Vinte Um

Arquivo : setembro 2013

Brasil agora perde para o Uruguai e depende de vitória contra Jamaica para sobreviver
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Giancarlo Giampietro

Garcia Morales deixa o lento Brasil para trás

Garcia Morales e o Uruguai alguns centímetros na frente do Brasil. Quem diria

Acreditem: o Brasil perdeu para o Uruguai nesta segunda-feira, de ponta a ponta, por 79 a 73, sem vencer sequer uma parcial. Por conta disso, vai jogar contra a Jamaica nesta terça precisando de qualquer maneira de uma vitória para conquistar uma vaga. Na Copa do Mundo? Não, mano, calma: na segunda fase da Copa América, disputada em caracas.

Sim, é isso mesmo: o Brasil vai para a última rodada da fase inicial do torneio continenta precisando de uma vitória contra os jamaicanos para ter uma sobrevida. Para poder sonhar com uma classificação para a semifinal e, aí, sim, assegurar sua classificação para o Mundial da Espanha 2014 sem precisar apelar a um convite da Fiba.

E vocês acham que acabou por aí?

Não, mas claro que não.

Pois ganhar da Jamaica não é nenhuma barbada a essa altura da vida.

Pensem assim: os caribenhos perderam hoje para seus colegas porto-riquenhos por 88 a 82. O Brasil, na primeira rodada, caiu por 72 a 65. Não obstante, eles perderam para o Canadá por  21 pontos. O Brasil, por 29. Logo…

(Mas, ok, calma lá também: não vamos tratar as coisas de modo tão simplista… Cada jogo é um jogo, e tal… E…  Assim… Hã… Fato é que, com anos de atraso, a Jamaica também começa a desenvolver seu núcleo, contando com bons jogadores desenvolvidos nos Estados Unidos. Entre eles o pivô Samardo Samuels, ex-companheiro de Anderson Varejão no Cleveland Cavaliers. Samuels não tem uma carreira de arromba na NBA. Hoje, sobrevive de contrato em contrato nos Estados Unidos, com números medíocres, se tanto. Mas seria apresentado num cartaz muito maior caso tivesse optado por jogar na Europa. Isto pé: não subestimem esse sujeito. Quem for marcá-lo vai ter de estar bastante atento e preparado para aguentar o tranco.)

Agora o que resta é se virar para esse confronto, mesmo. E tentar ao máximo deixar o que aconteceu contra os uruguaios – e porto-riquenhos e canadenses – no passado. Num cenário ideal, os brasileiros dormiriam, babando na frente do telão, observando com detalhes duas diversas falhas nessas primeiras rodadas. Mas a rotina de uma Copa América é cruel, testa qualquer psicólogo e estrategista. Não tem muito tempo para respirar, assistir ao vídeo e refletir sobre o que está errado em quadra. Em 24 horas, ou menos, precisa voltar para quadra e executar o que é pedido, planejado.

O problema? Pode ser que não reste plano de nada para a seleção brasileira. Do que vimos contra o Uruguai nesta segunda, é a impressão que fica. O time está perdido, desorientado, dos dois lados. Não defende com vitalidade, não ataca com o cérebro. Não defende com cérebro, não ataca com vitalidade. Temos hoje um amontado de jogadores que estão sem espírito ou cabeça na competição.

(E, por favor, esqueçam clichês como “raça”ou “gente-que-não-assume-responsabilidade” nesta hora: de que adianta “garra” se você não sabe como empregá-la em quadra? E mais: Marcelinho Machado não foi execrado por milhares e milhares nos últimos anos justamente por “querer-assumir- demais”?)

Caio x Esteban, não deu certo

Esteban Batista volta a ser um monstro lá dentro. Cortesia brasileira

O Brasil perdeu porque entrou desmoralizado. E, além disso, perdeu também porque foi a primeira vez em muuuuuuuito tempo vimos em ação um time brasileiro que não conseguiu se sobrepor de modo atlético aos uruguaios em 40 minutos. Os oponentes pegaram mais rebotes (+2), deram mais tocos (+4) e bateram mais lances livres (+15!!!). Resultado: a primeira derrota para a “Celeste” em 18 anos.

Essa foi mais uma proeza que a atual comissão técnica conseguiu: reunir um grupo de 11 jogadores (descartando Felício, “café-com-leite”, inexplicavelmente) que não conseguem se impor fisicamente nem diante de uma seleção que invariavelmente comeu poeira jogando contra o Brasil nos últimos duas décadas.

“Não temos nem o que falar. Nós simplesmente não jogamos basquete. Não jogamos o que sabemos. Em 13 anos de seleção, nunca tinha perdido para o Uruguai ou para o Canadá. São derrotas difíceis, com as quais não estávamos acostumados. Não soubemos ganhar”, afirmou o veterano Alex, pasmo, em entrevista ao SporTV.

