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Arquivo : Winslow

Os melhores da (metade) da temporada: Conferência Leste
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Giancarlo Giampietro

Escrever uma artigo sobre prêmios de uma temporada qualquer da NBA pode ser um exercício de futilidade, certo? Por outro lado, dá ao blog, inativo por tanto tempo, a chance de recuperar o tempo perdido e abordar um ou outro protagonista da temporada. Então vamos roubar um pouco e dividir essa avaliação toda em duas listas, para cada conferência. Desta forma, ganhamos espaço para falar mais. E, claro, deixa a vida mais fácil na hora de fazer as escolhas:

Melhor jogador: LeBron James

LeBron não está jogando tudo o que pode. Mas ainda reina no Leste

LeBron não está jogando tudo o que pode. Mas ainda reina no Leste

Os acontecimentos recentes de Cleveland quase sugerem que essa escolha aqui deveria ser invalidada. Mas, em termos de bola, por mais que ele tenha relaxado em diversos jogos, desencanando da defesa, em termos de produtividade, ainda não há ninguém no Leste que possa com o dono do Cavaliers, mesmo que ele não esteja sendo tão efetivo como nos tempos de Miami Heat, claramente o auge de sua carreira. Também não importa ainda que ele tenha amassado o aro em suas tentativas de longa distância em novembro e dezembro – em janeiro, o aproveitamento já subiu para 37,3%, que é o mínimo que ele precisa fazer para pressionar as defesas. Com ele em quadra, o Cavs vence seus adversários por 11,3 pontos a cada 100 posses de bola. Sem ele, a equipe tem saldo negativo de 7,7 pontos. Dá um saldo de 19,0 a seu favor, o que é uma diferença absurda para uma equipe que conta com a folha salarial mais cara, e de longe, da liga.
Outros candidatos? Hã… ninguém. Talvez fosse legal falar aqui sobre Paul Millsap, subestimado a carreira toda até receber uma proposta generosa do Orlando Magic durante as férias e que segue hiperprodutivo, fazendo de tudo um pouco para elevar o Atlanta. Paul George começou a temporada numa arrancada sensacional, mas perdeu rendimento despencar de dezembro para cá, chutando abaixo dos 40% e, hoje, se fosse para votar, ficaria atrás também de Kyle Lowry, para mim.

Melhor técnico: Frank Vogel

Vogel tem Paul George e não muito mais que isso

Vogel tem Paul George e não muito mais que isso

O Leste oferece várias opções. David Blatt vai dirigir a seleção do Leste no All-Star e vem fazendo um bom trabalho, mas com o melhor elenco da conferência, de longe. Acho que chegou a hora de Vogel ser aclamado. Que ele tenha perdido Roy Hibbert e David West e mantido o time entre as defesas mais eficientes da liga, é um feito, e tanto. Estão atrás apenas de San Antonio e  praticamente num empate técnico com o Golden State e Boston em segundo, com a ajuda de Ian Mahinmi e Lavoy Allen, que ainda compõem uma dupla de pivôs contra adversários de garrafão mais pesado, pedindo licença ao conceito de small ball que Larry Bird queria por em prática.

O sistema ofensivo, porém, ainda está, de certo modo, emperrado, sendo o 19º mais eficiente da liga – o que, ainda assim, já é um avanço em relação aos últimos dois campeonatos, em que falhou em ficar até mesmo entre os 20 primeiros. Ajudaria se Monta Ellis pudesse jogar um pouquinho mais. Sua contratação foi um fiasco até o momento. Com médias de 43,1% nos arremessos e 27,1% de três, 2,7 turnovers e apenas 2,5 lances livres por jogo, ele faz sua pior temporada desde o ano de novato. O Pacers precisa de uma evolução nesse sentido para se distanciar da concorrência na briga por uma vaga nos playoffs, com a chance de ter mando de quadra – seu saldo de 3,1 pontos por jogo, o terceiro melhor da conferência, abaixo de Cavs e Raptors, já é promissor.

Basicamente, então: Vogel viu muitas trocas no elenco, está mudando o modo como time joga, passando de 19º para o 5º time que mais corre na NBA (!!!) e não perdeu muito em pegada defensiva. Tem um elenco limitado e está tirando muito dele.

Outros candidatos? Stan Van Gundy (repetindo a fórmula de sucesso em Orlando), Dwane Casey (o Raptors deu mais um salto neste ano, mesmo que DeMarre Carroll ainda não tenha contribuído tanto), Scott Skiles (mais aqui) e Steve Clifford (sabotado pela lesão de três titulares).

Melhor defensor: Hassan Whiteside

Assusta

Assusta

Olha… Para quem não estiver tão por dentro assim do que prega a intelligentsia do NBA Twitter, há uma campanha expansiva contra o pivô-surpresa do Miami Heat, alegando basicamente que ele é uma fraude. Campanha que foi reforçada, de maneira nada sutil, pelo ala Evan Fournier, do Orlando Magic. (Segue um resumo: dia desses, Rudy Gobert basicamente manifestou sua frustração sobre a ideia de que os números dizem tudo sobre um jogador de basquete, que não é bem assim e de que há jogadores que caçam estatísticas em quadra. Aí o Nikola Vucevic o interpelou e pediu para que ele citasse nomes, ué. E aí Fournier, amigo de Gobert desde as competições de base e parceiro de Vucevic na Flórida, se intrometeu e achou que estava sendo sutil ao escrever: “Blancoté? Risos”, que, em francês, se tratava de um diretaço em relação ao pivô do Heat. É o tipo de zum-zum-zum que faz da NBA esse universo incrível.)

