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Arquivo : Spurs

Splitter entra em seu último ano de contrato com o Spurs
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Giancarlo Giampietro

Tiago Splitter, Spurs

Sabe esse impasse todo por que está passando Leandrinho? A dificuldade de assinar um contrato que julgue justo ou um clube que lhe dê a chance de lutar pelo título, de ir longe nos playoffs? Pois o mesmo lenga-lenga noveleiro pode envolver outro brasileiro no próximo mercado da NBA. Quem? Tiago Splitter.

Mas ele não acabou de assinar com o Spurs, ué?

E não é estranho isso?

Parece que o catarinense ingressou na liga norte-americana ontem. Mas já se passaram dois anos e ele fechou um contrato de três temporadas com o clube texano.

Desta forma, a campanha 2012-2013 se torna ainda mais importante para o pivô. Com esta informação em mente, não é só mais uma questão de agradar a Gregg Popovich e conseguir mais minutos em quadra pelo Spurs. O que pega é que Tiago estará jogando pelo Spurs e também por um novo contrato. Aos 28 anos, ele ainda está no auge e sua expectativa, e a de seus agentes, claro, deve ser a de conseguir mais um pacote bem vantajoso em dólares para preparar um bom pé-de-meia para a reta final de sua carreira.

Devido ao período que levou entre seu Draft em 2007 e sua chegada a San Antonio, em 2010, Splitter pôde receber um salário acima da escala salarial designada para os calouros da NBA. De todo modo, ele ainda ofereceu um desconto para o clube, de acordo com seu valor de mercado na Europa.

Pivôs são sempre muito bem pagos na NBA – vide os inacreditáveis US$ 7 milhões que Kwame Brown tirou do Warriors e Bucks no ano passado e dos US$ 3 milhões que (ainda!) vai tirar do Philadelphia 76ers nesta temporada. Mas, por mais que o ex-sparring de Michael Jordan tenha sido uma tremenda decepção na liga, Kwame ao menos descolou a reputação de um “bom defensor no garrafão”. É o modo como ele é vendido hoje. E qual seria o slogan que acompanharia o brasileiro?

Na temporada passada, o próprio Popovich afirmou que ele já era um dos melhores da NBA na finalização de jogadas via pick-and-roll, com muita velocidade e inteligência nos deslocamentos para “mergulhar” no garrafão e fazer a cesta, embora tenha baixa impulsão. Desta forma, ofensivamente ele teve índices de eficiência altíssimos.  Nos playoffs, porém, regrediu e desagradou ao técnico – ou desagradou ao técnico e regrediu? Talvez a ordem importe aqui.

Será que os executivos da NBA já tomaram nota do potencial de Splitter? Seria o suficiente para buscá-lo no próximo mercado? Como Popovich vai rodar seus pivôs, agora que Duncan e Boris Diaw estão contratados por mais algumas temporadas? E sabe quem também joga pressionado neste ano? DeJuan Blair, outro que vai ter o passe nas mãos em 2013. Também vai querer jogar. Será que mais um ano de 20 e poucos minutos por jogo deixaria o pivô catarinense pê da vida, a ponto de querer voltar ao seu reinado europeu? Do outro lado do Atlântico, ele ainda é certamente cobiçado.

Uma boa jornada pelo Spurs seria o suficiente para resolver boa parte dessas perguntas e evitar a situação desconfortável em que está Leandrinho no momento.


Popovich aposta alto em Kawhi Leonard e sinaliza confiança em Splitter
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Giancarlo Giampietro

Falamos agora há pouco por aqui dos gostos musicais impressionantes de Gregg Popovich, revelados num giro de respostas a internautas torcedores do Spurs. Ok, mas no que ele se vidra, mesmo, é no basquete, pombas.

Kawhi Leonard e Gregg Popovich

Popovich: Leonard e mil e uma maravilhas

E o que saiu de mais interessante nessa “entrevista coletiva” a respeito do clube texano, que teve a melhor campanha da última temporada regular, mas acabou tomando uma virada atordoante do Thunder na final do Oeste?

Sobre Tiago Splitter, já vai. Antes, o que chamou mais a atenção: sua admiração pelo ala Kawhi Leonard, um dos melhores novatos do campeonato passado. Popovich está apaixonado pelo cara.

