Vinte Um

Arquivo : junho 2012

Quando Nenê e Varejão surgiram
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Giancarlo Giampietro

São lembranças remotas, mas que acho que valem resgatar agora, vendo Nenê e Anderson Varejão dividindo o garrafão brasileiro pela primeira vez – de verdade – desde 2003. De lá para cá, quando um pôde, o outro não estava.

Em 2001, os jovens pivôs estavam basicamente sendo apresentados ao basquete internacional na disputa do Sul-Americano masculino. Hélio Rubens era o técnico, iniciando um processo de troca de guarda no time que mesclava Helinho, Demétrius, Vanderlei, Sandro Varejão com gente mais nova.

Anderson e Nenê era duas quase-varetas, bem crus ofensivamente, mas já com muito potencial físico e energia, já conseguindo causar impacto por isso. A seleção foi até a final, sendo derrotada pela Argentina por 76 a 69 na final. Na época, Luis Scola nem cabeludo ainda era – no encerramento da fase regular, os comandados de Magnano já haviam vencido por 64 a 60, num jogo bem parelho.

A despeito de o resultado ter apresentado mais do mesmo – vitória argentina, no caso –, foi ali na cidade de Valdivia, no Chile, que começou o sonho de toda uma geração. Pela primeira vez garotos brasileiros eram discutidos por scouts da NBA, começando a pipocar em lista de sites especializados e a serem descobertos. O adolescente Tiago Splitter, 16, ainda estava num grupo de “próximos-Dirk-Nowitzkis”, por exemplo.

Após um longo período separados, eles agora enfim se unem, já bem mais encorpados, realizados financeiramente, conhecidos por todos no meio. No que vai dar isso?

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada


Calma, Scott: veja a lista dos renegados que ganharam US$ 380 milhões na NBA
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Giancarlo Giampietro

Não é o fim do mundo, Scott. Pode ser um baque, com tanta expectativa criada, mas não sobra muito tempo para chutar choramingar, pois as Summer Leagues já vêm com tudo, os clubes estão montando seus elencos, e seu agente sabe disso.

Nesta sexta, o armador brasileiro deu as caras no Twitter com uma metáfora toda videocassetiana (na falta de melhor palavra): “Não há STOP para o meu sonho, apenas PAUSE. VOU FFW passando por isso porque só quero PLAY e, uma vez que eu mostrar a eles o que posso fazer, eles todos vão querer RECORD ISSO, e eu nunca vou RWD”. Entenderam, né?

Para dar uma força, lembramos, agora, dez  casos de atletas que não foram draftados, mas saíram por cima. Juntos, sabe quanto eles ganharam em contratos durante suas carreiras? Mais de US$ 385 milhões. E isso não leva em conta o fato de que alguns deles ainda estão em atividade.

Confira a turma dos renegados que prosperaram:

1. Ben Wallace

Ben Wallace

O pivô do Detroit Pistons, que ainda não sabe se vai se aposentar este ano… Caso decida que sim, chegará ao fim a carreira de um dos melhores defensores da história da NBA, após 16 temporadas e 130 partidas de playoffs. Wallace começou sua jornada no Washington Wizards de 1996, como reserva de Chris Webber. Ficou um ano em Orlando até ser envolvido em uma troca por Grant Hill com o Detroit. Na época, parecia que o Pistons iria de mal a pior. Engano. Big Ben capitaneou o revival dos “Bad Boys” na Motown, ao lado do bro Rasheed Wallace, sendo campeão em 2004. Foi duas vezes o melhor reboteiro da liga em 2002 e 2003 (quando apanhou 15 por jogo). Quatro vezes All-Star. Quatro vezes eleito o melhor defensor do campeonato. Porrada.

2. Brad Miller
Antes de entrar na NBA, Miller, tinha como grande destaque de sua carreira a medalha de bronze conquistada no Mundial de 1998, aquele que caiu num limbo da USA Basketball – era ano de loucaute e os astros da NBA ficaram fora. Considerado lento, pouco atlético, foi desprezado ao sair de Purdue em 1998. Acabou descolando um bico no Charlotte Hornets (bons tempos!), foi contratado pelo Bulls em sequência, repassado ao Indiana até que assinou com o Sacramento Kings em 2003 por uma bolada: em 2010, já ganhava mais de US$ 12 mi. Foi duas vezes para o All-Star. No auge, teve médias de 15 pontos, nove assistências e quatro assistências pelo Kings.