O principal argumento dessa turma toda é o de que, por mais tocos e rebotes que Whiteside compute, o Miami seria um time pior com ele em quadra. Será? Friamente, existe um número que mostra que o Miami, com ele em quadra, sofre 3,5 pontos a menos por 100 posses de bola quando o pirulão está no banco.  Agora, o que essa conta não indica é que Whiteside está quase sempre em quadra acompanhado por um certo Dwyane Wade (seu companheiro em oito dos dez quintetos que ele já compôs no ano). O astro ainda carrega o piano ofensivamente – mesmo que alienando Goran Dragic no processo –, mas que está hoje entre os marcadores mais ineficazes da liga. Não estou dizendo que Wade afunda o Miami por conta própria. Só não parece justo que tratem Whiteside, líder em tocos na temporada e com uma bagagem de infantilidade, exatamente desta forma.

O índice de “Real Plus-Minus” do ESPN.com,  o coloca como o jogador de número 375, com saldo de -2,05.  O que diabos é o RPM? É uma ferramenta analítica, desenvolvida por Jeremias Engelmann e Steve Ilardi, que faz uma estimativa sobre o impacto de um jogador no desempenho da equipe e é medido em saldo de pontos por 100 posses, levando em conta quem está em quadra tanto ao seu lado como do outro. Não são números exatos, mas servem como um bom indício. Nomes como Tim Duncan, Draymond Green, Andrew Bogut, Kawhi Leonard e Kevin Garnett aparecem entre os dez primeiros colocados nesta temporada, para constar.

Nesta mesma medição, Whiteside está em em 10º, e creio que seus 4,8 tocos por 36 minutos ajudem para tanto – intimidam e o colocam entre os melhores da liga de quase todas as medições de proteção de aro. Em sua conferência, Ian Mahinmi (5º), Andre Drummond (8º) e Pau Gasol (9º) estão acima. Mahinmi é uma grata surpresa pelo Indiana, mas fica ainda menos minutos em quadra (23,8). Em Miami, Whiteside joga por 28,9. O que, para mim, é um mistério. Estaria Spoelstra, com um cochicho de Riley, procurando controlar a produção do pivô que vai virar agente livre? Talvez seja muita conspiração aqui. Talvez ele seja muito indisciplinado, mesmo, e, ao contrário do que acontece com Stan Van Gundy e Drummond em Detroit, Spoelstra acredita ter alternativas para tornar seu time mais produtivo sem um pivô de números . Só é difícil entender, já que Amar’e Stoudemire, Chris Andersen e Udonis Haslem não são mais solução para nada e Josh McRoberts está quebrado. Com Justise Winslow e Gerald Green, as formações de smallball são bem-vindas. Ao redor de um pivô tão atlético, têm potencial para render ainda mais.
Outros candidatos? O próprio Winslow, Nerlens Noel e Bismack Biyombo, que está jogando muito em Toronto.

Melhor novato: Kristaps Porzingis

Nasce uma estrela

Nasce uma estrela

O letão mais popular em Nova York. O letão mais popular no mundo, na verdade, com todo o respeito a Ernests Gulbis. A quarta camisa mais vendida da NBA. Um rapaz carismático e que não fica só nisso. Proporciona os highlights e também substância ao Knicks, dando um refresco para Carmelo Anthony e oferecendo esperança de verdade a sua torcida. O que mais impressiona no pivô é sua agilidade, coordenação e talento em geral para alguém tão comprido, que contribui dos dois lados da quadra. Por outro lado, é de se admirar a maturidade e graça com as quais vem lidando com tanto burburinho e atenção que vem recebendo. Que história. Qualquer scout que tenha cravado para seu gerente geral que Porzingis seria uma estrela na liga deve estar se sentindo muito bem agora.

O garotinho aqui chorou muito quando ouviu o nome de Porzingis pela primeira vez:

Mas agora esse mesmo pirralho deve saber até este rap de cor:


Outros candidatos? Jahlil Okafor, um jogador de fundamentos ofensivos de fato impressionantes para alguém de sua idade e que, enfim, vem conseguindo evitar as páginas do TMZ, e Winslow, que é a antítese de seu companheiro de Duke: faz muito na defesa, mas ainda tem um longo caminho pela frente para se tornar alguém respeitado no ataque. Não dá tempo de Myles Turner entrar nesse papo.

Jogador que mais evoluiu: esse faz mais sentido esperarmos até o final da temporada, né? Mahinmi (ele de novo!), Kemba Walker, os bockers Derrick Williams e Lance Thomas e Kent Bazemore despontam como candidatos.

Melhor executivo: a mesma coisa. Masai Ujiri, Stan Van Gundy e Phil Jackson poderiam levantar a mão por ora.

