Vinte Um

Arquivo : LeBron

Nocioni provoca e coloca em dúvida favoritismo dos EUA
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Giancarlo Giampietro

Depois de a Argentina fazer um jogo duro e um tanto conturbado contra os Estados Unidos neste domingo, perdendo por apenas seis pontos (86 a 80), o ala Andrés Nocioni fez questão de colocar mais lenha no forno para provocar os norte-americanos. Tudo de acordo com sua especialidade, como nós conhecemos muito bem.

“Os Estados Unidos mostram que fisicamente são muito superiores a qualquer equipe Fiba, mas, quando alguém joga de igual para igual, eles começam a se fazer muitas perguntas. De modo que são totalmente mortais e vão ter de trabalhar muito duro para conseguir o ouro e não estou tão certo de que o consigam”, afirmou o ala, de quem, no fim, os norte-americanos também se recordam. “Demos um susto importante neles.”

Nocioni em ação contra os Estados UnidosEm seu auge físico, o Chapu peitava, trombava e batia sem dó na NBA, tendo virado um dos jogadores favoritos dos torcedores de Chicago. Também agradava aos seus treinadores pela dedicação em cada treino. Não aliviava para ninguém.

É um veterano guerreiro e não perdeu a chance de atiçar alguma fagulha contra um rival que vão enfrentar na primeira fase em Londres-2012. Quanto mais tumulto, neste caso, melhor para Nocioni e Argentina.

Neste domingo, em Barcelona, após uma falta antidesportiva de Chris Paul em Facundo Campazzo, Luis Scola e Kevin Durant se estranharam por um bom tempo, LeBron James entrou na parada, Ginóbili foi junto, e, a partir dali, os campeões olímpicos de 2004 só subiram enquanto os atuais campeões patinaram. Dessa vez foi Kevin Durant a acertar algumas bolas de três a mais – das sete que converteu no jogo, glup – nos minutos finais para conter a reação.

Os EUA haviam passeado em quadra no primeiro quarto, e a Argentina, preocupante, parecia pronta para tomar mais uma surra daquelas, assim como no confronto com a Espanha. “Viemos para cá preparados para jogar uma grande partida, a sair melhor para a quadra, mas não foi algo que obviamente não aconteceu. Contudo, conseguimos nos recuperar num jogo que parecida perdido já no primeiro quarto. Fizemos o que tínhamos de fazer: jogar da melhor maneira que podíamos, jogar duro e de modo físico e tratar de lutar”, afirmou o ala.

Nocioni, então, respirou fundo antes de finalizar dizendo que a Argentina está no páreo, apesar de alguns amistosos não muito empolgantes.  “Foi muito importante. A verdade é que estávamos passando por aí uma imagem de (que estávamos) um pouquinho fora de ritmo. Hoje demonstramos que estamos bem, na linha que deveríamos estar e ainda faltam sete dias. Teremos mais alguns treinamentos duros aqui na Espanha e creio que, com esta atitude, vamos com muita fé.”


O Fantástico Mundo de Ron Artest: Só os melhores
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

*  *  *

Ron Artest, o melhor?

Tipo nível Michael Jordan, mesmo

Vocês pensam que não, mas o Ron-Ron tava bem atento, sim. Ao que andavam escrevendo e especulando a seu respeito pora aí na Internet. Nos jornais. Na TV. Hum-hum. Tava, sim.

Se ele ficou preocupado? Aí é outra história. O que dá para dizer por ora é que ele estava incomodado. Essa história de que o Lakers poderia trocar um jogador do calibre da Metta World Peace? Como assim, cara? Só se for pela alta classe.

“Eu sou muito bom, afirmou ao Los Angeles Times. “Se você for me trocar, dá para ganhar um LeBron James ou um Kevin Durant. Era nisso que estava pensando quando ouvia o pessoal da mídia falando. Se não for por um Dwyane Wade, não faria sentido. Sou muito bom.”

O ala do Lakers garante que chegou a hora de voltar a ser um dos “melhores”. Quando o repórter Mark Medina perguntou se, no caso, ele estava falando de ser um dos melhores na defesa, disse que não. “Um dos melhores na liga”. Confiante, é isso aí!

