Vinte Um

Arquivo : Michael Jordan

Rodman vira embaixador em visita a ditador norte-coreano apaixonado por basquete
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Giancarlo Giampietro

Sr. Rodman, embaixador

CIA, que nada: mandaram o Rodman, mesmo, para a Coreia do Norte

Numa situação política absurda, realmente faz sentido ter um Dennis Rodman como embaixador.

Antecessor de Ron Artest – aquele que tem um fantástico mundo só dele, relatado aqui em casa – na prática do lunatismo na NBA, o “Verme”, um dos melhores defensores e reboteiros da história, foi convocado pelo produtor Shane Smith para rodar um epsódio de sua série “Vice” na Coreia do Norte. Isso depois de ele ter descoberto que o basquete e, mais especificamente, o mítico Chicago Bulls dos anos 90 conseguiam vencer qualquer resistência do regime norte-coreano com o que esteja etiquetado como made in USA.

Smith, que realizou dois documentários no país asiático, mal podia acreditar quando se deparou com uma bola autografada por Michael Jordan estava exposta no museu nacional, na Sala dos Troféus. Segundo consta, o “artefato” havia sido entregue a King Jong-il em 2000. O falecido ditador a teria como um tesouro, como prova de sua curiosa admiração pelo esquadrão comandado por Phil Jackson. “É estranho porque, quando você chega lá, tudo é muito anti-Americano. As crianças norte-coreanas são alimentadas com propaganda anti-Americana basicamente desde o dia em que nascem. Mas é OK gostar de basquete americano”, relata o produtor.

Se voltar a visitar o país acompanhado de Michael Jordan sempre foi algo, digamos, nada realista, a melhor ideia possível era  chamar Rodman, mesmo. “Dennis topa tudo e qualquer coisa”, resumiu Smith, que também contou alguns Globetrotters para formar uma equipe para a brincadeira que deve durar algo em torno de quatro dias em Pyongyang. O grupo vai participar de um acampamento para ciranças e de alguns amistosos contra combinados norte-coreanos. Mas o grande objetivo, mesmo, seria uma reunião com Kim Jong-un, líder que teria herdado de seu pai a devoção ao basquete.

Sim, Rodman na mesma mesa com o homem que nem pode ouvir falar de Barack Obama.

Não é de se esperar que de um eventual encontro entre essas duas… Hã… distintas personalidades saia qualquer resolução sobre os prometidos testes nucleares por parte do Exército norte-coraeno.

O Verme talvez precisasse de uma ajuda de Artest nessa.

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Com 2,01 m de altura (oficiais, diga-se, embora digam que ele não chegasse a tanto), Rodman liderou a NBA por sete anos seguidos em rebote por jogo, de 1991 a 1995, jogando por Pistons, Spurs e Bulls. Sua melhor média aconteceu em 2001, com incríveis 18,7. Em sua carreira, foram 13,1 por partida.

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Rodman se despediu da NBA na temporada 1999-2000, como jogador do Dallas Mavericks, aos 38 anos, e média de 14,3 rebotes (!). Ele dormia na mansão do proprietário da franquia, Mark Cuban. O namoro entre os dois excêntricos durou pouco: foram apenas 12 partidas ao lado do então adolescente Dirk Nowitzki, em seu segundo ano na liga. Na ocasião, ele ventilou a seguinte ideia: queria enfrentar o comissário David Stern em uma luta de boxe. “Gostaria que eu e David Stern pudéssemos colocar umas malditas luvas e subir no ringue”, disse. 😉

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Apenas um jogador coreano esteve em quadra pela NBA. No caso, um sul-coreano. Foi o pivô gigante Ha Seung-Jin, de 2,21 m, ex-pivô do Portland Trail Blazers, o qual defendeu entre 2004 e 2006. Ele chegou a ser titular em quatro partidas e teve como recorde os 13 pontos anotados em um confronto com Los Angeles Lakers em 2005. De modo inacreditável, porém, deve ser mais lembrado por sua contribuição ao status de Jail Blazers da franquia do Oregon na década passada, quando resolveu sair no tapa com o bósnio Nedzad Sinanovic (2,22 m de altura!!!), depois de um nada inspirado confronto mano-a-mano em quadra, durante treinos de pré-temporada. Hoje aos 27 anos, Seung-Jin atua na liga nacional de seu país.