3. Avery Johnson
Não era necessariamente um craque, tendo um arremesso de três pontos bastante questionável. Mas foi um verdadeiro general em quadra em uma carreira que durou de 1988, quando Scott Machado e Fab Melo ainda não haviam nem nascido, a 2004. Distribuiu 5.846 assistências em jogos de temporada regular, em 1.054 partidas. Marcou época pelo Spurs, pelo qual foi campeão em 1999. Hoje é o técnico do Brooklyn Nets.

John Starks enterra contra o Bulls

John Starks enterra contra o Bulls

4. John Starks
Houve uma vez que o explosivo ala do Knicks voou por toda a defesa do Bulls de Phil Jackson para uma das enterradas icônicas da NBA, que, vira e mexe, aparece nos clipes promocionais da liga. Jogou de 1988 a 2002, terminando com média de 12,5 pontos. Em 1993-94, foram 19,0 por jogo, culminando em convocação para o All-Star e no vice-campeonato sob o comando de Pat Riley. Eleito o melhor sexto homem em 1996-97.

5/6. Bruce Bowen, Raja Bell
Dois alas que foram uma verdadeira peste na marcação na década passada – e, sim, usamos propositalmente o passado em referência a Bell, que hoje já seria um ex-jogador em atividade. Bowen foi tricampeão pelo Spurs, tendo aparecido na seleção defensiva da liga por cinco anos seguidos – embora, injustamente, nunca tenha ganhado o prêmio individual. Raja Bell segue essa estirpe, talvez um pouco mais light, mas ele que não nos ouça. Nos dias de Phoenix Suns, era um dos inimigos prediletos de Kobe Bryant, se é que isso faz sentido.

7. Udonis Haslem
O guarda-costas de Dwyane Wade, um guerreiro nos rebotes que saiu da universidade de Florida em 2002 um tanto gordinho e sem chamar muita atenção. Remodelou seu corpo, descolou um convite do Heat, em sua cidade natal, e o resto a gente já sabe. Ótimo reboteiro, defensor, jogador de poucos erros e vencedor. Bicampeão.

8. David Wesley
Patinou por dois anos em Boston em 1993 e 94 até ganhar respeito, entrar na rotação e emplacar uma carreira que acabou em 2007, com 12,5 pontos e 4,4 assistências. Viveu seus melhores anos pelo Hornets, pegando a transição de Charlotte para New Orleans.

9. JJ Barea
Ainda na metade do caminho, o portorriquenho já tem seu título da NBA, um contrato de mais de US$ 4 milhões com o Minnesota Timberwolves, para correr com Ricky Rubio. Veloz, forte, inteligente e corajoso, consegue finalizar no garrafão apesar da estatura diminuta.

10. Jeremy Lin

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O pôster dessa turma toda agora, né? A história você já conhece, cujas palavras-chave são: sino-americano, Harvard, economista, show em Summer League contra John Wall, Warriors, Rockets, dispensas, waiver, Knicks, D’Antoni, Linsanidade, Manhattan, Forbes, Hollywood.

Outros armadores que têm/tiveram carreiras duradouras sob as mesmas condições: Carlos Arroyo, Robert Pack, Jannero Pargo, Chuck Atkins, Darrell Armstrong, Troy Hudson, Damon Jones e Mike James. E mais outros atletas de outras posições como Louis Amundson, Joel Anthony, Reggie Evans e Reggie e Aaron Williams.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Scott Machado em sua encarnação passada


Os ajustes de Varejão, a defesa de Alex, os passes de Nenê: começa bem a seleção
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Giancarlo Giampietro

Por motivos de razão conjugal – sacumé… –, atrasamos por toda a eternidade de um dia nossas notinha sobre a vitória do Brasil de Magnano sobre a Grécia.

(É legal escrever Brasil de Magnano, né?)

Depois de visto o VT nesta sexta, vamos lá:

– Repararam como o Anderson Varejão se sente muito mais confortável no ataque quando joga de verde e amarelo? Rebobine e tente achar algum clipe da Copa América de 2009, com Moncho, e confirmarás. Em Cleveland, o pivô teve mais liberdade na última temporada, mas dificilmente está livre, leve e solto com a bola nas mãos. Pela seleção, uma subta transformação. Ele corta com e sem a bola para o aro, gira, improvisa bandejas etc. Uma beleza. Sua agressividade defensiva é traduzida do outro lado.