Artest assegura que está muito melhor fisicamente, que se cansou passar vergonha perdendo bandejas e enterradas nos últimos anos e que ninguém vai conseguir pará-lo mais quando partir para a cesta da próxima vez.

Com US$ 15 milhões destinado ao nosso anti-herói, o Lakers só pode acreditar na história toda.

(A entrevista está tão boa que amanhã no fim de semana tem mais. Ron-Ron conta com vocês).

PS: Veja os capítulos prévios de nossa série exclusiva sobre o chamado Metta World Peace

 


Liberdade para Varejão
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Giancarlo Giampietro

Já faz tempo também, estávamos em agosto de 2005, mas ainda me lembro da surpresa que causou informação de que Tiago Splitter se arriscava na linha de três pontos em amistosos da seleção brasileira por cá nos trópicos. Os olheiros europeus e norte-americanos não estavam nem um pouco familiarizados com essa faceta do jogo do catarinense que, na época, aos 20 anos, começa a ser enfurnado no garrafão do TAU Cerámica, jogando de costas para a cesta e só.

Anderson Varejão treina o chuteBem, tendo em vista o Splitter de hoje, sabemos o fim que levou essa aventura no perímetro – e pensar que houve um dia em que ele, ainda adolescente, era visto como um futuro Dirk Nowitzki na NBA, na época da efervescência de scouts na Europa.

Mas o ponto aqui é sobre Anderson Varejão, na verdade.

Essa estava guardada na manga há um tempo, mas, depois de sua exibição na derrota contra os Estados Unidos, chegou a hora.

Quem reparou nos chutes de média para longa distância que ele converteu? Em sequência. O capixaba estava aberto no ataque, provavelmente numa suposta armadilha do staff do Coach K. Oras, o Varejao (sem acento mesmo) ou Varejo, como escreveu Shaq no Twitter, não mata essa bola pelo Cavs. De jeito nenhum.

Agora imagino que o scout seja atualizado. Ô, se mata.

Talvez a trupe de Jerry Colangelo não estivesse tão ligada assim durante a Copa América de 2009, que eles não precisaram jogar por já estarem garantidos no Mundial da Turquia. Naquele torneio, sob o comando de Moncho Monsalve, ainda que numa amostra pequena, Anderson acertou 44% de seus chutes de três pontos e também mostrou predisposição a atacar o aro após fazer a finta no perímetro. Algo impensável no time em que a bola, então, ficava 90% do tempo, no mínimo, nas mãos de LeBron James.

Na seleção, ainda que saibamos que os pivôs mereçam mais carinho, é inegável o contraste de mundos para o cabeleira. Ele joga com muito mais confiança e liberdade para criar no ataque, se recusando a ser apenas um cara que viva de rebotes e sobras, trombadas por posicionamento defensivo preciso e cotovelos ralados.

Deixando bem claro: todas essas virtudes quase nunca são devidamente valorizadas por aqui e ainda compõem o que Varejão faz de melhor numa quadra. É por isso que ele ganha o que ganha em Cleveland e é idolatrado pela torcida de lá. Justo, bem justo.

Mas se tem alguma coisa que frustra o Vinte Um é ver jogador amarrado, algemado. E a liberdade da qual ele desfruta de verde e amarelo só aponta mais um sinal da mente inteligente que tem Rubén Magnano, por mais exigente e controlador que o argentino pareça ser.


Mesmo com derrota nos EUA, seleção encontra um padrão de jogo para seguir
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Giancarlo Giampietro

Por cerca de 15 minutos, mas especialmente no primeiro quarto, o Brasil jogou uma partida impecável. O ataque rodando bem a bola, procurando os pivôs, para atacar adversários mais baixos e, aí, abrir a quadra para chutes ou fintas seguidas por infiltrações. Sem sentir a pressão, Marcelinho Huertas ditava o ritmo.

Kobe x Huertas

Huertas jogou demais em Washington. Né, Kobe?

