Vinte Um

Arquivo : Nowitzki

Nowitzki escapa de papelão em Berlim com vitória apertada do Mavs
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Giancarlo Giampietro

Com 1min28s de jogo ainda no contra-ataque, Dirk Nowitzki está livrinho para o contra-ataque. O ala-pivô alemão havia subido para contestar um arremesso da cabeça do garrafão e já saiu em disparada para receber o passe. Era como se ele estivesse em impedimento, numa tremenda de uma banheira, ao dominar a bola.

Aí é o básico: direita, esquerda e… Aro!

O astro errou uma das bandejas mais fáceis de sua carreira, depois de subir todo desajeitado, embora estivesse livrinho da silva.

“Home, sweet home”, brinca o comentarista. Veja:

Pois é: a trapalhada de Dirk aconteceu na frente de seus compatriotas e diante do Alba Berlin, na capital alemã, no segundo confronto entre clubes da NBA e europeus nesta pré-temporada. Ooooops!

No fim, seu Mavs venceu um jogo apertado, por 89 a 84 e livrou o craque de um tremendo de um papelão.

Nowitzki terminou a partida com apenas oito pontos e cinco rebotes em quase 34 minutos de ação, números bem acanhados para seus padrões. Ele errou seis de seus nove chutes de quadra e ainda cometeu três desperdícios de posse de bola. Ai. Haja ferrugem para tirar.

Lembrando que vale a mesma ressalva feita ontem para o Boston Celtics: os jogadores do time texano chegaram a Berlim nesta semana, mal treinaram direito e já foram para quadra na condição de “tudo a perder”. A diferença é que o Alba Berlin está alguns degraus abaixo do Fenerbahce, que bateu o time de Fabrício Melo na véspera, em Istambul.

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Darren Collison, do Dallas Mavericks

Collison, ex-Hornets e Pacers, é o novo armador de Carlisle

Três titulares fizeram sua estreia pelo Mavs: o armador Darren Collison, o ala OJ Mayo e o pivô Chris Kaman. Collison foi muito bem, com 14 pontos e 9 assstências em 34 minutos. Kaman – alemão naturalizado, registre-se – somou 14 pontos,  seis rebotes e dois tocos. Mayo anotou oito pontos e teve a segunda melhor marca de “plus-minus” (saldo de cestas da equipe enquanto jogava) da equipe, com +15.

Rick Carlisle vai precisar de paciênca para integrar tanta gente nova em sua rotação, incluindo Elton Brand e os calouros Jae Crowder, ala que é um defensor de mão cheia, e Bernard James, veterano de guerra no Oriente Médio.


Moncho Monsalve ainda está internado, mas evolui positivamente
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Giancarlo Giampietro

Moncho Monsalve

Moncho Monsalve nos tempos de comandante da seleção em 2008 ou 2009

“Señores, por Dios!”

Os repórteres tinham de esperar na quadra ao lado, no complexo da Arena Olímpica de Atenas, enquanto a seleção brasileira treinva, e aquele senhor espanhol com alguma dificuldade de locomoção e uma cabeça muito acelerada para o basquete berrava com os jogadores. Quer dizer: a prática podia estar sendo fechado pra os forasteiros, mas dava para saber o que se passava por ali de qualquer modo.

Embora fosse um desconhecido em geral para os brasileiros, fosse muito mais velho, de outro país e não maneirasse nos gritos quando achasse necessário, Moncho Monsalve desenvolveu uma sólida relação com seus novos comandados no biênio em que dirigiu a equipe.  Era meticuloso, questionava os atletas por centímetros que talvez estivessem errados em seus posicionamentos – todo detalhe é importante e pode fazer a diferença, rá –, forçava a repetição de jogadas e fundamentos. Ao final dos treinamentos, nas entrevistas a rapaziada mostrava que levava, digamos, na esportiva. Sabiam que era para o bem.

