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Palavra-chave para Fabrício Melo e Scott Machado na temporada 2012-2013: D-League
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Giancarlo Giampietro

Tem de entender que pode não ser apenas um lichê tonto, repetido por inércia.

Em diversas ocasiões é possível esquecer ou ignorar que, quando atletas falam em batalhas, muita luta e histórias tantas na hora de agradecer pelo novo emprego, pela nova oportunidade, a reação automática de muita gente, especialmente no Brasil, é a de dar de ombros, soltar aquele “pffffff”, “tsc, tsc” básico e emendar com aquele complemento que vai na linha de: “Ra-rá! Ó lá o milionário falando de barriga cheia, não sabe o que é ralar a poupança e ver o que é bom pra tosse”.

E aí bastam duas ou três perguntas que fujam um tico que seja do rame-rame da pauta diária para perceber que talvez a primeira frase seja meio batida – “Graças a Deus que não sei o quê” –, mas que, poxa vida, possa realmente ter uma história ali, e tal, que os caras tenham passado por umas e outras até chegar a assinar o primeiro contrato e receber a primeira bolada.

O raciocínio vale muito para muitas figuras do futebol brasileiro. Mas também pode ser aplicado para a rapaziada da NBA. Neste caso, Fabrício Melo e Scott Machado, bem-vindos ao clube.

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Scott Machado, armador puro em busca de vaga para valer agora

A trajetória dos dois não podia ser mais diferente. O mineiro de Juiz de Fora começou bem tarde no basquete e correu atrás do tempo. Já o gaúcho do Queens – nunca vou me cansar de brincar com isso 😉 – pegou a primeira bola e queria fazer um jump shot na primeira bacia que via pela frente em Nova York. Melo era o grandalhão, com o único talento que não se ensina, a altura, o já era o suficiente que lhe render um passe para um time de ponta universitário como Syracuse. Scott era o baixinho que precisou se impor por outras maneiras em quadra e teve de cavar espaço em uma equipe nada tradicional como Iona.

Nesta terça, aos 22 anos e poucos dias de separação entre o aniversário de um e do outro, chega para os dois aquele momento que por tanto tempo – no caso de Scott, há um pouco mais – almejaram: iniciar uma temporada da NBA como jogadores da liga, no lugar, ou, muito provavelmente, ao lado de seus ídolos de TV e videogame.

Tem esse aspecto do sonho, sim.

Mas, depois de alguns dias, semanas ou meses, vem a realidade também. Que pode pedir paciência aos dois jovens. Estar entre os 15 premiados de um elenco é um feito, e tanto. Mas agora tem mais.Vão precisar convencer seus treinadores de que podem fazer parte de seus planos efetivos e rotações na temporada regular. Jogar prava ler.

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No caso de Scott, essa aspiração parece mais plausível desde já. Seria normal que ele fosse enviado diretamente ao Rio Grande Valley Vipers para conduzir a filial do Houston Rockets na D-League de cara, que lá pudesse botar o time para jogar e, aos poucos, se adaptar ao nível de capacidade atlética e tamanho que verá daqui para a frente. Porém, durante seu processo de Draft, o armador foi submetido a tantos testes, prontamente superados, que hoje fica difícil duvidar do que, e quando, ele pode alcançar.

Depois de Daryl Morey fazer a limpa em seu elenco, dispensar até mesmo um ala-armador de respeito no mercado como Shaun Livingston e jogar fora US$ 6 milhões nesse processo, cabe ao brasileiro uma disputa muito mais simples: brigar por minutos com o irregular Toney Douglas pela reserva de Jeremy Lin.

Enquanto Scott oferece criatividade no ataque, com um armador puro e baixo, Douglas é um ala fazendo as vezes de armador com muito mais pegada e potencial defensivos. Scott, no fim, funciona muito mais como uma apólice de seguro para o caso de Lin arriar – por motivos físicos ou emocionais –, enquanto Douglas seria alguém que, de cara, complementaria melhor a rotação de McHale. Para o técnico, ter um talentoso criador com James Harden em seu elenco facilita as coisas neste sentido. Carlos Delfino é outro que pode ajudar na condução da equipe em momentos de aperto, se emparelhado com o barbudo e jogador ex-Knicks.

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Fab Melô de verde agora

Fabrício Melo acompanha Leandrinho em Boston, mas talvez não em toda a temporada

Fabrício Melo, ou Fab Melo, como preferirem, se apresenta a Doc Rivers em um ponto mais baixo de sua curva de aprendizado. De novo: ele começou mais tarde num esporte que possui muitos detalhes, nuanças que se assimila apenas com o tempo, com a instrução e repetição, especialmente para os grandalhões. O posicionamento preciso no ataque e na defesa, os movimentos com e sem a bola, o aumento da força sem perder a agilidade… Tudo isso faz o cuco se cansar um pouco e nem sempre é resolvido com um ou dois anos de universidade. Ainda mais quando o pivô é a peça central em uma defesa por zona e, na NBA, o uso delas é bem mais restrito.

O pivô tem um bom tempo de bola para os tocos na cobertura, não foge do contato físico, pode converter com regularidade os arremessos de média e curta distância, por vezes se mostra um passador surpreendente – fundamento já elogiado por Kevin Garnett, inclusive –, mas ainda lhe faltam outros tantos tópicos para cobrir até que possa jogar regularmente num time como o Celtics sem interferir com suas grandes ambições.

