Vinte Um

Arquivo : Doc Rivers

Temporada da NBA começa desastrada para a família Rivers
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Giancarlo Giampietro

Era para ser uma celebração, né?

Quando um filho decide seguir a carreira do pai, e os dois têm a chance de se encontrar em atividade, numa NBA ainda? Que se estoure o champanhe. Mas, agora que acabou a garrafa, a família Rivers precisa se livrar da ressaca. O começo de temporada está complicado para Doc e Austin.

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Por questão hierárquica, de respeito, comecemos pelo pai.

Com Pierce e Garnett ainda produtivos, o elenco reforçado por mais veteranos e também pernas novinhas em folha, o Celtics abriu sua campanha com a perspectiva de ser o único time do Leste capaz de desafiar o campeão Miami Heat. Por enquanto, sua luta, mesmo, é para chegar ao 50% de aproveitamento.

Doc Rivers

What’s up, Doc?

Em cinco jogos, duas vitórias e três derrotas. Vale o oitavo lugar no Leste, empatado com o Orlando Magic pós-Dwight Howard. O Orlando Magic de Glen Davis e E’twaun Moore, dois jogadores ex-Boston, diga-se. Em termos estatísticos, a equipe de ascendência irlandesa tem apenas o 20º ataque mais eficiente do campeonato e, pasme, a 19ª defesa eficiente. Ah! E as duas vitórias aconteceram contra  o Wizards, com Nenê e Wall de molho.

“Temos que fazer com que mais caras joguem com mais empenho e melhor. Sabe, eu não ligo se nós jogamos bem ou não, porque isso faz parte, são humanos. Se você vai fazer seus arremessos ou não, acontece. Mas apenas temos que jogar com mais concentração e cumprir com nossos sistemas de uma forma melhor”, disse Doc.

É um início decepcionante. Principalmente ao se constatar que o núcleo que Rivers tem em mãos é o mesmo da temporada passada, precisando basicamente integrar Courtney Lee e Jason Terry nos papeis de Avery Bradley e Ray Allen e dividir o restante dos minutos com reservas de pouco impacto até agora – e, por enquanto, nesta categoria está incluído Leandrinho. Não era para capengar tanto.

Os poréns são: a) ainda é muito cedo; b) no ano passado, aconteceu mais ou menos a mesma coisa. Pierce e Garnett levam um pouco mais de tempo para entrar em forma plena. Além disso, o Celtics só engrenou de verdade quando Bradley foi promovido ao quinteto titular, formando uma blitz defensiva no perímetro.

Ninguém em Boston vai tratar Rivers como se ele fosse um Mike Brown. Mas o laureado técnico vai ter muito mais trabalho para acertar sua máquina, pensando longe, numa boa posição nos playoffs do Leste, e o decorrente mando de quadra e uma fuga do Miami nas rodadas preliminares.

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Austin e o tio Monty

Monty não vai ter a ajuda de Doc para refinar o jogo do impetuoso Autin Rivers

Tudo tem seu tempo, jovem.

Agora falemos de Austin.

O armador/escolta já foi considerado o melhor atleta de sua geração nos anos de High School. Acima do Monocelha nos rankings. De verdade. Nestes tempos, Rivers era um cestinha de mão cheia. Deixava os adversários malucos. Fosse por seu repertório vasto de movimentos ofensivos, fosse, especialmente, sua atitude. Cheio de bravatas, provocações, andando em quadra sempre com uma postura desafiadora, de que com ele ninguém podia.

Listado oficialmente com 1,93m de altura, frágil fisicamente, e, dependente muito mais de seu jogo de pés do que de suas capacidades atléticas, já teve problemas para traduzir seu jogo para o basquete universitário. Mesmo sob a orientação de um Coach K, num time de ponta, com outras opções em quadra para desafiar a atenção, não conseguiu se firmar como um prospecto de elite.

Ainda assim, foi escolhido em número dez pelo Hornets no Draft da NBA. O técnico Monty Williams teve bastante influência nesta decisão, sendo bem próximo de Doc e uma espécie de tio para Austin. Mas não que tenha sido tudo na base da amizade: o talento do jovem Rivers sempre foi muito polarizador. Uns creem que ele realmente pode ser uma força criativa e eficiência no ataque, que sua personalidade só colabora para isso, que ele não abaixará a cabeça para nada e será relevante nem que seja na marra. Do outro lado, os críticos acreditam que sua teimosia em jogar como se ainda fosse O Cara, sem se adaptar a adversários muito mais capacitados (nas mais diversas áreas), refletiria em números desastrosos na liga.