“Acho que ele vai ser uma estrela. À medida que o tempo passar, ele vai ser a cara dos Spurs, eu acho. Ele é um jogador especial nos dois lados da quadra. Ele quer ser um jogador. Digo, um ótimo jogador. Ele chega cedo, fica até tarde, é fácil de ser treinado, ele é como uma esponja. Quando você considera que ele só teve um ano de universidade e nem passou por nosso training camp ainda, dá para enxergar que ele vai ser um cara diferente.”

Opalelê.

Só uma correção: Leonard jogou por dois anos por San Diego State, mas brilhou mesmo apenas no segundo ano. Talvez seja isso o que Popovich queira dizer.

O ala de fato foi uma bela surpresa pelo Spurs. Estava tão confortável como titular da equipe, desde o início. Foi bastante eficiente, acertando 49,6% de seus chutes de quadra, com 7,9 pontos por jogo em 24 minutos. Tem braços e mãos enormes, é atlético, joga duro e tem realmente um ótimo potencial, com 21 anos apenas.

Está anotado, então.

Leonard só vai ter de amarrar bem o cadarço para bancar essa.

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*  *  *

Sobre Splitter não houve nenhuma pergunta específica, mas o treinador citou o brasileiro e DeJuan Blair numa resposta para tentar situar o Spurs na próxima temporada depois das contratações que Miami Heat e, principalmente, Los Angeles Lakers fizeram. “O que os outros times fazem não podemos controlar, então vamos nos preocupar em incorporar Kawhi no programa já que ele não está aqui há muito tempo. O mesmo vale para Boris (Diaw), Patty (Mills). Esperamos evolução de Danny Green e trabalhar com nosso grandalhões. Acho que Tiago e DeJuan Blair vão ter temporadas muito boas para nós.”

Foi isso. Não é muita coisa, ok, mas é alguma coisa.

Importante lembrar aqui que Splitter já havia jogado muita bola no último campeonato, evoluindo praticamente em todas as estatísticas – apenas em rebote ele estacionou e, em termos de desperdícios de bola, cometeu mais erros. Mesmo os lances livres haviam subido, não se esqueçam: de 54,3% para 69,1%, um salto considerável. Em suma: ele teve apenas 19 minutos por jogo, mas aproveitou cada segundo em quadra ao máximo.

O problema, claro, é o que aconteceu nos playoffs. Nos mata-matas, seus números despencaram e foram inferiores até mesmo aos de seu primeiro ano pelo Spurs. O pivô teve sua confiança minada quando Scott Brooks resolveu explorar sua deficiência nos lances livres, fazendo faltas sem parar no brasileiro. A coisa descambou com aquele esculacho que tomou de Popovich na lateral da quadra em uma derrota crucial em Oklahoma.

Aparentemente, são águas passadas para o técnico.

Seria mais interessante, no entanto, se pudéssemos trocar “Kawhi Leonard” por “Tiago Splitter” na manchete lá em cima.


Prepare-se para conhecer o que toca no estéreo de Gregg Popovich
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Giancarlo Giampietro

Gregg Popovich, Spurs

Pop: quem vê cara não vê coração

Gregg Popovich deixou muita gente chateada por estas bandas devido ao tratamento dispensado a Tiago Splitter nos últimos dois anos, mas saibam que, debaixo do fardamento, existe um homem.

Com seus acertos e imperfeições, e tudo o mais.

E toca o violino.

Dia desses o Spurs divulgou em seu site uma bateria de perguntas e respostas com seu treinador e general atendendo a torcedores do clube. Ele pode detestar aquelas entrevistas ao lado da quadra, nos intervalos de um quarto para o outro, mas tirou um tempo durante as férias para falar com você, tá vendo?

A bomba mais chocante de todas as dezenas de perguntas que ele encarou?

Prepare-se, porque beira o inacreditável.

Gregg Popovich. Ouve. Música.

“O último show que vi foi do Crosby, Stills, Nash & Young”, afirmou, em referência ao quarteto de All-Stars da música norte-americana. Sim, música das boas! E você achando que ele só sabia bater continência, pescar, apreciar um bom vinho e tratar mal os pivôs que não sejam Tim Duncan – DeJuan Blair também anda bastante magoado, saibam.