Equipes nova-iorquinas ganham ajuda inesperada de ex-aposentados Wallace e Stackhouse
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Giancarlo Giampietro

Ok, oficialmente Jerry Stackhouse não estava aposentado.

Jogou ano passado pelo Atlanta Hawks e tal. Mas, no imaginário coletivo, ganhamos essa licença poética considerando que pouca gente poderia imaginar o ala não só jogando para valer a temporada 2012-2013, sua 19ª, como teria um papel de destaque por um time que, na real, deveria estar arrasando com Joe Johnson e Gerald Wallace no perímetro. Ele mesmo acreditava que estava destinado a virar um assistente técnico.

Nem JJ, nem Crash estão exatamente fazendo jus a uma grande expectativa depo$itada pelo bilionário russo Mikhail Prokhorov, contudo. Então entra em cena Stackhouse, que, com seu salário  (nem tão) mínimo, vem dando uma contribuição significativa na largada do renovado Nets em Brooklyn, anotando cestas importantes em vitórias sobre times de elite como o Boston Celtics e o New York Knicks na última semana.

Era só o que faltava, pensa a juventude da NBA. Se já não fosse o suficiente a reaparição de Rasheed Wallace pelo próprio Knicks, agora vem outro velhinho de bengala tomar o bastão de volta e romper a ordem natural das coisas.

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Stackhouse no ataque

Vejam! Stackhouse no ataque!

Realmente não estava nos planos que Stackhouse fosse jogar. Até que o caminho para entrar em quadra foi aberto por lesão no tornozelo do jovem cestinha MarShon Brooks, dono de um dos nomes mais curiosos da paróquia e um dos grandes imitadores (jogando) de Kobe Bryant que o basquete já viu. Brooks torceu o tornozelo no dia 9 de novembro, no aquecimento para o jogo contra o Orlando Magic. O veterano, então, ganhou sua chance. Desde então, o Nets venceu oito de seus próximo nove jogos.

“Sabia que estava chegando num papel meio que de técnico, porque era isso que queria, pensando na transição para minha próxima carreira. Infelizmente, quando você passa dos 35, os times querem apenas que você cumpra um determinado papel e não permite que os caras compitam. Mas sabia que o Avery (Johnson) tem a cabeça aberta. Sabia que ainda tinha algo para oferecer em quadra e sabia que aqui teria essa oportunidade”, conta o ala, que só é vetado na hora de jogar na segunda noite de uma sequência de dois jogos.

Em uma dobradinha de jogos contra Blazers e Knicks, o técnico de apelido “Pequeno General” tomou a decisão certa ao poupar Stackhouse contra o Blazers, pensando justamente no dérbi nova-iorquino contra o Knicks. (Nada melhor do que se apropriar do jargão futebolísitco, hein?)

Aí, em 22 minutos, ele matou quatro bolas de três pontos, jogando a prorrogação inclusive, com cestas em momentos cruciais. “Que mais posso dizer? Ele estava com um bom ritmo, escolhendo bem o lugar de arremessar. Ele entrou com muita energia. Foi por isso que o descansamos. Mas não sabia que ele estaria pronto desse jeito, não dá para levar o crédito nessa. Todo o crédito vai para Stackhouse”, disse Avery Johnson.

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Sheed ensina defesa

Vejam! É o Rasheed ensinando os mais jovens

“Fiquei dois anos fora da NBA, mas não foram dois anos de férias”, diz Rasheed Wallace, também aos 38 anos.  Na boa campanha que faz o Knicks, a maior surpresa talvez seja mesmo aquele que havia parado de jogar em 2010, época em que já aparentava ter se retirado das quadras dois anos antes e não sabia.

Sua última temporada pelo Boston Celtics foi deprimente, com uma pálida imagem daquele jogador que colocou fogo num time já competitivo do Detroit Pistons, mas que, ao mesmo tempo, nunca chegou a honrar seus talentos ao máximo.

