earl Clark por mais minutos, mesmo com o retorno de Gasol, e ganhar desta forma um reserva que possa ser mais útil que Chris Duhon e Darius Morris.

Antes de chegar ao grupo dos oito primeiros também é necessário ultrapassar Minnesota Timberwolves e/ou Utah Jazz. Sem Kevin Love, o Wolves fica em uma posição muito delicada para tentar voltar aos playoffs pela primeira vez desde a saída de Kevin Garnett, e só mesmo um trabalho inesquecível de Rick Adelman poderia segurá-los no páreo. O Jazz, por outro lado, segue numa tocada bastante consistente – não empolga, mas também não decepciona –, sendo muito forte em casa (12 vitórias nas primeiras 16 partidas). Resta saber se continuarão firmes em março, depois de encerrada a janela de trocas. Al Jefferson e Paul Millsap estão no último ano de contrato e podem ser negociados.

De qualquer forma, ao conferir as próximas rodadas, o fanático pelo Lakers tem mais dois pontos para monitorar além da produção de Pau Gasol: quando o Blazers voltar a uma prorrogação e quando o Rockets tiver um confronto na parte ocidental dos Estados Unidos, vale a secada.


Ainda é preciso paciência na hora de avaliar o renovado e irregular Los Angeles Lakers
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Giancarlo Giampietro

Fab Four do Lakers

Por Rafael Uehara*

As expectativas não poderiam ser maiores para o início de temporada. Depois de ser eliminado pelo Thunder em cinco jogos pela segunda rodada dos playoffs passados, o Lakers fez as duas maiores aquisições no mercado de verão, contratando Steve Nash e acertando a chegada de Dwight Howard via troca. Havia algumas dúvidas em relação ao tamanho do elenco da equipe e se Mike Brown era o homem certo para liderar esse grupo de estrelas, mas, em grande parte, a avaliação da crítica (oi!) era de que eles seriam uma superpotência e um candidato claro ao título.

Bem, caminhando para a conclusão do segundo mês de temporada, ainda não aconteceu. O Lakers perdeu 12 de seus primeiros 21 jogos, mesmo tendo encarado a décima tabela mais fácil  da liga até o momento, segundo os dados de Jeff Sagarin, do USA Today.  Mike Brown já é passado faz tempo, depois de a equipe ter perdido quatro de seus cinco jogos iniciais, e Mike D’Antoni assumiu o cargo. A mudança de técnico, por enquanto, ainda não foi significativa, já que eles perderam sete de 11 partidas com o novo comandante.

Kobe being Kobe

Não se esqueçam que Kobe estava por trás da mudança ofensiva de Mike Brown, hein?

As circunstâncias por trás dos tropeços em LA não podem ser  ignoradas, contudo. A equipe começou a temporada tentando empregar um novo ataque, o sistema de Princeton, porque Kobe Bryant havia feito um lobby especificamente pela volta de um sistema de leitura-e-reação (read-and-react), semelhante ao dos triângulos de Tex Winter e Phil Jackson. Nash, então, fraturou a perna no segundo jogo da campanha, em Portland. A direção da fanquia optou pela demissão de Brown, já sem aguentar mais tantas críticas de fora, especialmente por parte de, justo quem!, Magic Johnson – que, a despeito de ser um comentarista na ESPN, ainda continua, de algum modo, num papel de consultor da franquia… Vai entender.

D’Antoni chegou, mas o time ainda não conseguiu se reagrupar. Agora é a vez de Pau Gasol desacelerar devido a uma tendinite no joelho, que o forçou a perder os últimos quatro jogos. Ah, e não se esqueça que Howard ainda está trabalhando para voltar a sua melhor forma, a forma com que pode fazer a diferença em qualquer jogo, depois de sofrer uma cirurgia nas costas que lhe custou meses de jogos na temporada passada e de preparação para esta.

O Lakers tem alguns problemas crônicos que são realmente ameaçadores para a legitimidade de seu favoritismo. Fora Ron Artest, por exemplo, o time não tem alguém física ou atleticamente capaz para defender no perímetro. E, caso você pense em Kobe, tudo o que estará fazendo é expor uma certa desatenção na hora de ver o astro defender (ou, talvez, não defender nada) nos últimos três anos. De acordo com os dados da Synergy Sports, o Lakers é apenas o 14º na hora de defender jogadas no mano a mano, 22º ao marcar os arremessadores que usam corta-luzes para se desmarcar, 26º ao defender jogadores que cortam para a cesta e 18º na hora de cobrir contra-ataques.

Nash e Gasol no banco

Dois distintos senhores testemunhando o início fraco de campanha do Lakers

Estas estatísticas todas são focadas apenas na defesa exterior deles e que provam o porquê de a equipe ter tanta dificuldade diante de equipes dinâmicas como o Grizzlies e o Thunder – na verdade, até mesmo rivais como Knicks e Rockets já tiraram sua casquinha. E o retorno de Nash não vai resolver este problema. Com a atual configuração do elenco, a única solução para isso seria um Howard 100% em forma debaixo do aro – algo sobre o qual não sabemos ao certo ainda quando e se vai acontecer.