Mas o mais chocante nessa história toda é que o coração do futuro milico e multicampeão da NBA começou a bater mais forte com o som icônico da Motown de Detroit, com Smoke Robinson, Marvin Gaye, Four Tops, Jackson 5 e muitos outros gênios. Você consegue imaginar o jovem Gregg curtindo essa sonzeira toda? Swinging Pop? Só curtição.

Depois disso, ele migrou para algo mais pesado, citando até mesmo Led Zeppelin e Jimmy Hendrix. Só fica a dúvida aqui sobre o quanto de tolerância ele teria para ver o hino dos Estados Unidos tocado com os dentes. Stoned Pop. Eita.

Hoje um residente texano, o treinador amansou um bocado. “Não dá para não ouvir country por aqui”, afirmou. Todo mundo segue um caminho diferente na vida e, há uns três anos mais ou menos, comecei a ouvir um álbum da Patsy Cline que simplesmente me arrasou. Ainda estou maravilhado por sua voz, e meus amigos e minha família já não aguentam mais: ‘Jesuis, vamos escutar isso de novo’. A mais nova é Terri Clark. Alguém me deu um CD feito por ela, e eu adoro. É muito bom.”

Bem, o country de Nashville a gente assimila facilmente como algo que esteja rodando no stereo de Popovich. Mas ele não cansa de nos surpreender: “Tenho ouvido isso, mas o resto é meio que estrangeiro. É egípcio, Usef, ele é um egípcio, mas talvez seja música turca. Esse tipo de coisa. Algo muito estranho, mas são muitas coisas diferentes que ouço.”

Não toca Usef aqui no QG 21, que fique claro. Na real, nem sei do que ele está falando. E todo mundo achando que o Spurs era bom apenas de achar jogadores gringos por aí.

E aí o repórter mandou muito bem e emendou perguntando se por acaso Popovich ouvia alguma coisa que Stephen Jackson havia produzido recentemente. Se vocês não sabiam, Captain Jack é um rapper nas horas vagas. “Ele costumava me dar algumas de suas fitas, mas, primeiro de tudo, eu não conseguia nem entender  que estava se passando por ali. Algumas dava até para dançar, mas assim que comecei a ouvir o que eles estavam dizendo, tudo aquilo, eu as devolvi.”

Hehe. Não precisa explicar muita coisa aqui, não. Jackson cresceu numa região barra-pesada de Port Arthur, cidadezinha bem pobre no Texas. Aquela história toda: tráfico, violência, difícil de escapar, sobreviver, e o ala do Spurs hoje é visto como uma lenda no local.

Popovich não poderia ir tão a fundo, mesmo.


Tim Duncan, mais três anos de Spurs
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Giancarlo Giampietro

Tim Duncan, Spurs

Steve Nash no Lakers! Deron Williams no Nets! Ray Allen no Miami! E um monte de negociações menores que renderam exclamação atrás de exclamação no mercado da NBA. Mas não a do acerto entre Tim Duncan com o San Antonio Spurs. Havia uma certa dúvida sobre a continuidade de carreira de Kevin Garnett, seu contemporâneo, e se ele ficaria em Boston. Sobre o pivô supercampeão no Texas muito pouco se especulou. Claro que ele jogaria por mais um tempinho.  E, se fosse assim, claro que seria pelo Spurs.

Com Duncan, 36, conduziu as coisas sempre desse jeito: tudo com muita discrição. Tirando seu currículo impressionante em quadra, pouco se fala a respeito desse astro. E pode falar astro? Ele não curte nada disso.

Sabemos que algo que o diverte bastante é pescar, até mesmo ao lado de Gregg Popovich. Outra: quando a NBA passou a obrigar os jogadores a seguir uma etiqueta de vestimenta, o pivô foi um dos que ficou mais pê da vida, ainda que não se enquadrasse ao lado de Allen Iverson como um ícone hip-hop – só não gostou nem um pouco de ter de abrir mão do bermudão e da camiseta. É muito ligado a seus familiares. E… Bem… Fica por aí. Lidera, mas é quieto. Nem Twitter usa.