E não que o espanhol fosse um carrasco ou coisa assim. Sabe dar risada e fazer rir (no bom sentido). Tem ótimo relacionamento, trânsito com muita gente no mundo Fiba. Sempre me lembro do dia em que consegui uma carona com o técnico e o assistente Neto num ônibus da seleção croata, na volta da arena para o hotel das delegações, e ele batendo o maior papo com Marko Tomas e Marko Banic, que jogavam na Espanha, contando e ouvindo histórias, e não parava. Em tempo: era a cobertura do Pré-Olímpico Mundial de 2008, no qual as aspirações da equipe brasileira se encerraram nos tiros de três pontos de um alemão – justo ele, o armador Pascoal Roeller, um merom coadjuvante de Nowitzki.

Na sexta-feira passada, Moncho, aos 67, sofreu um ataque cardíaco em quadra, quando dirigia o time júnior do Murcia. Foi levado as pressas para um hospital para um primeiro atendimento, até ser deslocado para outra unidade. Ele ainda está na UTI, mas segundo a mídia espanhola evolui positivamente e está consciente.

Melhoras, e rápido!

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Com Moncho, o Brasil venceu a Copa América de 2009, em Porto Rico, derrotando a seleção local em uma final dramática, por um ponto. Hoje pode não parecer muita coisa, mas esse era um tremendo dum fantasma para a seleção. Depois de, na primeira fase, já ter batido a Argentina de Luis Scola – sem o resto da cavalaria, mas ainda assim,  outro tipo de triunfo que contou muito naquela época.

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Moncho foi uma estrela da seleção espanhola na década de 60, foi jogador do Real Madrid, mas teve sua carreira abreviada em 1972 devido a uma grave lesão no joelho. De imediato, passou a trabalhar como treinador e foi uma figura influente no desenvolvimento da escola de técnicos, realmente excelente, da Espanha.


Hettsheimeir ainda desperta interesse na NBA, diz site espanhol
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Giancarlo Giampietro

O Dallas Mavericks contratou os veteranos milionários Elton Brand e Chris Kaman, mas ainda teria o interesse em contar com Rafael Hettsheimeir em seu garrafão na próxima temporada da NBA. O mesmo valeria para o Cleveland Cavaliers, de Anderson Varejão. Estes são os dois times tentando fechar uma negociação com o ais anti-Scola dos pivôs brasileiros.

Rafael Hettsheimeir

Rafael Hettsheimeir voltou consagrado de Mar del Plata, mas não pôde ir para Londres

Primeiro: as informações são do site espanhol Tubasket, bem informado no mercado da Liga ACB, diga-se.

Agora… O mesmo veículo afirma que tanto Mavs como Cavs oferecem a Hettsheimeir um contrato parcialmente garantido, aos moldes do que Scott Machado firmou com o Houston Rockets. Isto é, ele poderia ser dispensado quando os clubes bem entendessem. Do tipo: assina com ele no sábado 8 de setembro e o dispensa um mês depois, e pronto.

Se proceder a informação, com o acréscimo que seria valendo o salário mínimo da NBA – US$ 473 mil por um ano, sem contar deduções de impostos –, não parece uma boa ideia para o pivô. Ele estaria trocando sua condição de figura emergente na Europa agora para correr o risco de ficar afundado no banco de reservas do outro lado do Atlântico. Em sua idade, considerando sua evolução gritante nas últimas duas temporadas, não seria o melhor momento.

Seus agentes podem desmentir, mas o palpite aqui no QG 21 é de que ele poderia fazer pelo menos o dobro dessa grana na Europa, assinando com um time de ponta, especialmente um que esteja disputando a Euroliga.

Financeiramente, aliás, existe uma brecha: segundo o Tubasket, 50% do salário mínimo já seria garantido a Hettsheimeir. Então, vá lá, de repente ele pode ganhar uns US$ 237 mil apenas por 50 dias de contrato em Cleveland ou Dallas. Mas… E como estaria o mercado europeu, então? Ele conseguiria compensar o restante com um bom acordo e, mais importante, já no meio da temporada, poderia encontrar uma situação esportiva que também valesse?

Enquanto reabilita seu joelho esquerdo operado e seu condicionamento físico, para ficar tinindo, o pivô e seus empresários têm essas questões muito importantes para ponderarem nas próximas semanas. A pré-temporada da NBA já está por começar, em outubro, e os clubes europeus já estão fazendo amistosos sem parar.