Por enquanto, esse segundo grupo está vencendo a queda de braço. Em quatro jogos, o garoto acertou apenas sete de seus, glup!, 32 arremessos de quadra. Ruim para 21,9% de aproveitamento. No confronto com o Spurs, transmitido aqui pela ESPN, vimos realmente uma seleção ofensiva escandalosa por parte do atleta: tiros em flutuação da cabeça do garrafão, arremessos de três precedidos por crossover supostamente matadores, bandejas aventureiras e uma porção de pedradas que, pelo menos, não quebraram a tabela novinha do ginásio do Hornets.

“Obviamente, vai haver alguns escorregões quando você tem 19 ou 22 anos, e seus hormônios estão malucos”, disse o Coach Monty. “Temos apenas de acertar isso. Acho que o jogo está rápido para ele (Rivers) agora, e acho que ele está tentando aplicar seu jogo, tentando fazer o que pedimos, mas vamos melhorar isso.”

De fato, é bom que o técnico trate de dedicar um tempo ao seu novo pupilo. Porque, em Boston, o papai Doc já está bastante ocupado.


Com Leandrinho, Celtics é o 1º clube a ter dois brasileiros no elenco. Mas faz sentido?
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Giancarlo Giampietro

Leandrinho para três

Leandrinho agora leva seu arremesso para o Boston Celtics. Vai ter chance?

Com a contratação de Leandrinho pelo Boston Celtics, além de ser o mais vitorioso da história, o clube passa a ser também o primeiro a contar com dois brasileiros em seu elenco, com o ligeirinho se juntando ao novato Fabrício Melo.

Chega uma hora em que você apenas quer jogar. Ir para a quadra e ponto.

Só assim para explicar o acerto do ala-armador com a franquia, noticiado pelo Yahoo Sports nesta quarta-feira. Segundo o super-repórter Adrian Wojnarowski, que dá nove em cada dez furos da NBA, o brasileiro entrou em acordo para assinar um contrato de uma temporada.

De onde Doc Rivers vai tirar minutos para escalar Leandrinho é um mistério, e, por isso, de primeira assim, fica difícil de entender a motivação de ambas as partes para fechar o negócio.

Leandrinho x Celtics

Corintiano Leandrinho agora vai de verde e branco, mesmo. Tudo para fechar seu contrato

O Celtics acabou de assinar com Jason Terry e Courtney Lee, dois caras que chegam com a missão de ajudar Rajon Rondo na condução do time, em cuidar da bola e abrir mais uma opção de contra-ataque para correr com o armador.

Terry, em especial, costuma desempenhar o mesmo papel que o brasileiro cumpriu em toda a sua carreira na liga norte-americana: sair do banco para turbinar o ataque, sem a responsabilidade de marcar os melhores da equipe adversária. Os dois já foram eleitos os melhores sextos homens justamente por esta função. Se Leandrinho era o “Vulto Brasileiro”, Terry é o “Jet”. É de se esperar, aqui de longe, um, digamos, conflito de interesses entre os dois.

Sem contar o emergente Avery Bradley, mais um atleta que segue o protótipo de: não tão alto para ser um ala, nem tão habilidoso para ser um armador. Seria mais um “combo guard”, um “guard” que estará disponível para Rivers a partir de janeiro, enquanto se recupera de uma lesão no ombro. Quando retornar, é de se esperar que também ganhe seus minutos, pois é uma aposta de Danny Ainge, é jovem e um marcador implacável, cuaja presença no quinteto titular na temporada passada aumentou, e muito, a eficiência defensiva da equipe.

No fim, os minutos que estão sobrando na rotação são os de reserva de Rondo, e a gente sabe bem como Leandrinho se sai nesta. Nas últimas campanhas, sua vocação para assistências só caiu, enquanto sua predisposição aos desperdícios de posse de bola não foi reduzida. Ele caminhou cada vez mais para ser um finalizador do que um preparador de jogadas para os companheiros. Os estatísticos e olheiros de Boston devem ter tomado nota a respeito.