A ex-promessa da natação de Ilhas Virgens fechou contrato de mais três anos com o Spurs, sendo que o terceiro é opcional. Supostamente, então, ele joga no mínimo até 2014 e, antes de começar a campanha 2014-2015 (esses números parecem inacreditáveis aqui no QG 21…), vai avaliar se ainda pode ou quer continuar.

Duncan já está na NBA há 15 anos. Nesse período, o time texano venceu absurdos 70% de seus jogos (830 vitórias, 352 derrotas). Ganhou quatro campeonatos. Esteve sempre na briga pelos playoffs, sonhando com o título: já soma em sua carreira 190 partidas de mata-mata. Hoje, sem a agilidade e força de antes, não é mais uma figura irresistível no garrafão. Mas ainda faz bem vê-lo em quadra, e para Tiago Splitter deve ser um privilégio tê-lo por perto, mesmo que sua presença lhe roube minutos de quadra.


Parker vence Ginóbili em duelo estranho para os velhos parceiros de Spurs
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Giancarlo Giampietro

Tony Parker, protegido por óculos

Antes do bola ao alto, os dois não trocaram muitas palavras em quadra, não. Um rápido cumprimento, e cada foi para o seu lado. Durante o jogo, o argentinu narigudo falou que era um pouco “estranho” nos primeiros minutos quando ele se via torcendo contra uma cesta do companheiro galanteador francês, que fez questão de deixar claro: “Não estava desejando que ele errasse”. E assim foram os dois velhos comparsas, Manu Ginóbili e Tony Parker, parceiros há dez anos pelo San Antonio Spurs, que se falaram com mais atenção ao final da partida.

Cada um deles é essencial para sua seleção. Em termos de rendimento individual, Ginóbili teve uma atuação superior, com 26 pontos e 5 rebotes em 35 minutos. Bem marcado, Parker marcou 17 pontos em 30 minutos, convertendo apenas quatro cestas de quadra em 17 tentativas (mais nove lances livres). No quarto período, no entanto, anotou oito dos 12 pontos finais de sua equipe.

No embate maior, entre Argentina e França, o armador, ainda protegido por seus óculos especiais, depois de atingido durante uma briga gigante entre dois astros do hip-hop, levou a melhor, e os Bleus, com a vitória por 71 a 64, deram um importante passo para se posicionar com a segunda colocação do Grupo A, atrás dos Estados Unidos.

O que isso significa? Se o Brasil terminar em segundo em sua chave, pode realmente marcar um clássico derradeiro contra a Geração Dourada argentina nas quartas de final (desde que os EUA não se atrapalhem de algum modo, que a França bata a Lituânia e que a seleção de Magnano não perca para a China, claro). Imagine a tensão no ginásio.

PS: pela França, estão em ação outros dois jogadores do Spurs: Boris Diaw, que renovou seu contrato, e o ala-armador Nando De Colo, recém-contratado após temporadas de desenvolvimento na Liga ACB, pelo Valencia. Ele possui algumas características parecidas com as de Ginóbili e, no próximo campeonato, deve assimiar um macete ou outro do veterano. 

PS2: Outro francês que poderia ser um Spur era o ala Nicolas Batum, talentosíssimo. No ano em que foi draftado pelo Blazers, em 2006, as más línguas asseguram que o clube de Portland descobriu a intenção dos texanos de selecioná-lo e, então, orquestraram uma troca para escolher o ala uma posição antes. Gregg Popovich ficou feliz que só…


Mercado da NBA: Panorama da Divisão Sudoeste
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. Desde a quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quinta, resumimos o Oeste. Veja o rolou em que cada franquia da Divisão Sudoeste se meteu, ou não, abaixo:

Dirk Nowitzki

Quem vai ajudar Dirk a sorrir?