*  *  *

Para constar, os pivôs de Dallas no momento são Dirk Nowitzki, Elton Brand, Chris Kaman, Brandan Wright e o novato Bernard James  (que, na verdade, é mais velho que Hettsheimeir e foi draftado este ano depois de servir aos Estados Unidos no Afeganistão e Iraque). Em Cleveland, temos Varejão, o promissor canadense Tristan Thompson, o calouro Tyler Zeller, que vem com a marca UNC, o jamaicano Samardo Samuels e Michael Eric. De longe assim, o Cavs parece a melhor pedida – ele tem totais condições de superar Thompson (provável titular), Zeller (que seria o primeiro reserva) e Samuels (que, salvo engano, também não tem contrato garantido) para entrar na rotação do time ao lado de seu compatriota. Mas o Mavs seria, ainda, o time mais empenhado em sua contratação.


Liberdade para Varejão
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Giancarlo Giampietro

Já faz tempo também, estávamos em agosto de 2005, mas ainda me lembro da surpresa que causou informação de que Tiago Splitter se arriscava na linha de três pontos em amistosos da seleção brasileira por cá nos trópicos. Os olheiros europeus e norte-americanos não estavam nem um pouco familiarizados com essa faceta do jogo do catarinense que, na época, aos 20 anos, começa a ser enfurnado no garrafão do TAU Cerámica, jogando de costas para a cesta e só.

Anderson Varejão treina o chuteBem, tendo em vista o Splitter de hoje, sabemos o fim que levou essa aventura no perímetro – e pensar que houve um dia em que ele, ainda adolescente, era visto como um futuro Dirk Nowitzki na NBA, na época da efervescência de scouts na Europa.

Mas o ponto aqui é sobre Anderson Varejão, na verdade.

Essa estava guardada na manga há um tempo, mas, depois de sua exibição na derrota contra os Estados Unidos, chegou a hora.

Quem reparou nos chutes de média para longa distância que ele converteu? Em sequência. O capixaba estava aberto no ataque, provavelmente numa suposta armadilha do staff do Coach K. Oras, o Varejao (sem acento mesmo) ou Varejo, como escreveu Shaq no Twitter, não mata essa bola pelo Cavs. De jeito nenhum.

Agora imagino que o scout seja atualizado. Ô, se mata.

Talvez a trupe de Jerry Colangelo não estivesse tão ligada assim durante a Copa América de 2009, que eles não precisaram jogar por já estarem garantidos no Mundial da Turquia. Naquele torneio, sob o comando de Moncho Monsalve, ainda que numa amostra pequena, Anderson acertou 44% de seus chutes de três pontos e também mostrou predisposição a atacar o aro após fazer a finta no perímetro. Algo impensável no time em que a bola, então, ficava 90% do tempo, no mínimo, nas mãos de LeBron James.

Na seleção, ainda que saibamos que os pivôs mereçam mais carinho, é inegável o contraste de mundos para o cabeleira. Ele joga com muito mais confiança e liberdade para criar no ataque, se recusando a ser apenas um cara que viva de rebotes e sobras, trombadas por posicionamento defensivo preciso e cotovelos ralados.

Deixando bem claro: todas essas virtudes quase nunca são devidamente valorizadas por aqui e ainda compõem o que Varejão faz de melhor numa quadra. É por isso que ele ganha o que ganha em Cleveland e é idolatrado pela torcida de lá. Justo, bem justo.

Mas se tem alguma coisa que frustra o Vinte Um é ver jogador amarrado, algemado. E a liberdade da qual ele desfruta de verde e amarelo só aponta mais um sinal da mente inteligente que tem Rubén Magnano, por mais exigente e controlador que o argentino pareça ser.


Mercado da NBA: Panorama da Divisão Sudoeste
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. Desde a quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quinta, resumimos o Oeste. Veja o rolou em que cada franquia da Divisão Sudoeste se meteu, ou não, abaixo:

Dirk Nowitzki

Quem vai ajudar Dirk a sorrir?