A defesa muito disciplinada, se recompunha com velocidade, impedindo os contra-ataques atléticos e indefensáveis. Uma vez estabelecida, se colocava de modo bem compacto, forçando os tiros de fora dos adversários, seu ponto fraco. Eles morderam a isca e se precipitaram muitas vezes (6/24), com aquela confiança tipicamente brasileira de que matariam as bolinhas.

Parcial: Brasil 27 x 17 EUA.

No segundo quarto, a defesa ainda funcionou bem. Mesmo nos momentos em que os anfitriões conseguiam escapar para um contragolpe, os brasileiros não titubeavam e paravam o lance cedo, na falta, para impedir qualquer estrago maior. O time permitiu apenas 20 pontos ao potente ataque da casa.

Por outro lado… Depois de muitas mexidas do Coach K, o golpe foi assimilado por seus atletas. Russell Westbrook deu o tom, desarmando dois ataques, na metade da quadra, em seguida. Chris Paul e Kobe Bryant saíram do banco babando, partindo para o abafa, desestabilizando a armação brasileira, ainda mais quando Huertas estava fora. Os dribles de Raulzinho e Larry ficaram muito expostos. Nesses dez minutos, a seleção cometeu 12 turnovers, quatro vezes a mais do que no primeiro período.

Parcial: EUA 20 x 5 Brasil, virada de cinco pontos no placar (37 x 32).

Por cinco minutos no terceiro quarto os EUA mantiveram essa intensidade sufocante, dificultando a movimentação de bola brasileira e elevando sua vantagem para a casa de duplo dígito. Dessa vez, porém, as substituições jogaram contra.

E sabe por quê? Simplesmente porque seu armador reserva, Deron Williams, o homem de USS 98 milhões, não consegue segurar Huertas. Encarando um oponente mais lento, que nunca foi famoso por sua habilidade na defesa, aliás, o armador voltou a sobrar em quadra, agressivo, servindo aos companheiros ou fazendo ele mesmo a bandeja.

Parcial: EUA 22 x 19 Brasil (59 x 51).

LeBron James x Tiago Splitter

Huertas realmente controlou muito bem o ataque. A defesa com Nenê e Varejão lá dentro voltou a apertar. Foi apenas nos cinco minutos finais, contudo, que o jogo exterior dos Estados Unidos começou a funcionar, pelas mãos do inspirado LeBron James, que terminou com 30 pontos. Se em Pequim, quando a coisa complicou, foi Kobe Bryant que chamou a responsabilidade, dessa vez esperem isso de LeBron. Sua confiança não podia estar mais alta.

Parcial: EUA 21 x 18 Brasil (80 x 69).

Foi um duelo parelho. O que já foi um grande mérito para a seleção: os jogadores mantiveram a compostura dos dois lados da quadra, num gesto bastante promissor pensando nos desafios que vêm pela frente. O mais interessante talvez seja isso: provavelmente eles não vão ficar felizes por terem “jogado para o gasto”.

Barack Obama, família e vice-presidente estavam em quadra. Jogo em Washington, contra os melhores do mundo. Maior palco não tinha. O mais importante é que o comportamento e o nível de concentração apresentados nesta segunda-feira, daqui para a frente, virem o padrão, não importando contra qual equipe e quem estiver na plateia. O potencial é imenso.

*  *  *

Vi o jogo aqui do QG 21, não estava no ginásio e, mais importante, houve pouquíssimos replays: logo, não me sinto nada confortável em culpar a arbitragem pela virada dos norte-americanos. Contra a Argentina, na derrota em Buenos Aires, os homens de cinza também foram os culpados. Só o apito nos segura agora, é isso?

*  *  *

Em termos de rotação: o tempo de quadra de Marcelinho Machado e Guilherme Giovannoni caiu neste jogo, mesmo com a ausência de Marquinhos, ainda sentindo efeitos da pancada que tomou contra a Grécia em São Carlos. Caio Torres não saiu do banco. Ainda assim, Magnano trocou bastante o time.

*  *  *

Alex marcou dez pontos apenas no primeiro período, mostrando que, mesmo aos 32 anos, sua capacidade atlética se traduz num nível altíssimo, enfrentando Kobe e LeBron, muito maiores, em jogadas individuais.