Porque ele podia fazer um pouco de tudo. Jogar de costas para a cesta. Chutar de todos os cantos da quadra até a linha de três pontos. Podia se dedicar apenas a um bom corta-luz, ou poderia atacar seu defensor no mano-a-mano. Se dobrassem, a cobertura precisava ficar atenta com passes simples e precisos. Além do tamanho, Sheed tinha mãos dos sonhos para qualquer jogador de basquete. O que faltava era concentração, determinação e maturidade para aguentar os diversos momentos de pressão e estresse em quadra.

Não é este ala-pivô completo que o Knicks está recebendo agora, obviamente. Em todos os sentidos: se ele já não é mais o supertalentoso dos tempos de Portland, também não é o cabeça-de-vento que servia de capitão dos Jailblazers. “Ele tem feito tudo o que pedimos. Não dá para ele jogar muitos minutos, mas os minutos que ele nos dá são muito positivos”, afirma o técnico Mike Woodson.

De acordo com os jornalistas que seguem o time de perto, a maior repercussão da presença de Sheed acontece nos bastidores, nos vestiários. Ainda um falastrão, o jogador “passa boa parte de seu tempo dividindo pensamentos com os companheiros sobre como agir na defesa, dando dicas”, segundo o New York Times.

“Apenas tento manter todo mundo concentrado no nosso plano de jogo. Você pode receber falta, o árbitro pode não dar nada, mas ainda assim é preciso reagir e continuar jogando. Apenas domine seu adversário do outro lado, e é isso que se mostra no placar. O que digo aos caras mais novos é que minha velocidade e minha agilidade não são mais as mesmas, mas que ainda posso falar. E com isso temos mais um defensor em ação”, avalia.

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Além de suas inesperadas contribuições para dois times que devem disputar os playoffs do Leste nesta temporada, outro tópico pode reunir Wallace e Stackhouse numa mesma sentença: os dois fizeram parte da mesma equipe na universidade de Carolina do Norte, uma famigerada formação que ajudou a acelerar a aposentadoria do catedrátido Dean Smith na instituição.

Stack & Sheed

Stack & Sheed universitários

O ginásio da UNC hoje se chama “Dean Dome”. Em sua apresentação no Hall da Fama, Michael Jordan, seu aluno, soltou esta daqui: “Vocês não poderiam ter visto Michael Jordan jogar não fosse por Dean Smith”.

Sentiu o respeito? Antes de Phil Jackson, Smith foi o treinador que conseguiu se conectar com MJ  (dentro e fora de quadra) de um modo que pudesse amplificar as qualidades de um dos maiores atletas de todos os tempos.

Seu legado no basquete norte-americano é imenso: entre técnicos e jogadores, passaram por suas mãos gente como Larry Brown, George Karl, Bob McAdoo, Billy Cunningham, James Worthy, Sam Perkins, Kenny Smith, Antawn Jamison, Vince Carter, Doug Moe, Roy Williams e John Kuester. É a chamada “Família Carolina”, cujos tentáculos são bem mais abrangentes do que a lista acima.

Dean Smith venceu 879 partidas em sua carreira, atrás apenas de Bob Knight, Coach K e Jim Boeheim na primeira divisão da NCAA. Por 35 anos consecutivos ele mais venceu do que perdeu em uma temporada. Ganhou dois títulos e jogou 11 Final Fours.

No âmbito acadêmico, viu 96.6% de seus jogadores saírem da UNC formados – não só como atletas, mas como profissionais de diversas áreas também.

Ele só não conseguiu controlar Wallace. A personalidade do ala-pivô, já com aquela manchinha no cabelo, foi um desafio e tanto para o treinador que, por um lado, foi o primeiro de uma universidade sulista a escalar um jogador negro em sua equipe, mas, por outro, era avesso a escalar calouros (freshmen) em seus times. Acontece que Sheed, Stack e o por-onde-anda Jeff McInnis, em 1993, estavam destroçando os mais experientes nos treinamentos. A partir daí o séquito de torcedores ao redor dos Tar Heels se dividiu entre os que apoiavam que a tradição fosse mantida, que os mais velhos tivessem prioridade em quadra, mesmo que não fossem tão bons assim (George Lynch e o inesquecível Eric Montross entre eles), e os que sonhavam em ver uma versão pirata do Fab Five de Michigan na Carolina do Norte. “Rasheed Wallace, é claro, se tornou a figura central na guerra civil de Chapel Hill”, escreve o autor Jay Caspia Kang, do magnífico site Grantland, em perfil sobre o ala-pivô – enquanto McInnis e Stackhouse eram recrutas mais tradicionais da universidade.