All-Star: Kyle Lowry, Jimmy Butler, Paul George, LeBron James e Chris Bosh. Mais… John Wall, Kemba Walker, DeMar DeRozan, Jae Crowder, Carmelo Anthony, Pau Gasol e Andre Drummond.
(Aos fãs de Isaiah Thomas, Brook Lopez, Al Horford, Kevin Love: desculpe)


Draft já balançou a NBA antes do mercado de agentes livres
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Giancarlo Giampietro

Pat Riley, Miami, Winslow

Vejam o sorriso plácido de Pat Riley. Ele venceu de novo

No final das contas, foi mais ou menos como Danny Ainge temia. Muita, muita conversa e especulação, mas sem a movimentação que ele esperava. O que não quer dizer que a NBA tenha passado pelo Draft sem se mexer.

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Basta perguntar ao Luke Ridnour que, em 24 horas, foi jogador de quatro times diferentes. Seguir a trajetória do experiente armador nos ajuda a entender as negociações que foram concretizadas durante a semana. Vamos lá, no passo a passo para descobrir Aonde Está o Luke:

– Ridnour acordou na quarta-feira, 24 de junho, como jogador do Orlando Magic. Até ser informado pelo clube, ou por seus agentes, de que estava sendo enviado para o Memphis Grizzlies.  Em troca, o clube da Flórida recebeu os direitos sobre o ala letão Janis Timma.

– Na quinta, pela manhã, ele foi repassado pelo Grizzlies para o Charlotte Hornets, em troca por Matt Barnes.

– Na sequência, o Hornets fechou, então, um acordo com o Oklahoma City Thunder, que despachou ao ala Jeremy “Soneca” Lamb e ainda recebeu uma uma escolha de segunda rodada de Draft.

– Ridnour sabe que não vai ficar em OKC – a franquia que herdou a estrutura do Seattle SuperSonics, sua primeira equipe na liga. Seu contrato para a próxima temporada não tem garantia e será dispensado (ou, quiçá, trocado mais uma vez!), para que o Thunder abra uma vaga em seu elenco para o armador Cameron Payne e poupe alguns caraminguás na tentativa de renovar com Enes Kanter e Kyle Singler.

Atualizado às 23h20: – meia hora depois de sair de casa e entrar no metrô paulistano, o que acontece? O armador foi trocado mais uma vez! Agora, seu ‘passe’ pertence ao Toronto Raptors, que o adquiriu, dando em contrapartida os direitos do ala-pivô croata Tomislav Zubicic. O que o Raptors quer? Tentar aproveitar o contrato de US$ 2,7 milhões em nova negociação – mais uma! Se não conseguir até 11 de julho, vai dispensá-lo, antes que seu salário fique garantido.

Fazendo as contas, temos três negociações distintas já listadas. O Charlotte, como se percebe, é o time mais inquieto do momento, tendo acertado com Nicolas Batum e se livrado de Lance Stephenson, antes. O Milwaukee Bucks e o Portland Trail Blazers aparecem logo atrás na lista de transações, reponsáveis pelos agitos na noite de Draft.

O Bucks, que já havia mandado Ersan Ilyasova para Detroit, pelos dispensáveis contratos de Caron Butler e Shawne Williams, foi atrás de mais um armador de estatura elevada para fazer companhia a Michael Carter-Williams: Greivis Vasquez, intensificando os esforços de Jason Kidd por um time de troca total na defesa. Para tirar o venezuelano do Toronto Raptors, o gerente geral John Hammond concordou em pagar uma escolha de primeira rodada em 2017  e outra de segunda rodada no recrutamento passado (o ala-armador Norman Powell, de UCLA). Um preço salgado para um atleta que vai virar agente livre. Vasquez, que nunca joga mal em lugar nenhum, agora parte para seu quinto time na liga americana. Vai entender. De todo modo, Masai Ujiri se deu bem nessa, ganhando uma moeda de troca valiosa para tentar reformular o plantel canadense.

Acompanhe a cobertura do 21 para o NBA Draft:
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Já o Blazers segue numa linha um tanto confusa. Para um clube que havia acabado de abrir mão de um jogador como Batum, é difícil de entender a razão para se escolher um substituto como Rondae Hollis-Jefferson na 22ª posição e, minutos depois, cedê-lo ao Brooklyn Nets. Neste caso, não foi uma seleção pré-combinada. O Nets queria o ala de Arizona de qualquer jeito e insistiu até levá-lo. Está certo que conseguiu um pivô competente, atlético e ágil como Mason Plumlee. Mas o jogador de Duke está prestes a entrar em seu segundo ano de contrato – e vai querer uma boa grana por isso –, enquanto Jefferson teria um salário bem mais baixo e estaria seguro por mais temporadas. Guardar dólares e preservar teto salarial seria o melhor para se fazer num momento em que LaMarcus Aldridge vai se tornar agente livre. Para deixar claro: Plumlee, hoje, ainda é um jogador barato. Sua contratação significa provavelmente que Robin Lopez não será mantido, caso peça muita grana. Em breve, porém, o clube terá de negociar com o reforço.

Se a ideia era seguir competitivo, confiando numa renovação com Aldridge, aí a saída de Batum faz pouco sentido. A não ser que o francês tenha dado muito mais trabalho que se tornou público no campeonato passado – no qual apresentou boa melhora em sua segunda metade. Henderson tem um bom chute de média distância, é competitivo, mas seria um bom reserva para o clube. De Noah Vonleh, muitos esperam grandes coisas. Mas não para agora. A partir da decisão de seu ala-pivô que essas transações todas poderão ser compreendidas da melhor forma.

