Vinte Um

Arquivo : Cavs

Cirurgia praticamente acaba com qualquer chance de troca para Anderson Varejão
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Giancarlo Giampietro

Varejão, tudo pelo rebote

Varejão briga por rebote, não importando como está o joelho

Estava muito estranha mesmo toda aquela demora. Supostamente, Anderson Varejão havia sofrido apenas uma pancada no joelho e não perderia tanto temp para voltar. Mas as rodadas foram passando, e nada. Até que nesta quarta-feira o Cleveland Cavaliers enfima nunciou: o capixaba vai precisar de uma (nova) cirurgia e ficará fora de ação por, no mínimo, um mês e meio. No máximo, dois meses.

A operação, na perna direita em reigão próxima ao joelho, já foi marcada para esta quinta, dia 10. O que quer dizer que o pivô não poderia jogar o All-Star Game em Houston, entre os dias 15 e 17 de fevereiro, mesmo se os técnicos quisessem selecioná-lo. Com tanto tempo afastado, ele dificilmente seria incluído na lista, de todo modo.

Agora… Em Implicações muito mais sérias do que participar, ou não, de uma festa que não já não tem o mesmo glamour de antes, essa lesão praticamente inibe qualquer chance de o atleta ser envolvido em uma transação nesta temporada. O prazo para que os clubes acertem alguma negociação se encerra no dia 21 de fevereiro. Quem vai querer pagar alto por um cara que estará fora de quadra por tanto tempo? Seria uma aposta de muito risco? A não ser que o Cavs decida abaixar sua pedida, algo muito improvável.

Mais cedo, o técnico Byron Scott havia dito que Varejão era “o coração e a alma” de sua equipe e já havia dado a entender que poderia realmente demorar para que pudesse contar com o brasileiro novamente. “Só espero que não estejamos falando de algo que custe a temporada toda. Ainda estou tentando ser otimista, achando que ele vai jogar. Só não sei quando. O que me resta a fazer, porque ele significa muito para a equipe, é seguir em frente e treinar os caras que estão disponíveis. Sinto falta dele todo dia”, afirmou.

Depois dessas palavras, não precisa dizer muito sobre a importância que o capixaba tem em Cleveland e sobre o nível de suas atuações, a despeito do número desagradável de derrotas que o Cavs acumula – as médias de 14,1 pontos, 14,4 rebotes, 3,4 assistências e 1,5 roubo de bola são todas as maiores de sua carreira. Na real, Varejão vinha produzindo a melhor campanha de um brasileiro na história da liga.

Mas, infelizmente, ele não vem conseguindo se mostrar resistente. Nas últimas duas temporadas, perdeu um total de 93 partidas de 148 possíveis (62%, número elevadíssimo), com problemas físicos diversos. O estilo de jogo e a entrega na defesa e pelos rebotes acabam cobrando um preço caro. A palavra-chave que havíamos apontado para Anderson neste ano? Justamente: saúde. Ai.

PS: encontre o Vinte Um no Twitter: @vinteum21.


Por um 2013 melhor para a turma brasileira da NBA
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Giancarlo Giampietro

Varejão, Leandrinho e Splitter

Vamos tirar logo isso da frente: eles ganham um belo salário, bem acima da média do esportista tupiniquim, jogam em alguns dos melhores ginásios, cercados de mimos incontáveis, com estafes gigantescos à disposição. Conforme o próprio Nenê disse a seus jovens descabeçados companheiros, eles ocupam algumas das vagas mais cobiçadas no esporte e certamente as mais desejadas do basquete. É só saber aproveitar.

Agora, segundo um dos dogmas expostos na lousa central de diretrizes do QG 21, “dinheiro e luxo não compram ou valem toda a felicidade do mundo”. Mesmo você, leitor mais cínico, precisa abrir o coração nesta época festiva, de cordialidades, resoluções e expiação de culpa, e dar uma colher de chá para os caras.

Vejamos:

Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers)
Individualmente, nunca houve uma temporada melhor para o capixaba do que a que ele vive neste ano. Na verdade, é provavelmente a melhor campanha de um brasileiro na história da liga. Com recordes de pontos, rebotes, assistências, roubadas de bola e lances livres, o pivô virou uma unanimidade para os jornalistas de lá, embasbacados com seus números. Pena que nada disso sirva para fazer do Cleveland Cavaliers um time decente. A equipe de Byron Scott (até quando, aliás?) tem um aproveitamento até mesmo pior que o do Charlotte Bobcats, gente. Difícil de aturar isso. De que vale tanto esforço se o resultado, no fim, é invariavelmente uma derrota? Quem sabe, então, se não aparece um time vitorioso interessado em sua cabeleira, que enxergue seu basquete aguerrido como uma grande cartada para se brigar pelo título em maio e junho? Alô, Brooklyn Nets, Atlanta Hawks, San Antonio Spurs, Oklahoma City Thunder e afins.