Sheed já tinha sua bagagem pesada quando chegou ao campus. Durante os treinos, enterrava na cabeça de Montross para depois gritar em quadra que a posição era dele. Foi daí para baixo, supostamente, mas há quem diga também que há exagero nos relatos.

Segundo Kang, o papo de “potencial desperdiçado” por Sheed já fazia parte das rodas de bar na cidade. Segundo ficou para a história, o desgosto de Smith com os problemas  criados pelo jogador serviu como alerta para o treinador pegar o boné e sair de cena. Os tempos eram outros.

PS: Durante dezembro, por motivos de ordem profissional (embora a gente goste mesmo é de férias, o Vinte Um vai ser atualizado num ritmo um pouco mais devagar. Mas também temos uma surpresa que vem por aí. De qualquer forma, voltamos no final do mês com tudo.


Em menos de um mês, raçudo Bobcats já iguala número de vitórias da temporada passada
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Giancarlo Giampietro

Kemba tenta o chute em flutuação

Kemba força a mão na infiltração, mas ajuda o Bobcats em surpreendente largada

O calouro Bradley Beal, do Wizards, recebe a bola livrinho da silva na linha de três pontos, restando pouco mais de três segundos no cronômetro. Cotado como o melhor chutador de sua fornada, ele desperdiça o arremesso, mas, com instinto apurado, segue a bola, ciente de que ela “daria bico” (adoro essa) e pega o rebote ofensivo no meio do caminho. Duas mãos nela, e parte para a cesta, entrando no garrafão pela diagonal. Não segurou com firmeza: o armador Kemba Walker apareceu na cobertura e conseguiu desarmá-lo, dando um tapa por cima. Mas a missão do jogador do Bobcats ainda não estava cumprida, e ele se saltou em direção à bola na linha de fundo, alcançando-a para, então, fazer um movimento extremamente atlético e malandro, quando girou no ar para cair de costas no chão e, antes, ganhar tempo. Atirou-a na direção de Nenê, acertando o ombro do pivô brasileiro, que se atirava atrás de alguma rebarba. A bola respinga e sai. A bola era do Bobcats.

Veja: tudo isso aconteceu em dois segundos.

Restava então pouco mais de 1s no cronômetro e a reposição era dos visitantes de Charlotte. Que Byron Mullens tenha acertado apenas um de seus lances livres, que o ala Jeffery Taylor tenha feito a falta em Chris Singleton na posse de bola seguinte, no estouro do relógio, na linha de três pontos, que Singleton tenha convertido dois em três chutes e levado a partida à prorrogação e que, ufa!, tenhamos visto dois tempos extras até se definir o jogo…. Nada disso importa. Pelo menos nesse post, aqui e a agora.

É que a jogada de Walker foi sensacional e mais uma prova clara que no basquete não vence apenas aquele que coloca a bola na cesta. Não vamos seguir aqui a filosovia Parreirista de que “o ponto é só um detalhe”. Eles valem o jogo, claro. Mas os outros 300 mil detalhes de uma partida também contam, e muito.

O próprio Walker talvez gostasse de seguir essa linha depois de ter feito 12 pontos contra o Wizards, mas acertando apenas três de 17 chutes de quadra. Foi um pesadelo para o aguerrido baixinho: ele conseguia fazer todos os movimentos corretos na hora de fintar seu defensor, mas simplesmente não matava nada na hora de se aproximar do aro. Foram diversas bandejas erradas. Por outro lado, sem perder a confiança, ele não deixou de atacar e perturbar a defesa do time da capital e ainda contribuiu com oito assistências e sete rebotes, dois deles na tábua ofensiva, um deles em outro lance capital. Faltavam 12 segundos na segunda prorrogação, e Ramon Sessions errou seu segundo lance livre, deixando o placar em 105 a 103. Aí o armador do Bobcats disse: “Chega!”. Encontrou um meio de bater o combalido Nenê na disputa pelo rebote, sofreu a falta do grandalhão no choque e matou as duas na linha, para alargar a vantagem para quatro pontos. E c’est fini.