>> As 30 escolhas da primeira rodada comentadas

Imagino o sorriso sarcástico no rosto de Ainge ao ver tantos negócios assim, e ele de fora da festa. Ainda mais quando tomou nota de tantas trocas que a turma de Michael Jordan fez em Charlotte. Justo o time que teria rejeitado uma oferta supostamente irrecusável de Boston pela nona escolha do Draft. Chegou u a oferecer um pacote com seis picks para ter o direito de selecionar o ala Justise Winslow, que inesperadamente havia passado batido por Orlando, Sacramento, Denver e Detroit. Encantado por Frank Kaminsky, Jordan mandou dizer não. Sem conseguir fechar nenhum negócio, o chefão do Celtics teve de se contentar e se concentrar em seus calouros. E tomou decisões um tanto estranhas, pensando no plano geral.

Então aqui chegamos ao balanço do recrutamento de novatos deste ano. Dar nota para o que foi feito seria um exercício de plena futilidade, uma vez que não dá para julgar apostas para o futuro antes mesmo que elas se manifestem em quadra, né? A maior parte dos atletas inscritos no Draft é qualificada demais. Mas seu desenvolvimento vai depender diversos pontos, que muitas vezes escapam do seu controle: estrutura do clube, sintonia entre diretores e técnicos, bons treinadores, encaixe no time, pressão por resultados, o rendimento dos concorrentes diretos, saúde etc.

O que dá para se avaliar é, de acordo com o que estava na mesa, quem se aproveitou ao máximo? Quais são os clubes que estão mais confiantes em seus projetos? E os que estão com mais dúvidas do que respostas? Quais personagens saem de cabeça erguida? E os cabisbaixos? Todos eles não terão nem muito tempo para respirar, já que, a partir da meia-noite desta quarta-feira, os clubes estão autorizados a negociar com os agentes livre.

NUMA BOA

Calipari e seus garotos. E seus tentátuclos

Calipari e seus garotos. E seus tentátuclos

John Calipari: sua aura de todo poderoso nos Estados Unidos só aumenta. Desta vez, ele emplacou seis jogadores de Kentucky no Draft, sendo quatro deles na primeira rodada, e quatro entre os 13 primeiros (este, um recorde). As consequências? Ele seguirá recrutando os talentos mais promissores do high school para os Wildcats. Quanto mais talentos de ponta, maiores as chances de ele ter jogadores de NBA. Quanto mais caras de NBA, maior sua influência. Quanto mais influência, maior a probabilidade de ele retornar à liga pela porta da frente, com controle total de uma franquia. Parece questão de tempo. Atualizado às 23h20: meio que simultaneamente à notícia de Ridnour, Adrian Wojnarowski, o superfurão do Yahoo!, noticiou que o Sacramento Kings estaria interessado em dar a coroa a Calipari, oferecendo controle total sobre as operações de basquete e o comando do time em quadra. O técnico desmentiu.

– Miami Heat e Justise Winslow: hors concours, gente. Pat Riley foi premiado, na décima posição, com Justise Winslow, um jogador que poderia ter saído até mesmo em quarto, via Knicks. Quer saber o quanto Riley ficou animado com esse ato da sorte – ou divino? Vejam o que ele disse: “Ele acabou caindo para nós de um jeito, creio, muito abençoado”. O rapaz tem, no mínimo, vocação vencedora, direcionada aos pequenos detalhes de uma partida de basquete, sendo, apesar de jovem, um complemento perfeito para um time que pretende reencontrar os playoffs (e muito mais que isso…) na próxima temporada. Resta saber se Dwyane Wade estará lá para ver isso de perto. Na pior das hipóteses, Riley tem um talento para nutrir e, quiçá, transformá-lo em sua própria versão de Kawhi Leonard. Se Wade e Dragic continuarem, melhor ainda. O espaçamento da quadra pode ficar um pouco apertado, mas, por outro lado, ele terá tranquilidade para dar seus primeiros passos em quadra, sem muitas responsabilidades no ataque, setor no qual a NBA pedirá uma série de ajustes.

– Denver Nuggets: outro que conseguiu selecionar um jogador antes cotado para o topo do Draft, Emmanuel Mudiay. Maduro, forte, atlético e cheio de potencial, o armador encontra uma situação ideal: uma equipe em reformulação que está pronta para lhe entregar as chaves de casa e do carro, para que ele os lidere daqui para a frente. No caso, uma equipe que pretende correr a quadra de modo desenfreado, favorecendo suas características. Mais um excepcional recrutamento para o Nuggets, que vai se remontando aos poucos. Num mercado de apelo reduzido, fincado na Conferência Oeste, esse é o melhor jeito, mesmo.