– Nenê (Washington Wizards)
É uma situação bem mais deprimente do que a de Varejão. Ao menos seu compatriota pode se consolar com a presença de Kyrie Irving ao seu lado e dos promissores Thompson, Waiters e Zeller. Há uma base evidente ali para se construir um bom time. Em Washington, porém, a perspectiva é de terra desolada. Um clube ainda sem comando algum, tático ou gerencial, numa prova clara de que JaVale McGee e Andray Blatche não eram exatamente a causa de todos os seus problemas. E aí temos um jogador que vem se arrebentando em quadra, pisando em uma perna só, aguentando sabe-se lá como 26 minutos por  partida, a serviço da pior equipe da liga. Em Denver, o são-carlense ouviu muitas críticas de que não fazia jus ao seu salário, de que qualquer resfriado era o suficiente para lhe afastar. Na capital norte-americana, o discurso é justamente o contrário. Ainda assim, talvez não seja o suficiente para convencer alguma franquia a investir em seu pesado contrato.

– Leandrinho e Fabrício Melo (Boston Celtics)
O ligeirinho anunciou que está retornando a Boston, depois de passar pelo Brasil para resolver problemas particulares. Esperemos, desde já, que não seja nada de mais grave, com repercussão para os próximos meses, e que ele possa, agora, se concentrar em sua profissão. Porque, a partir de janeiro as coisas ficam ainda mais complicadas para o ala-armador, com o retorno de Avery Bradley. Havíamos escrito aqui desde o momento em que assinou com a franquia mais vitoriosa da liga: não parecia uma situação propícia para ele dar sequência a sua carreira. Muitos fatores conspiravam contra isso, entre eles as contratações de Jason Terry e Courtney Lee muito antes da sua, com vínculos de longo prazo. Isto é, esses caras seriam a prioridade para Danny Ainge & cia. De modo que o brasileiro precisaria jogar demais para assegurar seu espaço.

E como estamos até agora? Em termos de produção estatística, com menos tempo de quadra, Leandro apresenta números mais eficientes do que os de Terry e Lee – mas talvez não o suficiente para lhe valer uma vaga cativa na equipe. Além disso, sabemos bem que a defesa nunca foi um forte do paulistano. É algo que deve explicar sua ação reduzida nas últimas rodadas. Por outro lado, o Celtics não melhorou em nada desde que Doc Rivers optou por reduzir sua carga de minutos (perdendo dez partidas em 19 disputadas).

Com a volta de Bradley, um exímio marcador – um dos melhores de toda a liga, não importando sua pouca idade –, esse quebra-cabeça fica ainda mais intrigante. Dá para pensar em dois desdobramentos completamente diferentes: 1) Barbosa será completamente enterrado no banco de reservas; 2) Bradley dá uma segurança maior ao treinador na retaguarda e acaba liberando alguns minutos de Terry ou Lee para o brasileiro. Talvez essas duas alternativas hipotéticas nem importem. Talvez o melhor, mesmo, seja encontrar um meio de se transferir para o Lakers e se reunir com Nash e D’Antoni num time que precisa, e muito, de um arremessador extra.

Sobre Fabrício? Bem, não mudou muito desde sua seleção no Draft: continua como um projeto do Celtics, que vai se desenvolver aos poucos na D-League, mas que ainda está longe de ser visto como uma solução imediata para o garrafão. Vide a chegada do atlético Jarvis Varnado, um cara draftado pelo Heat, mas que nunca foi aproveitado na Flórida e nem pertencia ao clube afiliado de Boston, mas que foi contratado como uma esperança de fortalecimento de sua combalida rotação.

– Tiago Splitter (San Antonio Spurs)
Opa! Seu pedido é uma ordem. O catarinense hoje aparece como o terceiro pivô mais utilizado por Popovich em sua rotação, com dez minutos a menos do que Duncan e três abaixo de Diaw. Um pequeno, mas bem-vindo avanço para o jogador que tem o terceiro melhor índice de eficiência do clube, superior até mesmo ao de Manu Ginóbili. A ironia é que a promoção ao time titular significa menos oportunidades ofensivas para o pivô, uma vez que ele agora passa mais tempo de quadra ao lado de Duncan e Parker. E mais: a promoção também não significou mais minutos: hoje ele tem 20,2 por partida, contra 19 da temporada passada. A expectativa é a de que essa quantia suba um pouco no decorrer dos próximos dois terços de campeonato e que Splitter possa chegar aos mata-matas em grande forma, pronto para ajudar os texanos e, ao mesmo tempo, subir sua cotação para o próximo mercado.

– Scott Machado (Houston Rockets)
Discutimos aqui.


Lesão de prodígio pode fomentar interesse por Varejão em fase de trocas da NBA
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Giancarlo Giampietro

Voltando para casa depois de uma ingrata sequência de jogos fora de casa logo de cara, o Cleveland Cavaliers ainda tinha alguma esperança de usar o maior tempo disponível para treinos para arrumar uma defesa esburacada e se recuperar de um início de temporada preocupante.

Pode esquecer. Com o anúncio da lesão do armador Kyrie Irving – uma fratura no dedo indicador que vai lhe tirar das quadras por cerca de um mês –, dá para falar que qualquer aspiração que o clube tivesse em termos de playoff nesta temporada foi devidamente empacotada e atirada rio abaixo.

Anderson Varejão x Brook Lopez

Varejão ataca o molenga Brook Lopez

E não há nada que Anderson Varejão possa fazer a respeito. Quer dizer, não dá para esperar ou cobrar que o capixaba eleve suas já infladas médias de 14,3 pontos, 13,3 rebotes 14,1 pontos, 14,7 rbotes e 3,3 assistências. Haja esmero. O cabeleira, por outro lado, que fique antenado. Dependendo do tanto de surra que o Cavs levar, seu nome vai estar certamente entre os mais cogitados a partir do momento em que começar a boataria de trocas por toda a liga.