Alex x Spanoulis

Alex sobe para bloquear Spanoulis

– Por outro lado, Varejão teve alguma dificuldade para conter o ala-pivô Georgios Printezis, que vive a melhor fase de sua carreira, diga-se. Mais ágil, combativo, igualmente energético, o jogador que fez a cesta do título da Euroliga pelo Olympiakos anotou dez pontos no quarto inicial do amistoso, se desgarrando facilmente do capixaba. A defesa é o forte de Anderson, mas nos últimos anos ele vem jogando muito mais como um “5”, cobrindo adversários mais fortes e pesados. No mundo Fiba, ele vai lidar com gente um pouco menor, que flutua bem mais. Isso vai pedir uma revisão de cacoetes do brasileiro. Natural, ainda mais para quem ficou tanto tempo inativo.

– Nenê sempre teve o passe como uma de suas habilidades mais subestimadas – lembram quando George Karl até implorava para o pivô ser um pouco mais egoísta? Varejão vai se cansar de fazer bandeja e ganchinho próximos ao aro, atento que está à assistências do companheiro. Os alas também devem ficar atentos quando cortam pelo garrafão.

– Foi bem divertido acompanhar Alex perseguindo Vassillis Spanoulis no primeiro tempo em São Carlos. É um páreo duro acompanhar o escolta grego, mas para o ala de Brasília isso não representa nenhum problema. Dá para dizer que ele até gosta. O veterano desfruta de uma situação bem cômoda no NBB, enfrentando pouca resistência. De qualquer forma, não deixa de ser uma pena que ele não esteja numa Euroliga, combatendo a cada rodada, tal como fez pelo Maccabi anos atrás. (PS: no quarto período, foi a vez de Larry cuidar bem do astro grego).

Varejão x Printezis

Varejão: diferenças no mundo Fiba

– No terceiro quarto, o garoto Raulzinho teve muitos problemas para encarar a marcação sob pressão oponente, especialmente com Nick Calathes fungando sem parar. Houve uma sequência em que ele cometeu três turnovers seguidos, resultando em contra-ataques para os gregos.

– O confronto com a Grécia apresentou também uma realidade bem diferente ao Brasil de Magnano (hehehe), comparando com o que vimos diante de nigerianos e kiwis. Contra um time mais estruturado, com cinco armadores/escoltas acima da média, a agressiva defesa brasileira forçou menos erros e pontuou menos em cestas fáceis. Mas não se avexem: o time elevou seu padrão ofensivo e venceu uma equipe de primeiro escalão, mostrando que tem mais recursos e opções para se impor.

– A Grécia é um grande time, mas perde muito sem Dimitris Diamantidis e os 15, 20 minutos de pancadaria com o Baby Shaq Sofoklis Schortsanitis.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada


Wade, Bosh… Menos dois para os EUA. E daí?
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Giancarlo Giampietro

Chris Bosh, do Miami Heat

Como colocou Jerry Colangelo, foram mais duas balas disparadas contra a seleção norte-americana. Fosse qualquer outra equipe, era para ficar preocupado. Como são os atuais campeões olímpicos e mundiais, vira só nota de rodapé.

Os EUA perderam nesta semana mais dois jogadores de sua rotação: a dupla Dwyane Wade e Chris Bosh, do Miami Heat, avariados fisicamente.

Bosh ouviu a opinião de seu médico e optou por pedir dispensa do torneio olímpico, com medo de agravar a lesão no abdome que sofreu durante os playoffs da NBA. Ainda não está totalmente curada e poderia virar crônica.

“Ele vai fazer falta, mas temos de continuar. Já recebemos quatro balas com as lesões de Rose, Howard, Wade e agora Bosh”, afirmou. Aí foi a hora de se gabar, com justiça: “Vai ser agora um testemunho para a infraestrutura que montamos para a nossa seleção. Estou muito confiante. Adversidade dá oportunidade para outras pessoas. Quer saber? Agora temos algumas vagas abertas no elenco.”

Não há motivo para pânico, mesmo. Agora eles só têm disponíveis estes indivíduos aqui: Carmelo Anthony, Kobe Bryant, Tyson Chandler, Anthony Davis, Kevin Durant, Rudy Gay, Eric Gordon, Blake Griffin, James Harden, Andre Iguodala, LeBron James, Kevin Love, Lamar Odom, Chris Paul, Russell Westbrook, Deron Williams.

