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Arquivo : Jefferson William

Hettsheimeir exclusivo: “Não pensei duas vezes ao acertar com Bauru”
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Giancarlo Giampietro

Hettsheimeir em ação pela Sul-Americana, em vitória sobre o Brasília. Outro cenário

Hettsheimeir, em vitória sobre o Brasília. Outro cenário. Crédito das fotos: Henrique Costa/Paschoalotto/Bauru

Quando Rafael Hettsheimeir deixou o basquete brasileiro, o campeonato nacional ainda era (?) organizado pela CBB de Gerasime Bozikis, tendo Vanderlei Mazzuchini, hoje diretor da confederação, como seu segundo cestinha, atrás de Marcelinho Machado. Foi antes da ruptura de 2006, que gerou primeiro a Nossa Liga de basquete, depois outra competição paralela que acabou sendo só uma versão estendida do Paulistão e, por fim, no advento da Liga Nacional de Basquete, que colocou a casa em ordem. Faz tempo.

Seu Ribeirão Preto de 2005 não tinha mais Alex Garcia, que estava tentando a sorte na NBA, mas ainda seguia liderado pela dupla Nezinho-Renato, acompanhando também por Murilo e outros jovens como Douglas (aposentado precocemente, uma pena) e dois espigões que viriam a ser conhecidos como “Rafael Mineiro” – um no Limeira, o outro no Paulistano, de estilos completamente diferentes.

Nove anos depois, todos vividos na Espanha, o pivô está de volta ao interior paulista, agora em Bauru – a 213 km de Ribeirão e a 193 km de sua cidade natal, Araçatuba. Ele integra mais um plantel de respeito, combinando também estrelas nacionais (Murilo entre elas) e revelações promissoras, cheio de ambição. “O elenco desta temporada para brigar pelos títulos dos campeonatos que formos disputar. O elenco já está se adaptando às novas peças e o entrosamento vem com tempo de quadra. Nossos objetivos sãos os títulos”, afirma o jogador ao VinteUm, em entrevista por email.

Henrique Costa/Paschoalotto/Bauru

Na duríssima semifinal do Paulista contra Franca, em que o time ficou perto da eliminação, mas virou o jogo

Aos 28, após jogar a Euroliga por Real Madrid e Unicaja Málaga, Hettsheimeir é hoje um dos veteranos sob o comando de Guerrinha e um três atletas da seleção brasileira de Rubén Magnano em Bauru, ao lado de Alex, outro grande reforço, e Larry Taylor. Eles voltaram da Copa do Mundo para ajudar a equipe a voltar à final do escondido Campeonato Paulista, que começa a ser disputada nesta segunda-feira, contra o Limeira, em série melhor-de-cinco. É o primeiro troféu que vão buscar. Depois, vêm o NBB e a Liga Sul-Americana, pela qual já venceu seu primeiro quadrangular, semana passada, em casa.

Confira abaixo o que o pivô pensa a respeito da pressão que o clube vai enfrentar na temporada e sua crescente predisposição aos chutes de longa distância, além do cenário nacional que ele reencontra, o que o motivou a deixar a Espanha.

21: Como tem sido o retorno ao basquete brasileiro, depois de tanto tempo no espanhol? Encontrou um cenário diferente, após nove anos?
Rafael Hettsheimeir: Com certeza, o cenário é outro. O basquete brasileiro está mais organizado, os times estão mais competitivos e com jogadores de fora que trazem na bagagem experiência para contribuir com essa evolução.

O que mais o motivou a voltar?
Há dois anos eu pensava em voltar para o Brasil para ficar mais próximo da família. Quando recebi a proposta de Bauru, não pensei duas vezes. Uma equipe competitiva com ótimos jogadores e uma cidade próxima de onde minha família mora.

Nas últimas duas temporadas, você integrou o elenco de dois times de ponta na Espanha. Desnecessário falar sobre a qualidade que o Real Madrid tinha, por exemplo. No final, acabou não tendo muito tempo de quadra? Foi uma combinação de lesões, timing e forte concorrência? Com foi lidar com esse tipo de situação?
No Real Madrid tive a infelicidade de chegar lesionado. Na ocasião o campeonato já estava em andamento e não consegui acompanhar o ritmo, por conta de uma lesão de longo tempo de recuperação, aproximadamente sete meses. A mesma situação de lesão se repetiu no Málaga. Quase no meio do Campeonato tive uma lesão na panturrilha e fiquei três meses parado. Quando voltei, já era fase final e é difícil reintegrar a equipe em jogos decisivos em que eu estava sem ritmo.

Henrique Costa/Paschoalotto/Bauru

Rafael e o jogo interior: ideia é dosar com o tiro de fora, cada vez mais presente em suas atuações

Do que viu em quadra do Bauru, neste processo de adaptação depois da Copa, qual acredita ser o potencial da equipe? Após o Paulista, pensar em título do NBB e da Liga Sul-Americana já é uma meta? Até por ter três jogadores da seleção e jovens de muito valor, o time desperta muita expectativa para este ano. Como lidar com essa pressão?
O elenco desta temporada do Paschoalotto/Bauru foi montado para defender o título paulista, pelo qual estamos lutando na final, e para brigar pelos títulos dos campeonatos que formos disputar. O elenco já está se adaptando às novas peças e o entrosamento vem com tempo de quadra. Nosso objetivo sãos os títulos. A pressão faz parte da vida de um atleta de alto nível, temos que saber lidar com isso e não deixar influenciar dentro de quadra.