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Nenê foi bem na defesa, na medida do possível, ainda mais considerando que era ele que sobrava com Carmelo Anthony, seu ex-companheiro de Denver, ou por vezes com LeBron James, ambos muito mais hábeis e ágeis. No ataque, porém, ainda está bastante enferrujado, sem fluidez alguma nos seus movimentos, tanto no jogo de pés como no chute de média distância.


Nova NBA não impede concentração de forças
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Giancarlo Giampietro

Eles brigaram por mais de seis meses. Teve advogado que se passou por racista em discurso inflamado, Dwyane Wade apontando o dedo para David Stern e deixando a sala de reuniões furioso, Michael Jordan eleito vilão pelos jogadores que o veneravam, donos de clube quase se estapeando com objetivos completamente diferentes. Foram perdidos 16 jogos de cada time e umas seis semanas de temporada graças ao lo(u)caute da NBA no ano passado.

Mas sabe o que é o pior?

A julgar pelas negociações do mercado deste ano, de pouco adiantou tanta brigaiada, choradeira e revisão minuciosa no acordo trabalhista da liga, pelo menos que se refere e a um dos motivos da confusão toda: a composição dos “supertimes” – esse, o termo usado pelos proprietários de oposição ao sistema em voga. Das principais contratações realizadas até agora, grande parte delas envolve os famigerados e temíveis grandes mercados, clubes como a dupla de Nova York e os mais odiados de todos: Los Angeles Lakers e Miami Heat (embora Miami seja mais atraente pelo clima, vida noturna e pelos baixos impostos do que por ser uma metrópole do tamanho das demais).

Steve Nash, do Lakers

O novo camisa 10 do Lakers

Vamos lá:

– O Heat vai adicionar mais dois veteranos experimentados a sua dupla de estrelas e Chris Bosh – 😉 : Ray Allen e Rashard Lewis, que, seguindo os passos de Shane Battier, decidiram receber menos do que poderiam obter no mercado pelo privilégio de lutar (que luta, hein?) pelo anel de campeão. No caso de Allen, é ainda mais inexplicável, considerando que ele já ganhou o dele e tinha o dobro na mesa para ficar em Boston.

– Já o Lakers adiciona Steve Nash a seu ataque, para tentar facilitar a vida de Bryant e servir melhor seus grandalhões. De nada adiantou para o Raptors fazer uma proposta superior em até US$ 9 milhões. O armador alegou que, na Califórnia, estaria mais próximo das filhas em Phoenix, mas isso não quer dizer que teria assinado com Warriors ou Kings, né?

– Kidd saiu do Mavs para ganhar menos pelo Knicks também, e Camby também havia limitado suas opções apenas a os times nova-iorquinos e o Miami Heat – para ser justo, sua prioridade era ficar em Houston, sua casa, mas os texanos não tinham mais interesse em seus serviços.

– Deron Williams só aceitou ouvir propostas cdo Nets ou do Dallas, já que fez sua carreira colegial no Texas.

Aí, ok, você pode interpelar e dizer que: “Poxa, mas vão reclamar dessa cambada de velhinhos? Larga mão”.

Tem isso, sim. Ninguém sabe até quando vai durar a saúde desses reforços, todos já bem desgastados por longas carreiras. Só tenham em mente que, nesses supertimes, a carga deles diminui bastante, tanto em minutos como em responsabilidade.

Mas não são apenas os veteranos que mexem com a balança de competitividade. A saga de terror protagonizada por Dwight Howard em Orlando tem o maior cartaz nessa discussão. O pivô sorridente e imaturo do Orlando Magic esperneia e exige que seja trocado para o Nets. Simples assim. Ele quer, e pronto: não falem em outro nome além de Brooklyn, onde se juntaria a Deron Williams, Joe Johnson e Gerald Wallace para formar um novo esquadrão. A diferença é que, dessa vez, o David Stern não poderia vetar.