Beeeeem difícil a vida do Coach K, né?

O garrafão teoricamente fica enfraquecido. Não custa lembrar, porém, que eles venceram o Mundial da Turquia com Odom de pivô.

Os EUA começam a treinar no dia 5 de julho em Las Vegas. Os 12 eleitos serão anunciados já no dia 7.


Com seis convites da NBA, Scott Machado tem mais uma chance
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Giancarlo Giampietro

Fica difícil juntar os cacos e achar que o mundo não acabou. Mas o armador Scott Machado já recebeu algum consolo ao saber que o telefone de seu agente não parou de tocar nesta sexta-feira.

Nessa altura do campeonato, tendo passado batido no Draft, Scott, digamos, não está em condições de ser fresco e escolher clube. Qualquer oferta já seria lucro, uma dádiva.f

Porém, Adrian Wojnarowski, do Yahoo norte-americano e senhor de todos os furos da NBA, publicou hoje que seis clubes já fizeram convites para contar com o brasileiro em suas equipes de Summer League: Atlanta Hawks, Charlotte Bobcats, Cleveland Cavaliers, Houston Rockets, New Orleans Hornets e Toronto Raptors.

Scott Machado agora vai precisar de visão de jogo

Aí a coisa muda um tico. O brasileiro tem um pouco mais de controle sobre seu destino. Um pouquinho, ok.

Agora é hora respirar fundo e  estudar qual time lhe abre a melhor oportunidade para mostrar serviço – partindo do pressuposto de que brigaria por uma vaga apenas para compor elenco, como segundo ou terceiro armador da rotação. Elogiado pelos scouts por sua visão de jogo em quadra, Scott agora vai ter de mirar bemf avaliar onde se encaixa melhor, pensando longe.

De cara já dá para ver que o Hornets não se configura como a melhor opção. Acabaram de selecionar o espevitado Austin Rivers, queridinho de Monty Williams, na décima colocação, e acreditam que ele pode ser um armador ao lado de Eric Gordon. Não obstante, contam com Greivis Vasquez e Jarret Jack em sua folha salarial. Muita gente na parada.

Rockets? Tudo depende do que vão fazer com Gordan Dragic e Kyle Lowry – por enquanto, os rumores dão conta de que o esloveno fica e o bulldog, depois de detonar Kevin McHale publicamente, pode sair. Shaun Livingston acabou de chegar de Milwaukee e não deve ser repassado. Pode sobrar, ou não, uma vaga para batalhar no banco. Colocaria em penúltimo, então, no meu ranking pessoal.

As coisas em Toronto, onde ele treinou, salvo engano, duas vezes no período pré-Draft, também estão confusas. José Calderón tem mais de US$ 10 milhões para receber do clube canadense em 2012-2013, mas pode ser trocado ou dispensado a qualquer momento (creiam). Bryan Colangelo vai tentar fechar de todo jeito com Steve Nash no mercado de agentes livres. Jerryd Bayless alternou ótimos e péssimos meses no último campeonato, mas ainda parece nos planos. Sei, não, hein?

Tomislav Zubcic, ala da Croácia

O espigão Tomislav Zubcic foi uma surpresa do Draft, deixando Scott Machado para trás

Os outros três clubes soam como melhores pedidas: o Cavs escala Kyrie Irving, o novato do ano e um brilhante armador já aos 20 anos. Fora o prodígio, no entanto, há uma boa lacuna para ser preenchida: Donald Sloan, velho de guerra de D-League, não inspira tanta confiança assim, vai? Em Charlotte, só Kemba Walker está sob contrato na posição. O mesmo vale para o Atlanta e Jeff Teague, a não ser qeu eles enxerguem John Jenkins de outra forma. Pagando uma fortuna em quatro jogadores, tendo apenas seis atletas assinados, o time vai precisar de peças mais baratas para completar seu elenco.

Para constar: todos esses seis clubes tiveram uma segunda ou até terceira chance para ter draftado Scott Machado na véspera.

