Vinte Um

Arquivo : Wolves

Dois dados para encorajar o Lakers na briga por uma vaga nos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Kobe x Lin

O Lakers de Kobe conseguirá superar o Rockets de Lin?

Em Los Angeles, com relação ao Lakers, a alternância entre céu e inferno pode acontecer com uma frequência alarmante. No momento, com o time vencendo duas partidas consecutivas desde o retorno de Dwight Howard, a tendência é que comece a ser pintado novamente um céu de brigadeiro – mas bem sutil, né, porque a depressão pelo incrivelmente fraco início de temporada foi bem forte.

Então, meu amigo torcedor angelino, levantamos aqui alguns dados que podem ser mais animadores do que o basquete apresentado pelo time de Mike D’Antoni até aqui:

– o Houston Rockets, atual sétimo colocado, não vai nada bem quando se depara com adversários do duríssimo Oeste. A barba de James Harden, até esta quarta-feira, esteve presente em apenas sete vitórias em 22 confrontos, tendo perdido para o Dallas Maverics nesta quarta. Mantendo esse ritmo, dificilmente vão ter um aproveitamento superior a 50% ao final do campeonato (afinal, joga-se mais em sua conferência do que contra os da outra). Sem contr que o Oeste vai ficando ainda mais forte agora que o New Orleans Hornets e o Mavs estão completos, com Eric Gordon e Dirk Nowitzki entrando em forma.

– O Blazers, oitavo colocado, tem saldo de cestas de 2,1 pontos negativos. Historicamente, as equipes que ficam no vermelho não conseguem chegar aos mata-matas. Mas como se explica, então, a atual campanha de 20 triunfos e 18 reveses do grupo liderado por LaMarcus Aldridge? O clube de Portland está muito bem em duelos extremamente equilibrados, decididos por três ou menos pontos (6-2) ou na prorrogação (5-1). Novamente: levantamentos estatísticos indicam que esse tipo de situação tende a se equilibrar e que há um pouco de “sorte” na decisão de partidas assim – na terça-feira passada, aliás, a equipe perdeu a primeira no tempo extra, diante do Denver Nuggets.

Depois de tantas lesões e percalços, a família Buss só espera que os astros se alinhem a seu favor para a segunda metade do campeonato, de olho especialmente nesses dois pontos negativos de ao menos dois concorrentes em melhor situação na tabela – vale acompanhar também o Golden State Warriors, que começou o campeonato defendendo como nunca, mas perdeu rendimento nas últimas semanas.

Agora, de nada vai adiantar que Rockets e Blazers tropecem, se o próprio Lakers não melhorar seu retrospecto contra os times do Oeste, tendo até esta quarta  9 vitórias e 16 derrotas.

Para isso, deve arrumar sua cozinha, com muitas tarefas pela frente, entre as quais se destacam: 1) decidir o que fazer com Pau Gasol quando o astro espanhol se reabilitar da concussão sofrida em quadra; 2) arrumar a defesa, que não pode depender exclusivamente do vigor físico de Howard ou Artest (a atuação de Kobe contra Brandon Jennings e o Bucks foi uma ótima notícia nesse quesito); 3) aproveitar o ala Earl Clark por mais minutos, mesmo com o retorno de Gasol, e ganhar desta forma um reserva que possa ser mais útil que Chris Duhon e Darius Morris.

Antes de chegar ao grupo dos oito primeiros também é necessário ultrapassar Minnesota Timberwolves e/ou Utah Jazz. Sem Kevin Love, o Wolves fica em uma posição muito delicada para tentar voltar aos playoffs pela primeira vez desde a saída de Kevin Garnett, e só mesmo um trabalho inesquecível de Rick Adelman poderia segurá-los no páreo. O Jazz, por outro lado, segue numa tocada bastante consistente – não empolga, mas também não decepciona –, sendo muito forte em casa (12 vitórias nas primeiras 16 partidas). Resta saber se continuarão firmes em março, depois de encerrada a janela de trocas. Al Jefferson e Paul Millsap estão no último ano de contrato e podem ser negociados.