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As sete vitórias em 12 partidas do Bobcats são certamente a maior surpresa do início da temporada 2012-2013 da NBA, já que igualam em menos de um mês de campanha o total (!!!) do campeonato passado, quando tiveram o pior aproveitamento de toda a história da liga. De modo que Mike Dunlap desponta com um candidato a treinador do ano. Fato: muita gente zombou de Michael Jordan quando ele anunciou o ex-assistente de George Karl e ex-comandante da universidade de St. John’s. Que era um movimento para poupar dinheiro apenas, que o MJ não sabe nada, mesmo, como administrador. Bem, seu retrospecto nesse setor ainda é um horror, mas nessa parece ter acertado. Com um núcleo jovem no time e jogadores pouco habilidosos, instituiu treinamentos bem mais longos do que os de costume na liga, trabalhou com ênfase nos fundamentos e agora vai colhendo resultados surpreendentes. Até o Brendan Haywood aparece bem mais motivado.

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MKG é demais

Kidd-Gilchrist luta por bola perdida com Beal e Nenê

Um dos termos mais valorizados e muito utilizados na cobertura do esporte nos Estados Unidos é o winner. Na América, ou você vence, ou está lascado. A ponto de, tamanha a insistência dos jornalistas, corre-se o risco de transformar essa definição num clichê banal. Mas ela tem tudo a ver quando vemos em ação o ala Michael Kidd-Gilchrist, escolha número dois do último Draft e outra influência decisiva em Charlotte.

Os relatos pré-recrutamento indicavam a personalidade e a energia do jovem ala de (!!!, de novo) 19 anos como algo contagiante. Batata. O rapaz não para em quadra, combate na defesa de modo incessante – e tem fundamentos, raça, força e agilidade para defender tanto jogadores mais baixos como mais fortes –, corre feito um maluco no contra-ataque, sabe de suas limitações nos disparos de fora e procura, então, o jogo interior… Dava para ficar o dia todo aqui listando e falando sobre o MKG.

Certamente ele vai voltar a aparecer por aqui muitas vezes. Podem apostar. Talvez para explorar o fato de ele se intimidar diante dos gravadores e microfones, gaguejando, e, ao mesmo tempo, ser o orgulho de qualquer treinador em quadra, como um líder nato, com tão pouca idade. É algo que vem desde os tempos do High School e que ficou bem claro em seu único ano com Calipari em Kentucky, botando fogo em Anthony Davis, Terrence Jones, Marquis Teague e o resto de um elenco badalado ao extremo e que realizou seu potencial para ser campeão.

Muito provavelmente ele se dê muito bem com Walker, alguém que chegou à universidade de Connecticut com pouca badalação em 2008, mas que evoluiu de maneira incrível por lá a ponto de, em sua terceira temporada, liderar os Huskies ao título nacional, sendo eleito o melhor jogador do torneio. Deu um duro danado.

E, como ensina o técnico e analista David Thorpe no ESPN.com, energia, vontade de se ralar e fazer as coisas certas são talentos que deveriam ser observados tanto como impulsão, munheca, velocidade. Tudo isso é parte de um rico e divertidíssimo universo.


Michael Jordan confronta jogadores em Charlotte e cogita volta do Hornets
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Giancarlo Giampietro

Jordan não aguenta mais!

A boa notícia para Michael Jordan: o Charlotte Bobcats ainda não perdeu na temporada 2012-2013 da NBA!

(Também ainda não jogou. Mas sejamos piedosos e deixemos isso de lado por um instante.)