O Toronto teve duas escolhas de segunda rodada no Draft e optou pelo ala-pivô Quincy Acy (36º) e o ala croata Tomislav Zubcic (56º). O Atlanta selecionou o ala-pivô Mike Scott em 43º. O Houston comprou a escolha 53 do Clippers e optou pelo turco Furkan Aldemir. O Charlotte, em 31º, ficou com Jeff Taylor. New Orleans, por fim, foi com o ala Darius Miller em 46º.

Mas a NBA é assim, mesmo. “Business as usual”. Tem de engolir o orgulho e seguir em frente.

Qual seria o melhor time para Scott tentar?

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Scott Machado em sua encarnação passada


Fab Melo reforça defesa interior do Celtics
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Giancarlo Giampietro

Fabrício e Sullinger: Boston reforça o garrafão

O peixe que Fabrício Melo tem para vender logo de cara na NBA é sua habilidade defensiva. Ótimo, então, que ele ingresse na liga norte-americana pelo Boston Celtics, um dos times que vem investindo muito nesse aspecto do jogo nas últimas temporadas, com ubuntu e tudo.

Com duas escolhas consecutivas no Draft, o experiente Danny Ainge apostou grande. Ou melhor, em gente grande. No sentido de tamanho, mesmo. Em 21º, optou por Jared Sullinger, alguém que pode, ou não, ter problemas sérios nas costas e passar por uma cirurgia neste ano. As opiniões médicas são conflitantes. Depois veio o mineiro de Juiz de Fora, um legítimo “seven footer” (2,13 m). “Ele tem tamanho e nós gostamos de tamanho, precisamos de tamanho. Isso nos dá a chance de trabalhar com ele. Pensamos que ele pode ser um bom jogador”, afirmou o técnico Doc Rivers.

Melo e Sullinger combinam bem. Sullinger não tem uma boa impulsão, é lento, relativamente baixo e pouco atlético. Aí você pensa: “Minhanossa”, né? Tecnicamente, no entanto, ele compensa: tem os movimentos todos de costas para a cesta, um bom chute de média para longa distância, é um bom passador e, ao que tudo indica, se trata de um ótimo sujeito. Aplicado e aguerrido. Já Fabrício oferece tudo o que o gordinho de Ohio State não tem: altura, envergadura impressionante, agilidade, velocidade, um pacote excepcional para a defesa, protegendo o aro com eficiência e de modo intimidador. Encaixa muito bem com a proposta de retaguarda orquestrada por Rivers. No ataque, todavia, ele ainda precisa se desenvolver horrores.

Seria importante que Sullinger consiga jogar neste ano. Pode parecer contraditório, já que, mais minutos para o ala-pivô poderiam significar menos para o brasileiro. Pode até ser.  Por outro lado, o pivozão ainda é mais um projeto do que um jogador de impacto. Ter o novato mais badalado ao seu lado lhe aliviaria a pressão consideravelmente.

Outro ponto para ponderar: Kevin Garnett vai continuar jogando? Vai continuar em Boston? Entrar na liga sob a tutela do maníaco e veteraníssimo ala-pivô seria um cenário perfeito para Fabrício. O caráter de KG pode ser questionado pelos adversários, mas seus companheiros de time fazem questão de destacar o quão importante ele é internamente, o bem que faz para o grupo, de maneira unânime. O mineiro teria muito a aprender em muitos sentidos.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Fabrício Melo em sua encarnação passada


Amistosos para definir reservas de Huertas
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Giancarlo Giampietro

Bom, a Seleção foi para a quadra, em São Carlos, nesta semana, para fazer suas primeiras partidas preparatórias rumo a Londres-2012, depois do início dos treinos no dia 10 de junho. Se hoje estamos no dia 27, quer dizer que foram pouco mais de duas semanas de preparação com os rapazes em São Paulo – tirando Splitter e Huertas que chegaram um pouco depois e os três promovidos do Sul-Americano.

Não dava para esperar, por isso, uma equipe nacional tinindo. Magnano costuma “acabar” com os atletas em seu início de treino, a formação de uma rotação – se é que vai se apegar a isso – deve estar distante em sua camisa, e o time, a despeito de uma certa base que se repete há tempos, não jogava junto desde Mar del Plata.

De todo modo, se a bola subiu, já vale tomar nota.

Naturalmente, estava todo mundo pensando em Leandrinho e Nenê, no retorno dos dois ao time, se adequando a um grupo fortalecido pela conquista da vaga olímpica. Depois tiveram de esquecer o ala-armador, que está sem seguro e não joga em São Carlos. Oooops.