Nos últimos anos, fica evidente seu trabalho nos arremessos de longa distância. Hoje, o quão confiante você se sente neste fundamento? No plano tático do Bauru, acha que será algo mais preponderante do que o jogo interior? Ou a idéia é dosar?
A ideia é dosar e vai com a leitura do jogo. Um cinco que arremessa de fora não é tão comum, então isso pode ajudar o time em uma situação de jogo, além de me ajudar a abrir o jogo.

Henrique Costa/Paschoalotto/Bauru

Rafael e Larry, dois selecionáveis

Nesse sentido, a dupla com Murilo parece integrante: ele também gosta de jogar de frente para a cesta, com bom chute e corte. O que você espera dessa parceria?
Tanto o Murilo como o Jefferson têm a capacidade abrir o jogo, além do chute de fora, que é uma arma fundamental, já que dependendo da situação podemos ter cinco jogadores em quadra com capacidade de arremesso. Para o time, isso mostra que um revezamento com o banco mantém a proposta do nosso jogo.

Entre os mais jovens do time, um deles, imagino, estará sempre praticando mais com você, pela posição: o Wesley Sena. Do que já viu nos treinos, o que pode nos contar sobre seu potencial? Te impressionou? Quais suas principais qualidades hoje?
O Wesley é um jogador novo e com um grande potencial. É forte fisicamente e tem talento. Acredito que nesta idade, poder estar treinando com jogadores com larga experiência, como o Alex e o Murilo, por exemplo, vai agrega muito conhecimento para o futuro e o basquete dele.

Para fechar: o plano é ficar por um bom tempo no basquete brasileiro? Ou é uma decisão que pretende encarar a cada temporada?
Eu voltei agora e estou perto da minha família. Agora o plano é esse, defender as cores do Bauru e estar próximo da minha família. Então estou muito feliz com essa combinação.


São José vence Franca com chute no finalzinho e fecha as semis do Paulista
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Giancarlo Giampietro

Murilo x Lucas Mariano

Subindo para marcar dois pontos contra Lucas Mariano, Murilo voltou nesta segunda para ajudar em vitória dramática

Mesmo com a derrota, a educação do jovem elenco de Franca reunido pelo técnico Lula Ferreira foi certamente acelerada nesta noite de segunda-feira. Depois de lutarem e levarem a série para o quinto e derradeiro confronto com São José, a equipe foi derrotada por 82 a 81, fora de casa, numa partida eletrizante pelas quartas de final do Campeonato Paulista.

Num daqueles finais que ficaria ótimo para a TV, o clube do Vale do Paraíba, atual vice-campeão do NBB, precisou de um arremesso de três pontos de Jefferson William a dois segundos do fim para garantir sua classificação para as semis. Eles agora enfrentam o fortíssimo Bauru (a série começa na quinta-feira, com transmissão da ESPN Brasil20h15 no horário de Brasília), enquanto Pinheiros e Paulistano estão do outro lado da chave num clássico da capital (o duelo começa na quarta-feira, 20h).

Os visitantes chegaram ao quarto final com dez pontos de vantagem, mas acabaram arrefecendo na defesa e perdendo a parcial por 31 a 20. Nos três períodos anteriores, a ofensiva de seu oponente havia convertido apenas 19, 16 e 16 pontos.

Fora das duas partidas realizadas em Franca e limitado a apenas sete minutos de ação no segundo duelo da série, o pivô Murilo voltou para quadra nesta segunda e contribuiu com 23 pontos e 7 rebotes por São José. O espanhol Álvaro teve também uma noite ainda mais inspirada, com 27 pontos e 7 rebotes.

Mesmo com o retorno de seu melhor jogador, ainda se recuperando de uma cirurgia no joelho que lhe tirou as chances de competir por uma vaga na seleção brasileira olímpica, São José escapou da eliminação por muito pouco. Faltando pouco menos de 20 segundos, os francanos lideravam por quatro pontos. Dois lances livres convertidos, um bola roubada e a cesta de Jefferson definiram a virada.

Quer dizer: de tanto que tentaram da linha de três pontos, foi por ali que eles conseguiram a bola vitoriosa. No total, o time da casa arriscou bizarramente 38 bolas de longa distância – dez a mais do que somou no perímetro interno. O plano de jogo de Régis Marrelli vem valorizando cada vez mais esse tipo de (des)equilíbrio, mas desta vez os números parecem extremamente exagerados. Cada um caça com o que acha melhor… O aproveitamento no fundamento foi de apenas 32% – isto é, 26 posses de bola terminaram com chutes errados, que talvez pudessem ter dado melhor resultado. Repetindo aqui, então, aquilo que já foi escrito sobre a classificação do Pinheiros pela Liga Sul-Americana: um pouquinho a mais de parcimônia no ataque poderia ter ameaçado muito menos o coração de sua torcida.

Torcida que, agora, claro, talvez não queria saber de nada disso… Afinal, estão em mais uma semifinal.

Para Franca, a derrota é extremamente dolorida, mas é certo que, quando baixar a adrenalina, a cidade deverá receber seus rapazes com a cabeça erguida, de modo orgulhoso. Afinal, o clube começou praticamente do zero na virada da temporada anterior para esta e, em seu primeiro confronto de mata-mata, exigiu o máximo de um dos times mais potentes do país. Difícil imaginar que sua diretoria já esperasse tão cedo assim desdobramentos deste tipo.

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Franca terminou o jogo com acerto de 47% (7/15, bem mais comedido) nos tiros de três pontos e 58% de dois (22/38), números altíssimos, mas acabou cometendo seis turnovers a mais do que os oponentes. O último destes desperdícios acabou sendo realmente decisivo.

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Os placares de toda a série:

1) São José 90 x 75 Franca
2) São José 87 x 72 Franca
3) Franca 86 x 77 São José
4) Franca 89 x 73 São José
5) São José 82 x 81 Franca