A demora nas negociações, porém, levou o Nets a seguir, temporariamente, outra direção e optar por continuar com Brook Lopez e tentar renovar também com Kris Humprhies. Por conta de implicâncias do telto salarial, a ida de Howard para o ponto mais hipster do mundo ficou dificultada. Mas a insistência em querer um só time em eventual troca deixou muita gente irritada e frustrada na liga. Até mesmo alguns jogadores, como o ala Jared Dudley, questionaram publicamente o comportamento do superpivô.

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Ray Allen, do Miami Heat

Ray Allen assina por menos com o Heat

Não há como comparar a formação do elenco do Miami Heat de hoje com a do Boston Celtics de quatro anos atrás ou as franquias históricas dos anos 80. Naquela era de ouro, Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar e James Worthy não tramaram para se unir no Lakers, assim como Bird, McHale e Parish no Celtics. Diversas trocas no decorrer dos anos deram a essas duas franquias a possibilidade de construir tais elencos. Ninguém decidiu por conta que seria assim. Bem diferente da costura entre Wade, LeBron e Bosh, que praticamente acertaram que jogariam juntos de tal modo que Pat Riley não titubeou em limpar toda a sua folha salarial ao extremo numa grande engenharia, para fazer a festa em 2010.

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De algo seviu a reformulação do pacto trabalhista da NBA: como muitos agentes temiam, boa parte da classe média e da baixa dos jogadores vem sentindo os efeitos das novas restrições orçamentárias. Os Derons e Kobes ainda vão ser bem pagos, mas a vida dos Nick Youngs e Shannon Browns vai ficar mais difícil: ou eles se viram com contratos razoáveis de apenas um ano, ou se contentam com um valor (bem) mais baixo do que imaginavam, mas com maior segurança em termos de tempo.


Não tem crise, mas Durant não aguenta mais ver LeBron
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Giancarlo Giampietro

Kevin Durant x LeBron James

Durant: sai pra lá, LeBron

Pensa assim: você mal acabou de sofrer maior frustração de sua jovem carreira profissional e, na semana seguinte, já tem de lidar com aquele cara que te fez passar o maior carão?

Acontece dia-a-dia em cada escritório por aí na sua cidade e está ocorrendo agora, em quadra, neste momento, com o trio Kevin Durant, Russell Westbrook e James Harden, todos do Oklahoma City Thunder, todos obrigados a conviver diariamente com LeBron, aquele que os estraçalhou durante as finais da NBA, nos treinos da seleção norte-americana para Londres-2012.

No mínimo, estranho, né?

“Mas o que posso fazer?”, questiona Durant. “Ele é meu companheiro agora. Sou um jogador de equipe. Não posso isso deixar afetar nosso jogo. Isso é algo maior. É difícil perder nas finais e já jogar ao lado do cara que você enfrentou por cinco jogos e o cara que te bateu. Para mim, apenas tenho de passar por cima disso, ser um ótimo parceiro ainda e jogar duro.”

LeBron aquiesce: “Aposto que os incomoda. Eles provavelmente nem querem ouvir nada sobre isso. É algo que me incomodaria também. Perder numa final, quando estão todos competindo no mais alto nível e você querendo vencer para, depois, pouco depois ter de jogar junto incomodaria qualquer um”.

Bom dizer que LeBron e Durant têm uma certa amizade. No ano passado, para afogar as mágoas por suas derrotas diante de Dirk Nowitzki, os dois se juntaram em um ginásio de Ohio para treinarem juntos, um batendo o outro para ver se passava. Foi a chamada “semana infernal”.

Bem, se serve para alguma coisa, ao menos Durant, Westbrook e Harden não precisam jogar agora também com Dwyane Wade e Chris Bosh, cortados.

PS: veja o que o blogueiro já publicou sobre Kevin Durant em sua encarnação passsada.


Ray Allen manda um até breve para Rondo e Boston. Traição?
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Giancarlo Giampietro

Ray Allen, agora do Miami

Houve um dia em que Rajon Rondo e Ray Allen eram inseparáveis. Mentor e pupilo. O veterano teria posto o armador debaixo da asa e contribuído para o desenvolvimento de sua carreira. Desde uma tentativa heróica em melhorar o arremesso do rapaz, até alguns macetes pequenos sobre o jogo e a vida na NBA. Rondo não era necessariamente o mais querido do vestiário de cascudos.