Imagino que Danny Ainge vá conseguir dosar bem o tempo do brasileiro entre o contato e treinos com veteranos como KG – que se recusa a chamá-lo de Fab, porque nenhum homem seria Fabuloso na sua concepção das coisas – e períodos extensos com tempo de jogo no Maine Red Claws, na D-League.

Ainda há equipes relutantes em mandar seus talentos para a liga paralela. Mas, de um modo geral, esse processo vem avançando na NBA, e a tendência é que os jogadores mais jovens sejam enviados com maior frequência para os afiliados. E não é que, uma vez na D-League, não tem mais volta: Celtics e Rockets podem convocar seus jogadores de volta quando bem entenderem. Não é o fim da picada.


Para segurar Scott Machado, Rockets torram quase US$ 6 mi em salário de dispensados
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Giancarlo Giampietro

Scott em ação na pré-temporada da NBA

Scott: visão de jogo e mais chances de ficar em Houston

Para um time que o ignorou num Draft em que teve quatro oportunidades para selecioná-lo, o Houston Rockets deu uma senhora prova de respeito por Scott Machado nesta segunda-feira ao dispensar cinco jogadores de contrato garantido para poder segurar o armador em seu elenco para a temporada 2012-2013.

Isso quer dizer que o gerente geral Daryl Morey convenceu o proprietário da franquia, Les Alexander, a desembolsar cerca de US$ 6 milhões para pagar cinco atletas que não vão vestir a camisa do clube sequer por um minuto no próximo campeonato. Foram cortados  o pivô John Brockman, o ala-armador Shaun Livingston e os alas Gary Forbes, JaJuan Johnson e Lazar Hayward, que veio no pacote com James Harden e nem posar para foto no Texas vai.

A não ser que algum deles seja, digamos, recolhido por algum concorrente nos próximos dois dias, o pagamento de seus salários na íntegra fica por conta do Rockets. Confira os cheques que cada um vai receber sem nem mesmo se preocupar em entrar em quadra: US$ 1,5 milhão para o panamenho Forbes, US$ 1,1 milhão para Johnson (antiga aposta do Celtics) e Hayward e US$ 1 milhão para Brockman e cerca de US$ 1 milhão para Livingston (que tinha um contrato de US$ 3,5 parcialmente garantido – ainda não está claro qual foi o desconto que o clube conseguiu ao liberá-lo agora).

Lembrando que os clubes da NBA podem contar no máximo com 15 atletas sob contrato durante toda a temporada regular. Depois da surpreendente troca pelo barbudão, o clube texano ficou com 20 nomes em seu plantel, tendo que desligar cinco deles até esta segunda. É preciso respeitar o processo de “waiver”, que dura dois dias, nos quais os dispensados ainda têm um vínculo com a franquia de origem.

Agora pode cravar: o Brasil vai com seis jogadores para o campeonato, um recorde.


Chances de Scott Machado crescem com o mau início de Lin pelo Rockets
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Giancarlo Giampietro

Jeremy Lin e Scott Machado, quem é quem

Scott Machado fica preso em seu cantinho: ninguém mandou sentar ao lado de Lin

Mesmo que distante das luzes de Nova York, um dos jogadores que será mais observado na próxima temporada da NBA deve ser o armador Jeremy Lin.

Tem muita gente que busca uma resposta: na linsanidade, foi tudo um conto de fadas?

Em Houston, Lin vai para quadra para tentar confirmar que essa coisa de conto de fada não existe. Que tem, sim, talento e cacife para ser um armador de ponta na liga, diante de muitos críticos – atletas e ex-companheiros de time inclusos – que juram que tudo não passava de euforia forjada pela mídia nova-iorquina. Muitos alegam que foi apenas um lance de sorte para um jogador com números inflados pelo sistema de Mike D’Antoni e que apenas virou queridinho devido a sua ascendência asiática e o diploma de Harvard.

Por enquanto, com três partidas de pré-temporada disputados pelo Rockets, os restultados devem animar o povo do contra. Ainda em recuperação de uma cirurgia no joelho, Lin tem falhado em coordenar o ataque da equipe – ou mesmo em criar as jogadas individuais que executou em um mês e pouco de sucesso pelo Knicks.

Scott em ação na pré-temporada da NBA

Scott: visão de jogo e mais chances de ficar em Houston

Essa é a parte que mais interessa aos brasileiros nascidos em Nova York: se a produção do titular seguir desta forma, só vai crescer a chance de Scott Machado fazer parte do elenco final do técnico Kevin McHale.

“Como venho dizendo desde o início, temos de correr com a bola, jogar com velocidade. Temos de fazer também a bola ir de um lado para o outro. Não podemos aceitar arremessos de longe e contestados”, afirmou o treinador após a derrota em duelo texano com o San Antonio Spurs, por 116 a 107, domingo.

Lin converteu apenas um arremesso em dez, o último deles, aliás, e terminou com quatro pontos e uma assistência. No geral, suas médias são de 5,3 pontos e 4,7 passes para a cesta. Mesmo considerando o tempo reduzido de quadra e a inconsistência habitual de jogos de pré-temporada, é óbvio que dirigentes e técnicos do Rockets e o próprio armador esperam mais.