Em um mês, seu time, que perdeu oito de suas primeiras dez partidas. Sem Irving, competiram firmemente contra times de ponta como Miami e Memphis, mas sairam derrotados de toda maneira, tendo um triunfo em quatro jogos e cerca de 15 jogos pela frente. A matemática fica por sua conta. Imagine um recorde de, vá lá, 8 vitórias e 18 derrotas. Como tentar remar depois disso?

Ainda mais que, se a defesa era um problema bastante grave, o treinador Byron Scott agora terá dificuldade também se virar para pensar seu ataque, uma vez que o jovem armador era a força-motriz do elenco. Suas opções não são muito animadoras, não:

– O novato Dion Waiters é extremamente talentoso, mas ainda teima em buscar a cesta mais difícil: gosta de arriscar chutes desequilibrados do perímetro, em vez de usar sua capacidade atlética para chegar ao aro. Mesmo ao lado de Irving, sua média de quadra é de apenas 38,8% nos arremessos. Donald Sloan parece interessante no papel, pelo tamanho e capacidade atlética como armador, mas ainda é um projeto e não dá sinais de evolução. Jeremy Pargo viveu uma grande temporada há dois anos pelo Maccabi Tel-Aviv na Euroliga, teve alguns bons jogos na última semana, mas também não é uma solução como titular.

– Nas alas, uma pobreza que só. O outro titular no perímetro, Alonzo Gee, não está tão melhor assim, com 40% de pontaria. CJ Miles se apresenta como um desastre, em mais um caso de jogador que vai se arrepender de ter saído do sistema todo estruturado empregado pelo Utah Jazz (Corbin manteve os conceitos de Sloan por lá). Omri Casspi deve parar sonhar com o Maccabi Tel Aviv a cada noite. Luke Walton daria um ótimo assistente técnico ou comentarista.

– Seus pivôs não têm muito jogo de pés para atacar no mano-a-mano. Varejão é quem se viraria melhor nessa, aliás. Tyler Zeller e Thompson têm características que podem ser bem exploradas no pick-and-roll, mas precisam de alguém que lhes passe a bola com precisão.

Embora também não tenha necessariamente um elenco em mãos, Scott já não vinha fazendo um grande trabalho em Cleveland. No fim, porém, pode ser que a diretoria do clube nem se importe. Embora não digam abertamente, os lerdos movimentos de Chris Grant nas últimas temporadas indicam aquela boa e velha estratégia de sabotar suas campanhas regulares e acumular altas escolhas de Draft até formar, ou não, um sólido time. Uma boa espiada em seu plantel mostra isso: o cartola vem agrupando alguns jogadores como aposta para o futuro e outros só para fazer número.

Acontece que Varejão não se encaixa bem nessa filosofia. Seu basquete vale para agora, ainda mais com o excesso de lesões que já sofreu. É um desperdício pegar o seu jogo “pronto”, que seria facilmente empregado pelos mais diversos concorrentes ao título, e gastá-lo em derrotas para o Charlotte Bobcats.

Duro seria convencer uma torcida carente de referências, estraçalhada pela saída de LeBron, que uma troca pelo brasileiro seria o melhor para ambas as partes. Mas conseguir um jovem jogador ou mais escolhas do Draft faria todo o sentido. Desconsolo por desconlo, que se venda o futuro, mesmo. Porque agora, de imediato, a coisa ficou muito feia.

(Atualizado hoje às 17h18. Inicialmente, o post entraria amanhã com edição dos recentes resultados e números de Varejão. Agora tá tudo certo. Câmbio, desligando.)


Tiago Splitter e DeJuan Blair seguem batalhando minutos na rotação do Spurs. Culpa do Pop?
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Giancarlo Giampietro

Nas fronteiras de Pittsburgh já foram cultivados muito mais quarterbacks do que jogadores de basquete para as ligas profissionais do país. Entre os poucos basqueteiros de expressão, ganha destaque o ala Chuck Cooper, o primeiro jogador negro a ser draftado por uma franquia da NBA – em 1950, pelo Boston Celtics. De lá para cá nem a cidade, nem sua principal universidade, que leva o mesmo nome, revelaram muitos atletas para a elite (o famigerado Charles Smith, do Knicks nos anos 90, é um deles). O mais recente dessa esporádica safra foi o pivô DeJuan Blair.

O mais baixo de seus irmãos, meio gordote, Blair aprendeu os macetes da modalidade num centro recreativo administrado por seu tio. Aos poucos, foi crescendo no jogo até se tornar uma sensação local. Pela Schenley High School, teve um retrospecto de 103 vitórias e 16 derrotas, com direito a 57 vitórias em 57 jogos na liga municipal. Levou sua equipe a um título estadual em 2007, o primeiro de uma equipe colegial da cidade desde 1978. Até que chegou a hora de partir para a universidade, uma época difícil em que, pressionado,quebrou seu celular ao atirá-lo na parede. Que raiva! Não paravam de ligar: ele recebeu proposta de 18 (!) agremiações. Enquanto os pais achavam melhor que ele mudasse de ares, pesou a opinião da vovó por parte de mãe, que teve grande influência em sua criação. Ficou em casa, mesmo.