Prefiro, neste primeiro momento, voltar as atenções para estes sujeitos aqui:

Armadores da Seleção duelam

Marcelinho enfrenta marcação de Nezinho

Larry marca Huertas em treino

Marcelinho enfrenta marcação de Larry(nho)

Raulzinho enfrenta marcação de Nezinho

Raulzinho enfrenta marcação de Nezinho

Nezinho enfrenta marcação de Raulzinho

Nezinho enfrenta marcação de Raulzinho

Isso, os armadores.

Pode haver alguma dúvida entre Caio Torres e Augusto Lima, dependendo do que Magnano projete para o jogo olímpico – batalhas físicas, lentas no garrafão, ou um jogo mais atlético, veloz, mas que não perde em intensidade

Huertas pode não ter participado do massacre que foi a temporada loucauteada da NBA, mas avançou longe com o Barcelona na Espanha e foi o último a se apresentar. Desde que esteja bem fisicamente, ninguém vai se preocupar com isso – esse é garantido.

Agora, se recuperarmos o que se passou em solo argentino no ano passado, nosso titular por muitas vezes jogou a partida inteira sem descanso, porque Magnano parecia não confiar em quem tinha no banco. Não dá para evitar, então, dessa vez, observar atentamente Larry, Raulzinho e, sim, Nezinho.

Quem vai entrar em quadra primeiro? Cada um num jogo? Quantos minutos vai ficar? Qual o seu sucesso em organizar o time ofensivamente, reduzir os erros e pressionar o armador adversário? Atenção nesses e outros detalhes.

Pode ser cedo, bem cedo para avaliar o conjunto todo.

Mas, no caso da armação e da definição dos 12 olímpicos, o processo já está bem adiantado, na verdade. Magnano vai definir seu grupo após os amistosos em Foz do Iguaçu. Serão nove jogos até lá. Para os armadores brasileiros, vai passar voando.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada.


As estrelas alternativas do Draft
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Giancarlo Giampietro

No Draft da NBA, os blueseiros de Nova Orleans só querem saber do Anthony Davis, também conhecido como Monocelha, ala-pivô de Kentucky garantido como a escolha número um. Para os brasileiros, mais que natural voltar as atenções para a dupla Fabrício Melo, pivô mineiro de Juiz de Fora, que fez o ensino médio e dois anos de universidade nos Estados Unidos, e Scott Machado, norte-americano filho de pais brasileiros imigrantes na América e que se define como um gaúcho de Porto Alegre em perfil de redes sociais.

Royce White desafia os olheiros da NBA Aqui no QG 21, porém, há espaço para todo mundo. Sofre de transtorno de ansiedade e prefere embarcar num avião? É apenas dois anos mais novo que o nosso Tiago Splitter e está prestes a fazer um contrato de seis dígitos, no mínimo, depois de ter servido no Iraque?  Então sinta-se em casa.

Os scouts e cartolas da liga norte-americana viajaram o mundo, fizeram entrevistas com adolescentes nas quais usaram de perguntas básicas e outras um tanto descabidas – do tipo “entre ser uma máquina de lavar roupa ou um liquidificador, qual você preferiria?” –, se enfurnaram em ginásios (boa parte deles climatizados, é verdade), gastaram o controle remoto do DVD e o mouse do computador e, ufa!, neste momento, devem estar flertando com a insanidade. Faltam poucas horas para eles tomarem uma decisão que pode lhe custar a cabeça ou render alguns tapinhas no ombro por parte do bilionário que controla sua franquia.

Todo mundo queria Davis, o Monocelha, mas só tem um desse disponível neste ano. Não é fácil fazer o restante das escolhas. Não quando você tem uma gama de jogadores disponíveis como estes aqui:

– Royce White, de Iowa State
O ala-pivô deve ser o prospecto a dizer que se sente conectado com John Lennon “por inspiração e filosoficamente”.  Tupac, Eminem, Dr. Dre, Jay-Z que abram caminho para White passar. Ele afirma que tem interesse em tocar piano no futuro. Isso não assusta os cartolas. Na verdade, até desperta simpatia.