Dallas Mavericks: que fase! Mark Cuban implodiu seu elenco campeão da NBA para reconstruir outra potência mais jovem. Com a retirada de Dwight Howard e Chris Paul do mercado e a opção de Deron Williams por seguir com o Nets, Dirk Nowitzki ficou de mãos abanando por enquanto, sem uma estrela ao seu lado. E piorou, já que Jason Kidd e Jason Terry se mandaram. De modo que o Mavs se vê em uma situação delicada: não se precipitar e pagar demais por jogadores medianos e, ao mesmo tempo, montar um time minimamente competitivo para não enfurecer o craque alemão. A contratação do pivô Chris Kaman, companheiro de seleção alemã de Nowitzki, por apenas um ano, tenta equacionar esse dilema. Update: outro reforço é o armador Darren Collison, do Indiana Pacers, ao lado do ala Danthay Jones. Eles chegam em troca do pivô francês Ian Mahinmi.

Houston Rockets: operação implosão. Pai supremo da comunidade nerdística da NBA, Daryl Morey cansou de ver seu time terminar como a melhor equipe não classificada para os playoffs e abriu o balcão de negócios. Trocou Kyle Lowry e Marcus Camby, trocaria sem problemas Kevin Martin e Luis Scola, liberou Courtney Lee e optou por não atender ao que Dragic pedia. Sem armador, sonda o baixinho Aaron Brooks para um possível retorno, enquanto Scott Machado não faz sua estreia na Summer League de Las Vegas. Há quatro novatos chegando – os alas Jeremy Lamb, Terrence Jones e Royce White e o ala-pivô lituano Donatas Motiejunas – que podem nem mesmo fazer parte do elenco daqui a dois dias, dado o insistente envolvimento do time nas negociações por Dwight Howard, não importando o suposto desprezo do pivô por seu clube.

Memphis Grizzlies: pagando uma nota para Zach Randolph, Rudy Gay, Marc Gasol e Mike Conley, não deu para segurar OJ Mayo, liberado. Ainda assim, o Grizzlies conseguiu duas contratações interessantes: não só mantiveram Marreese Speights, como renovaram também com Darrell Arthur, que passou a temporada lesionado. Os dois não são dos mais badalados, mas devem ajudar bastante saindo do banco de reservas, assim como Jerryd Bayless, que chega para a vaga de Mayo.

Nando De Colo

O talentoso Nando De Colo deve enfrentar Rajon Rondo mais algumas vezes

New Orleans Hornets: Anthony Davis, Anthony Davis, Anthony Davis. O time que passou uma no controlado pela NBA tirou a sorte (acreditem) grande no draft, contratando ala-pivô badalado por 100 em cada 100 scouts norte-americanos. Tem também o Ryan Anderson chegando em troca com Orlando, uma aquisição interessante que combina com Davis. Ariza e Okafor se foram para Washington, Jarret Jack, para Oakland, aliviando a folha salarial do clube. Deste modo, não devem hesitar em segurar Eric Gordon, mesmo que o chutador diga que seu coração pertence a Phoenix. Se optarem por sua saída, Austin Rivers, filho do Doc, ganha mais espaço.

San Antonio Spurs: Tim Duncan vai renovar por mais três temporadas. Danny Green idem. Boris Diaw por mais duas – o que não é a melhor notícia para Splitter, aliás. Na dela, em seu canto confortável, a franquia-modelo da NBA vai tocando a vida em frente, tentando esquecer a decepção pelo dolorido revés na final do Oeste. Um reforço é o ala-armador francês Nando De Colo, embora não seja muito clara qual função ele teria na equipe de imediato, uma vez que a rotação parece entupida. O mesmo raciocínio valeria para uma eventual contratação do esloveno Erazem Lorbek, um dos pivôs mais caros da Europa que não toparia se sentar no banco quietinho ao lado de DeJuan Blair, alguém já bem chateado.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Noroeste e Pacífico.

Leste: veja o que aconteceu até agora nas Divisões Atlântico, Central e Sudeste.


Rumo ao Knicks, Kidd e Camby são mais 2 vovôs a cacifar na NBA
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Giancarlo Giampietro

Aos 39 anos, um dia depois do acerto de Steve Nash com o Los Angeles Lakers, Jason Kidd foi mais um veterano a surpreender no mercado da NBA e mudar de clube. Na semana passada, ele chegou a um acordo verbal com o New York Knicks, se desligando do Dallas Mavericks pela segunda vez na carreira.