Outra questão em torno do brasileiro diz respeito a sua defesa. Com explosão física e envergadura acima do comum, ele tem o potencial para ser um marcador de primeira. Mas, mesmo no Phoenix Suns de D’Antoni, não necessariamente o time mais preocupado com a defesa, ele era questionado neste departamento. Em Boston, ou ele defende de maneira disciplinada, respeitando e executando o sistema, ou fica no banco.

Da parte do jogador, é compreensível o interesse em jogar por uma franquia com a história do Celtics. Além do mais, é uma equipe com chance de título para já, algo que ele afirmou que seria importante em sua decisão. De modo que, nos minutos que lhe forem reservados, é bom que produza bem, eficientemente, para que se mantenha na rotação de Rivers até o fim e possa tentar elevar seu status entre os demais diririgentes. Para tanto, já sai em desvantagem por ter perdido todo o training camp e boa parte da pré-temporad para assimilar uma nova carga tática.

Talvez Leandrinho não aguentasse mais esperar, mesmo. Depende muito de que tipo de oferta, sondagem ele andou recebendo por aí. O fato é que o ala-armador topou Boston. Uma aposta intrigante. Diante de uma torcida fanática, de uma mídia bastante combativa, o brasileiro será exigido ao máximo, e seu futuro na liga está na linha.

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Em 2005 (2005!!!), Leandrinho chegou a dividir o vestiário do Phoenix Suns com o pivô Lucas Tischer, hoje do Brasília. Mas o grandalhão nunca chegou a entrar em quadra em partidas oficiais do clube do Arizona, pela temporada regular, tendo sido dispensado após três jogos de pré-temporada, com média de 1,3 ponto.

Com ótima impulsão vertical e extremamente forte, Lucas chegou a fazer barulho no Draft daquele ano, mas não foi selecionado. Ainda assim, ganhou sua chance para mostrar serviço em treinos e amistosos, mas acabou dispensado para que o Suns contratasse o ala-pivô Sharrord Ford, outro que não vingou na NBA.


Doc Rivers confirma Fabrício Melo como um “projeto” do Celtics
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Giancarlo Giampietro

Ao avaliar o desempenho dos três calouros do Boston Celtics durante nas ligas de verão da NBA, o técnico Doc Rivers foi bem sucinto ao falar sobre o pivô Fabrício Melo: “Fab é apenas um projeto hoje e acho que ele será um jogador nesta liga em algum ponto. Não sei se vai ser no próximo ano. Pode ser”.

Fab Melo, projeto do CelticsVeja bem. Esse é o treinador do Celtics, procurando minimizar qualquer expectativa em torno do brasileiro para o próximo campeonato, ciente de que vai ser difícil aproveitar o jogador em seu ano de calouro. Por isso é preciso (muuuita) calma também na hora de pedir o rapaz na seleção brasileira a cada convocação. Tem hora para tudo.

Por sorte de Fabrício, seu clube foi dos poucos que colocou a equipe de verão em ação tanto na Summer League de Orlando como na de Las Vegas, podendo disputar dez partidas. Pertinho do castelo da Disney, ele teve média de 15 minutos por jogo. Na cidade da jogatina, foram 17. A média de pontos subiu de 1,8 para 4,0 de um evento para o outro, enquanto a de rebotes caiu de 4,8 para 3,2.Em tocos, foi de 1,0 para 1,2. O aproveitamento de arremessos variou de 28,6% para 53,3%.

O pivô deu mostras de seu potencial. Movimentou-se com agilidade pela quadra, deu bons passes, protegeu o aro e matou seus chutes de média distância facilidade maior do que o esperado. Mas também deixou claro que ainda falta muito o que desenvolver em seu jogo: sua defesa no mano-a-mano é deficitária – em Syracuse, Jim Boeheim sempre investiu mais em marcações por zona – e seus movimentos ofensivos ainda são bem limitados, por exemplo.

“Este é apenas o sexto ano do Fab jogando, mas ele está melhorando a cada pedido de tempo. Seu condicionamento também está melhorando”, afirmou Tyronne Lue, armador que um dia já perseguiu Allen Iverson nas finais da NBA pelo Lakers e foi o treinador principal da equipe de verão do Celtics. “Acho que em Syracuse eles jogavam com defesa por zona o tempo todo, então ele poderia apenas ficar parado no meio do garrafão. Mas aqui você tem de subir, se apresentar em cima da bola e depois tem de recuperar seu lugar na rotação defensiva. Você, então, tem de tomar uma decisão, e há diversas coisas para se fazer. Acho que seu ritmo e condicionamento é um fator, mas ele vai ficar bem.”