Kevon Looney: mas como assim? O ala-pivô que um dia foi cotado até mesmo como top 15 e acabou saindo apenas na 30ª posição? Venceu como? De fato foi uma queda e tanto para o garoto revelado pela UCLA. Mas pensem assim: devido a exames médicos preocupantes (e a possibilidade de passar por cirurgia no quadril e nas costas), Looney poderia ter passado direto pela primeira rodada. Agora, ao menos tem um contrato garantido por dois anos. Mas o ponto principal é que ele foi escolhido pelo Warriors, um time que é grande dentro e fora de quadra. Com excelente estrutura, digo. Não é acaso que tenha sido o clube que menos perdeu jogadores por lesões na temporada passada, podendo dar todo o melhor amparo possível para que o garoto desabroche.

Juan Pablo Vaulet: no final das contas, parece que o interesse maior era do Brooklyn Nets, que atravessou o Spurs. Obviamente que, para qualquer estrangeiro, San Antonio era um destino mais acolhedor. Ainda mais para um argentino de Bahía Blanca. Por outro lado, qualquer jogador que consiga sair diretamente de uma liga sul-americana para o Draft da NBA conseguiu uma façanha, e tanto. Temos aqui o Bruno Caboclo argentino, que está se salvando em meio ao fraco desempenho de nossos hermanos no Mundial Sub-19 e vai jogar as ligas de verão pela franquia nova-iorquina. Dificilmente terá um contrato para o próximo campeonato, porém.

Los Angeles Lakers: é complicado de cravar, pois não sabemos, em cinco anos, como estarão D’Angelo Russell e Jahlil Okafor. De repente Russell não será a estrela que todos imaginam. De repente, Okafor será um pivô dominante que vá punir o small ball. Podemos projetar, mas simplesmente não sabemos. De qualquer forma, a repercussão da escolha de Russell foi amplamente positiva e injeta na franquia californiana um senso de renovação e esperança. (Que bonito, né?) O encaixe do armador é ainda melhor se formos ver os alvos da franquia californiana no mercado de agentes livres. LaMarcus, DeAndre, Monroe… Os pirulões.

– Minnesota Timberwolves: esse já tinha saído vencedor desde que tirou a sorte grande na loteria. Com Karl Towns e Andrew Wiggins, duas primeiras escolhas em sequência, os caras têm agora duas das maiores promessas da NBA para trabalhar com paciência. Dois caras que se completam em quadra e que têm personalidade semelhante. Low profile, ideal para quem está morando em Minneapolis, mas assessorados por um Big Ticket como Kevin Garnett. Flip Saunders ainda deu um jeito de selecionar Tyus Jones, que é como se fosse um Derrick Rose da região (em termos de apelo público e sucesso na quadra, registre-se), para aumentar o amontoado de jovens jogadores. Se tiver paciência, desenvolvendo a rapaziada e esperando um grande negócio, poderá fazer desta versão do Wolves algo ainda maior que a de um KG no ápice.

CB Sevilla: enfrentando graves problemas financeiros, o clube espanhol viu três de seus jogadores escolhidos no Draft. A metade de Kentucky e a mesma quantia de Duke. Foram eles: Kristaps Porzingis e Willy Hernangómez (Knicks) e Nikola Radicevic, armador escolhido pelo Denver Nuggets. Apenas Porzingis vai fazer a transição imediata para os Estados Unidos agora, mas sua saída já vai render uma boa graninha para ajudar na sobrevivência em mais uma temporada da Liga ACB. Outros dois clubes europeus já haviam colocado um trio de atletas num mesmo recrutamento: o Buducnost, de Montenegro, com Zarko Cabarkapa, Sasha Pavlovic e Slavko Vranes em 2003, e o Mega Vizura, da Sérvia, com Nikola Jokic, Vasilije Micic e Nemanja Dangubic no ano passado.

POKER FACE

Os holofotes de NYC para Porzingis

Os holofotes de NYC para Porzingis

New York Knicks: a escolha de Porzingis soa como uma grande tacada de Phil Jackson. Dos que estavam disponíveis, talvez só Mudiay tenha tanto talento natural para ser explorado e desenvolvido. Que o Mestre Zen tenha pensado em longo prazo, em vez de se limitar a um calouro que talvez esteja mais preparado para produzir em novembro, foi uma grande notícia para o torcedor mais consciente do Knicks. O problema é a pressão em torno do clube. Em anos bons, a cobrança já é grande, com um batalhão de jornalistas visitando diariamente suas instalações. Depois da pior campanha da história do time, porém, os tabloides estão sedentos. Assim como Carmelo Anthony, que já fez questão de passar um recado indireto ao dirigente de que não aprovaria a chegada do letão, tendo em mente o tempo necessário para que ele fique pronto. Jackson gosta de dizer que sua função em Manhattan é presidir. Não pega o telefone para ligar para os demais cartolas e pouco entra em quadra para ajudar Derik Fisher. Seria uma sombra, e tanto, é verdade. No caso de sua grande aposta, porém, o melhor que ele teria a fazer era entrar em cena para valer, para proteger e guiar o rapaz.