Pick número dois do Draft 2012

O novato Michael Kidd-Gilchrist não está na mira das críticas de Jordan, que o compara a um jovem Pippen pela capacidade defensiva e por “conectar” os atletas em quadra; realmente muito promissor o líder do time de Kentucky campeão universitário neste ano

Talvez motivado pelo fato de o time ainda não ter sido sofrido nenhuma derrota com dois dias de campeonato já para trás, ele afirmou nesta quinta-feira que sua intenção é ser o dono da franquia “por um longo tempo”. O jogador que não tolerava nem mesmo o erro de seus adversários nos treinamentos, chegando a esmurrar Steve Kerr – hoje o melhor comentarista de NBA da paróquia –, ainda não se esgotou das surras que anda tomando.

O que não quer dizer que sua paciência não venha sendo testada bravamente por Tyrus Thomas e amigos.

Mal começou a temporada, e parece que MJ já teve de descer ao vestiário da equipe para cobrar e bater de frente com o elenco. Segundo o próprio craque e magnata revelou, alguns jogadores têm reclamado dos treinos homéricos promovidos pelo novo treinador Mike Dunlap. As sessões têm mais de três horas de duração e em alguns dias chegam a bater quatro, com bastante ênfase nos fundamentos do jogo. Isso, no mundo da NBA, aparentemente seria um absurdo, o que estaria forçando o choramingao pelos cantos do ginásio. Isso no time que, em termos de aproveitamento, protagonizou a pior temporada da história da liga.

“Não dá para dizer que não precisamos desse tipo de coisa. Se fosse assim, nosso time não teria uma campanha de 7-59. É isso que times campeões fazem. Se fizemos isso em Chicago e fomos campeões, por que não faríamos aqui? Se você levanta o nariz para isso, talvez você deva olhar para o espelho e ver que você é parte do problema”, disse Jordan a alguns atletas especificamente, sem revelar nomes ao Charlotte Observer. Para depois completar: “Ou você aceita, está dentro, ou não vai ficar aqui.

Jordan x Zo Mourning

Jordan x Zo: o Hornets de Charlotte chegou a cruzar o caminho do Bulls nos playoffs dos anos 90

O desafio de Jordan de transformar o Bobcats num clube respeitável é enorme.

Talvez seja necessária até mesmo a mudança de nome. O que ele aprovaria, caso o novo do New Orleans Hornets, Tom Benson, siga com seu plano de procurar um novo apelido para sua franquia. Desta forma, o “Hornets” estaria livre para retornar a Charlotte, onde fez tanto sucesso esportivo – Larry Johnson e Alonzo Mourning – e comercial– e quantos bonés verdes e roxos daqueles não foram vendidos por aqui, mesmo em barraca de camelôs – nos anos 90.

Seria uma cartada boa até, para tentar transformar a franquia não só em algo mais atraente para os consumidores como para os jogadores. Difícil de imaginar o recrutamento de uma estrela no mercado de agentes livres, mesmo com todo o apelo da grife Jordan.

No fim, eles não estariam competindo por Jordan. Mas, sim, pelo Bobcats. E, antes de pensar em se cansar de perder, talvez seja melhor nem começar mesmo.


Queridinho da América dá sua última cartada para tentar voltar à NBA
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Giancarlo Giampietro

Adam Morrison, Summer League Las Vegas 2012

Em 2005 e 2006, Adam Morrison foi um dos queridinhos da América. Com estilo hipster e muitas, mas muitas cestas, ele colocou a cidade de Spokane, sede da universidade de Gonzaga, láaaa no Noroeste dos Estados Unidos, no mapa esportivo do país.

Hoje, seis anos depois, ele afirma ter dado, na liga de verão da NBA de Las Vegas, sua última cartada para seguir no basquete profissional. O que aconteceu para seu conto de fadas chegar a esse ponto?

Bem, longa história.

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Adam Morrison, darling da NCAAComeçando pelo conto: em sua temporada de junior (terceiro ano no College), 2005-2006, marcou 28,1 pontos por jogo e foi o cestinha de todo o basquete universitário. Por cinco vezes, quebrou a barreira dos 40 pontos, algo considerável na competição, mesmo se fosse contra adversários não tão respeitáveis.