Os termos do contrato de Kidd ainda não foram divulgados, mas as informações preliminares indicam que seria algo em torno de US$ 9 milhões por três temporadas. Fazendo as contas, ele jogaria até os 42. Camby iria até os 41, já que seu contrato também é de três anos, sendo o terceiro apenas parcialmente garantido.

Jason Kidd

Jason Kidd diz adeus a Dallas

Rapidamente: Kidd vem de sua temporada mais fraca na liga, com as menores médias de minutos, pontos, rebotes e assistências em seu jogo não mais tão dinâmico. Ainda assim, para o Knicks, é uma contratação perspicaz: o armador é extremamente respeitado pela nova geração e leva para a Big Apple uma influência apaziguadora, tentando fazer a ponte entre Amar’e e Carmelo – distância que em alguns momentos do campeonato passado parecia mais larga que o próprio Rio Hudson.

Já Camby se apresenta como um ótimo defensor na reserva de Tyson Chandler, fortalecendo a rotação de garrafão do Knicks com Amar’e Stoudemire. Ele retorna ao clube pelo qual viveu grandes dias na temporada 1999, alcançando a final para surpresa geral, no lugar de Patrick Ewing.

Agora, em termos de um grande cenário, é curioso ver como os vovôs estão lucrando nestas férias. Nash, 38, vai assinar por algo em torno de US$ 27 milhões por três anos. Mesma duração do novo contrato que será firmado entre o Boston Celtics e Kevin Garnett, 36, em vínculo de cerca de US$ 34 milhões. Teve também a ‘traição’ (nas palavras de Jarret Jack, veja bem) de Ray Allen, que trocou o Boston Celtics pelo Miami Heat.

Bela “aposentadoria” para a turma, não? Falta apenas Tim Duncan decidir se segue ou não jogando. Pelo Spurs, óbvio.

Não chega a surpreender. A preparação física, os cuidados alimentares, tratamentos médicos, todo esse conjunto em torno do desenvolvimento atlético dos jogadores só evoluiu nos últimos anos. Quem quiser vai se cuidar. É recomendável que não sejam exigidos por mais de 40 minutos de jogo? Claro. Pode ser que eles quebrem a qualquer jogo? Pode.  Mas, por enquanto, se não há sinal claro que indique isso, os cheques vão sendo cruzados sem controle.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Jason Kidd em sua encarnacão passada.


Tony Parker vai de óculos para Londres
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Giancarlo Giampietro

Tony Parker, de óculos, França

Depois sofrer uma garrafada no barraco entre dois astros do hip-hop norte-americano, “quase perder o olho” e passar por uma cirurgia, Tony Parker está liberado para competir em Londres-2012 pela França, devidamente proibido. Dois médicos enviados pelo Spurs atestaram que não há risco para o armador acelerar nos Jogos Olímpicos. Um consolo para os Bleus, que não vão poder contar com Joakim Noah por lá. Após o susto, vale careta e tudo.

PS: Confira o que o blogueiro já publicou sobre Tony Parker em sua encarnação passada.


Mirza Teletovic, e a conexão Brooklyn-Mostar
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Giancarlo Giampietro

“Mostar é uma cidade, município da Bósnia-Herzegovina, a maior e uma das maiores da região da Herzegovina e o centro do cantão Herzegovina-Neretva da federação. Está situada na costa do rio Neretva e é a quinta maior do país. Foi noemada em referência aos guardiões da ponte (na língua nativa: mostari), que em tempos medievais protegiam a Stari Most (Ponte Velha) sobre o rio. A Ponte Velha, construída pelos otomanos no século 16, é um dos marcos da cidade mais reconhecidos.”

Está na Wikipedia, ok? Sobre a cidade de pouco mais de 130 mil habitantes, que sofreu durante os anos de guerra nos anos 90 e que, de uma forma inesperada, ganha importância para o desenvolvimento da segunda franquia nova-iorquina da NBA, o Brooklyn Nets, que recomeça sua história a partir da próxima temporada.

