São José vence Franca com chute no finalzinho e fecha as semis do Paulista
Giancarlo Giampietro
Mesmo com a derrota, a educação do jovem elenco de Franca reunido pelo técnico Lula Ferreira foi certamente acelerada nesta noite de segunda-feira. Depois de lutarem e levarem a série para o quinto e derradeiro confronto com São José, a equipe foi derrotada por 82 a 81, fora de casa, numa partida eletrizante pelas quartas de final do Campeonato Paulista.
Num daqueles finais que ficaria ótimo para a TV, o clube do Vale do Paraíba, atual vice-campeão do NBB, precisou de um arremesso de três pontos de Jefferson William a dois segundos do fim para garantir sua classificação para as semis. Eles agora enfrentam o fortíssimo Bauru (a série começa na quinta-feira, com transmissão da ESPN Brasil, 20h15 no horário de Brasília), enquanto Pinheiros e Paulistano estão do outro lado da chave num clássico da capital (o duelo começa na quarta-feira, 20h).
Os visitantes chegaram ao quarto final com dez pontos de vantagem, mas acabaram arrefecendo na defesa e perdendo a parcial por 31 a 20. Nos três períodos anteriores, a ofensiva de seu oponente havia convertido apenas 19, 16 e 16 pontos.
Fora das duas partidas realizadas em Franca e limitado a apenas sete minutos de ação no segundo duelo da série, o pivô Murilo voltou para quadra nesta segunda e contribuiu com 23 pontos e 7 rebotes por São José. O espanhol Álvaro teve também uma noite ainda mais inspirada, com 27 pontos e 7 rebotes.
Mesmo com o retorno de seu melhor jogador, ainda se recuperando de uma cirurgia no joelho que lhe tirou as chances de competir por uma vaga na seleção brasileira olímpica, São José escapou da eliminação por muito pouco. Faltando pouco menos de 20 segundos, os francanos lideravam por quatro pontos. Dois lances livres convertidos, um bola roubada e a cesta de Jefferson definiram a virada.
Quer dizer: de tanto que tentaram da linha de três pontos, foi por ali que eles conseguiram a bola vitoriosa. No total, o time da casa arriscou bizarramente 38 bolas de longa distância – dez a mais do que somou no perímetro interno. O plano de jogo de Régis Marrelli vem valorizando cada vez mais esse tipo de (des)equilíbrio, mas desta vez os números parecem extremamente exagerados. Cada um caça com o que acha melhor… O aproveitamento no fundamento foi de apenas 32% – isto é, 26 posses de bola terminaram com chutes errados, que talvez pudessem ter dado melhor resultado. Repetindo aqui, então, aquilo que já foi escrito sobre a classificação do Pinheiros pela Liga Sul-Americana: um pouquinho a mais de parcimônia no ataque poderia ter ameaçado muito menos o coração de sua torcida.
Torcida que, agora, claro, talvez não queria saber de nada disso… Afinal, estão em mais uma semifinal.
Para Franca, a derrota é extremamente dolorida, mas é certo que, quando baixar a adrenalina, a cidade deverá receber seus rapazes com a cabeça erguida, de modo orgulhoso. Afinal, o clube começou praticamente do zero na virada da temporada anterior para esta e, em seu primeiro confronto de mata-mata, exigiu o máximo de um dos times mais potentes do país. Difícil imaginar que sua diretoria já esperasse tão cedo assim desdobramentos deste tipo.
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Franca terminou o jogo com acerto de 47% (7/15, bem mais comedido) nos tiros de três pontos e 58% de dois (22/38), números altíssimos, mas acabou cometendo seis turnovers a mais do que os oponentes. O último destes desperdícios acabou sendo realmente decisivo.
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Os placares de toda a série:
1) São José 90 x 75 Franca
2) São José 87 x 72 Franca
3) Franca 86 x 77 São José
4) Franca 89 x 73 São José
5) São José 82 x 81 Franca