Chamava atenção seu estilo de velha escola, com uma habilidade para acertar arremessos de todos os pontos da quadra, mesmo sem ser o mais explosivo ou atlético, longe disso. O cabelo era volumoso, com a franja estendida por toda a testa, o bigode, ralo, as meias escuras ficavam estiradas até a canela, num visual incomum para jovens de sua geração. Para completar seu status cult, também ajudavam bastante injeções de insulina que podia receber até mesmo no banco de reservas para controlar a diabete, diagnosticada aos 13 anos.

Seus feitos ocupavam manchetes pelo país e dominavam o noticiário dos canais esportivos nas TVs fechadas. Era um darling, mesmo. A cena em que desaba na quadra, chorando muito, após uma derrota para UCLA nos mata-matas da NCAA, gerou muita repercussão. Uns elogiavam sua paixão pelo jogo, outros questionavam se ele era forte mentalmente para seguir adiante.

Em 2006, pulando seu último ano universitário, foi draftado em terceiro pelo Charlotte Bobcats. Michael Jordan, que havia acabado de assumir o controle das operações de basquete da franquia, dava seu aval.

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Uma vez na NBA, o choque de realidade foi embaraçoso. Morrison tinha séria dificuldade para marcar seus oponentes, geralmente muito mais ágeis e mais fortes, penava para bater os 40% no aproveitamento de arremessos de quadra. Terminou o ano de calouro na reserva e mal-afamado. No início de sua segunda temporada, para piorar, sofreu uma grave lesão no joelho, perdendo todo o campeonato. Em 2009, foi trocado para o Lakers.

Adam Morrison, Draft BobcatsCom Phil Jackson, foi bicampeão da NBA, mas mal saía do banco, enquanto o ala Shannon Brown, que o acompanhou na transação e nada badalado, se tornava uma peça importante na rotação. Em 2010, foi dispensado pelo clube californiano.

Virou piada para os jornalistas, sempre lembrado como o caso de alguém que havia fracassado na liga. Desde então, tenta regressar sem sucesso. Jogou pelo Estrela Vermelha, na Sérvia, onde foi bem. Quando se transferiu para o Besiktas, da Turquia, voltou a se afundar na reserva, rompendo seu contrato em fevereiro deste ano.

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“Estou aqui para ver se algo pode acontecer”, afirmou Morrison, antes de disputar a Summer League de Las Vegas pelo Los Angeles Clippers. Em Orlando, ele jogou pelo Brooklyn Nets. “Se eu jogar bem, talvez eu ganhe uma chance aqui ou talvez por outro time da NBA.”

Se não der certo? Ele descarta voltar para a Europa. “É muito longe e tenho duas filhas agora. Estou muito certo de que se nada acontecer agora, provavelmente eu irei para casa, concluirei meu curso (administração esportiva) e vou virar um técnico. Há um certo prazo para você perseguir algo. Se não der certo, então é hora de seguir em frente.”

Adam Morrison, cabeleira, mas sem bigodeNeste domingo, naquele que pode ter sido, então, seu último jogo como um profissional de basquete, ele marcou 26 pontos em 29 minutos contra o Celtics de Fabrício Melo. Converteu 9 de seus 15 chutes de quadra, quatro em seis de três pontos. Foi aplaudido pelos torcedores e até ouviu gritos de “M-V-P”. Mesmo que de brincadeira, gostou. “Nos últimos seis anos, eu fui só vaiado. Então foi bom isso”, afirmou.

Em Vegas, ele anotou 20 pontos por partida, com 55,1% nos chutes de quadra e incríveis 61,9% nos três pontos. “Só queria mostrar para as pessoas que posso jogar. Muito foi dito sobre mim, de que sou apenas um reserva, o que entendo”, afirmou. “Mas vim para cá muito por orgulho, para mostrar o que posso fazer. Se não der certo, posso dizer que estou feliz pelo que fiz e mudarei para algo diferente”.

Será que é o fim da linha ou a América se mostrará como aquela terra de segundas chances para o ala?

No Clippers, pode ser difícil, depois da contratação de Grant Hill e Jamal Crawford. Mas talvez haja algum clube por aí empenhado em testá-lo. A história precisa, realmente, de um final.