Contra o Spurs, o Rockets teve apenas dois pontos de contra-ataque, e McHale quer ver seu time produzindo muito mais desta forma. “Tive um jogo ruim. Não tomei realmente decisões rápidas com a bola, não conseguia converter as bandejas ou arremessos.  Estou apenas tentando encontrar meu ritmo e me sentir confortável em quadra de novo. Estou feliz de ser apenas um jogo de pré-temporada, para ser honesto. Não posso aceitar isso na temporada”, disse o armador.

Uma fraca e insegura atuação de Lin repercute em todos os seus companheiros, naturalmente. No primeiro quarto, tirando o pivô turco Omer Asik – candidato desde já a surpresa do campeonato –, os demais titulares acertaram apenas três em 19 arremessos. No geral, o quinteto terminou a partida apenas com 15 cestas em 43 tentativas.

E sabe do que mais?

Os reservas, liderados por Scott Machado tiveram um rendimento bem superior, somando 23 tiros convertidos nos 45 que tentaram, diminuindo consideravelmente a vantagem do Spurs no placar. Certamente as 11 assistências do brasileiro têm a ver com isso.

Na atual configuração inchada do elenco do Rockets, Scott seria o único armador puro, tradicional, nos moldes antigos, muito mais preocupado em fazer seu time engrenar do que ver sua contagem de pontos estufar. São essas cartas que o levaram ao contrato não-garantido com o time texano e que ele precisa mostrar mais e mais nos próximos amistosos para poder sobreviver ao corte derradeiro ao final do mês.

Para acelerar seu ritmo, com um elenco tão renovado e jovem, McHale vai precisar de um armador com pulso firme em seu plantel. E, quando você assiste a Machado em quadra, percebe que, embora inexperiente, ele age instintivamente com a bola, de um modo que é difícil de ensinar. Tudo sai muito natural, devido a sua ampla visão de quadra. O tipo de jogo que Lin ainda não está conseguindo mostrar.

Aguardamos as cenas dos próximos capítulos.


Assistente técnico diz que estilo de Scott Machado combina com o Rockets
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Giancarlo Giampietro

Scott em ação na liga de verão de Las Vegas pelo Rockets

A luta de Scott Machado por uma vaga no elenco do Houston Rockets só começou, está nos primeiros dias, mas ganhou força com uma declaração interessante do assistente ténico JB Bickerstaff durante o training camp do clube texano na cidade de McAllen. Para o treinador, o brasileiro nova-iorquino vem causando um impacto positivo nos treinos, pois seu estilo de jogo combinaria com o plano tático da equipe.

“Acho que ele joga do jeito que queremos em nosso sistema. Queremos correr com a bola, e ele é um armador muito bom acelerando”, afirmou. “Queremos compartilhar a bola, e ele é um ótimo passador. O que ele faz meio que acende o resto de nossa ofensiva. Sua habilidade para criar chances para os pivôs é ótima para nós. Sua habilidade para quebrar a defesa e entrar no garrafão também. Ele acerta os companheiros na cabeça algumas vezes porque eles não estão esperando o passe. Precisam se acostumar a jogar com ele, mas ele está fazendo um grande trabalho.”

Palavras para encorajar, não?

Mas que fique claro que esse é um assistente do Rockets falando algo positivo sobre um dos jogadores em que o clube resolveu investir, apostar. Digo: a não ser que a participação do armador fosse um desastre, o técnico não iria procurar pontos negativos para destacar numa entrevista para o principal diário de Houston, o Chronicle.

Outra: Bickerstaff pode ser influente, mas também não é o primeiro, nem o segundo a tomar uma decisão final sobre quais seriam os 15 atletas que o Rockets levará para a temporada – quatro ainda precisam ser contratados, o que deixa o armador, com contrato parcialmente garantido, numa situação delicada.

Esse contexto não abala Scott, porém. “É uma competição. Você tem que amar competir para estar neste palco. Sabendo que há um monte de armadores disponíveis, você tem de colcoar na cabeça que, a cada vez que pisar na quadra, precisa provar que você é o melhor entre eles”, afirma.

Lembrando que McAllen, cidade modesta no Texas, é justamente a sede do Rio Grande Valley Vipers, a filial da D-League do Rockets. É justamente nesta cidade que Scott não quer ficar no restante da temporada.

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Segundo relato do repórter Jonathan Feigen, Toney Douglas, concorrente direto de Scott Machado, também estaria treinando bem, começando e finalizando jogadas. O Rockets também estaria conduzindo seu elenco de uma forma em que o armador não fique sobrecarregado, com todos os jogadores empenhados em controlar e passar a bola com frequência. O que ajudaria um atleta com as características do ex-Knick, que é mais um ala com tamanho de armador. Outro candidato a reserva de Jeremy Lin, o talentoso Shaun Livingston está fora dos treinos com uma contusão na virilha.


Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: Goran Dragic
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Giancarlo Giampietro

O gerente geral Steve Kerr e os técnicos do Phoenix Suns tinham tanta estima por Goran Dragic que conseguiram convencer o mão-de-vaca Robert Sarver, proprietário do clube, a investir alguns milhares de dólares na compra de uma escolha extra de segunda rodada no Draft de 2008 para contar com o esloveno. Como se não bastasse esse fato histórico, inédito, ainda fecharam um contrato com o novato por mais de US$ 7 milhões e quatro temporadas. Era bem mais do que um calouro selecionado 20 postos antes dele no recrutamento ganharia. Estava em alta o Dragic.

Goran Dragic, Phoenix Suns

Dragic de volta a Phoenix

Aí o que acontece: bomba. Em sua primeira temporada, ele acertou apenas 39,3% de seus arremessos de quadra, algo que Steve Nash bateria nos tiros de três pontos com um pé só no chão e olho direito inchado. Sofrendo para se comunicar em inglês, intimidado diante de adversários aos quais costumava assistir em casa, de madrugada na Eslovênia, também cometeu muitos erros em suas infiltrações, deixando a torcida tensa com suas investidas. Estava em baixa o Dragic.

As críticas e desconfiança, no entanto, não acabaram com o jogador. Em seu segundo ano, o canhotinho voltou muito melhor, revigorado. Elevou sua produção estatística positivamente em pontos, assistências e chutes de quadra e parecia, enfim, um jogador de NBA, a ponto de ganhar do técnico Alvin Gentry 18 minutos por partida, dando um bom descanso a Nash. Foi numa época em que Gentry conseguiu escalar uma segunda unidade completamente desvinculada da primeira, com dividendos formidáveis – o esloveno era escoltado por Leandrinho, Jared Dudley, Channing Frye e Louis Amundson. Ninguém dava muita coisa para esse quinteto, mas, coletivamente, jogaram uma barbaridade. O líder inquestionável era o armador, que teria uma das atuações mais surpreendentes da NBA e dos playoffs em muito tempo, quando destruiu o Spurs em San Antonio em 2010.  Dragic em alta. Muito.

E aí o que acontece: ele deixa cair a peteca, justamente quando o Suns acreditava ter encontrado um substituto em longo prazo para o brilhante canadense. Depois da saída de Amar’e Stoudemire e das contratações desastradas de Hedo Turkoglu e Josh Childress, a equipe despencou, e Dragic voltou a entrar em desarranjo, a se atrapalhar demais com a bola e perder a confiança da campanha anterior. Acabou trocado pelo baixinho Aaron Brooks, do Houston Rockets, numa negociação em que a franquia do Arizona ainda pagou uma escolha de primeira rodada do Draft para compensar. Dragic em baixa.

Dragic e sua canhotinha

Dragic arrebentou em Houston. Vai manter?

Em Houston, na campanha passada, sob a orientação de Kevin McHale, o esloveno volta a reagir. Com o afastamento de Kyle Lowry devido a uma bizarra infeção bacteriana, assumiu o posto de titular e encaixou uma sequência de jogos digna de Jeremy Lin. Terminou o mês de março com médias de 18,9 pontos, 7,7 assistências, 3,5 rebotes, 1,8 roubo de bola e 46,4% nos arremessos, como o ponto nevrálgico do ataque. Um rendimento bem conveniente, considerando que estava prestes a se tornar um agente livre. Dragic em alta no mercado.

Sua produção chamou atenção, no fim, do próprio Phoenix Suns. Decidido a seguir um novo rumo, se desligando dolorosamente de Nash, o clube telefonou para o agente do esloveno de imediato, com uma proposta de US$ 7,5 milhões anuais, e quatro anos de duração. Mais do que o triplo que havia ganhado em 2011-2012.

Nesta gangorra descrita acima, notem que os campeonatos de alta do esloveno foram aqueles que terminaram anos pares. A próxima temporada termina em 13. Perigo?

Gentry e o Suns esperam que seja só uma coincidência fútil. Qualquer descuido, tropeço do armador custaria muito caro para o clube que tanto dependeu de Nash nos últimos sete, oito anos e agora confia num Dragic amadurecido e fortalecido para iniciar uma nova era. Não é fácil para ninguém assumir essa responsabilidade, mas ele topou. Agora vai ser marcado de perto.

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Reforçando a trapalhada da diretoria do Suns: eles tinham Dragic, o repassaram para Houston com uma valiosa escolha de primeira rodada – os novatos geralmente são um bom investimento, por ganharem abaixo da média da liga –, e usaram Brooks por apenas meia temporada e, depois, dispensaram o baixinho, que havia se mandado para a China, sem levar nada em troca para limpar sua folha salarial e, claro, repatriar seu ex-atleta. Brooks assinou com o Sacramento Kings. Where amazing happens.

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Dragic acaba com o Spurs em San Antonio

A incrível atuação de Goran Dragic no Texas

Sobre aquela noite mágica na vida de Dragic, contra o Spurs: foi antes de tudo uma ironia pelo fato de o Suns ter comprado justamente dos texanos a escolha do Draft que resultou em sua contratação.

Mas a importância de sua atuação foi muito além desta anedota, devido ao histórico de eliminações de sua equipe pelas mãos de Tim Duncan & cia – e fora muitas decepções no Arizona, acreditem.