John Lennon, inspiração

John Lennon, inspiração

O que desperta precaução no rapaz é seu medicamente comprovado transtorno de ansiedade, identificado apenas aos 18 anos.  Por vezes lhe cria dificuldades na hora de subir em um avião. Ele diz que, uma vez decolado, não se sente aterrorizado no ar. Difícil, nos piores dias, são as horas antecedentes ao voo. No torneio dos mata-matas universitários, viajou de carro com o avô por mais de nove horas para um jogo em Louisville. Mas o jogador garante que viajou de avião diversas vezes com os Cyclones durante a temporada. Outras questões delicadas que ele precisou responder durante o contato com os clubes foi sobre a acusação de roubo a uma loja em um shopping em Minneapolis.

Em quadra, White é um dos jogadores mais intrigantes dessa leva. Um ala-pivô como visão de armador, capaz de ter linhas como dez pontos, 18 rebotes e dez assistências em uma partida.

Seu técnico, Fred Hoiberg, que jogou no Indiana Pacers de Reggie Miller nos anos 90, fala que ele é como um “trem de carga descendo a quadra”. Também tem as mãos mais largas de todos os jogadores inscritos no Draft, do dedão ao dedinho, esticados, são 29,21 cm. No caso de você estar se perguntando.

Quem topa?

– Bernard James, pivô de Florida State
Pivô forte e atlético, de 2,08 m de altura, que tem média superior a dois tocos por partida em sua carreira universitária e evoluiu em muitas categorias de sua terceira para a quarta temporada. O tipo de prospecto pelos quais os dirigentes se atraem com facilidade. Não tivesse ele 27 anos de idade. Nascido no dia 7 de fevereiro, ele é apenas um ano mais velho que nosso rodado Tiago Splitter. E o que esse senhor fazia na universidade a essa altura da vida, sendo oito anos mais velho que Davis, por exemplo?

Bernard James, em serviço do Exército dos EUAA resposta tem a ver com “I Want You To Join The US Army”.

Ele passou seis anos a serviço da Aeronáutica norte-americana, viajando por cinco continentes, passando inclusive pelo Iarque. Ele se alistou depois de ser expulso do colegial. Quando mais novo, não tinha o menor interesse em jogar basquete. Acabou se iniciando no esporte para valer apenas quando um comandante o avistou em um campo de treinamento na Califórnia e o convocou para um “racha” na mesma noite: “Ele perguntou seu eu jogava, disse que não, mas aí ele falou que a partir de então eu jogaria”. Ordens são ordens. Em seis anos, ganhou quatro medalhas de ouro nos Jogos Militares. Em 2008, começou sua carreira universitária em um Junior College de Tallahassee. Dois anos depois, chegou a Forida State, onde entrou no radar. Da NBA, claro.

Esses são os dois casos mais curiosos, segundo o bisbilhotado. Mas tem mais:

Austin Rivers, ala-armador de Duke, filho de Doc Rivers, técnico do Boston e uma das mentes mais respeitadas da liga. Quando saiu do colegial, era considerado um dos melhores talentos de sua geração. Na universidade, não foi todo esse estouro. Por outro lado, não se atreva a dizer isso ao sujeito, nem ao seu pai. Rivers, o Austin, se comporta como o maioral e tem um certo complexo de Kobe Bryant – sem pular, sem ser tão forte, ou sem ser tão alto como o astro do Lakers. Ah, tá..

Jared Sullinger também saiu do colegial badalado e brilhou em sua temporada de calouro em Ohio State e, contrariando o protocolo, decidiu voltar para a universidade para viver a vida de um segundanista. Os puristas todos aplaudiram: o pivô estaria valorizando seus estudos, dando um exemplo para muitos garotos etc. Um ano depois, evoluiu pouco em quadra e, pior, despertou a preocupação dos médicos do mundo cruel da NBA com um problema em suas costas. Hoje, vê sua cotação despencar. Baita prêmio para um bom menino, hein?

– O ala Evan Fournier, francês, é um dos poucos estrangeiros deste ano bem cotado para a primeira rodada do Draft – sem contar aqui o “Fab Melo”, que entra na cota de universitários, embora brasileiro. Não fala uma vírgula de inglês, chegou de última hora aos Estados Unidos e está batalhando sua escolha contra os prodígios da casa. O ala grego Kostas Papanikolau, campeão da Euroliga pelo Olympiakos e jogando nesta semana pela seleção de seu país em São Carlos, corre por fora.