Blair, "Pitt it is"

O orgulho de Pittsburgh

De modo, então, que seria mais do que justificado se a reduzida fração dos amantes do bola ao cesto em Pittsburgh não for muito com a cara de um certo Gregg Popovich, aquele técnico multicampeão pelo San Antonio Spurs.

Quem ele pensa que é?

Oras, o que Blair precisa fazer mais para ganhar o tempo de quadra devido pelo clube texano? Já está em seu quarto ano na liga, pagou o que devia no banco de reservas e hoje ainda não consegue mais que 17,1 minutos de ação, a despeito das diversas batalhas em que ajudou Tim Duncan no garrafão. Quando recebe suas chances, costuma corresponder.

Aos 23 anos, ainda tem muito o que desenvolver e contribuir. Só falta o treinador duro-na-queda abrir a porteira e deixar esse touro arrebentar…

(Pausa para reflexão…)

(O café já tá quentinho…)

(Agora sim:)

Entenderam as semelhanças com Tiago Splitter?

Pode ser, na verdade, que ninguém em Pittsburgh se importe com o que se passa com Blair, desde que o Steelers continue bem-sucedido na NFL. Mas, no nicho dos basqueteiros, certamente Blair haverá de ser apreciado. Agora, se a gente inverter a linha de raciocínio, não é capaz que algum cara de lá pense o mesmo sobre os brasileiros? Que ninguém aqui vai se importar com Tiago Splitter, desde que o futebol esteja levantando Copas do Mundo? Contudo, como temos acompanhado nos últimos anos, existem, sim, aqueles que acompanham os passos do catarinense são acompanhados bem de perto, e com sangue nos olhos.

Splitter já se aqueceu

De agasalho não fica legal, Popovich

É normal que se fiscalize o trabalho do vitorioso Popovich e seu modo de gerir o Spurs, tendo em vista que isso afeta diretamente o progresso de Splitter, um dos poucos brasileiros a entrar na NBA e um dos principais jogadores do basquete nacional. É preciso entender, por outro lado, que na cabeça do técnico o pivô talvez seja só mais uma ótima peça para o time – e os dirigentes e scouts da franquia têm trabalhado regularmente para que não faltem ótimas peças para Pop escalar, vide, por exemplo, as sorrateiras contratações de Danny Green, Kawhi Leonard, Nando de Colo, Cory Joseph e Patty Mills.

Será que o fato de o catarinense estar no banco e jogar pouco é realmente fruto de uma birra pessoal? Ou tem mais a ver com o fato de ele fazer parte de uma das melhores equipes da NBA? Não se esqueçam: com Splitter em seu elenco, o Spurs não foi campeão, mas venceu 161 partidas de temporada regular e perdeu apenas 69, bom para um aproveitamento de 70%. Sete vitórias em cada dez jogos. Quer dizer: se a marcha do clube texano vai bem obrigado, por que a vida do treinador seguiria de outra forma? Considerando esses resultados, onde estão as injustiças? Splitter merece mais tempo para mostrar serviço? Talvez. E quanto a DeJuan Blair?

As médias da carreira do brutamonte são de 8,4 pontos, 6,3 rebotes e 52,6% nos chutes de quadra. Splitter tem, respectivamente, 6,9 pontos, 4,2 rebotes e 58,1%.

– Ah, mas o Tiago jogou bem menos!

Então seguem as projeções por 36 minutos de cada um: a) Blair aparece com 15,1 pontos, 11,3 rebotes; b) Splitter, com 15,9 pontos e 9,6 rebotes. Nos playoffs, as contas também são bem semelhantes: 15,1 pontos e 12,4 rebotes para o americano e 15,9 pontos e 8,3 rebotes para o brasileiro. Em termos de índice de eficiência, o catarinense leva a melhor por 0,8 (18,3 contra 17,5). É tudo muito parelho.

– Ah, mas número não quer dizer tudo!

O superlotado banco de Popovich

Splitter, Blair e Bonner: todos no banco ao mesmo tempo. E aí, Pop?

Justamente. É preciso ver do que Popovich necessita – ou pensa necessitar – em quadra em seu esquadrão. Quem se encaixa melhor com quem? O deslocamento e a defesa de Splitter são mais qualificados? Mas o dia em que ele converter um chute a quatro ou cinco metros da cesta pode ser também o primeiro de sua breve trajetória na NBA. Vale mais, então, ter um reboteiro do porte de Blair para acompanhar Duncan? Mas o pivô de 2,01 m é bem vulnerável quando confrontado com pivôs talentosos ofensivamente (por isso Splitter começou sua única partida como titular este ano contra o Los Angeles Lakers).

Tanto um como o outro possuem qualidades valorizadas ao seu modo e seriam cobiçados no mercado, mas que não se manifestam, por enquanto, como o parceiro ideal ao complementar quem ainda é, de fato, a estrela da companhia: Tim Duncan. Enquanto nenhum deles se separar do outro, para Popovich o que resta é tirar proveito de dois ótimos jogadores da forma que achar melhor, ainda mais que seu Spurs não para de vencer

*  *  *

Splitter e Blair estão ligados de outra maneira: ambos deveriam ter sido escolhidos muito antes em seus respectivos Drafts, mas acabaram despencando no dia do recrutamento. Quando caíram nos braços do Popovich, toda a concorrência exclamou ao mesmo tempo, muito bem ensaiado: “Sempre o Spurs”, “Que sorte!”, “Os ricos cada vez mais ricos” etc. Como se não tivessem deixado os caras passarem. Vai entender.