De qualquer forma, ao conferir as próximas rodadas, o fanático pelo Lakers tem mais dois pontos para monitorar além da produção de Pau Gasol: quando o Blazers voltar a uma prorrogação e quando o Rockets tiver um confronto na parte ocidental dos Estados Unidos, vale a secada.


Com retorno de Ricky Rubio, Minnesota sonha com arrancada rumo aos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Ricky Rubio

Por Rafael Uehara*

Após nove meses de molho devido a uma lesão séria no joelho esquerdo, o armador Ricky Rubio voltou às quadras no sábado passado contra o Dallas Mavericks para o delírio da torcida no Target Center, em Minnesota. Mesmo com Kevin Love se desenvolvendo em um All-Star, Rubio foi o principal responsável pela ressurreição da franquia como um time de interesse na temporada passada. Pela primeira vez desde que Kevin Garnett foi negociado quase meia década atrás, o futuro parecia promissor. Mesmo com um elenco limitado ao seu redor, Rubio estava liderando o time em direção aos playoffs quando colidiu joelhos com Kobe Bryant em Março e teve sua magistral primeira temporada abruptamente terminada. Sem ele, os Timberwolves perderam 17 de seus últimos 20 jogos.

Para essa campanha a diretoria reforçou a ala, setor de maior dor de cabeça ano passado, e a esperança era de que o time ganhasse jogos num número suficiente para não cair fora da briga enquanto Rubio não retornasse. Quando Love quebrou a mão na pré-temporada, as probabilidades estavam contra o time. Mas, mesmo ao cambalear no começo, em um momento perdendo cinco jogos seguidos, o Minnesota encontrou este meio de produzir vitórias, vencendo seis de suas próximas oito partidas, chegando a sábado com 11 vitórias em 20 jogos. E, agora que Rubio está de volta, semanas depois de Love, o time sonha em uma arrancada aos playoffs, algo 1u3 não disputa desde a temporada 2003-2004.

Há dúvidas com relação à capacidade de Rubio voltar a ser o jogador que era no passado, por se tratar de uma lesão tão séria, mas, se sua estréia na temporada serve de modelo, o jovem de 22 anos aparenta estar a caminho de uma recuperação completa. Em 18 minutos contra Dallas, Rubio marcou oito pontos, deu nove assistências e teve três roubos de bola. O time ganhou na prorrogação, 114-106, sem Rubio, pois o técnico Rick Adelman mostrou disciplina ao plano de segurar o garoto a exatamente no máximo que havia estipulado: 18 minutos. Mas, mesmo em tempo limitado, o impacto de Rubio na vitória foi claro.

Os Timberwolves têm tido dificuldade no ataque devido a tantas lesões a jogadores importantes e é atualmente apenas 19° em pontos por posse de bola. Luke Ridnour e JJ Barea são bons armadores, mas Rubio é especial por um motivo: sua visão de jogo o permite criar para o time situações para marcar pontos que outros jogadores não são capazes. E isso ficou evidente sábado. Quando Rubio entrou em quadra pela primeira vez, o time sofria contra a defesa de Rick Carlisle e perdia por dez. Quando Rubio saiu, o time perdia apenas por dois e com um ritmo de produção que resultou em uma vantagem de nove no intervalo.

Já na segunda-feira contra o Magic, em Orlando, Rubio realmente pareceu como alguém fazendo apenas o seu segundo jogo em nove meses. Ele esteve em quadra por 16 minutos, zerou em pontos, deu quatro assistências e teve apenas um roubo de bola. O Orlando tem sido um time de respeito este ano, especialmente em casa, o que tem surpreendido algumas pessoas pois a franquia acaba de perder Dwight Howard, mas esse é exatamente o tipo de jogo que Minnesota tem que vencer fora de casa para que possa chegar aos playoffs. Porém, o time foi muito mal em tiros de quadra e caiu, 93-102, ao permitir 52 pontos no garrafão e 28 no total para Glen Davis.