Boston Celtics: é, não dá para acusar Danny Ainge que ele não tenha tentado. Mas foi mais um recrutamento em que o dirigente sonhou alto e teve de se contentar com as simples escolhas de Draft que vem acumulando nos últimos anos. Não faz mal adicionar sangue jovem a um time ainda em formação, com um técnico que se mostra especial em tirar o melhor de seus jogadores. Mas não chega uma hora em que se pode ter jovens demais? Principalmente quando eles dividem a mesma posição de alguns de seus atletas mais promissores? Terry Rozier e RJ Hunter não eram unanimidades, mas conquistaram muitos fãs durante o processo de workouts e chegam a Boston para congestionar a rotação de perímetro de Brad Stevens. “Obviamente que temos muitos guards. E nós gostamos de todos eles. E vamos descobrir o que fazer. Vamos ter de tomar algumas decisões difíceis, mas nós realmente gostamos de todos esses caras”, disse o gerente geral. Ao acumular jogadores similares, Ainge só deu mais trabalho, correndo o risco de dispensar um ou outro jogador de contrato garantido devido a um elenco novamente inchado, como foi o caso de Vitor Faverani no ano passado.

BICO FECHADO
– Philadelphia 76ers, Jahlil Okafor e Joel Embiid: para os que não estão por dentro do culto que se tornou “O Processo” em Philly, é o seguinte: o gerente geral Sam Hinkie insiste em dizer a seus torcedores que sua visão só vai se materializar daqui a alguns anos. Quantos? Claro que ele não vai cravar. Enquanto isso, é preciso confiar no processo. Na ideia de que ele sabe exatamente o que está fazendo. A contratação do técnico Brett Brown, a extorsão de diversas escolhas de Draft em negociações oportunistas indicam que o cara é esperto, e não há dúvida disso. O grande problema, ao meu ver: o Sixers depende basicamente da sorte para que esse plano se concretize. A sorte. Que, por enquanto, não sorriu tanto assim para o clube. Se o Wolves tem Wiggins e Towns, Hinkie está com a posição de pivô encavalada com Noel, Joel Embiid (cujos problemas físicos geram enormes questões) e Okafor. O que o time vai conseguir tirar desses atletas? Embiid vai jogar? Se for, há espaço para três jovens que sonham em ser estrelas na liga? E quem vai passar a bola para eles? E quem vai abrir na zona morta para o chute de três? Mais: quando o clube vai atacar o mercado de agentes livres? Haja paciência?

– Atlanta Hawks: a troca de uma escolha de primeira rodada por Tim Hardaway Jr., aliás, deve ter chamado a atenção de Hinkie. Afinal, imagina-se que não seja esse o tipo de retorno a que o dirigente almeja ao acumular tantos picks em seu cofre. Danny Ferry havia fechado uma excepcional negociação ao mandar Joe Johnson para o Brooklyn Nets, se livrando de seu contrato oneroso e, ao mesmo tempo, conseguindo extrair alguns trunfos de um time desesperado para fazer barulho. Acontece que um desses trunfos, a 15ª escolha do Draft deste ano, já foi queimada. Alguns dos calouros disponíveis para Mike Budenholzer selecionar eram projetos de longo prazo. Outros estariam mais prontos para jogar agora. O lance é que o agora técnico-dirigente tinha diversos caminhos a seguir. Optou por um ala que teve um ano pouco produtivo. Talvez esteja esperando que Hardaway Jr. tenha um salto de produção pós-Knicks ainda maior que o de JR Smith em Cleveland.

Ty Lawson: o zum-zum-zum começou por volta do All-Star Weekend. Ao final da temporada, porém, já virou um fato que o Denver Nuggets está doido para repassar o talentoso – e baladeiro – baixinho. Algo que ele mesmo disse em redes sociais, depois da escolha de Mudiay. O duro agora é encontrar um bom negócio por um jogador que está com o filme queimado publicamente.

Aaron Harrison: um dos irmãos gêmeos badalados desde a adolescência mas que, em Kentucky, não conseguiram repetir a trajetória de John Wall, Brandon Knight, Eric Bledsoe ou Devin Booker. Os garotos já foram uma anomalia no sentido de prolongar sua estadia no campus para além da temporada de calouro. Após um segundo ano de pouca evolução, a cotação da dupla era baixa. Andrew ao menos foi escolhido pelo Memphis Grizzlies na segunda rodada. Aaron, um chutador irregular, passou batido e agora tenta impressionar o Hornets nas ligas de verão. É duro individualizar uma questão mais ampla. Mas o caso dos irmãos Harrison serve como alerta para a promoção desmedida de jovens atletas, elevados a estrela muito antes de jogos que realmente valem alguma coisa.

 CAOS TOTAL

"Agora é nóis, Divac", diz Ranadive

“Agora é nóis, Divac”, diz Ranadive

– Sacramento Kings: Vivek Ranadive demitiu o primeiro técnico, desde Rick Adelman, que conseguiu deixar o time praticamente competitivo, numa Conferência Oeste massacrante (Mike Malone). Mesmo que DeMarcus Cousins, seu principal jogador estivesse afastado de quadra por conta de uma meningite. Além disso, o indiano esperava que o Kings jogasse de modo acelerado, na correria, a despeito de seu plantel não ter tantos chutadores e de que Cousins arrebenta defesas em meia quadra. Detalhe: esse técnico havia sido contratado pessoalmente por Ranadive, antes mesmo de um gerente geral, pois o conhecia dos tempos de Warriors. Para o lugar de Malone, ele primeiro tentou coagir o consultor Chris Mullin a ir para o banco. Mullin até estava animado em dirigir o time, mas desde que na temporada 2015-16, para ter um training camp completo e o devido tempo para botar em prática suas ideias. Então, Tyrone Corbin, aquele que tinha tudo para se tornar o sucessor de Jerry Sloan em Utah e acabou demitido, foi promovido. Era melhor tocar o barco e esperar por Mullin, não?