Em maio de 2010, o Suns dessa vez chegava a San Antonio com seu mando de quadra defendido, tendo vencido os dois primeiros jogos. Com o esloveno fazendo chover em quadra, conseguiu uma importantíssima vitória para abrir 3 a 0 e se livrar de alguns fantasmas. Foram 23 pontos de Dragic apenas no quarto período, com bandejas, ganchos, chutes desequilibrados, bolas de três e fintas para todos os lados. Relembre:

PS: O Suns acabou alcançando a final do Oeste neste ano, perdendo para o eventual campeão Lakers. Preocupado com o rendimento de Dragic no confronto com seus reservas, Phil Jackson descobriu um ponto fraco do armador: Sasha Vujacic, seu compatriota. Os dois não se bicam de jeito nenhum, o que era um segredo até o momento. Ninguém ia dar bola para uma rivalidade entre dois eslovenos, claro. Mas o Mestre (nem tão) Zen foi informado sobre o histórico e sacou o ala do banco. Irritante que só, Vujacic, hoje no basquete turco, tirou seu velho conhecido do sério:


Os europeus que a NBA não consegue ou conseguiu aproveitar
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Giancarlo Giampietro

Fran Vázquez garante que, dessa vez, esperou pela NBA até o último momento antes assinar com o Unicaja Málaga por dois anos e tentar atrapalhar a vida de nosso Augusto. As propostas só não vieram.

Fran Vázquez, NBA Draft 2005

Vázquez só usou o boné do Magic, mesmo

No caso desse pivô espanhol, é melhor que não pronunciem o nome dele na arena de outro mundo do Orlando Magic, porque seu vínculo, ou melhor, não-vínculo com a equipe da Flórida é uma das vergonhas de sua história recente. Ele foi selecionado na 11ª posição do Draft de 2005, mas nunca jogou sequer um minutinho de azul e branco. Ele preferiu passar seis temporadas pelo Barcelona.

Uma cortesia do ex-gerente geral do clube, Otis Smith, que selecionou Vázquez sem nunca ter conversado direito com o jogador, sem saber seus planos, o quanto confortável ele estaria em fazer a transição para a liga norte-americana, sobre o quão disposto ele estaria a deixar seu país naquele momento ou em qualquer momento de sua vida.

Sete anos depois? Ele bem que tentou, mas a nova diretoria do Magic já não estava mais tão interessada assim, enquanto Smith curte algumc ampo de golfe por aí.

Ninguém sabe ao certo como seria a trajetória de Vázquez, hoje com 29 anos, se ele tivesse assinado de cara. Teria se entrosado bem com Dwight Howard? O par certamente teria um potencial defensivo. Mas isso vai ficar sempre no ar e no estômago dos vizinhos de Mickey Mouse.

Pensando no espanhol, essa é uma boa hora para lembrar alguns dos europeus que foram selecionados pelas franquias nos anos que passaram e nunca chegaram a cruzar o Oceano, pelos mais diversos motivos:

Frédéric Weis, pivô francês, aposentado desde o início de 2011, mundialmente conhecido pela enterrada inacreditável de Vince Carter na final das Olimpíadas de Sydney-2000. Acontece que, um ano antes daquele, digamos, incidente, ele havia sido escolhido pelo New York Knicks na 15ª colocação do Draft de 1999. Detalhe: um posto depois, o Chicago Bulls escolheu o jovem Ron Artest, da universidade de St John’s, produto do Queens (assim como Scott Machado) e o anti-herói preferido do Vinte Um.

Então quer dizer: os fãs do Knicks já não perdoariam Weis facilmente por essa suposta traição. Desde que foi eternizado por Carter, porém, Weis foi uma carta fora do baralho nova-iorquino. Ele só foi útil em uma pequena troca feita em 2008 na qual seus direitos foram repassados ao Houston Rockets em troca de Patrick Ewing Jr.! Não dá para ser mais irônico que isso, dá?

Relembre, se preciso, “le dunk de la mort”:

Sofoklis Schortsanitis, o Baby Shaq grego! Cujo nome sempre foi um desafio para narradores e repórteres de Internet escrevendo os relatos de Brasil x Grécia na correria. (Oi!). O mais massa-bruta de todos, um terror no pick-and-roll simplesmente porque são poucos os que têm coragem de parar em sua frente quando ele recebe a bola partindo feito locomotiva para a cesta. Máquina de lances livres. Ganha uma boa grana na Europa, mesmo não tendo o condicionamento físico para atuar de modo eficiente por mais de 25 minutos por partida. Ele foi draftado pelo Clippers em 2003, na segunda rodada (34). Em 2010, quando venceu seu contrato com o Olympiakos, se aprsentou ao time californiano, mas foi recusado precocemente, algo estranho. Hoje seus direitos pertencem ao Atlanta Hawks.

Sofoklis Schortsanitis, locomotiva

Quem vai segurar Sofoklis Schortsanitis?

Erazem Lorbek, pivô esloveno que recusou o assédio firme do San Antonio Spurs neste ano, renovando com o Barcelona, para o bem de Tiago Splitter. Embora um pouco lento para os padrões da NBA, sem dúvida conseguiria se fixar, aos 28 anos, no auge. É extremamente técnico. Bons fundamentos de rebote, passe e arremesso – seja via gancho próximo do aro ou em chutes de média e longa distância. Seus direitos foram repassados ao Spurs pelo Pacers (que o selecionaram na segunda rodada do Draft de 2006, em 46º) na troca que envolveu George Hill e Kawhi Leonard.  Curiosidade: Lorbek chegou a jogar uma temporada por Tom Izzo em Michigan State, mas optou por encerrar sua carreira universitária para lucrar na Europa desde cedo.