O catarinense foi escolhido na posição 28, em 2007, uma vez que as demais franquias não teriam a paciência para esperar seu contrato com o Baskonia, da Espanha, vencer – algo que só aconteceria três anos mais tarde. Detalhe: nenhum atleta que saiu entre as 15ª e 27ª escolhas segue em seu clube de origem, e quatro deles já não estão nem mais empregados na liga.

Blair caiu ainda mais longe: foi apenas a 37ª escolha de 2009, quando rumores sobre a suposta condição precária de seus joelhoes assustou boa parte dos times. Até o momento, ele ficou for de apenas quatro partidas de 238 possíveis em sua carreira. LeBron James não ficou nada contente ao ver o Cleveland Cavaliers deixar o prestigiado pivô passar na 30ª posição para apostar no ala Christian Eyenga , outro que já está sem clube.

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Falamos aqui de brasileiros e nativos de Pittsburgh. Imaginem, então, como não devem estar furiosos os moradors da pequenina cidade de Concord, no estado de New Hampshire, com o que vem acontecendo com Matt Bonner?! Ao ala-pivô, conhecido iconicamente como Foguete Ruivo, foram relegados míseros dez minutos por partida neste ano, mesmo com ele acertando 63,6% de seus arremessos de três pontos nas sete primeiras partidas (melhor marca do ano). Ele é o único – reforçando: o único! – jogador nascido em New Hampshire a ter pisado em uma quadra da NBA. Pop, então, que não ouse levar sua vara de pescar para os lagos da região.

 


Varejão agora estabelece recorde de pontos na NBA, mas Cavs perde
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Giancarlo Giampietro

Depois de estabelecer seu recorde pessoal de rebotes logo na estreia, Anderson Varejão dessa vez superou sua marca pessoal de pontos em um jogo da NBA, num início de temporada simplesmente arrasador. O capixaba dessa vez somou 35 pontos e 18 rebotes em 37 minutos de ação. E seu Cleveland Cavaliers ainda perdeu para o Brooklyn Nets por 114 a 101.

Anderson Varejão x Brook Lopez

Varejão ataca o molenga Brook Lopez

A melhor marca do brasileiro na liga norte-americana até então havia sido a de 26 pontos contra o Chicago Bulls em fevereiro de 2009. Os 35 pontos da noite desta terça-feira podem ter sido, aliás, um recorde pessoal do jogador em sua trajetória como profissional. Nos tempos de Barcelona, no final de sua adolescência, é extremamente difícil pensar que tenha atingido uma marca dessas. Alguém aí de Franca por acaso se lembra de algo parecido em seu início pelo clube?

Pela seleção, o máximo que consegui achar foram 27 pontos contra Porto Rico pela Copa Tuto Marchand de 2009, um quadrangular amistoso preparatório para a Copa América em que o Brasil, dirigido por Moncho Monsalve, venceu tanto a Argentina de Luis Scola como os portorriquenhos, novamente, na casa deles. Naquele torneio continental, aliás, ele fez sua melhor campanha com o time nacional, em ótima dupla com Tiago Splitter.

Agora voltando ao campeonato 2012-2013 de Varejão em Cleveland. Afastado de boa parte da temporada passada devido a uma lesão grave no pulso, jogando enferrujado nas Olimpíadas, fica meio claro que ele entrou babando em quadra neste mês. É como se todo o aspecto selvagem de seu jogo – Wild Thing, tá? 🙂 – estivesse represado por um tempo. Abriram a porteira.

O pivô tem agora médias de 15,8 pontos e 13,7 rebotes por partida, em sete jogos (contra 7,4 e 7,2, respectivamente, em sua carreira de oito temporadas). Ele ficou fora apenas do confronto com o Golden State Warriors, devido ao joelho direito inchado após levar uma pancada duas noites antes, contra o Los Angeles Clippers. Apesar dos esforços do brasileiro, o Cavs já perdeu seis de suas oito partidas. Cinco desses duelos, porém, foram realizados fora de casa, resultando em quatro reveses.

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Enquanto o brasileiro esteve em quadra contra o Nets, o Cavs venceu por quatro pontos. Dado inferior apenas ao saldo de seis pontos que o ala Alonzo Gee conseguiu em 38 minutos. A equpe de Byron Scott sofreu, na verdade, com a produção de seus reservas, com míseros seis pontos vindos do banco, em mais de 60 minutos combinados entre seis atletas. Afe.

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Outro recorde de Anderson nesta terça: o cabeleira conseguiu 16 cestas de quadra. Até então, em sua carreira, só havia encaçapado a bola dez vezes num mesmo jogo, em quatro ocasiões diferentes – a última delas contra o Bucks em março deste ano.

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Dos 18 rebotes que Varejão apanhou contra o molenga Brook Lopez, 11 foram ofensivos. Istoé, ele já teria um double-double mesmo se não tivesse coletado nenhuma sobra na tábua defensiva. No total, na temporada ele agora soma 35 rebotes no ataque, média de cinco por partida.