O que mais impressiona, além dessa convocação desastrosa, é a incapacidade da mesma comissão de buscar ajustes: insistem com o mesmo plano de jogo, sem, ao que parece, procurar entender o que se passa em quadra, ignorando deficiências claríssimas de um time que não marca nem baixinhos, nem grandões – Esteban Batista terminou com 22 pontos e 13 rebotes, grande destaque, mas Leandro Garcia Morales também somou 16 pontos, seis rebotes e quatro assistências, cobrando dez lances livres e o velhaco Nicolás Mazzarino matou 14 pontos no jogo exterior.

Agora só resta uma partida contra os jamaicanos, pensando em, antes de vaga ou título, lutar por uma vitória de honra. É para evitar o vexame supremo: uma queda já na primeira fase e as eventuais súplicsa por um convite para que o país se mantenha como um dos poucos a nunca perder uma edição de Mundial da categoria. Acreditem.

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O jovem (e atlético) Cristiano Felício não entrou um minuto sequer em quadra nesta segunda. Ou seja: foi oficializado como “café-com-leite”. O que só torna a convocação de Magnano ainda pior. O argentino realmente achou que, com os 11 que listou “para valer”, teria condições de passear no torneio, a ponto de descartar um posto em sua equipe?

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Contagem atualizada: o Brasil acertou apenas 72 de seus 188 arremessos de quadra após três rodadas. O aproveitamento é de 38,2%.

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Importante lembrar: o Uruguai também está desfalcado. Por exemplo: tivessem o veterano Martin Osimani e o emergente Jayson Granger se apresentado, Bruno Fitipaldo, o titular, seria apenas o terceiro armador da rotação. Além desses dois, está faltando Mauricio Aguiar, o ala mais qualificado do país.


México toma de assalto o grupo da Argentina e se recoloca no mapa do basquete das Américas
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Giancarlo Giampietro

O técnico Sergio Valdeolmillos e sua prancheta

Treinador Sergio Valdeolmillos e a equipe-sensação do torneio

Ter um ala-pivô de NBA, que já foi um jogador top na Liga ACB, em meio a um monte de adversários desfalcados, pode fazer toda a diferença nesta Copa América.

Né, Luis Scola Gustavo Ayón?

Com o ala-pivô do Atlanta Hawks em sua escalação, o México se transformou no bicho papão do Grupo A da Copa América, vencendo seus três primeiros jogos – da mesma forma que fez Porto Rico no Grupo B, de Brasil.

Se alguém estava escondendo jogos nos amistosos, temos o vencedor: a seleção mexicana, que trouxe seus jogadores desconhecidos para um giro de amistosos arqui no Hemisfério Sul e, na hora do vamos ver, adicionou um craque do quilate de Ayón para fazer a diferença. Mas vamos falar especificamente sobre ele um pouco mais adiante no torneio, mas só fica um aviso: de nada vale olhar sua ficha de estatísticas de NBA na hora de avaliar seus talentos. De todo modo, o que temos é uma surpreendente seleção, passados quatro dias.

“Eu bem que gostaria assumir que podemos chegar ao Mundial. É verdade que a soma de vitórias nos gera outra responsabilidade e motivação. Mas a análise que fazemos é que o México não tem uma história no basquete. Viemos com muita humildade”, afirmou o técnico Sergio Valdeolmillos.

Neste ponto, vale destacar a curiosa e relação entre México e o restante do continente.

Com gente da Patagônia ao Alasca, a cada dois anos, a Fiba realiza essa confraternização chamada Copa América, em que velhos conhecidos como Daniel Santiago, Hector Romero, Rubén Garces e outros tantos personagens se reencontram para colocar a conversa em dia. Figuras que o amaaaaante do basquete brasileiro – coisa piegas, hein? Mas vá lá… – aprendeu a achincalhar ou adorar, dependendo do gosto, que tem pra tudo. Nesse ambiente, contudo, os primos pobres da América do Norte parecem verdadeiros estranhos no ninho.

São pouquíssimas as referências que temos deles. Até outro dia desses “Eduardo Nájera” parecia sinônimo de “basquete mexicano”. Ou que tal “Horacio Llamas”? Algo natural, considerando que seja muito difícil o esporte se desprender da política e cotidiano de um país – e eles estão completamente virados para o Norte de sua fronteira, nesse sentido. Seus jogadores estão espalhados pelas universidades das diversas conferências da NCAA espalhadas pela Costa Oeste americana. Na contramão, a liga mexicana paga bem, aproveita americanos de maior quilate do que os que estamos acostumados a receber em clubes do NBB. E fica basicamente  por aí o intercâmbio dos caras.