Mirza Teletovic

Mirza Teletovic leva seu tiro de três da Liga ACB para o Nets

É de Mostar que vem o bósnio Mirza Teletovic, ala-pivô que acertou verbalmente nesta terça-feira sua transferência do Baskonia, da Liga ACB (cuja equipe ideal ele compôs na temporada passada), para o clube do Mark Cuban Mutante Russo.

Aos 26 anos, Teletovic deve assinar por três temporadas e US$ 15,6 milhões, cobrindo toda a “mi-dlevel exception”  do Nets – um valor surpreendente, considerando que é cerca de US$ 3 milhões a mais do que Tiago Splitter ganhou do Spurs, sendo que o brasileiro tinha um cartaz muito maior na Europa.

A negociação, por esse valor, também atrapalha os planos do clube de ir atrás de Dwight Howard. Então é bom que o bósnio produza.

Por coincidência, é de Mostar que pode vir outro reforço europeu para a equipe do Brooklyn: o ala Bojan Bogdanovic, que joga pela Croácia, diga-se, e foi escolhido no draft de 2011. O ala é um promissor jogador, está sob contrato na Turquia, mas poderia conseguir sua liberação.

Para um clube que já está pagando horrores por Joe Johnson e Gerald Wallace, e ainda espera torrar uma grana daquelas em Deron Williams, não há muita margem de erro na hora de escolher suas peças periféricas ­– vide o Miami Heat, que sofreu um bocado para chegar ao seu primeiro título enquanto Shane Battier, Mike Miller e Mario Chalmers não se encontravam.

Em suma: Teletovic e Bogdanovic precisam produzir mais do que o armador Zoran Planinic , outro produto de Mostar, creiam! passada. Talentosíssimo, alto, de muita visão de jogo, ele se perdeu na vida noturna em New Jersey, pouco rendeu pelo Nets na década passada e foi devolvido ao basquete europeu rapidamente.

PS: outra coincidência (muito mais óbvia e, digamos, proposital) envolvendo Teletovic e Bogdanovic? Os dois têm o mesmo agente Deron Williams e Jason Kidd: Jeff Schwartz. Ele também agencia os dois atletas selecionados pelo clube no segundo round do draft deste ano. Aaaaaah, tá.

PS2: veja o que o blogueiro já publicou sobre o Nets em sua encaranação passada


Calma, Scott: veja a lista dos renegados que ganharam US$ 380 milhões na NBA
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Giancarlo Giampietro

Não é o fim do mundo, Scott. Pode ser um baque, com tanta expectativa criada, mas não sobra muito tempo para chutar choramingar, pois as Summer Leagues já vêm com tudo, os clubes estão montando seus elencos, e seu agente sabe disso.

Nesta sexta, o armador brasileiro deu as caras no Twitter com uma metáfora toda videocassetiana (na falta de melhor palavra): “Não há STOP para o meu sonho, apenas PAUSE. VOU FFW passando por isso porque só quero PLAY e, uma vez que eu mostrar a eles o que posso fazer, eles todos vão querer RECORD ISSO, e eu nunca vou RWD”. Entenderam, né?

Para dar uma força, lembramos, agora, dez  casos de atletas que não foram draftados, mas saíram por cima. Juntos, sabe quanto eles ganharam em contratos durante suas carreiras? Mais de US$ 385 milhões. E isso não leva em conta o fato de que alguns deles ainda estão em atividade.

Confira a turma dos renegados que prosperaram:

1. Ben Wallace

Ben Wallace

O pivô do Detroit Pistons, que ainda não sabe se vai se aposentar este ano… Caso decida que sim, chegará ao fim a carreira de um dos melhores defensores da história da NBA, após 16 temporadas e 130 partidas de playoffs. Wallace começou sua jornada no Washington Wizards de 1996, como reserva de Chris Webber. Ficou um ano em Orlando até ser envolvido em uma troca por Grant Hill com o Detroit. Na época, parecia que o Pistons iria de mal a pior. Engano. Big Ben capitaneou o revival dos “Bad Boys” na Motown, ao lado do bro Rasheed Wallace, sendo campeão em 2004. Foi duas vezes o melhor reboteiro da liga em 2002 e 2003 (quando apanhou 15 por jogo). Quatro vezes All-Star. Quatro vezes eleito o melhor defensor do campeonato. Porrada.