Quando escolheu o mineiro de Juiz de Fora, o Celtics sabia o que estava contratando. É provável até que Fabrício passe um tempo na D-League, ainda mais que, na temporada 2012-2013, o clube afiliado Maine Red Claws passa a ser exclusivo da franquia que mais títulos venceu na NBA.

Danny Ainge e Rivers vão abordar seu desenvolvimento com paciência, enquanto Jared Sullinger, o outro novato de garrafão da equipe, já está pronto para batalhar de cara. Enquanto isso, cada dia na liga vai servindo realmente como uma lição para o pivô. Com o que aconteceu na semana passada: a poucos minutos de iniciar um confronto com o Sacramento Kings em Las Vegas, o armador E’twaun Moore e o pivô Sean Williams, com quem havia dividido a quadra por quase um mês, foram puxados de canto no ginásio para serem informados de que não jogariam. Eles haviam acabado de serem trocados para o Houston Rockets.


Ray Allen manda um até breve para Rondo e Boston. Traição?
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Giancarlo Giampietro

Ray Allen, agora do Miami

Houve um dia em que Rajon Rondo e Ray Allen eram inseparáveis. Mentor e pupilo. O veterano teria posto o armador debaixo da asa e contribuído para o desenvolvimento de sua carreira. Desde uma tentativa heróica em melhorar o arremesso do rapaz, até alguns macetes pequenos sobre o jogo e a vida na NBA. Rondo não era necessariamente o mais querido do vestiário de cascudos.

Bem, esse dia não podia estar mais distante agora, ainda mais depois de noticiado o acerto verbal entre Allen e os arquirrivais do Miami Heat.Múltiplas reportagens dão conta de que o relacionamento dos dois companheiros de “backcourt” estava irremediável. O que aconteceu entre eles ainda não é muito claro. Sabe-se que o armador é famigerado como uma figura temperamental, enquanto Allen é conhecido como um sujeito bem sério e durão.

Bajudado por Pat Riley, Alonzo Mourning, LeBron James e Dwyane Wade, ainda ressentido com as negociações em que Danny Ainge tentou envolvê-lo, o ala optou por essa mudança drástica, qualificada como “traição” pelo desbocado Jarret Jack no Twitter. Quem achar que a NBA é só negócio, que o mercado é assim, mesmo, mas vou apelar ao purista que existe dentro de mim e lamentar a decisão do jogador. Só muito rancor, mesmo, contra Rondo ou Ainge para justificar esse tapa na cara, sem pelica, de Paul Pierce, Kevin Garnett e Doc Rivers e ainda aceitar por metade do preço (US$ 9 milhões em três temporadas).

“Estou muito decepcionado. Ele deveria ter ficado. Nós o recrutamos seriamente. Conversamos e foi uma boa conversa”, disse Rivers, que perde seu principal chutador e agora trabalha com Jason Terry e Avery Bradley para a posição.

A contratação leva a crer que Spoelstra e Riley esperam aproveitar LeBron cada vez mais como um ala-pivô. Só assim para sobrar um tempo de quadra aceitável para seu novo reforço. O time da Flórida ainda vai atrás de um pivôzão, ficando extremamente forte. Ai.


Fab Melo reforça defesa interior do Celtics
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Giancarlo Giampietro

Fabrício e Sullinger: Boston reforça o garrafão

O peixe que Fabrício Melo tem para vender logo de cara na NBA é sua habilidade defensiva. Ótimo, então, que ele ingresse na liga norte-americana pelo Boston Celtics, um dos times que vem investindo muito nesse aspecto do jogo nas últimas temporadas, com ubuntu e tudo.

Com duas escolhas consecutivas no Draft, o experiente Danny Ainge apostou grande. Ou melhor, em gente grande. No sentido de tamanho, mesmo. Em 21º, optou por Jared Sullinger, alguém que pode, ou não, ter problemas sérios nas costas e passar por uma cirurgia neste ano. As opiniões médicas são conflitantes. Depois veio o mineiro de Juiz de Fora, um legítimo “seven footer” (2,13 m). “Ele tem tamanho e nós gostamos de tamanho, precisamos de tamanho. Isso nos dá a chance de trabalhar com ele. Pensamos que ele pode ser um bom jogador”, afirmou o técnico Doc Rivers.