Sergio Llull, armador espanhol, ainda aos 24 anos. Então dá tempo, ué, para ele jogar pelo Houston Rockets, não? Claro. Desde que ele não aceite a – suposta – megaproposta de renovação de contrato do Real Madrid, que lhe estariam oferecendo mais seis anos de vínculo, com um sétimo opcional. Sete!!! Parece negociação dos anos 60 até. Se esse acordo for firmado, o gerente geral Daryl Morey vai ter de se conformarm com o fato de ter pago mais de US$ 2 milhões por uma escolha de segunda rodada (34ª) no Draft de 2009 para poder apanhar esse talentoso jogador, um terror na defesa e cada vez mais confiante no ataque.

Dejan Bodiroga

Bodiroga, multicampeão na Europa

Dejan Bodiroga, ex-ala sérvio, para fechar no melhor estilo. Sabe, uma coisa me causa inveja: quando ouço as histórias daqueles que viram os grandes brasileiros de nossa era dourada. De não ter visto Wlamir, Ubiratan, Rosa Branca e cavalaria. Já aposentado, egoísticamente, Bodiroga entra para mim nessa categoria agora: “Esse eu vi (pelo menos)”.

Não sei qual o apelido dele na sérvia, mas deve ter algo derivado de mágico. Bodiroga foi selecionado pelo Sacramento Kings em 2005, na 51ª posição, mas nunca esteve perto de jogar na NBA. Seu estilo era muito peculiar, e também sempre houve a dúvida sobre como ele poderia traduzir seu jogo para uma liga muito mais atlética – ainda seria uma estrela? No fim, o sérvio nunca pensou em pagar para ver.

Na Europa, defendeu Real Madrid, Barcelona (no qual já atuou com Anderson Varejão), Panathinaikos, diversos clubes italianos. Pela seleção, foi três vezes campeão do Eurobasket, medalha de prata nas Olimpíadas de Atlanta-1996, bicampeão mundial. Em clubes, ganhou quatro Euroligas. Com 2,05 m de altura, mas de modo algum um jogador de força, ele era praticamente um armador com essa altura toda. Um passador incrível, um grande arremessador, conseguia também sucesso surpreendente também no mano-a-mano, investindo até mesmo contra defensores mais ágeis e fortes, devido a uma série de truques com a bola e muita inteligência. Um gênio. Aos 39 anos, já está aposentado e trabalha como cartola..


Rockets dispensa armador, mas contrata dois e volta a ter número máximo de atletas
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Giancarlo Giampietro

Primeiro foi dispensado o ala Diamon Simpson. Nesta terça, foi a vez de o Houston Rockets anunciar que o armador Courtney Fortson não faz mais parte dos planos da franquia para a próxima temporada da NBA.

Scott Machado em ação em Las Vegas

Scott, de preto, em ação em Las Vegas

Seria, então, um a menos no caminho de Scott Machado, certo?

Seria, não fosse a contratação de mais dois atletas pelo clube texano: o também armador Demetri McCarney e o ala-armador Kyle Fogg, segundo o setorista do Houston Chronicle, Jonathan Feigen.

McCarney, de 23 anos, foi revelado pela universidade de Illinois e que jogou a última temporada na Turquia, sem ter sido draftado por uma equipe norte-americana. Segundo consta, é um cara de perfil bem diferente do brasileiro nova-iorquino: mais alto, forte e voltado para a finalização de jogadas e passes pouco efetivos.

Fogg se formou pela universidade do Arizona, também passou direto pelo Draft e foi companheiro de Scott na liga de verão de Las Vegas. A parte bizarra: ele disputou apenas um jogo no torneio, ficou 22 minutos em quadra e marcou quatro pontos, mesmo número de desperdícios de posse de bola, aliás.

No vídeo abaixo, aliás, você pode ver Fogg vindo de ncontro ao brasileiro para cumprimentá-lo por uma bela assistência para o grandalhão Josh Harrelson em um contra-ataque. Mais interessante ainda agora: bem no finalzinho do clipe, repare no cabeludo que sai do banco para recebê-los. Trata-se do próprio Fortson. São as voltas e voltas do mundo, gente. Mundo pequeno esse. 🙂

Com a adição dos dois jogadores, o Rockets volta a atingir o número máximo de atletas que um clube da NBA pode ter numa pré-temporada: 20. Até o início do campeonato, lembrando, o gerente geral Daryl Morey precisa dispensar cinco deles, e aí está o risco para Scott Machado.

Difícil de entender, a não ser que McCarney e Fogg sejam encarados como ótimos reforços para o Rio Grande Valley Vipers, da D-League, já que os atletas que entrarem no training camp da NBA sob contrato com um clube são, por direito, exclusivos de sua respectiva franquia na divisão menor, caso não seja aproveitado.