E, daqui pra frente, o caminho ficará apenas mais difícil. De acordo com Jeff Sagarin do jornal americano USA Today, os Timberwolves enfrentaram a quinta tabela mais fácil até o momento. Tudo se balanceará no próximo mês. Começou com o time visitando Miami nesta terça-feira. Receberá Oklahoma City quinta e, depois, viajará para Nova York. Em seguida, seus próximos adversários serão Houston, Phoenix, Utah, Denver, Portland, Atlanta, Oklahoma City de novo, Nova Orleans, Sacramento, Dallas, os Clippers, Houston de novo, Atlanta de novo, Brooklyn e Washington. Sete desses 15 jogos listados serão fora de casa. E isso nos leva até o fim de janeiro.

Logo, o retorno de Rubio não poderia ter vindo em hora mais oportuna. O jovem ainda não está 100% e talvez ainda não recupere o físico ideal por todo este mês, de modo que Adelman talvez relute em colocá-lo em quadra aos poucos. Isso pode ser muito difícil, porém. Esse é o trecho mais importante da temporada para Minnesota, no qual o time provará se tem ou não condição de chegar aos playoffs, e Rubio não é apenas peça fundamental nessa jornada, ele é única razão para que a jornada seja meramente possível.

*Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um para este mês. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.

PS: Durante dezembro, por motivos de ordem profissional (embora a gente goste mesmo é de férias, o Vinte Um vai ser atualizado num ritmo um pouco mais devagar. Voltamos no final do mês com tudo.

 


Nowitzki, Love, Stoudemire… As lesões já abalam a NBA antes de seu início
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Giancarlo Giampietro

Estamos ainda a uma semana do início da temporada 2012-2013 da NBA, e já tem um monte gente fora do páreo: as lesões se acumulam e algumas equipes já sofrem um grande impacto em seus planos, com rotações e jogadas combinadas avariadas, sem contar o dano contra a confiança.

O impacto maior vem na Conferência Oeste:

– Dirk Nowitzki está fora por seis semanas no Dallas Mavericks.
E os campeões de 2011 ficam ainda mais distantes do título… Mas o Mark Cuban certamente vai dizer que não tem nada disso. Aliás, aagora já torcem para que o jogador se recupere em três semanas. Tem de apelar para a boa fé, mesmo. Depois do fracasso nas negociações por Deron Williams, que apontou sua ausência nas negociações como algo decisivo em sua opção para ficar com o Nets, o ricaço ficou ainda mais pê da vida e saiu falando aos montes. Sem o alemão ao seu lado, as bravatas perdem muita força. Quando contratou OJ Mayo, Darren Collison e Chris Kaman, Cuban os imaginava como peças complementares a Dirk. Agora os três vão precisar se desdobrar para suprir os 20 e poucos pontos fáceis que o craque proporcionava. O velhaco Elton Brand ganha mais minutos ao lado de Kaman, naquele que pode ser o par de pivôs mais lentos da liga.  Shawn Marion e o novato Jae Crowder – olho neste sujeito aqui, viu? – também devem quebrar um galho por lá. A cuca de Rick Carlisle não poderia ser mais exigida que isso: o técnico vai ter de mostrar toda sua inventividade se quiser manter o Mavs bem posicionado para chegar aos playoffs. Se conseguirem, de alguma forma, flertar com a mediocridade, será um lucro canado.

Kevin Love está fora por seis ou oito semanas no Minnesota Timberwolves.
E a comunidade toda de Mineápolis já achando que o longo afastamento de Ricky Rubio já era problema o bastante… Pumba. Love quebra a mão fazendo musculação em hora extra porque achava que precisava se dedicar mais na pré-temporada. Que fase a dos técnicos chamados Rick, hein? Assim como seu xará no Texas, o mais experiente Adelman precisa sambar um bocado agora. Em primeiro momento, era de se pensar que o ala Derrick Williams fosse herdar os minutos do astro campeão olímpico, mas o treinador já se apressou em dizer que não é bem assim, não, e cogitou que até mesmo Dante Cunningham poderia ser o titular. O que nos leva a deduzir que o calouro número dois do Draft de 2011 não tem tanto prestígio assim como chefe. Atacar com Williams e Kirilenko ao mesmo tempo, com os dois alas amparando Nikola Pekovic, seria uma opção interessante. As esperanças de fazer barulho nesta temporada ficam reduzidas. A não ser, claro, que Brandon Roy tenha voltado no tempo.