Dallas Mavericks: que fase! Mark Cuban implodiu seu elenco campeão da NBA para reconstruir outra potência mais jovem. Com a retirada de Dwight Howard e Chris Paul do mercado e a opção de Deron Williams por seguir com o Nets, Dirk Nowitzki ficou de mãos abanando por enquanto, sem uma estrela ao seu lado. E piorou, já que Jason Kidd e Jason Terry se mandaram. De modo que o Mavs se vê em uma situação delicada: não se precipitar e pagar demais por jogadores medianos e, ao mesmo tempo, montar um time minimamente competitivo para não enfurecer o craque alemão. A contratação do pivô Chris Kaman, companheiro de seleção alemã de Nowitzki, por apenas um ano, tenta equacionar esse dilema. Update: outro reforço é o armador Darren Collison, do Indiana Pacers, ao lado do ala Danthay Jones. Eles chegam em troca do pivô francês Ian Mahinmi.

Houston Rockets: operação implosão. Pai supremo da comunidade nerdística da NBA, Daryl Morey cansou de ver seu time terminar como a melhor equipe não classificada para os playoffs e abriu o balcão de negócios. Trocou Kyle Lowry e Marcus Camby, trocaria sem problemas Kevin Martin e Luis Scola, liberou Courtney Lee e optou por não atender ao que Dragic pedia. Sem armador, sonda o baixinho Aaron Brooks para um possível retorno, enquanto Scott Machado não faz sua estreia na Summer League de Las Vegas. Há quatro novatos chegando – os alas Jeremy Lamb, Terrence Jones e Royce White e o ala-pivô lituano Donatas Motiejunas – que podem nem mesmo fazer parte do elenco daqui a dois dias, dado o insistente envolvimento do time nas negociações por Dwight Howard, não importando o suposto desprezo do pivô por seu clube.

Memphis Grizzlies: pagando uma nota para Zach Randolph, Rudy Gay, Marc Gasol e Mike Conley, não deu para segurar OJ Mayo, liberado. Ainda assim, o Grizzlies conseguiu duas contratações interessantes: não só mantiveram Marreese Speights, como renovaram também com Darrell Arthur, que passou a temporada lesionado. Os dois não são dos mais badalados, mas devem ajudar bastante saindo do banco de reservas, assim como Jerryd Bayless, que chega para a vaga de Mayo.

Nando De Colo

O talentoso Nando De Colo deve enfrentar Rajon Rondo mais algumas vezes

New Orleans Hornets: Anthony Davis, Anthony Davis, Anthony Davis. O time que passou uma no controlado pela NBA tirou a sorte (acreditem) grande no draft, contratando ala-pivô badalado por 100 em cada 100 scouts norte-americanos. Tem também o Ryan Anderson chegando em troca com Orlando, uma aquisição interessante que combina com Davis. Ariza e Okafor se foram para Washington, Jarret Jack, para Oakland, aliviando a folha salarial do clube. Deste modo, não devem hesitar em segurar Eric Gordon, mesmo que o chutador diga que seu coração pertence a Phoenix. Se optarem por sua saída, Austin Rivers, filho do Doc, ganha mais espaço.

San Antonio Spurs: Tim Duncan vai renovar por mais três temporadas. Danny Green idem. Boris Diaw por mais duas – o que não é a melhor notícia para Splitter, aliás. Na dela, em seu canto confortável, a franquia-modelo da NBA vai tocando a vida em frente, tentando esquecer a decepção pelo dolorido revés na final do Oeste. Um reforço é o ala-armador francês Nando De Colo, embora não seja muito clara qual função ele teria na equipe de imediato, uma vez que a rotação parece entupida. O mesmo raciocínio valeria para uma eventual contratação do esloveno Erazem Lorbek, um dos pivôs mais caros da Europa que não toparia se sentar no banco quietinho ao lado de DeJuan Blair, alguém já bem chateado.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Noroeste e Pacífico.

Leste: veja o que aconteceu até agora nas Divisões Atlântico, Central e Sudeste.