– Tem também o Ryan Allen, que é irmão do Tony Allen, pitbull do Memphis Grizzlies, que já jogou com o Ray Allen pelo Boston Celtics. Um anônimo no Draft, Ryan, um ala, treinou duas vezes pelo Milwaukee Bucks nos últimos dias, a franquia que escolheu nos anos 90 o próprio Ray Allen. Confuso? Também ficamos.

PS: Clique aqui para ver o que o blogueiro publicou sobre o Draft da NBA em sua encarnação passada


Especialistas do Draft projetam Fabrício Melo sob tutela de Anderson Varejão
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Giancarlo Giampietro

Os dois principais especialistas na cobertura do Draft da NBA concordavam em um ponto importante para o basquete brasileiro: a projeção de qual clube deve selecionar o pivô Fabrício Melo na noite desta quinta-feira.

Fabrício Melo distribuiu tocos por Syracuse

Fabrício Melo distribuiu tocos por Syracuse

O veterano Chad Ford, do ESPN.com (@chadfordinsider), e Jonathan Givony (@DraftExpress), chapinha que é o dono do DraftExpress, travam ano a ano uma batalha naval velada entre eles, para saber quem acerta mais escolhas a cada processo de recrutamento de calouros.

Na noite desta quinta-feira, os dois jornalistas apontavam o jogador como o 24º do Draft. Pelo Cleveland Cavaliers, isto é. Em seus comentários, Ford até menciona o compatriota Anderson Varejão como um incentivo: “O fato de eles terem um companheiro brasileiro para servir como mentor é um bônus”.

Boston Celtics, com duas escolhas e uma carência de pivôs, e o Miami Heat – sim, o Heat – também seriam dois clubes interessados. Especialmente o time da Flórida, que foi campeão com Joel Anthony, Ronny Turiaf, Eddy Curry e Dexter Pittman como seus grandalhões. Dureza, né? Dizem – diiiiiiiizeeem – que de Miami ele não passa, devido a sua capacidade defensiva, para proteger o aro e fechar espaços no garrafão.

E o Scott Machado?
A situação do armador nascido nos EUA e filho de gaúchos é um pouco mais nebulosa. No momento, Ford tem uma perspectiva bastante otimista sobre o armador: ele seria o 32º no Draft, via Washington Wizards. Apenas os 30 primeiros, do primeiro giro, têm contratos garantidos por um mínimo de dois anos. Os da segunda precisam se virar por conta. Por outro lado, caso fosse escolhido tão cedo, seria um sinal de prestígio. Os jogadores nesta faixa costumeiramente obtêm bom salário.

Scott Machado, armador puro em busca de vaga

Por outro lado, Givony tem Scott apenas em 53º em sua lista, via Los Angeles Clippers, com apenas sete atletas relacionados depois dele até o fim da segunda rodada. Não se trata de uma posição confortável, portanto, para esse armador puro, que trabalha muito mais para os companheiros do que em causa própria.

Telefone sem fio
Agora, não estamos diante de ciência exata aqui. Ford e Givony passam o ano todo seguindo os scouts em viagens e conversando, adulando e por vezes ajudando os gerentes gerais da NBA. Nesta semana, seria a hora de colher os favores.

Nem todos são tão amigões assim. Há muita notícia plantada, pelas mais diversas razões. Clubes inflam ou torpedeiam a cotação de um punhado de jogadores com a esperança de que seus alvos sigam disponíveis. Escondem seus preferidos até a última hora e só vazam a poucos minutos de fazerem a escolha, já certos de que o atleta vai ser contratado. Sem contar as incontáveis ligações e o telefone sem fio decorrente de tantas negociações entre agentes e dirigentes ou entre cartolas e cartolas, mesmo.

O próprio Cavs está envolvido na boataria. Além da 24ª escolha, a franquia de Cleveland tem a quarta neste ano. Sua ideia, pelo que se especula, é juntar as duas em troca da segunda, hoje do Charlotte Bobcats. Se esse negócio se confirmar, aí adeus para a idealizada parceria entre Varejão e Melo.

Na terça-feira, Fabrício, que jogou dois anos por Syracuse, treinou pelo Miami, ainda batalhando, de última hora. Já Scott, formado pela universidade católica de Iona, localizada em New Rochelle, no estado de New York, saiu para compras, tentando achar seu traje social adequado para a noite que espera ser de gala. Vai ser o dia mais longo de suas vidas.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Fabrício Melo e Scott Machado em sua encarnação passada


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