Aí também temos a questão envolvendo Gasol. O espanhol não combina com o sistema ofensivo de D’Antoni. É um esquema que não chama jogadas de post-up no garrafão, a principal via do jogador para pontuar. Por mais completo que seja, o jogo de Gasol não envolve corridas velozes pela quadra, cortes para a cesta e um arremesso com pontaria certaria que ofereça mais espaçamento. Realmente não parece algo que possa ser encaixado ali. Faria muito sentido para o Lakers negociar Gasol para receber alguns jogadores atléticos no perímetro e mais arremessadores. Mas isso também não é fácil – seriam necessários US$ 19 milhões para compensar seu salário, algo que pediria talvez mais de um time no negócio, sempre um desafio.

Então, no fim, a paciência se faz realmente obrigatória na hora de avaliar este Lakers. É claro que devemos prestar atenção em suas falhas, mas ninguém também tem de se desesperar no momento, já que é o seu começo. Ainda há dois terços do campeonato pela frente, e dá para dizer com segurança de que será uma equipe diferente ao final da temporada regular – se não forem os nomes estampados nas camisetas, definitivamente será o modo como eles estarão estruturados em quadra.

*Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um para este mês. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.

PS: Durante dezembro, por motivos de ordem profissional (embora a gente goste mesmo é de férias, o Vinte Um vai ser atualizado num ritmo um pouco mais devagar. Voltamos no final do mês com tudo.

 


Em tom de vingança, Orlando vence Lakers de Howard com tática provocadora
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Giancarlo Giampietro

Hack-a-Howard em Los Angeles

Hack-a-Howard, numa vingança daquelas para o Orlando Magic

Se a vingança é realmente um prato que se serve frio, os rapazes do Orlando Magic entregaram a Dwight Howard uma bandeja com pedregulhos pontiagudos de gelo neste domingo.

E deve ter doído.

No jogo que marcou o reencontro do superpivô com seus ex-companheiros, o time da Flórida impôs ao Lakers mais uma derrota completamente embaraçosa. Daquelas que vão repercutir em novos rumores (e clamores) de troca envolvendo Pau Gasol certamente. O espanhol barbudo que se prepare.

De todo modo, quem foi para a cama com a cabeça mais cheia e atordoada certamente foi seu parceiro de garrafão, Dwight Howard. Que pancada que ele tomou na cuca!

O Orlando venceu por 113 a 103! Em Los Angeles!! Marcando 40 pontos no quarto período!!! Quarenta!!! E ainda tem mais exclamação pela frente!!!!!

Sabe por quê?

PORQUE ELES USARAM A TATICA DE HACK-A-HOWARD!

Mais humilhante que isso não dá. Nem perder para o Wizards. 🙂

O pivô foi parado com a bola em diversas ocasiões, sendo obrigado a cobrar 14 lances livres no período final (dos quais converteu sete). No total, ele bateu 21 lances livres, matando 9. Aproveitamento pífio. No final, ele saiu de quadra sem cumprimentar os (ex-?)amigos, talvez ofendido pela tática adotada pelos agora adversários. Chuim, que triste.

“Que Dwight seja Dwight. Se ele quer sair da quadra, tudo bem. Ele perdeu. Eu me sentiria mal também. Não gostaria de dar a mão para ninguém”, afirmou o pivô Glen Davis, cuja contratação pelo Magic havia sido expressamente recomendada por Howard no ano passado.

Davis, depois, exagerou na dose: “Não estávamos nem pensando nele. Apenas queríamos esta vitória”.

A-hã.

Depois de todo o dramalhão que tomou conta da franquia na temporada anterior? Reencontro em Los Angeles? Certamente eles nem estavam pensando nele.

Jameer Nelson, por exemplo? Aquele que admitiu publicamente a mágoa com o pivô, que pedia nos bastidores um armador melhor ao seu lado? Decidiu ignorar uma incômoda tendinite, que o afastou de diversos jogos no mês passado e marcou 19 pontos e deu 13 assistências. Mas é claro que ele estava pensando na morte da bezerra.

*  *  *

Algo bastante irônico também para os donos do Orlando Magic deve ter sido assistir a uma partidaça do montenegrino Nikola Vuceic, com 17 pontos, 12 rebotes e quatro tocos em 40 minutos. Praticamente se equivalendo aos 21 pontos e 15 rebotes de Howard por conta própria. Assim como os 30 pontos de Arron Afflalo, principal peça que a equipe recebeu na megatroca por Howard, beirando os 34 de Kobe Bryant.

*  *  *

O Lakers volta a ficar com mais derrotas do que vitória, no mês de dezembro. Ai.

Ainda assim, num ano de muito equilíbrio na liga, eles ao menos estariam nos playoffs se a temporada tivesse acabado neste dia 2 de dezembro, classificando-se em oitavo. Mas todo mundo sabe que, em LA, isso não é o bastante.