Daí que corre-se o risco de assumir Ayón como o Nájera da vez, ignorando outros jogadores perigosos como o chutador Orlando Méndez, ala-armador com 14,3 pontos e aproveitamento de 50% nos tiros de três pontos até aqui, um perigo quando livre na zona morta. Os defensores precisam ficar colados para contestar seu arremesso, considerando sua baixa estatura.

Mas vale ficar de olho, mesmo, no ala-armador Jorge Gutiérrez, 24, 14,7 pontos de média e aproveitamento de 61,9% nos arremessos até aqui. O ex-aluno da Universidade da Califórnia não teve problema nenhum em ralar com Alex Garcia nos amistosos de preparação – foi um atleta que chamou muito minha atenção no confronto realizado no Paulistano, por seu primeiro passo explosivo e a habilidade para converter bandejas. Basicamente: um sujeito muito difícil de se conter quando ele bota na cabeça que seu destino final é a cesta.

E adivinha só?

Em seu perfil no site oficial, a Fiba coloca uma foto de… Gustavo Ayón, claro. Figura onipresente, num México que entrou de vez na briga por vaga Copa do Mundo.

Hora de aprender um pouco mais sobre eles.

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O México não joga o Mundial desde 1974, quando terminou com a oitava colocação. Sua melhor classificação? Um oitavo lugar em…1967, no Uruguai, quatro anos depois de ter ficado, no Rio de Janeiro, em nono. Em termos de Olimpíadas, olha que coisa: ganharam um bronze histórico nos Jogos de Berlim 1936. O país não disputa essa competição desde Montreal 1976, quando ficou em décimo.

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Nono, sexto, décimo, sétimo, sétimo e ausente: esse é o retrospecto da seleção mexicana nas últimas seis edições da Copa América. Sim, eles nem jogaram em Mar del Plata.

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No Draft Brasil, o fuçador Luiz Gomes resgata a história de Manuel Raga Navarro, um craque mexicano que em 1970 chegou a ser draftado pelo Atlanta Hawks, em posição de pioneiro. Ele esteve presente nas campanhas da década de 60 citadas acima. Muito antes de Nájera e Ayón. Vale muito a leitura.


Derrota desmoralizante para o Canadá deixa Brasil extremamente pressionado na Copa América
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Giancarlo Giampietro

(Atualizado: 16h30, com aspas de Magnano e Huertas.)

Giovannoni e o Brasil encaixotados pelo Canadá

Giovannoni, sem reserva na Copa América, encaixotado pelos canadenses

Depois de uma derrota por 29 pontos de diferença, 91 x 62 para o Canadá, podemos fazer, sim, um esforço hercúleo e tentar enxergar algum ponto positivo nesta história toda, mesmo sendo este o dia em que o Brasil viveu sua jornada de Paraguai no basquete.

Rebobinemos a fita para 2 de setembro de 2011, quando a seleção brasileira saía de quadra em Mar del Plata tentando digerir uma derrota para a República Dominicana, ainda pela primeira fase do Pré-Olímpico. Uma derrota que deixava sua tão sonhada classificação bastante ameaçada. O time não estava bem, sem consistência alguma, mas, a partir daquele revés, conseguiu se ajeitar com uma ajudinha da tabela, engatando uma sequência de três vitórias até chegar ao grande clássico do continente, contra a Argentina. Vocês, aí, se lembram do que aconteceu, né? Hettsheimeir.

Para recuperar a confiança de sua equipe naquele torneio, Magnano teve a sorte de poder preparar sua equipe para jogos contra Cuba, Uruguai e Panamá. Três sacos de pancada usuais. Agora, no nosso tenebroso presente, a situação mais ou menos se repete nesta Copa América, com o Uruguai e a Jamaica pela frente, os dois times (supostamente, em teoria…) mais fracos do Grupo A.

Mas os paralelos se encerram, infelizmente, por aí.

Já que…

1) O Brasil havia perdido por apenas cinco pontos para os dominicanos, e, não, por 29.

2) É difícil encontrar time mais frágil que Cuba neste tipo de competição para poder elevar o moral.

3) Na primeira rodada da segunda fase, um time mais forte que o Panamá vai surgir, sendo muito provavelmente a Argentina – ferida por sua própria derrota na estreia, fazendo deste confronto algo ainda mais alucinante.

4) Aquela seleção tinha um elenco muito superior que esta.

Daí que Magnano tem, agora, duas partidas (supostamente, em teoria…) mais fáceis para tentar juntar os cacos, os fragmentos da seleção se ainda tiver esperança de conseguir a classificação para a Copa América na quadra e quiser, de algum jeito, lutar pelo título continental em Caracas, na semana que vem.