Mercado da NBA: panorama da Divisão Sudeste
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. A partir desta quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quarta, resumimos o Leste. Confira o rolo em que cada franquia da Divisão Sudeste se meteu, ou não, abaixo:

Joe Johnson, Atlanta Hawks

Adeus, Joe Johnson. UFa

Atlanta Hawks: o gerente geral Danny Ferry mal chegou ao clube e já se tornou o novo patrono dos limpadores de contratos absurdos do teto salarial. Em menos de duas semanas no trabalho, conseguiu se livrar do salário sufocante de Joe Johnson, em troca com o Brooklyn Nets, recebendo um punhado de jogadores medíocres – Jordan Farmar, Anthony Morrow (a melhor peça aqui), Johan Petro e DeShawn Stevenson – que pouco importam no negócio. O intuito era realmente cortar laços com sua estrela, que ainda é um talento respeitável, mas que não valia o que recebia. Sem perder tempo, Ferry também mandou o ala Marvin Williams para Utah em troca do armador Devin Harris. Os cinco que chegam estão no último ano de seus vínculos. Para o próximo mercado – ou agora mesmo –, o Hawks terá muita influência. Os novatos do time são o chutador John Jenkins e o ala-pivô Mike Scott, que se juntam ao escolta Louis Williams, cestinha ex-Philadelphia.

Charlotte Bobcats: ao ver seu clube terminar com a pior campanha da história da liga em termos de aproveitamento, Michael Jordan recomendou/pediu aos seus (300 ou 400?) torcedores que tivessem aquilo que lhe faltou em diversas ocasiões: paciência. Ainda assim, ele precisava de alguma coisa, qualquer coisa que servisse para animá-los para a próxima jornada. Por enquanto, isso significa se contentar com a chegada de Ben Gordon em troca por Corey Maggette. O ala Michael Kidd-Gilchrist vem via Draft. Além de já apresentar aquele nome que entra no páreo para  ser o mais cool da liga, ele tem a reputação de ser um jogador muito dedicado e de espírito contagiante, um líder aos 18 anos, mas que ainda precisa evoluir muito no ataque.

Ray Allen e Rashard Lewis

Allen e Lewis podem se reunir em Miami

Miami Heat: o título mal foi comemorado, e Pat Riley quer mais. Como se não já não contasse com um poder de fogo suficiente, o clube conseguiu paparicar e aliciar o veterano Ray Alen, que andava magoado em Boston. E não para por aí: Rashard Lewis e outros veteranos hoje subvalorizados estão na mira.

Orlando Magic: caos. É o que tem pela frente o gerente geral Rob Henningan, de 30 anos, o mais jovem de toda a liga. Mas ele não pode dizer que não sabia o problemão que estava assumindo no mês passado ao migrar de Oklahoma para a Disneylandia. Howard não quer ficar, está se recuperando de cirurgia nas costas e se recusa a assinar com algum time que não se chame Brooklyn Nets, colocando Henningan nas cordas, com pouca mobilidade para buscar um negócio. Acontece que agora o Nets não tem mais espaço em seu teto salarial para recolher alguns contratos indesejados que o Magic quer despejar. A novela se arrasta e ninguém em Orlando aguenta mais. Nem o Ryan Anderson aguentava, e lá vai o ala-pivô para o Hornets, em troca pelo nosso mexicano predileto: Gustavo Ayón.

Washington Wizards: de alguma forma, Ernie Grunfeld conseguiu se manter no poder, mesmo após consecutivas temporadas risíveis (dentro e fora de quadra) do time. Dando continuidade ao processo de reformulação que iniciou já durante a temporada passada, com aquisição de Nenê, o cartola mais uma vez apostou na contratação de veteranos na esperança de já montar um elenco competitivo no próximo campeonato com a chegada de Trevor Ariza e Emeka Okafor. Via draft, chega o promissor Brad Beal, considerado um Ray Allen em potencia. A ver.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões do Atlântico e Central.

Na quinta, passamos a limpo aqui a Conferência Oeste.