Claro que não. O acúmulo de derrotas deixou o bilionário maluco. E aí que eles foram atrás de George Karl, um renomado treinador, mas que gosta de dar seus pitacos na confecção do elenco e já bateu de frente com muitos dirigentes e jogadores. Em questão de semanas, a relação entre ele e o temperamental Cousins era classificada como irreconciliável. Karl ganhou um contrato de três anos. Ainda durante o campeonato, Ranadive contratou também o ídolo do clube Vlade Divac para ser o chefe do departamento de basquete, passando por cima do gerente geral Pete D’Alessandro. Mullin se mandou para St. John’s para iniciar a carreira de treinador em sua alma mater. D’Alessandro está de volta a Denver. Karl, do seu lado, vazou para quem quisesse ouvir a história de que, com Boogie no time, não daria certo. O jogador e seus agentes então responderam que ele estava pronto para ser trocado. O Lakers abriu conversas, algo que agradava ao pivô. Perdido no fogo cruzado, Divac ao menos resistiu até o momento, tentando se fixar como o cacique do pedaço. A questão agora é o que fazer com o astro e o técnico. Calipari chegaria para tentar controlar o pivô. O problema? Os dois não se deram bem nos tempos de Kentucky. Então… Tudo muito confuso? Pois é, mesmo.

PS: demorou um pouco mais do que o previsto esse texto, devido a dois causos: 1) o resgate complicado de 18 gatos num bairro da zona sul de São Paulo (sim, gatos abandonados, o que pediu uma logística muito mais complicada do que se imagina e, se tiver alguém interessado, favor contatar via Facebook ou Twitter); 2) um contrato de freelancer que começa nesta semana que deixará a atualização do blog um pouco intermitente durante a disputa dos Jogos Pan-Americanos.


Loteria da NBA sorri para o torcedor do Lakers (e de Minnesota)
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Giancarlo Giampietro

Roda a roda! Bingo! Quem dá mais?

Parece gincana até, mas a loteria da NBA é coisa séria. Ou melhor, a liga americana conseguiu transformar até mesmo o sorteio da ordem de seu recrutamento de calouros num grande evento para TV. Um trabalho de marketing, de valorização do produto incomparável, fale a verdade. A audiência desta terça teve a maior audiência desde que a ESPN passou a transmitir a cerimônia, com um aumento de 10% em relação ao ano passado. Ajuda, claro, que Los Angeles Lakers e New York Knicks estivessem envolvidos no processo.

Para quem não viu, a ordem dos dez primeiros ficou a seguinte:

NBA Draft order, 2015

Pois é. O Minnesota Timberwolves, a pior campanha da temporada, conseguiu, hã, defender sua posição no topo da tabela, enquanto o Knicks, vice-lanterna, caiu para quarto. O Los Angeles Lakers, numa condição extremamente preocupante, poderia se ver obrigado a ceder sua escolha para o Philadelphia 76ers, caso ficasse fora do Top 5. Acabou, para alívio geral de Byron Scott, pulando para segundo. Enquanto o Philadelphia 76ers, que no final das contas não conseguiu ter nem mesmo o maior número de derrotas em seu questionado projeto, continuou em terceiro.

Alguns comentários, então, a respeito:

– Caso Flip Saunders não tente fazer nenhuma loucura, o Minnesota Timberwolves vai ter em seu elenco o número um dos últimos três Drafts. Isso jamais aconteceu na história da liga. E quem deve ser o primeiro colocado, o escolhido? A esmagadora maioria dos scouts aponta o jovem pivô Karl-Anthony Towns, de Kentucky, como o melhor prospecto. O torcedor brasileiro mais antenado vai lembrar que Towns já enfrentou a seleção brasileira vestindo a camisa da República Dominicana. É um talento formidável, mesmo, com muita versatilidade no ataque e uma presença defensiva respeitável. Tem apenas 19 anos e talvez só não esteja pronto para causar impacto imediato. Mas é visto como uma aposta segura em seu desenvolvimento. Acontece que, segundo as especulações de bastidores, entre todos os principais candidatos ao topo do Draft, o Wolves seria o único na dúvida entre Towns e o imenso Jahlil Okafor, de Duke. Saunders e seu estafe não estariam tão preocupados assim com as supostas deficiências do pivô (a falta de mobilidade ou interesse na defesa e o lance livre deficitário). Lembramos que Okafor começou a temporada por Duke como o candidato mais badalado, mesmo.

– Os dois são os favoritos a primeira e segunda escolhas. O que quer dizer que estariam dividos entre os lagos de Minnesota e os Lakers de Los Angeles.

Minneapolis_lakers_logo(…)

Sacou?

(Tu-tu-tun-tá!)

