Um Kirilenko exuberante para encerrar a série de semifinais da Lituânia
Giancarlo Giampietro
Foram 19 pontos, 13 rebotes, 3 assistências, 3 tocos e 3 roubos de bola de Andrei Kirilenko. Tá bom para você?
O ala russo teve mais um jogo daqueles em que levou o dinamismo ao extremo em uma quadra de basquete e foi a figura estabilizadora, ao lado do comparsa Viktor Khryapa, na vitória da Rússia sobre a Lituânia, por 83 a 74, nesta quarta-feira, na primeira partida pelas quartas de final do torneio olímpico.
Foi umembate bastante estressante no quarto período, com uma avalanche de erros por parte das duas seleções, especialmente nos dois minutos finais. De modo sintomático, o técnico norte-americano David Blatt, da Rússia, terminou o jogo com o nariz sangrando. Haja pressão!
Alexey Shved, a revelação russa, fez um monte de bobagem na partida, somando quatro desperdícios de posse de bola e apenas duas cestas de quadra em 12 tentativas. Um horror.
Para livrar a barra do jovem armador, foi necessária a atuação magistral de AK47. Na fase em que ele está, deve ser difícil encontrar um jogador que faça seu treinador tão feliz em quadra: sem precisar da bola em suas mãos, o ala desequilibrou o jogo, aparecendo sempre bem colocado para finalizar próximo ao aro, apanhar rebotes ofensivos e desarmar o ataque adversário. Seu tempo de bola é impecável.
Já Khryapa não pratica tantas acrobacias assim. Pelo contrário: está quase sempre com os pés no chão. O que veio bem a calhar no confronto com os lituanos: se Shved não conseguia dar ritmo nenhum a sua equipe, o ala assumiu o controle e distribuiu oito assistências por conta, que se somaram aos seus seis rebotes e 12 pontos.
Juntos, os dois alas também ajudaram a limitar o cestinha lituano, Linas Kleiza, a míseros quatro pontos, 11 abaixo de sua média no torneio.
Depois de se classificar para as semifinais nas últimas cinco Olimpíadas, a Lituânia agora está fora. Com república solitária, a Rússia alcança esta fase pela primeira vez em sua história.