Splitter entra em seu último ano de contrato com o Spurs
Giancarlo Giampietro
Sabe esse impasse todo por que está passando Leandrinho? A dificuldade de assinar um contrato que julgue justo ou um clube que lhe dê a chance de lutar pelo título, de ir longe nos playoffs? Pois o mesmo lenga-lenga noveleiro pode envolver outro brasileiro no próximo mercado da NBA. Quem? Tiago Splitter.
Mas ele não acabou de assinar com o Spurs, ué?
E não é estranho isso?
Parece que o catarinense ingressou na liga norte-americana ontem. Mas já se passaram dois anos e ele fechou um contrato de três temporadas com o clube texano.
Desta forma, a campanha 2012-2013 se torna ainda mais importante para o pivô. Com esta informação em mente, não é só mais uma questão de agradar a Gregg Popovich e conseguir mais minutos em quadra pelo Spurs. O que pega é que Tiago estará jogando pelo Spurs e também por um novo contrato. Aos 28 anos, ele ainda está no auge e sua expectativa, e a de seus agentes, claro, deve ser a de conseguir mais um pacote bem vantajoso em dólares para preparar um bom pé-de-meia para a reta final de sua carreira.
Devido ao período que levou entre seu Draft em 2007 e sua chegada a San Antonio, em 2010, Splitter pôde receber um salário acima da escala salarial designada para os calouros da NBA. De todo modo, ele ainda ofereceu um desconto para o clube, de acordo com seu valor de mercado na Europa.
Pivôs são sempre muito bem pagos na NBA – vide os inacreditáveis US$ 7 milhões que Kwame Brown tirou do Warriors e Bucks no ano passado e dos US$ 3 milhões que (ainda!) vai tirar do Philadelphia 76ers nesta temporada. Mas, por mais que o ex-sparring de Michael Jordan tenha sido uma tremenda decepção na liga, Kwame ao menos descolou a reputação de um “bom defensor no garrafão”. É o modo como ele é vendido hoje. E qual seria o slogan que acompanharia o brasileiro?
Na temporada passada, o próprio Popovich afirmou que ele já era um dos melhores da NBA na finalização de jogadas via pick-and-roll, com muita velocidade e inteligência nos deslocamentos para “mergulhar” no garrafão e fazer a cesta, embora tenha baixa impulsão. Desta forma, ofensivamente ele teve índices de eficiência altíssimos. Nos playoffs, porém, regrediu e desagradou ao técnico – ou desagradou ao técnico e regrediu? Talvez a ordem importe aqui.
Será que os executivos da NBA já tomaram nota do potencial de Splitter? Seria o suficiente para buscá-lo no próximo mercado? Como Popovich vai rodar seus pivôs, agora que Duncan e Boris Diaw estão contratados por mais algumas temporadas? E sabe quem também joga pressionado neste ano? DeJuan Blair, outro que vai ter o passe nas mãos em 2013. Também vai querer jogar. Será que mais um ano de 20 e poucos minutos por jogo deixaria o pivô catarinense pê da vida, a ponto de querer voltar ao seu reinado europeu? Do outro lado do Atlântico, ele ainda é certamente cobiçado.
Uma boa jornada pelo Spurs seria o suficiente para resolver boa parte dessas perguntas e evitar a situação desconfortável em que está Leandrinho no momento.