Melo e Sullinger combinam bem. Sullinger não tem uma boa impulsão, é lento, relativamente baixo e pouco atlético. Aí você pensa: “Minhanossa”, né? Tecnicamente, no entanto, ele compensa: tem os movimentos todos de costas para a cesta, um bom chute de média para longa distância, é um bom passador e, ao que tudo indica, se trata de um ótimo sujeito. Aplicado e aguerrido. Já Fabrício oferece tudo o que o gordinho de Ohio State não tem: altura, envergadura impressionante, agilidade, velocidade, um pacote excepcional para a defesa, protegendo o aro com eficiência e de modo intimidador. Encaixa muito bem com a proposta de retaguarda orquestrada por Rivers. No ataque, todavia, ele ainda precisa se desenvolver horrores.

Seria importante que Sullinger consiga jogar neste ano. Pode parecer contraditório, já que, mais minutos para o ala-pivô poderiam significar menos para o brasileiro. Pode até ser.  Por outro lado, o pivozão ainda é mais um projeto do que um jogador de impacto. Ter o novato mais badalado ao seu lado lhe aliviaria a pressão consideravelmente.

Outro ponto para ponderar: Kevin Garnett vai continuar jogando? Vai continuar em Boston? Entrar na liga sob a tutela do maníaco e veteraníssimo ala-pivô seria um cenário perfeito para Fabrício. O caráter de KG pode ser questionado pelos adversários, mas seus companheiros de time fazem questão de destacar o quão importante ele é internamente, o bem que faz para o grupo, de maneira unânime. O mineiro teria muito a aprender em muitos sentidos.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Fabrício Melo em sua encarnação passada


As estrelas alternativas do Draft
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Giancarlo Giampietro

No Draft da NBA, os blueseiros de Nova Orleans só querem saber do Anthony Davis, também conhecido como Monocelha, ala-pivô de Kentucky garantido como a escolha número um. Para os brasileiros, mais que natural voltar as atenções para a dupla Fabrício Melo, pivô mineiro de Juiz de Fora, que fez o ensino médio e dois anos de universidade nos Estados Unidos, e Scott Machado, norte-americano filho de pais brasileiros imigrantes na América e que se define como um gaúcho de Porto Alegre em perfil de redes sociais.

Royce White desafia os olheiros da NBA Aqui no QG 21, porém, há espaço para todo mundo. Sofre de transtorno de ansiedade e prefere embarcar num avião? É apenas dois anos mais novo que o nosso Tiago Splitter e está prestes a fazer um contrato de seis dígitos, no mínimo, depois de ter servido no Iraque?  Então sinta-se em casa.

Os scouts e cartolas da liga norte-americana viajaram o mundo, fizeram entrevistas com adolescentes nas quais usaram de perguntas básicas e outras um tanto descabidas – do tipo “entre ser uma máquina de lavar roupa ou um liquidificador, qual você preferiria?” –, se enfurnaram em ginásios (boa parte deles climatizados, é verdade), gastaram o controle remoto do DVD e o mouse do computador e, ufa!, neste momento, devem estar flertando com a insanidade. Faltam poucas horas para eles tomarem uma decisão que pode lhe custar a cabeça ou render alguns tapinhas no ombro por parte do bilionário que controla sua franquia.

Todo mundo queria Davis, o Monocelha, mas só tem um desse disponível neste ano. Não é fácil fazer o restante das escolhas. Não quando você tem uma gama de jogadores disponíveis como estes aqui:

– Royce White, de Iowa State
O ala-pivô deve ser o prospecto a dizer que se sente conectado com John Lennon “por inspiração e filosoficamente”.  Tupac, Eminem, Dr. Dre, Jay-Z que abram caminho para White passar. Ele afirma que tem interesse em tocar piano no futuro. Isso não assusta os cartolas. Na verdade, até desperta simpatia.

John Lennon, inspiração

John Lennon, inspiração

O que desperta precaução no rapaz é seu medicamente comprovado transtorno de ansiedade, identificado apenas aos 18 anos.  Por vezes lhe cria dificuldades na hora de subir em um avião. Ele diz que, uma vez decolado, não se sente aterrorizado no ar. Difícil, nos piores dias, são as horas antecedentes ao voo. No torneio dos mata-matas universitários, viajou de carro com o avô por mais de nove horas para um jogo em Louisville. Mas o jogador garante que viajou de avião diversas vezes com os Cyclones durante a temporada. Outras questões delicadas que ele precisou responder durante o contato com os clubes foi sobre a acusação de roubo a uma loja em um shopping em Minneapolis.