Big Brother Houston: veja quem disputa com Scott Machado uma vaga no elenco do Rockets
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado pelo Rockets em Las Vegas

Scott é um dos oito atletas que brigam por quatro vagas teoricamente disponíveis no Rockets

Venho batendo nesta tecla aqui há um tempo que pode até soar chato. Que o Scott Machado, no momento, é o sexto brasileiro na NBA, mas que isso ainda vale de modo provisório. Que a coisa só vai ser oficializada, mesmo, se ele fizer parte do elenco do Houston Rockets no djia 31 de outubro, para o duelo com o Detroit Pistons, na abertura da temporada.

São 19 atletas sob contrato com a franquia, e se não houver nenhuma troca nas próximas semanas, quatro precisam ser dispensados até lá. Daqui para frente, começando o training camp do técnico Kevin McHale, será, então, uma espécie de Big Brother para ver quem fica no elenco.

Os que ficam na equipe na certa: Omer Asik, Carlos Delfino, Terrence Jones, Jeremy Lamb,  Jeremy Lin, Kevin Martin, Marcus Morris, Donatas Motiejunas, Chandler Parsons, Patrick Patterson e Royce White. Desses o gerente geral Daryl Morey não vai se desfazer de modo algum, a não ser que seja em um bom negócio, para receber algo de valor em troca. São 11 jogadores. Em tese, então, sobram quatro vagas para oito atletas.

O Scott Machado a gente já sabe quem é: o armador nova-iorquino, filho de pais gaúchos emigrantes, líder em assistências no basquete universitário do ano passado e que passou batido no Draft deste ano.

Mas quem são os outros sete no páreo?

Vamos lá:

John Brockman: pivô com três temporadas de experiência, adquirido em troca com o Milwaukee Bucks na qual Samuel Dalembert foi despachado. No ano passado, pouco saiu do banco de reservas pelo Bucks, com média de apenas 6,8 minutos, mesmo com a lesão de Andrew Bogut. Essa foi a mesma história para as duas campanhas anteriores, desde que foi selecionado pelo Sacramento Kings. É um ótimo reboteiro, mas baixo (2,01 m), tendo dificuldade para marcar. Tem contrato garantido, mas não duvido que possa ser sacrificado caso o time realmente goste de Scott a esse ponto.

Gary Forbes pela seleção panamenha

Forbes já não defende mais a seleção panamenha, mas descolou seu nicho na NBA

Toney Douglas: outro que entrou na liga em 2009-2010, indo agora para sua quarta temporada. Chegou a ser um dos queridinhos dos exigentes torcedores do Knicks, devido a sua capacidade defensiva, mas saiu dos trilhos no último campeonato, perdendo espaço para o novato Iman Shumpert, tendo convertido apenas 32,4% de seus arremessos de quadra. Um horror. Competitivo na defesa, mas no ataque ele é um ala no corpo de armador. Também tem contrato garantido (US$ 1,1 milhão), mas precisaria evoluir muito no controle de bola e do ritmo do jogo para ser um reserva decente para Jeremy Lin.

Gary Forbes: ala panamenho que batalhou na D-League até conseguir uma chance pelo Denver Nuggets em 2010-2011 com George Karl, tendo jogado como titular por 11 partidas. Vai bem quando ataca a cesta, vem evoluindo no chute de fora, mas não chega a ser um fora-de-série. De todo modo, produziu o suficiente para ser contratado pelo Toronto Raptors, com um vínculo de duas temporadas (seu salário é de US$ 1,5 milhão) até ser enviado para o Texas na negociação pelo armador Kyle Lowry. Em sua posição, Parsons, Delfino, Lamb e Martin são as principais opções, sendo que Jones e White também podem ser aproveitados no perímetro.

Courtney Fortson: armador de 24 anos que, com contratos temporários, daqueles de dez dias, disputou dez jogos na temporada passada – quatro pelo Clippers e seis pelo Rockets – e convenceu os texanos a estenderem seu vínculo para o próximo campeonato. Outro destaque da D-League. Na liga de verão de Las Vegas, porém, foi muito mal e acabou perdendo o posto de titular para Scott. Seu contrato não é garantido e imagino que deve ser um dos primeiros a ser dispensado, apesar da cabeleira e do visual diferenciado.

JaJuan Johnson: um dos muitos novatos que teve sua primeira temporada na liga atrapalhada pelo locaute, já que teve menos tempo para se integrar ao elenco cheio de veteranos do Boston Celtics, clube que o selecionou na posição 27. Ala que se formou pela universidade de Purdue, mas ainda é um tanto cru ofensivamente e nem sempre o mais dedicado na defesa. Longilíneo, mas ainda muito fraco fisicamente: aos 23 anos, ainda requer  paciência para se desenvolver. Não foi muito bem nas ligas de verão e acabou sacrificado pela direção do Celtics em troca por Courtney Lee. Competindo por espaço com White, Jones, Motiejunas e Parsons, está numa situação ingrata, embora seu contrato seja garantido (US$ 1 milhão).