Ao ser humilhado pelo Canadá, numa exibição que não animou em nada o almoço da família brasileira, a seleção se vê numa situação extremamente incômoda.  Vai jogar a segunda fase, contra os quatro melhores times do Grupo B, já com duas derrotas, se vendo em desvantagem diante de porto-riquenhos e dominicanos (que, confirmando o favoritismo, avançariam sem nenhum revés), além de argentinos e canadenses (hipoteticamente com um revés cada). Se for esse, mesmo, o cenário para a próxima fase, a calculadora vai ser bem gasta pela comissão técnica – e a lavada deste domingo pode fazer uma baita diferença em qualquer conta necessária para definir os quatro classificados. Serão necessários no mínimo cinco triunfos nos próximos seis jogos.

Sobre a quadra? Se na Tuto Marchand  o Brasil levou uma surra da cerebral Argentina e agora foi a vez de ser destroçado de um time hiperatlético como o Canadá – comparem as estatísticas gerais novamente para constatar que os norte-americanos foram superiores em TODOS os quesitos disponíveis. Duas equipes completamente diferentes e que impuseram vitórias acachapantes num intervalo de menos de dez dias, em mais uma prova que temos problemas muito sérios em andamento. “O time veio para baixo quando a diferença foi subindo. Não tivemos força para reagir. Eles estavam jogando com muita facilidade. A defesa, que sempre foi ponto chave desde que o Rubén está no time, não funcionou, Estávamos perdidos. Tentamos e não conseguimos”, disse Huertas ao repórter Fábio Aleixo, do Lance.

De resto, não há muito o que colocar que fuja do que tem sido apontado desde a fase de amistosos. A convocação do argentino foi péssima. Seu time não tem senso coletivo algum em quadra. Harmonia, coesão, unidade, equilíbrio… Escolha o termo: é tudo o que tem faltado a esta equipe, com peças desconexas, que não se encaixam à medida que o treinador precisa utilizar seu banco e tocar sua rotação adiante. Apenas um quinteto com Giovannoni e Hettsheimeir de pivôs vem tendo alguma consistência, por ser essa a formação mais atlética (ou menos defasada, menos arrastada) que se pode usar com este grupo, uma vez que Felício parece descartado. De qualquer forma, seria extremamente injusto exigir 40 minutos intensos, impecáveis, sem faltas por jogo de Guilherme, que também nunca foi reconhecido como o melhor defensor.

E aí, para piorar, vemos o próprio campeão olímpico, logo ele, perder as estribeiras a ponto de ser excluído no quarto período, enquanto contestava diversas marcações do trio de arbitragem, querendo acreditar em alguma conspiração contra o Brasil neste torneio, uma conspiração pró-Caribe, ou algo assim.

Se há conspiração, isso é coisa para os diretores remunerados da CBB resolverem nos bastidores.

Em quadra, foi Magnano, mesmo, que se colocou em uma enrascada.

E ele sabe: “Sou o primeiro preocupado e o primeiro responsável. Este Brasil não tem nada a ver com o Brasil que se preparou para esta competição”, disse o argentino, incluindo que foi ainda a pior partida de toda a sua gestão.

De uma coisa discordamos, no entanto: a preparação já não havia sido nada boa.

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Estamos falando de uma situação pontual. Uma seleção enrascada na Copa América. E, não, sobre o currículo de Magnano.

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Nas duas primeiras partidas nesta Copa América, o Brasil acertou apenas 45 de seus 125 arremessos de quadra. Acredite: 36%, incluindo arremessos de dois pontos. Na linha de três pontos, o rendimento é de  10-35, bom para 28%.

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Se as estatísticas da Fiba estão corretas – e precisam estar, já que são nossa única fonte –, a seleção só fez dez pontos de contra-ataque nas duas primeiras rodadas. Para um time que deve correr a toda hora, com base nos berros da comissão técnica na lateral da quadra, é um número muito alarmante. A estratégia não conseguiu ser colocada em prática. E, sim, este número está totalmente ligado ao anterior.

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Quando receber as informações sobre a vitória arrasadora do Canadá, Gregg Popovich será um homem feliz: não só vai se lembrar que Tiago Splitter está tirando todo o verão de férias pela primeira vez desde que chegou a San Antonio, como tomará nota dos 28 pontos em 33 minutos que marcou Cory Joseph, o reserva do Parker. Acertou 10 de 15 arremessos, ainda bateu oito lances livres e não cometeu sequer um turnover durante a partida, fazendo Larry Taylor de gato e sapato. Superagressivo em quadra, como se fosse um Allen Iverson, e ainda com a maior tranquilidade. Foi a feia a coisa, mesmo.

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Desfalque por desfalque, o Canadá tem hoje Steve Nash como gerente geral e, não, como armador. Andrew Wiggins, uma das maiores promessas do basquete mundial, também não se apresentou, assim como o ala-pivô Kelly Olynyk, calouro do Boston Celtics. Carl English, cestinha da Liga ACB, é outro que ficou fora.