Em quadra, White é um dos jogadores mais intrigantes dessa leva. Um ala-pivô como visão de armador, capaz de ter linhas como dez pontos, 18 rebotes e dez assistências em uma partida.

Seu técnico, Fred Hoiberg, que jogou no Indiana Pacers de Reggie Miller nos anos 90, fala que ele é como um “trem de carga descendo a quadra”. Também tem as mãos mais largas de todos os jogadores inscritos no Draft, do dedão ao dedinho, esticados, são 29,21 cm. No caso de você estar se perguntando.

Quem topa?

– Bernard James, pivô de Florida State
Pivô forte e atlético, de 2,08 m de altura, que tem média superior a dois tocos por partida em sua carreira universitária e evoluiu em muitas categorias de sua terceira para a quarta temporada. O tipo de prospecto pelos quais os dirigentes se atraem com facilidade. Não tivesse ele 27 anos de idade. Nascido no dia 7 de fevereiro, ele é apenas um ano mais velho que nosso rodado Tiago Splitter. E o que esse senhor fazia na universidade a essa altura da vida, sendo oito anos mais velho que Davis, por exemplo?

Bernard James, em serviço do Exército dos EUAA resposta tem a ver com “I Want You To Join The US Army”.

Ele passou seis anos a serviço da Aeronáutica norte-americana, viajando por cinco continentes, passando inclusive pelo Iarque. Ele se alistou depois de ser expulso do colegial. Quando mais novo, não tinha o menor interesse em jogar basquete. Acabou se iniciando no esporte para valer apenas quando um comandante o avistou em um campo de treinamento na Califórnia e o convocou para um “racha” na mesma noite: “Ele perguntou seu eu jogava, disse que não, mas aí ele falou que a partir de então eu jogaria”. Ordens são ordens. Em seis anos, ganhou quatro medalhas de ouro nos Jogos Militares. Em 2008, começou sua carreira universitária em um Junior College de Tallahassee. Dois anos depois, chegou a Forida State, onde entrou no radar. Da NBA, claro.

Esses são os dois casos mais curiosos, segundo o bisbilhotado. Mas tem mais:

Austin Rivers, ala-armador de Duke, filho de Doc Rivers, técnico do Boston e uma das mentes mais respeitadas da liga. Quando saiu do colegial, era considerado um dos melhores talentos de sua geração. Na universidade, não foi todo esse estouro. Por outro lado, não se atreva a dizer isso ao sujeito, nem ao seu pai. Rivers, o Austin, se comporta como o maioral e tem um certo complexo de Kobe Bryant – sem pular, sem ser tão forte, ou sem ser tão alto como o astro do Lakers. Ah, tá..

Jared Sullinger também saiu do colegial badalado e brilhou em sua temporada de calouro em Ohio State e, contrariando o protocolo, decidiu voltar para a universidade para viver a vida de um segundanista. Os puristas todos aplaudiram: o pivô estaria valorizando seus estudos, dando um exemplo para muitos garotos etc. Um ano depois, evoluiu pouco em quadra e, pior, despertou a preocupação dos médicos do mundo cruel da NBA com um problema em suas costas. Hoje, vê sua cotação despencar. Baita prêmio para um bom menino, hein?

– O ala Evan Fournier, francês, é um dos poucos estrangeiros deste ano bem cotado para a primeira rodada do Draft – sem contar aqui o “Fab Melo”, que entra na cota de universitários, embora brasileiro. Não fala uma vírgula de inglês, chegou de última hora aos Estados Unidos e está batalhando sua escolha contra os prodígios da casa. O ala grego Kostas Papanikolau, campeão da Euroliga pelo Olympiakos e jogando nesta semana pela seleção de seu país em São Carlos, corre por fora.

– Tem também o Ryan Allen, que é irmão do Tony Allen, pitbull do Memphis Grizzlies, que já jogou com o Ray Allen pelo Boston Celtics. Um anônimo no Draft, Ryan, um ala, treinou duas vezes pelo Milwaukee Bucks nos últimos dias, a franquia que escolheu nos anos 90 o próprio Ray Allen. Confuso? Também ficamos.

PS: Clique aqui para ver o que o blogueiro publicou sobre o Draft da NBA em sua encarnação passada