Shaun Livignston, antes da lesão

Livingston foi uma sensação como adolescente pelo Clippers; hoje tem cancha e um alto salário

Shaun Livingston: com 2,01 m de altura e invejável habilidade no drible, já foi considerado uma das grandes promessas de armador dos Estados Unidos, justificando sua escolha na quarta posição do Draft de 2004 pelo Clippers. Em 2006-2007, quando fazia sua melhor temporada, com 9,3 pontos e 5,1 assistências como titular, aos 21 anos, sofreu uma das lesões mais assustadoras da liga, rompendo todos os ligamentos do joelho. Ficou mais de um ano fora das quadras até voltar para valer em 2009-2010 pelo Washington Wizards. Não tem mais a explosão física de antes, mas ainda é um bom passador. Também melhorou seu arremesso e, no ano passado, pelo Bucks, acabou utilizado mais fora da bola, finalizando. Chegou ao lado de Brockman no pacote por Dalembert, e a direção do Rockets deu a entender que pretende contar com ele na próxima temporada. Vai ganhar US$ 3,5 milhões no próximo campeonato – muita grana para ser descartado, na verdade – e talvez seja o maior empecilho para a contratação de Scott em definitivo.

Greg Smith: pivô de 21 anos que não foi draftado por nenhum clube no ano passado, mas fez uma bela campanha na D-League pelo Rio Grande Valley Vipers – a filial do Rockets, que é para onde Scott pode ir em novembro –, com médias de 16,6, 7,8 rebotes, 1,2 toco por jogo. O Rockets precisa de um reserva de porte para Omer Asik, mas Smith, assim como o armador brasileiro, não tem um contrato garantido. Provavelmente só foi contratado por Morey para que seu clube mantenha seus direitos, seguindo mais um ano pelo Vipers.


Contrato com Scott garante ao Rockets direitos sobre o brasileiro na D-League da NBA
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Giancarlo Giampietro

O Houston Rockets acredita no potencial de Scott Machado.

Que sabichão, né? Mas claro que acredita, então por que daria um contrato de três anos para o armador se fosse outro o caso?

Ok, anotado.

Scott Machado, armador puro em busca de vaga

Agora… Sabe também o que está por trás desse contrato assinado? Que, caso Daryl Morey não consiga limpar seu elenco e tenha de dispensar o nova-iorquino antes do início da temporada, esse vínculo, mesmo que desfeito, garante que ele pertencerá a sua franquia afiliada na D-League, a liga de desenvolvimento da NBA.

Isto é: ao participar do training camp com o Rockets, se não seguir no clube, o brasileiro se torna um jogador exclusivo do Rio Grande Valley na D-League. Ao que tudo indica, seria o caminho escolhido pelo atleta mesmo, em vez de tentar a Europa.

Não seria o fim do mundo. Os salários na liga menor são bem menores que o que se paga na NBA, os atletas andam de busão para cima e para baixo, em cidades bem menores, nada de glamour, mas ao menos Scott ainda estaria sob a alçada do Rockets.

Sediado em Hidalgo, ainda no Texas, o Rio Grande Valley Vipers  não pertence ao milionário Les Alexander, mas o departamento de basquete é controlado pelo estafe do Rockets desde 2009. A equipe antes era dividida com outras franquias – Cavs e Hornets –, como ainda acontece com a maioria dos times da liga de desenvolvimento.

As operações entre os dois clubes estão intimamente ligadas. Por exemplo: Chris Finch, técnico da Grã-Bretanha em Londres-2012, foi o comandante do Vipers até 2011 e acabou promovido a assistente de Kevin McHale na última temporada. Ele, na verdade, está muito bem cotado a suceder McHale quando chegar a hora.

Mapa do Texas

Hidalgo, ao Sul de Houston e do Texas

Então qualquer progresso que Scott fizer será levado em cona, será informado imediatamente a Morey e comissão técnica.

Um ponto importante também: qualquer jogador do Vipers pode ser chamado por qualquer time da NBA a qualquer momento durante a temporada. Ser o time do Rockets não implica que ele só possa ser usado pelos texanos. Foi o que aconteceu com o armador CJ Watson, aliás: ele começou sua carreira na liga principal pelo Golden State Warriors, antes de ser contratado por uma boa grana pelo Bulls. Por outro lado, é mais natural que o próprio Rockets faça a convocação, como no caso dos armadores Will Conroy, Garrett Temple e o ala Mike Harris – os três, porém, ainda estão no ritmo de bate-e-volta, circulando, em busca de uma vaga definitiva.

Fechando, uma curiosidade: “Rio Grande” não seria um termo tão estranho, no fim, ao torcedor colorado Scott Machado, considerando que sua família tem origens gaúchas, né?

Vamos aguardar.


Menos um: Houston dispensa ala ao contratar Scott Machado
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Giancarlo Giampietro

A fila que ainda é um obstáculo para Scott Machado jogar a temporada 2012-2013 da NBA encurtou. Ao anunciar a contratação do brasileiro, o Houston Rockets divulgou no rodapé da notícia que o ala Diamon Simpson não faz mais parte de seu elenco. O ala não chegou a disputar sequer uma partida pela equipe.

Agora o clube texano tem 19 jogadores sob contrato – quatro ainda precisarão ser dispensados até o início do campeonato, já que as franquias não podem ter mais de 15 atletas vinculados. Como publicamos há uns dias, é a bagunça que o gerente geral Daryl Morey precisará resolver. O futuro do armador depende dessa dança das cadeiras.

Scott em ação na liga de verão de Las Vegas pelo Rockets