Contusão no joelho breca ótimo início do “cavalo” Anderson Varejão
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Giancarlo Giampietro

Varejão, tudo pelo rebote

Varejão briga por rebote, não importando como está o joelho

O jovem pivô canadense Tristan Thompson gosta de se referir ao seu companheiro de garrafão, Anderson Varejão, como um “cavalo”.

Não no sentido de ser estabanado, faltoso em quadra, mas por sua força, seu vigor na busca por rebotes e na defesa. Disse ainda que, por isso, se pudesse, correria por eles numa disputa de turfe.

Na segunda-feira, o capixaba tentou justificar em quadra a metáfora do companheiro, quando terminou a partida contra o Los Angeles Clippers, uma vitória surpreendente por 108 a 101, com 15 pontos e 15 rebotes, mais três roubos de bola e um toco. Foi mais uma partida maravilhosa do pivô brasileiro no início da temporada 2012-2013 da NBA. E quer saber? Ele conseguiu tudo isso jogando com o joelho contundido.

Varejão sofreu uma pancada no joelho direito no primeiro quarto, mas, segundo o Cavs, acabou indo até o fim da partida seguindo a adrenalina do momento. Aquela coisa: quando você está quente, empolgado e ingora qualquer “probleminha” físico porque não quer sair de quadra.

Acontece que, depois do jogo, Varejão viu o joelho inflamar, o que acabou lhe afastando do confronto com o Golden State Warriors na quarta. Agora a franquia não sabe dizer quando o pivô vai estar disponível para retornar. Lembrando: saúde foi eleita (democraticamente por um blogueiro) como a palavra-chave para o brasileiro nesta temporada. Com apenas uma semana de campeonato, ele já tem de lidar com a primeira decepção.

Se já não fosse o suficiente para o técnico Byron Scott, o time ainda perdeu o reserva imediato do capixaba no mesmo jogo. O calouro Tyler Zeller, que vinha se integrando bem ao elenco e oferecendo bons minutos vindo do banco, sofreu uma fratura na face. “Tyler estava jogando muito bem. Sabemos como Andy estava jogando. É incrível. Você não apenas perde dois de seus melhores jogadores, mas perde também muito em tamanho”, disse o treinador.


Anderson Varejão tem estreia de gala e recorde pessoal de rebotes
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Giancarlo Giampietro

Saúde, Anderson, saúde.

Anderson Varejão quebra recorde de rebotes na NBA

Varejão apanha um de seus 23 rebotes contra o Wizards de Jan Vesely, talentoso tcheco

Essa, na opinião do blog, é a palavra-chave para o pivô brasileiro em sua campanha 2012-2013 da NBA pelo Cleveland Cavaliers.

Pois a estreia do capixaba na temporada não poderia ter sido mais saudável, nos mais diversos sentidos. Nesta terça-feira, em vitória sobre o Washington Wizards por 94 a 84 Varejão somou 23 rebotes (três acima de seu antigo recorde pessoal, contra Boston, em janeiro deste ano), 9 assistências e 9 pontos. Quer dizer, ele subverteu aquela ordem básica do relato jornalístico da liga norte-americana,  de pontos em primeiro, rebotes em segundo e assistências em sequência.

O que os torcedores de Cleveland puderam ver em quadra foram as virtudes do pivô brasileiro na sua melhor forma. Um jogador muito mais preocupado com as pequenas coisas do jogo, em dar a liga a uma equipe recheada por jogadores inexperientes, exercendo o tipo de liderança que é praticamente impossível de se dimensionar. E muito difícil de se replicar.

Foram 23 rebotes em 37 minutos de atuação, algo especial, realmente único para a liga, padrão Dennis Rodman de se rebotear – só em coletas ofensivas foram 12. Comparando, o restante do time do Cavs teve mais 31 rebotes. Os atletas do Wizards apanharam 39 rebotes no total.

Boa parte dos números foram obtidos nos três primeiros quartos de partida. Por exemplo, em seus primeiros 26 minutos de quadra, ele havia coletado 20 rebotes de cara. Absurdo.  Não houvesse o técnico Randy Wittman tomado alguma providência para bloquear o brasileiro, imagine o que sairia daí.

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Nenê realmente não estreou pelo Wizards, ainda afastado por causa de sua insistente fascite plantar. Ainda assim, a equipe visistante conseguiu ser competitiva, mesmo desfalcada também de John Wall. De todo modo, este foi um confronto que realmente não deve definir uma vaga nos playoffs do Leste.

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Kyrie Irving abriu sua temporada com tudo, anotando 29 pontos em 35 minutos. Mas a melhor notícia, na parte jovem do elenco, para os torcedores do Cavs foi o rendimento do ala-armador Dion Waiters em sua estreia como um profissional, com 17 pontos em 28 minutos. Ainda mais depois de uma pré-temporada péssima para o novato que jogou com Fabrício Melo em Syracuse e chegou a ser comparado com Dwyane Wade por alguns especialistas no Draft. Já o ala-pivô Tristan Thompson contribuiu com 12 pontos, 10 reboets e 5 assistências.

Byron Scott não poderia estar mais orgulhoso, assim como a diretoria não poderia se animar tanto: quanto maior a produção de suas jovens apostas e de Varejão, mais chances, ferramentas a franquia de Ohio tem para dar um salto e retornar ao pelotão de frente do Leste. Ou eles mantêm essa base com perspectiva de competir agora, ou podem levar a cabo o plano sigiloso de trocar o capixaba por mais peças voltadas para o futuro do clube.