Amar’e Stoudemire está fora por duas ou três semanas no New York Knicks.
Sinceramente? Considerando tudo o que vimos nas temporadas passadas, essa aqui nem assusta mais, né. Dessa vez os médicos dos Bockers encontraram um cisto no joelho do ala-pivô – para um ignorante como este blogueiro, essa é uma novidade. Mas enfim. Justo agora que Mike Woodson estava bem animado com o preparo físico do cestinha, aparece um probleminha desses. Intimamente, ou inconscientemente, o ego de Carmelo Anthony deve ter se inflamado: “Abrir mão de 40 pontos por jogo? Passar a bola? Tá maluco?!”… E no fim é como ala-pivô que Melo pode render mais, mesmo. O palpite é que não fará tanta falta assim para o Knicks. O impacto, porém, pode ser sentido mais adiante: Stoudemire vai voltar sem ritmo e precisará ser integrado ao sistema, correndo o risco de que as polêmicas todas da última campanha retornem. O New York Post já tá de olho, fato.


Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: Andrei Kirilenko
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Giancarlo Giampietro

Kirilenko x Delfino

Kirilenko agora volta a enfrentar só atletas de nível NBA, como Delfino

Já não é segredo para ninguém a cotação que Andrei Kirilenko tem no QG 21 é alta, bem alta. Não são muitos os jogadores que conseguem causar tanto impacto numa partida sem nem mesmo ter a bola em mãos.

Geralmente, ao assistir a qualquer pelada, nossos olhos costumam seguir a bola de um lado para o outro, para cima e para baixo, não? Normal. Acontece que, ao mesmo tempo, tem muito mais coisa acontecendo. Existe a movimentação de outros oito atletas – julgando que a bola esteja marcada, claro. Corta-luzes do lado contrário, fintas pelas costas dos marcadores, agarrões, pancadas, o bicho pega, mesmo. E Kirilenko dá um trabalhão nessa confusão toda, tanto no ataque como na defesa.

Especialmente na retaguarda: ele usa de velocidade, impulsão e envergadura para distribuir tocos na cobertura e romper a linha de passe diante de adversários mais desatentos. No ataque, consegue se esgueirar em meio aos marcadores para aparecer livre próximo ao aro. Não são tarefas tão simples assim, ou exercícios aos quais todo atleta gosta de se dedicar.

Vem daí a explicação para algumas de suas métricas anômalas, como os 3,3 tocos por jogo que lideraram a temporada 2004-2005 da NBA, por exemplo. No geral, em sua carreira, ele é dos poucos que sustenta um rendimento de 2 tocos e 1,4 roubo de bola por embate. Aí você soma as 2,8 assistências, os 5,6 rebotes e os 12,4 pontos para ter, sim, um atleta bastante singular, capaz de fazer bem um pouco de tudo.

Em seus últimos anos de Utah Jazz, o russo era visto com desconfiança, para dizer o mínimo, pela dupla Deron Williams e Carlos Boozer. Juravam que o companheiro já não estava mais nem aí para nada, apenas cumprindo seu contrato em piloto automático. De modo algum vimos essa figura supostamente apática em 2011-2012. Depois de cumprir uma temporada excelente na Europa pelo CSKA Moscou e pela seleção russa nas Olimpíadas, o AK-47 – por mais infame que seja o apelido, ele combina demais com o ala – tem como desafio agora repetir esse rendimento num campeonato mais desgastante diante de competidores muito mais atléticos, aos 31 anos.

Se Kirilenko conseguir render pelo Minnesota Timberwolves do modo como atuou na Rússia, Kevin Love tem grandes chances de, enfim, sorrir nos playoffs.