2. Brad Miller
Antes de entrar na NBA, Miller, tinha como grande destaque de sua carreira a medalha de bronze conquistada no Mundial de 1998, aquele que caiu num limbo da USA Basketball – era ano de loucaute e os astros da NBA ficaram fora. Considerado lento, pouco atlético, foi desprezado ao sair de Purdue em 1998. Acabou descolando um bico no Charlotte Hornets (bons tempos!), foi contratado pelo Bulls em sequência, repassado ao Indiana até que assinou com o Sacramento Kings em 2003 por uma bolada: em 2010, já ganhava mais de US$ 12 mi. Foi duas vezes para o All-Star. No auge, teve médias de 15 pontos, nove assistências e quatro assistências pelo Kings.

3. Avery Johnson
Não era necessariamente um craque, tendo um arremesso de três pontos bastante questionável. Mas foi um verdadeiro general em quadra em uma carreira que durou de 1988, quando Scott Machado e Fab Melo ainda não haviam nem nascido, a 2004. Distribuiu 5.846 assistências em jogos de temporada regular, em 1.054 partidas. Marcou época pelo Spurs, pelo qual foi campeão em 1999. Hoje é o técnico do Brooklyn Nets.

John Starks enterra contra o Bulls

John Starks enterra contra o Bulls

4. John Starks
Houve uma vez que o explosivo ala do Knicks voou por toda a defesa do Bulls de Phil Jackson para uma das enterradas icônicas da NBA, que, vira e mexe, aparece nos clipes promocionais da liga. Jogou de 1988 a 2002, terminando com média de 12,5 pontos. Em 1993-94, foram 19,0 por jogo, culminando em convocação para o All-Star e no vice-campeonato sob o comando de Pat Riley. Eleito o melhor sexto homem em 1996-97.

5/6. Bruce Bowen, Raja Bell
Dois alas que foram uma verdadeira peste na marcação na década passada – e, sim, usamos propositalmente o passado em referência a Bell, que hoje já seria um ex-jogador em atividade. Bowen foi tricampeão pelo Spurs, tendo aparecido na seleção defensiva da liga por cinco anos seguidos – embora, injustamente, nunca tenha ganhado o prêmio individual. Raja Bell segue essa estirpe, talvez um pouco mais light, mas ele que não nos ouça. Nos dias de Phoenix Suns, era um dos inimigos prediletos de Kobe Bryant, se é que isso faz sentido.

7. Udonis Haslem
O guarda-costas de Dwyane Wade, um guerreiro nos rebotes que saiu da universidade de Florida em 2002 um tanto gordinho e sem chamar muita atenção. Remodelou seu corpo, descolou um convite do Heat, em sua cidade natal, e o resto a gente já sabe. Ótimo reboteiro, defensor, jogador de poucos erros e vencedor. Bicampeão.

8. David Wesley
Patinou por dois anos em Boston em 1993 e 94 até ganhar respeito, entrar na rotação e emplacar uma carreira que acabou em 2007, com 12,5 pontos e 4,4 assistências. Viveu seus melhores anos pelo Hornets, pegando a transição de Charlotte para New Orleans.

9. JJ Barea
Ainda na metade do caminho, o portorriquenho já tem seu título da NBA, um contrato de mais de US$ 4 milhões com o Minnesota Timberwolves, para correr com Ricky Rubio. Veloz, forte, inteligente e corajoso, consegue finalizar no garrafão apesar da estatura diminuta.

10. Jeremy Lin

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O pôster dessa turma toda agora, né? A história você já conhece, cujas palavras-chave são: sino-americano, Harvard, economista, show em Summer League contra John Wall, Warriors, Rockets, dispensas, waiver, Knicks, D’Antoni, Linsanidade, Manhattan, Forbes, Hollywood.

Outros armadores que têm/tiveram carreiras duradouras sob as mesmas condições: Carlos Arroyo, Robert Pack, Jannero Pargo, Chuck Atkins, Darrell Armstrong, Troy Hudson, Damon Jones e Mike James. E mais outros atletas de outras posições como Louis Amundson, Joel Anthony, Reggie Evans e Reggie e Aaron Williams.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Scott Machado em sua encarnação passada