Palavra-chave para Varejão na temporada 2012-2013: saúde
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Giancarlo Giampietro

“A saúde não tem preço.”

Passei o fim de semana todo pensando em qual dito popular poderia entrar aqui neste post como uma gracinha apropriada. Voltas e voltas, e ficamos com essa máxima aí, mesmo, replicada por cem em cada cem vovós que aprenderam a viver a vida delas sem fartura e tinham que cuidar de outros afazeres. Desde que inteiras, prontas para tudo.

Anderson Varejão lesionado

De terno e munheca imobilizada, Varejão não contribui tanto assim para o Cavaliers vencer

Saúde não tem preço, mas custou caro para Anderson Varejão em suas duas temporadas passadas na NBA. O capixaba jogou apenas 37,8% da última campanha. E o bizarro é que ele atingiu o mesmo baixo percentual na penúltima temporada. Que as pessoas mais próximas de seu círculo evitem o número ou qualquer combinação em torno dos três digitos, por favor. Coisa boa não sai daí.

No campeonato que o locaute tornou um tanto maluco, o brasileiro vinha em sua melhor jornada. Recorde no aproveitamento de rebotes – tanto nos ofensivos como nos defensivos ele estava no top 5 da liga –, nas assistências, na pontuação, caminhando com um duplo-duplo de média, sem perder o espírito de Wild Thing. Aquele jeito serelepe de ser em quadra, trombando com todo mundo, acompanhando armadores na corrida, marcando a cobrança de um lateral como se estivesse valendo o título, se jogando atrás de bolas (nem tão) perdidas. É de se imaginar quantas joelheiras no uniforme escolar a família não teve de costurar em sua infância.

Porque machuca.

Não foi apenas de 2010 a 2012 que Anderson teve dificuldade para se manter na ativa. Entrando em seu nono ano na liga norte-americana, somente em três campeonatos ele conseguiu passar da casa de 70 jogos (de 82 possíveis): 2006-2007 (81), 2008-2009 (81) e 2009-2010 (76). Na verdade, ele já soma quatro campeonatos em que não passou dos 50 jogos.

Varejão, Wild Thing

“Wild Thing”

E não adianta pedir para maneirar. A intensidade em quadra provavelmente é seu maior talento. Acompanhada do corpo veloz e elástico e do instinto especial para saber para onde vai a bola, é o que fazem de Varejão um jogador único e especial, predileto de técnicos e torcedores. “Meu objetivo é ficar saudável. Isso é o mais importante este ano”, afirmou o cabeleira. “Mas eu não vou mudar nada. Vou continuar jogando da mesma forma. Não há nada que você possa fazer para prevenir.”

Pois é. O capixaba não tem nenhuma lesão crônica estrutural. No joelho ou nas costas, por exemplo – ou pelo menos nada que ele ou Cavs revelem. No ano passado, ele sofreu uma fratura em seu punho direito num lance infortuito contra o Milwaukee Bucks ao tentar apanhar um rebote e levar um tapa de um adversário.

Varejão vai entrar em quadra e se colocar em situações em que corre-se o risco.

Risco não combina com saúde. Talvez a palavra-chave aqui, então, devesse ser outra. Risco tem mais a ver com sorte.


Preocupado com lesões, técnico do Cavs espera evolução de novato para preservar Varejão
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Giancarlo Giampietro

Se Rafael Hettsheimeir funciona nesses dias apenas uma especulação envolvendo o Cleveland Cavaliers, com Anderson Varejão a história é bem diferente. Qualquer perspectiva de sucesso e de boa campanha da equipe na próxima temporada da NBA passa pelo pivô capixaba.

Anderson Varejão lesionado

De terno e munheca imobilizada, Varejão não contribui tanto assim para o Cavaliers vencer

Pensando nisso, o técnico Byron Scott já pensa com seus botões assim: “Hmmm… Seria ótimo poder preservar o Andy de alguma forma, tentar otimizar o quanto posso tirar dele”.

Não que estejamos envolvidos no lance de telepatia, nem nada disso. É que, fuçando por aí, você de repente pode se deparar com uma entrevista do treinador do Cavs ao próprio site da franquia, respondendo a perguntas enviadas pelo Twitter. Digamos que não seja a maior coincidência do mundo.

E aí o @fatherjohnmisty (*) da vez pergunta como ele vê a rotação de pivôs da equipe para a campanha 2012-2013, agora que o clube conta com o novato Tyler Zeller em seu elenco.

O ex-parceiro de Magic Johnson falou assim: “Eu vejo Andy começando o campeonato como titular. Mas minha visão é que em algum momento durante a temporada Tyler vai poder ser titular e eu poderei voltar com Andy para o banco, que é onde acho que ele pode ser mais efetivo…” Mas Calma!

Antes que você se descabele por nosso cabeleira, a continuação da resposta de Scott foi assim: “… E também poderia cortar os minutos, dele sabe? Infelizmente, nas últimas duas temporadas ele acabou jogando muitos minutos e sofreu algumas lesões”.