Para quem não pegou, o trocadilho vem do apelido Lakers. Não existem lagos em Los Angeles, gente. Essa foi apenas uma herança de uma franquia que saiu dos arredores da geralmente gélida Minneapolis para se basear em Hollywood, perto da praia. Uma mudança pouco estratégia, não é verdade? Aliás, a contraposição dessas duas cidades já gerou logo na noite do Draft a especulação de que os agentes dos novatos mais bem cotados possam fazer jogo duro com o Wolves, tentando empurrar seus clientes para o Lakers, que, além de qualquer fator geográfico ou climático, ainda é a segunda franquia mais vitoriosa da liga, a despeito dos fracassos recentes.

E aí? Quem está disposto a ser maltratado por Kobe?

– Só para ficar no clima piadístico ainda, talvez o fato mais comentado  que a própria definição do Wolves como o primeiro colocado – e a do Lakers, como segundo – tenha sido o de que Jahlil Okafor conseguiria segurar até 13 bolas de tênis em uma de suas mãos. Sim, mais de uma dúzia. Ver para crer:

A brincadeira aconteceu em um estúdio de gravação do Bleacher Report

A brincadeira aconteceu em um estúdio de gravação do Bleacher Report

Com a seguinte imagem, fica mais fácil de entender como é bem possível essa quantia:

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 – Sobre o Knicks: Phil Jackson não compareceu ao evento, que, talvez para os padrões vencedores do Mestre Zen, pode parecer humilhante. Os jornalistas mais combativos de Nova York, porém, relembraram o fato de Pat Riley ter subido ao palco no ano em que o Miami Heat teve a pior campanha de sua história. Fato é que, antes de tentar seduzir agentes livres para jogar ao lado de Carmelo Anthony e aceitar o sistema de triângulos, Jackson vai ter de se concentrar no Draft e caprichar na quarta escolha – ou trabalhar com o telefone sem parar para encontrar alguma proposta que lhe agrade. Seria uma bobagem o Knicks trocar o pick. Afinal, vai ter a chance de adicionar um jovem, barato e provavelmente talentoso jogador ao seu elenco. Caso queira fazer uma troca, vai ser obrigado a assimilar um salário muito provavelmente bem maior e que poderia interferir até mesmo nos planos a partir de julho. Sim, o técnico mais vencedor da liga, mas um executivo inexperiente ainda, está sob pressão, depois de uma campanha ridícula em Manhattan.

– A lista dos representantes dos clubes na loteria contou com gente como Larry Bird, Russell Westbrook, Byron Scott, Vlade Divac, Alonzo Mourning e Nerlens Noel. Cabia, então, para o Knicks um Jackson ou um Carmelo, não? Pelo menos alguém mais carismático – e que tenha muito mais responsabilidade sobre os problemas nova-iorquinos – do que o gerente geral Steve Mills. “Acho que estamos abertos a muitas coisas”, disse Mills, após a decepção do quarto lugar. “Sabemos que podemos conseguir um bom jogador nessa escolha, mas estamos abertos a conversas com os outros times e avaliar opções diferentes.”Se o Knicks mantiver seu posto no Draft, deve se dividir entre os armadores D’Angelo Russell (mais técnico, chutador, comparado a James Harden) e Emmanuel Mudiay (atlético, explosivo, no estilo de um Derrick Rose), dependendo de quem sobrar. O ala Justise Winslow, campeão por Duke, também correria por fora. Dia desses, inclusive, foi a um jogo do Yankees com Carmelo.

– Ficar em terceiro talvez tenha evitado mais dor-de-cabeça ao torcedor do Philadelphia 76ers. Sim, estamos cientes que os mais fanáticos abraçaram o projeto de Sam Hinkie com ardor, confiando naquilo que já se chama de O Processo, com caixa alta. O Processo é como se fosse uma pessoa já, sempre presente na tomada de decisão do dirigente. De qualquer forma, voltando ao ponto: a não ser que Wolves e Lakers sobrevivam, não vai passar nenhum pivô por eles, o que empurraria Philly para a seleção de Russell ou Mudiay, que cobririam a lacuna deixada por Michael Carter-Williams. Empilhar Okafor com Joel Embiid e Nerlens Noel não faria o menor sentido, ainda que o discurso seria o de que Hinkie não se importa com o entrosamento do time agora e esteja pensando no futuro.

– No final das contas, não teve nenhum susto. Do tipo: o Utah Jazz saltar da 12ª posição para a terceira. Se fosse o caso, a torcida do blog ficaria para Indiana Pacers e Oklahoma City Thunder, dois clubes que não tinham a menor intenção de participar da loteria, mas se viram forçados a entrar na roda devido a uma sucessão de graves lesões. Um novato de ponta seria uma bela recompensa. Não rolou: continua, respectivamente, em 10º e 14º. Vestido desta maneira, porém, não havia como Wess dar sorte ao seu clube:

Mais uma edição da Russell Fashion Week

Mais uma edição da Russell Fashion Week

– Uma atualização sobre Georginho e Lucas Dias: os dois estão treinando numa academia no Arizona neste momento, se preparando para um giro de treinos/testes individuais com os clubes americanos. A procura está grande, e pelo menos seis convites já foram feitos. Ambos estão listados para participar do adidas Eurocamp em Treviso, entre os dias 6 e 8 de junho. Danilo Fuzaro, que passa a ser discutido com mais frequência e aparecer nas projeções pré-Draft, também aguarda um convite para o evento, que dá exposição boa não só para os times americanos como também para grandes clubes europeus.


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