Bem, esse dia não podia estar mais distante agora, ainda mais depois de noticiado o acerto verbal entre Allen e os arquirrivais do Miami Heat.Múltiplas reportagens dão conta de que o relacionamento dos dois companheiros de “backcourt” estava irremediável. O que aconteceu entre eles ainda não é muito claro. Sabe-se que o armador é famigerado como uma figura temperamental, enquanto Allen é conhecido como um sujeito bem sério e durão.

Bajudado por Pat Riley, Alonzo Mourning, LeBron James e Dwyane Wade, ainda ressentido com as negociações em que Danny Ainge tentou envolvê-lo, o ala optou por essa mudança drástica, qualificada como “traição” pelo desbocado Jarret Jack no Twitter. Quem achar que a NBA é só negócio, que o mercado é assim, mesmo, mas vou apelar ao purista que existe dentro de mim e lamentar a decisão do jogador. Só muito rancor, mesmo, contra Rondo ou Ainge para justificar esse tapa na cara, sem pelica, de Paul Pierce, Kevin Garnett e Doc Rivers e ainda aceitar por metade do preço (US$ 9 milhões em três temporadas).

“Estou muito decepcionado. Ele deveria ter ficado. Nós o recrutamos seriamente. Conversamos e foi uma boa conversa”, disse Rivers, que perde seu principal chutador e agora trabalha com Jason Terry e Avery Bradley para a posição.

A contratação leva a crer que Spoelstra e Riley esperam aproveitar LeBron cada vez mais como um ala-pivô. Só assim para sobrar um tempo de quadra aceitável para seu novo reforço. O time da Flórida ainda vai atrás de um pivôzão, ficando extremamente forte. Ai.


Coach K define a seleção dos EUA: veja quem entrou
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Giancarlo Giampietro

Team USA 2012

A seleção dos EUA que vai para Londres definir seu ouro olímpico foi definida neste sábado pelo Coach K.

Está preparado?

Então lá vai.

Os armadores são Chris Paul, Deron Williams e Russell Westbrook. Os alas: James Harden, Andre Iguodala, Kobe Bryant, Kevin Durant, Carmelo Anthony e LeBron James. Os pivôs: Tyson Chandler, Blake Griffin e Kevin Love.

Muito fraco, né? Fica extremamente preocupante a situação dos então favoritos ao título. Sem Wade, Howard e Bosh não dá.

(…)

Brincadeira.

Os últimos três cortados foram Eric Gordon, Rudy Gay e o calouro Anthony Davis. De certo modo, surpreende que dois campeões mundiais em Istambul tenham perdido suas vagas, dando lugar a Harden e Griffin, estreantes. Gordon tem um jogo que encaixa bem com o basquete internacional, sendo o “matador de zonas” (sem trocadilhos, por favor, que o papo agora é sério). Harden ganhou sua vaga e vai ter de caprichar no chute de três pontos, deixando o fiasco nas finais da NBA para trás. Griffin não é tão versátil como o ala do Grizzlies, mas dá ao Coach K mais segurança no garrafão, no caso de algum infortúnio com Love ou Chandler. Ah, também vai vender muita camisa.

Imagino o quinteto inicial com Paul, Kobe, LeBron, Carmelo e Chandler.

Durant de sexto homem? Afe.

Ou, de repente, Krzyzewski pode aprofundar suas ousadias e escalar LeBron como um suposto pivô? E mandar um time com Durant, Carmelo e o astro do Heat, tendo Chandler reservado para duelos com times de garrafão mais ameaçadores (alô, Brasil!, hola, España!).

Westbrook, Griffin, Iguodala saindo do banco mantêm um padrão atlético absurdo em quadra. Love, Deron e Harden entram com a parte técnica da coisa. O que importa mais nesse elenco é isso: as diversas maneiras de se encaixar tantas peças talentosas.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção dos EUA em sua encarnação passada.