Por seu empenho defensivo, seu espírito contagiante em quadra para uma equipe muito jovem, Varejão é muito importante para o Cavs para jogar por apenas 56 partidas em dois anos – de 148 possíveis! Isso é muito pouco.

Tyler Zeller

Narigudo Zeller pode ajudar Scott a poupar Varejão em Cleveland

O treinador, então, torce para que Zeller assimile o jogo da NBA rapidamente. Ele tem mais idade e experiência que o calouro tradicional da liga dos últimos tempos – ele cursou os quatro anos em North Carolina, tem 22 anos (dois mais velho que Kyrie Irving, por exemplo.

Em termos atléticos, Tyler – o irmão de Luke e Cody (cotado como um dos melhores prospectos do próximo Draft e candidato a jogador do ano por Indiana no basquete universitário) – é bem parecido com Varejão. Um pivô mais leve, que aguenta corre muito mais do que a média para gente de seu tamanho e com ótima velocidade.

“No momento então é o que vejo. Andy começando como titular, porque ele sabe exatamente o que estamos fazendo e nós sabemos exatamente o que ele faz para nós”, diz Scott. “Mas acho que ele seria melhor se viesse do banco. O que não quer dizer que ele não vá terminar um monte de jogos, por causa de sua experiência e do modo como joga.”

*  *  *

Andy sempre soa engraçado, né?

Ainda mais considerando que Anderson definitivamente não é um nome que os norte-americanos possam estranhar. Ainda assim, para demonstrar afeto, em Cleveland, depois de “Wild Thing”, virou Andy, mesmo, e ok.

Agora…

Já havia feito esse apelo na encarnação passada do Vinte Um, mas insisto aqui: sabemos que Fab é diminutivo, no caso, de Fabrício, né? Que o pivô do Celtics, então, se chamaria Fabrício Melo? Por que não chamá-lo assim? Por que nos Estados Unidos é de outro jeito e pronto?

Fab pode ser usado feito trocadilho etc. Três letras, fácil de modular. Tipo as inúmeras manchetes “fabulosas” que o Lance! já fez quando Luís Fabiano detona, e tal. Mas a gente realmente não pode respirar fundo e tratar com alguém que tenha o nome em três sílabas mais?

Obviamente esse é apenas um espirro sem maldade nenhuma, que não vai mudar a realidade de ninguém. Sobe a bola, segue o jogo.

(*) Sim, essa foi uma referência da Juke Box 21 desta temporada.


Contrato com Scott garante ao Rockets direitos sobre o brasileiro na D-League da NBA
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Giancarlo Giampietro

O Houston Rockets acredita no potencial de Scott Machado.

Que sabichão, né? Mas claro que acredita, então por que daria um contrato de três anos para o armador se fosse outro o caso?

Ok, anotado.

Scott Machado, armador puro em busca de vaga

Agora… Sabe também o que está por trás desse contrato assinado? Que, caso Daryl Morey não consiga limpar seu elenco e tenha de dispensar o nova-iorquino antes do início da temporada, esse vínculo, mesmo que desfeito, garante que ele pertencerá a sua franquia afiliada na D-League, a liga de desenvolvimento da NBA.

Isto é: ao participar do training camp com o Rockets, se não seguir no clube, o brasileiro se torna um jogador exclusivo do Rio Grande Valley na D-League. Ao que tudo indica, seria o caminho escolhido pelo atleta mesmo, em vez de tentar a Europa.

Não seria o fim do mundo. Os salários na liga menor são bem menores que o que se paga na NBA, os atletas andam de busão para cima e para baixo, em cidades bem menores, nada de glamour, mas ao menos Scott ainda estaria sob a alçada do Rockets.

Sediado em Hidalgo, ainda no Texas, o Rio Grande Valley Vipers  não pertence ao milionário Les Alexander, mas o departamento de basquete é controlado pelo estafe do Rockets desde 2009. A equipe antes era dividida com outras franquias – Cavs e Hornets –, como ainda acontece com a maioria dos times da liga de desenvolvimento.

As operações entre os dois clubes estão intimamente ligadas. Por exemplo: Chris Finch, técnico da Grã-Bretanha em Londres-2012, foi o comandante do Vipers até 2011 e acabou promovido a assistente de Kevin McHale na última temporada. Ele, na verdade, está muito bem cotado a suceder McHale quando chegar a hora.

Mapa do Texas

Hidalgo, ao Sul de Houston e do Texas

Então qualquer progresso que Scott fizer será levado em cona, será informado imediatamente a Morey e comissão técnica.

Um ponto importante também: qualquer jogador do Vipers pode ser chamado por qualquer time da NBA a qualquer momento durante a temporada. Ser o time do Rockets não implica que ele só possa ser usado pelos texanos. Foi o que aconteceu com o armador CJ Watson, aliás: ele começou sua carreira na liga principal pelo Golden State Warriors, antes de ser contratado por uma boa grana pelo Bulls. Por outro lado, é mais natural que o próprio Rockets faça a convocação, como no caso dos armadores Will Conroy, Garrett Temple e o ala Mike Harris – os três, porém, ainda estão no ritmo de bate-e-volta, circulando, em busca de uma vaga definitiva.

Fechando, uma curiosidade: “Rio Grande” não seria um termo tão estranho, no fim, ao torcedor colorado Scott Machado, considerando que sua família tem origens gaúchas, né?

Vamos aguardar.